A relação de consumo da sociedade contemporânea, cresce a cada dia, em todas as classes sociais. O ser humano nasce consumista por natureza e ao crescer em um mundo capitalista, seus valores morais e sociais se confundem com o poder de consumo. O “ser” torna-se “ter”, não importando o que se precise fazer para alcançar as tão desejadas aquisições.

A vontade de consumir, não se esgota na aquisição, ela apenas satisfaz temporariamente, deixando a pessoa de se interessar pelo produto por algum tempo, e começa novo processo de vontade de adquirir novamente, como em uma cadeia: comprar, satisfazer-se, comprar novamente, satisfazer-se novamente.

Os exponenciais de conforto, prazer e lazer, se impõe com o objetivo de orientar os comportamentos. As relações de consumo têm sua natureza ligada ao comércio propriamente dito, com sua expansão e difusão nas relações de consumo. Ao longo do tempo passaram por um processo de aprimoramento ganhando grande importância na sociedade atualmente.

No início as relações eram diretas e pessoais, hoje são indiretas e impessoais, exemplo são as aquisições pela internet. Este mercado vem crescendo e as pessoas de todas as classes sociais se inserindo nele. Em um estudo de mercado os fornecedores concluíram que as classes B e C são as que mais vêm adquirindo produtos pela internet. Reportagem da revista Exame, A classe C cai na rede, “demonstra que cada vez mais comuns no enorme contingente que hoje compõe a classe C, uma massa de 95 milhões de brasileiros com renda familiar entre 1.126 e 4.824 reais por mês, segundo critério da Fundação Getúlio Vargas.”

A mudança de comportamento social levou as pessoas a se conectarem a internet, principalmente de suas residências, transformando as relações virtuais semelhantes as relações que permeiam seus cotidianos, ou seja, nas comunidades mais carentes as pessoas se ajudam virtualmente, indicando produtos, serviços e promoções, como fazem por costume.

Ainda, as empresas ressaltam que as campanhas publicitárias virtuais são mais baratas do que as habituais, feitas em mídia impressa e falada, investindo suas propagandas em sites e redes sociais. O facilidade de acesso aos produtos e a confiança no recebimento de produtos também aqueceu o mercado de consumo virtual.

Na mesma reportagem da revista Exame, trás a historia do taxista Isaías da Silva, que após comprar um celular com acesso a internet que levou seus clientes agendarem corridas de táxi por e-mail, aumentando em 65% as corridas do taxista, diz ele “mudei até meu padrão de consumo. Há um mês viajei com minha família para a Argentina.”

Pesquisadores apontam o grande consumo emocional das pessoas que esbanjam bens e serviços adquiridos com o propósito de demonstração de status.

Um dos mais polêmicos pensadores da atualidade, Lipovetsky realizou estudo comportamental da sociedade contemporânea. Para o autor a felicidade é o valor máximo, mas que transmite inquietações ao espírito. Há o surgimento do hiperconsumismo, o qual o autor chama de felicidade paradoxal, título de seu livro.

A cada dia o mercado vem se aprimorando na satisfação pessoal dos consumidores que se contrapõe a figura do hedonismo contemporâneo. As pessoas têm acesso ao ter, ao comprar, ao obter, porém não se satisfazem por completo, pois tem a aspiração em ser. Buscam prazeres sensoriais, gozando dos prazeres da vida, com coisas supérfluas, um bem estar de massa com a lógica de dispêndios para a auto-afirmação social.

Em seu livro, propõe uma reavaliação da formação do indivíduo. O consumo em massa tornou-se o carro chefe das empresas de publicidades que analisaram o mercado que atuam com pesquisas dentro das classes e constatou que faz parte da vida das classes B e C, o consumo exacerbado, “o consumo conservou um forte potencial de prestigio, não deixando os objetos de ascensão e de integração social, vetores de consideração honorifica.”

Cada vez mais o consumidor se interessa por diferentes formas de satisfação pessoal, não se importando o quanto custe para satisfazer seus desejos consumistas. Lipovetsky chama de “corrida aos prazeres” o consumo de status, que limita-se a aquisição de bens duráveis sob a égide hegemônica. Diversos produtos voltados ao consumismo juvenil, ligadas a liberdade e mobilidade, como exemplo as televisões 3D, que trazem para dentro das residências a sensação de estar dentro dos filmes, em uma euforia lúdica e frívola.

O consumismo intimizado trás a extrema diversificação de ofertas ao público, com novidades lançadas dia a dia. A chegada do hiperconsumismo, que tem seu pilar subjetivo e emocional, motivado por aspirações privadas. As pessoas querem objetos para exibir, como pavões nesta sociedade capitalista. Na busca do reconhecimento tentam se afirmar, em lutas de concorrência, para Lipovetsky, “começa a civilização do hipoconsumismo, esse império em que o sol da mercadoria e do individualismo extremo não se põe jamais.”

