(Foto: Protesto reúne multidão em Salvador — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia)
Em oposição à reforma da Previdência e aos cortes anunciados na Educação, população vai às ruas do País na quarta-feira 15
Esta quarta-feira 15 deve receber a maior mobilização popular dos primeiros cinco meses do governo Bolsonaro. No Dia Nacional em Defesa da Educação, reações contrárias à reforma da Previdência e aos cortes anunciados para os institutos e universidades federais devem levar milhares para as ruas do País e conflagrar uma greve nacional dos trabalhadores em Educação.
O ato unificado, convocado pelas maiores entidades estudantis e sindicais do País, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), deve receber a participação de diversos setores da sociedade, como professores, estudantes e trabalhadores em geral, e já tem desdobramentos em vários estados e capitais pelo País.
Em nota, a UNE declarou que “o governo usa o corte no setor como moeda de troca para aprovar a reforma da Previdência, assim como transformou o MEC em uma verdadeira máquina ideológica de perseguição”. A entidade afirma que esse é o momento com mais ataques à Educação na história da recente democracia brasileira.
Em São Paulo, a mobilização vai acontecer a partir das 14 horas no Masp, na Avenida Paulista. O Conselho de Reitores de Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), que reúne os reitores da USP, Unicamp e Unesp, soltou uma nota convocando a comunidade acadêmica a debater as questões relativas à ciência e tecnologia no Brasil. As três instituições estão na mira da CPI das Universidades Públicas, criada na Assembleia Legislativa de São Paulo sob o pretexto de investigar possíveis gastos excessivos pelas instituições, além de um possível “aparelhamento de esquerda”.
“As universidades públicas estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp) integram o sistema público de universidades brasileiras, respondem por mais de 35% da produção científica nacional e são responsáveis por 35% dos programas de pós-graduação de excelência no País. Interromper o fluxo de recursos para estas instituições constitui um equívoco estratégico que impedirá o País de enfrentar e resolver os grandes desafios sociais e econômicos do Brasil”, declarou o Cruesp em nota.
Também estão confirmadas no ato em São Paulo a Universidade Federal de São Paulo, a Universidade Federal do ABC e a Universidade Federal de São Carlos. Escolas particulares também sinalizaram adesão à paralisação, caso da escola Nossa Senhora da Graça (Gracinha), Politeia Escola Democrática, Colégio Equipe, Colégio Oswald de Andrade, entre outras. No Oswald de Andrade, estudantes enviaram uma carta à direção e aos pais sinalizando o interesse de participar da manifestação. A unidade cancelou excursões marcadas para a data.
No Rio de Janeiro, estão confirmadas a Universidade Federal Fluminense, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Somam à lista escolas particulares como Colégio Andrews, Escola Parque e Colégio Santo Agostinho Leblon, entre outras.
Também marcam presença na paralisação a Universidade de Brasília (UNB) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) que, juntamente com a UFF, no Rio de Janeiro, foram acusadas pelo ministro Abraham Weintraub de não terem bons rendimentos educacionais, além de promoverem “balbúrdia”.
Esse foi o critério utilizado por Weintraub para justificar um corte orçamentário que, inicialmente, recairia apenas sobre essas instituições. Após mal estar generalizado, o MEC resolveu estender o corte a todos os institutos e universidades federais.
Uma lista divulgada pela UNE reúne as principais manifestações pelo País.
RIO GRANDE DO SUL
-Porto Alegre, FACED-UFRGS, 18h
– Caxias do Sul, Praça Danti Alighieri, 17h30
-Viamão, Centro de Viamão, 16h
SANTA CATARINA
-Florianópolis, Praça Central, 15h
-Chapecó, Praça Coronel Bertaso, 9h30
-Araranguá, saída da UFSC e do IFSC às 9h em direção ao centro da cidade
-Blumenau, em frente ao Carlos Gomes, 14h30
PARANÁ
-Curitiba, Praça Santos Andrade, 9h
-Cascavel, em frente à Catedral, 9h
-Londrina, calçadão de Londrina, 10h
-Guarapuava, praça 9 de dezembro, 9h
-Irati, esquina do supermercado GCenter, 9h
SÃO PAULO
-São Paulo, MASP, 14h;
-Sorocaba, Praça Cel Fernando Prestes, 9h
-São Carlos, Praça Coronel Salles, 9h
-Ribeirão Preto, Av. do Café e marcha até a Esplanada do Teatro Pedro II, 7h.
-Bauru, Câmara municipal, 9h
-Campinas, Largo do Rosário, 10h30
MINAS GERAIS
-Juiz de Fora, Parque Halfeld, 16h
-Diamantina, Largo Dom João, 15h
-Belo Horizonte, Praça da Estação, 9h30
-Araçuaí, Concentração na IFNMG, 7h
-Montes Claros, Praça do Automóvel Clube, 16h
-Itajuba, Praça central, 18h
-Frutal, calçada JB2, Centro 15h
– Lavras, Praça dos Bancos, 10h
-Mariana, ICSA da UFOP, 15h
RIO DE JANEIRO
-Rio de Janeiro, Candelária, 15h
DISTRITO FEDERAL
-Brasília, Museu da República, 10h
GOIÁS
-Goiânia, Praça Universitária,14h
Fonte: www.cartacapital.com.br