Igrejas desafiam recomendação de suspender missas e cultos diante da pandemia do coronavírus
- Detalhes
Igrejas desafiam recomendação de suspender missas e cultos diante da pandemia do coronavírus
São Paulo sugere cancelamento de encontros religiosos. Cúpula católica no Estado fala em aumentar missas para minimizar contato. Pastor Silas Malafaia, no Rio, promete manter culto
“Em nome de Jesus, nenhum mal te sucederá nem praga alguma chegará à tua casa.” Citando o salmo 91, da Bíblia Sagrada, o pastor Silas Malafaia instiga seguidores a não temerem a pandemia de coronavírus que já infectou quase 200.000 pessoas pelo mundo. O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo publicou o vídeo em suas redes sociais horas depois do governador de São Paulo, João Doria, recomendar a templos e igrejas da capital do Estado e região metropolitana a suspensão de cultos e missas que promovam aglomeração de fiéis.
Desde a manifestação dos primeiros casos de Covid-19 no Brasil, Malafaia tem comprado briga com autoridades e até correligionários de outras igrejas pela manutenção das cerimônias abertas ao público. Ele admite, entretanto, encerrar cultos em localidades que decretem estado de emergência. Na última quarta-feira, o pastor afirmou que só fecharia sua igreja por ordem da Justiça, que, de fato, foi instada a deliberar sobre o tema. O Ministério Público do Estado do Rio ajuizou uma ação civil pública proibindo Malafaia de realizar aglomerações e prevendo multa para desobediência. A Justiça estadual do Rio negou o pedido.
Assim como ele, o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, se recusa a interromper os cultos presenciais pelo país, afirmando que a epidemia é inofensiva e se trata de “mais uma tática de Satanás”.
Ana Paula Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, que fechou templos e anunciou a continuidade de suas celebrações apenas via transmissão online, criticou líderes religiosos que relutam em tomar postura semelhante. Ela sugere que o dízimo seja arrecadado pela Internet. Em outro vídeo, Malafaia respondeu à pastora, alegando que, pelo fato de sua igreja contar com tecnologia para cobrança virtual das contribuições, não mantêm eventos públicos pelo interesse nas ofertas dos fiéis, mas sim por convicção espiritual.
“Nunca cobrei um centavo para pregar o Evangelho”, diz o pastor. “Ninguém tá mandando o crente ir pra igreja. Enquanto tiver transporte coletivo circulando, minha igreja vai continuar aberta com culto. Se fechar tudo no mundo, a igreja é o último reduto de fé e esperança. Se entrar alguém pela porta desesperado com coronavírus, eu tenho que impor as mãos sobre a pessoa. Vai ter sempre uma porta aberta na minha igreja”, esbravejou ao qualificar a crítica de Valadão como uma “fala do inferno e do nosso meio”.
Alheio à troca de farpas entre pastores evangélicos, Doria explicou durante o anúncio da recomendação, válida por 60 dias, que os espaços religiosos podem permanecer abertos, porém com limitação de público em suas dependências, respeitando o espaçamento de pelo menos 3 metros entre os fiéis. “Não significa o fechamento de igrejas, templos ou outras áreas em que as pessoas se reúnem para fazer orações. É apenas uma recomendação para que não promovam mais, presencialmente, missas e cultos”, disse o governador. A medida despreza o rigor demandado pelo Ministério Público de São Paulo, que, nesta quarta, havia cobrado de Governo e Prefeitura, devido à concentração de casos do coronavírus no Estado, a publicação de decretos que obrigassem o fechamento de recintos como igrejas, estabelecendo punições a quem os descumprisse.
A resistência em fechar as igrejas encontra eco no Congresso. Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) solicitou a reabertura de templos religiosos que foram fechados em outros Estados por recomendação de Governos sob a justificativa de “acolher os desesperados” nos refúgios contra o que chama de “pandemia maligna”.
A Igreja Católica também evita acatar as recomendações. Liderada pelo arcebispo Dom Odilo Scherer, a Arquidiocese de São Paulo reafirma o posicionamento divulgado na semana passada, em defesa da manutenção de igrejas abertas, mas com um maior número de celebrações litúrgicas por dia, na tentativa de prevenir grandes aglomerações, e sugestão a fiéis idosos ou em grupos de risco da Covid-19 para acompanhar as missas de casa.
No Ceará, já há missas virtuais. O Dia de São José, padroeiro dos trabalhadores e das famílias, é celebrado virtualmente nas paróquias de Fortaleza e Canindé, por exemplo.
Em tom reativo às pressões para fechar igrejas, pastores como Silas Malafaia utilizam discursos inflamados como forma de encorajar seus devotos. “Não repassem nada de coisa ruim sobre coronavírus nas redes sociais”, pregou o pastor da Assembleia de Deus ao rogar aos fiéis que não tenham medo da pandemia. “Que todas as previsões das autoridades caiam por terra.” Até esta quinta-feira, o Brasil já registrou 621 casos confirmados de coronavírus e sete mortes, cinco delas em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é que o número de infecções no país siga crescendo pelo menos até junho. Fonte: https://brasil.elpais.com
Adiada a realização da 58ª Assembleia Geral da CNBB
- Detalhes
CNBB toma medidas de precaução com relação ao coronavírus. As palavras o o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.
Brasília
A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) adotou uma série de medidas para conter a transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Entre elas estão o cancelamento de reuniões pastorais anteriormente agendadas, como é o caso da reunião do Conselho Permanente, órgão eletivo e deliberativo, de orientação e acompanhamento da atuação da Conferência e dos organismos a ela vinculados, que estava agendada para a próxima semana, nos dias 24 a 26 de março.
Também em conformidade com o artigo 52 do Estatuto Canônico da Conferência e o artigo 203 do Regimento da Conferência, a presidência tendo ouvido os membros do Conselho Permanente decidiu adiar a realização da 58ª Assembleia Geral da CNBB, que aconteceria nos dias 22 a 30 de abril. A proposta, segundo o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, é que a Assembleia seja realizada agora nos dias 12 a 20 de agosto, a depender de reversão do atual quadro pandêmico.
De acordo com ele tais medidas foram tomadas com base em um processo “gradativo de cuidado”. Ainda com relação às atitudes tomadas, como prevenção, a presidência decidiu por manter a sede da Conferência, localizada em Brasília (DF), fechada. Os serviços prestados nos outros setores da entidade continuarão sendo feitos via teletrabalho.
Tendo em vista a Campanha da Fraternidade deste ano que interpela a questão do “cuidado”, dom Joel reforçou que o momento é de prevenção. “Precisaremos nos manter afastados, por enquanto, como forma de cuidado a nós mesmos e às outras pessoas”, finalizou. Ainda com relação ao trabalho desenvolvido pelas Comissões da Conferência, embora os assessores não estejam trabalhando presencialmente na sede, eles continuarão mantendo suas atividades também à distância, via internet. Fonte: CNBB
Coronavírus mata dezenas de padres no norte da Itália
- Detalhes
Eles morrem como seus fiéis, sem missa ou ritual fúnebre. O coronavírus está matando muitos padres na região norte da Itália: uma dezena em Bérgamo, além de outros em Parma, Milão e Cremona.
A diocese de Bérgamo, uma das cidades mais afetada pela pandemia, confirmou que pelo menos 10 padres morreram depois de contrair a doença, segundo o jornal católico Avvenire. As mortes são tão numerosas que "o censo é difícil de estabelecer", afirmou a publicação.
O jornal L'Eco di Bergamo, por sua vez, publicou ao menos 160 anúncios de morte em sua edição de 15 de março, cinco vezes a mais na comparação com um dia normal. De acordo com o veículo, morreram cinco padres na diocese de Parma, dois em Milão e Cremona e um em Brescia. Há ainda diversos sacerdotes infectados — alguns deles internados em unidades de terapia intensiva.
Ao lado de médicos e enfermeiras, os padres prestam auxílio espiritual aos enfermos, uma missão necessária nesta região da Itália particularmente religiosa.
