SEGUNDA-FEIRA 14: HOMILIA DO PAPA: “Nosso destino é viver como amigos de Jesus”.
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Todos nós cristãos recebemos este dom: a abertura, o acesso ao coração de Jesus, à amizade de Jesus. Recebemos na sorte o dom da sua amizade. O nosso destino é ser seus amigos", disse Francisco na homilia na Casa Santa Marta.
Debora Donnini - Cidade do Vaticano
Recebemos como “destino” e não “casualmente” a amizade com Jesus e a nossa vocação é justamente permanecer amigos do Senhor. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da Missa celebrada na manhã de segunda-feira (14/05) na Casa Santa Marta. A reflexão do Pontífice foi inspirada na Liturgia do dia, em que várias vezes aparece a palavra “sorte”.
Nosso destino é viver como amigos de Jesus
Nós recebemos este dom como destino, a amizade do Senhor, esta é a nossa vocação: viver amigos do Senhor, amigos do Senhor. E o mesmo receberam os apóstolos, mais forte ainda, mas o mesmo. Todos nós cristãos recebemos este dom: a abertura, o acesso ao coração de Jesus, à amizade de Jesus. Recebemos na sorte o dom da sua amizade. O nosso destino é ser seus amigos. É um dom que o Senhor mantém sempre e Ele é fiel a este dom.
Jesus não renega a sua amizade nem mesmo com quem trai
Muitas vezes, porém, nós não agimos como amigos e nos afastamos “com os nossos pecados, com as nossas teimosias”, mas “Ele é fiel à amizade”. Como recorda o Evangelho de hoje (Jo 15,9-17), Jesus não nos chama mais “servos”, mas “amigos” e mantém esta palavra até o fim porque é fiel. Até mesmo com Judas: a última palavra que dirige a ele, antes da traição, é “amigo”, não lhe diz “vai embora”:
Jesus é o nosso amigo. E Judas, como diz aqui, seguiu sua nova sorte, seu destino que ele mesmo escolheu livremente, se afastou de Jesus. E a apostasia é isso: afastar-se de Jesus. Um amigo que se torna inimigo ou um amigo que se torna indiferente ou um amigo que se torna traidor.
Permanecer na amizade com Jesus
Como narra a Primeira Leitura (At 1,15-17.20-26), no lugar de Judas a sorte caiu em Matias “para ser testemunha da Ressurreição”, “testemunha deste dom de amor”. “O amigo – recordou o Papa – é quem compartilha os próprios segredos” com o outro. “Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai”, diz de fato Jesus no Evangelho. Trata-se, portanto, de uma amizade que “recebemos como sorte, isto é, como destino”, como a receberam Judas e Matias.
Pensemos nisto, Ele não renega este dom, não nos renega, nos espera até o fim. E quando nós pela nossa fraqueza nos afastamos Dele, Ele espera, Ele espera, Ele continua dizendo: “Amigo, eu o espero. Amigo o que quer? Amigo, por que você me trai com um beijo?”. Ele é fiel na amizade e nós devemos pedir-Lhe esta graça de permanecer no seu amor, permanecer na sua amizade, aquela amizade que nós recebemos como dom na sorte por Ele. Fonte: www.vaticannews.va
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O 52º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
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Tema: «"A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32). Fake news e jornalismo de paz» [13 de maio de 2018]
Queridos irmãos e irmãs!
No projeto de Deus, a comunicação humana é uma modalidade essencial para viver a comunhão. Imagem e semelhança do Criador, o ser humano é capaz de expressar e compartilhar o verdadeiro, o bom e o belo. É capaz de narrar a sua própria experiência e o mundo, construindo assim a memória e a compreensão dos acontecimentos. Mas, se orgulhosamente seguir o seu egoísmo, o homem pode usar de modo distorcido a própria faculdade de comunicar, como o atestam, já nos primórdios, os episódios bíblicos dos irmãos Caim e Abel e da Torre de Babel (cf. Gn 4, 1-16; 11, 1-9). Sintoma típico de tal distorção é a alteração da verdade, tanto no plano individual como no coletivo. Se, pelo contrário, se mantiver fiel ao projeto de Deus, a comunicação torna-se lugar para exprimir a própria responsabilidade na busca da verdade e na construção do bem. Hoje, no contexto duma comunicação cada vez mais rápida e dentro dum sistema digital, assistimos ao fenómeno das «notícias falsas», as chamadas fake news: isto convida-nos a refletir, sugerindo-me dedicar esta Mensagem ao tema da verdade, como aliás já mais vezes o fizeram os meus predecessores a começar por Paulo VI (cf. Mensagem de 1972: «Os instrumentos de comunicação social ao serviço da Verdade»). Gostaria, assim, de contribuir para o esforço comum de prevenir a difusão das notícias falsas e para redescobrir o valor da profissão jornalística e a responsabilidade pessoal de cada um na comunicação da verdade.
1- Que há de falso nas «notícias falsas»?
A expressão fake news é objeto de discussão e debate. Geralmente diz respeito à desinformação transmitida on-line ou nos mass-media tradicionais. Assim, a referida expressão alude a informações infundadas, baseadas em dados inexistentes ou distorcidos, tendentes a enganar e até manipular o destinatário. A sua divulgação pode visar objetivos prefixados, influenciar opções políticas e favorecer lucros económicos.
A eficácia das fake news fica-se a dever, em primeiro lugar, à sua natureza mimética, ou seja, à capacidade de se apresentar como plausíveis. Falsas mas verosímeis, tais notícias são capciosas, no sentido que se mostram hábeis a capturar a atenção dos destinatários, apoiando-se sobre estereótipos e preconceitos generalizados no seio dum certo tecido social, explorando emoções imediatas e fáceis de suscitar como a ansiedade, o desprezo, a ira e a frustração. A sua difusão pode contar com um uso manipulador das redes sociais e das lógicas que subjazem ao seu funcionamento: assim os conteúdos, embora desprovidos de fundamento, ganham tal visibilidade que os próprios desmentidos categorizados dificilmente conseguem circunscrever os seus danos.
A dificuldade em desvendar e erradicar as fake news é devida também ao facto de as pessoas interagirem muitas vezes dentro de ambientes digitais homogéneos e impermeáveis a perspetivas e opiniões divergentes. Esta lógica da desinformação tem êxito, porque, em vez de haver um confronto sadio com outras fontes de informação (que poderia colocar positivamente em discussão os preconceitos e abrir para um diálogo construtivo), corre-se o risco de se tornar atores involuntários na difusão de opiniões tendenciosas e infundadas. O drama da desinformação é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar conflitos. Deste modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio. É a isto que leva, em última análise, a falsidade.
2- Como podemos reconhecê-las?
Nenhum de nós se pode eximir da responsabilidade de contrastar estas falsidades. Não é tarefa fácil, porque a desinformação se baseia muitas vezes sobre discursos variegados, deliberadamente evasivos e subtilmente enganadores, valendo-se por vezes de mecanismos refinados. Por isso, são louváveis as iniciativas educativas que permitem apreender como ler e avaliar o contexto comunicativo, ensinando a não ser divulgadores inconscientes de desinformação, mas atores do seu desvendamento. Igualmente louváveis são as iniciativas institucionais e jurídicas empenhadas na definição de normativas que visam circunscrever o fenômeno, e ainda iniciativas, como as empreendidas pelas tech e media company, idoneas para definir novos critérios capazes de verificar as identidades pessoais que se escondem por detrás de milhões de perfis digitais.
Mas a prevenção e identificação dos mecanismos da desinformação requerem também um discernimento profundo e cuidadoso. Com efeito, é preciso desmascarar uma lógica, que se poderia definir como a «lógica da serpente», capaz de se camuflar e morder em qualquer lugar. Trata-se da estratégia utilizada pela serpente – «o mais astuto de todos os animais», como diz o livro do Génesis (cf. 3, 1-15) – a qual se tornou, nos primórdios da humanidade, artífice da primeira fake news, que levou às trágicas consequências do pecado, concretizadas depois no primeiro fratricídio (cf. Gn 4) e em inúmeras outras formas de mal contra Deus, o próximo, a sociedade e a criação. A estratégia deste habilidoso «pai da mentira» (Jo 8, 44) é precisamente a mimese, uma rastejante e perigosa sedução que abre caminho no coração do homem com argumentações falsas e aliciantes. De facto, na narração do pecado original, o tentador aproxima-se da mulher, fingindo ser seu amigo e interessar-se pelo seu bem. Começa o diálogo com uma afirmação verdadeira, mas só em parte: «É verdade ter-vos Deus proibido comer o fruto de alguma árvore do jardim?» (Gn 3, 1). Na realidade, o que Deus dissera a Adão não foi que não comesse de nenhuma árvore, mas apenas de uma árvore: «Não comas o [fruto] da árvore do conhecimento do bem e do mal» (Gn 2, 17). Retorquindo, a mulher explica isso mesmo à serpente, mas deixa-se atrair pela sua provocação: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: “Nunca o deveis comer nem sequer tocar nele, pois, se o fizerdes, morrereis”» (Gn3, 2-3). Esta resposta tem sabor a legalismo e pessimismo: dando crédito ao falsário e deixando-se atrair pela sua apresentação dos factos, a mulher extravia-se. Em primeiro lugar, dá ouvidos à sua réplica tranquilizadora: «Não, não morrereis»(3, 4). Depois a argumentação do tentador assume uma aparência credível: «Deus sabe que, no dia em que comerdes [desse fruto], abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal»(3, 5). Enfim, ela chega a desconfiar da recomendação paterna de Deus, que tinha em vista o seu bem, para seguir o aliciamento sedutor do inimigo: «Vendo a mulher que o fruto devia ser bom para comer, pois era de atraente aspeto (…) agarrou do fruto, comeu»(3, 6). Este episódio bíblico revela assim um facto essencial para o nosso tema: nenhuma desinformação é inofensiva; antes pelo contrário, fiar-se daquilo que é falso produz consequências nefastas. Mesmo uma distorção da verdade aparentemente leve pode ter efeitos perigosos.
De facto, está em jogo a nossa avidez. As fake news tornam-se frequentemente virais, ou seja, propagam-se com grande rapidez e de forma dificilmente controlável, não tanto pela lógica de partilha que carateriza os meios de comunicação social como sobretudo pelo fascínio que detêm sobre a avidez insaciável que facilmente se acende no ser humano. As próprias motivações económicas e oportunistas da desinformação têm a sua raiz na sede de poder, ter e gozar, que, em última instância, nos torna vítimas de um embuste muito mais trágico do que cada uma das suas manifestações: o embuste do mal, que se move de falsidade em falsidade para nos roubar a liberdade do coração. Por isso mesmo, educar para a verdade significa ensinar a discernir, a avaliar e ponderar os desejos e as inclinações que se movem dentro de nós, para não nos encontrarmos despojados do bem «mordendo a isca» em cada tentação.
3- «A verdade vos tornará livres» (Jo 8, 32)
De facto, a contaminação contínua por uma linguagem enganadora acaba por ofuscar o íntimo da pessoa. Dostoevskij deixou escrito algo de notável neste sentido: «Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras, chega a pontos de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo nem ao seu redor, e assim começa a deixar de ter estima de si mesmo e dos outros. Depois, dado que já não tem estima de ninguém, cessa também de amar, e então na falta de amor, para se sentir ocupado e distrair, abandona-se às paixões e aos prazeres triviais e, por culpa dos seus vícios, torna-se como uma besta; e tudo isso deriva do mentir contínuo aos outros e a si mesmo» (Os irmãos Karamazov, II, 2).
