Quantidade é a maior desde 1980, quando ministério começou a contagem
RIO- O surto de febre amarela bateu recorde histórico durante a semana. Até agora, foram confirmados 101 casos da doença, 18 a mais do que em 1980, quando o Ministério da Saúde iniciou a contagem anual. Quarenta e três óbitos tiveram ligação confirmada com a doença — em 2000, foram 40. Segundo o Ministério da Saúde, estão em investigação 442 casos, e 26 foram descartados.
O número pode ser ainda maior, já que o boletim da pasta é atualizado apenas uma vez ao dia e, muitas vezes, os estados divulgam suas notificações após a veiculação da contagem do ministério.
A enfermidade já foi registrada em seis estados e no Distrito Federal. Minas Gerais concentra a grande maioria dos casos notificados — 504 dos 555 — e também dos confirmados— 97 de todos os 101. Para estimar o número de casos em cada estado, o ministério considera a unidade da federação onde o paciente provavelmente contraiu a doença.
'NÃO HÁ MOTIVO PARA PÂNICO'
A Secretaria estadual de Saúde de Goiás divulgou ontem a suspeita de três novas ocorrências. Um dos pacientes, de 58 anos, morreu em Brasília. Os outros são uma grávida, que está internada, e um andarilho, que veio de Minas Gerais. Todos tinham sintomas que poderiam estar ligados a outras doenças. A definição se de fato contraíram febre amarela será disponibilizada apenas na semana que vem.
Gerente de vigilância epidemiológica da SES-GO, Magda Carvalho enfatizou que o estado é endêmico para febre amarela. Por isso, 94% da população já está vacinada e protegida.
— Não há motivo para pânico. Quem já tomou duas doses ao longo da vida está imunizado. Mas algumas pessoas estão procurando novas vacinas, e isso pode inclusive comprometer sua saúde — alerta. — Outro efeito adverso é de que, desta forma, não haverá vacinas para o resto da população e para visitantes de outros estados.
Segundo Gustavo Brêtas, infectologista da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), há uma possibilidade “assustadora” de que seja registrada a forma urbana da doença, erradicada na década de 1940.
— Até o momento, os registros são apenas da forma silvestre. Por isso, é importante aumentar a cobertura vacinal nas zonas rurais — explica. — A possibilidade de ocorrer um caso de transmissão urbana é cada vez maior. Fonte: http://oglobo.globo.com