— Equipados com máscara, gorro, luvas, blusa e óculos, os padres caminham pelos corredores como zumbis — disse Claudio del Monte, padre de uma paróquia de Bérgamo, à agência italiana Adnkronos.
Os necrotérios não têm espaço para acomodar os caixões e os enviam para o cemitério:
— Não sabemos mais onde colocar os mortos. Utilizamos algumas igrejas. Tudo isso diz respeito aos sentimentos mais profundos — afirmou o arcebispo de Bérgamo, monsenhor Francesco Beschi, entrevistado pelo Vatican News.
A rádio da Conferência Episcopal Italiana, InBlu, explicou que devido às medidas para evitar a propagação do coronavírus, os padres devem evitar a unção dos enfermos, sacramento católico para pessoas doentes que estão próximas da morte.
— Um padre que perdeu o pai me ligou. Ele está em quarentena, a mãe está em quarentena sozinha em outra casa, seus irmãos estão em quarentena e os funerais estão proibidos. Será enterrado no cemitério sem que ninguém possa participar de um momento de piedade humana e cristã — contou o arcebispo Beschi.
O religioso considera que o número de padres mortos em sua diocese é "realmente alto", assim como o daqueles que estão em "condição particularmente grave". Como todas as outras vítimas do novo coronavírus, os padres falecidos foram sepultados sem o rito fúnebre.
"Estou muito impressionado com o sofrimento que padecem, pela morte solitária, sem a companhia das famílias, tão dolorosa", acrescentou Beschi em um comunicado.
Comovido com a situação difícil de Bérgamo, o papa Francisco ligou na quarta-feira para o arcebispo Beschi para expressar "apoio aos padres, aos enfermos, aos que cuidam dos pacientes e a toda nossa comunidade", disse.
Francisco considera que "as medidas draconianas nem sempre são boas" e pediu aos bispos e padres que não deixem os fiéis sozinhos ante o coronavírus. A declaração foi percebida como uma crítica indireta às restrições drásticas impostas pela Itália para conter a propagação do vírus e que incluem a proibição de viagens e de visitas, como a dos padres que diariamente se encontravam com idosos isolados. O governo também proibiu a celebração de missas, casamentos e funerais. Fonte: https://extra.globo.com
Mais de 10 padres mortos pelo Coronavírus na Itália
- Detalhes
Andressa Collet – Cidade do Vaticano – O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta segunda-feira (16), que a pandemia do Covid-19 é “a grande crise sanitária global dos nossos tempos”.
Pela primeira vez, o número de mortes pelo coronavírus no mundo superou aquele da China e são mais de 85 mil contágios. As medidas de restrição para conter a disseminação da doença estão sendo adotadas, inclusive, dentro da Igreja católica para preservar fiéis e consagrados.
Na Itália, um comunicado oficial da Conferência Episcopal lembrou que o período é “de grande responsabilidade” e “proximidade ao país”. A pandemia, porém, mesmo com as disposições, atingiu os responsáveis pela atenção pastoral aos fiéis.
Segundo reporta a agência de notícias ACI, onze sacerdotes já morreram na Itália, vítimas do Covid-19. A maioria estava na região da Lombardia, de onde se originou a disseminação do coronavírus no país: 6 morreram na cidade de Bérgamo, três em Bréscia e um em Cremona. O outro padre falecido estava na região da Emilia-Romagna. Os infectados pelo Covid-19 No caso de Bérgamo, os dois últimos sacerdotes falecidos são Pe. Silvano Sirtoli, de 59 anos, e Pe. Giancarlo Nava, de 70 anos. Outros 20 padres testaram positivo e alguns, inclusive, já se recuperaram.
Entre os infectados pelo Covid-19 está o bispo de Bérgamo, Dom Francesco Beschi, que segue se recuperando bem. Já o bispo de Cremona, Dom Antonio Napolioni, recuperado, retornou à residência episcopal nesta segunda-feira (16) para o período de convalescença e 14 dias de quarentena. Depois, o prelado deverá refazer os exames para confirmar que já não tem a doença. Período “perfeito” de conversão Dom Atonio assegura que esta crise deve ser vivida como “uma oportunidade para a conversão” neste tempo de Quaresma.
Em entrevista concedida ao Vatican News, quando ainda estava internado, mostrou pesar pelo falecimento, no mesmo hospital em que se encontrava em Bérgamo, do sacerdote de 75 anos, Pe. Vincenzo Rini, ex-presidente da agência SIR (Serviço de Informação Religiosa), diretor do semanário diocesano “La Vitta Cattolica” e presidente da Federação Italiana de Semanários Católicos. Ao viver a doença em primeira pessoa, o bispo exortou a não ter medo e a aproveitar este período de isolamento domiciliar para “redescobrir a presença do Senhor de uma forma muito mais poderosa e fiel”. Uma Quaresma “dramaticamente dura, mas precisamente, por isso, perfeita”. Fonte: https://fdamiaonoticias.blogspot.com
Em São Paulo, paróquia realiza missa campal observando série de medidas
- Detalhes
Frente ao avanço da COVID-19, o padre Michelino Roberto da paróquia Nossa Senhora do Brasil, no bairro Jardim América da cidade de São Paulo (SP) consultou os paroquianos sobre alternativas para manter as celebrações eucarísticas mantendo, contudo, a segurança.
Foi da consulta que nasceu a ideia de fazer missa campal, realizada no último domingo, 15 de março, em frente à Igreja. A experiência, segundo o religioso, foi endossada por médicos que são paroquianos e ampliada com uma série de medidas como receber os fieis com álcool gel, a organização das cadeiras mantendo uma distância entre os fieis. Entre as medidas, a paróquia também disponibilizou máscaras para quem desejasse.
Os ministros extraordinários da Comunhão adotaram a prática de higienizar e lavar as mãos antes da missa e com álcool gel pouco antes do momento da comunhão que foi dada nas mãos. O padre informou ainda que foi suprimido da liturgia o abraço da paz e tirada a água benta da porta.
Outro recurso que está sendo usado, neste tempo do coronavírus, para manter reuniões na paróquia são videoconferências com o recurso de plataformas digitais. Segundo o padre Michelino, a opção de fazer missas campais, em lugares abertos, pode ser uma alternativa segura desde que observadas as medidas como manter o distanciamento, cuidado com a higiene e realizar missas com intervalo de horários menores para evitar aglomerações. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Silas Malafaia: 'Governador nenhum vai suspender meus cultos'
- Detalhes
Silas Malafaia, fundador da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, uma das mais poderosas igrejas evangélicas do país, e amigo de Jair Bolsonaro, não pretende fechar as portas de seus templos durante a pandemia da Covid-19.
Alega que não vê sentido em suspender cultos, pelo menos enquanto estabelecimentos como shoppings estiverem funcionando e os transportes públicos rodando. Ele só enxerga a possibilidade de dar uma pausa nas cerimônias religiosas caso a situação se agrave ainda mais e o país praticamente pare.
Nos últimos dias, governadores país afora tomaram medidas para proibir eventos com grande aglomeração de pessoas. No Distrito Federal, por exemplo, Ibaneis Rocha (DF) determinou, inclusive, o fechamento temporário de academias de ginástica.
Malafaia adianta que não vai acatar eventuais interferências do Estado:
— Governador nenhum vai suspender meus cultos. Eles não são nem doidos. Não têm poder para isso, só com determinação Judicial. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Primeiro padre afetado por coronavírus morre na Itália
- Detalhes
O jornal Avvenire dos bispos italianos informou que o padre de 75 anos, Dom Vincenzo Rini, morreu neste sábado por causa do coronavírus ou COVID-19.
"Alguns dias atrás ele estava se recuperando no hospital principal de Cremona, mas suas condições pioraram irreversivelmente", relata Avvenire sobre o padre que era presidente da agência SIR (Serviço de Informações Religiosas), diretor do semanário diocesano La Vita Cattolica e presidente Federação Italiana dos semanários católicos (FISC).
O bispo Rini será enterrado na capela canônica no cemitério de Cremona.