E então como defender-nos? O antídoto mais radical ao vírus da falsidade é deixar-se purificar pela verdade. Na visão cristã, a verdade não é uma realidade apenas conceptual, que diz respeito ao juízo sobre as coisas, definindo-as verdadeiras ou falsas. A verdade não é apenas trazer à luz coisas obscuras, «desvendar a realidade», como faz pensar o termo que a designa em grego:aletheia, de a-lethès, «não escondido». A verdade tem a ver com a vida inteira. Na Bíblia, reúne os significados de apoio, solidez, confiança, como sugere a raiz ‘aman (daqui provém o próprio Amen litúrgico). A verdade é aquilo sobre o qual nos podemos apoiar para não cair. Neste sentido relacional, o único verdadeiramente fiável e digno de confiança sobre o qual se pode contar, ou seja, o único «verdadeiro» é o Deus vivo. Eis a afirmação de Jesus: «Eu sou a verdade» (Jo 14, 6). Sendo assim, o homem descobre sempre mais a verdade, quando a experimenta em si mesmo como fidelidade e fiabilidade de quem o ama. Só isto liberta o homem: «A verdade vos tornará livres»(Jo 8, 32).
Libertação da falsidade e busca do relacionamento: eis aqui os dois ingredientes que não podem faltar, para que as nossas palavras e os nossos gestos sejam verdadeiros, autênticos e fiáveis. Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor. Por isso, a verdade não se alcança autenticamente quando é imposta como algo de extrínseco e impessoal; mas brota de relações livres entre as pessoas, na escuta recíproca. Além disso, não se acaba jamais de procurar a verdade, porque algo de falso sempre se pode insinuar, mesmo ao dizer coisas verdadeiras. De facto, uma argumentação impecável pode basear-se em fatos inegáveis, mas, se for usada para ferir o outro e desacreditá-lo à vista alheia, por mais justa que apareça, não é habitada pela verdade. A partir dos frutos, podemos distinguir a verdade dos vários enunciados: se suscitam polémica, fomentam divisões, infundem resignação ou se, em vez disso, levam a uma reflexão consciente e madura, ao diálogo construtivo, a uma profícua atividade.
4- A paz é a verdadeira notícia
O melhor antídoto contra as falsidades não são as estratégias, mas as pessoas: pessoas que, livres da ambição, estão prontas a ouvir e, através da fadiga dum diálogo sincero, deixam emergir a verdade; pessoas que, atraídas pelo bem, se mostram responsáveis no uso da linguagem. Se a via de saída da difusão da desinformação é a responsabilidade, particularmente envolvido está quem, por profissão, é obrigado a ser responsável ao informar, ou seja, o jornalista, guardião das notícias. No mundo atual, ele não desempenha apenas uma profissão, mas uma verdadeira e própria missão. No meio do frenesim das notícias e na voragem dos scoop, tem o dever de lembrar que, no centro da notícia, não estão a velocidade em comunicá-la nem o impacto sobre a audience, mas as pessoas. Informar é formar, é lidar com a vida das pessoas. Por isso, a precisão das fontes e a custódia da comunicação são verdadeiros e próprios processos de desenvolvimento do bem, que geram confiança e abrem vias de comunhão e de paz.
Por isso desejo convidar a que se promova um jornalismo de paz, sem entender, com esta expressão, um jornalismo «bonzinho», que negue a existência de problemas graves e assuma tons melífluos. Pelo contrário, penso num jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a slogans sensacionais e a declarações bombásticas; um jornalismo feito por pessoas para as pessoas e considerado como serviço a todas as pessoas, especialmente àquelas – e no mundo, são a maioria – que não têm voz; um jornalismo que não se limite a queimar notícias, mas se comprometa na busca das causas reais dos conflitos, para favorecer a sua compreensão das raízes e a sua superação através do aviamento de processos virtuosos; um jornalismo empenhado a indicar soluções alternativas às escalation do clamor e da violência verbal.
Por isso, inspirando-nos numa conhecida oração franciscana, poderemos dirigir-nos, à Verdade em pessoa, nestes termos:
Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz.
Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não
cria comunhão.
Tornai-nos capazes de tirar o veneno dos nossos juízos.
Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs.
Vós sois fiel e digno de confiança;
fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo:
onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;
onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia;
onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza;
onde houver exclusão, fazei que levemos partilha;
onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade;
onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos
verdadeiros;
onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança;
onde houver agressividade, fazei que levemos respeito;
onde houver falsidade, fazei que levemos verdade.
Amem.
Vaticano, 24 de janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano de 2018.
Franciscus
Fonte: https://w2.vatican.va
A Missão dos Leigos - Maio de 2018: Papa Francisco
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A missão dos leigos, tema da oração do Papa este mês
“Os leigos encontram-se na linha mais avançada da vida da Igreja”
O Papa Francisco, na quinta edição do ano de O Vídeo do Papa, afirma a necessidade dos leigos colocarem sua criatividade a serviço dos desafios do mundo. Também os chama a dar exemplo com sua fé através da solidariedade e do compromisso com a sociedade.
“Peçamos juntos neste mês para que os fiéis leigos cumpram sua missão específica, a missão que receberam no batismo, colocando sua criatividade a serviço dos desafios do mundo atual”, diz o Papa. “Precisamos do seu testemunho sobre a verdade do Evangelho e de seu exemplo ao expressar sua fé com a prática da solidariedade”, acrescentou.
Depois da celebração do Concílio Vaticano II, em 1965, a Igreja Católica se esforçou para deixar mais claro o papel dos leigos, que têm sido fundamental desde os primeiros séculos. A função dos membros que não integram o clero é ajudar nas quatro dimensiones tradicionais da Igreja: a caridade, a comunhão, a evangelização e a liturgia.
“Os leigos encontram-se na linha mais avançada da vida da Igreja”, enfatizou Francisco. “Demos graças pelos leigos que arriscam, que não têm medo e que oferecem razões de esperança aos mais pobres, excluídos e marginalizados”, disse.
“Muitas vezes pensamos que os sacerdotes são os responsáveis por impulsionar a missão da Igreja. No entanto, são os leigos que estão no coração do mundo e os que têm um papel chave para transformar a sociedade”, sublinhou o P. Frédéric Fornos, SJ, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa e do Movimento Eucarístico Juvenil. “É nas famílias, nas salas de aula, nos escritórios, nas fábricas, no campo, na vida cotidiana onde encontramos a oportunidade de ser sal e luz do Reino de Deus, sabor do Evangelho”, acrescentou.
Sobre O Vídeo do Papa
O Vídeo do Papa é uma iniciativa global, promovida pela Rede Mundial de Oração do Papa (Apostolado da Oração), para colaborar na difusão das intenções mensais do Santo Padre sobre os desafios da humanidade. Conta com o apoio do Vatican Media, único proprietário dos direitos de imagem do Papa. Cada mês, acompanha o Papa Francisco nos seus pedidos de oração. Mais informação em http://www.ovideodopapa.org
As intenções de oração são confiadas mensalmente à Rede Mundial de Oração do Papa. O Vídeo do Papaé produzido pela La Machi Comunicação para Boas Causascom o apoio da Companhia de Jesus, IndigoMusic, GettyImagesLatam,Doppler Email Marketinge a colaboração do Vatican Media. Tem também como parceiro de mídiaAleteia. Desde seu lançamento em janeiro de 2016, teve mais de 24 milhões de visualizações em suas redes próprias.
Sobre a Rede Mundial de Oração do Papa
O Apostolado da Oração é a Rede Mundial de Oração do Papa ao serviço dos desafios da humanidade e da missão da Igreja. A sua missão é rezar e viver os desafios da humanidade que preocupam o Santo Padre, expressos nas suas intenções mensais. A missão dos membros desta Rede é serem apóstolos na vida diária, por meio de um caminho espiritual chamado “caminho do coração”, que transforma o nosso modo de estar ao serviço da missão de Cristo. Foi fundada em 1844, está presente em mais de 98 países e mais de 35 milhões de pessoas integram a Rede, incluindo a sua secção juvenil, o Movimento Eucarístico Juvenil. Mais informações em http://www.popesprayer.net/pt-pt/.
Sobre a La Machi
Fundada em 2012, La Machi é uma agência de comunicação especializada em boas causas, com escritórios em Barcelona, Buenos Aires e Roma. A sua missão é ajudar as empresas, ONG’s e instituições religiosas a comunicar através de boas causas. As suas áreas de intervenção são Consultoria Estratégica em Comunicação, Criatividade Publicitária, Desenvolvimento Digital e Fundraising. Foi reconhecida como “Projeto Amigo da Rede” RIIAL e ganhou o prémio Mercúrio para a melhor PME Internacional de Marketing de 2015 e de 2016, atribuído pela Associação Argentina de Marketing. Mais informação em http://www.lamachi.com/en Fonte: https://pt.aleteia.org
QUINTA-FEIRA 3: HOMILIA DO PAPA: “Papa: a fé se transmite com amor e testemunho.
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Na capela da Casa Santa Marta, o Pontífice celebrou a Missa e falou das atitudes que devem caracterizar a transmissão da fé.
Barbara Castelli – Cidade do Vaticano (3/04/2018)
“Transmitir a fé” não quer dizer “fazer proselitismo”, “buscar pessoas que torçam por um time de futebol” o um “centro cultural”, mas testemunhar com amor. Foi o que disse o Papa na homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta.
Partindo de um trecho da Carta de São Paulo aos Coríntios, o Pontífice afirmou que ser cristão não é aprender mecanicamente um livreto ou algumas noções, mas significa ser “fecundo na transmissão da fé”, assim como a Igreja, que é “mãe” e dá à luz “filhos na fé”.
“Transmitir a fé não é dar informações, mas fundar um coração, fundar um coração na fé em Jesus Cristo. Não se pode transmitir a fé mecanicamente: ‘Mas pegue este livreto, estude e depois o batizo’. Não. O caminho para transmitir a fé é outro: transmitir aquilo que nós recebemos. E este é o desafio de um cristão: ser fecundo na transmissão da fé. E também é o desafio da Igreja: ser mãe fecunda, dar à luz filhos na fé”.
Transmitir a fé com carinho
O Pontífice insistiu na transmissão da fé que atravessa gerações, da avó à mãe, numa atmosfera que perfuma de amor. O próprio credo è feito não só de palavras, mas de “carícias”, com a “ternura”, até mesmo “em dialeto”. O Papa citou as babás, que são quase uma segunda mãe. São sempre mais comuns os casos em que são elas a transmitir a fé com atenção, ajudando a crescer.
A Igreja cresce por atração
Portanto, a primeira atitude na transmissão da fé é certamente o amor; enquanto a segunda é o testemunho.
“Transmitir a fé não é fazer proselitismo, é outra coisa, é ainda maior. Não é buscar pessoas que torçam por um time de futebol, um clube, um centro cultural; isso pode ser, mas a fé não se propaga com proselitismo. Bento XVI disse bem: ‘A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração’. A fé se transmite, mas por atração, isto é, por testemunho”.
O testemunho gera curiosidade
Testemunhar na vida de todos os dias aquilo em que se acredita nos torna justos “aos olhos de Deus”, suscitando curiosidade em quem nos circunda.
“E o testemunho provoca curiosidade no coração do outro e aquela curiosidade o Espírito Santo a pega e trabalha a partir de dentro. A Igreja cresce por atração, atração. E a transmissão da fé se dá com o testemunho, até o martírio. Quando se vê esta coerência de vida com aquilo que nós dizemos, sempre vem a curiosidade: ‘Mas por que esta pessoa vive assim? Por que leva uma vida de serviço aos outros?’. E aquela curiosidade é a semente que pega o Espírito Santo e a leva avante. E a transmissão da fé nos faz justos, nos justifica. A fé nos justifica e na transmissão nós damos a verdadeira justiça aos outros”. Fonte: www.vaticannews.va
Papa Francisco e a devoção mariana
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Já é cena corriqueira ver o Papa Francisco se dirigir à Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, todas as vezes que sai e que volta de uma viagem apostólica. Ele pede a intercessão pelo êxito da missão e, depois, leva flores para agradecer. Ele realiza essas orações diante da imagem da Virgem “Salus Populi Romani”, num dos principais altares laterais da Basílica. Mas, a devoção mariana do Papa é manifestada constantemente, sobretudo nas orações que faz na janela do seu escritório de trabalho, ao meio dia, todos os domingos que se encontra no Vaticano.
