Viemos a este mundo sem nada e vamos partir dele sem nada”. Kip Keino, ex-atleta  Queniano bicampeão olímpico que se destaca por trabalho social voltado ao esporte no país. Ele recebeu o 1º Prêmio Laurel Olímpico nas Olimpíadas Rio 2016.

A liturgia de hoje nos recorda a importância e a alegria da espera: o Senhor há de voltar, mas nós o possuímos desde já. E Ele nos enche de felicidade: «O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem!» A reflexão é de Marcel Domergue (+1922-2015), sacerdote jesuíta francês, publicada no sítio Croire, comentando as leituras do 19º Domingo do Tempo Comum, do Ciclo C (07 de agosto de 2016). A tradução é de Francisco O. Lara,João Bosco Lara e José J. Lara.

No domingo passado, fomos convidados a nos libertar da vontade ilusória de fundar nossas vidas nos «bens» que acumulamos. Hoje, as leituras nos apresentam dois temas que, finalmente, acabam por se encontrar: o da nossa condição de nômades, na segunda leitura, e o da espera vigilante, no evangelho. É que, na verdade, as imagens que usamos para nos aproximarmos do mistério da nossa existência são todas insuficientes, exigindo para isso serem tomadas em conjunto.

Jesus, nos evangelhos, não tem onde repousar a cabeça. Está sempre na estrada, a caminho, e as suas paradas duram muito pouco. Revive quanto a isto, levando até ao seu termo, tudo o que viveram os seus ancestrais. Em parte alguma, vamos encontrar Abraão, Isaac e Jacó em suas casas. E quando os Hebreus se instalaram na Terra prometida, não seria por muito tempo: seguiu-se a divisão das tribos nos dois reinos, a deportação para a Babilônia, a dominação dos Persas, dos Gregos e, finalmente, dos Romanos.

Desta forma, o povo eleito revela o que caracteriza a nossa condição humana: estamos todos de passagem. Por isso não devemos considerar as nossas moradas como definitivas e nem nos sobrecarregarmos com bagagens excessivas. O Cristo itinerante, através de sua Páscoa, nos dita a palavra final do que temos de atravessar, a última «passagem» para o paraíso perdido, e agora encontrado. A nossa fé gera assim a esperança; a espera do que vem e para o qual estamos indo.

*Leia na íntegra. http://www.ihu.unisinos.br/noticias/558569-ficai-preparados