Quarta-feira, 28 de agosto-2019. 21ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 23, 27-32)
27Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de cadáveres e de toda podridão! 28Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça. 29Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, 30e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’. 31Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. 32Vós, pois, completai a medida de vossos pais!
3) Reflexão
Estes dois últimos Ais, que Jesus pronunciou contra os doutores da lei e os fariseus do seu tempo, retomam e reforçam o mesmo tema dos dois Ais do evangelho de ontem. Jesus critica a falta de coerência entre a palavra e a prática, entre o interior e o exterior.
Mateus 23,27-28: O sétimo Ai contra os que se parecem sepulcros caiados
“Vocês: por fora, parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e injustiça”. A imagem de “sepulcros caiados” fala por si e não precisa de comentário. Jesus condena os que mantêm uma aparência fictícia de pessoa correta, mas cujo interior é a negação total daquilo que querem fazer aparecer para fora.
Mateus 23,29-32: O oitavo Ai contra os que enfeitam os sepulcros dos profetas, mas não os imitam
Os doutores e fariseus diziam: “Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices na morte dos profetas”. E Jesus conclui: pessoas que falam assim “confessam que são filhos daqueles que mataram os profetas”, pois eles dizem “nossos pais”. E Jesus termina dizendo: “Pois bem: acabem de encher a medida dos pais de vocês!” De fato, naquela altura dos acontecimentos, eles já tinham decidido matar Jesus. Assim acabavam de encher a medida dos pais.
4) Para um confronto pessoal
1) São mais dois Ais, mais dois motivos para receber uma crítica severa da parte de Jesus. Qual das dois cabe em mim?
2) Qual a imagem de mim mesmo que eu procuro apresentar aos outros? Ela corresponde ao que sou de fato diante de Deus?
5) Oração final
Felizes os que temem o Senhor, os que andam em seus caminhos. Poderás viver, então, do trabalho de tuas mãos, serás feliz e terás bem-estar. (Sl 127, 1-2)
Canonização de dom Hélder Câmara avança no Vaticano 20 anos após a sua morte
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Voz ativa contra a ditadura militar do Brasil, religioso brasileiro caminha para se tornar santo da Igreja Católica; fase local do processo reuniu 54 depoimentos
Edison Veiga
BLED (ESLOVÊNIA)
O processo de reconhecimento como santo do religioso brasileiro dom Hélder Pessoa Câmara (1909-1999) entrará em nova etapa na semana que vem. Trata-se da abertura da fase romana das investigações. A morte do cearense com forte atuação em Pernambuco completa 20 anos nesta terça (27).
“O próximo passo será o papa reconhecer, em nome da Igreja, que dom Hélder praticou em grau heroico as virtudes cristãs. Aí ele será declarado venerável”, disse à Folha Jociel Gomes, frade franciscano responsável por realizar o pedido junto ao Vaticano.
O processo de canonização de dom Hélder foi aberto oficialmente em fevereiro de 2015, nove meses depois de a Arquidiocese de Olinda e Recife solicitar a questão à cúpula da Igreja. Desde então, frei Jociel e sua equipe vasculharam sua biografia e ouviram pessoas que conviveram com o religioso.
O resultado, enviado ao Vaticano em dezembro, foi um dossiê de 197 páginas, com depoimentos de 54 pessoas. Uma vez considerado venerável, relatos de milagres passam a ser compilados. Os casos selecionados são analisados por um junta de especialistas do Vaticano.
Para se tornar beato, é preciso ter um primeiro milagre reconhecido pela Igreja. A canonização, ou seja, o status de santo, só vem após esse segundo milagre. Neste ano, a freira baiana Irmã Dulce teve a sua canonização anunciada pelo Vaticano e será a primeira mulher nascida no Brasil e a se tornar santa. A cerimônia será em outubro.
RELIGIOSO E POLÍTICA
Décimo primeiro filho de um jornalista e de uma professora primária, dom Hélder entrou para a vida religiosa em 1923, aos 14 anos, no Seminário da Prainha, instituição católica de sua cidade natal, Fortaleza.
Foi ordenado padre aos 22 anos. Ainda jovem, envolveu-se com causas sociais. Coordenou os chamados círculos operários cristãos e liderou a Juventude Operária Católica. Dedicou-se a atividades de lazer e alfabetização de jovens sem acesso à formação.
Também fundou, em 1933, a Sindicalização Operária Feminina, organismo que lutava por direitos de empregadas domésticas e lavadeiras.
Convidado pelo escritor e político Plínio Salgado (1895-1975), ingressou no grupo conservador e nacionalista Ação Integralista Brasileira. Foi considerado o maior propagandista do tema no Ceará.
Contudo se desiludiu rapidamente com o movimento, considerado de extrema-direita. Ao fim da década de 1930 se autodefinia como humanista integral e democrata cristão.
Dom Hélder teve papel importante durante a Segunda Guerra Mundial. Fundou a Comissão Católica Nacional de Imigração e trabalhou para acolher refugiados que chegavam ao país.
Tornou-se bispo aos 43 anos, em 1952. No mesmo ano, conseguiu a aprovação do Vaticano para criar a Conferência Nacional do Bispos do Brasil, a CNBB.
A partir de então passou a se dedicar a causas como a Cruzada São Sebastião, que resultou em conjuntos habitacionais para moradores de favelas, e o Banco da Providência, para atender aos sem renda.
Participou ativamente das quatro sessões do Concílio Ecumênico Vaticano 2º, nos anos 1960, e foi um dos proponentes do Pacto das Catacumbas, em que 42 sacerdotes de todo o mundo se comprometeram a assumir atitudes com o objetivo de reduzir a pobreza global.
O documento é considerado o embrião da Teologia da Libertação, corrente cristã que determina assumir “a opção preferencial pelos pobres”.
DITADURA MILITAR
Dom Hélder tornou-se arcebispo de Olinda e Recife em 1964. Foi um período de forte envolvimento com causas sociais, e ele se tornou um contraponto à ditadura militar. Incentivou e fortaleceu as comunidades eclesiais de base e foi alçado ao posto de resistência ao regime. Passou a ser visto como líder na defesa dos direitos humanos. Foi acusado de comunista, chamado de “arcebispo vermelho” e perseguido pelos militares, sobretudo depois do Ato Institucional nº 5.
Sua atuação leva a inferir que a eventual canonização, em um período como o atual, possa ser utilizada de forma política. Dom Hélder foi um dos interlocutores da família de Fernando Santa Cruz, militante de esquerda desaparecido durante o período da ditadura e alvo de recente ataque do presidente Jair Bolsonaro.
Frei Jociel descarta o uso político. “Dom Hélder foi um homem altamente coerente com a doutrina social da Igreja, um homem profundamente evangélico no sentido de que colocou em prática a opção preferencial pelos pobres e a busca da justiça e da paz”, afirma.
Em uma de suas frases famosas, dom Hélder disse: “Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo; quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista”.
“O discurso fajuto atual que diz que aquele que busca uma sociedade melhor é comunista é completamente anacrônico”, diz frei Marcelo Toyansk Guimarães, da Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação dos Frades Capuchinhos do Brasil. “Dom Hélder nos ilumina como aquele que defende os direitos humanos, o direito à vida, o direito dos pobres em um momento difícil.”
Para o religioso brasileiro Reginaldo Roberto Luiz, padre que trabalha com processos de canonização no Vaticano, o envolvimento político de dom Hélder deve exigir um maior detalhamento nos pareceres da canonização.
“Trata-se de uma figura muito controversa da política. Isso precisará ser esclarecido durante o processo”, diz. “[A canonização] vai demorar porque certamente será um processo muito detalhado para explicar e esclarecer, minuciosamente, a sua biografia.”
À reportagem da Folha ele comparou o caso com o do arcebispo de San Salvador (El Salvador) Óscar Romero (1917-1980), canonizado em 2018. Há semelhanças: Romero também lutou contra a ditadura em seu país e era adepto da Teologia da Libertação.
“Mas ele foi mártir —o que é uma ‘vantagem’ em processos de canonização”, ressalta Roberto Luiz. Romero foi assassinado por um atirador de elite do exército salvadorenho enquanto celebrava uma missa.
Dom Hélder realizou diversas viagens ao exterior para denunciar os abusos da ditadura brasileira. Isso lhe rendeu títulos honoris causa de universidades de 32 universidades estrangeiras. Também foi indicado quatro vezes ao Nobel da Paz. Em 2017, foi declarado Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos, em lei federal.
“Dom Hélder dedicou toda a sua vida à defesa da vida e da dignidade dos mais pobres. Convocou toda a sociedade para uma ação não violenta em favor da justiça e da paz”, diz Marcelo Barros, 74, monge beneditino e biógrafo de dom Hélder Câmara.
MAIS SOBRE DOM HELDER
Quem foi Dom Hélder Câmara? - Religioso cearense, arcebispo emérito de Olinda e Recife, foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e conhecido defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar.
Pedia uma Igreja mais ao lado dos pobres e pregava pela não-violência. Foi indicado quatro vezes ao Nobel da Paz. Morreu há 20 anos, em 27 de agosto de 1999 —tinha 90 anos.
Por que foi pedida a canonização? - De acordo com o postulado da causa, pelo reconhecimento de que Dom Hélder foi um ativo defensor dos direitos humanos e importante na luta pela dignidade dos mais pobres, “em consonância com os ensinamentos do Evangelho”.
Em que estágio está o processo? - O processo de canonização foi solicitado em maio de 2014, pela arquidiocese de Olinda e Recife. O Vaticano autorizou a abertura em fevereiro de 2015. A etapa diocesana foi concluída em dezembro do ano passado —o dossiê, de 197 páginas, reuniu depoimentos de 54 pessoas que conviveram com ele.
No próximo dia 5 de setembro será aberta a fase romana do processo. Então a Igreja nomeia um relator e determina que duas comissões preparem dois trabalhos: um minucioso perfil biográfico e uma defesa argumentativa de suas virtudes. A partir de então, é dado um parecer.
Se aprovado, o papa declara que ele é um venerável. Então é preciso a comprovação de um milagre para que seja beatificado. E um outro, para que seja canonizado —tornado santo.
A equipe brasileira disponibiliza o e-mail Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. a quem quiser colaborar com relatos que possam ajudar no processo.
Frases famosas de dom Hélder
"Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me d e comunista.”
"Quando os problemas se tornam absurdos, os desafios se tornam apaixonantes.”
"A melhor maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar.”
"Olhei o mais que pude os rostos dos pobres, gastos pela fome, esmagados pelas humilhações, e neles descobri teu rosto, Cristo Ressuscitado!”
"Ótimo que a tua mão ajude o voo... Mas que ela jamais se atreva a tomar o lugar das asas..." Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Terça-feira, 27 de agosto-2019. 21ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 23,23-26)
23Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar, sem contudo deixar o restante. 24Guias cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo. 25Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e de intemperança. 26Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o que está fora fique limpo.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz outros dois Ais ou pragas que Jesus falou contra os líderes religiosos da sua época. Os dois Ais de hoje denunciam a falta de coerência entre palavra e atitude, entre o exterior e o interior. Repetimos hoje o que afirmamos ontem. Ao meditar estas palavras tão duras de Jesus, devo pensar não só nos doutores e fariseus da época de Jesus, mas também e sobretudo no hipócrita que existe em mim, em nós, na nossa família, na comunidade, na nossa igreja, na sociedade de hoje. Vamos olhar no espelho do texto para descobrir o que está errado em nós mesmos.
