Terça-feira, 8 de junho-2021. 10ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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1) Oração
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por sua inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5,13-16)
13Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha 15nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. 16Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.
3) Reflexão - Mt 5,13-16
Ontem, meditando as oito bem-aventuranças, passamos pelo portão de entrada do Sermão da Montanha (Mt 5,1-12). No evangelho de hoje recebemos uma importante instrução sobre a missão da Comunidade. Ela deve ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-16). Sal não existe para si, mas para dar sabor à comida. Luz não existe para si, mas para iluminar o caminho. A comunidade não existe para si, mas para servir ao povo. Na época em que Mateus escrevia o seu evangelho, esta missão estava sendo difícil para as comunidades dos judeus convertidas. Apesar de viverem na observância fiel da lei de Moisés, elas estavam sendo expulsas das sinagogas, cortadas do seu passado judeu. Enquanto isso, entre os pagãos convertidos alguns diziam: “Depois que Jesus veio, a Lei de Moisés está superada”. Tudo isto era causa de tensões e incertezas. A abertura de uns parecia criticar a observância dos outros, e vice-versa. Este conflito gerou uma crise que levou cada um a se fechar na sua própria posição. Uns querendo avançar, outros querendo colocar a luz debaixo da mesa. Muitos se perguntavam: "Afinal, qual a nossa missão?" Lembrando e atualizando as palavras de Jesus, o Evangelho de Mateus procura ajudá-los:
Mateus 5,13-16: Sal da terra.
Usando imagens do quotidiano, com palavras simples e diretas, Jesus faz saber qual a missão e a razão de ser de uma comunidade cristã: ser sal. Naquele tempo, com o calor que fazia, o povo e os animais precisavam de consumir muito sal. O sal, entregue pelo fornecedor em grandes blocos colocados em praça pública, ia sendo consumido pelo povo. No fim, aquilo que sobrava ficava espalhado como poeira no chão, tinha perdido o gosto. “Não serve para mais nada; serve só para ser jogado fora e ser pisado pelos homens”. Jesus evoca este costume para esclarecer os discípulos e as discípulas sobre a missão que devem realizar.
Mateus 5,14-16: Luz do mundo.
A comparação é obvia. Ninguém acende uma vela para colocá-la debaixo de um caixote. Uma cidade situada em cima de um morro não consegue ficar escondida. A comunidade deve ser luz, deve iluminar. Não deve ter medo que apareça o bem que faz. Não o faz para aparecer, mas o que faz pode aparecer. Sal não existe para si. Luz não existe para si! Assim deve ser a comunidade: ela não pode fechar-se sobre si mesma. “Que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o Pai de vocês que está no céu."
Mateus 5,17-19: Nenhuma vírgula da lei vai cair.
Entre os judeus convertidos havia duas tendências. Uns achavam que já não era necessário observar as leis do AT, pois é pela fé em Jesus que somos salvos e não pela observância da Lei (Rm 3,21-26). Outros achavam que eles, sendo judeus, deviam continuar observando as leis do AT (At 15,1-2). Em cada uma das duas tendências havia grupos mais radicais. Diante deste conflito, Mateus procura um equilíbrio para além dos dois extremos. A comunidade deve ser o espaço, onde este equilíbrio possa ser alcançado e vivido. A resposta dada por Jesus aos que o criticavam continuava bem atual: “Não vim abolir a lei, mas dar-lhe pleno cumprimento!”. As comunidades não podem ser contra a Lei, nem podem fechar-se dentro da observância da lei. Como Jesus, devem dar um passo e mostrar, na prática, que o objetivo que a lei quer alcançar na vida é a prática perfeita do amor.
As várias tendências nas primeiras comunidades cristãs. O plano de salvação tem três etapas unidas entre si pelo chão da vida: 1) O Antigo Testamento: a caminhada do povo hebreu, orientada pela Lei de Deus. 2) A vida de Jesus de Nazaré: ele renova a Lei de Moisés a partir da sua experiência de Deus como Pai/Mãe. 3) A vida das Comunidades: através do Espírito de Jesus, elas procuram viver a vida como Jesus a viveu. A unidade destas três etapas gera a certeza de fé de que Deus está no meio de nós. As tentativas de quebrar ou de enfraquecer a unidade deste plano de salvação geravam os vários grupos e tendências nas comunidades:
- Os fariseus não reconheciam Jesus como Messias e aceitavam só o AT. Dentro das comunidades havia gente simpatizante com a linha dos fariseus (At 15,5)
- Alguns judeus convertidos aceitavam Jesus como Messias, mas não aceitavam a liberdade do Espírito com que as comunidades viviam a presença de Jesus ressuscitado. (At 15,1).
- Outros, tanto judeus como pagãos convertidos, achavam que com Jesus tinha chegado o fim do AT. Daqui para a frente, só Jesus e a vida no Espírito.
- Havia ainda cristãos que viviam tão plenamente a vida na liberdade do Espírito, que já não olhavam mais para a vida de Jesus de Nazaré nem para o Antigo Testamento (1Cor 12,3).
- Ora, a grande preocupação do Evangelho de Mateus é mostrar que o AT, Jesus de Nazaré e a vida no Espírito não podem ser separados. Os três fazem parte do mesmo e único projeto de Deus e nos comunicam a certeza central da fé: o Deus de Abraão e Sara está presente no meio das comunidades pela fé em Jesus de Nazaré.
4) Para um confronto pessoal
- Para você, na sua experiência de vida, para que serve o sal? Sua comunidade está sendo sal? Para você, o que significa a luz na sua vida? De que maneira sua comunidade está sendo Luz?
- Como as pessoas do bairro vêem a sua comunidade? Sua comunidade exerce alguma atração? É sinal? Sinal de que? Para quem?
5) Oração final
Quando vos invoco, respondei-me, ó Deus de minha justiça, vós que na hora da angústia me reconfortastes. Tende piedade de mim e ouvi minha oração. (Sl 4, 2)
Papa aos Premonstratenses: tenham o coração aberto à acolhida
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Por ocasião do Jubileu proclamado pelos 900 anos da fundação da abadia de Premontrè, na França, o Papa Francisco escreveu uma carta ao Abade Wouters, em memória de São Norberto. O Papa exorta as comunidades espalhadas pelos cinco continentes a se deixarem guiar sempre pelo Evangelho, escutando Deus e seus irmãos
Benedetta Capelli – Vatican News
Apóstolo da paz, da Eucaristia, pregador incansável com um coração aberto para os que pediam ajuda ou uma simples oração. O Papa Francisco destaca as muitas características de São Norberto em sua carta ao Padre Jozef Wouters, abade geral dos Cônegos Regulares Premonstratenses, por ocasião do Jubileu proclamado para celebrar os 900 anos da Abadia de Prémontré e o nascimento da primeira comunidade da qual se originou a ordem.
Uma nova sensibilidade
Francisco recorda São Norberto, nascido em 1075 em Xanten, Alemanha, como "um dos mais solícitos artífices da reforma gregoriana", traçando sua vida e vocação que surgiram enquanto uma nova sensibilidade crescia na Igreja. "Não faltaram”, escreve o Papa, "homens e mulheres, inspirados por Deus, que começaram a questionar os laços dos ministros da Igreja com os interesses meramente mundanos. Norberto foi um desses". Daí a escolha de renunciar à vida de corte e seguir o caminho dos apóstolos, abraçando a Regra de Santo Agostinho.
As comunidades de sua Ordem aceitaram esta herança e, durante nove séculos, cumpriram sua missão no espírito da Regra de Santo Agostinho, em fidelidade à meditação e à pregação do Evangelho, inspirando-se no Mistério Eucarístico, fonte e ápice da vida da Igreja.
Testemunhas do Evangelho
Seu encontro com o Papa Gelásio II o levou a trabalhar como pregador apostólico. "Hoje mais do que nunca, querido Irmão, a proclamação da Boa Nova", escreve o Papa, "é necessária e exige de todos, especialmente dos sacerdotes, um compromisso generoso e, mais ainda, uma forte coerência entre a mensagem proclamada e a vida pessoal e comunitária". "Norberto era um servo fiel do Evangelho e um filho amoroso da Igreja, obediente ao Papa", "curava os doentes ao longo do caminho, expulsava os espíritos maus e conseguia aplacar as antigas rixas entre famílias nobres" a ponto de ser considerado um "apóstolo da paz".
As portas abertas
Em 1121 Norberto escolheu o vale de Prémontré para reunir seus seguidores, fundando assim a primeira comunidade com "a missão de rezar por e com toda a Igreja". Havia um grande fascínio em torno de Premontré, onde "se vivia uma vida religiosa austera, da qual a hospitalidade e o cuidado com os pobres e os peregrinos eram parte integrante".
Queridos filhos de São Norberto, mantenham sempre esta abertura de coração, que também sabe como abrir as portas da casa, para acolher os que procuram um conselho espiritual, os que pedem ajuda material, os que desejam compartilhar suas orações. Que sua liturgia seja sempre "canonical", ou seja, louvor a Deus pelo povo de Deus e com o povo.
Modelo de fé
Norberto sempre extraiu grande força da Eucaristia – afirma o Papa - tornando-se assim, ainda hoje, "um modelo de fé para todos e, em particular, para os sacerdotes". Francisco também lembra que muitas mulheres aderiram ao ideal Norbertino, dedicando-se à vida contemplativa enquanto várias congregações religiosas, compartilhando sua espiritualidade, se dedicaram ao apostolado e ao serviço dos mais frágeis. Desta forma, a ligação entre as abadias Premonstratenses e as paróquias foi fortalecida, mantendo vivo o ensinamento de Norberto.
Seu Fundador viveu em muitos ambientes diferentes, mas em cada circunstância ele se deixou guiar pelo Evangelho: pregador itinerante, sacerdote, superior de uma comunidade, bispo, continuou a escutar a Deus e a seus irmãos, e soube discernir nas diversas circunstâncias da vida, sem perder de vista sua inspiração fundamental.
Ao dar sua bênção, o Papa exorta os Premonstratenses, agora espalhados em cinco continentes, a permanecerem constantemente fiéis à vida escolhida, a exemplo dos apóstolos. Fonte: https://www.vaticannews.va
Segunda-feira, 7 de junho-2021. 10ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por sua inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5,1-12)
1Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. 2Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: 3Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus! 4Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! 9Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! 11Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.
3) Reflexão - Mt 5,1-12
A partir de hoje, início da 10ª Semana Comum, até o fim da 21ª Semana Comum, os evangelhos diários serão tomados do evangelho de Mateus. E a partir de 1 de setembro, início da 22ª Semana Comum, até 29 de novembro, fim do ano litúrgico, eles serão do evangelho de Lucas.
No Evangelho de Mateus, escrito para as comunidades de judeus convertidos da Galileia e Síria, Jesus é apresentado como o novo Moisés, o novo legislador. No AT a Lei de Moisés foi codificada em cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Imitando o modelo antigo, Mateus apresenta a Nova Lei em cinco grandes Sermões espalhados pelo evangelho: 1) O Sermão da Montanha (Mt 5,1 a 7,29); 2) O Sermão da Missão (Mt 10,1-42); 3) O Sermão das Parábolas (Mt 13,1-52); 4) O Sermão da Comunidade (Mt 18,1-35); 5) O Sermão do Futuro do Reino (Mt 24,1 a 25,46). As partes narrativas, intercaladas entre os cinco Sermões, descrevem a prática de Jesus e mostram como ele observava a nova Lei e a encarnava em sua vida.
Mateus 5,1-2: O solene anúncio da Nova Lei
De acordo com o contexto do evangelho de Mateus, no momento em que Jesus pronunciou o Sermão da Montanha, havia apenas quatro discípulos com ele (cf. Mt 4,18-22). Pouca gente. Mas uma multidão imensa estava à sua procura (Mt 4,25). No AT, Moisés subiu o Monte Sinai para receber a Lei de Deus. Como Moisés, Jesus sobe a Montanha e, olhando o povo, proclama a Nova Lei. É significativa a maneira solene como Mateus introduz a proclamação da Nova Lei: “Ao ver as multidões Jesus subiu o monte e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo: Felizes os pobres em Espírito, pois deles é o Reino do Céu!” As oito Bem-Aventuranças formam a solene abertura do "Sermão da Montanha". Nelas Jesus define quem pode ser considerado feliz, quem pode entrar no Reino. São oito categorias de pessoas, oito portas de entrada para o Reino, para a Comunidade. Não há outras entradas! Quem quiser entrar no Reino terá que identificar-se ao menos com uma destas oito categorias.