Homilias
Trechos de homilias feitas pelo Papa Francisco nesses cinco anos de pontificado revelam a profundidade de sua devoção à Mãe de Jesus. Ele foi eleito para suceder Bento XVI, em 13 março de 2013 e no dia 19, ao celebrar o dia de São José, ele confiou seu pastoreio aos céus, lembrando a companhia de Maria: “Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu! Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amém“.
Na festa de Maria, Mãe de Deus, em 1º de janeiro do ano seguinte, Francisco disse: “O nosso caminho de fé está indissoluvelmente ligado a Maria, desde o momento em que Jesus, quando estava para morrer na cruz, no-La deu como Mãe, dizendo: ‘Eis a tua mãe!’ (Jo 19, 27). Estas palavras têm o valor dum testamento, e dão ao mundo uma Mãe. Desde então, a Mãe de Deus tornou-Se também nossa Mãe! Na hora em que a fé dos discípulos se ia quebrantando com tantas dificuldades e incertezas, Jesus confiava-lhes Aquela que fora a primeira a acreditar e cuja fé não desfaleceria jamais. E a ‘mulher’ torna-Se nossa Mãe, no momento em que perde o Filho divino. O seu coração ferido dilata-se para dar espaço a todos os homens, bons e maus, todos; e ama-os como os amava Jesus. A mulher que, nas bodas de Caná da Galileia, dera a sua colaboração de fé para a manifestação das maravilhas de Deus na mundo, no Calvário mantém acesa a chama da fé na ressurreição do Filho, e comunica-a aos outros com carinho maternal. Assim Maria torna-Se fonte de esperança e de alegria verdadeira”.
Na mesma data, no ano de 2015, em uma parte da homilia, estas foram as palavras do Papa: “Amados irmãos e irmãs! Jesus Cristo é a bênção para cada homem e para a humanidade inteira. Ao dar-nos Jesus, a Igreja oferece-nos a plenitude da bênção do Senhor. Esta é precisamente a missão do povo de Deus: irradiar sobre todos os povos a bênção de Deus encarnada em Jesus Cristo. E Maria, a primeira e perfeita discípula de Jesus, a primeira e perfeita crente, modelo da Igreja em caminho, é Aquela que abre esta estrada de maternidade da Igreja e sempre sustenta a sua missão materna destinada a todos os homens. O seu testemunho discreto e materno caminha com a Igreja desde as origens. Ela, Mãe de Deus, é também Mãe da Igreja e, por intermédio dela, é Mãe de todos os homens e de todos os povos“.
“E Maria, a primeira e perfeita discípula de Jesus, a primeira e perfeita crente, modelo da Igreja em caminho, é Aquela que abre esta estrada de maternidade da Igreja e sempre sustenta a sua missão materna destinada a todos os homens”
Papa Francisco
Na festa de 2016, celebrada na Basílica Vaticana, Papa Francisco nos deixou essas palavras sobre Nossa Senhora: “No início dum novo ano, a Igreja faz-nos contemplar, como ícone de paz, a maternidade divina de Maria. A antiga promessa realiza-se na sua pessoa, que acreditou nas palavras do Anjo, concebeu o Filho, tornou-Se Mãe do Senhor. Através d’Ela, por meio do seu «sim», chegou a plenitude do tempo. O Evangelho, que escutamos, diz que a Virgem ‘conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração’ (Lc 2, 19). Aparece-nos como vaso sempre cheio da memória de Jesus, Sede da Sabedoria, onde recorrer para termos a interpretação coerente do seu ensinamento. Hoje dá-nos a possibilidade de individuar o sentido dos acontecimentos que nos tocam pessoalmente a nós, às nossas famílias, aos nossos países e ao mundo inteiro. Aonde não pode chegar a razão dos filósofos, nem as negociações da política, consegue fazê-lo a força da fé que a graça do Evangelho de Cristo nos traz e que pode abrir sempre novos caminhos à razão e às negociações“.
Ao falar, na homilia da Festa da Mãe de Deus do ano passado, Papa Francisco destacou o papel das mães: “As mães são o antídoto mais forte contra as nossas tendências individualistas e egoístas, contra os nossos isolamentos e apatias. Uma sociedade sem mães seria não apenas uma sociedade fria, mas também uma sociedade que perdeu o coração, que perdeu o ‘sabor de família’. Uma sociedade sem mães seria uma sociedade sem piedade, com lugar apenas para o cálculo e a especulação. Com efeito as mães, mesmo nos momentos piores, sabem testemunhar a ternura, a dedicação incondicional, a força da esperança. Aprendi muito com as mães que, tendo os filhos na prisão ou estendidos numa cama de hospital ou subjugados pela escravidão da droga, esteja frio ou calor, faça chuva ou sol, não desistem e continuam a lutar para lhes dar o melhor; ou com as mães que, nos campos de refugiados ou até no meio da guerra, conseguem abraçar e sustentar, sem hesitação, o sofrimento dos seus filhos. Mães que dão, literalmente, a vida para que nenhum dos filhos se perca. Onde estiver a mãe, há unidade, há sentido de pertença: pertença de filhos“.
“A devoção a Maria não é galanteria espiritual, mas uma exigência da vida cristã. Olhando para a Mãe, somos encorajados a deixar tantas bagatelas inúteis e reencontrar aquilo que conta”.
Papa Francisco
Na homilia da Festa deste ano, Francisco disse: “A devoção a Maria não é galanteria espiritual, mas uma exigência da vida cristã. Olhando para a Mãe, somos encorajados a deixar tantas bagatelas inúteis e reencontrar aquilo que conta. O dom da Mãe, o dom de cada mãe e cada mulher é tão precioso para a Igreja, que é mãe e mulher. E, enquanto o homem muitas vezes abstrai, afirma e impõe ideias, a mulher, a mãe sabe guardar, fazer a ligação no coração, vivificar. Porque a fé não se pode reduzir apenas a ideia ou a doutrina; precisamos, todos, de um coração de mãe que saiba guardar a ternura de Deus e ouvir as palpitações do homem. A Mãe, autógrafo de Deus sobre a humanidade, guarde este Ano e leve a paz de seu Filho aos corações, aos nossos corações, e ao mundo inteiro. E, como filhos d’Ela, convido-vos a saudá-La hoje, simplesmente, com a saudação que os cristãos de Éfeso pronunciavam diante dos seus Bispos: ‘Santa Mãe de Deus!’ “.
Rosário
No final das celebrações do centenário das aparições de Nossa Senhora, no ano passado, em Fátima, Portugal, Papa Francisco enviou mensagem em vídeo sublinhando a importância da oração do rosário. “Quero vos dar um conselho: Nunca deixeis o Rosário; Nunca deixeis o Rosário, rezai o Rosário, como Ela o pediu”, expressou o Pontífice. Na verdade, durante as celebrações, ele visitou a cidadezinha portuguesa onde presidiu a primeira Peregrinação Aniversária Internacional do Centenário e também canonizou dois dos pastorezinhos videntes da Virgem, os agora Santos Jacinta e Francisco Marto. “Ide em frente. E nunca vos afasteis da Mãe. Como uma criança que está junto a sua mãe e se sente segura, assim também nós ao lado da Virgem nos sentimos muito seguros. Ela é a nossa garantia”, acrescentou o Papa.
“Quero vos dar um conselho: Nunca deixeis o Rosário; Nunca deixeis o Rosário, rezai o Rosário, como Ela o pediu”.
Papa Francisco
Conforme registrou a agência de notícias Zenit, em agosto do ano passado, o Papa voltou ao tema durante saudção feita aos peregrinos presentes na Sala Paulo VI para a Audiência Geral, e depois da catequese convidou aos peregrinos italianos: “Não esqueçam de rezar cada dia o terço”. Aos Jovens Santo Padre disse: “Caríssimos, elevemos o olhar ao Céu para contemplar o esplendor da Santa Mãe de Deus, que na última semana recordamos na sua Assunção, e ontem a invocamos como nossa Rainha. Cultivem em relação a ela uma devoção sincera, para que esteja ao vosso lado na cotidiana existência”. Ao dirigir-se aos peregrinos de língua alemã, o Santo Padre recordou que nestes dias “contemplamos Maria Rainha do Céu”: “Cristo tornou sua mãe partícipe de sua vitória sobre a morte. Confiemo-nos a Mãe Celeste para que, como ela, ao final de nosso caminho terreno, possamos alcançar a meta da nossa vida, segundo o projeto de Deus”.
Naquela mesma ocasião, uma saudação mariana também foi dirigida aos poloneses: “Dentro de poucos dias, sábado e domingo próximo, muitos de vós, pessoal ou espiritualmente, se reunirão na assim chamada ‘Caná Polonesa’, o vosso Santuário nacional em Jasna Góra, para celebrar a Solenidade da bem-aventurada Maria Virgem de Częstochowa e o terceiro centenário da coroação de sua efígie milagrosa. Apresentando-vos diante do rosto da vossa Mãe e Rainha, colocai-vos em escuta atenta da sua palavra: ‘Fazei tudo o que ele vos disser’. Que ela seja para cada um de vós uma indicação na formação da consciência, no colocar ordem na vida pessoal e familiar, na construção do futuro da sociedade e da nação”.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
1º DE MAIO: Papa: "O silêncio de José é habitado pela voz de Deus"
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Na manhã de terça-feira (01/05), dia dedicado a São José Operário, Francisco refletiu sobre a figura deste ‘homem do silêncio’ e alertou os jornalistas: “Não devemos fazer o bem de quem nos ouve, mas educá-los a pensar e a julgar”.
Cidade do Vaticano
Na manhã de terça-feira (01/05), o Papa Francisco recebeu em audiência especial no Vaticano cerca de 400 funcionários do jornal italiano católico ‘Avvenire’ e seus familiares. O cotidiano foi fundado em Milão há 50 anos.
No dia dedicado a São José Operário, Francisco presenteou o grupo com uma reflexão sobre a figura deste santo trabalhador definindo-o ‘homem do silêncio’.
O silêncio e a dignidade atribuída pelo trabalho
Lembrando que “o silêncio pode parecer como a antítese do comunicador”, o Papa iniciou afirmando que “o silêncio de José é habitado pela voz de Deus e gera a obediência da fé”.
“Homem justo, capaz de se doar ao sonho de Deus, José se encarrega das pessoas e situações que a vida lhe confia: é um educador e pai que sabe fazer crescer a vida, acompanhar as pessoas e transmitir o trabalho”, prosseguiu.
“A dignidade humana não se relaciona ao dinheiro, à visibilidade ou ao poder, mas ao trabalho”, frisou, comparando a marcenaria de José à redação deste jornal, onde o trabalho teve que ser reorganizado e harmonizado com as novas tecnologias e a colaboração com as outras mídias ligadas à Conferência Episcopal Italiana.
O Evangelho anunciado como beleza e bem comum
“Neste panorama, a Igreja sente que sua voz não pode faltar, fiel à missão que a chama ao anúncio do Evangelho da misericórdia. A mídia oferece enormes potencialidades para contribuir na cultura do encontro”, destacou, convidando os jornalistas, por um momento, a focarem a comunicação como verdade, beleza e bem comum.
O marceneiro de Nazaré nos convida a reencontrar o sentido da saudável lentidão, da calma e da paciência: “Com o seu silêncio, nos recorda que tudo tem início com a escuta, para abrir-se à palavra e à história do próximo”, ressaltou Francisco.
“ É o diálogo a vencer o medo e a Igreja deve ser seu artífice ”
O Papa dirigiu algumas recomendações aos ‘amigos do Avvenire’: “Não se cansem de buscar a verdade com humildade; escutem, aprofundem, comparem. Contribuam para superar contraposições estéreis e prejudiciais e sejam companheiros de quem se dedica à justiça e à paz”.
