Uma senhora de 64 anos, desempregada, achou uma carteira com R$ 1.140 e foi ao banco devolver o dinheiro a quem pertencia. Ao perceber que junto ao valor havia um cartão da Caixa Econômica, Helena Maria do Nascimento, de 64 anos, não pensou duas vezes sobre o que deveria fazer. Sem dinheiro para pagar uma passagem de ônibus, a moradora de Barros Filho, na Zona Norte do Rio, caminhou a pé por cerca de 20 minutos para chegar até a agência, em Deodoro, e fazer o depósito para a titular da conta.

Uma senhora de 64 anos, desempregada, achou uma carteira com R$ 1.140 e foi ao banco devolver o dinheiro a quem pertencia. Ao perceber que junto ao valor havia um cartão da Caixa Econômica, Helena Maria do Nascimento, de 64 anos, não pensou duas vezes sobre o que deveria fazer. Sem dinheiro para pagar uma passagem de ônibus, a moradora de Barros Filho, na Zona Norte do Rio, caminhou a pé por cerca de 20 minutos para chegar até a agência, em Deodoro, e fazer o depósito para a titular da conta.

O caso aconteceu na última sexta-feira e a gerente do banco, sensibilizada, pediu para gravar o depoimento dela sobre a atitude e pagou um Uber para que voltasse com mais conforto para casa. Helena Maria contou ao EXTRA que fez "o que era justo" e que ficou "com o coração aliviado" após devolver o dinheiro.

- Estou desempregada, mas aquele dinheiro não era meu. Além disso, ela (a correntista) pode estar precisando mais do que eu. Fiquei feliz por achar a carteira com o cartão junto, identificando a pessoa, porque só assim eu poderia devolver para a verdadeira dona - afirmou ela.

Helena contou que estava saindo de casa para ir ao banco, a pedido de uma amiga, com o objetivo de obter informações sobre o benefício social de R$ 600, pago pelo Governo Federal por conta da pandemia. Ao longo do caminho, no entanto, encontrou a carteira no chão e decidiu voltar para casa.

- Eu tinha acabado de sair, então voltei para casa para pensar como poderia devolver aquele dinheiro. Como eu só tinha o suficiente para pagar uma passagem de ônibus, tive que escolher entre usar na ida ou na volta. Preferi ir a pé e voltar de ônibus. Acabou que nem foi preciso - disse ela.

Nascida em Pernambuco, Helena chegou ao Rio com os irmãos aos 5 anos, trazida pelos pais, um ferroviário e uma dona de casa. Hoje, ela mora com uma das suas irmãs em uma pequena casa, à beira da Avenida Brasil, que sofre ameaça de despejo por conta de um trecho da obra do BRT Transbrasil.

Ela ficou desempregada há cerca de um ano, quando pediu demissão do emprego de operadora de caixa em um supermercado para cuidar da mãe, que sofria de Alzheimer e faleceu no dia 29 de fevereiro, aos 95 anos. Para ajudar a pagar as contas, ela passou a fazer faxinas e outros bicos. Apesar de viver no aperto em relação às obrigações financeiras, Helena ficou satisfeita de poder dar o exemplo para a família.

- Tenho dois filhos e uma netinha de 17 anos. Ela chorou ao ver o vídeo com o depoimento que eu gravei - contou.

 

Correntista aliviada

O valor perdido pertencia a Daniele dos Santos Rosa da Silva, de 32 anos, que também mora em Barros Filho. Naquele dia, ela sacou o bolsa-família, no valor de R$ 1.200, e passou no mercado para fazer compras. Ao voltar para casa, percebeu que havia perdido a carteira.

- Quando saí do mercado, botei tudo dentro da bolsa. No meio do caminha a bolsa rasgou, acho que por causa de um pote de manteiga, e quando cheguei em casa vi que estava sem a carteira. Refiz o trajeto para ver se conseguia achar pelo menos o cartão. Não achei e voltei para casa muito nervosa e passando mal - contou ela.

Após se acalmar, Daniele decidiu ir até a agência da Caixa para cancelar o cartão. Porém, ao consultar o saldo da conta no aplicativo do banco, percebeu que o valor havia sido depositado na conta dela.

- Eu já tinha dado o dinheiro como perdido. Quando verifiquei meu saldo, ele estava todo lá. Senti meu coração aliviado e rezei bastante para agradecer à pessoa que fez isso por mim. Se um dia eu encontrar a dona Helena Maria, vou agradecer demais, porque ela foi uma boa alma - afirmou. Fonte: https://extra.globo.com