Mateus 5,3: Felizes os pobres em espírito
Jesus reconhece a riqueza e o valor dos pobres (Mt 11,25-26). Define sua própria missão como “anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4,18). Ele mesmo, vive como pobre. Não possui nada para si, nem mesmo uma pedra para reclinar a cabeça (Mt 8,20). E a quem quer segui-lo ele manda escolher: ou Deus, ou o dinheiro! (Mt 6,24). No evangelho de Lucas se diz: “Felizes vocês pobres!” (Lc 6,20). Então, quem é o “pobre em espírito”? É o pobre que tem o mesmo espírito que animou Jesus. Não é o rico. Nem é o pobre com cabeça de rico. Mas é o pobre que, como Jesus, acredita nos pobres e reconhece o valor deles. É o pobre que diz: “Eu acredito que o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor”.
- 1. Felizes os pobres em espírito 1 deles é o Reino dos Céus
- 2. Felizes os mansos 2 herdarão a terra
- Felizes os aflitos 3 serão consolados
- 4. Felizes os que têm fome e sede de justiça 4 serão saciados
- 5. Felizes os misericordiosos 5 obterão misericórdia
- 6. Felizes os de coração puro 6 verão a Deus
- 7. Felizes os promotores da paz 7 serão filhos de Deus
- 8. Felizes os perseguidos por causa da justiça 8 deles é o Reino dos Céus
Mateus 5,4-9: O novo projeto de vida
Cada vez que na Bíblia se tenta renovar a Aliança, se recomeça restabelecendo o direito dos pobres e dos excluídos. Sem isto, a Aliança não se refaz! Assim faziam os profetas, assim faz Jesus. Nas bem-aventuranças, ele anuncia o novo Projeto de Deus que acolhe os pobres e os excluídos. Ele denuncia o sistema que exclui os pobres e persegue os que lutam pela justiça. A primeira categoria dos “pobres em espírito” e a última categoria dos “perseguidos por causa da justiça” recebem a mesma promessa do Reino dos Céus. E a recebem desde agora, no presente, pois Jesus diz “deles é o Reino!” O Reino já está presente na vida deles. Entre a primeira e a última categoria, há três duplas ou seis outras categorias de pessoas que recebem a promessa do Reino. Nestas três duplas transparece o novo projeto de vida que quer reconstruir a vida na sua totalidade através de um novo tipo de relacionamento: com os bens materiais (1ª dupla); com as pessoas entre si (2ª dupla); com Deus (3ª dupla). A comunidade cristã deve ser uma amostra deste Reino, um lugar onde o Reino começa a tomar forma desde agora.
As três duplas:
Primeira dupla: os mansos e os aflitos: Os mansos são os pobres de que fala o salmo 37. Eles foram privados de suas terras e vão herdá-las de novo (Sl 37,11; cf Sl 37.22.29.34). Os aflitos são os que choram diante da injustiça no mundo e no povo (cf. Sl 119,136; Ez 9,4; Tob 13,16; 2Pd 2,7). Estas duas bem-aventuranças querem reconstruir o relacionamento com os bens materiais: a posse da terra e o mundo reconciliado.
Segunda dupla: os que tem fome e sede de justiça e os misericordiosos: Os que tem fome e sede de justiça são os que desejam renovar a convivência humana, para que ela esteja novamente de acordo com as exigências da justiça. Os misericordiosos são os que tem o coração na miséria dos outros porque querem eliminar as desigualdades entre os irmãos e irmãs. Estas duas bem-aventuranças querem reconstruir o relacionamento entre as pessoas através da prática da justiça e da solidariedade.
Terceira dupla: os puros de coração e os pacíficos: Os puros de coração são os que tem um olhar contemplativo que lhes permite perceber a presença de Deus em tudo. Os que promovem a paz serão chamados filhos de Deus, porque eles se esforçam para que a nova experiência de Deus possa penetrar tudo e realize a integração de tudo (Shalôm). Estas duas bem-aventuranças querem reconstruir o relacionamento com Deus: ver a presença atuante de Deus em tudo e ser chamado filho e filha de Deus.
Mateus 5,10-12: Os perseguidos por causa da justiça e do evangelho
As bem-aventuranças dizem exatamente o contrário do que diz a sociedade em que vivemos. Nesta, o perseguido pela causa da justiça é visto como um infeliz. O pobre é um infeliz. Feliz é quem tem dinheiro e pode ir no supermercado e gastar à vontade. Feliz é quem tem fama e poder. Os infelizes são os pobres, os que choram! Na televisão, as novelas divulgam este mito da pessoa feliz e realizada. E sem nos se dar conta, as novelas acabam se tornando o padrão de vida para muitos de nós. Será que na nossa sociedade ainda há lugar para estas palavras de Jesus: “Felizes os perseguidos por causa da justiça e do evangelho! Felizes os pobres! Felizes os que choram!”? E para mim, que sou cristão ou cristã, quem é feliz de fato?
4) Para um confronto pessoal
1) Todos queremos ser felizes. Todos e todas! Mas somos realmente felizes? Por que sim? Por que não? Como entender que uma pessoa possa ser pobre e feliz ao mesmo tempo?
2) Quais os momentos em sua vida em que você se sentiu realmente feliz. Era uma felicidade como aquela que foi proclamada por Jesus nas bem-aventuranças, ou era de outro tipo?
5) Oração final
Para os montes levanto os olhos: de onde me virá socorro? O meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra. (Sl 120, 1-2)
Em grupo de evangélicos no WhatsApp, filho de R.R. Soares pede orações após pastor ser internado por Covid-19
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Romildo Ribeiro Soares, conhecido como R.R. Soares, é líder da Igreja Internacional da Graça e tem cultos transmitidos pela TV e pela internet | Reprodução
Bernardo Mello
RIO - Em um grupo de WhatsApp que reúne os integrantes da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) na Câmara, o deputado federal David Soares (DEM-SP) pediu orações para o pai, o pastor evangélico Romildo Ribeiro Soares, internado há pelo menos três dias após contrair a Covid-19. Na mensagem, o parlamentar negou que o pastor, conhecido como R.R. Soares, tenha precisado passar por intubação, informação que chegou a circular em veículos de imprensa no sábado.
Líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, R.R. Soares, que tem 73 anos, foi internado no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio, conforme revelou o colunista do GLOBO Ancelmo Gois na última sexta-feira. A última aparição do pastor nos cultos de sua igreja, transmitidos ao vivo pelas redes sociais, havia ocorrido no último dia 29, há cerca de uma semana. Desde então, R.R. Soares vinha aparecendo somente em vídeos gravados previamente.
"Meus irmãos, bom dia. Peço primeiramente desculpas pelo silêncio. Foram dias complicados. Agradeço as orações pelo nosso missionário. Em momento algum ele foi intubado", escreveu seu filho, David, em mensagem no grupo da bancada evangélica, cujo print foi divulgado primeiramente pelo site "O Fuxico Gospel". O GLOBO confirmou a veracidade do print.
"Está consciente e já dialoguei com ele hoje por vídeo. Está com voz firme, corado, e com os exames excelentes. Venceremos, com a ajuda de Deus e todo o apoio médico que estamos tendo. Deus abençoe a todos e contamos com vossas orações", completa a mensagem.
Esta foi a primeira manifestação oficial de familiares sobre o estado de saúde de R.R. Soares. Mesmo depois da notícia da internação, na última sexta, as redes sociais do pastor e de seus filhos não faziam referência ao assunto. Ao GLOBO, o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), líder da bancada evangélica, mostrou incômodo com o vazamento do print do grupo de parlamentares, mas reiterou a informação dada por David Soares: "A informação que tenho do próprio filho é de que seu pai está bem".
Procurado pelo portal G1, o Copa Star confirmou que R.R. Soares seguia internado na tarde deste domingo, mas não informou detalhes sobre seu estado de saúde. Em "nota de esclarecimento" divulgada no início da tarde na página de R.R. Soares no Facebook, a assessoria do pastor disse que, "depois de dias de tribulação", ele segue na "batalha pela restauração completa e a melhora tem sido contínua", também sem detalhar condições de saúde, e sem referência a intubação.
No sábado, o jornal "A Tribuna" noticiou que R.R. Soares teria sido intubado. Embora negada pelo filho do pastor no grupo da bancada evangélica, a informação não foi desmentida no comunicado da assessoria. Em culto transmitido ao vivo pelas redes da igreja neste domingo, diversos internautas perguntavam nos comentários pelo estado de saúde de Soares, que não foi mencionado diretamente pelo pastor à frente da cerimônia.
Considerado uma das principais lideranças evangélicas do país, R.R. Soares é próximo ao presidente Jair Bolsonaro e do círculo mais íntimo do Planalto. Em depoimento à CPI da Covid, o ex-secretário de comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, disse que se aconselhava com Soares e com outros pastores aliados de Bolsonaro, como Silas Malafaia.
Nos cultos de sua igreja, R.R. Soares mantém um "placar da vida" com uma contagem de pessoas que dizem ter se recuperado de diversas doenças, inclusive da Covid-19, através de orações e de uma "água consagrada" pelo pastor.
Sobrinho de R.R. Soares, o ex-prefeito do Rio, Marcelo Crivella, foi uma das poucas lideranças do meio evangélico a se manifestar publicamente sobre a internação do pastor:
"Nosso irmão Missionário RR Soares está graças a Deus se recuperando. Peço a todos que o mantenham em suas preces", escreveu Crivella em suas redes neste domingo. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
*10º Domingo do Tempo Comum - Ano B
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O tema deste 10.º Domingo do Tempo Comum gravita à volta da identidade de Jesus e da comunhão que Ele deseja estabelecer com aqueles que se colocam na disposição de o seguir: fica claro que Jesus não tem qualquer aliança com o Demónio e com o poder do mal e que se quer definir pela sua relação de obediência com Deus Pai, à qual convida todos aqueles que se querem sentir parte da sua família.
No Evangelho, Jesus demonstra que, na sua atividade de libertação do poder do mal, não pode estar a pactuar com o Demónio, mas vem para libertar os homens e as mulheres de todos os tempos. Também nisso está a fazer a vontade de Deus e convida todos a fazer comunidade centrada na sua pessoa e decidida a construir um mundo que se baseie neste desejo de fazer a vontade de Deus.
A primeira leitura traz-nos o diálogo de Deus com as figuras poéticas do primeiro homem e da primeira mulher, depois da queda. Este texto procura chamar-nos ao sentido da existência, deixando claro que todos somos chamados a não pactuar com o mal e a estar de sobreaviso diante das tentações do Maligno.
LEITURA I - Gn 3,9-15
Leitura do Livro do Génesis
Depois de Adão ter comido da árvore,
o Senhor Deus chamou-o e disse-lhe:
«Onde estás?»
Ele respondeu:
«Ouvi o rumor dos vossos passos no jardim
e, como estava nu, tive medo e escondi-me».
Disse Deus:
«Quem te deu a conhecer que estavas nu?
Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira comer?»
Adão respondeu:
«A mulher que me destes por companheira
deu-me do fruto da árvore e eu comi».
O Senhor Deus perguntou à mulher:
«Que fizeste?»
E a mulher respondeu:
«A serpente enganou-me e eu comi».
Disse então o Senhor Deus à serpente:
«Por teres feito semelhante coisa,
maldita sejas entre todos os animais domésticos
e todos os animais selvagens.
Hás de rastejar e comer do pó da terra
todos os dias da tua vida.
Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher,
entre a tua descendência e a descendência dela.
Ela há de atingir-te na cabeça
e tu a atingirás no calcanhar».
AMBIENTE
Como indica a palavra Génesis (quer dizer «origem»), que intitula o primeiro livro da Sagrada Escritura, este é o livro das origens, não apenas porque narra as origens da criação e do mundo (cf. Gn 1,1: «No princípio, Deus criou...»), mas porque vem de encontro às perguntas existenciais de todos os homens e mulheres: «Quem sou eu? Donde venho? Para onde vou?». Assim, mesmo na divisão clássica em duas partes, o primeiro livro da Bíblia responde à pergunta sobre as origens: primeiro, as origens da criação e do ser humano (cf. Gn 1,1–11,26); depois, as origens de Israel, com os chamados ciclos dos patriarcas (cf. Gn 11,27–50,26).
Esta primeira leitura faz parte do segundo relato da criação (cf. Gn 2,4b–3,24), o único a narrar a transgressão, não como um fato histórico, mas como um modo de perceber as origens do mal - que, como veremos, não se encontra em Deus nem no ser humano, mas é externa - e da luta intrínseca dos homens e mulheres contra o autor do mal. Leva-nos até ao relato do encontro de Deus com o homem e a mulher, depois de estes terem comido do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (cf. Gn 3,1-7), transgredindo a ordem que lhes tinha sido expressamente dada de não comer de duas árvores, da árvore do conhecimento do bem e do mal e da árvore da vida (cf. Gn 2,16-17).