Ninguém é 'excesso'
“Desejo que vocês saibam afinar e defender esta visão; que superem a tentação de não ver, afastar ou excluir. Encorajo-os a não discriminar, a não considerar ninguém como ‘excesso’, a não se contentarem do que os outros já veem. Que ninguém, além dos pobres, dos últimos e dos sofredores, dite a sua agenda. Não aumentem a fila daqueles que contam a parte de realidade já iluminada pelos refletores. Comecem pelas periferias, conscientes de que não são o fim, mas início da cidade”.
Francisco mencionou um discurso feito por Paulo VI em 1971 aos comunicadores: “Não devemos fazer o bem de quem nos ouve, mas educá-los a pensar e a julgar”. E neste sentido, encorajou os jornalistas a evitar a informação de fácil consumo, que não compromete; a aproximar-se das pessoas com respeito e a apostar em relações que constituem e reforçam as comunidades.
Amor pela causa
“Nada cria proximidade como a misericórdia”, frisou, concluindo com outras palavras de Paulo VI: “Temos que ter um grande amor pela causa, dizer que acreditamos no que fazemos e no que queremos fazer.” Fonte: www.vaticannews.va
1º DE MAIO: Papa Francisco: trabalho significa dignidade, significa amar
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No Dia do Trabalhador e de São José Operário, repropomos alguns pronunciamentos do Papa Francisco a respeito do trabalho e do trabalhador.
Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano
“Celebramos São José trabalhador, recordando-nos sempre que o trabalho é um elemento fundamental para a dignidade da pessoa humana.”
Esta é a mensagem do Papa Francisco a seus seguidores no Twitter no dia em que a Igreja recorda a memória litúrgica de São José e Dia do Trabalhador.
Trabalho significa amar
“Trabalho quer dizer dignidade, trabalho significa trazer o pão para casa, trabalho quer dizer amar!” (visita pastoral a Cagliari, 22 de setembro de 2013).
Foram muitos os discursos pronunciados pelo Papa Francisco a respeito do trabalho. O Pontífice não se cansa de pedir dignidade para os trabalhadores, igualdade na retribuição salarial entre homens e mulheres e respeito pelos direitos conquistados.
Para Francisco, é urgente um novo pacto social humano, um novo pacto social para o trabalho, que diminua as horas de trabalho de quem está na última fase laboral, a fim de criar trabalho para os jovens que têm o direito-dever de trabalhar. “O do trabalho é o primeiro dom dos pais e das mães aos filhos e às filhas, é o primeiro patrimônio de uma sociedade. É o primeiro dote com o qual os ajudamos a levantar voo para a vida adulta.” (Discurso aos delegados da Confederação Italiana Sindical dos Trabalhadores, 28 de junho de 2017)
Mulher trabalhadora
Aos empresários, o Pontífice pede uma atenção especial para a qualidade da vida laboral dos funcionários, que são o recurso mais precioso de uma empresa; em particular, para favorecer a harmonização entre trabalho e família.
“Penso sobretudo nas trabalhadoras: o desafio é tutelar, ao mesmo tempo, quer o seu direito a um trabalho plenamente reconhecido quer a sua vocação à maternidade e à presença na família. Quantas vezes, quantas vezes ouvimos que uma mulher foi ter com o chefe para lhe dizer: ‘Tenho que lhe comunicar que estou grávida’ — ‘A partir do fim de mês já não vais trabalhar’. A mulher deve ser preservada, ajudada neste duplo trabalho: o direito a trabalhar e o direito à maternidade.” (Discurso à União Cristã de Empresários Dirigentes, 31 de outubro de 2015)
Precariedade
“Sem trabalho não há dignidade”, recorda o Papa, mas “nem todos os trabalhos são trabalhos dignos. Há trabalhos que humilham a dignidade das pessoas, os que nutrem as guerras com a construção de armas, que vendem o corpo para a prostituição e que exploram os menores.”
Francisco denuncia de modo contundente também o trabalho precário: “É uma ferida aberta para muitos trabalhadores, que vivem no medo de perder o próprio trabalho. Precariedade total. Isso é imoral. Isso mata: mata a dignidade, mata a saúde, mata a família, mata a sociedade” (videomensagem para a Semana Social da Conferência Episcopal Italiana 26 de outubro de 2017).
Prioridade humana
Por isso, reitera o Pontífice, mundo do trabalho é uma prioridade humana. “Por conseguinte, é uma prioridade cristã, nossa, e inclusive uma prioridade do Papa. Porque se origina daquele primeiro mandamento que Deus deu a Adão: «Vai, faz crescer a terra, trabalha a terra, domina-a». Sempre houve uma amizade entre a Igreja e o trabalho, a partir de Jesus trabalhador. Onde houver um trabalhador ali estarão o interesse e o olhar de amor do Senhor e da Igreja. Penso que isto é claro. (visita pastoral a Gênova, 27 de maio de 2017). Fonte: www.vaticannews.va
SEGUNDA-FEIRA 30: HOMILIA DO PAPA: “Atenção às curiosidades no mundo virtual”.
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As crianças são curiosas e no mundo virtual encontram tantas coisas ruins. Portanto, é necessário ajudar os jovens a não se tornarem prisioneiros desta curiosidade. É a advertência que o Papa lançou nesta manhã na Missa na Casa Santa Marta. Em vez disso, Francisco exorta a pedir o Espírito Santo que dá certeza.
Cidade do Vaticano
Saber discernir entre as curiosidades boas e as curiosidades más e abrir o coração ao Espírito Santo que dá certeza. Estas são as duas exortações que o Papa Francisco abordou na homilia da missa na Casa Santa Marta nesta segunda-feira (30/04/2018), a partir do Evangelho de hoje (Jo 14, 21-26). De fato, no Evangelho há um diálogo entre Jesus e os discípulos, que o Papa define como "diálogo entre as curiosidades e a certeza".
Na homilia o Papa explica a diferença entre as curiosidades boas e as más, porque "a nossa vida está cheia de curiosidades". Como exemplo de curiosidade boa, refere-se às crianças quando estão na chamada "idade do por quê". Elas perguntam, por quê, quando estão crescendo, percebem coisas que não entendem, estão procurando uma explicação. Essa é uma boa curiosidade, porque serve para crescer e "ter mais autonomia" e é também uma "curiosidade contemplativa", porque "as crianças vêem, contemplam, não entendem e perguntam".
"As fofocas" são, ao invés, uma curiosidade não boa, "patrimônio de mulheres e homens", mesmo que alguém afirme que os homens são "mais fofoqueiros do que as mulheres". A curiosidade má consiste em querer "cheirar a vida dos outros" - explica o papa - em "tentar ir a lugares que acabam sujando outras pessoas", em fazer entender coisas que você não tem o direito de conhecer. Este tipo de curiosidade má "nos acompanha por toda a vida: é uma tentação que sempre teremos": é a advertência do Papa.
Não ter medo, mas ter cuidado: "isso eu não pergunto, isso eu não olho, isso eu não quero". E tantas curiosidades, por exemplo, no mundo virtual, com os celulares e coisas do gênero ... As crianças vão ali e ficam curiosas para ver; e encontram ali muitas coisas ruins. Não há disciplina nessa curiosidade. Devemos ajudar as crianças a viver neste mundo, para que o desejo de conhecer não seja o desejo de ser curiosa, e acabem prisioneiras dessa curiosidade.
A curiosidade dos Apóstolos no Evangelho, porém, é boa: eles querem saber o que acorrerá, e Jesus responde dando certezas, "nunca engana", prometendo a eles o Espírito Santo que - afirma - "ensinará tudo a vocês e recordará tudo o que eu lhes disse".
A certeza nos dará o Espírito Santo na vida. O Espírito Santo não vem com um pacote de certezas e você aceita. Não. Na medida em que caminhamos na vida e pedimos ao Espírito Santo, abrindo o coração, ele nos dá a certeza para aquele momento, a resposta para aquele momento. O Espírito Santo é o companheiro, companheiro de caminho do cristão.
De fato, o Espírito Santo "recorda as palavras do Senhor iluminando-as" e este diálogo à mesa com os Apóstolos, que é "um diálogo entre curiosidade humana e certezas", termina precisamente com esta referência ao Espírito Santo, "companheiro da memória", que "conduz aonde há a felicidade fixa, que não se move". Francisco exorta, portanto, a ir aonde há a verdadeira alegria com o Espírito Santo, que ajuda a não cometer erros:
Peçamos ao Senhor duas coisas hoje: primeiro, de nos purificar ao aceitar as curiosidades – há curiosidades boas e não tão boas - e saber discernir: não, isso eu não devo ver, isso eu não devo ver, isso não devo perguntar. E segunda graça: abrir o coração ao Espírito Santo, porque ele é a certeza, nos dá a certeza, como companheiro de caminho, das coisas que Jesus nos ensinou, e nos faz recordar tudo. Fonte: www.vaticannews.va
SEXTA-FEIRA 27: HOMILIA DO PAPA: “O céu não é abstrato, mas o encontro com Jesus”.
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"Alguns pensam: Mas não será um pouco entediante estar ali toda a eternidade? Não: o céu não é isso. Nós caminhamos rumo a um encontro: o encontro definitivo com Jesus", disse o Papa na homilia.
Adriana Masotti - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco celebrou na manhã desta sexta-feira (27/04) a missa na capela da Casa Santa Marta e dedicou sua homilia à Primeira Leitura. Trata-se do trecho dos Atos dos apóstolos, com o discurso de Paulo na sinagoga de Antioquia.
Os habitantes de Jerusalém, e os seus chefes, diz o Apóstolo, não reconheceram Jesus, mas Ele ressuscitou depois de morto. E assim conclui: “Nós vos anunciamos que a promessa que Deus fez aos antepassados, ele a cumpriu para nós, seus filhos, quando ressuscitou Jesus”.
Fidelidade de Deus
Tendo no coração esta promessa de Deus, prosseguiu o Papa, o povo se colocou em caminho com a segurança de saber que era o “povo eleito”. O povo, com frequência infiel, “confiava na promessa, porque sabia que Deus é fiel”. Por isso ia avante, confiante na fidelidade de Deus.
Também nós estamos em caminho: nós estamos em caminho. Estamos em caminho… e quando fazemos esta pergunta – “Sim, em caminho: mas em caminho para onde?” – “Sim, para o céu!” – “E o que é o céu?”. E ali começamos a escorregar nas respostas, não sabemos bem como dizer “o que é o céu”. E muitas vezes pensamos num céu abstrato, um céu distante, um céu… sim, ali se está bem. Alguns pensam: “Mas será um pouco entediante estar ali toda a eternidade?”. Não: o céu não é isso. Nós caminhamos rumo a um encontro: o encontro definitivo com Jesus. O céu é o encontro com Jesus.
Um encontro que nos fará alegrar para sempre, afirmou Francisco, “Jesus, Deus e homem; Jesus, em corpo e alma, nos espera”.
Tende fé em mim também
Para Francisco, devemos pensar nisto: “Eu estou caminhando na vida para encontrar Jesus. E o que faz Jesus enquanto isso? Ele não está sentando me esperando, mas, como diz o Evangelho, trabalha para nós. Ele mesmo diz: ‘Tende fé em mim também’, ‘Vou preparar um lugar para vós’”.
“E qual é o trabalho de Jesus? A intercessão. A oração de intercessão”, explicou o Papa.
Jesus reza por mim, por cada um de nós. Mas isso devemos repeti-lo para nos convencer: Ele é fiel e Ele reza por mim. Neste momento.
Francisco recordou as palavras de Jesus na Última Ceia, quando promete a Pedro: “Eu rezarei por ti”. “O que ele disse a Pedro diz a todos nós: ‘Eu rezo por ti’”.
E cada um de nós deve dizer: “Jesus está rezando por mim”, está trabalhando, está preparando aquele lugar. E Ele é fiel; Ele é fiel: o fará porque prometeu. O céu será este encontro, um encontro com o Senhor que foi ali preparar o lugar, o encontro com cada um de nós. E isso nos dá confiança, faz crescer a confiança.