O Bispo de Cremona, Dom Antonio Napolioni, que também está se recuperando da infecção por coronavírus, expressou suas condolências e proximidade com a família e os amigos do padre falecido.
Vincenzo Corrado, diretor do escritório de comunicações da Conferência Episcopal Italiana, e P. Iván Maffeis, subsecretário; eles também transmitiram suas condolências.
"Don Vincenzo tinha a capacidade de ler e compor o fragmento do todo", indicaram e enfatizaram que "cada encontro com ele sempre foi uma janela de esperança, essa virtude que se destacou em sua vida".
Dom Rini dirigiu o semanário Cremona por 30 anos até 2016. Embora se aposentasse da esfera de reportagem jornalística, continuou escrevendo outras coisas, incluindo romances, e atuou em outros cargos nos níveis local e nacional.
Por dois anos, trabalhou como assistente eclesiástico nacional dos congressos culturais "Maria Cristina di Savoia", posição que lhe foi conferida pela Conferência Episcopal Italiana (CEI).
Com mais de 1.250 mortes neste sábado, a Itália é o país com mais mortes por coronavírus fora da China. Estima-se que no país europeu existam quase 18 mil casos confirmados. Fonte: https://www.aciprensa.com
Justiça suspende missas no Santuário Nacional de Aparecida por causa do coronavírus, SP
- Detalhes
Decisão é deste sábado (14) e leva em consideração avanço dos casos de coronavírus. Apesar disso, as visitas seguem liberadas aos fiéis.
Por G1 Vale do Paraíba e Região
A Justiça determinou neste sábado (14) a suspensão de missas e eventos no Santuário Nacional de Aparecida (SP). A decisão leva em consideração a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no mundo e o avanço dos casos no Brasil. A visitação dos fiéis ao templo, contudo, está liberada.
A ação foi proposta pelo Ministério Público em razão da Covid-19. Na tarde deste sábado, a juíza Luciene Belan Ferreira Allemand acatou o pedido em caráter liminar para suspensão das missas no maior templo mariano do mundo.
"Pelo exposto, antecipo os efeitos da tutela, em razão da ameaça de contaminação e disseminação da doença, por se trata de medida de saúde pública, evitando-se, assim, a exposição de diversas pessoas ao vírus, bem como suas consequências , deferindo a liminar para impedir a realização de quaisquer eventos no Santuário Nacional de Aparecida (...)", diz trecho da decisão.
Segundo a decisão, a suspensão é por 30 dias e, caso seja necessário, pode ser prorrogada. O prazo estipulado afeta as celebrações da Sexta-feira Santa e Páscoa no Santuário.
A última missa no templo foi celebrada às 12h deste sábado. A Basílica de Aparecida comporta 35 mil fiéis em torno do Altar Central, onde são realizadas as principais celebrações do templo.
De acordo com o Santuário Nacional, as visitas aos fiéis estão liberadas. Além disso, a limpeza dos espaços comuns foram reforçadas e o posto médico do templo criou um fluxo de atendimento orientado pela Secretaria de Saúde.
Aparecida (SP) não tem nenhum caso suspeito de coronavírus.
Casos no Brasil
O Ministério da Saúde divulgou neste sábado (14) novo balanço dos casos confirmados de novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil: são 121 casos. Além disso, o balanço tem os seguintes destaques:
-121 casos confirmados, eram 98 na sexta-feira
-1.496 suspeitos
-1.413 casos descartados
No estado de São Paulo subiu para 65 o número de casos confirmados. O estado representa 53,7% dos casos de todo o Brasil.
Segundo a Secretaria da Saúde, são 62 casos confirmados na capital, 1 em Santana do Parnaíba, 1 em Ferraz de Vasconcelos e 1 em Carapicuíba.
Além dos confirmados, São Paulo também tem 752 casos suspeitos e 545 descartados. Fonte: https://g1.globo.com
Vaticano anuncia que celebrações da Semana Santa serão realizadas sem fiéis na Praça São Pedro
- Detalhes
Objetivo é evitar propagação do novo coronavírus.
As celebrações litúrgicas da Semana Santa serão realizadas sem os fiéis na Praça de São Pedro, anunciou o Vaticano neste domingo (15). A decisão tem o objetivo de evitar a propagação do novo coronavírus.
“Devido à atual emergência sanitária, todas as celebrações litúrgicas da Semana Santa serão realizadas sem a presença física dos fiéis”, afirmou o Vaticano em comunicado. “Da mesma forma, comunicamos que domingo, 12 de abril de 2020, a recitação do ‘Angelus’ pelo papa Francisco será transmitida apenas via ‘streaming’”, acrescentou o Vaticano.
As missas afetadas são as do Domingo de Ramos (5 de abril), quinta-feira santa (dia 9 de abril), Sexta-feira Santa e o Caminho da Cruz no Coliseu Romano (10 de abril), Sábado Sagrado da Vigília Pascal (11 de abril) e Domingo de Páscoa (12 de abril) com a tradicional benção "Urbi et Orbi".
Até 12 de abril as orações de Angelus só podem ser vistas ao vivo no site do Vaticano.
Desde a semana passada, o papa Francisco realizou audiências gerais e o Angelus sem os fiéis para evitar a propagação. O pontífice também tem mantido a distância prudente recomendada de seus interlocutores. A basílica e a Praça de São Pedro permanecem fechadas, seguindo as recomendações das autoridades italianas. Fonte: https://g1.globo.com
Coronavirus: Orientações da Diocese de Itaguaí.
- Detalhes
O Bispo da Diocese de Itaguaí/RJ, Dom Frei José Ubiratan Lopes, OFMCap, orienta o povo de Deus sobre a participação nos eventos religiosos na Diocese. Convento do Carmo de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. 14 de março-2020. www.instagram.com/freipetronio
Domingo 15: Terceiro Domingo da Quaresma - Ano A
- Detalhes
A Palavra de Deus que hoje nos é proposta afirma, essencialmente, que o nosso Deus está sempre presente ao longo da nossa caminhada pela história e que só Ele nos oferece um horizonte de vida eterna, de realização plena, de felicidade perfeita.
A primeira leitura mostra como Jahwéh acompanhou a caminhada dos hebreus pelo deserto do Sinai e como, nos momentos de crise, respondeu às necessidades do seu Povo. O quadro revela a pedagogia de Deus e dá-nos a chave para entender a lógica de Deus, manifestada em cada passo da história da salvação.
PRIMEIRA LEITURA - Ex 17,3-7
O texto que nos é proposto como primeira leitura pertence às "tradições sobre a libertação" (cf. Ex 1-18). Trata-se de um bloco de tradições que narram a libertação dos hebreus do Egipto (por acção de Jahwéh e do seu servo Moisés) e a caminhada pelo deserto até ao Sinai.
O texto leva-nos até ao deserto do Sinai. O vers. 1 do nosso texto situa o episódio de Massa/Meribá nos arredores de Refidim, provavelmente no sul da península do Sinai (cf. Nm 33,14-15); mas Nm 20,7-11 situa-o nos arredores de Kadesh, a norte (aliás, não é possível traçar com rigor o caminho percorrido pelos hebreus, desde o Egito até à Terra Prometida: estamos diante de textos que provêm de "fontes" diferentes, aqui combinados por um redactor final; e essas "fontes" referem-se, provavelmente, a viagens distintas e a grupos distintos, que em épocas distintas atravessaram o deserto do Sinai). De qualquer forma, também não interessa definir exatamente o enquadramento geográfico: mais do que escrever um diário de viagem, aos catequistas de Israel interessa fazer uma catequese sobre o Deus libertador, que conduziu o seu Povo da terra da escravidão para a terra da liberdade.
A questão fundamental para este grupo de fugitivos que, chefiados por Moisés, fugiu do Egito, é a questão da sobrevivência num cenário desolado como é o deserto do Sinai. Os beduínos conheciam diversos "truques" que lhes asseguravam a sobrevivência no deserto. Um desses "truques" pode relacionar-se com o texto que nos é proposto... Alguns autores garantem a existência no deserto do Sinai de rochas porosas que, quando quebradas em certos lugares, permitem o aproveitamento da água aí armazenada. Terá sido qualquer coisa parecida que aconteceu na caminhada dos hebreus e que deixou um sinal na memória do Povo? É possível; mas o importante é que Israel viu no facto um sinal da presença e do amor do Deus libertador.
