Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.

Neste domingo lemos um trecho de um texto do discurso das despedidas que constituem as últimas palavras de Jesus a seus discípulos.

Quando uma pessoa sabe que vai morrer, como foi o caso de Jesus, procura dizer as palavras mais importantes. Sabe que essas palavras têm um sentido especial e serão escutadas de uma forma diferente e até retidas pelos ouvintes como o mais importante de sua vida.

Para demonstrar o amor a Jesus, os discípulos devem obedecer aos mandamentos. Lembremos que, para o judaísmo, a obediência aos mandamentos faz parte de sua tradição.

Mas Jesus em várias oportunidades tinha dito como era essa obediência aos mandamentos. Lembremos em João 13 quando disse aos discípulos: “Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos.” (João 13, 34-35)

Jesus expressa com muita clareza qual é esse mandamento que ele pede que obedeçam: é um novo mandamento. O amor deve manifestar-se no amor entre eles da mesma forma como Jesus os amou.

Não significa somente cumprir normas, mas é um amor espelhado como aqueles e aquelas que estão próximos aos discípulos. A entrega de Jesus é um convite a viver como ele, amar como ele e que a entrega da vida seja similar a sua!

Neste momento, Jesus oferece a seus discípulos e discípulas o “outro Advogado”, que permanecerá como para sempre ao seu lado. Jesus o chama de Paráclito: em grego a palavra Paráclito significa aquele que defende, que auxilia, que infunde ânimo, que alenta.

Jesus sabe da fragilidade de seus discípulos e discípulas e por isso conhece sua necessidade: eles/as não podem ficar órfãos. Eles precisam de um mestre interior que os guie e os conduza pelos trajetos do discipulado e que os defenda daquilo que leva à morte.

Um companheiro que os guie pelo caminho da vida e gere continuamente vida neles, porque dessa forma ele vive e também “vocês viverão”.

Todo grupo humano, toda comunidade eclesial, sofre ao longo de sua existência diferentes tipos de dificuldades e problemas internos e externos. Nas palavras que hoje Jesus dirige aos seus, e que ressoam na comunidade cristã atual, podemos encontrar o caminho e o auxílio para viver e superar as tensões.

O caminho é o amor, que busca atingir o patamar da generosidade de Jesus. Mas Ele sabe da fragilidade de seus seguidores, conhece também a nossa. Por isso, garante para eles e para nós que não ficaremos órfãos. O Espírito que Jesus nos concede é o mesmo que animou sua vida e missão desde o início.

Há muitas pessoas no mundo inteiro que sofrem diariamente ameaças de morte ou que já foram assassinadas por causa da sua religião e do evangelho. “Quantas pessoas são perseguidas por causa de sua fé, obrigadas a abandonar suas casas, seus locais de culto, suas terras, seus afetos!”,  Fonte: www.ihu.unisinos.br