Jesus é o sacerdote intercessor até o final do mundo, lembrou o Papa, que concluiu: “Que o Senhor nos dê esta consciência de estar em caminho com esta promessa. O Senhor nos dê esta graça: de olhar para o alto e pensar: ‘O Senhor está rezando por mim”. www.vaticannews.va
QUINTA-FEIRA 26: HOMILIA DO PAPA: “Sem amor e serviço, a Igreja não vai para frente”.
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"Sem amor, a Igreja não vai para frente, a Igreja não respira. Sem o amor, não cresce, se transforma numa instituição vazia, de aparências, de gestos sem fecundidade", disse Francisco na missa matutina.
Alessandro Di Bussolo – Cidade do Vaticano
Jesus nos ensina o amor com a Eucaristia; nos ensina o serviço com o lava-pés; e nos diz que um servo jamais está acima do seu senhor. Estes três elementos são o fundamento da Igreja. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã de quinta-feira (26/04/2018) na capela da Casa Santa Marta. O Pontífice comentou o Evangelho do dia, no qual João refere as palavras de Jesus depois do lava-pés.
Na Última Ceia, explicou o Papa, Jesus se despede dos discípulos com um discurso longo e belo e “faz dois gestos que são instituições”. Dois gestos para os discípulos e para a Igreja que virá, “que são o fundamento, por assim dizer, da sua doutrina”. Jesus “dá de comer o seu corpo e de beber o seu sangue”, isto é, institui a Eucaristia, e faz o lava-pés. “Desses gestos nascem os dois mandamentos – explicou Francisco – que farão crescer a Igreja se formos fiéis”.
Amor sem limites
O primeiro é o mandamento do amor: não somente “amar o próximo como a si mesmo”, mas um passo a mais: “amar o próximo como eu os amei”.
“ O amor sem limites. Sem isto, a Igreja não vai para frente, a Igreja não respira. Sem o amor, não cresce, se transforma numa instituição vazia, de aparências, de gestos sem fecundidade. Ir ao seu corpo: Jesus diz como devemos amar, até o fim. ”
Depois, o segundo novo mandamento, que nasce do lava-pés: “servir uns aos outros”, lavar os pés uns aos outros, como eu os lavei. Dois novos mandamentos e uma única advertência: “vocês podem servir, mas enviados por mim. Não estão acima de mim.
Humildade simples e verdadeira
De fato, Jesus esclarece: o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou”. Assim é a humildade simples e verdadeira, não a humildade fingida.
A consciência de que Ele é maior do que todos nós, e nós somos servos, e não podemos ultrapassar Jesus, não podemos usar Jesus. Ele é o Senhor, não nós. Este é o testamento do Senhor. Ele se dá de comer e beber e nos diz: amem-se assim. Lava os pés e nos diz: sirvam assim, mas estejam atentos, um servo jamais é maior que aquele que o enviou, do senhor. São palavras e gestos contundentes: é o fundamento da Igreja. Se formos avante com essas três coisas, nunca vamos errar.
Os mártires e os muitos santos, prosseguiu o Papa, foram avante assim: “com esta consciência de ser servos”.
Subordinação
E depois Jesus insere outra advertência: “Eu conheço aqueles que escolhi” e diz: “Mas sei que um de vocês me trairá”. Por isso, Francisco conclui convidando todos, num momento de silêncio, a deixar-se olhar pelo Senhor:
“ É deixar que o olhar de Jesus entre em mim. Sentiremos tantas coisas: sentiremos amor, sentiremos talvez nada... ficaremos bloqueados ali, sentiremos vergonha. Mas deixar sempre que o olhar de Jesus venha. O mesmo olhar com o qual olhava, naquela noite, os seus na ceia. Senhor conhece, sabe tudo. ”
Amor até o fim, finalizou o Papa, serviço, e “vamos usar uma palavra um pouco militar, mas que é útil: subordinação, isto é, Ele é o maior, eu sou servo, ninguém pode passar na sua frente”. Fonte: www.vaticannews.va
BATISMO: Ciclo de catequese do Papa Francisco sobre o Batismo. “Não estamos sós na luta contra o mal”.
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“É cansativo combater contra o mal, fugir de seus enganos, recuperar as forças depois de uma luta exaustiva, mas devemos saber que toda a vida cristã é um combate. Mas, nesta luta, nunca estamos sós!”, encorajou o Papa.
Cidade do Vaticano (25/04/2018)
Neste 25 de abril, feriado da “Libertação” na Itália, o Papa Francisco acolheu milhares de fiéis e peregrinos para a Audiência Geral. Num típico dia primaveril em Roma, o Pontífice prosseguiu seu ciclo de catequese sobre o Batismo, falando hoje sobre “A força de vencer o mal”.
A beleza da oração
“Não vamos à fonte batismal sozinhos”, explicou o Papa, mas acompanhados pela oração de toda a Igreja, como indica a invocação dos Santos que precede a oração do exorcismo e a unção com o óleo dos catecúmenos.
São gestos que, desde a antiguidade, certificam, a quantos estão para renascer como filhos de Deus, de que a oração da Igreja os assiste na luta contra o mal, ajudando-os a libertar-se do poder do pecado para passar ao reino da graça divina.
“A Igreja reza e reza por todos. É belo rezar pelos outros. Pedir por quem se encontra na necessidade, por quem não tem fé. A oração da Igreja está sempre em ato, devemos rezar por todo o povo de Deus e por quem necessita de oração”, disse Francisco.
Fórmula mágica
Por isso, o caminho dos catecúmenos adultos é marcado por repetidos exorcismos pronunciados pelo sacerdote: são orações que invocam a libertação de tudo o que os separa de Cristo e impede a sua união íntima com Ele. E, no caso do Batismo de crianças, pede-se a Deus que as liberte do pecado original e as consagre como habitação do Espírito Santo.
“Não se trata, porém, de uma fórmula mágica, mas é um dom do Espírito Santo que habilita, quem o recebe, a lutar contra o espírito do mal acreditando que Deus enviou o seu Filho ao mundo para destruir o poder de satanás e transferir o homem liberto das trevas para o seu reino de luz infinita”, explicou o Pontífice.
Por experiência, sabe-se que a vida cristã é um combate sem fim contra o mal, pois estamos sempre sujeitos à tentação de nos separar de Deus e da sua vontade, para recair nos laços das seduções mundanas. “O Batismo nos dá força para esta luta cotidiana”, reiterou o Papa.
Não estamos sós
Além da oração de exorcismo, temos a unção no peito com o óleo dos catecúmenos, como sinal de salvação que significa que a força de Cristo Salvador nos fortalece para lutar contra o mal e vencê-lo.
“É cansativo combater contra o mal, fugir de seus enganos, recuperar as forças depois de uma luta exaustiva, mas devemos saber que toda a vida cristã é um combate. Mas, nesta luta, nunca estamos sozinhos!”, encorajou o Papa.
A Igreja reza pelos seus filhos regenerados no Batismo para que não sucumbam às ciladas do maligno, mas as vençam com a força do Senhor ressuscitado, que derrotou o demônio. E assim também nós podemos repetir com a fé de São Paulo: «De tudo sou capaz Naquele que me dá força». "Todos nós podemos vencer, mas com a força que vem de Jesus", concluiu o Papa. Fonte: www.vaticannews.va
TERÇA-FEIRA 24: HOMILIA DO PAPA: “Nunca prisioneiros de palavras ou fechados ao Espírito”.
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O Pontífice celebra a missa na capela da Casa Santa Marta e recorda que os filhos de Deus são homens livres, capazes de "discernir os sinais dos tempos".
Cidade do Vaticano (24/04/2018)
Na história do homem "sempre haverá resistência ao Espírito Santo", oposições às novidades e às "mudanças". Na homilia da missa celebrada em Santa Marta, o Papa Francisco reflete sobre a liturgia de hoje, detendo-se sobre as diferentes atitudes que o homem adota diante das novidades do Senhor, que "sempre vem ao nosso encontro com algo novo" e "original".
Os prisioneiros de ideias
No Evangelho de João (Jo 10, 22-30), o fechamento dos doutores da lei é bem focalizado, atitude que então se torna "rigidez". São homens capazes de se concentrar apenas em si mesmos, inertes à obra do Espírito Santo e insensíveis às novidades. O Pontífice enfatiza, em particular, a sua completa incapacidade de "discernir os sinais dos tempos", sendo escravos de palavras e ideias.
"Eles voltam à mesma questão, eles são incapazes de sair daquele mundo fechado, eles são prisioneiros das ideias. Eles receberam a lei que era vida, mas eles a 'destilaram', eles a transformaram em ideologia e assim giram, giram e são incapazes de sair e qualquer novidade para eles é uma ameaça”.
A liberdade dos filhos de Deus
Muito diferente, no entanto, deveria ser o calibre dos filhos de Deus, que apesar de ter talvez uma reticência inicial são livres e capazes de colocar no centro o Espírito Santo. O exemplo dos primeiros discípulos, contado na Primeira leitura, destaca sua docilidade ao novo e a capacidade de semear a Palavra de Deus, mesmo fora do padrão usual de "sempre se fez assim”. Eles, observa Papa Bergoglio, "mantiveram-se dóceis ao Espírito Santo para fazer algo que fosse mais do que uma revolução", "uma mudança forte", e ao centro "estava o Espírito Santo: não a lei, o Espírito Santo" .
"E a Igreja era uma Igreja em movimento, uma Igreja que ia além de si mesma. Não era um grupo fechado de eleitos, uma Igreja missionária: na verdade, o equilíbrio da Igreja, por assim dizer, está precisamente na mobilidade, na fidelidade ao Espírito Santo. Alguns dizem que o equilíbrio da igreja se assemelha ao equilíbrio da bicicleta: está parada e vai bem quando está em movimento; se você a deixa parada, cai. Um bom exemplo".
Oração e discernimento para encontrar o caminho
Fechamento e abertura: dois polos opostos que descrevem como o homem pode reagir diante do sopro do Espírito Santo. O segundo, conclui o Papa Francisco, é precisamente "dos discípulos, dos apóstolos": a resistência inicial não é apenas humana, mas é também "uma garantia de que não se deixam enganar por alguma coisa e depois com a oração e o discernimento encontram o caminho" ".
"Sempre haverá resistência ao Espírito Santo, sempre, sempre, até o fim do mundo. Que o Senhor nos conceda a graça para saber resistir ao que devemos resistir, ao que vem do maligno, ao que que nos tira a liberdade e saibamos nos abrir às novidades, mas somente àquelas que vêm de Deus, com o poder do Espírito Santo e nos conceda a graça de discernir os sinais dos tempos para tomar as decisões que deveremos tomar naquele momento". Fonte: www.vaticannews.va
Memória de São Jorge, onomástico do Papa: as felicitações do mundo inteiro
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Jorge Mario Bergoglio festeja hoje o seu onomástico. Leva o nome do santo que, segundo a lenda, matou o dragão, símbolo de satanás
Sergio Centofanti – Silvonei José – Cidade do Vaticano
Hoje, 23 de abril, a Igreja celebra a memória litúrgica de São Jorge, onomástico do Papa Jorge Mario Bergoglio. Felicitações estão chegando a ele de todo o mundo nestas horas.
A luta de São Jorge contra o dragão
Nascido na Capadócia, oficial do exército de Diocleciano, São Jorge morre mártir em 303, entre atrozes torturas, por não negar sua fé durante as perseguições anticristãs desencadeadas pelo imperador romano. Famoso o episódio lendário em que, protegido pela Cruz, mata o dragão que devorava as pessoas: símbolo de fé que triunfa sobre o mal.
Reflexões do Papa sobre a luta contra o mal
A oração do Pai nosso termina com esta invocação: livrai-nos do mal. Na realidade, explica Francisco, o mal não é algo abstrato, é uma pessoa: satanás. O Papa frequentemente cita o diabo em suas homilias e seus discursos. “A vida de Jesus foi uma luta - disse na Santa Missa em Santa Marta, no dia 11 de abril de 2014 - Ele veio para vencer o mal, para vencer o príncipe deste mundo, para vencer o demônio”. É uma luta que todo cristão deve enfrentar. E aqueles que querem seguir a Jesus devem “conhecer bem esta verdade”.
