Frei Egídio Palumbo O. Carm. (Tradução por Frei Pedro Caxito O.Carm).
O projeto de vida da Regra do Carmo, no seu capítulo VI, delineia uma fraternidade aberta ao mundo num estilo de acolhimento carinhoso e disponibilidade total, mas amadurecido no discernimento, tendo como motivo bíblico inspirador a hospitalidade acolhedora de Abraão assentado junto à entrada da sua tenda (Gn 18,1-4; Hb 13,2). Juntamente com esta observação não se pode esquecer de que na tradição dos frades o convento é o lugar do con-venire, do encontro familiar, da "koinonia" que é aberta e irradiante etc.
Pois bem; as comunidades carmelitas, ao menos aquelas que têm estruturas e meios adequados, poderiam estar abertas ao acolhimento de todos os que pretendem fazer experiência de oração, de escuta orante da Palavra, de tempos de deserto. Trata-se de oferecer, com a força do testemunho e comunicação da fé, os frutos mais amadurecidos do nosso estar todos os dias diante de Deus como fraternidade contemplativa e em oração.
Esta é uma diaconia que muitas vezes os nossos bispos e leigos cristãos mais comprometidos pedem aos religiosos, àqueles especialmente que são herdeiros de uma tradição espiritual fecunda e significativa na história da Igreja. E será que nós, Carmelitas, não estamos entre estes?