Mateus 23,23-24: O quinto Ai contra os que insistem na observância e esquecem a misericórdia
“Vocês pagam o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, e deixam de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade”. Este quinto Ai de Jesus contra os líderes religiosos daquela época pode ser repetido contra muitos líderes religiosos dos séculos seguintes, até hoje. Muitas vezes, em nome de Deus, insistimos em detalhes e esquecemos a misericórdia. Por exemplo, o jansenismo tornou árida a vivência da fé, insistindo em observâncias e penitências que desviaram o povo do caminho do amor. A irmã carmelita Teresa de Lisieux foi criada nesse ambiente jansenista que marcava a França no fim do século XIX. Foi a partir de uma dolorosa experiência pessoal, que ela soube recuperar a gratuidade do amor de Deus como a força que deve animar por dentro a observância das normas. Pois, sem a experiência do amor, as observâncias fazem de Deus um ídolo.
Mateus 23,25-26: O sexto Ai contra os que limpam as coisas por fora e sujam por dentro
“Vocês limpam o copo e o prato por fora, mas por dentro vocês estão cheios de desejos de roubo e cobiça”. No Sermão da Montanha, Jesus critica os que observam a letra da lei e transgridem o espírito da lei. Ele diz: "Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: 'Não mate! Quem matar será condenado pelo tribunal'. Eu, porém, lhes digo: todo aquele que fica com raiva do seu irmão, se torna réu perante o tribunal. Quem diz ao seu irmão: 'imbecil', se torna réu perante o Sinédrio; quem chama o irmão de 'idiota', merece o fogo do inferno. Vocês ouviram o que foi dito: 'Não cometa adultério'. Eu, porém, lhes digo: todo aquele que olha para uma mulher e deseja possuí-la, já cometeu adultério com ela no coração” (Mt 5,21-22.27-28). Não basta observar a letra da lei. Não basta não matar, não roubar, não cometer adultério, não jurar, para ser fiel ao que Deus pede de nós. Só observa plenamente a lei de Deus aquele que, para além da letra, vai até raiz e arranca de dentro de si “os desejos de roubo e de cobiça” que possam levar ao assassinato, ao roubo, ao adultério. É na prática do amor que se realiza a plenitude da lei.
4) Para um confronto pessoal
1-São mais dois Ais ou duas pragas, mais dois motivos para receber uma crítica severa da parte de Jesus. Qual das dois cabe em mim?
2-Observância e gratuidade: qual das duas prevalece em mim?
5) Oração final
Cantai ao Senhor e bendizei o seu nome, anunciai cada dia a salvação que ele nos trouxe. Proclamai às nações a sua glória, a todos os povos as suas maravilhas. (Sl 95, 2-3)
Segunda-feira, 26 de agosto-2019. 21ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 23, 13-22)
13Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o Reino dos céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar. 14[Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Devorais as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso, sereis castigados com muito maior rigor.] 15Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis mares e terras para fazer um prosélito e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do inferno duas vezes pior que vós mesmos. 16Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: Se alguém jura pelo templo, isto não é nada; mas se jura pelo tesouro do templo, é obrigado pelo seu juramento. 17Insensatos, cegos! Qual é o maior: o ouro ou o templo que santifica o ouro? 18E dizeis ainda: Se alguém jura pelo altar, não é nada; mas se jura pela oferta que está sobre ele, é obrigado. 19Cegos! Qual é o maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta? 20Aquele que jura pelo altar, jura ao mesmo tempo por tudo o que está sobre ele. 21Aquele que jura pelo templo, jura ao mesmo tempo por aquele que nele habita. 22E aquele que jura pelo céu, jura ao mesmo tempo pelo trono de Deus, e por aquele que nele está sentado.
3) Reflexão Mateus 23,13-22
Nestes próximos três dias vamos meditar o discurso que Jesus pronunciou criticando os doutores da lei e os fariseus, chamando-os de hipócritas. No evangelho de hoje (Mt 23,13-22), Jesus pronuncia contra eles quatro Ais ou pragas. No de amanhã, mais duas pragas (Mt 23,23-26), e no evangelho de depois de amanhã, outras duas pragas (Mt 23,27-32). Ao todo oito Ais ou pragas contra os líderes religiosos da época. São palavras muito duras. Ao meditá-las, devo pensar não só nos doutores e fariseus do tempo de Jesus, mas também e sobretudo no hipócrita que existe em mim, em nós, na nossa família, na comunidade, na nossa igreja, na sociedade de hoje. Vamos olhar no espelho do texto para descobrir o que existe de errado em nós mesmos.
Mateus 23,13: O primeiro Ai contra os que fecham a porta do Reino
“Vocês fecham o Reino do Céu para os homens. Nem vocês entram, nem deixam entrar aqueles que desejam”. Fecham o Reino como? Apresentando Deus apenas como juiz severo, deixando pouco espaço para a misericórdia. Impondo em nome de Deus leis e normas que não têm nada a ver com os mandamentos de Deus, falsificam a imagem do Reino e matam nos outros o desejo de servir a Deus e ao Reino. Uma comunidade que se organiza ao redor deste falso deus “não entra no Reino”, nem é expressão do Reino, e impede que seus membros entrem no Reino.
Mateus 23,14: O segundo Ai contra os que usam a religião para se enriquecer
“Vocês exploram as viúvas, e roubam suas casas e, para disfarçar, fazem longas orações! Por isso, vocês vão receber uma condenação mais severa”. Jesus permite aos discípulos viver do evangelho, pois diz que o operário digno do seu salário (Lc 10,7; cf. 1Cor 9,13-14), mas usar a oração e a religião como meio para enriquecer-se, isto é hipocrisia e não revela a Boa Nova de Deus. Transforma a religião num mercado. Jesus expulsou os comerciantes do Templo (Mc 11,15-19) citando os profetas Isaías e Jeremias: “Minha casa é casa de oração para todos os povos e vocês a transformaram num covil de ladrões” (Mc 11,17; cf Is 56,7; Jr 7,11)). Quando o mago Simão quis comprar o dom do Espírito Santo, Pedro o amaldiçoou (At 8,18-24). Simão recebeu a “condenação mais severa” de que Jesus fala no evangelho de hoje.
Mateus 23,15: O terceiro Ai contra os que fazem proselitismo
Vocês percorrem o mar e a terra para converter alguém, e quando conseguem, o tornam merecedor do inferno duas vezes mais do que vocês”. Há pessoas que se fazem missionários e anunciam o evangelho não para irradiar a Boa Nova do amor de Deus, mas para atrair as pessoas para o seu grupo ou sua igreja. Certa vez, João proibiu uma pessoa de usar o nome de Jesus porque ela não fazia parte do grupo dele. Jesus respondeu: “Não proíba, pois quem não é contra, é a favor” (Mc 9,39). O documento da Assembléia Plenária dos bispos da América Latina, realizada no mês de maio de 2008, em Aparecida, Brasil, tem como título: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida!” Ou seja, o objetivo da missão não é para que os povos se tornem católicos, nem para fazer proselitismo, mas sim para que os povos tenham vida, e vida em abundância.
Mateus 23,16-22: O quarto Ai contra os que vivem fazendo juramento
“Vocês dizem: 'Se alguém jura pelo Templo, não fica obrigado, mas se alguém jura pelo ouro do Templo, fica obrigado'”. Jesus faz um longo raciocínio para mostrar a incoerência de tantos juramentos que o povo fazia ou que a religião oficial mandava fazer: juramentos pelo ouro do templo ou pela oferenda que está no altar. O ensinamento de Jesus, dado no Sermão da Montanha, é o melhor comentário da mensagem do evangelho de hoje: “Eu, porém, lhes digo: não jurem de modo algum: nem pelo Céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o suporte onde ele apóia os pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. Não jure nem mesmo pela sua própria cabeça, porque você não pode fazer um só fio de cabelo ficar branco ou preto. Diga apenas 'sim', quando é 'sim'; e 'não', quando é 'não'. O que você disser além disso, vem do Maligno." (Mt 5,34-37)
4) Para um confronto pessoal
1) São quatro Ais ou quatro pragas, quatro motivos para receber uma crítica severa da parte de Jesus. Qual das quatro críticas cabe em mim?
2) Nossa Igreja hoje merece estes Ais da parte de Jesus?
5) Oração final
Cantai ao Senhor um cântico novo. Cantai ao Senhor, terra inteira.Cantai ao Senhor e bendizei o seu nome, anunciai cada dia a salvação que ele nos trouxe. (Sl 95, 1-2)
21º Domingo do Tempo Comum - Ano C
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Tema
A liturgia deste domingo propõe-nos o tema da "salvação". Diz-nos que o acesso ao "Reino" - à vida plena, à felicidade total ("salvação") - é um dom que Deus oferece a todos os homens e mulheres, sem excepção; mas, para lá chegar, é preciso renunciar a uma vida baseada nesses valores que nos tornam orgulhosos, egoístas, prepotentes, auto-suficientes, e seguir Jesus no seu caminho de amor, de entrega, de dom da vida.
Na primeira leitura, um profeta não identificado propõe-nos a visão da comunidade escatológica: será uma comunidade universal, à qual terão acesso todos os povos da terra, sem excepção. Os próprios pagãos serão chamados a testemunhar a Boa Nova de Deus e serão convidados para o serviço de Deus, sem qualquer discriminação baseada na raça, na etnia ou na origem.
No Evangelho, Jesus - confrontado com uma pergunta acerca do número dos que se salvam - sugere que o banquete do "Reino" é para todos; no entanto, não há entradas garantidas, nem bilhetes reservados: é preciso fazer uma opção pela "porta estreita" e aceitar seguir Jesus no dom da vida e no amor total aos irmãos.
LEITURA I - Is 66,18-21: Atualização
Não é novidade nenhuma dizer que "ao novo Povo de Deus, todos os homens são chamados" (Concílio Vaticano II, Lumen Gentium 13). No Povo de Deus não é decisivo nem a raça, nem o sexo, nem a posição social, nem a preparação intelectual, mas sim a adesão a Jesus e o compromisso com o projeto de salvação que o Pai oferece, em Jesus. As nossas comunidades são, não só em teoria mas também na prática, espaços de igualdade e de fraternidade? Há algum tipo de discriminação na minha comunidade cristã, nomeadamente em relação a pessoas que se entende levarem vidas desregradas e moralmente fracassadas? Se há, que sentido é que isso faz?
ATUALIZAÇÃO DO EVANGELHO (Lc 13,22-30)
Em primeiro lugar, é preciso ter a consciência de que o "Reino" não está condicionado a qualquer lógica de sangue, de etnia, de classe, de ideologia política, de estatuto econômico: é uma realidade que Deus oferece gratuitamente a todos; basta que se acolha essa oferta de salvação, se adira a Jesus e se aceite entrar pela "porta estreita". Tenho consciência de que a comunidade de Jesus é a comunidade onde todos cabem e onde ninguém é excluído e marginalizado?