A luta contra a tentação
“Nós somos alvo do ataque do demônio - acrescentara o Papa - porque o espírito do Mal não quer a nossa santidade, não quer testemunho cristão, não quer que sejamos discípulos de Jesus. E como faz o espírito do Mal para nos afastar do caminho de Jesus com a sua tentação? A tentação do demônio tem três características e devemos conhecê-las para não cair nas armadilhas. Como faz o demônio para nos afastar do caminho de Jesus? A tentação começa levemente, mas cresce: cresce sempre. Em segundo lugar, cresce e contagia outro, se transmite para outro, tenta ser comunitária. E no final, para tranquilizar a alma, se justifica. Ela cresce, contagia e se justifica”.
Nós não devemos ser ingênuos
O Papa continua: “Alguns de vocês, talvez, eu não sei, pode dizer: 'Mas, padre, mas que antigo é o senhor: falar do diabo no século XXI!' Mas olhem que o diabo existe! O diabo existe. Mesmo no século XXI! E não devemos ser ingênuos. Devemos aprender do Evangelho como se luta contra ele”.
O ataque à unidade da Igreja
A palavra "diabo" deriva do grego "dia-bolos", é "aquele que divide". Satanás quer separar de Deus, quer separar os irmãos, ataca a unidade da Igreja. "A autodestruição ou o fogo de soldados companheiros – afirma o Papa Francisco - é o perigo mais sutil. É o mal que atinge de dentro; e, como Cristo diz, todo reino dividido em si mesmo vai em ruínas" (Saudações à Cúria Romana, 22 de dezembro de 2014). O diabo procura destruir a Igreja. A sua "é uma guerra suja" e "nós ingênuos participamos do seu jogo" (missa em Santa Marta, 12 de setembro de 2016). "O diabo tenta criar guerra interna, uma espécie de guerra civil e espiritual. Uma guerra que não é feita com armas, que nós conhecemos: é feita com a língua" (Homilia para a Gendarmaria do Vaticano, 28 de setembro de 2013).
Nunca ceda ao desânimo: nossa alegria é Jesus
Esta é a exortação de Francisco: "Nunca ceder ao pessimismo, àquela amargura que o diabo nos oferece todos os dias; nunca ceder ao pessimismo e ao desânimo: temos a firme certeza de que o Espírito Santo dá à Igreja, com seu sopro poderoso, a coragem de perseverar "(Audiência aos Cardeais, 15 de março de 2013). "A nossa não é uma alegria que vem do possuir muitas coisas, mas nasce de ter encontrado uma Pessoa: Jesus, que está entre nós; nasce de saber que com Ele nunca estamos sozinhos, mesmo em momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida se depara com problemas e obstáculos que parecem intransponíveis, e há muitos! E neste momento vem o inimigo, vem o diabo, disfarçado de anjo muitas vezes, e insidiosamente nos diz a sua palavra. Não dê ouvidos a ele! Vamos seguir Jesus! "(Homilia do Domingo de Ramos, 24 de março de 2013).~
Esta é a exortação de Francisco: "Nunca cedemos ao pessimismo, àquela amargura que o diabo nos oferece todos os dias; não cedemos ao pessimismo e ao desânimo: temos a firme certeza de que o Espírito Santo dá à Igreja, com seu sopro poderoso, a coragem de perseverar "(Audiência aos Cardeais, 15 de março de 2013). "Nossa não é uma alegria que vem de possuir muitas coisas, mas nasce de ter encontrado uma Pessoa: Jesus, que está entre nós; vem de saber que nunca estamos sozinhos com ele, mesmo em momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida se depara com problemas e obstáculos que parecem intransponíveis, e há muitos! E neste momento o inimigo vem, o diabo vem, disfarçado de anjo muitas vezes, e insidiosamente nos diz sua palavra. Não dê ouvidos a isso! Vamos seguir Jesus! "(Homilia do Domingo de Ramos, 24 de março de 2013).
A luta cristã é vencer o mal com o bem
São Jorge derrotou o dragão, símbolo de uma vitória da fé que tem modalidades precisas. O Papa aponta para algumas com o convite "a não criar muros, mas pontes, a não para retribuir o mal com o mal, a vencer o mal com o bem, a ofensa com o perdão - o cristão nunca pode dizer: você vai me pagar por isso! nunca; este não é um gesto cristão; a ofensa se vence com o perdão – a viver em paz com todos. Esta é a Igreja! E isso é o que a esperança cristã faz quando assume as características fortes e ao mesmo tempo ternas do amor. O amor é forte e terno. É lindo" (audiência geral de 8 de fevereiro de 2017). Fonte: www.vaticannews.va
Papa Francisco: não existe evangelização de poltrona
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Em sua homilia, Francisco destacou que é o Espírito quem impulsiona os cristãos à evangelização, que “se estrutura” sobre três palavras-chave: “levantar”, “aproximar-se” e “partir da situação”.
Giada Aquilino e Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco celebrou na manhã de quinta-feira (19/04) a missa na capela da Casa Santa Marta, refletindo sobre o trecho dos Atos dos Apóstolos. No Evangelho do dia, um anjo do Senhor diz a Filipe “Prepara-te e vai para o sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza. O caminho é deserto”.
A semente da Palavra de Deus
Francisco explicou que, depois do martírio de Estevão, “começou uma grande perseguição” para os cristãos e “os discípulos se espalharam por todos os lados”, na Judeia, em Samaria. Mas justamente aquele “vento da perseguição” – acrescentou – levou os discípulos a irem “além”.
Assim como faz o vento com as sementes das plantas, as leva além e semeia, assim aconteceu aqui: eles foram além, com a semente da Palavra, e semearam a Palavra de Deus. E assim podemos dizer, brincando um pouco, que nasceu ‘propaganda fide’. Assim. De uma perseguição, de um vento, os discípulos levaram a evangelização. E este trecho que hoje lemos, dos Atos dos Apóstolos, é de uma grande beleza… Mas é um verdadeiro tratado de evangelização. Assim o Senhor evangeliza. Assim o Senhor anuncia. Assim o Senhor quer que evangelizemos.
As três palavras da evangelização
Francisco destacou que é o Espírito a impulsionar Filipe – e nós cristãos – à evangelização. Esta se “estrutura” em três palavras-chave: “levantar-se”, “aproximar-se” e “partir da situação”.
A evangelização não é um plano bem feito de proselitismo: “Vamos aqui e façamos muitos prosélitos, de lá, e muitos...” Não… É o Espírito que diz como você deve ir para levar a Palavra de Deus, para levar o nome de Jesus. E começa dizendo: “Levante-se e vai'”. Levante-se e vai até aquele lugar. Não existe uma evangelização “de poltrona”. “Levante-se e vai'”. Em saída, sempre. “Vai”. Em movimento. Vai ao lugar onde você deve anunciar a Palavra.
Francisco então recordou os muitos homens e mulheres que deixaram pátria e família para ir a terras distantes para levar a Palavra de Deus. E muitas vezes, “despreparados fisicamente, porque não tinham os anticorpos para resistir às doenças daquelas terras”, morriam jovens ou “martirizados”: se trata, diz o Papa - recordando as palavras ditas por um cardeal – de “mártires da evangelização”.
Nenhuma teoria para a evangelização
O Pontífice explicou ainda que não é necessário nenhum “vade-mécum da evangelização”, mas é preciso “proximidade”, aproximar-se “para ver o que acontece” e partir “da situação”, não de uma “teoria”.
Não se pode evangelizar em teoria. A evangelização é um pouco corpo a corpo, pessoa a pessoa. Parte-se da situação, não das teorias. E anuncia Jesus Cristo, e a coragem do Espírito o impulsiona a batizá-lo. Vai além, vai, vai, até que sente que acabou a sua obra. Assim se faz a evangelização. Essas três palavras são chave para todos nós cristãos, que devemos evangelizar com a nossa vida, com o nosso exemplo, e também com a nossa palavra. “Levante-se, levante-se”; “aproxime-se”: proximidade; e “partir da situação”, aquela concreta. Um método simples, mas é o método de Jesus. Jesus evangelizava assim. Sempre em caminho, sempre na estrada, sempre próximo às pessoas, e sempre partia de situações concretas, das concretudes. Somente se pode evangelizar com essas três atitudes, mas sob a força do Espírito. Sempre o Espírito nem mesmo esses três atitudes servem. É o Espírito que nos impulsiona a nos levantar, a nos aproximar e a partir das situações. Fonte: www.vaticannews.va
TERÇA-FEIRA 17: HOMILIA DO PAPA: “O profeta é sempre um homem de esperança”.
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"Um verdadeiro profeta é aquele que é capaz de chorar por seu povo e também de dizer as coisas fortes quando for necessário. Não é morno, é sempre assim, direto”, disse o Papa Francisco, na homilia da Missa celebrada na manhã desta terça-feira, na Capela da Casa Santa Marta
Cidade do Vaticano
“Insensíveis e incircuncisos de coração e ouvido! Vós sempre resististes ao Espírito Santo e como vossos pais agiram, assim fazeis vós!”
Estêvão, o primeiro mártir da Igreja, assim acusava o povo, os anciãos e os escribas que o haviam levado ao tribunal. Tinham o coração fechado, não queriam ouvi-lo e não recordavam mais a história de Israel.
O Papa Francisco repassa estes acontecimentos narrados no Livro dos Atos dos Apóstolos, na leitura proposta pela liturgia do dia.
E como os profetas foram perseguidos por seus pais, assim estes anciãos e escribas “enfurecidos em seus corações, rangem os dentes contra Estêvão e arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo”.
E o Papa comenta, que “quando o profeta chega à verdade e toca o coração, ou coração se abre ou o coração torna-se mais pedra, desencadeando a raiva, a perseguição”. “Assim acaba a vida de um profeta”.
A verdade, tantas vezes incômoda, não é agradável de ser ouvida. Neste sentido, Francisco recorda que “os profetas sempre tiveram estes problemas de perseguição por dizer a verdade”:
“Mas para mim, qual é o teste de que um profeta, quando fala forte, diz a verdade? É quando este profeta é capaz não somente de dizer, mas de chorar sobre o povo que abandonou a verdade. E Jesus, por um lado repreende com aquelas palavras duras: “geração perversa e adúltera”, diz por exemplo. Por outro, chora sobre Jerusalém. Este é o teste. Um verdadeiro profeta é aquele que é capaz de chorar por seu povo e também de dizer as coisas fortes quando for necessário. Não é morno, é sempre assim, direto”.
Mas o verdadeiro profeta não é um “profeta das desventuras”, precisa Francisco. O verdadeiro profeta é um profeta de esperança:
“Abrir portas, curar as raízes, curar a pertença ao povo de Deus para seguir em frente. Não é por ofício um repreensor….não! É um homem de esperança. Repreende quando é necessário e abre as portas olhando o horizonte da esperança. Mas o verdadeiro profeta, se desempenha bem a sua missão, arrisca a própria pele”.
Assim com Estêvão, que morre sob os olhos de Saulo, por ser coerente com a verdade. E o Papa cita uma frase de um dos primeiros Padres da Igreja: “O sangue dos mártires é semente de novos cristãos”:
“A Igreja tem necessidade dos profetas. E diria mais: tem necessidade de que todos nós sejamos profetas. Não críticos, isto é outra coisa. Uma coisa é sempre o juiz crítico, ao qual nada lhe agrada, nenhuma coisa lhe agrada.: “Não, isto não está certo, não está bem, não está bem, não está certo, isto deve ser assim…” Este não é um profeta. O profeta é aquele que reza, olha para Deus, olha para seu povo, sente dor quando o povo erra, chora – é capaz de chorar pelo povo – mas é também capaz de arriscar a própria pele para dizer a verdade”. Fonte: www.vaticannews.va
SEGUNDA-FEIRA, 16: HOMILIA DO PAPA: “Seguir Jesus não por interesse, mas pela fé”.
