O Pe. Luis Montes, missionário do Instituto do Verbo Encarnado (IVE) no Iraque, assegurou que seu trabalho nesse país do Oriente Médio é dedicado à formação de seminaristas e à assistência aos refugiados perseguidos pelo Estado Islâmico (ISIS), e esta “é uma missão pela qual vale a pena dar a vida”.
De acordo com o último relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) de fevereiro deste ano, a violência iniciada no Iraque pelo Estado Islâmico ocasionou mais de 3,3 milhões de deslocados internos no país desde janeiro de 2014.
Segundo um relatório de Nações Unidas publicado no início de 2016, entre janeiro de 2014 e outubro de 2015, mais de 18.800 civis foram assassinados e outros 36 mil ficaram feridos.
O relatório da ONU indicou que o Estado Islâmico “continua cometendo uma violência sistemática e estendida e abusos contra as leis internacionais humanitárias e de direitos humanos”. Em março, Estados Unidos reconheceu como “genocídio” os crimes do ISIS contra os cristãos e outras minorias religiosas no Oriente Médio e outras regiões que estão sob seu poder.
Em declarações ao Grupo ACI, o Pe. Montes explicou que Erbil, região semiautônoma do Curdistão iraquiano, “é uma cidade segura. Praticamente não houve atentados ali”, pois o governo local “mantém ordem, mantém segurança”. Por essa razão, muitos cristãos que fugiram de cidades vizinhas invadidas pelo Estado Islâmico, como Mossul, encontraram refúgio nessa região.
Precisamente o grande número de refugiados na região gera “diversas dificuldades”, disse o sacerdote, pois “estamos falando de dezenas ou centenas de milhares”. Esta circunstância, assinalou, “nos deixa profundamente comovidos” ao ver “essas almas que sofrem tanto, essas almas pelas quais Cristo entregou a sua vida”.
“Na verdade, para os seminaristas é mais simples, pois permanecem em um lugar, onde há perseguição, se mantêm fiéis a missão e unidos a Jesus Cristo, porque existem muitas dificuldades e o Senhor está como ‘obrigado’ a nos derramar mais graça”, indicou.
Nessas condições, pode-se afirmar que “a pessoa vive ali em paz interior”. Por que não migrar? O Pe. Montes assegurou: “Para nós é impensável isso, essa colocação. Nós seremos uma Igreja mártir”.
“Em outros lugares há um monte de coisas boas, vemos quando saímos de onde vivemos. Recentemente, estive no México, foi uma experiência maravilhosa, o povo mexicano transmite um calor humano realmente notável. Entretanto, estamos em um lugar onde há mártires, onde todos sofrem por ser cristãos”.
No Iraque, refletiu, quando se lê “o Evangelho, que diz ‘bem-aventurados quando os perseguirem’, isso é o que vivemos, não é somente uma palavra”. “Para nós, na verdade, é uma honra”, expressou.
O Pe. Luis Montes e os missionários do IVE no Oriente Médio criaram as páginas Amigos do Iraque e S.O.S. Cristãos na Síria para canalizar a ajuda solidária aos cristãos perseguidos. Fonte: http://www.acidigital.com