MENSAGEM
Este episódio é um episódio paradigmático, que reproduz as vicissitudes e as dificuldades da caminhada histórica do Povo de Deus.
Desde que o Povo fugiu do Egito, até chegar a este lugar (Massa/Meribá, segundo os autores do relato), Jahwéh manifestou, de mil formas, o seu amor por Israel... No episódio da passagem do mar (cf. Ex 14,15-31), no episódio da água amarga transformada em água doce (cf. Ex 15,22-27), no episódio do maná e das codornizes (cf. Ex 16,1-20), Deus mostrou o seu empenho em conduzir o seu Povo para a liberdade e em transformar a experiência de morte numa experiência de vida... Jahwéh mostrou, sem margem para dúvidas, estar empenhado na salvação do seu Povo. Depois dessas experiências, Israel já não devia ter qualquer dúvida sobre a vontade salvadora de Deus e sobre o seu projeto de libertação.
No entanto, não é isso que acontece. Diante das dificuldades da caminhada, o Povo esquece tudo o que Jahwéh já fez e manifesta as suas dúvidas sobre os objetivos de Deus. A falta de confiança em Deus ("o Senhor está ou não no meio de nós?" - vers. 7) conduz ao desespero e à revolta. O Povo entra em contenda com Moisés (o nome "meribá" vem da raíz "rib" - "entrar em contencioso") e desafia Deus a clarificar, através de um gesto espetacular, de que lado está (o nome "massa" vem da raíz "nsh" - "tentar", no sentido de "provocar"). Acusam Deus de ter um projeto de morte, apesar de Ele, tantas vezes, ter demonstrado que o seu projeto é de vida e de liberdade. Afinal, depois de tantas provas, Israel ainda não fez uma verdadeira experiência de fé: não aprendeu a confiar em Deus e a entregar-se nas suas mãos.
Como é que Deus reage à ingratidão e à falta de confiança do seu Povo? Com "paciência divina", Deus responde mais uma vez às necessidades do seu Povo e oferece-lhe a água que dá vida. À pergunta do Povo ("o Senhor está ou não no meio de nós?"), Deus responde provando que está, efectivamente, no meio do seu Povo.
Desta forma os israelitas - e os crentes de todas as épocas - são convidados a reter esta verdade definitiva: o Senhor é o Deus que está sempre presente na caminhada histórica do seu Povo oferecendo-lhe, em cada passo da caminhada, a vida e a salvação.
ATUALIZAÇÃO
A caminhada dos hebreus pelo deserto é, um pouco, o espelho da nossa caminhada pela vida. Todos nós fazemos, todos os dias, a experiência de um Deus libertador e salvador, que está presente ao nosso lado, que nos estende a mão e nos faz passar da escravidão para a liberdade. No entanto, ao longo da travessia do deserto que é a vida, experimentamos, em certas circunstâncias, a nossa pequenez, a nossa dependência, as nossas limitações e a nossa finitude; as dificuldades, o sofrimento e o desencanto fazem-nos duvidar da bondade de Deus, do seu amor, do seu projeto para nos salvar e para nos conduzir em direção à verdadeira felicidade. No entanto, a Palavra de Deus deste domingo garante-nos: Deus nunca abandona o seu Povo em caminhada pela história... Ele está ao nosso lado, em cada passo da caminhada, para nos oferecer gratuitamente e com amor a água que mata a nossa sede de vida e de felicidade.
Ao longo da caminhada do Povo de Deus pelo deserto vêm ao de cima as limitações e as deficiências de um grupo humano ainda com mentalidade de escravo, agarrado à mesquinhez, ao egoísmo e ao comodismo, que prefere a escravidão ao risco da liberdade. No entanto, Deus lá está, ajudando o Povo a superar mentalidades estreitas e egoístas, fazendo-o ir mais além e obrigando-o a amadurecer. À medida que avança, de mãos dadas com Deus, o Povo vai-se renovando e transformando, vai alargando os horizontes, vai-se tornando um Povo mais responsável, mais consciente, mais adulto e mais santo.
É esta, também, a experiência que fazemos. Muitas vezes somos egoístas, orgulhosos, comodistas, "meninos mimados" que passam a vida a lamentar-se e a acusar Deus e os outros pelos "dói-dóis" que a vida nos faz. No entanto, as dificuldades da caminhada não são um castigo ou uma derrota; são, tantas vezes, parte dessa pedagogia de Deus para nos forçar a ir mais além, para nos renovar, para nos amadurecer, para nos tornar menos orgulhosos e autosuficientes. Devíamos, talvez, aprender a agradecer a Deus alguns momentos de sofrimento e de fracasso que marcam a nossa vida, pois através deles Deus faz-nos crescer.
EVANGELHO - Jo 4,5-42
AMBIENTE
O Evangelho deste domingo situa-nos junto de um poço, na cidade samaritana de Sicar. A Samaria era a região central da Palestina - uma região heterodoxa, habitada por uma raça de sangue misturado (de judeus e pagãos) e de religião sincretista.
Na época do Novo Testamento, existia uma animosidade muito viva entre samaritanos e judeus. Historicamente, a divisão começou quando, em 721 a.C., a Samaria foi tomada pelos assírios e foi deportada cerca de 4% da população samaritana. Na Samaria instalaram-se, então, colonos assírios que se misturaram com a população local. Para os judeus, os habitantes da Samaria começaram, então, a paganizar-se (cf. 2 Re 17,29). A relação entre as duas comunidades deteriorou-se ainda mais quando, após o regresso do Exílio, os judeus recusaram a ajuda dos samaritanos (cf. Esd 4,1-5) para reconstruir o Templo de Jerusalém (ano 437 a.C.) e denunciaram os casamentos mistos. Tiveram, então, de enfrentar a oposição dos samaritanos na reconstrução da cidade (cf. Ne 3,33-4,17). No ano 333 a.C., novo elemento de separação: os samaritanos construíram um Templo no monte Garizim; no entanto, esse Templo foi destruído em 128 a.C. por João Hircano. Mais tarde, as picardias continuaram: a mais famosa aconteceu por volta do ano 6 d.C., quando os samaritanos profanaram o Templo de Jerusalém durante a festa da Páscoa, espalhando ossos humanos nos átrios.
Os judeus desprezavam os samaritanos por serem uma mistura de sangue israelita com estrangeiros e consideravam-nos hereges em relação à pureza da fé jahwista; e os samaritanos pagavam aos judeus com um desprezo semelhante.
A cena passa-se à volta do "poço de Jacob", situado no rico vale entre os montes Ebal e Garizim, não longe da cidade samaritana de Siquém (em aramaico, Sicara - a atual Askar). Trata-se de um poço estreito, aberto na rocha calcária, e cuja profundidade ultrapassa os 30 metros. Segundo a tradição, teria sido aberto pelo patriarca Jacob... Os dados arqueológicos revelam que o "poço de Jacob" serviu os samaritanos entre o ano 1000 a.C. e o ano 500 d.C. (embora ainda hoje se possa extrair dele água).
O "poço" acaba por transformar-se, na tradição judaica, num elemento mítico. Sintetiza os poços abertos pelos patriarcas e a água que Moisés fez brotar do rochedo no deserto (primeira leitura de hoje); mas, sobretudo, torna-se figura da Lei (do poço da Lei brota a água viva que mata a sede de vida do Povo de Deus), que a tradição judaica considerava observada já pelos patriarcas, antes de ser dada ao Povo por Moisés.