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Em sua homilia, o Pontífice advertiu a não seguir Jesus por “interesse”, ou seja, pelos milagres que realiza, e exortou a buscá-lo pela fé, para ouvir a sua Palavra.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta, na manhã desta segunda-feira (16/04/2018). Em sua homilia, o Pontífice advertiu a não seguir Jesus por “interesse”, ou seja, pelos milagres que realiza, e exortou a buscá-lo pela fé, para ouvir a sua Palavra. Portanto, é necessário refrescar a memória sobre o que o Senhor realizou em nossa vida a fim de responder com amor.
Não procurar Jesus pelos milagres
O Papa se inspirou no Evangelho de João, da liturgia de hoje, onde se narra que depois da multiplicação dos pães e dos peixes, uma multidão queria fazer de Jesus rei e o procurou não apenas para ouvi-lo, mas por “interesse”, porque fazia milagres.
Jesus, no entanto, se retira e, quando encontra a multidão, a repreende: “Estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos.”
O Papa observou dois aspectos: de um lado procuravam Jesus para sentir como a sua Palavra “chega ao coração”, pela fé, de outro também por interesse. Eram pessoas boas, mas com uma fé um pouco interesseira. Jesus repreende a pouca fé e elogia quem se aproxima dele com fé.
Procurar o amor de Jesus
Um comportamento que transparece também na cura do possuído por demônios na região dos gerasenos: quando as pessoas veem que ele perdeu os porcos, pensam que não as convêm, que elas perdiam dinheiro e, portanto, disseram-lhe para ir embora.
Outro comportamento é a cura dos dez leprosos: somente um volta para agradecer enquanto os outros, depois da cura, se esqueceram de Jesus. Por isso, Jesus convida a trabalhar não pelo alimento que perece, mas pelo que permanece para a vida eterna, isto é, pela “Palavra de Deus e o amor de Deus”.
Exemplo de Estêvão
Há, porém, outro comportamento: o de Santo Estêvão que na Primeira Leitura de hoje fala claro e as pessoas não conseguiam resistir à sua sabedoria:
“Seguia Jesus sem equilibrar as consequências: isso me convém, isso não me convém... não era interesseiro. Amava. E seguiu Jesus, claro; e assim terminou. Eles tramaram contra ele a armadilha da calúnia, eles o fizeram entrar ali e acabou sendo apedrejado. Mas dando testemunho de Jesus.”
Recordar o que Jesus fez na própria vida
Tanto a multidão do Evangelho quanto Estêvão seguem Jesus, mas existem duas maneiras de fazer isso: doando a vida ou “com um pouco de interesse pessoal”, ressaltou o Papa. O convite que faz a cada um é o de perguntar a si mesmo como seguir Jesus. O seu conselho é o de “refrescar a memória”, perguntando a si mesmo o que Jesus fez, não de maneira genérica, mas concretamente, na própria vida:
“E encontraremos muitas coisas grandes que Jesus nos deu gratuitamente, porque nos ama: cada um de nós. E quando eu vejo as coisas que Jesus fez por mim, me faço a segunda pergunta: e eu, o que devo fazer por Jesus? E assim, com estas duas perguntas, talvez conseguiremos nos purificar de toda forma de fé interesseira. Quando vejo tudo aquilo que Jesus me deu, a generosidade do coração diz: “Sim, Senhor, dou tudo! E não farei mais estes erros, estes pecados, mudará de vida...” O caminho da conversão por amor: você me deu muito amor e eu também lhe dou este amor”.
Purificar a fé dos interesses
Por fim, o Papa reiterou a importância destas duas perguntas para purificar a fé:
“Este é um bom teste de como seguimos Jesus: por interesse ou não? Refrescar a memória: as duas perguntas. O que Jesus fez por mim, na minha vida, por amor? E vendo isso, o que tenho que fazer por Jesus, como eu respondo a esse amor. E assim seremos capazes de purificar a nossa fé de todo interesse. Que o Senhor nos ajude neste caminho.” Fonte: www.vaticannews.va
DOMINGO, 15 DE ABRIL: O encontro do Papa com as crianças da Paróquia São Paulo da Cruz, em Roma.
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DOMINGO, 15 DE ABRIL: O encontro do Papa com as crianças da Paróquia São Paulo da Cruz
Na tarde deste domingo, o Bispo de Roma realizou sua 16ª visita pastoral a uma Paróquia romana, visitanto a Paróquia São Paulo da Cruz, no Bairro Corviale.
Cidade do Vaticano
Na tarde deste domingo, o Papa Francisco saiu do Vaticano e foi até o bairro Corviale para visitar a Paróquia de São Paulo da Cruz.
Antes de celebrar a Missa com os paroquianos, Francisco respondeu às perguntas de algumas crianças. Sua homilia não foi preparada, mas proferida de forma improvisada.
Esta que foi sua décima sexta visita a uma paróquia romana, terminou há poucos instantes.
Antes de presidir à Celebração Eucarística, o Papa Francisco conversou com as crianças:
Leonardo:
Oi Papa Francisco!
Eu queria saber uma coisa: qual é a sua passagem favorita do Evangelho? E por quê?
Papa Francisco:
Qual o seu nome
Leonardo:
Leonardo
Papa Francisco:
Leonardo. Bom Leonardo. O Evangelho está cheio de belas e belas passagens, não é? Mas você me perguntou qual é a favorita. Eu responderei com a condição de que vocês voltarem para casa, vocês irão procurar no Evangelho a passagem e irão lê-la. Prometem?
Crianças:
Sim !!!!
Papa Francisco:
Todos?
Crianças:
Sim !!!!
Papa Francisco:
Uma passagem que eu realmente gosto é aquela do Evangelho de Mateus, quando Jesus conhece aquele homem de negócios, aquele traidor da pátria que se chamava Mateus. Ele estava no portão da cidade, apegado ao dinheiro, e cobrava os impostos dos turistas. Vocês pagaram impostos para entrar aqui?
Crianças:
Não!
Papa Francisco:
Não! Mas vemos que não há algum Mateus aqui, graças a Deus! Não fazem vocês pagarem a entrada. Está bem. E aquele homem era um traidor da pátria porque pagava impostos e dava para o exército que ocupava a Palestina naquela época - era o exército romano -; ele deu aos romanos. E esse é um pecado feio, não é? Que coisa feia! Uma pessoa apegada ao dinheiro é uma pessoa feia! Mas este mais ainda, porque ele havia esquecido sua pertença a sua pátria; ele vendia sua pátria toda vez que cobrava os impostos todo mundo. E Jesus passa - essas pessoas eram desprezadas por todos - Jesus passa, olha para ele e diz: "Levante-se, venha". E esse homem não podia acreditar. Um homem desprezado, traidor, pecador ... E aquele homem se levantou e seguiu a Jesus E por que eu gosto dele? - a segunda pergunta - porque ali vemos a força que Jesus tem para mudar um coração. Ele era dos piores, eh! E Jesus conseguiu transformá-lo. Talvez vocês conheçam pessoas que dizem: "Mas eu nunca poderei ser bom, porque tenho muitas coisas atrás de mim, nunca poderei mudar ...". E Jesus é capaz de mudar o pior e fazê-lo um evangelista, um apóstolo e um santo. É por isso que gosto tanto desta passagem do Evangelho, porque vemos o poder de Jesus para mudar nossos corações, para torná-los bons. Não esqueçam a promessa: qual foi a promessa?
Crianças:
Leia o Evangelho ...
Papa Francisco:
Mas não todo: leia essa passagem, hein! Procurem por ela. Este Mateus, ele foi chamado Mateus, mas seu nome era Levi na época. Levi, Matteo. Procurem por ele, leiam em casa e digam: "Mas veja isto, veja isto, hein?" É lindo. Obrigado Leonardo, obrigado!
Segunda pergunta
Carlotta:
Oi Papa Francisco! Quando recebemos o batismo, nos tornamos filhos de Deus e as pessoas que não são batizadas não são filhos de Deus?
Papa Francisco:
Fique aí. Qual o seu nome
Carlotta:
Carlotta.
Papa Francisco:
Carlotta. Diga-me Carlotta, eu faço a pergunta para você: o que você acha? A pessoa que não é batizada, é filha de Deus ou não é filha de Deus? O que seu coração lhe diz?
Carlotta:
Sim.
Papa Francisco:
Sim. Aqui, agora explique. Respondeu bem! eh? Ela tem um faro cristão! Somos todos filhos de Deus. Todos. Todos. Até os não batizados? Sim. Mesmo aqueles que acreditam em outras religiões, afastados, que têm ídolos? Sim, eles são filhos de Deus. Também os mafiosos são filhos de Deus? E vocês não estão seguros ... sim! Mesmo os mafiosos são filhos de Deus. Mas, eles preferem se comportar como filhos do diabo, mas eles são filhos de Deus. Todos. Todos são filhos de Deus. Mas qual é a diferença? Deus criou todos, amou a todos e colocou a consciência no coração de todos para reconhecer o bem e distingui-lo do mal. Todos os homens têm isso, sabem, percebem o que é bom e o que é saudável; mesmo as pessoas que não conhecem Jesus, que não conhecem o cristianismo, todos têm este alma, porque isto semeou Deus. Mas quando você foi batizada, na consciência entrou o Espírito Santo e fortaleceu a sua pertença a Deus e, nesse sentido, você se tornou mais filha de Deus, porque você é filha de Deus como todos os outros, mas também com a força do Espírito Santo que entrou. Você entendeu, Carlotta? Eu pergunto - todos respondem -: todos os homens são filhos de Deus?
Crianças:
Sim!
Papa Francisco:
As pessoas boas são filhas de Deus?
Crianças:
Sim!
Papa Francisco:
As pessoas más são filhas de Deus?
Crianças:
Sim!
Papa Francisco:
Sim! As pessoas que não conhecem Jesus e outras religiões distantes, têm ídolos, são filhas de Deus?
Crianças:
Sim!
Papa Francisco:
Os mafiosos são filhos de Deus?
Crianças:
Sim!
Papa Francisco:
E devemos rezar para que eles voltem e reconheçam a Deus, realmente, eh! Ninguém responde agora, mas responde no coração: quem de vocês reza pelos mafiosos, para que eles se convertem? Cada um responde em seu coração. Então, quando somos batizados, quem entra no nosso coração? Mais forte!
Crianças:
O Espírito Santo!
Papa Francisco:
Bravo! Você é bom! Qual é o seu nome.
Lorenzo:
Lorenzo!
Papa Francisco:
Bom Lorenzo! O Espírito Santo entra e este Espírito Santo nos torna mais filhos de Deus, mas nos dá mais força para nos comportar como filhos de Deus, e é por isso que São Paulo tem uma frase. Eu gostaria que você a dissesse isso como eu. Ele diz: "Não entristeçais o Espírito Santo dentro de você". Por diz essa frase? Porque um cristão, uma pessoa batizada que se comporta mal, entristece o Espírito Santo que está em nós. A frase é esta: "Não entristeça o Espírito Santo que está em vocês. Não entristeça o Espírito Santo que está em ti". Nós dizemos isso?
Papa Francisco com as crianças:
Não entristeça o Espírito Santo dentro de você.
Papa Francisco:
Outra vez!
Papa Francisco com as crianças:
Não aflija o Espírito Santo dentro de você.
Papa Francisco:
E nós, filhos de Deus, que através do batismo temos o Espírito Santo dentro, quando nos comportamos mal, quando pecamos, entristecemos o Espírito Santo que está em nós. obrigado Carlotta!
Terceira pergunta
Edoardo:
Querido Papa Francisco, como você se sentiu quando o elegeram Papa?
Papa Francisco:
Qual o seu nome
Edoardo:
Edoardo.