MENSAGEM
Para compreender a mensagem do nosso texto, é necessário ter presente o seu contexto, que descrevemos no ambiente. O fato de o homem e a mulher terem comido do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, contrariando uma ordem do Senhor Deus em Gn 2,16-17, quebra a harmonia existente entre o ser humano e Deus, e mesmo com a criação. Mesmo assim, isto não quebra a relação de Deus com o homem e a mulher, uma vez que todo o texto se desenrola num diálogo, feito de perguntas de Deus e de respostas do homem e da mulher.
A origem última de toda a complicação remonta ao fato de se ter dado ouvidos à serpente: «A serpente enganou-me e eu comi» (v. 13). Se vemos na serpente uma imagem do diabo e do poder do mal, é importante estar de sobreaviso diante da tentação do maligno. Como várias vezes tem ensinado o Papa Francisco: «Não se dialoga com o demônio». Ainda o Papa Francisco: «A vida cristã é uma luta permanente. Requer-se força e coragem para resistir às tentações do demônio e anunciar o Evangelho. [...] Não pensemos que é um mito, uma representação, um símbolo, uma figura ou uma ideia. Este engano leva-nos a diminuir a vigilância, a descuidar-nos e a ficar mais expostos. O demônio não precisa de nos possuir. Envenena-nos com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios. E assim, enquanto abrandamos a vigilância, ele aproveita para destruir a nossa vida, as nossas famílias e as nossas comunidades, porque, "como um leão a rugir, anda a rondar-vos, procurando a quem devorar" (1Pd 5,8)» (Gaudete et Exsultate 158.161).
EVANGELHO – Mc 3,20-35
ATUALIZAÇÃO
O tema principal do texto do Evangelho deste domingo - sobre a identidade de Jesus - mostra que desde os inícios do cristianismo os cristãos sentiram necessidade de responder à pergunta: "Quem é Jesus?". Ainda hoje, na ação pastoral da Igreja, sobretudo nas catequeses, é importante que todos os cristãos conheçam a identidade de Jesus, até mesmo para poderem estabelecer com ele uma relação personalizada.
Fazer parte da família de Jesus é a vocação fundamental dos cristãos de todos os tempos. Por isso, são chamados a formar comunidade, que está centrada na pessoa de Jesus e que tem como única missão fazer a vontade de Deus em todas as circunstâncias da vida. É a isso que chama o Evangelho quando Jesus apresenta a sua verdadeira família: é quem faz a vontade de Deus e toma lugar ao redor de Jesus.
O método para estabelecer uma relação de familiaridade com Jesus passa necessariamente por seguir o seu exemplo: é Ele o primeiro a fazer a vontade de Deus, mesmo quando isso acarreta incompreensão e rejeição do seu ministério. O cristão continua no mundo a missão de Jesus e tem como único horizonte fazer a vontade de Deus; esta é uma das petições do Pai Nosso, a oração que Jesus ensina a rezar: «Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu».
Quando o cristão se decide a seguir Jesus, isso implica necessariamente que renuncie ao mal e ao demónio. Tal como Jesus estabelece uma clara separação entre o seu serviço e o poder de Satanás, desde o primeiro momento da vida cristã, os cristãos são chamados a renunciar a Satanás e a fazer a sua profissão de fé em Deus. Na vida ordinária, isso implica que se tenha claro que algumas práticas de bruxaria, feitiçaria e cartomancia não são práticas próprias de um cristão, mas aprisionam; Jesus vem libertar-nos desse aprisionamento de Satanás e é necessário deixar-se libertar.
*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
Cardeal Marx publica carta de renúncia enviada ao Papa
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O purpurado alemão explica que quer deixar a liderança da Diocese de Munique e Frisinga por causa do escândalo de abuso de menores na Alemanha.
Salvatore Cernuzio/Mariangela Jaguraba – Vatican News
Numa carta enviada ao Papa Francisco, o cardeal Reinhard Marx anuncia sua renúncia como arcebispo de Munique e Frisinga, fala de "falhas no âmbito pessoal" e "erros administrativos", mas também de "um fracasso institucional e sistemático" sobre a crise de abuso de menores na Alemanha. Um comunicado da arquidiocese alemã, postado on-line no site oficial, informa que o Papa autorizou a publicação da carta. “O Papa Francisco informou ao cardeal Marx que esta carta agora poderia ser publicada e que o purpurado continuaria seu serviço episcopal até que uma decisão fosse tomada”.
Um beco sem saída que pode ser uma virada
Na carta, o cardeal, até 2020 presidente da Conferência Episcopal Alemã, parte da situação de crise que a Igreja alemã está atravessando: uma crise, segundo ele, "causada também por nosso fracasso pessoal, por nossa culpa". "Parece-me que chegamos a um 'beco sem saída' que também pode se tornar um ponto de virada segundo minha esperança pascal", ressalta.
Corresponsabilidade na crise do abuso
Marx explica que tomou a decisão de renunciar há cerca de um ano. No comunicado que acompanha a publicação, ele dá mais detalhes: “Nos últimos meses, eu refleti várias vezes sobre a renúncia, me questionei e na oração, procurei encontrar no diálogo espiritual, através do 'discernimento espiritual', a decisão certa a ser tomada". O Papa explica que: “Basicamente, para mim, trata-se de assumir a corresponsabilidade pela catástrofe dos abusos sexuais perpetrados pelos representantes da Igreja nas últimas décadas”. Nos últimos meses, o próprio cardeal recorreu ao escritório Westpfahl Spilker Wastl, o mesmo escritório encarregado pela primeira investigação de casos de pedofilia na Arquidiocese de Colônia, para redigir um relatório sobre os abusos na igreja de Munique e Fresinga, garantindo que ele não queria intervir para não influenciar os resultados finais. No ano passado, Marx criou em sua diocese a fundação de pública utilidade “Spes et Salus”, encarregada de oferecer “cura e reconciliação” a todas as vítimas de violência sexual. O purpurado decidiu doar a maior parte de seu patrimônio privado à Fundação.
Erros pessoais e administrativos
Na carta ao Pontífice, publicada hoje em várias línguas, Marx se refere a "investigações" e "perícias" dos últimos dez anos que, enfatiza ele, "me mostram constantemente que houve erros pessoais e administrativos, mas também uma falha institucional e sistemática". Marx também analisa as mais recentes polêmicas e discussões que, em sua opinião, mostram que “alguns na Igreja não querem aceitar este aspecto da corresponsabilidade e com ele a concomitância da culpa da instituição”. Consequentemente, “assumem uma atitude hostil em relação a qualquer diálogo de reforma e renovação em relação à crise do abuso sexual”.
Uma reforma da Igreja
Segundo o purpurado, “há dois elementos que não se podem perder de vista: os erros imputáveis às pessoas e as falhas institucionais que apresentam à Igreja o desafio de mudança e reforma”. Uma “virada” para sair da crise poderia ser, segundo o arcebispo, “apenas a do 'caminho sinodal', um caminho que realmente permite o 'discernimento dos ânimos'”. O purpurado recorda seus 42 anos como sacerdote e 25 como bispo, vinte dos quais ordinário de uma grande diocese, e justamente à luz de sua longa experiência, diz sentir dolorosamente o “quanto caiu a estima pelos bispos no meio eclesiástico e secular. De fato, provavelmente atingiu seu ponto mais baixo”. Segundo o seu ponto de vista, “não basta responsabilizar-se e reagir apenas quando, com base em documentação diversa, é possível identificar os responsáveis com os seus erros e omissões, mas é necessário esclarecer que nós, como bispos, também assumamos a responsabilidade pela Igreja como um todo”.
“Negligência e desinteresse pelas vítimas a maior culpa do passado”
Não é preciso "limitar-se a vincular as irregularidades substancialmente ao passado e aos responsáveis da época, e desta forma enterrá-los". Marx diz que se sente "pessoalmente" culpado e corresponsável também pelo silêncio, omissões e ao muito peso dado à imagem da Instituição”. “Somente a partir de 2002, e mais fortemente a partir de 2010, foram identificados os responsáveis de abusos sexuais, e essa mudança de perspectiva ainda não acabou”, afirma. “O fato de ter transcurado e ignorado as vítimas é certamente a nossa maior culpa do passado".
Um sinal para o reinício
“Fracassamos”, reitera o cardeal Marx, explicando que ele mesmo pertence certamente a esse “nós” de que fala. Por isso, renuncio como “possibilidade de expressar a minha disponibilidade de assumir responsabilidades”, e também como “sinal pessoal para novos inícios, para um novo reinício da Igreja não só na Alemanha”. “Quero mostrar que não é o cargo que está em primeiro plano, mas a missão do Evangelho. Também isso faz parte da pastoral”, conclui, assegurando que continua “com satisfação” a ser sacerdote e bispo e a comprometer-se no âmbito pastoral “sempre e em qualquer caso”, intensificando o trabalho por uma renovação espiritual da Igreja.
Cargos
Reinhard Marx é membro do Conselho de Cardeais desde 2013, instituído pelo Papa Francisco para auxiliá-lo no governo da Igreja e estudar um projeto de revisão da Cúria Romana. Em 2014, o Papa Francisco também o nomeou coordenador do Conselho para a Economia. Em 2012, foi eleito presidente da Conferência Episcopal Alemã, cargo que ocupou até fevereiro de 2020, quando anunciou que não se candidataria a um novo mandato durante a assembleia geral em março. Fonte: https://www.vaticannews.va
Quarta-feira, 2 de maio-2019. 9ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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1) Oração
Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente: afastai de nós o que é nocivo, e concedei-nos tudo o que for útil. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 12, 18-27)
18Ora, vieram ter com ele os saduceus, que afirmam não haver ressurreição, e perguntaram-lhe: 19Mestre, Moisés prescreveu-nos: Se morrer o irmão de alguém, e deixar mulher sem filhos, seu irmão despose a viúva e suscite posteridade a seu irmão. 20Ora, havia sete irmãos; o primeiro casou e morreu sem deixar descendência. 21Então o segundo desposou a viúva, e morreu sem deixar posteridade. Do mesmo modo o terceiro. 22E assim tomaram-na os sete, e não deixaram filhos. Por último, morreu também a mulher. 23Na ressurreição, a quem destes pertencerá a mulher? Pois os sete a tiveram por mulher. 24Jesus respondeu-lhes: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus. 25Na ressurreição dos mortos, os homens não tomarão mulheres, nem as mulheres, maridos, mas serão como os anjos nos céus. 26Mas quanto à ressurreição dos mortos, não lestes no livro de Moisés como Deus lhe falou da sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó (Êx 3, 6)? 27Ele não é Deus de mortos, senão de vivos. Portanto, estais muito errados.
3) Reflexão - Mc 12,18-27
No evangelho de hoje continua o confronto entre Jesus e as autoridades. Depois dos sacerdotes, anciãos e escribas (Mc 12,1-12) e os fariseus e herodianos (Mc 12,13-17), agora aparecem os saduceus que fazem uma pergunta sobre a ressurreição. Assunto polêmico, que causava briga entre saduceus e fariseus (Mc 12,18-27; cf. At 23,6-1).
Nas comunidades cristãs dos anos setenta, época em que Macros escreve o seu evangelho, havia alguns cristãos que, para não serem perseguidos, tentavam conciliar o projeto de Jesus com o projeto do império romano. Os outros que resistiam ao império eram perseguidos, acusados e interrogados pelas autoridades ou por vizinhos que se sentiam incomodados pelo testemunho deles. A descrição dos conflitos de Jesus com as autoridades era uma ajuda muito grande para os cristãos não se deixarem manipular pela ideologia do império. Ao lerem estes episódios de conflito de Jesus com as autoridades, os cristãos perseguidos se animavam e criavam coragem para continuar na caminhada.
Marcos 12,18-23. Os Saduceus.
Os saduceus eram uma elite aristocrata de latifundiários e comerciantes. Eram conservadores. Não aceitavam a fé na ressurreição. Naquele tempo, esta fé começava a ser valorizada pelos fariseus e pela piedade popular. Ela animava a resistência do povo contra a dominação tanto dos romanos como dos sacerdotes, dos anciãos e dos próprios saduceus. Para os saduceus, o reino messiânico já estava presente na situação de bem-estar que eles estavam vivendo. Eles seguiam a assim chamada “Teologia da Retribuição” que distorcia a realidade. Segundo esta teologia, Deus retribui com riqueza e bem-estar aos que observam a lei de Deus, e castiga com sofrimento e pobreza os que praticam o mal. Assim, se entende por que os saduceus não queriam mudanças. Queriam que a religião permanecesse tal como era, imutável como o próprio Deus. Por isso não aceitavam a fé na ressurreição e na ajuda dos anjos, que sustentava a luta daqueles que buscavam mudanças e libertação.
