NELSON MOTTA

Inglês de Felipe Neto fez babar de inveja o ex-futuro embaixador

Ele tem mais leitores do que todos os grandes jornais brasileiros juntos. E todos os blogueiros políticos. E quase todas as televisões. Um espetacular poder de fogo de 39 milhões de seguidores fiéis, sonho impossível de qualquer político. Deixa na poeira os que seguem o 01, 02 e 03, juntos. Com 32 anos, o ex-palhaço infantil e ex-blogueiro de adolescentes Felipe Neto se mostrou adulto e maduro com o vídeo de sua excelente entrevista ao “New York Times”, expondo, com clareza e objetividade, em inglês perfeito, o desastre do governo Bolsonaro.

O gabinete do ódio espumou. Seu inglês fez babar de inveja o ex-futuro embaixador em Washington. No Twitter, Felipe só fala de política, mas não tem partido, e tem 12 milhões de seguidores, seis vezes mais que Carluxo. No YouTube, onde começou há dez anos, ficou milionário fazendo palhaçadas para crianças e adolescentes, que cresceram com ele e hoje são eleitores. São 39 milhões, e Bolsonaro mal chega a cinco. Felipe nasceu na Zona Norte do Rio, em família paupérrima, mas estudou em bons colégios e, com o tempo, se interessou por filosofia, sociologia e política. Amadureceu sem perder a juventude e o humor. É um fenômeno que muita gente está acompanhando com interesse e simpatia. Como eu e meu neto.

Felipe virou alvo preferencial das milícias virtuais e seus robôs com a mais abjeta e tosca das acusações: um tuíte falso que o ligava a pedofilia. Não colou. Ganhou mais meio milhão de seguidores. O ódio emburrece as pessoas. Quanto mais baterem, mais ele vai crescer e se tornar influente para uma massa colossal de seguidores, e suas opiniões vão reverberar em outras mídias. O gabinete aprendeu a máxima digital “quem com as redes fere, pelas redes será ferido”.

Entrevistado por Pedro Bial, Leandro Karnal e no “Roda Viva”, Felipe foi apertado, mas se saiu muito bem, ganhou respeito por sua inteligência, clareza e independência. Mostrou ter consciência da responsabilidade de seu papel. Um influenciador, querendo ou não, é um líder. Fonte: https://oglobo.globo.com