Dom Genival Saraiva de França, Administrador Apostólico da arquidiocese da Paraíba.

O Catecismo da Igreja Católica ensina que os fiéis prestam o culto de adoração a Deus (latria); os santos e santas recebem o culto de veneração (dulia); em razão de sua condição de Mãe do Salvador, a Maria é reservado um especial culto de veneração (hiperdulia). Aos santos e santas a Igreja confia a proteção de nações, cidades, pessoas e instituições. A devoção ao(à) Padroeiro(a) tem sua história. “Anteriormente ao século VII, as catedrais, igrejas ou localidades não possuíam santos titulares ou padroeiros. Apenas as basílicas e igrejas que conservavam as relíquias de um santo mártir podiam adotar o seu nome como santo padroeiro ou titular desses lugares sagrados. A partir desse século, quase todas as igrejas começaram a se organizar no sentido de elegerem os seus padroeiros, sendo escolhidos, em primeiro lugar, naturalmente, as figuras do Divino Salvador e da Virgem Maria, seguidos dos Santos Mártires”. Para os fiéis e para as comunidades, “o santo padroeiro significa o amparo e o confidente, o protetor, aquele que, por sua intercessão junto de Deus, tem a faculdade e a missão de defender e obter Deus, tem a faculdade e a missão de defender e obter para quem a Ele recorre, louva-O e nEle confia as graças pedidas em oração e voto de promessa - particularmente, nas alturas mais precisas e difíceis da vida de cada um”.

Algumas nações têm seu(ua) Padroeiro(a), como Argentina: Nossa Senhora de Lurán; França: Santa Joana d’Arc; Itália: São Francisco de Assis e Santa Catarina de Sena; Espanha: São Tiago e Santa Teresa. O Papa Pio XI, em 1930, “proclamou Nossa Senhora Aparecida a Padroeira do Brasil”. Ao fazer isso, o Papa quis “promover o bem espiritual dos fiéis e aumentar cada vez mais a devoção à Imaculada Mãe de Deus”. A estatística eclesiástica registra um expressivo número de dioceses, paróquias, matrizes e capelas que têm Nossa Senhora Aparecida como sua Padroeira e comprova o crescimento do número de romeiros que visitam o Santuário, anualmente e, de modo especial, no dia de sua Festa Litúrgica, no dia 12 de outubro. Dessa forma, a história religiosa no Brasil confirma que o bem espiritual dos fiéis vem sendo alcançado e a devoção a Maria é garantia de fidelidade a Jesus.

Este ano, a celebração de Nossa Senhora Aparecida teve uma significação especial porque abriu o Ano Jubilar que prepara os fiéis para a comemoração do tricentenário do encontro da Imagem de Nossa Senhora. “A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em comemoração aos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul, instituiu o Ano Nacional Mariano, a se iniciar aos 12 de outubro de 2016, concluindo-se aos 11 de outubro de 2017, para celebrar, fazer memória e agradecer. (...) A celebração dos 300 anos é uma grande ação de graças. Todas as Dioceses do Brasil, desde 2014, preparam-se, recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que percorre cidades e periferias, lembrando aos pobres e abandonados que eles são os prediletos do coração misericordioso de Deus. (...) Todas as famílias e comunidades são convidadas a participar intensamente desse Ano Mariano”.

No atual contexto de escândalos praticados por políticos e empresários, de desarrumação da economia nacional e de crise social, os católicos confiam a nação brasileira à proteção de sua Padroeira, a fim de que possa proporcionar aos cidadãos e cidadãs uma melhor qualidade de vida. Fonte: http://www.cnbb.org.br