Marcos 12,19-23. A pergunta dos Saduceus.
Eles chegam até Jesus e, para criticar e ridicularizar a fé na ressurreição, contam o caso fictício daquela mulher que casou sete vezes e, no fim, morreu sem filhos. A assim chamada lei do levirato obrigava a viúva sem filhos a casar com o irmão do falecido marido. O filho que nascesse deste novo casamento era considerado filho do falecido marido. Assim, este teria uma descendência. Mas no caso proposto pelos saduceus, a mulher, apesar de ter tido sete maridos, ficou sem marido. Eles perguntam a Jesus: “Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de quem ela será? Todos os sete se casaram com ela!" Era para dizer que crer na ressurreição levaria a pessoa a aceitar o absurdo.
Marcos 12,24-27: A resposta de Jesus.
Jesus responde duramente: “Vocês não entendem nada, nem do poder de Deus, nem da Escritura!” Jesus explica que a condição das pessoas depois da morte será totalmente diferente da condição atual. Depois da morte já não haverá mais casamento, mas todas serão como os anjos no céu. Os saduceus imaginavam a vida no céu igual à vida aqui na terra. No fim, Jesus conclui: “Nosso Deus não é um Deus de mortos, mas sim de vivos! Vocês estão muito errados!” Os discípulos e as discípulas devem estar de sobreaviso: quem estiver do lado destes saduceus estará do lado oposto de Deus!
4) Para um confronto pessoal
1) Qual é hoje o sentido da frase: “Deus não é Deus dos mortos, mas sim dos vivos!”
2) Será que eu creio mesmo na ressurreição? O que significa para mim “creio na ressurreição da carne e na vida eterna”?
5) Oração final
Levanto os olhos para vós, que habitais nos céus. Como os olhos dos servos estão fixos nas mãos de seus senhores, como os olhos das servas estão fixos nas mãos de suas senhoras, assim nossos olhos estão voltados para o Senhor, nosso Deus, esperando que ele tenha piedade de nós. (Sl 122, 1-2)
Terça-feira, 1º de junho-2019. 9ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente: afastai de nós o que é nocivo, e concedei-nos tudo o que for útil. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 12,13-17)
13Enviaram-lhe alguns fariseus e herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra. 14Aproximaram-se dele e disseram-lhe: Mestre, sabemos que és sincero e que não lisonjeias a ninguém; porque não olhas para as aparências dos homens, mas ensinas o caminho de Deus segundo a verdade. É permitido que se pague o imposto a César ou não? Devemos ou não pagá-lo? 15Conhecendo-lhes a hipocrisia, respondeu-lhes Jesus: Por que me quereis armar um laço? Mostrai-me um denário. 16Apresentaram-lho. E ele perguntou-lhes: De quem é esta imagem e a inscrição? De César, responderam-lhe. 17Jesus então lhes replicou. Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. E admiravam-se dele.
3) Reflexão - Mc 12,13-17
No evangelho de hoje continua o confronto entre Jesus e as autoridades. Os sacerdotes, anciãos e escribas tinham sido criticados e denunciados por Jesus na parábola da vinha (Mc 12,1-12). Agora, os mesmos pedem aos fariseus e herodianos para armar uma cilada contra Jesus, a fim de poder apanhá-lo e condená-lo. Estes perguntam a Jesus sobre o imposto a ser pago aos romanos. Era um assunto polêmico que dividia a opinião pública. Os adversários de Jesus querem a todo custo acusá-lo e, assim, diminuir a sua influência junto do povo. Grupos, que antes eram inimigos entre si, agora se unem para combater Jesus que pisava no calo de todos eles. Isto acontece também hoje. Muitas vezes, pessoas ou grupos, inimigos entre si, se unem para defender seus privilégios contra aqueles que os incomodam com o anúncio da verdade e da justiça.
Marcos 12,13-14. A pergunta dos fariseus e herodianos.
Fariseus e herodianos eram as lideranças locais nos povoados da Galileia. Bem antes, eles já tinham decidido matar Jesus (Mc 3,6). Agora, a mando dos Sacerdotes e Anciãos, eles querem saber de Jesus se ele é a favor ou contra o pagamento do imposto aos romanos, a César. Pergunta esperta, cheia de malícia! Sob a aparência de fidelidade à lei de Deus, buscam motivos para poder acusá-lo. Se Jesus dissesse: “Deve pagar!”, poderiam acusá-lo junto ao povo como amigo dos romanos. Se ele dissesse: “Não deve pagar!”, poderiam acusá-lo junto às autoridades romanas como subversivo. Parecia uma sinuca sem saída!
Marcos 12, 15-17: A resposta de Jesus.
Jesus percebe a hipocrisia. Na sua resposta, ele não perde tempo em discussões inúteis, e vai direto ao centro da questão. Em vez de responder e de discutir o assunto do tributo a César, ele pede que lhe mostrem a moeda, e pergunta: "De quem é esta imagem e inscrição?" Eles respondem: "De César!" Resposta de Jesus: "Então, dêem a César o que é de César, mas a Deus o que é de Deus!”. Na prática, eles já reconheciam a autoridade de César. Já estavam dando a César o que era de César, pois usavam as moedas dele para comprar e vender e até para pagar o imposto ao Templo! O que interessa a Jesus é que “dêem a Deus o que é de Deus!”, isto é, que devolvam a Deus o povo, por eles desviado, pois com os seus ensinamentos bloqueavam a entrada do Reino para o povo (Mt 23,13). Outros explicam esta frase de Jesus de outra maneira: “Dêem a Deus o que é de Deus!”, isto é, pratiquem a justiça e a honestidade conforme o exige a Lei de Deus, pois pela hipocrisia vocês estão negando a Deus o que lhe é devido. Os discípulos e as discípulas devem tomar consciência! Pois era o fermento destes fariseus e herodianos que estava cegando os olhos deles! (Mc 8,15).
Impostos, tributos, taxas e dízimos
No tempo de Jesus, o povo da Palestina pagava muitos impostos, taxas, tributos e dízimos, tanto aos romanos como ao Templo. O império romano invadiu a Palestina no ano 63 aC e passou a exigir muitos impostos e tributos. Pelos cálculos feitos, metade ou mais do orçamento familiar era para os impostos, tributos, taxas e dízimos. Os impostos exigidos pelos romanos eram de dois tipos: direto e indireto:
- O imposto Direto era sobre as propriedades e sobre as pessoas. Imposto sobre as propriedades (tributum soli): os fiscais do governo verificavam o tamanho da propriedade, da produção e do número de escravos e fixavam a quantia a ser paga. Periodicamente, havia nova fiscalização através dos censos. Imposto sobre as pessoas (tributum capitis): era para as classes pobres sem terra. Incluía tanto homens como mulheres entre 12 e 65 anos. Era sobre a força do trabalho: 20% da renda de cada pessoa era para o imposto.
- O imposto Indireto era sobre transações variadas. Coroa de ouro: Originalmente, era um presente ao imperador, mas tornou-se um imposto obrigatório. Era cobrado em ocasiões especiais como festas e visitas do imperador. Imposto sobre o sal: o sal era o monopólio do imperador. Só era tributado o sal para uso comercial. Por exemplo, o sal usado pelos pescadores para comercializar o peixe. Daqui vem a nossa palavra “salário”. Imposto na compra e venda: Em cada transação comercial pagava-se 1%. A cobrança era feita pelos fiscais na feira. Na compra de um escravo exigiam-se 4%. Em cada contrato comercial registrado, exigiam-se 2%. Imposto para exercer a profissão: Para tudo se precisava de licença. Por exemplo, um sapateiro na cidade de Palmira pagava um denário por mês. Um denário era o equivalente ao salário de um dia. Até as prostitutas tinham que pagar. Imposto sobre o uso de coisas de utilidade pública: O imperador Vespasiano introduziu o imposto para se poder usar as privadas públicas em Roma. Ele dizia “Dinheiro não fede!”
- Outras Taxas e obrigações: Pedágio ou alfândega; Trabalho forçado; Despesa especial para o exército (dar hospedagem aos soldados; fornecer pagar comida para o sustento das tropas); Imposto para o Templo e o Culto.
4) Para um confronto pessoal
- Você conhece algum caso de grupos ou de pessoas que eram inimigos entre si, mas que se juntaram para perseguir a pessoa honesta que os incomodava e denunciava? Isto já aconteceu alguma vez com você?
- Qual é hoje o sentido da frase: “Dai a César o que é do César, e a Deus o que é de Deus”?
5) Oração final
Cumulai-vos desde a manhã com as vossas misericórdias, para exultarmos alegres em toda a nossa vida. Manifestai vossa obra aos vossos servidores, e a vossa glória aos seus filhos (Sl 89, 14.16)
Índia: 204 padres, 212 freiras e 3 bispos mortos de covid-19.
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Covid-19: Igreja na Índia recorda sacrifício de padres e irmãs contagiados no exercício da missão
“Eles morreram no exercício de seu serviço pastoral e de sua missão. Sua contribuição para a Igreja e sua missão serão lembradas para sempre”, diz sacerdote em Orissa.“Agradecemos a Deus pelo dom destas pessoas e, seguindo o seu exemplo, prometemos continuar a dedicar a nossa vida a Deus, à Igreja e ao povo de Deus, no amor e no serviço, especialmente durante o tempo da pandemia”.
Vatican News
Nesta terça-feira, 1° de junho, as mortes por Covid-19 na Índia eram de quase 332 mil e o número de contágios ultrapassava a cifra de 28 milhões. Entre as vítimas fatais do vírus, também sacerdotes e religiosas que não obstante os riscos, não pouparam esforços em levar assistência aos sofredores e enfermos.
Até 30 de maio, 204 sacerdotes, 212 religiosas e 3 bispos morreram, segundo informou à Agência Fides o padre Suresh Mathew, frade capuchinho e jornalista indiano, diretor da revista inglesa Indian Currents, que assumiu a triste missão de monitorar a situação em nível nacional e fazer a lista dos sacerdotes, religiosos, religiosas e bispos que morreram devido à Covid -19.
“A maior parte dos sacerdotes e freiras falecidos estavam nas áreas rurais para realizar o trabalho pastoral e não tinham acesso a serviços de saúde no tempo necessário”, explicou Pe. Mathew à Agência Fides.
A Índia tem cerca de 30.000 sacerdotes, entre diocesanos e religiosos. As freiras, por outro lado, são cerca de 103.000. Entre os religiosos falecidos - pertencentes a diversas Congregações masculinas e femininas – estão 36 jesuítas, comprometidos no serviço da promoção humana com os pobres, os indígenas, os tribais, os sem casta. As Missionárias da Caridade, em seu serviço ao próximo e aos abandonados e moribundos, perderam 14 religiosas.
Contágios no exercício do ministério
Muitos morreram enquanto estavam ativamente envolvidos no exercício de seu ministério: "As freiras – conta o padre Mathew - foram infectadas durante o serviço em hospitais. Alguns sacerdotes realizavam ritos fúnebres ou quiseram garantir os Sacramentos e a assistência espiritual aos doentes. E, uma vez infectados, muitos de nossos padres que trabalham em recantos remotos do país não tinham acesso a cuidados hospitalares adequados”.
O frade capuchinho observa que se “talvez estivessem em cidades com melhor infraestrutura de saúde, não teriam perdido a vida”, acrescentando que eles “trabalhavam entre os pobres, os indígenas, os esquecidos que não tiveram acesso ou não podiam pagar por um atendimento especializado em hospitais. Eles ficaram ao seu lado na dificuldade, na escassez e na miséria”.
“Eram pessoas que, conscientemente, não quiseram ficar voltadas para si mesmas nem isolar-se, mas quiseram continuar a fazer o seu trabalho, a doar-se, a testemunhar o rosto misericordioso e compassivo de Deus que se inclina sobre os sofredores, mesmo colocando em risco a própria vida", conclui.
Dor também pela perda de leigos e jovens missionários e pessoas de outras religiões
“Estamos todos tristes pela morte de tantas freiras, irmãos e sacerdotes e missionários. Sentimos muita dor porque muitos deles eram nossos conhecidos”, confirma à Fides pe. Anand Mathew, membro da Indian Missionary Society, uma Congregação que perdeu três padres. “Ao mesmo tempo, reconhecemos e recordamos a morte de muitos leigos cristãos e de muitos jovens missionários, bem como o sacrifício de pessoas de várias religiões, durante a segunda onda de Covid”, afirma pe. Ananad, que também é assistente social e especialista em comunicação.
