O fato ocorreu em São Caetano do Sul (SP). Menina atirou no próprio ouvido oito meses após a morte da mãe
Uma menina de 10 de anos tirou a própria vida neste domingo (17/3), com um tiro no ouvido, usando uma arma de fogo seu pai. O fato ocorreu em São Caetano do Sul, cidade do grande ABC paulista. As informações são do jornal Repórter Diário.
Os policiais da Guarda Civil Municipal (GCM) foram acionados por volta das 9h. Quando chegaram ao local, no bairro São José, a menina já estava morta. O atentato contra a própria vida cometido pela criança acontece em meio a toda discussão sobre a flexibilização do porte de armas após a tragédia ocorrida na escola Raul Brasil, em Suzano (SP), quando dois adolescentes invadiram o colégio e atiraram contra alunos e professores.
De acordo com informações do pai da criança, ele se preparava para tomar banho quando a garota foi até o quarto e pegou a arma que estava sem munição. As balas, segundo ele, foram colocadas no equipamento pela própria criança. Ao ouvir o tiro, o pai correu, mas, segundo contou à polícia, já encontrou a menina no chão.
A polícia encontrou na casa duas cartas escritas pela menina. O teor não foi revelado e está sob investigação. De acordo com vizinhos, a mãe da menina morreu há oito meses.
O pai da criança é funcionário público. A arma, datada de 1992, estava no nome do pai, mas não encontrava-se com situação regular.
Pelas redes sociais, o prefeito do município, José Auricchio Júnior (PSDB), lamentou o fato. “Deixo minha solidariedade à família e aos amigos da menina que deu fim à própria vida hoje pela manhã, no bairro São José. Meus sentimentos a todos. São Caetano do Sul em luto”, disse o prefeito.
O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos ou tentativas de suicídio que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social, porque esse é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o assunto não venha a público com frequência, para o ato não ser estimulado. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.
Depressão, esquizofrenia e uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida – problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.
Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar você. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias. Fonte: www.metropoles.com