O Evangelho segundo São João apresenta Jesus como o Messias, Filho de Deus, enviado pelo Pai para criar um Homem Novo. No chamado "Livro dos Sinais" (cf. Jo 4,1-11,56), o autor apresenta - recorrendo aos "sinais" da água (cf. Jo 4,1-5,47), do pão (cf. Jo 6,1-7,53), da luz (cf. Jo 8,12-9,41), do pastor (cf. Jo 10,1-42) e da vida (cf. Jo 11,1-56) - um conjunto de catequeses sobre a acção criadora do Messias.
O nosso texto é, exactamente, a primeira catequese do "Livro dos Sinais": através do "sinal" da água, o autor vai descrever a acção criadora e vivificadora de Jesus.
MENSAGEM
No centro da cena, está o "poço de Jacob". À volta do "poço" movimentam-se as personagens principais: Jesus e a samaritana.
A mulher (aqui apresentada sem nome próprio) representa a Samaria, que procura desesperadamente a água que é capaz de matar a sua sede de vida plena. Jesus vai ao encontro da "mulher". Haverá neste episódio uma referência ao Deus/esposo que vai ao encontro do povo/esposa infiel para lhe fazer descobrir o amor verdadeiro? Tudo indica que sim (aliás, o profeta Oseias, o grande inventor desta imagem matrimonial para representar a relação Deus/Povo, pregou aqui, na Samaria).
O "poço" representa a Lei, o sistema religioso à volta do qual se consubstanciava a experiência religiosa dos samaritanos. Era nesse "poço" que os samaritanos procuravam a água da vida plena. No entanto: o "poço" da Lei correspondia à sede de vida daqueles que o procuravam? Não. Os próprios samaritanos tinham reconhecido a insuficiência do "poço" da Lei e haviam buscado a vida plena noutras propostas religiosas (por isso, Jesus faz referência aos "cinco maridos" que a mulher já teve: há aqui, provavelmente, uma alusão aos cinco deuses dos samaritanos de que se fala em 2 Re 17,29-41).
Estamos, pois, diante de um quadro que representa a busca da vida plena. Onde encontrar essa vida? Na Lei? Noutros deuses? A mulher/Samaria dá conta da falência dessas "ofertas" de vida: elas podem "matar a sede" por curtos instantes; mas quem procura a resposta para a sua realização plena nessas propostas voltará a ter sede.
É aqui que entra a novidade de Jesus. Ele senta-se "junto do poço", como se pretendesse ocupar o seu lugar; e propõe à mulher/Samaria uma "água viva", que matará definitivamente a sua sede de vida eterna (vers. 10-14). Jesus passa a ser o "novo poço", onde todos os que têm sede de vida plena encontrarão resposta para a sua sede.
Qual é a água que Jesus tem para oferecer? É a "água do Espírito" que, no Evangelho de João, é o grande dom de Jesus. Na conversa com Nicodemos, Jesus já havia avisado que "quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus" - Jo 3,5; e quando Jesus se apresenta como a "água viva" que matará a sede do homem, João tem o cuidado de explicar que Ele se referia ao Espírito, que iam receber aqueles que acreditassem n'Ele (cf. Jo 7,37-39). Esse Espírito, uma vez acolhido no coração do homem, transforma-o, renova-o e torna-o capaz de amar Deus e os outros.
Como é que a mulher/Samaria responde ao dom de Jesus? Inicialmente, ela fica confusa. Parece disposta a remediar a situação de falência de felicidade que caracteriza a sua vida, mas ainda não sabe bem como: essa vida plena que Jesus está a propor-lhe significa que a Samaria deve abandonar a sua especificidade religiosa e ceder às pretensões religiosas dos judeus, para quem o verdadeiro encontro com Deus só pode acontecer no Templo de Jerusalém e na instituição religiosa judaica ("nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar")?
No entanto, Jesus nega que se trate de escolher entre o caminho dos judeus e o caminho dos samaritanos. Não é no Templo de pedra de Jerusalém ou no Templo de pedra do monte Garizim que Deus está... O que se trata é de acolher a novidade do próprio Jesus, aderir a Ele e aceitar a sua proposta de vida (isto é, aceitar o Espírito que Ele quer comunicar a todos os homens).
Dessa forma - e só dessa forma - desaparecerá a barreira de inimizade que separa os povos - judeus e samaritanos. A única coisa que passa a contar é a vida do Espírito que encherá o coração de todos, que a todos ensinará o amor a Deus e aos outros e que fará de todos - sem distinção de raças ou de perspectivas religiosas - uma família de irmãos.
A mulher/Samaria responde à proposta de Jesus abandonando o cântaro (agora inútil), e correndo a anunciar aos habitantes da cidade o desafio que Jesus lhe faz. O texto refere, ainda, a adesão entusiástica de todos os que tomam conhecimento da proposta de Jesus e a "confissão da fé": Jesus é reconhecido como "o salvador do mundo" - isto é, como Aquele que dá ao homem a vida plena e definitiva (vers. 28-41).
O nosso texto define, portanto, a missão de Jesus: comunicar ao homem o Espírito que dá vida. O Espírito que Jesus tem para oferecer desenvolve e fecunda o coração do homem, dando-lhe a capacidade de amar sem medida. Eleva, assim, esses homens que buscam a vida plena e definitiva à categoria de Homens Novos, filhos de Deus que fazem as obras de Deus. Do dom de Jesus nasce a nova comunidade.
ATUALIZAÇÃO
A modernidade criou-nos grandes expectativas. Disse-nos que tinha a resposta para todas as nossas procuras e que podia responder a todas as nossas necessidades. Garantiu-nos que a vida plena estava na liberdade absoluta, numa vida vivida sem dependência de Deus; disse-nos que a vida plena estava nos avanços tecnológicos, que iriam tornar a nossa existência cómoda, eliminar a doença e protelar a morte; afirmou que a vida plena estava na conta bancária, no reconhecimento social, no êxito profissional, nos aplausos das multidões, nos "cinco minutos" de fama que a televisão oferece... No entanto, todas as conquistas do nosso tempo não conseguem calar a nossa sede de eternidade, de plenitude, dessa "mais qualquer coisa" que nos falta para sermos, realmente, felizes. A afirmação essencial que o Evangelho de hoje faz é: só Jesus Cristo oferece a água que mata definitivamente a sede de vida e de felicidade do homem. Eu já descobri isto, ou a minha procura de realização e de vida plena faz-se noutros caminhos? O que é preciso para conseguirmos que os homens do nosso tempo aprendam a olhar para Jesus e a tomar consciência dessa proposta de vida plena que Ele oferece a todos?
Essa "água viva" de que Jesus fala faz-nos pensar no batismo. Para cada um de nós, esse foi o começo de uma caminhada com Jesus... Nessa altura acolhemos em nós o Espírito que transforma, que renova, que faz de nós "filhos de Deus" e que nos leva ao encontro da vida plena e definitiva. A minha vida de cristão tem sido, verdadeiramente, coerente com essa vida nova que então recebi? O compromisso que então assumi é algo esquecido e sem significado, ou é uma realidade que marca a minha vida, os meus gestos, os meus valores e as minhas opções?
Atentemos no pormenor do "cântaro" abandonado pela samaritana, depois de se encontrar com Jesus... O "cântaro" significa e representa tudo aquilo que nos dá acesso a essas propostas limitadas, falíveis, incompletas de felicidade. O abandono do "cântaro" significa o romper com todos os esquemas de procura de felicidade egoísta, para abraçar a verdadeira e única proposta de vida plena. Eu estou disposto a abandonar o caminho da felicidade egoísta, parcial, incompleta, e a abrir o meu coração ao Espírito que Jesus me oferece e que me exige uma vida nova?
A samaritana, depois de encontrar o "salvador do mundo" que traz a água que mata a sede de felicidade, não se fechou em casa a gozar a sua descoberta; mas partiu para a cidade, a propor aos seus concidadãos a verdade que tinha encontrado. Eu sou, como ela, uma testemunha viva, coerente, entusiasmada dessa vida nova que encontrei em Jesus?
*Leia o Evangelho na íntegra. Clique no link- EVANGELHO DO DIA.