O arcebispo John Barwa, à frente da comunidade da Arquidiocese de Cuttack-Bhubaneswar, em Orissa, no leste da Índia, informa à Fides que sua diocese perdeu dois sacerdotes por causa da Covid: “Os padres foram pioneiros nas regiões mais remotas e comprometidos com o Reino de Deus. A perda de missionários tão zelosos é uma grande perda para a Igreja, para a sociedade e para o país”, comenta.
Na fidelidade ao ministério até o fim, o exemplo a ser seguido
"A Índia está passando por uma segunda onda de Covid sem precedentes, enquanto se constata uma lacuna crescente entre o fornecimento e a necessidade de vacinas, falta de leitos hospitalares, remédios e oxigênio. Há uma grande preocupação para todos. Além disso, perder nestes dias tantos sacerdotes e religiosas é ainda mais doloroso", diz por sua vez a assistente social de Orissa Kailash Chandra Dandapat, que conheceu alguns sacerdotes mortos de Covid-19 - como o padre Bijaya Kumar Nayak - incansáveis animadores das comunidades, prestando assistência e consolo até o fim.
“Eles morreram no exercício de seu serviço pastoral e de sua missão. Sua contribuição para a Igreja e sua missão serão lembradas para sempre”, nota o padre Dibyasingh Parichha, sacerdote e advogado em Orissa. “Agradecemos a Deus pelo dom destas pessoas e, seguindo o seu exemplo, prometemos continuar a dedicar a nossa vida a Deus, à Igreja e ao povo de Deus, no amor e no serviço, especialmente durante o tempo da pandemia”.
Com Agência Fides
Fonte: https://www.vaticannews.va
CORPUS CHRISTI E AÇÕES SOCIAIS
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Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Na data de 3 de junho deste ano, 2021, mesmo em plena presença desoladora e letal da pandemia do coronavírus, celebramos a Solenidade do Santíssimo Corpo, Sangue e Divindade de Jesus Cristo. Corpus Christi é Festa da Eucaristia, da presença do Cristo Ressuscitado e do Sacramento do Amor de Deus pelo seu povo. É a fonte da vida da comunidade cristã e da família de Deus.
Essa Solenidade revela o sentido rico da espiritualidade da Aliança, expressão de unidade que acontece entre o ser divino e o ser humano, em sinal visível e concreto, presente na hóstia consagrada. Jesus Cristo continua entre as pessoas, em forma de Sacramento Eucarístico, sinal-presença de esperança para todos aqueles que O reconhecem como libertador e Salvador da humanidade.
No Novo Testamento acontece a Nova Aliança de Deus, não mais como sinal e nem como acontecimento, mas como Sacramento para edificar a vida das pessoas, porque Cristo continua unido ao povo, a quem doou a vida no seu corpo e sangue. É da Eucaristia que nasce e vive a Igreja, no sangue e na água que jorram de seu corpo, concretizados na água do batismo e na força do sangue derramado.
Então, a Igreja, que vive da força da Eucaristia, exerce uma missão no mundo para construir o Reino de Deus. Além do aspecto da evangelização, da construção da comunidade cristã e da paz, ela realiza ações sociais para ajudar as pessoas mais necessitadas. É a prática da caridade fraterna, diminuindo o sofrimento das pessoas à margem das condições mínimas para sua sobrevivência.
Esse gesto solidário foi ampliado neste tempo de pandemia. O sofrimento do povo aumentou em diversos aspectos. O maior deles é a fome e a impossibilidade de conseguir os alimentos básicos para preservar a vida. Com isto os gestos solidários foram assumidos por pessoas e instituições. Sem dar nenhuma publicidade, mas todas as paróquias no Brasil fizeram alguma campanha solidária de alimentos.
É na força da Eucaristia que melhor conseguimos enxergar o irmão sofredor. A solidariedade de Jesus Cristo com os pobres foi um testemunho modelar para todos os seus seguidores. Ele mostrou que a vida cristã não pode ficar no patamar de um mundo fechado, egoísta e sem partilha. Viver a Eucaristia é colocar a mão na massa para construir uma sociedade onde a vida tem sua dignidade. Fonte: https://www.cnbb.org.br
SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI
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Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
A fé da Igreja na presença do Senhor ressuscitado no mistério da Eucaristia remonta à origem das primeiras comunidades cristãs. O Evangelho de Marcos nos dá, nesta liturgia, um dos relatos da instituição da Eucaristia. A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo foi instituída há mais de oito séculos, numa época em que se comungava pouco, pois muitas comunidades estavam tendo dúvidas acerca da presença real do Senhor na Eucaristia. Jesus, nessa ceia, compromete-se radicalmente, suas palavras durante a ceia levam ao cumprimento pleno do que anunciam. O sacramento da Eucaristia é alimento de nossa doação e serviço aos irmãos? A Eucaristia é vital para nossa vida de fé?
O gesto levado à plena realização por Jesus é também chamado de ação de graças. Por conseguinte, a Eucaristia é muito mais que um banquete, constitui precisamente o memorial da Páscoa de Jesus; não é apenas uma recordação ou lembrança, mas para nós, cristãos, tem o sentido de participação no mistério da sua paixão, morte e ressurreição e de comunhão profunda com ele. Comungar o corpo e sangue do Senhor é comungar de sua missão de servir e doar a vida. Ele mesmo garantiu: “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue terá a vida eterna” (Jo 6,54); isto é, participamos de sua vida quando entramos na mesma dinâmica e espírito de sua proposta de salvação.
A primeira leitura(Ex 24,2-8) descreve a conclusão da aliança entre Deus e o povo no Sinai. Moisés transmite as palavras e os decretos do Senhor ao povo, o qual assume o compromisso de observar todo o conteúdo dessa aliança. Para confirmá-la, Moisés asperge o povo com o sangue dos sacrifícios. Em toda celebração Eucarística, renova-se a mais sublime e permanente aliança de Deus com o povo.
Na segunda leitura(Hb 9,11-15) já não os sangue dos animais, mas o sangue de Cristo, oferecido uma única vez, vem selar a aliança de Deus com a humanidade. Cristo ressuscitado é o novo e incomparável sumo sacerdote e mediador entre Deus e nós. Seu sangue derramado nos purifica de todo pecado.
No Evangelho(Mc 14,12-16.22-26) Jesus celebra junto com os discípulos, sua última ceia, antes de ser julgado e condenado. Com este ato, ele dá novo sentido aos gestos rituais e oferece o pão e o vinho, tornando-se a vítima e realizando o sacrifício da aliança. Os comensais da Eucaristia alimentam-se do Corpo e Sangue de Cristo, que se oferece como alimento para a vida nova e definitiva.
O Papa Francisco, resume bem, o sentido da Solenidade hodierna: “Na nossa cidade faminta de amor e solicitude, que sofre de degradação e abandono, perante tantos idosos sozinhos, famílias em dificuldade, jovens que dificilmente conseguem ganhar o pão e alimentar os seus sonhos, o Senhor diz-te: «Dá-lhes tu de comer». E tu podes retorquir: «Tenho pouco, não sou capaz». Não é verdade! O teu pouco é tanto aos olhos de Jesus, se não o guardares para ti mas o colocares em jogo. E não estás sozinho: tens a Eucaristia, o Pão do caminho, o Pão de Jesus. Também nesta tarde, seremos alimentados pelo seu Corpo entregue. Se o recebermos com o coração, este Pão irradiará em nós a força do amor: sentir-nos-emos abençoados e amados, e teremos vontade de abençoar e amar, a começar daqui, da nossa cidade, das estradas que vamos percorrer nesta tarde. O Senhor passa pelas nossas estradas para dizer-bem de nós e para nos dar coragem. A nós, pede-nos também para sermos bênção e dom” (https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-06/homilia-integral-papa-solenidade-corpus-christi.html, último acesso em 24-05-2021).
A procissão com o Santíssimo Sacramento é a expressão pública da nossa fé. Cristo deseja percorrer as ruas de nossas cidades e estender, sobre a população e as famílias, as bênçãos e a proteção divina. Por isso, comungando o Corpo de Cristo que se doa, somos levados a questionar a nossa capacidade de doação em favor dos outros; em vez de nos isolarmos em nós mesmos, o convite é para que entremos em comunhão também com os nossos irmãos e irmãos. Eucaristia é pão partilhado para saciar a fome da humanidade! Fonte: https://www.cnbb.org.br
DEVOÇÃO E ESPIRITUALIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO
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Dom Manoel Ferreira dos Santos Junior
Bispo de Registro (SP)
Caros (as) irmãos(as), filhos(as) diocesanos (as);
Estamos no mês de junho, mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Na bíblia, quando se fala em coração, está se falando da pessoa toda. Nós também utilizamos a expressão, quando queremos falar de uma pessoa boa, que fulano tem um bom coração.
A primeira carta de S. João nos ensina que: “Nós conhecemos e acreditamos no amor de Deus por nós. Deus é amor, e quem permanece no amor, vive em Deus e Deus nele” (1 Jo. 4, 16). Celebrar o Sagrado Coração é estar envolvido por este amor de Deus. No coração de Jesus, encontramos o amor sem limites de Deus por nós.
A partir do amor, podemos entender a devoção e espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus. No Sagrado Coração de Jesus, nós encontramos e fazemos a experiência do “exagero” do amor de Deus por nós. Ele para nos salvar, envia seu filho Jesus, que foi capaz de deixar rasgar (abrir, transpassar) seu coração para que conhecêssemos a profundidade do amor do Pai. No coração transpassado, conhecemos Jesus por dentro. E pelas frestas do Coração de Jesus, conhecemos o coração do Pai. Diante desta imensidão de amor, o meu amor e a minha doação não são nada, a não ser, resposta ao amor extremado de Deus por mim e por nós. O Papa Francisco fala que Jesus é o rosto misericordioso do Pai. Nós podemos parafraseá-lo e dizer que Jesus é o Coração misericordioso do Pai (Lc. 15).
Estamos na escola do amor: Diz Erich Fromm, “O amor não é apenas um sentimento ou algo voltado a uma pessoa; o amor é uma orientação de caráter, que determina a relação de alguém para com o mundo como um todo, e não para com um objeto de amor. Se alguém ama apenas uma pessoa, e é indiferente ao resto de seus semelhantes, seu amor não é amor, mas uma troca de afeto, ou um egoísmo ampliado”.
Como é profunda a espiritualidade do Coração de Jesus! São Paulo diz com todas as letras: “Cristo me amou e se entregou por mim” (Gl. 2,21). Esta deve ser a minha experiência pessoal. O Sagrado Coração de Jesus é uma síntese acabada de toda uma vida de serviço e dom. Ter devoção ao Coração de Jesus não é só olhar para o seu coração transpassado, mas olhar para a sua vida de intenso amor e entrega pela humanidade, sobretudo pelos que são menos amados.
Os Papas sempre falaram sobre o Coração de Jesus: O Papa Pio XI, dizia que “A espiritualidade do Coração de Jesus é a síntese de toda religião Cristã e o caminho de uma vida mais santa e perfeita”.
O Papa São João Paulo II dizia: “A nova Evangelização, à luz do Sagrado Coração de Jesus, deve conscientizar o mundo de que o Cristianismo é a religião da misericórdia, da esperança e do amor”.
O Papa Bento XVI ressaltou: É tarefa sempre atual para os cristãos continuar aprofundando sua relação com o Coração de Jesus para reavivar a fé no amor salvífico de Deus. Para o Pontífice, “o lado transpassado do Redentor é a fonte para alcançar o conhecimento verdadeiro de Jesus Cristo e compreender o que significa conhecer em Jesus Cristo o amor de Deus, experimentá-lo tendo o olhar fixo nele, até viver completamente da experiência de seu amor, para poder testemunhá-lo aos demais”.
O Papa Francisco ao falar sobre o Sagrado Coração de Jesus, diz que: o Senhor dá a graça, a alegria de celebrar, no coração do Seu Filho, as grandes obras do Seu amor. Pode-se dizer que a festa do Sagrado Coração é a festa do amor de Deus em Jesus, do amor d’Ele pelo ser humano. Há dois traços do amor, diz o Papa. Primeiro: o amor está mais em dar que em receber. Segundo: o amor está mais nas obras que nas palavras.
Outro sinal particular do amor de Deus é que Ele está sempre nos precedendo e nos espera sempre. Seu amor sempre acontece por primeiro. Nosso amor é sempre resposta ao amor de Deus.
Padre Chevalier, fundador dos Missionários do Sagrado Coração dizia que: “A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é a essência do Cristianismo e resume todas as outras devoções. O Coração de Jesus é o amor de Deus, o próprio Deus encarnado. Deus é amor”.
