Carro dirigido por dentista capotou após bater em uma capivara e foi parar dentro de represa. Rapaz e a namorada conseguiram sair do veículo pelo teto solar, mas ele desapareceu na água.
Ao saber da morte do filho por afogamento após um acidente de trânsito na noite deste domingo (22) entre São Joaquim da Barra (SP) e Guará (SP), o pai do dentista Luan Farchi, de 30 anos, entrou em desespero. Há 17 anos, Paulo Sérgio Farchi perdeu a filha, então com 11 anos, afogada em açude durante uma festa de confraternização. Nesta segunda-feira (23), ao acompanhar os trabalhos de resgate, Farchi não se conteve ao reviver todo o sofrimento.
“Infelizmente, nós perdemos dois filhos da mesma forma: na água. Eu não desejo essa dor para nenhum pai”, disse.
Capotagem e afogamento
O acidente aconteceu na Rodovia Prefeito Fábio Talarico (SP-345), quando Luan e a namorada Letícia Menegheti, de 19 anos, seguiam de Barretos (SP), onde os pais dele moram, para Franca (SP). Ao passarem pelo km 79, uma capivara atravessou a frente do carro e o dentista perdeu o controle da direção.
O veículo capotou, desceu um barranco e foi parar dentro de uma represa. Segundo Arnaldo Farchi, tio de Luan, o casal conseguiu sair do carro pelo teto solar, mas não sabia nadar.
“Os dois estavam em pé em cima do carro e alguém que estava atrás parou para ajudar a socorrer. Conseguiu socorrer a menina e ele [Luan] ficou esperando em cima do carro, mas quando foi socorrer, ele já tinha afundado e não conseguiram mais encontrá-lo.”
Os bombeiros deram início às buscas ainda durante a noite, mas Luan só foi localizado na manhã desta segunda-feira, já sem vida. A cachorrinha da vítima, que também estava no carro, conseguiu se salvar e foi achada pela manhã às margens da represa. O corpo do dentista foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Ituverava (SP).
Sofrimento
Abalado, o pai disse que é difícil superar o sofrimento de perder o segundo filho por afogamento. A filha do meio morreu em dezembro de 1999, quando participava de uma confraternização de fim de ano da escola.
Na época, segundo Paulo Sérgio, o jovem havia viajado junto com a irmã, um ano mais nova, para tomar conta dela, mas se distraiu com o videogame enquanto a menina foi nadar com colegas em um açude. Outras duas pessoas que tentaram socorrer a adolescente também morreram.
“Está todo mundo inconformado, porque da outra tragédia ele [pai] não se recuperou até hoje. Imagine mais uma situação dessas? Um moço novo, formado em odonto e já trabalhando em Franca e com uma carreira profissional maravilhosa”, lamentou o tio da vítima. Fonte: https://g1.globo.com