Desde a idade media surgiu o gosto pela novidade, principalmente pela moda. Já não se tem mais distinção de camadas sociais, todos buscam incansavelmente o novo, o diferenciar-se. Ainda, não apenas nas classes sociais, mais nas diferentes faixas etárias. Surge o amor pelo novo, apetites experimentais, sendo que o gosto pela moda vai além de vestir-se e sim se demonstrar. A mídia insere na vida das pessoas novas necessidades. A cada década surgem novos produtos trazendo ao ser humano a necessidade de adquiri-los, devido as propagandas de marketing, que tornam os produtos essenciais. Exemplo disso são os celulares, que se tornaram essenciais na vida das pessoas, apesar de ainda muitas pessoas não utilizarem por opção própria, bem como atualmente os celulares com acesso a internet, cada vez mais e mais a lojas vendem e as pessoas cada vez mais “precisam” de um celular com acesso a internet.

Tornou-se um consumo emocional, o marketing louva o processo de persuadir os consumidores, fazendo com que vivam experiências afetivas, chamado de marketing sensorial ou experimental. É a hora da atratividade sensível e emocional, deixando pra trás o marketing tradicional de funcionalidade. As lojas investem em decorações lúdicas e sensoriais. As pessoas de tempos mais antigos não precisavam de máquinas de lavar, micro ondas, liquidificador, e tantos outros eletrodomésticos que não vivemos mais sem.

O consumo emocional trouxe o triunfo das marcas e das aparências. A publicidade em torno de produtos e seus benefícios funcionais, difundem valores, não no sentido literal, mas transparecem um realidade objetiva, os produtos são diferenciais e as marcas seduzem e fazem vender. Quem no mundo não conhece, já ouviu falar ou bebeu coca cola?! A marca difundiu pelo mundo a fora, afirmou-se no mercado consumista e se tornou não apenas uma bebida, mas um marca. Não se vendem mais produtos, mas sim um conceito, um estilo de vida e uma construção de  identidade.

No livro a Felicidade Paradoxal, o autor cita “em sociedade de hiperconsumo, a solução de nossos males, a busca da felicidade, se abriga sob a égide da intervenção técnica, do medicamento, das próteses químicas.”  O hipermaterialismo médico expandiu as técnicas destinadas a prolongar a vida. As mulheres em busca da juventude eterna se submetem a procedimentos estéticos e cirúrgicos não importando quanto custem, em busca da “farmácia da felicidade” tende a diminuir-se a antiga centralidade.

O consumo é o novo ópio do povo destinado a compensar o tédio do cotidiano, a infelicidade e a solidão. A máxima “sofro, logo compro” ressaltada no texto Consumo, Tempo e Jogo, nos diz que “quanto mais o individuo está isolado ou frustrado, mais busca consolos nas felicidades imediatas da mercadoria.”

Um paliativo aos desejos frustrados da sociedade, preenchendo um vazio, suprimido por idas aos shoppings, lojas, em gastar e adquirir produtos, o sonho de todos é um cartão de crédito sem limite de gastos.

Surgem empresas de entretenimento que fornecem realização de sonhos, como dirigir uma Ferrari, pular de pára-quedas, ou até em acontecer coisas programadas pela empresa sem que a pessoa saiba. O consumo não é uma manifestação indireta de desejo, é uma forma de consolo, funciona como um agente de experiências emocionais.

O lazer da experiência é a nova mania da sociedade atual. Hotéis remontam cenários históricos, com guerras medievais, dinossauros, sensações lúdicas de  realidades , de quebras de rotinas. Para Lipovetsky “no presente, o tempo reservado aos lazeres e a sociabilidade representa 30% do tempo desperto dos maiores de quinze anos e ultrapassa o tempo destinado aos trabalhos domésticos”

Um novo capitalismo surge centrado no divertimento e nas mercadorias culturais, e não na produção material. O hipoconsumismo busca menos a posse das coisas por si, mas uma experiência única, em realizar sonhos com prazeres na “embriaguez das sensações e das emoções novas: a felicidade das pequenas aventuras, previamente estipuladas, sem risco nem inconvenientes.

Não se diga que as pessoas se contentam com pouco, apenas se conformam com o pouco e almejam realizar seus sonhos, buscando para isso trabalhar cada vez mais. O consumo hedonista está intimamente ligado as propagandas comerciais, generalizado a economia material e a economia psíquica. As necessidades básicas são satisfeitas, mas mostra-se cada vez mais interessado em prazeres renovados.

Altemir Farinhas é administrador de empresas e especialista em saúde financeira. Ela presta consultoria e assistência para empresas ele também é autor do livro- A Cura, e fala mais sobre o assunto.

Livro “CURA! Há solução para sua vida financeira.”

Ao ler este livro, você vai confirmar o fato de que muitas pessoas passam por problemas idênticos aos seus e, nesse caso específico, muitos desses problemas referem-se a dinheiro. Aquelas que venceram as dificuldades aprenderam com os erros e não se curvaram diante da tempestade. Todos os vencedores viveram momentos de medo, indecisão e angústia. Venceram porque não desistiram, porque viram uma linha de chegada, um objetivo. Venceram porque deram o primeiro passo. (Altemir Farinhas). Fonte: https://cenacult.wordpress.com