Há 83 anos, no dia 20 de julho de 1934, o Padre Cícero Romão Batista nos deixava para ir ao encontro do Pai celestial.
É celebrado, nesta quinta-feira (20), em Juazeiro do Norte, os 83 anos de morte de Padre Cícero Romão Batista. É celebrado uma missão, em frente ao túmulo do religioso, com estimativa de mais de 30 mil fiéis.
O "santo” mais popular nascido no Nordeste, Padre Cícero Romão Batista, viveu 90 anos e morreu no dia 20 de julho de 1934, na nossa querida, Juazeiro do Norte, CE.
Ele nunca foi ordenado santo pela Igreja Católica mas, para o povo nordestino, nem precisa. Padre Cícero já é santo pelo que fez em vida e pelos milagres atribuídos a ele enquanto estava vivo e após a morte.
Natural do Crato (CE), após se instalar no povoado de Juazeiro do Norte (CE), ele desenvolveu intenso trabalho pastoral com pregação, conselhos e visitas domiciliares, como nunca se tinha visto na região. Dessa maneira, rapidamente ganhou a simpatia dos habitantes, passando a exercer grande liderança na comunidade, ainda no século XIX.
Paralelamente, agindo com muita austeridade, cuidou de moralizar os costumes da população, acabando pessoalmente com os excessos de bebedeira e a prostituição. Restaurada a harmonia, o povoado experimentou, então, os primeiros passos de crescimento, atraindo gente da vizinhança curiosa por conhecer o novo Capelão.
Um fato incomum, acontecido em 1º de março de 1889, o mesmo ano da Proclamação da República, transformou a rotina do lugarejo e a vida de Padre Cícero para sempre. Naquela data, ao participar de uma comunhão geral, oficiada por ele na capela de Nossa Senhora das Dores, a beata Maria de Araújo, ao receber a hóstia consagrada, não pôde degluti-la, pois a mesma transformara-se em sangue.
O fato aconteceu outras vezes, e o povo achou que se tratava de um novo derramamento do sangue de Jesus Cristo e, portanto, era um milagre autêntico. As toalhas com as quais se limpava a boca da beata ficaram manchadas de sangue e passaram a ser alvo da veneração de todos. Mas a Igreja Católica nunca reconheceu oficialmente o fato como um milagre e impôs punições ao Padre Cícero, inclusive o afastamento das funções, entre 1892 e 1916.
No final de 2015, o Vaticano perdoou as punições impostas ao Padre Cícero. A reconciliação é um passo definitivo para a reabilitação de Padre Cícero na Igreja Católica.