Papa Francisco:
Edoardo, bem. Só senti que Deus queria isso, levantei-me e fui em frente. Não senti nada de espetacular, mas talvez, essa resposta pareça um pouco chata, mas não senti medo, não senti uma alegria especial ... senti que o Senhor queria isso e seguir em frente, Edoardo. Mas o Senhor tantas vezes nos chama. Eu saudei um de vocês que está em busca vocacional porque sente que o Senhor lhe diz algo por dentro. Mas quando o Senhor chama ele diz a você: "Agora você vai por esse caminho", ele lhe dá paz. É o que se sente quando existe um verdadeiro chamado do Senhor: paz. Eu senti paz. Obrigado, Edoardo.
Quarta pergunta
Papa Francisco:
Venha, venha, venha ...
Emanuele:
Eu não consigo!
Papa Francisco:
Venha, venha para mim Emanuele! Venha até mim e me diga no ouvido. Diga no ouvido. Vem,vem, vem até mim.
Emanuele vai ao Papa Francisco e faz sua pergunta em seu ouvido.
Papa Francisco:
Quem dera todos nós, pudéssemos chorar como Emanuele quando temos uma dor como ele tem em seu coração. Ele chorou por seu pai e teve a coragem de fazer isso na nossa frente, porque em seu coração há amor por seu pai. Pedi permissão a Emanuele para dizer a pergunta em público e ele disse que sim. É por isso que eu a direi a vocês: "Pouco tempo atrás, meu pai morreu. Ele era ateu, mas teve todos os quatro filhos batizados. Ele era um bom homem. Está no céu, papai?". Que bom que um filho diz de seu pai: "Ele era bom". É um belo testemunho daquele homem que deu seus filhos, para que seus filhos pudessem dizer: "Ele era um bom homem". É um belo testemunho do filho que herdou a força de seu pai e, também, teve a coragem de chorar diante de todos nós. Se aquele homem era capaz de fazer filhos assim, é verdade, ele era um bom homem. Ele era um bom homem. Aquele homem não tinha o dom da fé, ele não era crente, mas ele tinha seus filhos batizados. Ele tinha um bom coração. E ele tem a dúvida de que seu pai por não ser crente não está no céu. Quem diz que vai para o céu é Deus, mas como está o coração de Deus diante de um pai assim? Como é isso? Como parece a vocês? Um coração de papai. Deus tem o coração de um pai. E diante de um pai, não crente, que foi capaz de batizar seus filhos e dar-lhes essa bravura aos seus filhos, você acha que Deus seria capaz de deixá-lo longe de você? Você acha isso? Mas forte, com coragem!
Fiéis:
Não!
Papa Francisco:
Deus abandona seus filhos?
Fiéis:
Não!
Papa Francisco:
Deus abandona seus filhos quando eles são bons?
Fiéis:
Não!
Papa Francisco:
Aqui, Emanuele, esta é a resposta. Deus certamente estava orgulhoso de seu pai, porque é mais fácil ser um crente, batizar crianças, que batizá-las sendo incrédulo. Certamente isso agradou muito a Deus. Fale com seu pai, reze seu pai. Obrigado Emanuele por sua coragem. Nós falamos sobre o pai e o nosso pai é Deus. Todos nós rezemos ao nosso pai, Deus.
Recita do Pai Nosso
E agora vou dar a bênção a vocês. Cada um de vocês pensa naquelas pessoas que ama, aqueles que amam você, aquelas pessoas que os amam e também aqueles que não amam ou que são um pouco 'inimigos'. Também, vamos rezar por eles, para que o Senhor também os abençoe. Que ele nos abençoe a todos e ilumine o coração.
bênção
Fonte: www.vaticannews.va
SEXTA-FEIRA 13, HOMILIA DO PAPA: “O mundo clama "liberdade", mas é sempre mais escravo”
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Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta e propôs uma reflexão sobre a liberdade cristã baseada nos exemplos de Gamaliel, João, Pedro e do próprio Jesus.
Alessandro Di Bussolo e Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano (13/04/2018)
Somos livres de seguir Jesus? Somos livres das paixões, das ambições, da moda? São as perguntas com as quais o Papa Francisco concluiu a homilia da missa celebrada na sexta-feira na capela da Casa Santa Marta, na qual comentou a primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, e o Evangelho de João sobre a multiplicação dos pães e dos peixes.
Gamaliel
A liberdade da qual falamos neste tempo pascal, iniciou o Papa, é a liberdade dos filhos que Jesus nos doou “com a sua obra redentora”. A primeira pessoa livre sobre a qual nos faz refletir a Liturgia é Gamaliel, o doutor da lei fariseu que, nos Atos dos Apóstolos, convence o Sinédrio a libertar Pedro e João, na prisão por terem curado um paralítico. Gamaliel, explicou Francisco, é um “homem livre, pensa de cabeça fria, os faz raciocinar”, os convence de que “o tempo faz o seu trabalho”.
O homem livre não tem medo do tempo: deixa Deus agir. Dá espaço para que Deus aja no tempo. O homem livre é paciente. E este homem era um judeu – não era cristão, não reconheceu Jesus salvador – mas era um homem livre. Formula o seu pensamento, o oferece aos outros e é aceito. A liberdade não é impaciente.
Também Pilatos pensou com cabeça fria, prosseguiu Francisco, e percebeu que Jesus era inocente. “Mas não conseguiu resolver o problema, porque não era livre, estava preso à promoção”, “faltava a ele a coragem da liberdade porque era escravo do carreirismo, da ambição, do seu sucesso”.
Pedro e João
O segundo exemplo de liberdade são Pedro e João, “que tinham curado o paralítico e agora estavam diante do Sinédrio”. No final, o Sinédrio os liberta, mas os faz flagelar embora inocentes.
Punidos injustamente, recordou o Papa, “foram embora do Sinédrio felizes de terem sido julgados dignos de sofrer insultos em nome de Jesus”. “Esta é a alegria de imitar Jesus – comentou o Pontífice. É outra liberdade: maior, mais ampla, mais cristã”. Pedro poderia ter ido do juiz e abrir uma causa contra o Sinédrio, pedindo ressarcimento. E, ao invés, estava feliz como João, “porque sofreram em nome de Jesus”. Talvez recordaram as palavras do Mestre: “Bem-aventurados quando forem insultados e perseguidos por minha causa”.
“Eram livres no sofrimento para seguir Jesus”, explicou ainda Francisco. É a atitude cristã: “Senhor, tu me destes muito, sofrestes muito por mim. Que posso fazer por Ti? Toma, Senhor, a minha vida, a minha mente, o meu coração, tudo é Teu”.
Esta é a liberdade de alguém apaixonado por Jesus Cristo. Selado pelo Espírito Santo, com a fé em Jesus Cristo. Tu fizestes isso por mim, eu faço isto por Ti. Também hoje existem muitos cristãos presos, torturados, que levam avante esta liberdade: de confessar Jesus Cristo.
Jesus
O terceiro exemplo é o próprio Jesus, que faz o milagre da multiplicação dos pães. No final, as pessoas ficam entusiasmadas e Jesus entende que “estavam chegando para fazê-lo rei”. Então se retira novamente sobre o monte. “Distanciou-se do triunfalismo. Não se deixou enganar por este triunfalismo – comentou o Papa - Era livre”.
Assim como no deserto, quando rechaçou as tentações de satanás “porque era livre, e a sua liberdade era seguir a vontade do Pai”. “E acabará na cruz. É o exemplo da liberdade maior: Jesus”. Ele seguiu a vontade do Pai para restabelecer a nossa condição de filhos.
Pensemos neste dia na minha liberdade, na nossa liberdade. Três exemplos – Gamaliel, Pedro e João; e o próprio Jesus – a minha liberdade é cristã? Sou livre? Ou sou escravo das minhas paixões, das minhas ambições, de tantas coisas, das riquezas, da moda? Parece uma brincadeira, mas quantas pessoas são escravas da moda! (…) Pensemos na nossa liberdade, neste mundo que é um pouco “disturbado”, esquizofrênico, não? Clama: “Liberdade, liberdade, liberdade!”, mas é mais escravo, escravo, escravo. Pensemos nesta liberdade que Deus, em Jesus, nos doa. Fonte: www.vaticannews.va
QUINTA-FEIRA 12, HOMILIA DO PAPA: “O testemunho cristão incomoda e não conhece "meio-termo".
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Na homilia na Casa Santa Marta, Francisco falou de três características do cristão para viver a alegria pascal: obediência, testemunho e concretude.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco retomou as celebrações matutinas na capela da Casa Santa Marta. Na sua homilia desta quinta-feira (12/04/ 2018), o Pontífice se inspirou na alegria pascal para ressaltar três características: obediência, testemunho e concretude.
Os 50 dias do tempo pascal foram para os apóstolos um “tempo de alegria” pela Ressurreição de Cristo. Uma alegria verdadeira, mas ainda duvidosa, temerária, enquanto depois, com a descida do Espírito Santo, a alegria se tornou “corajosa”: antes “entendiam porque viam o Senhor, mas não entendiam tudo”, estavam felizes mas não conseguiam entender. “Foi o Espírito Santo que os fez entender tudo”, afirmou o Papa.
Obediência
Como narra a primeira leitura extraída dos Atos (At 5,27-33), os Apóstolos são levados diante do Sinédrio, onde o sumo sacerdote lhes recorda a proibição de ensinar em nome de Jesus. “É preciso obedecer a Deus ao invés do que aos homens”: é a resposta de Pedro. A palavra “obediência” retorna também no Evangelho do dia (Jo 3,31-36).
E o Papa a destaca que “uma vida de obediência” é aquela que caracteriza os apóstolos que receberam o Espírito Santo. Obediência para seguir a estrada de Jesus, que “obedeceu até ao fim” como no Monte das Oliveiras. Obediência que consiste em fazer a vontade de Deus. A obediência é o caminho que o Filho “nos abriu”, disse Francisco, e o cristão, portanto, “obedece a Deus”, assim como fizeram os apóstolos.
Ao invés, os sacerdotes queriam comandar e resolver tudo com uma gorjeta: “a propina chegou até ao Sepulcro”. Assim se resolvem as coisas do mundo, disse o Papa, isto é, “com coisas mundanas”. A primeira é “o dinheiro”, do qual o diabo é o senhor, e sobre o qual o próprio Jesus diz que não se pode servir a dois senhores.
Testemunho
A segunda característica dos apóstolos é “o testemunho”: “o testemunho cristão incomoda”, afirmou o Papa. Um pouco talvez procuramos um “meio-termo” entre o mundo e nós, mas o testemunho cristão não conhece “meio-termo”. “Conhece a paciência de acompanhar as pessoas que não compartilham o nosso modo de pensar, a nossa fé, de tolerar, mas jamais de vender a verdade”, reiterou:
Primeiro, obediência. Segundo, testemunho, que incomoda tanto. E todas as perseguições que existem, daquela época até hoje... Pensem nos cristãos perseguidos na África, no Oriente Médio… Mas existem mais do que nos primeiros tempos, na prisão, degolados, enforcados por confessar Jesus. Testemunho até o fim.
Concretude
A concretude dos apóstolos é, enfim, o terceiro aspecto sobre o qual reflete o Papa: falavam de coisas concretas, “não de fábulas”. Assim como os apóstolos viram e tocaram, cada um de nós, disse ainda Francisco, “tocou Jesus na própria vida”:
Acontece que muitas vezes os pecados, os comprometimentos, o medo, nos fazem esquecer este primeiro encontro, do encontro que nos mudou a vida. Eh sim, nos remete a uma lembrança, mas a uma lembrança aguada; nos faz cristãos mas como “colônia de rosas”. Aguados, superficiais. Pedir sempre a graça ao Espírito Santo da concretude. Jesus passou pela minha vida, pelo meu coração. O Espírito entrou em mim. Talvez, depois, tenha esquecido, mas a graça da memória do primeiro encontro.
Portanto, é tempo de pedir a alegria pascal.
Vamos pedi-la uns aos outros, mas aquela verdadeira alegria que vem do Espírito Santo, que dá o Espírito Santo: a alegria da obediência pascal, a alegria do testemunho pascal e a alegria da concretude pascal. Fonte: www.vaticannews.va
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