Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista.
Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 3 de novembro-2017.
Naquele túmulo frio
Descansa um homem que em vida aqueceu vidas
Naquele túmulo prisioneiro de corpos
Descansa um homem que libertou vidas
Naquele túmulo escuro e cinzento
Descansa um homem que iluminou uma família
Se ele é santo? É sim, senhor!
Naquele túmulo com o lenho da cruz
Descansa um homem temente a Deus
Naquele túmulo simples
Descansa um homem que valorizou as pequenas coisas
Naquele túmulo silencioso
Descansa um homem que valorizou as palavras
Se ele é santo? É sim, senhor!
Naquele túmulo de ossos e lagrimas
Descansa um justo que fez da justiça o seu hino
Naquele túmulo de terra e barro
Descansa um agricultor que da terra tirou o seu ganha pão
Naquele túmulo de fétidas carnes
Descansa um homem que, com suor e lagrimas, uniu uma família
Se ele é santo? É sim, senhor!
Naquele túmulo simples
Descansa um homem que valorizou as pequenas coisas
Naquele túmulo com pedras e terra
Descansa um homem que abriu caminhos
Naquele túmulo de mistério incompreensível
Descansa um homem que foi um livro aberto
Se ele é santo? É sim, senhor!
Naquele túmulo sem brilho e sem cor
Descansa um homem que deu cores a vida
Naquele túmulo impenetrável
Descansa um homem misericordioso, atencioso e amigo
Naquele túmulo símbolo do desengano da vida
Descansa um homem que fez da vida um canto de louvor
Se ele é santo? É sim, senhor!
Naquele túmulo expressão do nada
Descansa um homem que fez tudo por todos
Naquele túmulo berço sepulcral
Descansa um homem que cativou vidas com um sorriso
Naquele túmulo de silêncio perpétuo
Descansa um homem silencioso, atencioso e sincero
Se ele é santo? É sim, senhor!
O seu nome é Manoel Artur de Miranda.
*Manoel Artur de Miranda (*15/10/1930 + 03/11/2016)