"Entrar pela porta estreita" significa, na lógica de Jesus, fazer-se pequeno, simples, humilde, servidor, capaz de amar os outros até ao extremo e de fazer da vida um dom. Por outras palavras: significa seguir Jesus no seu exemplo de amor e de entrega. Quando Tiago e João pretenderam reivindicar lugares privilegiados no "Reino", Jesus apressou-Se a dizer-lhes que era necessário primeiro partilhar o destino de Jesus e fazer da vida um dom ("beber o cálice") e um serviço ("o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida"). Jesus é, portanto, o modelo de todos os que querem "entrar pela porta estreita". É o seu exemplo que é proposto a todos os discípulos.
Já constatámos todos que esta "porta estreita" não é, hoje, muito popular. A este propósito, os homens de hoje têm perspectivas bem diferentes de Jesus... A felicidade, a vida plena encontra-se, para muitos dos nossos contemporâneos, no poder, no êxito, na exposição social, nos cinco minutos de fama que a televisão proporciona, no dinheiro (afinal, o novo deus que move o mundo, que manipula as consciências e que define quem tem ou não êxito, quem é ou não feliz). Como nos situamos face a isto? As nossas opções vão mais vezes na linha da "porta larga" do mundo, ou da "porta estreita" de Jesus?
É preciso ter consciência de que o acesso ao "Reino" não é, nunca, uma conquista definitiva, mas algo que Deus nos oferece cada dia e que, cada dia, nós aceitamos ou rejeitamos. Ninguém tem automaticamente garantido, por decreto, o acesso ao "Reino", de forma que possa, a partir de uma certa altura, ter comportamentos pouco consentâneos com os valores do "Reino". O acesso à salvação é algo a que se responde - positiva ou negativamente - todos os dias e que nunca é um dado totalmente seguro e adquirido.
Para nós, assumidamente cristãos, onde está a salvação? Jesus dizia que, no banquete do "Reino", muitos apareceriam a dizer: "comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças"; mas receberiam como resposta: "não sei de onde sois; afastai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade". Este aviso toca de forma especial aqueles que conheceram bem Jesus, que se sentaram com Ele à mesa (da Eucaristia), que escutaram as suas palavras, que fizeram parte do conselho pastoral da paróquia, que foram fiéis guardiães das chaves da igreja ou dos cheques da conta bancária paroquial, que até, se calhar, se sentaram em tronos episcopais ou papais... mas que nunca se preocuparam em entrar pela "porta estreita" do serviço, da simplicidade, do amor, do dom da vida. Esses - Jesus é perfeitamente claro e objetivo - não terão lugar no "Reino".
*Leia a reflexão na íntegra. Clique ao lado no link- Evangelho do dia
21º Domingo do Tempo Comum - Ano C - A salvação começa neste mundo
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*Rita de Cácia Ló.
"Hoje vivemos também um momento de incertezas e conflitos. A pergunta que todos devemos fazer é: Que resposta nossa religião nos leva a dar? Vamos nos fechar em ritos e devoções ou vamos assumir um compromisso na prática? Quais nossas atitudes diante de problemas concretos: esperamos uma solução espiritual ou nossa fé nos leva a agir?
"O evangelho de hoje nos ajuda a aprofundar este questionamento. Durante sua atividade missionária e catequética, Jesus encontrou alguém que lhe fez a seguinte pergunta: “São poucos os que se salvam”? Para responder isso, é necessário, antes, refletir sobre o que significa “salvação”.
Evangelho: Lucas 13,22-30
O evangelho de hoje nos ajuda a aprofundar este questionamento. Durante sua atividade missionária e catequética, Jesus encontrou alguém que lhe fez a seguinte pergunta: “São poucos os que se salvam”?
Para responder isso, é necessário, antes, refletir sobre o que significa “salvação”. No evangelho de Lucas, salvação não é simplesmente ir para o céu depois de morto. A salvação começa já aqui neste mundo, quando vivemos a paz, a vida, a esperança. Tudo o que queremos viver lá no reino do céu, somos convidados a fazer acontecer já aqui neste mundo. Podemos dizer que emprego, salário justo, moradia, saúde e educação são sinais de que a salvação começou a acontecer entre nós. Quando essas coisas não acontecem, é porque a salvação está longe. O perigo, então, é cada um querer se salvar sozinho.
Por isso, Jesus, ao invés de dar uma resposta pronta ou de falar de quantidades, ele dá uma resposta que faz pensar. Ele usa imagens conhecidas: porta estreita, comer e beber, dono da casa. O dono da casa é Deus; comer e beber são ações ligadas à religião judaica nos tempos de Jesus; a porta estreita é a atitude de quem não tem uma religião acomodada.
Jesus começa sua resposta exatamente alertando contra a tentação de cada um garantir sua própria vantagem. É o que ele afirma quando diz “Fazei todo esforço para entrar pela porta estreita”. Jesus sabe que a maioria das pessoas prefere a porta larga, isto é, o que é mais cômodo, prático e lucrativo.
A porta estreita é a porta do compromisso com o próximo e com a sociedade. Sem isso, é impossível estar verdadeiramente comprometido com Deus. Por isso, Jesus alerta contra o engano de pensar que é possível amar diretamente a Deus sem a necessidade de amar ao próximo. Jesus fala de gente que “comeu e bebeu na presença de Deus”, mas que Deus rejeita dizendo “Não sei quem vocês são”. Mais ainda, Jesus diz que as pessoas que têm uma religião fechada em si mesma e preocupada com ritos e devoções, mas que não se abrem para o próximo, são “praticantes da injustiça”.
Hoje celebramos o “dia do catequista”. Os catequistas têm uma grande missão na Igreja: educar de forma continuada e sempre mais profunda aqueles que se sentem atraídos pela proposta de Jesus. Como o profeta anônimo da primeira leitura, os catequistas têm a importante tarefa de indicar o caminho de Deus para crianças, jovens e adultos que vivem as inquietações da vida cotidiana. É deles que o profeta fala quando escreve que muitos irão para ilhas distantes e países desconhecidos para anunciar a glória de Deus? Onde é esta ilha distante? Onde é este país desconhecido? É a nossa paróquia. E quem são esses que vão até lá, com entusiasmo, anunciando a glória de Deus? Os nossos catequistas!
Mas os catequistas são também continuadores do anúncio que Jesus fez. Como Jesus, os catequistas são chamados a questionar os que buscam uma religião de comodismo e com respostas simples e imediatas; a fidelidade à missão pode levar os catequistas a incomodar cristãos que desejam uma religião interessada somente em milagres. Por isso, muitas vezes os catequistas sofrem oposição e recusa. Para muitos homens e muitas mulheres, o compromisso com a catequese é a porta estreita de que Jesus fala.
Que neste dia dos catequistas, rezemos para que os catequistas de nossas paróquias não se cansem nem desanimem, e que tenhamos atitudes positivas de encorajamento e gratidão. Que nossas paróquias e comunidades sejam reconhecidas e agradecidas a tantos cristãos leigos e leigas que dedicam parte de seu tempo e de suas energias para a catequese.
A todos e todas catequistas, que Deus abençoe e recompense todo o tempo e a dedicação ao anúncio do Reino de Deus. Coragem, catequistas... Vamos em frente com a força de Jesus ressuscitado!
*Leiga, graduada em Teologia pela Faculdade Teológica Sul Americana (2006) e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (2006). Atualmente é professora de estudos bíblicos na Escola de Teologia e Espiritualidade Franciscana – ESTEF, de Porto Alegre/RS. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
“Levante a voz pela Amazônia”, pede CNBB em nota.
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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota sobre a situação em que classifica de “absurdos incêndios” e outras criminosas depredações em curso na Amazônia. Estas atitudes, segundo o documento, requerem posicionamentos adequados. “É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente o Brasil, adotem medidas sérias para salvar uma região determinante no equilíbrio ecológico do planeta – a Amazônia. Não é hora de desvarios e descalabros em juízos e falas”, diz a nota.
No documento, a CNBB ressalta que Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, convocado pelo papa Francisco para outubro próximo, no cumprimento de sua tarefa missionária e da evangelização, é sinal de esperança e fonte de indicações importantes no dever de preservar a vida, a partir do respeito ao meio ambiente.
Confira, abaixo, a íntegra o documento:
Nota da CNBB
O povo brasileiro, seus representantes e servidores têm a maior responsabilidade na defesa e preservação de toda a região amazônica. O Brasil possui significativa extensão desse precioso território, com o rico tesouro de sua fauna, flora e recursos hidrominerais. Os absurdos incêndios e outras criminosas depredações requerem, agora, posicionamentos adequados e providências urgentes. O meio ambiente precisa ser tratado nos parâmetros da ecologia integral, em sintonia com o ensinamento do Papa Francisco, na sua Carta Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado com a casa comum.
“Levante a voz pela Amazônia” é um movimento, agora, indispensável, em contraposição aos entendimentos e escolhas equivocados. A gravidade da tragédia das queimadas, e outras situações irracionais e gananciosas, com impactos de grandes proporções, local e planetária, requerem que, construtivamente, sensibilizando e corrigindo rumos, se levante a voz.
É hora de falar, escolher e agir com equilíbrio e responsabilidade, para que todos assumam a nobre missão de proteger a Amazônia, respeitando o meio ambiente, os povos tradicionais, os indígenas, de quem somos irmãos. Sem assumir esse compromisso, todos sofrerão com perdas irreparáveis.
O Sínodo dos bispos sobre a Amazônia, em outubro próximo, em sintonia amorosa e profética com a convocação do Papa Francisco, no cumprimento da tarefa missionária e da evangelização, é sinal de esperança e fonte de indicações importantes no dever de preservar a vida, a partir do respeito ao meio ambiente.
“Levante a voz” para esclarecer, indicar e agir diferente, superar os descompassos vindos de uma prolongada e equivocada intervenção humana, em que predominam a “cultura do descarte” e a mentalidade extrativista. A Amazônia é uma região de rica biodiversidade, multiétnica, multicultural e multirreligiosa, espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, Estados e da Igreja.
É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente o Brasil, adotem medidas sérias para salvar uma região determinante no equilíbrio ecológico do planeta – a Amazônia. Não é hora de desvarios e descalabros em juízos e falas. “Levante a voz” na voz profética do Papa Francisco ao pedir, a todos os que ocupam posições de responsabilidade no campo econômico, político e social: “Sejamos guardiões da criação”.
Vamos construir juntos uma nova ordem social e política, à luz dos valores do Evangelho de Jesus, para o bem da humanidade, da Panamazônia, da sociedade brasileira, particularmente dos pobres desta terra. É indispensável para promovermos e preservarmos a vida na Amazônia e em todos os outros lugares do Brasil. Em diálogos e entendimentos lúcidos, que se “levante a voz”!