A Palavra do Frei Petrônio: Olhar da Semana
- Detalhes
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO- Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Direto de Angra dos Reis/RJ. Sábado, 14 de março-2020. www.instagram.com/freipetronio
Padre com coronavírus faz vídeo emocionado, despedindo-se de seus fiéis
- Detalhes
Gabriel Díaz Azarola é pastor da Parroquia de São Vicente de Paúl em Valdemoro (Madri), uma das principais fontes de infecção por coronavírus na Espanha. Como ele próprio explicou em um vídeo gravado na tarde de sexta-feira e enviado para o canal paroquial do YouTube, na terça-feira sentiu febre e sintomas e, depois de fazer o teste, o resultado foi positivo.
AO VIVO ANGRA DOS REIS/RJ. Santa Missa com Frei Petrônio de Miranda
- Detalhes
AO – VIVO - ANGRA DOS REIS. Veja imagens da Santa Missa celebrada por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, nesta sexta-feira 13 na Comunidade Nossa Senhora de Fátima, na Praia do Anil. www.instagram.com/freipetronio
A Palavra do Frei Petrônio: Os Crucificados do Coronavirus
- Detalhes
A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO- Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- A Caminho de Angra dos Reis/RJ. Sexta-feira, 13 de março-2020. www.instagram.com/freipetronio
*2º Domingo da Quaresma - Ano A (Dia Internacional da mulher)
- Detalhes
No segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projetos, da obediência total e radical aos planos do Pai.
O Evangelho relata a transfiguração de Jesus. Recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, o autor apresenta-nos uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projeto libertador em favor dos homens através do dom da vida. Aos discípulos, desanimados e assustados, Jesus diz: o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-o, vós também.
Na primeira leitura apresenta-se a figura de Abraão. Abraão é o homem de fé, que vive numa constante escuta de Deus, que sabe ler os seus sinais, que aceita os apelos de Deus e que lhes responde com a obediência total e com a entrega confiada. Nesta perspectiva, ele é o modelo do crente que percebe o projeto de Deus e o segue de todo o coração.
Na segunda leitura, há um apelo aos seguidores de Jesus, no sentido de que sejam, de forma verdadeira, empenhada e coerente, as testemunhas do projeto de Deus no mundo. Nada - muito menos o medo, o comodismo e a instalação - pode distrair o discípulo dessa responsabilidade.
EVANGELHO ( Mt 17,1-9): ATUALIZAÇÃO
A questão fundamental expressa no episódio da transfiguração está na revelação de Jesus como o Filho amado de Deus, que vai concretizar o projeto salvador e libertador do Pai em favor dos homens através do dom da vida, da entrega total de si próprio por amor. Pela transfiguração de Jesus, Deus demonstra aos crentes de todas as épocas e lugares que uma existência feita dom não é fracassada - mesmo se termina na cruz. A vida plena e definitiva espera, no final do caminho, todos aqueles que, como Jesus, forem capazes de pôr a sua vida ao serviço dos irmãos.
Na verdade, os homens do nosso tempo têm alguma dificuldade em perceber esta lógica... Para muitos dos nossos irmãos, a vida plena não está no amor levado até às últimas consequências (até ao dom total da vida), mas sim na preocupação egoísta com os seus interesses pessoais, com o seu orgulho, com o seu pequeno mundo privado; não está no serviço simples e humilde em favor dos irmãos (sobretudo dos mais débeis, dos mais marginalizados e dos mais infelizes), mas no assegurar para si próprio uma dose generosa de poder, de influência, de autoridade e de domínio, que dê a sensação de pertencer à categoria dos vencedores; não está numa vida vivida como dom, com humildade e simplicidade, mas numa vida feita um jogo complicado de conquista de honras, de glórias e de êxitos. Na verdade, onde é que está a realização plena do homem? Quem tem razão: Deus, ou os esquemas humanos que hoje dominam o mundo e que nos impõem uma lógica diferente da lógica do Evangelho?
Por vezes somos tentados pelo desânimo, porque não percebemos o alcance dos esquemas de Deus; ou então, parece que, seguindo a lógica de Deus, seremos sempre perdedores e fracassados, que nunca integraremos a elite dos senhores do mundo e que nunca chegaremos a conquistar o reconhecimento daqueles que caminham ao nosso lado... A transfiguração de Jesus grita-nos, do alto daquele monte: não desanimeis, pois a lógica de Deus não conduz ao fracasso, mas à ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim.
Os três discípulos, testemunhas da transfiguração, parecem não ter muita vontade de "descer à terra" e enfrentar o mundo e os problemas dos homens. Representam todos aqueles que vivem de olhos postos no céu, alheados da realidade concreta do mundo, sem vontade de intervir para o renovar e transformar. No entanto, ser seguidor de Jesus obriga a "regressar ao mundo" para testemunhar aos homens - mesmo contra a corrente - que a realização autêntica está no dom da vida; obriga a atolarmo-nos no mundo, nos seus problemas e dramas, a fim de dar o nosso contributo para o aparecimento de um mundo mais justo e mais feliz. A religião não é um ópio que nos adormece, mas um compromisso com Deus, que se faz compromisso de amor com o mundo e com os homens.
*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link- EVANGELHO DO DIA.
Vaticano toma medidas para enfrentar o coronavírus
- Detalhes
Primeiro caso de positividade ao COVID-19 foi verificado na quinta-feira no Vaticano.
Vatican News
"Esta manhã, foram temporariamente suspensos todos os serviços ambulatoriais da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano”, é o que afirma o diretor da Sala de Imprensa, Matteo Bruni, ao informar o primeiro caso de positividade ao COVID-19 verificado na quinta-feira num paciente. O Pronto-Socorro permanece em funcionamento
Bruni comunicou que a Direção de Saúde e Higiene está em contato com as autoridades italianas competentes e, enquanto isso, foram aplicados os protocolos de saúde previstos.
Já ontem, o diretor da Sala de Imprensa confirmou que o decurso do resfriado do Papa Francisco “procede positivamente” e que o Papa “continua a celebrar diariamente a Santa Missa e a seguir os exercícios espirituais, de acordo com os comunicados precedentes”.
Suspensas as atividades da Diocese de Roma
Do mesmo modo a Diocese de Roma está tomando as devidas providências, afirma Dom Pierangelo Pedretti, prelado secretário do Vicariato de Roma. Dom Pedretti comunicou a decisão de suspender até 15 de março todas as “atividades não sacramentais” ou seja “catecismos dos sacramentos para a primeira comunhão, cursos de preparação para o casamento, retiros e exercícios espirituais, peregrinações e atividades paroquiais em geral”.
Celebrações com medidas cautelares
As medidas predispostas referem-se ao Decreto do Governo italiano para enfrentar a emergência Coronavírus. São consentidas as “celebrações litúrgicas semanais e festivas, desde que respeitem as medidas de precaução consideradas fundamentais pelas Autoridades competentes, em particular manter um metro de distância entre as pessoas”. “Sugere-se também" que sejam “predispostas as celebrações ao ar livre” e convida-se os fiéis, na medida do possível, a participarem às celebrações nas igrejas maiores. Permanecem em vigor as indicações de dias atrás, ou seja: “receber a Eucaristia nas mãos, evitar o aperto de mão como gesto de paz e a retirada da água benta”.
A caridade continua
Além disso determina-se que as visitas aos doentes continuem respeitando rigorosamente as condições de distâncias mínima e de higiene, utilizando máscaras e “limitando as ocasiões de interação com os doentes à administração dos Sacramentos”. Não devem ser interrompidas as atividades nos refeitórios solidários, acolhida aos sem teto e os requerentes de asilo, mas sempre com muita atenção às indicações de segurança. Fonte: https://www.vaticannews.va
Sexta-feira, 6 de março-2020. EVANGELHO DO DIA – QUARESMA: - Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Concedei, ó Deus, que vossos filhos se preparem dignamente para a festa da Páscoa, de modo que a mortificação desta Quaresma frutifique em todos nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 20-26)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 20 Disse Jesus , se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 21Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 22Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. 23Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 25Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 26Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O texto do evangelho de hoje faz parte de uma unidade maior de Mt 5,20 até Mt 5,48. Nela Mateus mostra como Jesus interpreta e explica a Lei de Deus. Por cinco vezes ele repete a frase: "Antigamente foi dito, mas eu vos digo!" (Mt 5,21. 27.33.38.43). Um pouco antes, ele tinha dito: “Não pensem que vim acabar com a Lei e os Profetas. Não vim acabar, mas sim dar-lhes pleno cumprimento (Mt 5,17). A atitude de Jesus frente à lei é, ao mesmo tempo, de ruptura e de continuidade. Ele rompe com as interpretações erradas, mas mantém firme o objetivo que a lei quer alcançar: a prática da justiça maior que é o Amor.
