Adolescente mata os pais e a irmã em SP por ficar sem computador e celular

Segundo a polícia, ele usou a arma do pai, que era guarda municipal, e ficou em casa com os corpos no final de semana

 

Policiais militares e agentes da GCM em rua onde os crimes aconteceram, na zona oeste de SP - Reprodução/TV Globo

 

Francisco Lima Neto

SÃO PAULO

Um adolescente de 16 anos matou a tiros os pais adotivos e a irmã depois de uma discussão em família. Ele teria ficado com raiva porque os pais tiraram seu computador e celular. O crime aconteceu na Vila Jaguara, na zona oeste de São Paulo, na sexta-feira (17), mas só foi descoberto na noite de domingo (19), quando o jovem ligou para a polícia e contou o que havia acontecido.

Segundo o boletim de ocorrência, o adolescente relatou que sempre teve desentendimentos com os pais adotivos. Na quinta-feira (16), houve uma nova discussão e, de acordo com o depoimento do jovem, os pais o chamaram de vagabundo e tiraram o celular dele, o que o impediu de fazer uma apresentação da escola. Por isso, planejou as mortes.

O jovem sabia onde o pai —um guarda civil de 57 anos que trabalha no interior de São Paulo— guardava a arma. Ele a pegou e fez um teste atirando na cama dos pais, enquanto estava sozinho em casa, na sexta-feira.

Ainda de acordo com o registro policial, por volta das 13h30, o pai chegou em casa depois de buscar a filha de 16 anos na escola. O jovem, então, o baleou pelas costas na cozinha. Em seguida, foi ao andar superior da casa e atirou na irmã.

O adolescente, em seu relato à polícia, afirma que ainda voltou para a cozinha e almoçou. Na sequência, foi para a academia e retornou para casa para aguardar a chegada da mãe.

O adolescente conta que, por volta das 19h, abriu o portão para a mãe e atirou nela.

Ao longo do final de semana, o adolescente manteve a rotina, saindo para ir à academia e à padaria para comprar comida.

Na noite de domingo (19), o filho ligou para a polícia para comunicar os crimes. O adolescente afirmou que já tinha pensado em matar os pais em outras ocasiões, mas não chegou a elaborar o plano, e que teve de matar a irmã porque ela estava no local.

Segundo o boletim de ocorrência, o adolescente afirmou que não se arrependeu dos crimes.

De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), o caso foi registrado no 33º DP (Pirituba) como ato infracional de homicídio e feminicídio; ato infracional de posse ou porte ilegal de arma de fogo e ato infracional de vilipêndio a cadáver.

O adolescente foi apreendido e encaminhado para a Fundação Casa. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br