Papa Francisco confiou importantes aspectos de seu programa de reforma aos cardeais Pietro Parolin e Beniamino Stella, assim como ao Monsenhor Dario Edoardo Viganò. A reportagem é de Marie Malzac, publicada por La Croix, 03-01-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa. 

Cardeal Pietro Parolin, confidente do papa

Com 61 anos, o Cardeal Pietro Parolin é um diplomata de alto escalão, tendo sido embaixador na Venezuela antes de ser nomeado secretário de Estado da Santa Sé em 2013. Parolin encarna o espírito renovador do Papa Francisco nos níveis mais altos do Vaticano. O seu temperamento moderado e a sua maneira afável complementam um profissionalismo e uma simplicidade que são altamente apreciadas por aqueles que convivem com ele.

No começo de sua vida de padre, Parolin foi enviado à escola diplomática vaticana pouco depois de ser ordenado. Postos na Nigéria e no México foram ocupados por ele. Na volta a Roma, logo ficou responsável por um conjunto de dossiês espinhosos, que tratavam das relações entre a Santa Sé e o Vietnã, Israel e a China.

Livre de panelinhas e pouco interessado na política italiana, Parolin conquistou a plena confiança do Papa Francisco e se tornou um dos seus colaboradores mais próximos.

Cardeal Beniamino Stella, formando padres ao estilo Papa Francisco

Escolhido entre os melhores diplomatas da Santa Sé, o Cardeal Beniamino Stella, prefeito da poderosa Congregação para o Clero, tem a responsabilidade vital de supervisionar os padres do mundo no atual pontificado. De uma família de doze irmãos e irmãs, cresceu sob a alçada da Igreja local tendo se envolvido com a Ação Católica.

Após completar os estudos na Pontifícia Academia, ficou encarregado de vários postos importantes. Durante a assembleia de Aparecida, do CELAM em 2007, Stella, então núncio apostólico (embaixador papal) na Colômbia, primeiro fez amizade com o papa, na ocasião ainda Dom Jorge Mario Bergoglio, de Buenos Aires.

No documento Ratio Fundamentalis, sobre o “Dom da vocação presbiteral”, publicado em 2016, o cardeal, hoje com 75 anos, apresenta um retrato do padre do futuro como sendo “capaz de unificar as dimensões humanas, espirituais, intelectuais e pastorais” da pessoa humana de uma maneira equilibrada.

Monsenhor Dario Edoardo Viganò, o comunicador

Como prefeito da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé, Viganò, italiano nascido no Rio de Janeiro em 1962, anulou os usos e costumes vaticanos com o seu desejo de racionalizar e modernizar os meios de comunicação (a Rádio Vaticano, o Osservatore Romano e a Sala de Imprensa da Santa Sé). Por outro lado, a sua abordagem de “supergerente” não conseguiu ganhar muita simpatia.

Na sequência de sua ordenação pelo Cardeal Carlo Maria Martini, de Milão em 1987, este imediatamente o designou para estudar as ligações entre fé e cinema. Assim, em 2004 tornou-se o presidente da comissão para avaliação de filmes da Conferência Episcopal Italiana, eventualmente sendo reconhecido por seu conhecimento de cinema, “a sétima arte”.

Em 2013, o Papa Bento o nomeou como chefe do Centro Televisivo Vaticano. Um mês depois, o papa alemão aposentou-se e o mundo pôde assistir ao vivo a sua partida de helicóptero para Castel Gandolfo. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br