Mateus 5,20: A justiça maior que a justiça dos fariseus. Este primeiro versículo dá a chave geral de tudo que segue no conjunto de Mt 5,20-48. A palavra Justiça aparece nenhuma vez em Marcos, e sete vezes no Evangelho de Mateus (Mt 3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). Isto tem a ver com a situação das comunidades para as quais Mateus escreve. O ideal religioso dos judeus da época era "ser justo diante de Deus". Os fariseus ensinavam: "A pessoa alcança a justiça diante de Deus quando chega a observar todas as normas da lei em todos os seus detalhes!" Este ensinamento gerava uma opressão legalista e trazia muita angústia para as pessoas, pois era muito difícil alguém observar todas as normas (cf. Rom 7,21-24). Por isso, Mateus recolhe palavras de Jesus sobre a justiça mostrando que ela deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). Para Jesus, a justiça não vem do que eu faço por Deus observando a lei, mas sim do que Deus faz por mim, acolhendo-me como filho ou filha. O novo ideal que Jesus propõe é este: "Ser perfeito com o Pai do céu é perfeito!" (Mt 5,48). Isto quer dizer: eu serei justo diante de Deus, quando procuro acolher e perdoar as pessoas da mesma maneira como Deus me acolhe e me perdoa, apesar dos meus defeitos e pecados.
Por meio de cinco exemplos bem concretos, Jesus vai mostrar como fazer para alcançar esta justiça maior que supera a justiça dos escribas e dos fariseus. Como veremos, o evangelho de hoje traz o primeiro exemplo relacionado com a nova interpretação do quinto mandamento: Não matarás! Jesus vai revelar o que Deus queria quando entregou este mandamento a Moisés.
Mateus 5,21-22: A lei diz "Não matarás!" (Ex 20,13) Para observar plenamente este quinto mandamento não basta evitar o assassinato. É preciso arrancar de dentro de si tudo aquilo que de uma ou de outra maneira possa levar ao assassinato, como por exemplo, raiva, ódio, xingamento, desejo de vingança, exploração, etc.
Mateus 5,23-24: O culto perfeito que Deus quer. Para poder ser aceito por Deus e estar unido a ele, é preciso estar reconciliado com o irmão, com a irmã. Antes da destruição do Templo, no ano 70, quando os judeus cristãos participavam das romarias a Jerusalém para fazer suas ofertas no altar e pagar suas promessas, eles sempre se lembravam desta frase de Jesus. Nos anos 80, no momento em que Mateus escreve, o Templo e o Altar já não existem. Tinham sido destruídos pelos romanos. A própria comunidade e a celebração comunitária passam ser o Templo e o Altar de Deus.
Mateus 5,25-26: Reconciliar. Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus mais insiste é a reconciliação. Isto mostra que, nas comunidades daquela época, havia muitas tensões entre grupos radicais com tendências diferentes e até opostas. Ninguém queria ceder diante do outro. Não havia diálogo. Mateus ilumina esta situação com palavras de Jesus sobre a reconciliação que pedem acolhimento e compreensão. Pois o único pecado que Deus não consegue perdoar é a nossa falta de perdão aos outros (Mt 6,14). Por isso, procure a reconciliação, antes que seja tarde demais!
4) Para um confronto pessoal
1) A reconciliação é uma palavra ou um estilo de vida em nossa convivência?
2) Qual a importância da mensagem de Jesus neste dia para a nossa relação com o próximo?
5) Oração final
Do fundo do abismo, clamo a vós, Senhor; Senhor, ouvi minha oração. Que vossos ouvidos estejam atentos à voz de minha súplica. (Sl 129, 1-2)
Padres da Caminhada enviam nota de solidariedade com os padres agredidos no Amapá
- Detalhes
O Brasil, especialmente na região amazônica, tem se tornado um lugar onde defender os direitos é se colocar em risco. Os ataques se sucedem, também contra aqueles que fazem parte das pastorais sociais da Igreja católica. Num desses episódios, a semana passada foram atacados os padres Dennis Koltz e Sisto Magro, da Comissão Pastoral da Terra – CPT, no Amapá. Eles foram vítimas do ataque de um fazendeiro de soja, Mário Junior Rocha, na área de Campina do São Benedito, Pacuí. Ele é mais um dos muitos fazendeiros que tem invadido o estado, provocando desmatamento e grilagem de terras públicas.
Dentro das atividades da CPT está a defesa dos direitos humanos e o registro de conflitos agrários. O ataque aconteceu no momento em que fotografavam uma placa de licenciamento para desmatamento de uma fazenda para averiguar a legalidade e validade, que foi descoberta estar vencida desde agosto de 2019. Alem dos socos, foram ameaçados de morte e bateram propositalmente no seu carro, que se encontrava parado.
Diversos organismos, pastorais, bispos e padres tem manifestado seu apoio nos últimos dias. Dentre eles, um grupo de padres de todas as regiões do Brasil, que acompanham diversas pastorais sociais e as CEBs, denominados Padres da Caminhada, tem enviado uma nota de apoio, assinada também por alguns bispos. A nota, na linha de outras enviadas para os padres agredidos, destaca que “os que buscam seguir de perto Jesus e assumem tal missão evangelizadora junto aos empobrecidos, na luta pelos direitos à terra, ao trabalho, ao pão e à moradia também sofrem ameaças, perseguições e violência em seus corpos”.
Como padres que participam de processos de evangelização similares aos realizados pelos padres Dennis Koltz e Sisto Magro, a nota afirma que “nós não devemos nos conformar aos projetos dos poderosos deste mundo, nem mesmo ficar indiferentes à situação vivida por grande parte de nosso povo”. Diante da realidade que o Brasil vive atualmente, que a nota denomina como “tempos sombrios”, que tem como consequência que “a violência aumenta cada vez mais para com os mais frágeis e contra os povos tradicionais”, eles destacam que existem “irmãos corajosos e com forte espírito evangélico que se comprometem com os mais pobres”.
A nota, que narra os fatos acontecidos, enfatiza a solidariedade fraterna e as preces para com quem vive desde o “compromisso com o Evangelho de Jesus Cristo e no serviço aos irmãos e irmãs nestas terras do Amapá, e em toda a nossa “Querida Amazônia””.
A nota foi enviada por Luis Miguel Modino.
Eis a nota.
Nota de Apoio aos padres Dennis Koltz e Sisto Magro
“Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu para anunciar o Evangelho aos pobres: enviou-me para proclamar a liberdade aos presos e, aos cegos, a visão; para pôr em liberdade os oprimidos e proclamar um ano do agrado do Senhor’. Então, começou a dizer-lhes: ‘Hoje cumpriu-se esta palavra da Escritura que acabais de ouvir’.” (Lc 4,17-19.21)
Nesta narrativa presente no Evangelho de Lucas encontramos o programa da ação de Jesus e que é fundamento para nossa missão como presbíteros da Igreja, continuadores da missão de Jesus. Lembra-nos ainda esta narrativa que a Boa Notícia é dirigida aos pobres. Alguns presentes aprovam enquanto outros ficam em dúvida. Porém, há os que rejeitam o programa de Jesus. A Boa Notícia para os pobres significa uma má notícia aos ricos e poderosos. A violência contra Jesus surge pelo fechamento à partilha do poder, dos bens da criação e da vida. Aqueles que vivem às custas dos pobres se enfureceram com Jesus, chegando ao ponto de querer jogá-lo no abismo.
