Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Padre Carmelita e Jornalista.

Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 5 de maio-2022.

 

Neste domingo, se a gente não aprisionar o Espírito Santo em nossas ideias conservadoras e em nosso mundinho e grupinhos fechados recheado de conceitos e pré-conceitos, mas ao contrário, nos abrir ao ruah, o vento ou sopro de Deus, o hálito de vida porque, “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (1 Coríntios 12,7). Talvez seja Pentecostes, afinal, Ele sopra onde quer.

 

Neste domingo, se a gente abrir o coração e deletar o ódio que corrói as nossas relações - seja no campo social, profissional, político ou religioso- talvez seja Pentecostes, por que a sua presença em nossa vida não é ódio, fake News e violência, ao contrário, viver segundo o Espírito é saborear os seus frutos- digo; o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio, afinal, Ele sopra onde quer. ((Gl 5: 22-23)

  

Neste domingo, se a gente se livrar da religião mercadológica e lucrativa onde tudo pode em nome do aumento da nossa conta bancária, do Ibope e dos likes nas mídias sociais, mas acreditar que de fato hoje nasceu a Igreja (Atos dos Apóstolos 2,1-11). Talvez seja Pentecostes e, esse Sopro Divino venha limpar a nossa mente poluída com ideias produtivas, lucrativas, afinal, Ele sopra onde quer

 

Neste domingo, se a gente abrir a nossa mente para o Espírito Santo, talvez seja Pentecostes e  teremos Fortaleza para vencer as adversidades da pandemia do novo coronavírus, usaremos a Sabedoria na hora dizer sim ou não, pautaremos a nossa leitura bíblica com a Ciência Divina, teremos o Conselho como companheiro em nossas relações, seremos homens e mulheres capazes de nos abrir ao Entendimento, pautaremos a nossa fé na Piedade autêntica e verdadeira e, às 24 horas, teremos o Temor de Deus, afinal, Ele sopra onde quer

 

Neste domingo, se a gente não aproveitar da devoção ao Divino Espírito Santo para continuar apoiando os velhos coronéis da política neste ano eleitoral, talvez seja Pentecostes e, nos comprometendo com a justiça social, a defesa do planeta terra neste Dia Mundial do Meio Ambiente- a nossa casa em comum- possamos assumir o nosso protagonista de cidadãos conscientes. Afinal, Ele sopra onde quer.  

 

Neste domingo, se a gente gritar contra a injustiça social, a violência, o desemprego, o fanatismo político e a fome em nossa cidade e, de mãos dadas, construirmos a nossa história inspiradas na Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo caminhando na Unidade enquanto cristãos porque “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (1 Coríntios 12,7). Talvez seja Pentecostes. Afinal, Ele sopra onde quer.  

 

Neste domingo, se a gente não esquecer que recebemos a ação do Espírito Santo em nossa vida através do batismo e da Crisma: “Recebereis o poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra. (At 1, 8) e que, cheios do Espírito, não vamos ter medo de estender as mãos e abrir os nossos corações para os jovens- nossos filhos e netos- no mundo da droga e do tráfico em nossa cidade- acolhendo, compreendendo e encarando de frente essa realidade que domina as nossas famílias – muitas delas igrejeiras e devotas. Talvez seja Pentecostes, afinal, Ele sobre onde quer.