O que os leigos pedem aos seus sacerdotes, hoje? Nós escolhemos duas vozes, um homem e uma mulher, para responder a esta pergunta.
Interessante o que afirma Marco Tuggia, pedagogo e docente no seminário de Vicenza. Em sua opinião, o processo de formação dos novos padres deveria incluir três áreas.
A primeira é que o sacerdote precisa aprender a "deslocar-se do centro do palco", porque é fundamental que ele "aprenda a construir em conjunto com os outros as decisões a serem tomadas". O povo de Deus, de fato, não é desprovido de experiência e de saberes. O padre é chamado a "facilitar os processos de colaboração e co-projeto”.
A segunda área enfatizada por Tuggia, diz respeito "ao conjunto de competências necessárias para trabalhar concretamente em grupo". O sacerdote deve "saber se posicionar dentro de uma dimensão compartilhada", tanto com outros sacerdotes como com os leigos.
A terceira área contempla à capacidade de ouvir as pessoas: "O sacerdote deveria saber ouvir realmente, por estar livre da preocupação de ter que dar soluções". Mas isso vai exigir uma profunda transformação, porque ele "não seria mais obrigado a estar um passo à frente das pessoas da sua comunidade, mas, finalmente, ao seu lado".
Da mesma opinião é Gina Zordan, vice-presidente do setor de adultos da Ação Católica de Vicenza: "Os sacerdotes deveriam ser capazes de ouvir a vida dos leigos que estão em contato direto com a realidade", preenchendo assim aquela lacuna que às vezes é criada entre as noções adquiridas e a vida real.
Pelo que ouvimos, pode-se deduzir que o seminário é hoje um problema sério e que a formação que proporciona é um campo em reestruturação. Desses seminários saem os sacerdotes que orientarão as comunidades cristãs do amanhã. Abertos à modernidade, mas ancorados a determinados, irrenunciáveis "pontos fixos". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br