Brasília-DF, 23 de agosto de 2019
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte – MG
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler, OFM
Arcebispo de Porto Alegre – RS
1º Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima – RR
2º Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo Auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro – RJ
Secretário-Geral da CNBB
Fonte: http://www.cnbb.org.br
Escapulário de Nossa Senhora do Carmo: Uma reflexão pastoral e espiritual
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Edimar Fernando Moreira
O escapulário de Nossa Senhora do Carmo é uma das principais formas de devoção mariana da Igreja Católica. Essa devoção está diretamente ligada à Ordem Carmelitana. Tal família religiosa surgiu no final do século XII, durante o tempo das cruzadas. Eremitas, vindos principalmente da Europa, se reuniram no Monte Carmelo, na Palestina, junto à fonte do profeta Elias, e, lá estabeleceram morada. Depois de alguns anos, pediram ao patriarca de Jerusalém que lhes dessem uma regra de vida sob a qual todos deveriam continuar vivendo. Lá, construíram estabeleceram uma capela dedicada à Nossa Senhora, no centro de onde ficavam as celas, onde morava cada eremita. Principalmente por conta das invasões bárbaras à Terra Santa, eles retornaram, por volta 1238, à Europa.
Quando os carmelitas chegaram à Europa, tiveram muitas dificuldades para serem reconhecidos como uma Ordem religiosa. Corriam o risco de se extinguirem. Segundo alguns relatos, surgidos principalmente a partir do século XV, São Simão Stock, que seria o geral da Ordem, no ano de 1251 teria feito uma oração a Nossa Senhora pedindo sua proteção sobre os Carmelitas. Ele, segundo essas tradições, teve uma visão dela lhe entregando o escapulário e prometendo sua proteção à todos que estivessem usando o escapulário. Historicamente, a figura de São Simão Stock, bem como o relato de sua visão e sobre o conteúdo da promessa são questões bastante imprecisas e controversas. É um relato sobre o qual pouco se sabe, mas muito se falou e escreveu. Mas, o que vem a ser o escapulário? Por que as os Carmelitas o usavam?
O escapulário é uma um longo pedaço de tecido marrom, com um buraco no qual passa a cabeça, da largura dos ombros, que cobre a parte da frente e das costas da pessoa, até os pés. Os religiosos o colocam sobre a túnica. Antigamente, ele era utilizado como um avental. Por questões de praticidade, difundiu-se entre os leigos, devotos de Nossa Senhora do Carmo, a prática de usar uma versão menor do escapulário, na qual geralmente carrega, além de um pedaço de tecido, as estampas de Nossa Senhora do Carmo, de um lado, e do Sagrado Coração de Jesus do outro. Essa devoção, mesmo que tenha uma origem questionável, ainda pode, a partir de reflexões mais condizentes com nosso tempo, estar em íntima relação com o espirito cristão. Buscaremos, agora, uma proposta para uma reflexão contemporânea para o uso do escapulário a partir de três dimensões.
O escapulário, entendido como hábito, é sinal de consagração por meio da agregação à Família Carmelitana. Naquele tempo, no século XII, esse símbolo, mostrava tanto a pertença quanto a proteção por parte do dono daquele feudo ou fazenda. Assim, quem usava o escapulário de Nossa Senhora do Carmo pertencia ao grupo dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, como é o nosso nome “completo”. Hoje, a Ordem reconhece que todos os que usam o escapulário são carmelitas. Por isso, há uma tradição que geralmente quem faz a imposição do escapulário é um ou uma carmelita ou alguém devidamente autorizado. A pessoa é acolhida nesta família, e dela deve participar de acordo com seu carisma próprio. Somos chamados a ser uma presença orante, fraterna e profética no meio do povo. Desse modo, como cristãos que vivem um carisma específico, devemos viver como Maria, toda para Deus.
O escapulário é sinal de entrega total a Deus. A espiritualidade carmelitana chama isso de “viver em obséquio de Jesus Cristo” (Regra do Carmo, n. 2). Para isso, nós devemos “estar dia e noite meditando na Lei do Senhor” (Regra do Carmo, n. 10). O escapulário toma nossa frente e nossas costas. Isso significa que cada um que usa o escapulário deve também, como Maria, estar todo para Deus. Maria foi obediente e se ofereceu “todinha” a Deus (cf. Lc 1, 26). Nós também, como carmelitas, devemos fazer o mesmo. Essa entrega ao Pai, por sua vez, nos leva ao próximo.
Como já vimos, o escapulário é, antes de qualquer coisa, um avental. Usamos avental para o trabalho! Antigamente, o usavam aqueles que estavam a serviço no campo, na horta, nos afazeres da casa. Nossa Senhora nos ensina que devemos estar sempre a serviço. Nas bodas de Canã, ela, mesmo sendo apenas convidada para a festa, estava na cozinha, atenta às realidades das pessoas que podem levá-las a ter sua dignidade humana violada. O carmelita é convidado a estar na cozinha do mundo! Sabemos que o melhor caminho é estar atentos a fazer o que “Ele” nos disser, servindo ao Senhor, principalmente nos mais necessitados (cf. Jo 2, 1-12). Por isso, quem veste esse avental deve estar sempre em atitude de serviço (cf. Jo 13, 1-20).
Por isso, vemos que o escapulário de Nossa Senhora do Carmo nos compromete a seguir os passos de Maria de Nazaré em atitude de obediência a Deus e no serviço a Cristo na busca de uma vivência fraterna entre os irmãos. Vestir o escapulário, portanto, não é um privilégio, mas um convite a missão. Vivendo em obséquio de Jesus Cristo e meditando dia e noite na Lei do Senhor, o carmelita segue, junto com Maria, os passos de Jesus de Nazaré. Ele nos convida a trabalhar, guiados pelo Espírito Santo, na construção do Reino de Deus. Confiantes na proteção de Nossa Senhora e com o coração todo voltado para Deus, nos colocamos com nossa irmã como discípulos-missionários na construção de um reino de Amor e Justiça. Esse caminho não é fácil! É por ele, porém, que nosso bentinho se aproxima da nossa missão assumida no Batismo e torna um sinal visível de uma devoção verdadeira e profética.
Para saber mais
CATHECHESIS AND RITUAL. The Scapular of Our Lady of Mount Carmel. Washington: 2000.
FRAGOSO, José. Escapulário do Carmo: a força do fraco. São Paulo: Edições Paulinas, 1988.
MESTERS, Carlos. Venha beber desta fonte. Belo Horizonte: O Lutador, 2000.
22 de agosto- Nossa Senhora Rainha: Conheça esta devoção.
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Origens
A festa litúrgica de Nossa Senhora Rainha é conhecida também festa do “Reinado de Maria”. Ela foi instituída no ano 1954 pelo Papa Pio XII. Aconteceu quando ele coroou Nossa Senhora na Basílica de Santa Maria Maior, que fica em Roma, Itália. No dia 11 de Outubro de 1954, Pio XII promulgou também a Encíclica Ad Caeli Reginam (A Rainha do Céu). A carta é um tratado sobre a realeza e a dignidade de Maria.
A data
A princípio, a data da festa foi estabelecida para o dia 31 de Maio, mês de Maria. Agora, porém, a celebração acontece na oitava da Assunção, isto é, oito dias após a festa da Assunção de Nossa Senhora. Assim, fica manifesta a íntima ligação entre a Assunção de Maria e sua coroação no céu.
Fundamentação
O Papa Pio XII deixa claro na Encíclica Ad Caeli Reginam, que "os Teólogos da Igreja, extraindo sua doutrina" consultaram os escritos e sermões de vários Santos, bem como testemunhos da Tradição antiga. Em todos esses casos, lê-se na Encíclica, os santos e a Tradição "referem-se à Santíssima Mãe Virgem Rainha de todas as coisas criadas, Rainha do mundo, Senhora do universo".
O reinado de Maria depende do Reinado de Cristo
A celebração do Reinado de Nossa Senhora tem sua origem na festa de Cristo Rei do Universo, ou, festa do “Reinado de Cristo”. Como Jesus Cristo é Rei, sua mãe terrena, pura e imaculada, também é Rainha. Não se trata de um reino deste mundo, mas de um reinado eterno, universal, segundo a vontade de Deus.
Vaticano II
O livro Lumen Gentium (Luz dos Povos), do Concílio Vaticano II, no Capítulo 59, diz: "A Virgem Imaculada (…) foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte".
Os Papas e o Reinado de Maria
Papa Paulo VI
O beato Papa Paulo VI, em sua Exortação Apostólica intitulada Marialis Cultus (Culto a Maria), escreveu: “... na Virgem Maria tudo é referido a Cristo e tudo depende Dele: em vistas a Ele, Deus Pai a escolheu desde toda a eternidade como Mãe toda Santa e a adornou com dons do Espírito Santo que não foram concedidos a nenhum outro”. Por isso, ela é Rainha do céu e da terra.
Papa Bento XVI
Na festa de Nossa Senhora Rainha de 2012, o Papa emérito Bento XVI disse: “... esta realeza da Mãe de Deus se faz concreta no amor e no serviço a seus filhos, em seu constante velar pelas pessoas e suas necessidades.” O reinado de Nossa Senhora aparece concretamente para nós que vivemos neste mundo, através do amor e do serviço de proteção e intercessão que ela presta a nós, que ainda caminhamos neste mundo.
São Luis de Monfort
São Luis Maria Grignon de Monfort, autor do Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Maria, escreveu no número 38: "Maria é a rainha do Céu e da terra, por graça, como Cristo é Rei por natureza e por conquista".
Oração a Nossa Senhora Rainha
“Ó, Maria sem pecado concebida! A mais Preciosa Menina, Rainha das Maravilhas. Ajuda-me neste dia a ser sempre teu verdadeiro filho, para chegar um dia ao Deus da Vida. És Rainha do Céu e da Terra, gloriosa e digna Rainha do Universo a quem podemos invocar de dia e de noite, não só com o doce nome de Mãe, mas também com o de Rainha, como te saúdam no Céu com alegria e amor todos os Anjos e Santos. Nossa Senhora Rainha, Celeste Aurora, enviai a Luz Divina do Universo para me ajudar a resolver estes problemas (descrever resumidamente os problemas) Amém.”
Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai. Fonte: https://cruzterrasanta.com.br
Quinta-feira, 22 de agosto-2019. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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Festa de Nossa Senhora Rainha - 22 de agosto
1) Oração
Ó Deus, que fizestes a Mãe do vosso Filho nossa Mãe e Rainha, dai-nos, por sua intercessão, alcançar o reino do céus e a glória prometida aos vossos filhos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 1,26-38)
Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,27a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria.28Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.29Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação.30O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus.31Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.32Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó,33e o seu reino não terá fim.34Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem?35Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.36Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril,37porque a Deus nenhuma coisa é impossível.38Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela.