Padre Chevalier vê no coração de Jesus transpassado, donde brota sangue e água, a fonte de todas as graças e o remédio para todos os males do mundo. Dizia ele: O mundo seria melhor e mudaria muita coisa em nossa vida, se a pessoa humana cresse verdadeiramente, no amor de Deus.
1-Como será o nosso crer no amor de Deus? De coração ou da boca para fora?
2-Por que o processo de nossa conversão ao Coração de Jesus é tão lento?
Jesus Manso e humilde de coração – fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
Textos bíblicos: Mt, 11, 28-30
Servi ao Senhor com alegria!
Fonte: https://www.cnbb.org.br
Festa da Visitação de Nossa Senhora - 31 de maio. Evangelho do dia- Lectio Divina, com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Ó Deus todo-poderoso, que inspirastes à Virgem maria sua visita a Isabel, levando no seio o vosso Filho, fazei-nos dóceis ao Espírito Santo, para cantar com ela o vosso louvor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 1, 39-56)
39Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. 40Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. 41Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. 43Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? 44Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.45Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas! 46E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor,47meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, 49porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. 50Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. 51Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. 52Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. 53Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. 54Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
56Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa.
3) Reflexão Luca 1,39-56
Hoje, festa da visitação de Nossa Senhora, o evangelho fala da visita de Maria à sua prima Isabel. Quando Lucas fala de Maria, ele pensa nas comunidades do seu tempo que viviam espalhadas pelas cidades do império romano e lhes oferece em Maria o modelo de como devem relacionar-se com a Palavra de Deus. Certa vez, ao ouvir Jesus falar de Deus, uma mulher do povo exclamou: "Feliz o seio que te carregou, e os seios que te amamentaram". Elogiou a mãe de Jesus. Imediatamente, Jesus respondeu: "Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11,27-28). Maria é o modelo da comunidade fiel que sabe ouvir e praticar a Palavra de Deus. Descrevendo a visita de Maria a Isabel, ele ensina como as comunidades devem fazer para transformar a visita de Deus em serviço aos irmãos e às irmãs.
O episódio da visita de Maria a Isabel mostra ainda um outro aspecto bem próprio de Lucas. Todas as palavras e atitudes, sobretudo o cântico de Maria, formam uma grande celebração de louvor. Parece a descrição de uma solene liturgia. Assim, Lucas evoca o ambiente litúrgico e celebrativo, em que Jesus foi formado e em que as comunidades devem viver a sua fé.
Lucas 1,39-40: Maria sai para visitar Isabel
Lucas acentua a prontidão de Maria em atender às exigências da Palavra de Deus. O anjo lhe falou da gravidez de Isabel e, imediatamente, Maria se levanta para verificar o que o anjo lhe tinha anunciado, e sai de casa para ir ajudar a uma pessoa necessitada. De Nazaré até as montanhas de Judá são mais de 100 quilômetros! Não havia ônibus nem trem.
Lucas 1,41-44: Saudação de Isabel
Isabel representa o Antigo Testamento que termina. Maria, o Novo que começa. O Antigo Testamento acolhe o Novo com gratidão e confiança, reconhecendo nele o dom gratuito de Deus que vem realizar e completar toda a expectativa do povo. No encontro das duas mulheres manifesta-se o dom do Espírito que faz a criança estremecer de alegria no seio de Isabel. A Boa Nova de Deus revela a sua presença numa das coisas mais comuns da vida humana: duas donas de casa se visitando para se ajudar. Visita, alegria, gravidez, criança, ajuda mútua, casa, família: é nisto que Lucas quer que as comunidades (e nós todos) percebamos e descubramos a presença do Reino. As palavras de Isabel, até hoje, fazem parte do salmo mais conhecido e mais rezado da América Latina, que é a Ave Maria.
Lucas 1,45: O elogio que Isabel fez a Maria
"Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor vai acontecer". É o recado de Lucas às Comunidades: crer na Palavra de Deus, pois ela tem força para realizar aquilo que ela nos diz. É Palavra criadora. Gera vida nova no seio de uma virgem, no seio do povo pobre e abandonado que a acolhe com fé.
Lucas 1,46-56: O cântico de Maria
Muito provavelmente, este cântico já era conhecido e cantado nas Comunidades. Ele ensina como se deve rezar e cantar. Lucas 1,46-50: Maria começa proclamando a mudança que aconteceu na sua própria vida sob o olhar amoroso de Deus, cheio de misericórdia. Por isso, ela canta feliz: "Exulto de alegria em Deus, meu Salvador". Lucas 1,51-53: Em seguida, canta a fidelidade de Deus para com seu povo e proclama a mudança que o braço de Javé estava realizando a favor dos pobres e famintos. A expressão "braço de Deus" lembra a libertação do Êxodo. É esta força salvadora de Deus que faz acontecer a mudança: dispersa os orgulhosos (1,51), destrona os poderosos e eleva os humildes (1,52), manda os ricos embora sem nada e aos famintos enche de bens (1,53). Lucas 1,54-55: No fim, ela lembra que tudo isto é expressão da misericórdia de Deus para com o seu povo e expressão da sua fidelidade às promessas feitas à Abraão. A Boa Nova veio não como recompensa pela observância da Lei, mas como expressão da bondade e da fidelidade de Deus às promessas. É o que Paulo ensinava nas cartas aos Gálatas e aos Romanos.
O segundo livro de Samuel conta a história da Arca da Aliança. Davi quis colocá-la em sua casa, mas ficou com medo e disse. "Como virá a Arca de Javé para ficar na minha casa?" (2 Sam 6,9) Davi mandou que a Arca fosse para a casa de Obed-Edom. "E a Arca de Javé ficou três meses na casa de Obed-Edom, e Javé abençoou a Obed-Edom e a toda a sua família" (2 Sam 6,11). Maria, grávida de Jesus, é como a Arca da Aliança que, no Antigo Testamento, visitava as casas das pessoas trazendo benefícios. Ela vai para a casa de Isabel e fica lá três meses. E enquanto está na casa de Isabel, ela e toda a sua família é abençoada por Deus. A comunidade deve ser como a Nova Arca da Aliança. Visitando a casa das pessoas, deve trazer benefícios e graça de Deus para o povo.
4) Para um confronto pessoal
1) O que nos impede de descobrir e de viver a alegria da presença de Deus em nossa vida?
2) Onde e como a alegria da presença de Deus está acontecendo hoje na minha vida e na vida da comunidade?
5) Oração final
Minha alma, bendize o Senhor e tudo o que há em mim, o seu santo nome! Minha alma, bendize o Senhor, e não esqueças nenhum de seus benefícios. (Sl 102, 1-2)
Quarta-feira, 26 de maio-2019. 8ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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1) Oração
Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e a vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 10, 32-45)
32Estavam a caminho de Jerusalém e Jesus ia adiante deles. Estavam perturbados e o seguiam com medo. E tomando novamente a si os Doze, começou a predizer-lhes as coisas que lhe haviam de acontecer: 33"Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e entregá-lo-ão aos gentios. 34Escarnecerão dele, cuspirão nele, açoitá-lo-ão, e hão de matá-lo; mas ao terceiro dia ele ressurgirá. 35Aproximaram-se de; Jesus Tiago e João, filhos de Zebedeu, e disseram-lhe: "Mestre, queremos que nos concedas tudo o que te pedirmos." 36"Que quereis que vos faça?" 37"Concede-nos que nos sentemos na tua glória, um à tua direita e outro à tua esquerda." 38"Não sabeis o que pedis, retorquiu Jesus. Podeis vós beber o cálice que eu vou beber, ou ser batizados no batismo em que eu vou ser batizado?" 39"Podemos", asseguraram eles. Jesus prosseguiu: "Vós bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados no batismo em que eu devo ser batizado. 40Mas, quanto ao assentardes à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim: o lugar compete àqueles a quem está destinado." 41Ouvindo isto, os outros dez começaram a indignar-se contra Tiago e João. 42Jesus chamou-os e deu-lhes esta lição: "Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas. 43Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; 44e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. 45Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos."
3) Reflexão Mc 10,32-45
O evangelho de hoje traz o terceiro anúncio da paixão e, novamente, como nas vezes anteriores, mostra a incoerência dos discípulos (cf. Mc 8,31-33 e Mc 9,30-37). Enquanto Jesus insistia no serviço e na doação entregando sua vida, eles continuavam discutindo os primeiros lugares no Reino, um à direita e outro à esquerda do trono. Ao que tudo indica, os discípulos continuavam cegos! Sinal de que a ideologia dominante da época tinha penetrado profundamente na mentalidade deles. Apesar da convivência de vários anos com Jesus, eles ainda não tinham renovado sua maneira de ver as coisas. Olhavam para Jesus com o olhar antigo. Queriam uma retribuição pelo fato de seguir a Jesus.
Marcos 10,32-34: O terceiro anúncio da paixão
Eles estão a caminho de Jerusalém. Jesus vai na frente. Ele tem pressa. Sabe que vão matá-lo. O profeta Isaías já o tinha anunciado (Is 50,4-6; 53,1-10). Sua morte não é fruto de um destino cego ou de um plano já preestabelecido, mas é conseqüência do compromisso assumido com a missão que recebeu do Pai junto aos excluídos do seu tempo. Por isso, Jesus alerta os discípulos sobre a tortura e a morte que ele vai enfrentar lá em Jerusalém. Pois o discípulo deve seguir o mestre, mesmo que for para sofrer com ele. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que iam atrás estavam com medo. Não entendem o que está acontecendo. O sofrimento não combinava com a idéia que eles tinham do messias.
Marcos 10,35-37: O pedido pelo primeiro lugar
Os discípulos não só não entendem, mas continuam com suas ambições pessoais. Tiago e João pedem um lugar na glória do Reino, um à direita e outro à esquerda de Jesus. Querem passar na frente de Pedro! Não entenderam a proposta de Jesus. Estavam preocupados só com os próprios interesses. Isto reflete a briga e as tensões que existiam nas comunidades, no tempo de Marcos, e que existem até hoje nas nossas comunidades. No evangelho de Mateus é a mãe de Tiago e João que faz o pedido pelos filhos (Mt 20,20). Provavelmente, diante da situação difícil de pobreza e desemprego crescente daquela época, a mãe intercede pelos filhos e tenta garantir um emprego para eles na vinda do Reino de que Jesus falava tanto.
Marcos 10,38-40: A resposta de Jesus
Jesus reage com firmeza: “Vocês não sabem o que estão pedindo!” E pergunta se eles são capazes de beber o cálice que ele, Jesus, vai beber, e se estão dispostos a receber o batismo que ele vai receber. É o cálice do sofrimento, o batismo de sangue! Jesus quer saber se eles, em vez do lugar de honra, aceitam entregar a vida até à morte. Os dois respondem: “Podemos!” Parece uma resposta da boca para fora, pois, poucos dias depois, abandonaram Jesus e o deixaram sozinho na hora do sofrimento (Mc 14,50). Eles não têm muita consciência crítica, nem percebem sua realidade pessoal. Quanto ao lugar de honra no Reino ao lado de Jesus, quem o dá é o Pai. O que ele, Jesus, tem para oferecer é o cálice e o batismo, o sofrimento e a cruz.
Marcos 10,41-44: Entre vocês não seja assim
Neste final da sua instrução sobre a Cruz, Jesus fala, novamente, sobre o exercício do poder (Mc 9,33-35). Naquele tempo, os que detinham o poder no império romano não prestavam conta ao povo. Agiam conforme bem entendiam (Mc 6,17-29). O império romano controlava o mundo e o mantinha submisso pela força das armas e, assim, através de tributos, taxas e impostos, conseguia concentrar a riqueza dos povos na mão de poucos lá em Roma. A sociedade era caracterizada pelo exercício repressivo e abusivo do poder. Jesus tem outra proposta. Ele diz: “Entre vocês não deve ser assim! Quem quiser ser o maior, seja o servidor de todos!” Ele traz ensinamentos contra os privilégios e contra a rivalidade. Inverte o sistema e insiste no serviço como remédio contra a ambição pessoal. A comunidade deve apresentar uma alternativa para a convivência humana.
Marcos 10,45: O resumo da vida de Jesus
Jesus define a sua missão e a sua vida: “O Filho do Homem não veio para ser servido mas para servir e dar sua vida como resgate em favor de muitos”. Jesus é o Messias Servidor, anunciado pelo profeta Isaías (cf. Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). Aprendeu de sua mãe que disse ao anjo: “Eis aqui a serva do Senhor!” (Lc 1,38). Proposta totalmente nova para a sociedade daquele tempo. Nesta frase em que ele define sua vida, transparecem os três títulos mais antigos, usados pelos primeiros cristãos para expressar e comunicar aos outros o que Jesus significava para eles: Filho do Homem, Servo de Javé, Resgatador dos excluídos (libertador, salvador). Humanizar a vida, Servir aos irmãos e irmãs, Acolher os excluídos.
