Frei Emanuele Boaga, O. Carm In Memoriam e irmã Augusta de Castro Cotta, CDP

O aspecto mariano do serviço eclesial carmelitano, aparece em numerosas fontes, entre as quais as crônicas conventuais que informam sobre suas festas e celebrações particulares, ajudando a compreender melhor como vinha organizado tal serviço aos fiéis nas nossas igrejas (confissão e comunhão, missa, devoções, tríduos, novenas, etc.).

Encontramos nos séculos XVI-XVIII o cume desta pastoral, mediante a estrutura de mediação pastoral constituída pelas Confrarias do Escapulário. Esta mediação pastoral permitiu à Ordem a partilha de suas próprias riquezas espirituais e marianas a milhares de fiéis, enraizando, profundamente no coração do povo a devoção mariana.

Para compreender a função das Confrarias, como mediação pastoral, é bom considerar que estas constituíam o lugar de encontro, de agregação e de realização dos devotos e de união com a Ordem, expressa da seguinte forma:

  • no uso contínuo do Escapulário (como sinal de agregação; fazendo-se a cada ano a troca do Escapulário).
  • na participação aos bens espirituais (indulgências) da Ordem.
  • no coenvolvimento da vida fraternal a três níveis: oração individual e comunitária, vida sacramental (com escuta da pregação) e colaboração nas obras de misericórdia. Tal compromisso era realizado com ritmos distribuídos de forma variada: diariamente, semanalmente, mensalmente.

10.4. Quando as confrarias desapareceram com as supressões das corporações religiosas no século XIX, o devoto ficou isolado e privado de uma estrutura local acolhedora e que o acompanhasse com a mediação dos valores e aspectos vitais ligados ao Escapulário e à vida mariana e espiritual do Carmelo.