3) Reflexão
Hoje é a festa de Maria Rainha. O texto que meditamos no evangelho descreve a visita do anjo a Maria (Lc 1,26-38). A Palavra de Deus chega a Maria não através de um texto bíblico, mas através de uma experiência profunda de Deus, manifestada na visita do anjo. No AT, muitas vezes, o Anjo de Deus é o próprio Deus. Foi graças à ruminação da Palavra escrita de Deus na Bíblia, que Maria foi capaz de perceber a Palavra viva de Deus na visita do Anjo. Assim também acontece com a visita de Deus em nossas vidas. As visitas de Deus são frequentes. Mas por falta de ruminação da Palavra escrita de Deus na Bíblia, não percebemos a visita de Deus em nossas vidas. A visita de Deus é tão presente e tão contínua que, muitas vezes, já nem a percebemos e, por isso, perdemos uma grande oportunidade de viver na paz e na alegria.
Lucas 1,26-27: A Palavra faz a sua entrada na vida.
Lucas apresenta as pessoas e os lugares: uma virgem chamada Maria, prometida em casamento a um homem, chamado José, da casa de Davi. Nazaré, uma cidadezinha na Galileia. Galileia era periferia. O centro era Judeia e Jerusalém. O anjo Gabriel é o enviado de Deus para esta moça virgem que morava na periferia. O nome Gabriel significa Deus é forte. O nome Maria significa amada de Javé ou Javé é o meu Senhor. A história da visita de Deus a Maria começa com a expressão “No sexto mês”. Trata-se do "sexto mês" da gravidez de Isabel, parenta de Maria, uma senhora já de idade, precisando de ajuda. A necessidade concreta de Isabel é o pano de fundo de todo este episódio. Encontra-se no começo (Lc 1,26) e no fim (Lc 1,36.39).
Lucas 1,28-29: A reação de Maria.
Foi no Templo que o anjo apareceu a Zacarias. A Maria ele aparece na casa dela. A Palavra de Deus atinge Maria no ambiente da vida de cada dia. O anjo diz: “Alegra-te! Cheia de graça! O Senhor está contigo!” Palavras semelhantes já tinham sido ditas a Moisés (Ex 3,12), a Jeremias (Jr 1,8), a Gedeão (Jz 6,12), a Rute (Rt 2,4) e a muitos outros. Elas abrem o horizonte para a missão que estas pessoas do Antigo Testamento deviam realizar a serviço do povo de Deus. Intrigada com a saudação, Maria procura saber o significado. Ela é realista, usa a cabeça. Quer entender. Não aceita qualquer aparição ou inspiração.
Lucas 1,30-33: A explicação do anjo.
“Não tenha medo, Maria!” Esta é sempre a primeira saudação de Deus ao ser humano: não ter medo! Em seguida, o anjo recorda as grandes promessas do passado que vão ser realizadas através do filho que vai nascer de Maria. Este filho deve receber o nome de Jesus. Ele será chamado Filho do Altíssimo e nele se realizará, finalmente, o Reino de Deus prometido a Davi, que todos estavam esperando ansiosamente. Esta é a explicação que o anjo dá a Maria para ela não ficar assustada.
Lucas 1,34: Nova pergunta de Maria
Maria tem consciência da missão importante que está recebendo, mas ela permanece realista. Não se deixa embalar pela grandeza da oferta e olha a sua condição: “Como é que vai ser isto, se eu não conheço homem algum?” Ela analisa a oferta a partir dos critérios que nós, seres humanos, temos à nossa disposição. Pois, humanamente falando, não era possível que aquela oferta da Palavra de Deus se realizasse naquele momento.
Lucas 1,35-37: Nova explicação do anjo
O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus”. O Espírito Santo, presente na Palavra de Deus desde o dia da Criação (Gênesis 1,2), consegue realizar coisas que parecem impossíveis. Por isso, o Santo que vai nascer de Maria será chamado Filho de Deus. Quando hoje a Palavra de Deus é acolhida pelos pobres sem estudo, algo novo acontece pela força do Espírito Santo! Algo tão novo e tão surpreendente como um filho nascer de uma virgem ou como um filho nascer de Isabel, uma senhora já de idade, da qual todo mundo dizia que ela não podia ter nenêm! E o anjo acrescenta: “E olhe, Maria! Isabel, tua prima, já está no sexto mês!”
Lucas 1,38: A entrega de Maria.
A resposta do anjo clareou tudo para Maria. Ela se entrega ao que Deus estava pedindo: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua Palavra”. Maria usa para si o título de Serva, empregada do Senhor. O título vem de Isaías, que apresenta a missão do povo não como um privilégio, mas sim como um serviço aos outros povos (Is 42,1-9; 49,3-6). Mais tarde, Jesus, o filho que estava sendo gerado naquele momento, definirá sua missão: “Não vim para ser servido, mas para servir!” (Mt 20,28). Aprendeu da Mãe!
Lucas 1,39: A forma que Maria encontra para servir
A Palavra de Deus chegou e fez com que Maria saísse de si para servir aos outros. Ela deixa o lugar onde estava e vai para a Judeia, a mais de quatro dias de viagem, para ajudar sua prima Isabel. Maria começa a servir e cumprir sua missão a favor do povo de Deus.
4) Para um confronto pessoal
1-Como você percebe a visita de Deus em sua vida? Você já foi visitada ou visitado? Você já foi uma visita de Deus na vida dos outros, sobretudo dos pobres? Como este texto nos ajuda a descobrir as visitas de Deus em nossa vida?
2-A Palavra de Deus se encarnou em Maria. Como a Palavra de Deus está tomando carne na minha vida pessoal e na vida da comunidade?
5) Oração final
Que louvem o Senhor por sua bondade e por suas maravilhas em favor dos homens. Pois saciou quem tinha sede, e cumulou de bens os que tinham fome. (Sl 106, 8-9)
Quarta-feira, 21 de agosto-2019. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 20,1-16a)
1Com efeito, o Reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar operários para sua vinha. 2Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para sua vinha. 3Cerca da terceira hora, saiu ainda e viu alguns que estavam na praça sem fazer nada. 4Disse-lhes ele: - Ide também vós para minha vinha e vos darei o justo salário. 5Eles foram. À sexta hora saiu de novo e igualmente pela nona hora, e fez o mesmo. 6Finalmente, pela undécima hora, encontrou ainda outros na praça e perguntou-lhes: - Por que estais todo o dia sem fazer nada?7Eles responderam: - É porque ninguém nos contratou. Disse-lhes ele, então: - Ide vós também para minha vinha. 8Ao cair da tarde, o senhor da vinha disse a seu feitor: - Chama os operários e paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros. 9Vieram aqueles da undécima hora e receberam cada qual um denário. 10Chegando por sua vez os primeiros, julgavam que haviam de receber mais. Mas só receberam cada qual um denário. 11Ao receberem, murmuravam contra o pai de família, dizendo: 12Os últimos só trabalharam uma hora... e deste-lhes tanto como a nós, que suportamos o peso do dia e do calor. 13O senhor, porém, observou a um deles: - Meu amigo, não te faço injustiça. Não contrataste comigo um denário? 14Toma o que é teu e vai-te. Eu quero dar a este último tanto quanto a ti. 15Ou não me é permitido fazer dos meus bens o que me apraz? Porventura vês com maus olhos que eu seja bom? 16Assim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.
3) Reflexão Mateus 20,1-16
O evangelho de hoje traz uma parábola que só é relatada por Mateus. Ela não existe nos outros três evangelhos. Como em todas as parábolas, Jesus conta uma história feita de elementos do dia-a-dia da vida do povo. Ele retrata a situação social do seu tempo, na qual os ouvintes se reconhecem. Mas ao mesmo tempo, na história desta parábola, acontecem coisas que nunca acontecem na realidade da vida do povo. É que, ao falar do patrão, Jesus pensa em Deus, seu Pai. Por isso, na história da parábola, o patrão faz coisas surpreendentes que não acontecem no dia-a-dia da vida dos ouvintes. É nesta atitude estranha do patrão, que deve ser procurada a chave para a compreensão do mensagem da parábola.
Mateus 20,1-7: As cinco vezes que o patrão sai em busca de operários
"O Reino do Céu é como um patrão, que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha” Assim começa a história que fala por si e nem precisaria de muito comentário. No que segue, o patrão sai mais quatro vezes chamando operários para trabalhar na sua vinha. Jesus alude ao terrível desemprego daquela época. Alguns detalhes da história: (1) O próprio patrão sai pessoalmente cinco vezes para contratar operários. (2) Na hora de contratar os operários, é só com o primeiro grupo que ele acerta o salário: um denário por dia. Com os da nona hora ele diz: Eu lhes pagarei o que for justo. Com os outros ele não acertou nada. Apenas os contratou para trabalhar na vinha. (3) No fim do dia, na hora de acertar as contas com os operários, o patrão manda que o administrador faça o serviço.
Mateus 20,8-10: A estranha maneira de acertar as contas no fim do dia
Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: Chame os trabalhadores, e pague uma diária a todos. Comece pelos últimos, e termine pelos primeiros. Aqui, na hora de acertar as contas, acontece algo estranho que não acontece na vida comum. Parece a inversão das coisas. O pagamento começa com os que foram contratados por último e que trabalharam apenas uma única hora. O pagamento é o mesmo para todos: um denário, como tinha sido combinado com os que foram contratados no começo do dia. No fim, chegaram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. No entanto, cada um deles recebeu também uma moeda de prata. Por que o patrão faz isso? Você faria assim? É aqui neste gesto surpreendente do patrão que está escondida a chave da mensagem desta parábola.
Mateus 20,11-12: A reação normal dos operários diante da estranha atitude do patrão
Os últimos a receber o salário eram os que foram contratados por primeiro. Estes, assim diz a história, ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão e disseram: “Esses últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor do dia inteiro!” É a reação normal do bom senso. Creio que todos nós teríamos a mesma reação e diríamos a mesma coisa ao patrão. Ou não?
Mateus 20,13-16: A explicação surpreendente do Patrão que fornece a chave da parábola
A resposta do patrão é esta: “Amigo, eu não fui injusto com você. Não combinamos uma moeda de prata? Tome o que é seu, e volte para casa. Eu quero dar também a esse, que foi contratado por último, o mesmo que dei a você. Por acaso não tenho o direito de fazer o que eu quero com aquilo que me pertence? Ou você está com ciúme porque estou sendo generoso?” Estas palavras trazem a chave que explica a atitude do patrão e aponta a mensagem que Jesus quer comunicar: (1) O patrão não foi injusto, pois ele agiu de acordo com o que tinha sido combinado com o primeiro grupo de operários: um denário por dia. (2) É decisão soberano do patrão de dar aos últimos o mesmo que tinha sido combinado com os da primeira hora. Estes não têm direito de reclamar. (3) Atuando dentro da justiça, o patrão tem o direito de fazer o bem que ele quer com as coisas que lhe pertencem. O operário da parte dele tem este mesmo direito. (4) A pergunta final toca no ponto central: Ou você está com ciúme porque estou sendo generoso?' Deus é diferente mesmo! Ele não cabe nos nossos pensamentos (Is 55,8-9).