Os que buscam seguir de perto Jesus e assumem tal missão evangelizadora junto aos empobrecidos, na luta pelos direitos à terra, ao trabalho, ao pão e à moradia também sofrem ameaças, perseguições e violência em seus corpos. Os continuadores da missão de Jesus, nós não devemos nos conformar aos projetos dos poderosos deste mundo, nem mesmo ficar indiferentes à situação vivida por grande parte de nosso povo. É nosso dever e missão estar juntos ao povo santo de Deus e “buscar o Reino de Deus e a sua justiça” (cf. Mt 6,33). Nosso desafio se torna ainda maior nestes tempos sombrios pelo quais estamos passando. A violência aumenta cada vez mais para com os mais frágeis e contra os povos tradicionais. Mas ainda encontramos irmãos corajosos e com forte espírito evangélico que se comprometem com os mais pobres.
Por isso, queremos aqui manifestar a nossa solidariedade e apoio aos dois irmãos que foram impedidos de cumprir sua missão profética junto à CPT (Comissão Pastoral da Terra) de Amapá. Os padres Dennis Koltz e Sisto Magro foram agredidos na terça-feira, dia 25 de fevereiro, por um fazendeiro de soja na área de Campina do São Benedito, Pacuí. Os dois padres têm uma missão importante na defesa de direitos humanos e atuam no registro de conflitos agrários para a publicação anual do Caderno da CPT, como todos conhecemos. Eles estavam fotografando uma placa de licenciamento para desmatamento de uma fazenda para averiguar a legalidade e validade, que por sinal está vencida desde agosto de 2019! Neste momento o padre Dennis foi violentamente atacado pelo suposto dono da fazenda, Mario Junior Rocha com socos e com outras ameaças contra sua vida, além de uma batida proposital no carro, que quase o fez tombar.
Aos nossos irmãos, padres Dennis Koltz e Sisto Magro, manifestamos nossa solidariedade fraterna e asseguramos nossas preces. Sintam-se acompanhados por cada um de nós e contem conosco nesta caminhada de compromisso com o Evangelho de Jesus Cristo e no serviço aos irmãos e irmãs nestas terras do Amapá, e em toda a nossa “Querida Amazônia”, que também sonhamos livre de toda ganância e de todo colonialismo! Que Nossa Senhora da Amazônia, Mãe do coração trespassado que sofreis nos vossos filhos ultrajados e na natureza ferida, seja a presença materna e força na caminhada!
- Pe. Celso Carlos Puttkammer dos Santos – Soure – PA – Diocese de Caçador/Prelazia de Marajó
2. Pe. Francisco Gecivam Garcia - Dioc. Maringá/PR
3. Pe. Geraldino Rodrigues de Proença – Diocese de Apucarana-PR
4. Pe. Rui Fernando - Diocese Apucarana/ PR
5. Pe. Aquino Júnior - Diocese de Limoeiro do Norte - CE
6. Pe. Edegard Silva Júnior- Diocese de Pemba- Moçambique
7. Pe. Vilson Groh, Arquidiocese de Florianópolis
8. Pe. Edson André Cunha Thomassim - São Leopoldo -Coordenador Estadual da Past. Carcerária RS
9. Pe. Luis Miguel Modino - Arquidiocese de Manaus
10. Pe. Marcelo de Oliveira - Arquidiocese de Campinas SP
11. Pe. Antonio Manzatto, Arquidiocese de São Paulo
12. Pe. Alex José Kloppenburg, Diocese de Bage, RS
13. Pe. José Roberto Moreira, Bocaina do Sul, SC
14. Pe. Vitor Galdino Feller, Arquidiocese de Florianópolis, SC.
15. Pe. Rodrigo Schüler de Souza Diocese de Osório, RS
16. Pe. João Pedro de Liz, Urubici - Diocese de Lages, SC
17. Pe. Flávio Corrêa de Lima - Diocese de Novo Hamburgo / RS
18. Pe. Leandro de Mello - Arquidiocese de Passo Fundo RS
19. Pe. Mauro Batista Pedrinelli - Arquidiocese de Londrina, PR
20. Pe. Júlio Renato Lancellotti arquidiocese de São Paulo pastoral de rua
21. Pe. Medoro de Oliveira Souza Neto - Diocese de Valença, RJ.
22. Pe. Ezael Juliatto, Arquidiocese de São Paulo
23. Pe. Pascal A. Bekububo, SX. Pastoral Indigenista, Conceição do Araguaia, PA.
24. Frei Wilmar Villalba, OFM Conv - Ubatuba – SP
25. Pe. Domingos Rodrigues - Diocese de Bagé/RS
26. Pe. Antonio Lopes, Limoeiro do Norte - CE
27. Pe. Dirceu Luiz Fumagalli, Arquidiocese de Londrina
28. Pe. Diego Giuseppe Pelizzari - CIMI – SUL
29. Pe. Jefferson Nogueira da Mata – Diocese de Apucarana – PR
30. Pe. Lino Batista de Oliveira – Diocese de Apucarana – PUC Londrina - PR
31. Pe. José Geraldo Vidal. Pastorais Sociais da diocese de Xingu
32. Pe. Domingos Ormonde, Diocese de Duque de Caxias - RJ
33. Pe. Antonio Fontinele de Melo, Porto Velho- RO.
34. Pe. José Amaro Lopes de Sousa. Diocese de Xingu, Altamira, PA
35. Pe. José Domingos Bragheto-Pastoral Operária Arquidiocese de São Paulo- SP
36. Pe. Leomar Antonio Montagna - Arquidiocese de Maringá - PR.
37.: Pe. Marcos Roberto Almeida dos Santos - Arquidiocese de Maringá - PR.
38. Pe. Luiz Ceppi,Rio Branco-Ac - Ass. Extrativismo
39. Pe. Luiz Carlos Palhares. Santo Inácio-Pr. Diocese de Apucarana.
40. Frei Atílio Battistuz, OFM - Prelazia do Marajó
41.Pe. Ivanil Pereira da Silva, diocese de Umuarama, PR
42. Pe. Antônio José de Almeida, Diocese de Apucarana, PR
43. Pe. Hermes Antonio Tonini, diocese de Lages-SC
43. Pe. Paulo Joanil da Silva - Belém /PA
44. Pe. Danilo Pena, Arquidiocese de Curitiba - PR
45. Pe. Luiz Ceppi .Rio Branco-AC
46. Pe. Marcos Just Arquidiocese de Curitiba – PR
47. Pe. Jorge Pereira de Melo Arquidiocese de Londrina – PR
48. Pe. Adamor Lima -Diocese de Abaetetuba/PA
49. Pe. Sebastião Rodrigues da Silva - Diocese de Cornélio Procópio-PR
50. Pe. Nadir Luiz Zanchet - Diocese de Balsas/MA.
51. Dom Manoel João Francisco, bispo de diocese de Cornélio Procópio – PR
52. Pe. Severino Leite Diniz - Diocese de Lins – SP
53. Pe. Altair Manieri, Arquidiocese de Londrina- PR
54. Pe. Vileci Basílio Vidal - Diocese de Crato – CE
55. Diác. Jorge Luiz - Arquidiocese de São Paulo – SP
56. Pe. Jorge Corsini, Diocese de Registro – SP
57. Pe. Benedito Ferraro, Arquidiocese de Campinas-SP.
58. Pe. Raimundo Vanthuy Neto - Diocese de Roraima -RR
59. Pe. Sérgio Eduardo Mariucci – SJ
60. Dom Erwin Kräutler – Bispo Emérito do Xingu – PA
61. Dom Cláudio Hummes – Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM
62. Dom Pedro Brito Guimarães – Arquidiocese de Palmas – TO
63. Dom Vital Corbellini – Bispo de Marabá – PA
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
A Missa e o Coronavirus: Orientações.
- Detalhes
A Santa Missa e o Coronavirus: Orientações da CNBB. A Palavra do Frei Petrônio, com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 5 de março-2020.
Pág. 206 de 664