4) Para um confronto pessoal
1-Tiago e João pediram o primeiro lugar no Reino. Hoje, muita gente reza a Deus pedindo dinheiro, promoção, cura, êxito. E eu, o que busco na minha relação com Deus e o que peço a Ele na oração?
2-Humanizar a vida, Servir aos irmãos e irmãs, Acolher os excluídos. É o programa de Jesus, é o nosso programa. Como estou realizando?
5) Oração final
O Senhor manifestou sua salvação, aos olhos dos povos revelou sua justiça. Lembrou-se do seu amor e da sua fidelidade à casa de Israel (Sl 97, 2-3)
Terça-feira, 25 de maio-2019. 8ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e a vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 10,28-31)
Naquele tempo, 28Começou Pedro a dizer a Jesus: "Eis que deixamos tudo e te seguimos." 29Respondeu-lhe Jesus. "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho 30que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna. 31Muitos dos primeiros serão os últimos, e dos últimos serão os primeiros."
3) Reflexão Mc 10,28-31
No evangelho de ontem, Jesus falava da conversão que deve ocorrer no relacionamento dos discípulos com os bens materiais: desapegar-se das coisas, vender tudo, dar para os pobres e seguir Jesus. Ou seja, como Jesus, devem viver na total gratuidade, entregando sua vida na mão de Deus e servindo aos irmãos e irmãs (Mc 10,17-27). No evangelho de hoje Jesus explica melhor como deve ser esta vida de gratuidade e de serviço dos que abandonam tudo por causa dele, Jesus, e do Evangelho (Mc 10,28-31).
Marcos 10,28-31: Cem vezes mais desde agora, mas com perseguições
Pedro observa: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos". É como se dissesse: “Fizemos o que o senhor pediu ao jovem rico. Deixamos tudo e te seguimos. Explica para nós como deve ser esta nossa vida?” Pedro quer que Jesus explicite um pouco mais o novo modo de viver no serviço e na gratuidade. A resposta de Jesus é bonita, profunda e simbólica: "Eu garanto a vocês: quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, vai receber cem vezes mais. Agora, durante esta vida, vai receber casas, irmãos, irmãs, mãe, filhos e campos, junto com perseguições. E, no mundo futuro, vai receber a vida eterna”. O tipo de vida que resulta da entrega de tudo é a amostra do Reino que Jesus quer realizar: (1) Alarga a família e cria comunidade, pois aumenta cem vezes o número de irmãos e irmãs. (2) Provoca a partilha dos bens, pois todos terão cem vezes mais casas e campos. A providência divina se encarna e passa pela organização fraterna, onde tudo é de todos e já não haverá mais necessitados. Eles realizam a lei de Deus que pede “entre vocês não pode haver pobres” (Dt 15,4-11). Foi o que fizeram os primeiros cristãos (At 2,42-45). É a vivência perfeita do serviço e da gratuidade. (3) Não devem esperar nenhuma vantagem em troca, nem segurança, nem promoção de nada. Pelo contrário, nesta vida terão tudo isto, mas com perseguições. Pois os que, neste nosso mundo organizado a partir do egoísmo e dos interesses de grupos e pessoas, vivem a partir do amor gratuito e da entrega de si, estes, como Jesus, serão crucificados. (4) Serão perseguidos neste mundo, mas, no mundo futuro terão a vida eterna de que falava o jovem rico.
Jesus e a opção pelos pobres
Um duplo cativeiro marcava a situação do povo na época de Jesus: o cativeiro da política de Herodes, apoiada pelo Império Romano e mantida por todo um sistema bem organizado de exploração e de repressão, e o cativeiro da religião oficial, mantida pelas autoridades religiosas da época. Por causa disso, o clã, a família, a comunidade, estava sendo desintegrada e uma grande parte do povo vivia excluída, marginalizada, sem lugar, nem na religião, nem na sociedade. Por isso, havia vários movimentos que, como Jesus, procuravam uma nova maneira de viver e conviver em comunidade: essênios, fariseus e, mais tarde, os zelotes. Dentro da comunidade de Jesus, porém, havia algo novo que a diferenciava dos outros grupos. Era a atitude frente aos pobres e excluídos. As comunidades dos fariseus viviam separadas. A palavra “fariseu” quer dizer “separado”. Viviam separadas do povo impuro. Muitos dos fariseus consideravam o povo como ignorante e maldito (Jo 7,49), cheio de pecado (Jo 9,34). Jesus e a sua comunidade, ao contrário, viviam misturados com as pessoas excluídas, consideradas impuras: publicanos, pecadores, prostitutas, leprosos (Mc 2,16; 1,41; Lc 7,37). Jesus reconhece a riqueza e o valor que os pobres possuem (Mt 11,25-26; Lc 21,1-4). Proclama-os felizes, porque o Reino é deles, dos pobres (Lc 6,20; Mt 5,3). Define sua própria missão como “anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4, 18). Ele mesmo vive como pobre. Não possui nada para si, nem mesmo uma pedra para reclinar a cabeça (Lc 9,58). E a quem quer segui-lo para conviver com ele, manda escolher: ou Deus, ou o dinheiro! (Mt 6,24). Manda fazer opção pelos pobres! (Mc 10,21) A pobreza, que caracterizava a vida de Jesus e dos discípulos, caracterizava também a missão. Ao contrário dos outros missionários (Mt 23,15), os discípulos e as discípulas de Jesus não podiam levar nada, nem ouro, nem prata, nem duas túnicas, nem sacola, nem sandálias (Mt 10,9-10). Deviam confiar é na hospitalidade (Lc 9,4; 10,5-6). E caso fossem acolhidos pelo povo, deviam trabalhar como todo mundo e viver do que receberiam em troca (Lc 10,7-8). Além disso, deviam tratar dos doentes e necessitados (Lc 10,9; Mt 10,8). Então podiam dizer ao povo: “O Reino chegou!” (Lc 10,9).
4) Para um confronto pessoal
1) Como você, na sua vida, realiza a proposta de Pedro: “Deixamos tudo e te seguimos”?
2) Partilha, gratuidade, serviço, acolhida aos excluídos são sinais do Reino. Como as vivo hoje?
5) Oração final
Todos os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai ao Senhor, terra inteira gritai e exultai cantando hinos. (Sl 97, 3-4)
Pentecostes: o Espírito Santo atua na Igreja e no mundo
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Foto: Novenário da Festa do Divino Espírito Santo em Angra dos Reis/RJ.
O Espírito Santo desceu em Pentecostes tornando viva a vida da Igreja em Jesus Cristo, em unidade com o Pai. Vivamos os seus dons a serviço da Igreja e da missão de tornar filhos e filhas de Deus a todas as pessoas. O Espírito Santo nos ilumine nesta caminhada de fé, de esperança e de caridade!
Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA
Estamos no tempo favorável para meditar as maravilhas do Senhor, a sua ressurreição e ascensão, e, logo mais, a ação do Espírito Santo. Esta semana antecede o grande acontecimento, Pentecostes, a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. Ele veio para renovar a face da terra, levar os discípulos a serem missionários de Jesus Cristo e de sua Igreja, em unidade com o Pai. Vivenciamos os seus dons e as suas graças na família, na comunidade e na sociedade, tendo presente os padres da Igreja, os primeiros escritores cristãos. Eles falaram sobre o Espírito Santo, a sua ação e missão no mundo e na igreja.
O Espírito Santo como pessoa divina.
Tertuliano, padre do norte africano, dos séculos segundo e terceiro, foi o primeiro autor na antiguidade cristã a usar o termo persona (pessoa) em relação à Trindade e ao Espírito Santo ao se referir à criação do ser humano. Quando Deus disse “façamos” (cfr. Gn 1,26), por ocasião da criação do homem, o padre africano interpretou que o termo expressava a Unidade na Trindade Santa. Não era apenas uma só pessoa que estava falando, mas as três pessoas que estavam juntas num único Deus para a criação do ser humano, homem e mulher, sendo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deus disse assim porque Ele tinha ao seu lado o Filho, como segunda pessoa, e o Espírito Santo, como terceira pessoa. O Espírito Santo vem do Pai através do Filho e é um com o Pai e com o Filho, em relação com a unidade da substância[1]. O Espírito Santo torna as pessoas, os cristãos, irmãos e irmãs. Quanto mais a bom direito os cristãos se sentem irmãos aqueles que reconhecem Deus como único pai e se chamam irmãos por causa do espírito de santidade[2].
A unidade humana com o Espírito Santo.
Orígenes de Alexandria, padre dos séculos segundo e terceiro, afirmou que não se pode participar do Pai e do Filho sem o Espírito Santo. O Espírito Santo faz as pessoas participarem de sua santidade. Ele afirmou que não se pode falar do Filho de Deus de maneira mais evidente e mais divina e dele dar conhecimento aos seres humanos a não ser por meio de sua Escritura, inspirada pelo Espírito Santo. O Espírito Santo age sobre aqueles e aquelas que são orientados para o bem e percorre o caminho de Cristo (cfr. 1 Cor 4,17), isto é, fazem o bem (cfr. Ef 2,10) e são em Deus (cfr. 1 Jo 4,13)[3].
O temor de Deus pelo Espírito Santo.
Santo Irineu de Lyon, bispo dos séculos segundo e terceiro, afirmou que o temor de Deus e a fé na vinda de seu Filho vêm por obra do Espírito de Deus, que põe vida no coração humano, tornando as pessoas puras, viventes para Deus, porque possuem o Espírito do Pai que purifica o ser humano e eleva à vida de Deus. A fraqueza do ser humano é superada pela força do Espírito, graças à comunhão com Ele. Desta forma, os mártires não testemunharam segundo a fraqueza da carne, mas sim conforme a prontidão do Espírito. A fraqueza da carne desaparece pelo poder do Espírito, constituindo o ser humano como um ser vivente para Deus pela sua participação no Espírito[4].
O Espírito é extraordinário em seus dons.
Segundo São Cirilo de Jerusalém, bispo do século quarto, o Espírito Santo é algo grandioso, onipotente, extraordinário nos seus dons. O Espírito Santo na medida e no modo idôneo para cada um age eficazmente, pois Ele conhece a natureza de cada um de nós, discernindo os pensamentos e a consciência, tudo quanto pronunciamos ou tememos com a mente. O bispo de Jerusalém tinha presente as dimensões do império romano com todos os povos, reconhecendo os ministros e a presença de Deus em todos eles. Constatamos que o grande protetor e distribuidor de graças dando a todos a misericórdia e o amor vem do Espírito Santo, o qual ilumina todas as coisas e também aqueles que têm olhos para vê-Lo. Ele é superior aos anjos e arcanjos, as potestades, aos tronos, as dominações, sendo Ele senhor e santificador[5].
A iluminação por obra do Espírito Santo.
São Cirilo de Jerusalém enfatizou ainda o cumprimento do bem e da salvação como ação do Espírito Santo. Antes de Sua chegada, surgem emanações de luz e de ciência, advertindo a pessoa para a sua vinda. Ele vem com a alma de um verdadeiro protetor, porque traz a salvação e ilumina a mente do fiel. O Espírito Santo instrui o ser humano para que possa distinguir perfeitamente aquilo que em determinado momento não conseguiria perceber. Realmente, precioso e bom é o Espírito Santo! Pois, somos batizados no Pai, Filho e Espírito Santo (cfr. Mt 28,19)[6].
A libertação por obra do Espírito Santo.
Para São Basílio, o grande, bispo de Cesaréia do século quarto, afirmou que uma alma que deseja libertar-se às coisas terrenas, verá na razão da criação puríssima, o Espírito Santo, donde são o Pai e o Filho, o Espírito Santo, o qual é da mesma natureza e substância, e possui também: a bondade, a justiça, a santidade, a vida. Ele é o doador dos dons como a santificação, a bondade e a justiça. Assim é o Espírito Santo na divina substância, não considerado uma pluralidade, mas visto na Trindade, na unidade.
O Espírito Santo é um com o Pai e o Filho.
Ainda em São Basílio, afirma-se a unidade do Espírito Santo com as outras duas pessoas divinas. Como o Pai é um e o Filho é um, assim também o Espírito Santo é um. Não se pode colocar junto aquele que santifica com aqueles que são santificados. O Espírito enche os anjos, os arcanjos, santifica as potestades, vivifica tudo. Ele se distribui na inteira criação, mas a cada um, se dá de um modo, não resultando diminuído. O Espírito Santo dá a todos a sua graça, permanecendo indiviso. Ilumina todos ao conhecimento de Deus, entusiasma os profetas, torna sábios os legisladores, consagra os sacerdotes, consolida os reis, torna perfeitos os justos, distribui o dom da santificação, ressuscita os mortos, liberta os prisioneiros, faz filhos os estrangeiros[7].