O pano de fundo da parábola é a conjuntura daquela época, tanto de Jesus como de Mateus. Os operários da primeira hora são o povo judeu, chamado por Deus para trabalhar em sua vinha. Eles sustentaram o peso do dia, desde Abraão e Moisés, bem mais de mil anos. Agora, na undécima hora, Jesus chama os pagãos para ir trabalhar na sua vinha e eles chegam a ter a preferência do coração de Deus. “Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
4) Para um confronto pessoal
1) Os da undécima hora chegam, levam vantagem e recebem prioridade na fila diante da entrada do Reino de Deus. Quando você espera duas horas numa fila e chega alguém que, sem mais, se coloca na frente de você, você aceitaria? Dá para comparar as duas situações?
2) A ação de Deus ultrapassa nossos cálculos e nosso jeito humano de atuar. Ele surpreende e às vezes incomoda. Isto já aconteceu alguma vez na sua vida? Qual a lição que tirou?
5) Oração final
A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias. (Sl 22, 6)
O homem que foi ordenado padre pelo próprio filho
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Viúvo e aos 80 anos, Padre Vicente Mellilo recebeu a ordenação pelas mãos do filho, que era bispo
Deu na revista O Cruzeiro, de outubro de 1968:
“Na catedral metropolitana de São Paulo, um senhor, de idade avançada, as mãos piedosamente postas sobre o peito, estola diaconal sobre a alva que lhe cobria o corpo, ajoelhou-se ante o altar-mor. À sua frente, de pé sobre os degraus, com os paramentos episcopais, Dom Aniger Francisco Maria Melillo, bispo de Piracicaba, estendeu as mãos sobre a cabeça branca do ancião, dizendo: Tu és sacerdos in aeternum. Um novo sacerdote ingressava naquele instante, nas fileiras eclesiásticas.”
Mas não foi apenas a idade avançada (80 anos) do novo padre que chamou a atenção naquela emocionante cerimônia: o bispo que realizou a ordenação era filho do padre. Isso mesmo: após ficar viúvo, Vicente Melillo decidiu seguir o sacerdócio.
A revista da época ainda narrou o momento singular tanto para o pai quanto para o filho, que dividiam o altar naquele momento:
“O neo-presbítero, a quem o bispo, tão carinhosamente, segundo a liturgia, chamava de filho, era, na realidade, o pai daquele que acabara de lhe conferir a ordenação sacerdotal. Ao final da cerimônia, Dom Aniger Francisco Maria Melillo ajoelhou-se diante de seu pai, o Padre Vicente Melillo, e beijou-lhe as mãos, que minutos antes ele ungira com o santo óleo.”
Vida e obra de Padre Vicente Melillo
Segundo o historiador Claudinei Pollesel, Vicente Melillo foi um imigrante italiano, advogado, escritor e comendador influente na sociedade paulista.
Ele chegou ao Brasil com três meses de idade e fixou residência em Campinas, no interior de São Paulo, onde casou-se e teve uma vida culturalmente ativa na cidade. Foi redator e editor de vários jornais e revistas do município.
Na década de 1920, mudou-se para São Paulo para exercer a advocacia.
Vicente Melillo foi pai de onze filhos. Entretanto, três morreram ainda muito jovens. Os outros tiveram carreiras bem-sucedidas: Vicente de Paulo, médico e professor; Aniger, 2º Bispo Diocesano de Piracicaba; Santa, poetisa; Regina, escritora; Irene, assistente social; Zuleika, religiosa da Ordem da Visitação de Santa Maria; Auta, filósofa; Pérola, professora e historiadora.
Assistência social e sacerdócio
Melillo foi fundador e membro Assistência Vicentina aos Mendigos, em São Paulo. Atuou na associação durante 30 anos. Ele também fundou um asilo na capital paulista, onde abrigava idosos, doentes e crianças abandonadas. O local chegou a ter 50 pavilhões e era um centro de ajuda a quem contraía a tuberculose.
Vicente Melillo também criou a Colônia Agrícola de Bussocaba, que prestava assistência social aos menos favorecidos. E foi lá que ele recebeu o convite para ser padre.
Durante uma visita, D. Angelo Rossi, então cardeal de São Paulo, disse que o local estava carente da presença de Deus e que Melillo seria um instrumento do Senhor, se ele aceitasse a ser sacerdote.
Claro que ele aceitou! Sua condição de viúvo permitia que ele fosse ordenado, o que de fato aconteceu.
Com autorização do Papa Paulo VI, Vicente Melillo foi dispensado dos estudos de Teologia em seminário e recebeu as Ordens Menores, o subdiaconato e o diaconato. No dia da Assunção de Nossa Senhora, ao 80 anos de idade, ele recebeu a Ordenação Sacerdotal, que lhe foi conferida pelo próprio filho, que era bispo.
Extrema Unção
O Padre Vicente celebrou mais de mil missas em três anos de sacerdócio. E foram as mãos do seu filho, D. Aniger, que lhe proferiram a Unção dos Enfermos – as mesmas mãos que o haviam ordenado padre. Fonte: https://pt.aleteia.org
Terça-feira, 20 de agosto-2019. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 19,23-30)
Naquele tempo, 23Jesus disse então aos seus discípulos: Em verdade vos declaro: é difícil para um rico entrar no Reino dos céus!24Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.25A estas palavras seus discípulos, pasmados, perguntaram: Quem poderá então salvar-se?26Jesus olhou para eles e disse: Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível.27Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós?28Respondeu Jesus: Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.29E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.30Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros.
3) Reflexão Mateus 19,23-30
O evangelho de hoje é a continuação imediata do evangelho de ontem. Traz o comentário de Jesus a respeito da reação negativa do jovem rico.
Mateus 19,23-24: O camelo e o fundo da agulha.
Depois que o jovem foi embora, Jesus comentou a decisão dele e disse: "Eu garanto a vocês: um rico dificilmente entrará no Reino do Céu. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus". Duas observações a respeito desta afirmação de Jesus: 1) O provérbio do camelo e do buraco da agulha se usava para dizer que uma coisa era impossível e inviável, humanamente falando. 2) A expressão “um rico entrar no Reino” trata, não em primeiro lugar da entrada no céu depois da morte, mas sim da entrada na comunidade ao redor de Jesus. E até hoje é assim. Os ricos dificilmente entram e se sentem em casa nas comunidades que tentam viver o evangelho de acordo com as exigências de Jesus e que procuram abrir-se para os pobres, os migrantes e os excluídos da sociedade.
Mateus 19,25-26: O espanto dos discípulos
O jovem tinha observado os mandamentos, mas sem entender o porquê da observância. Algo semelhante estava acontecendo com os discípulos. Quando Jesus os chamou, fizeram exatamente o que Jesus tinha pedido ao jovem: largaram tudo e foram atrás de Jesus (Mt 4,20.22). Mesmo assim, ficaram espantados com a afirmação de Jesus sobre a quase impossibilidade de um rico entrar no Reino de Deus. Sinal de que não tinham entendido bem a resposta de Jesus ao moço rico: “Vai vende tudo, dá para os pobres e vem e segue-me!” Pois, se o tivessem entendido, não teriam ficado tão chocados com a exigência de Jesus. Quando a riqueza ou o desejo da riqueza ocupa o coração e o olhar, a pessoa já não consegue perceber o sentido da vida e do evangelho. Só Deus mesmo para ajudar! "Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível."
Mateus 19,27: A pergunta de Pedro.
O pano de fundo da incompreensão dos discípulos transparece na pergunta de Pedro: “Olhe, nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber?” Apesar da generosidade tão bonita do abandono de tudo, eles mantinham a mentalidade anterior. Abandonaram tudo para receber algo em troca. Ainda não entendiam bem o sentido do serviço e da gratuidade.
Mateus 19,28-30: A resposta de Jesus
"Eu garanto a vocês: no mundo novo, quando o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, vocês, que me seguiram, também se sentarão em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e terá como herança a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos; e muitos que agora são os últimos, serão os primeiros". Nesta resposta, Jesus descreve o mundo novo, cujos fundamentos estavam sendo lançados pelo trabalho dele e dos discípulos. Jesus acentua três pontos importantes: (1) Os discípulos vão sentar nos doze tronos junto com Jesus para julgar as doze tribos de Israel (cf. Apc 4,4). (2) Vão receber em troca muitas vezes aquilo que tinham abandonado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, e terão a herança da vida eterna garantida. (3) O mundo futuro será a inversão do mundo atual. Nele os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. A comunidade ao redor de Jesus é semente e amostra deste mundo novo. Até hoje as pequenas comunidades dos pobres continuam sendo semente e amostra do Reino.
Cada vez que, na história do povo da Bíblia, surge um movimento para renovar a Aliança, ele começa restabelecendo os direitos dos pobres, dos excluídos. Sem isto, a Aliança não se refaz! Assim faziam os profetas, assim faz Jesus. Ele denuncia o sistema antigo que, em nome de Deus, excluía os pobres. Jesus anuncia um novo começo que, em nome de Deus, acolhe os excluídos. Este é o sentido e o motivo da inserção e da missão da comunidade de Jesus no meio dos pobres. Ela atinge a raiz e inaugura a Nova Aliança.
4) Para um confronto pessoal
1) Abandonar casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do nome de Jesus. Como isto acontece na sua vida? O que já recebeu de volta?
2) Hoje, a maioria dos países pobres não é da religião cristã, enquanto a maioria dos países ricos é da religião cristã. Como se aplica hoje o provérbio do camelo que não passa pelo fundo de uma agulha?
5) Oração final
Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso cajado são o meu amparo. (Sl 22, 4)
Segunda-feira, 19 de agosto-2019. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 19,16-22)
16Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna? Disse-lhe Jesus: 17Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos. 18Quais?, perguntou ele. Jesus respondeu: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo. 20Disse-lhe o jovem: Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda? 21Respondeu Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me! 22Quando ouviu esta palavra, o jovem foi embora cheio de tristeza, pois possuía muitos bens.
3) Reflexão Mateus 19,16-22
O evangelho de hoje traz a história do jovem que perguntou pelo caminho da vida eterna. Jesus indicou para ele o caminho da pobreza. O jovem não aceitou a proposta de Jesus, pois era muito rico. Uma pessoa rica é protegida pela segurança que a riqueza lhe dá. Ela tem dificuldade em abrir mão da sua segurança. Agarrada às vantagens dos seus bens, vive preocupada em defender seus próprios interesses. Uma pessoa pobre não tem esta preocupação. Mas há pobres com cabeça de rico. Muitas vezes, o desejo de riqueza cria neles uma grande dependência e faz o pobre ser escravo do consumismo, pois ele fica devendo prestações em todo canto. Já não tem mais tempo para dedicar-se ao serviço do próximo.
Mateus 19,16-19: Os mandamentos e a vida eterna.
Alguém chega perto de Jesus e pergunta: "Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?" Alguns manuscritos informam que se tratava de um jovem. Jesus responde bruscamente: "Por que você me pergunta sobre o que é bom? Um só é o bom!” Em seguida, ele responde à pergunta e diz: “Se você quer entrar para a vida, guarde os mandamentos". O jovem reage e pergunta: “Quais mandamentos?” Jesus tem a bondade de enumerar os mandamentos que o rapaz já devia conhecer: "Não mate; não cometa adultério; não roube; não levante falso testemunho; honre seu pai e sua mãe; e ame seu próximo como a si mesmo". É muito significativa a resposta de Jesus. O jovem tinha perguntado pela vida eterna. Queria a vida junto de Deus! Mas Jesus só lembrou os mandamentos que dizem respeito à vida junto do próximo! Não mencionou os três primeiros mandamentos que definem nosso relacionamento com Deus! Para Jesus, só conseguiremos estar bem com Deus, se soubermos estar bem com o próximo. Não adianta se enganar. A porta para chegar até Deus é o próximo.
