Uma situação inusitada mobilizou a pequena cidade de Delmiro Gouveia, no sertão de Alagoas, nesta sexta. A família da jovem Jéssica Lima, de 23 anos, que havia falecido na quinta-feira vítima de uma infecção generalizada, suspendeu o enterro e chegou a retirar o corpo do caixão por acreditar que ela ressuscitaria.

Segundo a Polícia, os pais da jovem, evangélicos e muito religiosos, ficaram inconformados com a morte de Jéssica, e acreditaram quando outros parentes disseram que o corpo da jovem não estava gelado ou rígido e que teriam visto ela se mexer. Além disso, outra parente, também evangélica, afirmou ter feito orações e recebido a resposta de que a jovem ressuscitaria no dia seguinte.

Segundo o policial civil Fabiano Menezes, da Delegacia Distrital de Delmiro Gouveia, dois médicos foram levados até a casa da família, onde ocorria o velório, para examinar o corpo e reforçaram que ele apresentava todas as características de um cadáver. A família apenas concordou em prosseguir com o enterro quando algumas partes do corpo de Jéssica já aparentavam estar em estágio de decomposição.

— A jovem já saiu do hospital com o laudo de morte e não havia do que duvidar, mas a família, muito ligada a princípios religiosos, acabou se agarrando a ideia de um milagre. O que pode ter acontecido, por exemplo, é o corpo ter liberado algum gás, o que é normal. E como o corpo saiu do hospital e não foi examinado no IML, quando alguns órgão chegam a ser retirados, a impressão que eles tinham é de que o corpo estaria pronto para volta à vida — explicou Menezes.

Após muitas discussões, e ainda contra a vontade da família, Jéssica foi enterrada por volta das 17h do mesmo dia, oito horas após o previsto. O carro onde o caixão foi levado foi acompanhado não só por familiares como também outros moradores, curiosos para saber como terminaria a história. Fonte: https://extra.globo.com

(Com pesquisa e informação do correspondente do olhar, Frei Reinaldo Paraíso, O. Carm /RJ).