A obra da purificação pelo Espírito Santo.
São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, dos séculos quarto e quinto, realçou que em virtude do Espírito Santo, nós obtemos o perdão dos nossos pecados por sua obra, somos purificados de todas as impurezas: através de sua mediação, tornamo-nos pessoas boas e angelicais pela graça que dele provem. A presença do Espírito Santo transforma nossos corações e vida[8].
As aparições do Espírito Santo à realidade humana.
Santo Agostinho, bispo de Hipona, nos séculos quarto e quinto, disse que nas aparições do Espírito Santo, não foi assumida a criatura do mesmo modo que o Verbo assumiu a carne e a forma humana no seio da Virgem Maria. O Espírito Santo não santificou a pomba nem o vento e nem os uniu a si e à sua pessoa, porque a sua natureza não é mutável, mas é imutável e eterna. Essas figuras apareceram quando foi oportuno, como um gesto de serviço da criatura para com o seu Criador, obedecendo a um sinal de quem permanece imutável em si mesmo, com a finalidade de mostrá-lo ao mundo. Nessas realidades existentes, esteve oculta uma ação significativa, a ação do Espírito Santo, de modo que a figura material desses elementos surgiu com uma finalidade representativa e passageira, para impressionar os sentidos humanos pelo poder do Espírito Santo que está em comunhão com as outras duas pessoas divinas: o Pai e o Filho[9].
O Espírito Santo desceu em Pentecostes tornando viva a vida da Igreja em Jesus Cristo, em unidade com o Pai. Vivamos os seus dons a serviço da Igreja e da missão de tornar filhos e filhas de Deus a todas as pessoas. O Espírito Santo nos ilumine nesta caminhada de fé, de esperança e de caridade!
[1] Cfr. Contro Prassea, 12,3. CCL 2, 1173. In: Spirito di Dio, Introduzione, traduzione e note a cura di Mauro Todde, Edizioni Paoline, Milano, 1987, pg. 13, n. 6. e-cristianismo.com.br/.../tertuliano-contra-praxeas.html?start=2
[2]Cfr. Tertulliano, Apologetico, XXXIX, 9, a cura di A. Resta Barrile,. Oscar Mondadori, Bologna, 2005, pg. 139.
[3] Cfr. Origines, Tratado sobre os Princípios, 1,3,1-8. Paulus, SP, 2012, pgs. 84-94.
[4] Cfr. Cfr. Ireneu de Lião, V, 9,2, Paulus, São Paulo, 1995, pgs. 538-539.
[5]Cfr. Cirillo di Gerusalemme, Catechesi battesimali, 16, 22-23. In: La teologia dei padri, v. 3. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pgs. 306-307.
[6]Cfr. Cirillo di Gerusalemme, Catechesi battesimali, 16,19-21. In: Idem, pgs. 308-309.
[7]Cfr. Basilio il Grande, Omelia sulla fede, 3. In: Idem, pg. 307.
[8]Cfr. Giovanni Crisostomo, Omelia sulla santa Pentecoste, 1. In: Idem, pg. 317.
[9] Cfr. Santo Agostinho, A Trindade, Livro II, 11-12. Paulus, SP, 1995, pgs, 81-84. Fonte: https://www.vaticannews.va
Sexta-feira, 21 de maio-2019. 7ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, pela glorificação do Cristo e pela iluminação do Espírito Santo, abristes para nós as portas da vida eterna. Fazei que, participando de tão grandes bens, nos tornemos mais dedicados a vosso serviço e cresçamos constantemente na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 21,15-19)
15Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 16Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 17Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. 19Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me!
3) Reflexão - Jo 21,15-19
Estamos nos últimos dias antes de Pentecostes. Durante a quaresma, a seleção dos evangelhos diários segue a tradição antiga da Igreja. Entre Páscoa e Pentecostes, a preferência é para o evangelho de João. Assim, nestes últimos dois dias antes de Pentecostes, os evangelhos diários trazem os últimos versículos do Evangelho de João. Na próxima segunda feira, quando retomamos o Tempo Comum, retomamos o evangelho de Marcos. Nas semanas do Tempo Comum, a liturgia diária faz leitura contínua do evangelho de Marcos (da 1ª até à 9ª semana comum), de Mateus (da 10º até 21ª semana comum) e de Lucas (da 22ª até 34ª semana comum).
Os evangelhos de hoje e de amanhã trazem o último encontro de Jesus com os discípulos. Foi um reencontro celebrativo, marcado pela ternura e pelo carinho. No fim, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Só depois de ter recebido, por três vezes, a mesma resposta afirmativa, é que Jesus dá a Pedro a missão de tomar conta das ovelhas. Para podermos trabalhar na comunidade Jesus não pergunta se sabemos muita coisa. O que ele pede é que tenhamos muito amor!
João 21,15-17: O amor no centro da missão
Depois de uma noite de pescaria no lago sem pegar nenhum peixe, chegando na praia, os discípulos descobrem que Jesus já tinha preparado uma refeição com pão e peixe assado nas brasas. Todos juntos fizeram uma ceia de confraternização, em cujo centro estava o próprio Senhor Jesus, preparando a Ceia. Terminada a refeição, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Três vezes, porque foi por três vezes que Pedro negou Jesus (Jo 18,17.25-27). Depois de três respostas afirmativas, também Pedro se torna "Discípulo Amado" e recebe a ordem de tomar conta das ovelhas. Jesus não perguntou se Pedro tinha estudado exegese, teologia, moral ou direito canônico. Só perguntou: "Você me ama?" O amor em primeiro lugar. Para as comunidades do Discípulo Amado a força que as sustenta e mantém unidas não é a doutrina, mas sim o amor.
João 21,18-19: A previsão da morte
Jesus diz a Pedro: Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Ao longo da vida, Pedro e todos nós vamos amadurecendo. A prática do amor irá tomando conta da vida e a pessoa já não será mais dono da própria vida. O serviço de amor aos irmãos e às irmãs tomará conta de tudo e nos conduzirá. Um outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Este é o sentido do seguimento. E o evangelista comenta: “Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus”. E Jesus acrescentou: "Siga-me."
O amor em João – Pedro, você me ama? - O Discípulo Amado
A palavra amor é umas das palavras mais usadas por nós, hoje em dia. Por isso mesmo, é uma palavra muito desgastada. Mas era com esta palavra que as comunidades do Discípulo Amado manifestavam a sua identidade e o seu projeto. Amar é antes de tudo uma experiência profunda de relacionamento entre pessoas onde existe uma mistura de sentimentos e valores como alegria, tristeza, sofrimento, crescimento, renúncia, entrega, realização, doação, compromisso, vida, morte etc. Este conjunto todo na Bíblia é resumido por uma única palavra na língua hebraica. Esta palavra é hesed. É uma palavra de difícil tradução para a nossa língua. Nas nossas Bíblias geralmente é traduzida por caridade, misericórdia, fidelidade ou amor. As comunidades do Discípulo Amado procuravam viver esta prática do amor em toda a sua radicalidade. Jesus a revelou em seus encontros com as pessoas com sentimentos de amizade e de ternura, como, por exemplo, no seu relacionamento com a família de Marta em Betânia: “Jesus amava Marta e sua irmã e Lázaro”. Ele chora diante do túmulo de Lázaro (Jo 11,5.33-36). Jesus encarou sempre sua missão como uma manifestação de amor: “tendo amado os seus, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Neste amor Jesus manifesta sua profunda identidade com o Pai (Jo 15,9). Para as comunidades não havia outro mandamento a não ser este: “agir como Jesus agia” (1Jo 2,6). Isto implica em “amar os irmãos”(1Jo 2,7-11; 3,11-24; 2Jo 4-6). Sendo um mandamento tão central na vida da comunidade, os escritos joaninos definem assim o amor: “Nisto conhecemos o Amor: que ele deu a sua vida por nós. Nos também devemos dar as nossas vidas por nossos irmãos e irmãs”. Por isso não devemos “amar só por palavras, mas por ações e verdade”.(1Jo 3,16-17). Quem vive o amor e o manifesta em suas palavras e atitudes torna-se também Discípula Amada, Discípulo Amado.
4) Para confronto pessoal
1-Olhe para dentro de você e diga qual o motivo mais profundo que leva você a trabalhar na comunidade? É o amor ou é a preocupação com as ideias?
2-A partir das relações que temos entre nós, com Deus e com a natureza, que tipo de comunidade estamos construído?
5) Oração final
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios (Sl 102, 1-2).
Arquidiocese de Niterói/RJ: Morre Padre Júlio Cesar Trindade Veríssimo de covid-19
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Faleceu, aos 44 anos, Padre Júlio Cesar Trindade Veríssimo, Administrador Paroquial da Paróquia Imaculada Conceição, Centro, Iguaba Grande. O sacerdote encontrava-se internado com covid desde do dia 4 de maio, no CHN (Complexo Hospitalar de Niterói). Segundo a assessoria do hospital, “Padre Júlio veio a óbito, hoje às 04h55.” O hospital enviou ainda os sentimentos à Arquidiocese de Niterói, pela perda do sacerdote.
Padre Júlio Cesar Trindade Veríssimo nasceu no dia 22 de fevereiro de 1977, em Cacequi, Estado do Rio Grande do Sul. Em 10 de outubro de 2015, foi ordenado sacerdote de nossa Arquidiocese. Desde 2019, estava atuando na Paróquia Imaculada Conceição, no centro de Iguaba.
Dom José Francisco, Arcebispo Metropolitano de Niterói, enviou a seguinte nota de Falecimento:
Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá (Jo 11,25)
Com os mesmos sentimentos de Nosso Senhor, diante da dor mais profunda que pode o ser humano experimentar, comunicamos o falecimento de nosso filho e irmão presbítero o Pe. Júlio Cesar Trindade.
Em atenção a este momento, estamos aguardando as informações acerca da Missa e Sepultamento.
Que a oração nos una e nos fortaleça neste momento, com o abraço Fraterno
+ José Francisco
Na certeza de que Deus o receberá em seu Reino, expressamos nossa gratidão a seu serviço ministerial, com a frase de São João da Cruz: “No entardecer da vida seremos julgados pelo Amor”. Deus seja louvado! Estamos certos de que todo o amor devotado a Cristo, à Igreja e ao Povo de Deus lhe concederá, como recompensa, o repouso nos braços do Pai. Fonte: https://web.facebook.com/arqnit
SAQUAREMA/RJ: Morre Padre de Covid-19
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Faleceu, aos 41 anos, Rodrigo Marques Gomes, Administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, em Saquarema. O sacerdote encontrava-se internado com covid, no Hospital das Clínicas da Região dos Lagos, onde veio a óbito.
Rodrigo Marques Gomes nasceu no dia 23 de abril de 1980, no Rio de Janeiro. Em 27 de agosto de 2016, foi ordenado sacerdote em nossa Arquidiocese. Desde 2018, estava atuando na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, Saquarema, Vicariato Lagos.
Dom José Francisco, Arcebispo Metropolitano de Niterói, enviou a seguinte nota ao clero:
“O Senhor é o nosso refúgio e nossa força; mostrou-se
nosso amparo nas tribulações” Sl 45,2
Com extremo pesar e dor na alma, nossa Arquidiocese de Niterói, nosso clero, recebe agora há pouco a notícia do falecimento do Pe. Rodrigo Marques Gomes.
Que as palavras do salmista neste dia, já consumido pelo sofrimento, possam nos dar a esperança e o amparo em nosso Deus.
Com bênçãos e em unidade
+ José Francisco
Na certeza de que Deus o receberá em seu Reino, expressamos nossa gratidão a seu serviço ministerial, com a frase de São João da Cruz: “No entardecer da vida seremos julgados pelo Amor”. Deus seja louvado! Estamos certos de que todo o amor devotado a Cristo, à Igreja e ao Povo de Deus lhe concederá, como recompensa, o repouso nos braços do Pai. Fonte: https://web.facebook.com/arqnit
AO VIVO- DIRETO DE ANGRA DOS REIS/RJ: Quinta-feira da Adoração, Caridade e Confissão.
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Quinta-feira da Adoração, Caridade e Confissão. Das 9h às 16h 30min. 19h, Santa Missa na Igreja Matriz- Novena do Divino Espírito Santo.
DEVOÇÃO E CARIDADE: #Tempodecuidar: A nossa campanha em favor dos pobres continua em Angra dos Reis/RJ.
Contatos para doação- Whatsapp (Doação de Cestas Básicas)
Frei Petrônio de Miranda. (21) 98291-7139.
Conceição Fonseca: (24) 97404-1826
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