Em Marcos a pergunta do jovem é diferente: "Bom Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?" Jesus respondeu: "Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e ninguém mais!” (Mc 10,17-18). Jesus desvia a atenção de si mesmo para Deus, pois o que importa é fazer a vontade do Deus, revelar o Projeto do Pai.
Mateus 19,20: Observar os mandamentos, para que serve?
O jovem respondeu: "Tenho observado todas essas coisas. O que é que ainda me falta fazer?" O curioso é o seguinte. O jovem queria conhecer o caminho que o levasse à vida eterna. Ora, o caminho da vida eterna era e continua sendo: fazer a vontade de Deus, expressa nos mandamentos. Com outras palavras, o jovem observava os mandamentos sem saber para que serviam! Se o soubesse, não teria feito a pergunta. É como muitos católicos que não sabem por que motivo são católicos. ”Nasci católico, por isso sou católico!” Coisa de costume!
Mateus 19,21-22: A proposta de Jesus e a resposta do jovem
Jesus respondeu: "Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha, e siga-me". Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. A observância dos mandamentos é apenas o primeiro degrau de uma escada que vai mais longe e mais alto. Jesus pede mais! A observância dos mandamentos prepara a pessoa para ela poder chegar à doação total de si em favor do próximo. Marcos diz que Jesus olhou para o jovem com amor (Mc 10,21). Jesus pede muito, mas ele o pede com muito amor. O moço não aceitou a proposta de Jesus e foi embora, “pois era muito rico”.
Jesus e a opção pelos pobres.
Um duplo cativeiro marcava a situação do povo na época de Jesus: o cativeiro da política de Herodes, apoiada pelo Império Romano e mantida por todo um sistema bem organizado de exploração e de repressão, e o cativeiro da religião oficial, mantida pelas autoridades religiosas da época. Por causa disso, o clã, a família, a comunidade, estava sendo desintegrada e uma grande parte do povo vivia excluída, marginalizada, sem lugar, nem na religião, nem na sociedade. Por isso, havia vários movimentos que, como Jesus, procuravam refazer a vida em comunidade: essênios, fariseus e, mais tarde, os zelotes. Dentro da comunidade de Jesus, porém, havia algo novo que a diferenciava dos outros grupos. Era a atitude frente aos pobres e excluídos. As comunidades dos fariseus viviam separadas. A palavra “fariseu” quer dizer “separado”. Viviam separadas do povo impuro. Alguns fariseus consideravam o povo como ignorante e maldito (Jo 7,49), cheio de pecado (Jo 9,34). Não aprendiam nada do povo (Jo 9,34). Jesus e a sua comunidade, ao contrário, viviam misturados com as pessoas excluídas, consideradas impuras: publicanos, pecadores, prostitutas, leprosos (Mc 2,16; 1,41; Lc 7,37). Jesus reconhece a riqueza e o valor que os pobres possuem (Mt 11,25-26; Lc 21,1-4). Proclama-os felizes, porque o Reino é deles, dos pobres (Lc 6,20; Mt 5,3). Define sua própria missão como “anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4, 18). Ele mesmo vive como pobre. Não possui nada para si, nem mesmo uma pedra para reclinar a cabeça (Lc 9,58). E a quem quer segui-lo para conviver com ele, manda escolher: ou Deus, ou o dinheiro! (Mt 6,24). Manda fazer opção pelos pobres como propôs ao jovem rico! (Mc 10,21) Esta maneira diferente de acolher os pobres e de conviver com eles era uma amostra do Reino de Deus.
4) Para um confronto pessoal
1-Uma pessoa que vive preocupada com a sua riqueza ou com a aquisição dos bens que a propaganda do consumismo lhe oferece, será que ela pode libertar-se de tudo isto para seguir Jesus e viver em paz numa comunidade cristã? É possível? O que você acha?
2-O que significa para nós hoje: “Vai vende tudo, dá aos pobres”? É possível tomar isto ao pé da letra? Conhece alguém que conseguiu largar tudo por causa do Reino?
5) Oração final
Ele me faz descansar em verdes prados, a águas tranquilas me conduz. Restaura minhas forças, guia-me pelo caminho certo, por amor do seu nome. (Sl 22, 2-3)
Ao Vivo- Sabará: Novena Nossa Senhora do Rosário
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Sabará – Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Sabará-MG, foi tombada por sua importância cultural.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Outros Nomes: Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da Barra
Localização: Praça Delfim Moreira – Sabará – MG
Número do Processo: 67-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 112, de 13/06/1938
Descrição: Deve-se à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da Barra do Sabará, fundada em 1713, a iniciativa da construção da igreja, em substituição à primitiva capelinha de madeira. Para a construção da capela definitiva foi concedido um terreno à Irmandade, conforme carta régia datada de 10 de maio de 1757, vindo a mesma a adquirir ainda, nove anos mais tarde, terreno ocupado por duas casas particulares. Em 1767, teve início a preparação do terreno, em local próximo e para trás da antiga capela, e no ano seguinte foi firmado contrato com o mestre Antônio Moreira Gomes para as obras de alvenaria e cantaria, as quais deveriam obedecer ao risco apresentado pela Irmandade. Tratava-se provavelmente de um projeto ambicioso, uma vez que sua estrutura nunca chegou a ser concluída. A falta de recursos da Irmandade, agravada por fatores econômicos e sociais como a decadência da mineração e a Abolição, resultou na lenta evolução das obras, até sua definitiva paralisação. Desta forma, os trabalhos contratados com o mestre Antônio Moreira Gomes, se estenderam até 1780, quando finalmente são concluídas as obras da capela-mor e da sacristia, cuja benção ocorre no ano seguinte. A partir daí, as obras sofrem várias interrupções, sendo depois retomadas através de sucessivos contratos firmados com Leonardo de Moinhos, em 1798, mestre Antônio Ferreira da Costa, em 1805, mestre Antônio José Dias, em 1819, e mestre pedreiro Antônio José da Silva Guimarães, em 1856. Entre esse ano e o de 1878, os Irmãos do Rosário não mediram esforços para concluir as obras da igreja, mas foram impedidos pela dispersão religiosa dos negros, fruto da Abolição que se daria mais tarde.
A singularidade da igreja do Rosário reside na nave, supondo tratar-se da primitiva e humilde capela de taipa. De fachada autônoma, conservada e mantida, apresenta as paredes em taipa e encontra-se inserida na estrutura maior e de pedras da nave inacabada, não se sabendo a época de sua construção. Germain Bazin sustenta a hipótese da mera conservação para o culto “da primitiva e humilde capela de taipa “, até que se desse o definitivo acabamento do edifício. Essa velha parte da igreja, ainda hoje utilizada como nave, corria risco de desabamento quando, a 5 de julho de 1807, se determinou a reforma de seu engradamento e telhado, e ainda a construção do adro. A planta da igreja inacabada é composta por duas secções retangulares, a primeira, correspondente à nave, é alargada nos lanços laterais da fachada pelas bases das torres e a segunda corresponde à capela-mor e sacristias laterais. Pequena capela, de volume autônomo e forma retangular, encontra-se inserida no corpo da nave, a partir de sua metade e até o arco-cruzeiro da estrutura inacabada. Ao adro da edificação inconclusa, dá acesso uma escada em dois lances, que lembra a escadaria monumental do Santuário de Congonhas.
A estrutura da construção inacabada é em alvenaria de de pedra, com enquadramento dos vãos em cantaria. A fachada é constituída pela porta principal, duas aberturas superiores para janelas e duas seteiras em cada flanco de base de torres. A pequena capela ou parte coberta da nave apresenta fachada rústica, porta simples encimada por janela com pequena grade de madeira torneada, cunhais e vãos em madeira. Internamente, possui piso de assoalho comum, teto forrado de esteira caiada e coro bem rústico. O arco cruzeiro, elemento de ligação entre a antiga capelinha e a capela-mor, é em pedras. A capela-mor, parte concluída da estrutura definitiva, possui piso em campas, enquadramento dos vãos em cantaria e teto de tábuas, em caixotões, com pintura decorativa. As duas sacristias se comunicam com a capela-mor. A ornamentação interna é pobre, constituída pelo altar-mor em madeira lisa, com dois pequenos nichos laterais e tribuna do trono delimitada por pintura tosca, simulando colunas, encimada por um desenho simbólico. A antiga capelinha apresenta dois altares laterais rústicos, em tábua lisa, com nichos recortados e encimados por pinturas bastante simples. Já a pintura do teto da capela-mor é mais apurada, com símbolos alusivos à Ladainha de Nossa Senhora. A igreja conserva em seu interior imagens de madeira policromada de boa qualidade e algumas peças de alfaia de valor.
O conjunto inacabado da igreja, que constitui importante documento do processo construtivo da arquitetura mineira colonial, foi restaurado pelo IPHAN, no período compreendido entre 1944-1945. As obras incluíram a reconstrução do telhado, consertos de esquadrias, estabilização de forro, recomposição de pisos, revestimento e pintura, bem como o escoramento da nave (antiga capelinha). Texto extraído de: Barroco 8.
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Fonte: Iphan.
Descrição: Construção iniciada em 1768 pela Irmandade dos Homens Pretos da Barra do Sabará, revela a fé e força do negro africano. Os escravos decidiram construir sua própria igreja, mas a decadência das minas de ouro não permitiu que fosse concluída. A obra, iniciada em 1768, foi abandonada com a abolição da escravatura, em 1888. Trata-se de um importante testemunho dos métodos construtivos da época. Sua arquitetura apresenta detalhes das três etapas distintas de sua construção. Possui, em uma das sacristias, o Museu de Arte Sacra com peças dos séculos XVII e XVIII. Quem vê as ruínas da igreja não imagina o que há escondido por trás das grandes paredes de pedra sem reboco, a céu aberto. A muralha, porém, protege uma antiga capela de taipa, de 1713. Na sacristia funciona o Museu de Arte Sacra, com imagens e crucifixos dos séculos 18 e 19.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Fonte: http://www.ipatrimonio.org
Assunção de Maria ou Nossa Senhora da Glória
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A solenidade da Assunção de Maria ou dia de Nossa Senhora da Glória, 15 de agosto, é uma festa muito celebrada pelos cristãos. No Brasil, a solenidade, originária de Portugal, é transferida para o domingo seguinte – neste ano, dia 18 de agosto. Assim, um maior número de cristãos tem a oportunidade de participar das celebrações.
De acordo com o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, essa é uma solenidade da esperança.
“Se eu não acreditar que um dia eu estarei diante de Deus na glória do Céu, minha vida perde sentido. Por isso ela é dogma. Por isso, Maria é um pilar da fé. É a esperança que, por maiores que sejam os males, eu tenho que ter esperança porque Cristo venceu a morte”, destaca
O dogma da Assunção de Maria foi proclamado pelo papa Pio XII, em 1º de novembro 1950, com a publicação da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus que traz a seguinte declaração: “Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e em nossa própria autoridade, pronunciamos, declaramos e definimos como sendo um dogma revelado por Deus: que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, tendo completado o curso de sua vida terrena, foi assumida, corpo e alma, na glória celeste”.
Essa solenidade é, primeiramente, exaltação da glória do Cristo: a vida e a ressurreição. A devoção a Nossa Senhora da Glória faz parte do patrimônio religioso do povo brasileiro e é uma das mais antigas tradições cristãs. A primeira capela construída, em sua honra, no Brasil, foi em Porto Seguro, em 1503.
De acordo com a Comissão para a Liturgia da CNBB, a história da festa tem origem a partir do Concílio de Éfeso (451), que proclamou Maria “Mãe de Deus”. A liturgia, inspirada no documento de proclamação do papa e na doutrina do Concílio Vaticano II, evidencia “a conexão entre o mistério de Cristo e o de Maria”.
Dom Joel Portella ressalta ainda que, se em Cristo a morte foi vencida, os outros males são vencidos. “Então, porque não viver na esperança?”
“Não desanime diante de qualquer motivo que o faça sofrer – diante da violência, da maldade, da indiferença. Creia em Deus e uma-se com todos aqueles que creem em Deus. Para que na grande família dos que creem em Jesus Cristo, filho bendito da Virgem Maria, possamos trabalhar por mundo de paz”, ressaltou.
Na solenidade da Assunção, celebram as glórias de Maria com os mais diferentes títulos: da Boa Viagem (Belo Horizonte), da Abadia (Campo Grande), da Glória (Maringá, Lorena, Cruzeiro do Sul, Patos de Minas, Rubiataba, Valença), da Ponte (Sorocaba), das Vitórias ou da Vitória (Vitória da Conquista, Ilhéus, Oeiras), do Desterro (Jundiaí), dos Prazeres (Lages), da Oliveira (Oliveira), Mãe da Igreja (Paranavaí), dos Anjos (Petrolina), da Consolação (Tocantinópolis), do Livramento (Nossa Senhora do Livramento); e várias com o título de ‘Nossa Senhora da Assunção’. Fonte: http://www.cnbb.org.br
AO VIVO- SANTA MISSA COM FREI PETRÔNIO. Quinta-feira, 15 de agosto-2019.
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AO VIVO- SANTA MISSA COM FREI PETRÔNIO. Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, Rio de Janeiro. Quinta-feira, 15 de agosto-2019.
O Dom da Vida Consagrada.18 de agosto-2019: Domingo da vida consagrada
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18 de agosto-2019: Domingo da vida consagrada. O dom da Vida Consagrada
Dom Manoel Delson
Arcebispo Metropolitano da Paraíba
Neste mês de agosto, a Igreja também celebra com profunda gratidão e alegria a vida religiosa. São homens e mulheres que, desde os primórdios do evangelho, dedicam-se integralmente ao serviço da Igreja e da humanidade. Tão recentemente o Papa Francisco dedicou todo um ano para celebrar o dom da vida consagrada, convocou os religiosos à confissão, com humildade e confiança em Deus, a fazerem uma revisão de suas vidas, para que pudessem viver a constante experiência do amor misericordioso do Senhor.
Muitos de nós, ao longo de nossa história de fé, tivemos algum contato com freiras, frades e religiosos de uma forma geral. São pessoas que um dia receberam o chamado de Deus e se puseram livremente ao serviço do Reino de Deus, doando a própria vida de maneira exclusiva. Os religiosos têm a missão radical de seguir Jesus Cristo pela profissão solene dos votos (Obediência, Pobreza e Castidade), devem segui-Lo mais proximamente, fazendo com que seu testemunho de vida possa mostrar a alegria da fé a todos os homens e mulheres de cada época.
Um dos grandes pilares da vida religiosa/consagrada é a dimensão da vida comum entre eles. O Papa Francisco exorta estes a viver com paixão o presente: “Viver com paixão o presente significa tornar-se ‘peritos em comunhão’, ou seja, testemunhas e artífices daquele projeto de comunhão que está no vértice da história do homem segundo Deus”. O Papa ainda acredita que “numa sociedade marcada pelo conflito, a convivência difícil entre culturas diversas, a prepotência sobre os mais fracos, as desigualdades, somos chamados a oferecer um modelo concreto de comunidade que, mediante o reconhecimento da dignidade de cada pessoa e a partilha do dom que cada um é portador, permita viver relações fraternas.” As relações fraternas da vida comum dos consagrados são uma lembrança para nós de que devemos viver em comunhão, partilhando mutuamente a vida.
Os consagrados são aqueles que, no coração da Igreja e do mundo, não se cansam de testemunhar a beleza de seguir Cristo com grande alegria, oferecendo seus sacrifícios e energias, pois Cristo “não tira nada, Ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira.” (Bento XVI) Que Nossa Senhora, a perfeita modelo de seguimento a Jesus Cristo, guarde os nossos consagrados na escolha perene e feliz do sim a Deus e aos homens. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Quinta-feira, 15 de agosto-2019. 19ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 18,21-19,1)
18:21Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? 22Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Por isso, o Reino dos céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos. 24Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. 25Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida. 26Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo! 27Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida. 28Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários. Agarrou-o na garganta e quase o estrangulou, dizendo: Paga o que me deves! 29O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: Dá-me um prazo e eu te pagarei! 30Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida. 31Vendo isto, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado. 32Então o senhor o chamou e lhe disse: Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste. 33Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti? 34E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida. 35Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração. 19:1Após esses discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para a Judéia, além do Jordão.
3) Reflexão Mateus 18,21-19,1
No evangelho de ontem ouvimos as palavras de Jesus sobre a correção fraterna (Mt 18,15-20). No evangelho de hoje (Mt 18,21-39) o assunto central é o perdão e a reconciliação.
Mateus 18,21-22: Perdoar setenta vezes sete!.
Diante das palavras de Jesus sobre a correção fraterna e a reconciliação, Pedro pergunta: “Quantas vezes devo perdoar? Sete vezes?” Sete é um número que indica uma perfeição e, no caso da proposta de Pedro, sete é sinônimo de sempre. Mas Jesus vai mais longe. Ele elimina todo e qualquer possível limite para o perdão: "Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete!” É como se dissesse: “Sempre, não! Pedro, mas setenta vezes sempre!” Pois não há proporção entre o amor de Deus para conosco e o nosso amor para com o irmão. Aqui se evoca o episódio de Lamec do AT. “Lamec disse para as suas mulheres: da e Sela, ouçam minha voz; mulheres de Lamec, escutem minha palavra: Por uma ferida, eu matarei um homem, e por uma cicatriz matarei um jovem. Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por setenta e sete" (Gn 4,23-24). A tarefa das comunidades é a de reverter o processo da espiral da violência. Para esclarecer a sua resposta a Pedro Jesus conta a parábola do perdão sem limite.
Mateus 18,23-27: A atitude do patrão
Esta parábola é uma alegoria, isto é, Jesus fala de um patrão, mas pensa em Deus. Isto explica os contrastes enormes desta parábola. Como veremos, apesar de se tratar de coisas normais diários, existe algo nesta história que não acontece nunca na vida diária. Na história que Jesus conta, o patrão segue as normas do direito da época. Era um direito dele de prender o empregado com toda a sua família e mantê-lo na prisão até que tivesse pago pelo trabalho escravo a sua dívida. Mas diante do pedido do empregado endividado, o patrão perdoa a dívida. O que chama a atenção é o tamanho da dívida: dez mil talentos. Um talento equivale a 35 kg. Segundo os cálculos feitos, dez mil talentos equivalem a 350 toneladas de ouro. Mesmo que o devedor junto com mulher e filhos fossem trabalhar a vida inteira, jamais seriam capazes de juntar 350 toneladas de ouro. O cálculo extremo é proposital. Nossa dívida frente a Deus é incalculável e impagável.
Mateus 18,28-31: A atitude do empregado
Ao sair daí, esse empregado perdoado encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem moedas de prata. Ele o agarrou, e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Pague logo o que me deve'. Dívida de cem denários é o salário de cem dias de trabalho. Alguns calculam que era de 30 gramas de ouro. Não existe meio de comparação entre os dois! Nem dá para entender a atitude do empregado: Deus lhe perdoou 350 toneladas de outro e ele não quer perdoas 30 gramas de ouro. Em vez de perdoar, ele faz com o companheiro aquilo que o patrão ia fazer, mas não fez. Mandou prender o companheiro de acordo com as normas da lei, até que fosse paga a dívida. Atitude chocante para qualquer ser humano. Chocou os outros companheiros. Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão, e lhe contaram tudo. Qualquer um de nós teria tido a mesma atitude de desaprovação.
Mateus 18,32-35: A atitude de Deus
“O patrão mandou chamar o empregado, e lhe disse: 'Empregado miserável! Eu lhe perdoei toda a sua dívida, porque você me suplicou. E você, não devia também ter compaixão do seu companheiro, como eu tive de você?' O patrão indignou-se, e mandou entregar esse empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida”. Diante do amor de Deus que perdoa gratuitamente nossa dívida de 350 toneladas de ouro, é nada mais que justo que nós perdoemos ao irmão a pequena dívida de 30 gramas de ouro. O perdão de Deus é sem limites. O único limite para a gratuidade da misericórdia de Deus vem de nós mesmos, da nossa incapacidade de perdoar o irmão! (Mt 18,34). É o que dizemos e pedimos no Pai Nosso: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6,12-15).
A comunidade como espaço alternativo de solidariedade e fraternidade
A sociedade do Império Romano era dura e sem coração, sem espaço para os pequenos. Estes buscavam um abrigo para o coração e não o encontravam. As sinagogas também eram exigentes e não ofereciam um lugar para eles. Nas comunidades cristãs, o rigor de alguns na observância da Lei levava para dentro da convivência os mesmos critérios da sociedade e da sinagoga. Assim, nas comunidades começavam a aparecer as mesmas divisões que existiam na sociedade e na sinagoga entre rico e pobre, dominação e submissão, homem e mulher, raça e religião. Em vez da comunidade ser um espaço de acolhimento, tornava-se um lugar de condenação. Juntando palavras de Jesus, Mateus quer iluminar a caminhada dos seguidores e das seguidoras de Jesus, para que as comunidades sejam um espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade. Devem ser uma Boa Notícia para os pobres.
4) Para um confronto pessoal
1) Perdoar. Tem gente que diz: “Perdôo, mas não esqueço!” E eu? Sou capaz de imitar a Deus?
2) Jesus deu o exemplo. Na hora de ser morto pediu perdão para os seus assassinos (Lc 23,34). Será que sou capaz de imitar Jesus?
5) Oração final
Desde o nascer ao pôr-do-sol, seja louvado o nome do Senhor. O Senhor é excelso sobre todos os povos, sua glória ultrapassa a altura dos céus. (Sl 112, 3-4)
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