Sábado, 22 de junho-2019. 11ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 6,24-34)
Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 24Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza. 25Portanto, eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes? 26Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas? 27Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? 28E por que vos inquietais com as vestes? Considerai como crescem os lírios do campo; não trabalham nem fiam. 29Entretanto, eu vos digo que o próprio Salomão no auge de sua glória não se vestiu como um deles. 30Se Deus veste assim a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo, quanto mais a vós, homens de pouca fé? 31Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? 32São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso. 33Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. 34Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.
3) Reflexão - Mt 6,24-34)
O evangelho de hoje nos ajuda a rever o relacionamento com os bens materiais e trata de dois assuntos de tamanho desigual: (1) nosso relacionamento com o dinheiro (Mt 6,24) e nosso relacionamento com a Providência Divina (Mt 6,25-34). Os conselhos dados por Jesus suscitam várias perguntas de difícil resposta. Por exemplo, como entender hoje a afirmação: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24)? Como entender a recomendação de não nos preocupar com comida, bebida e roupa (Mt 6,25)?
Mateus 6,24: Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro
Jesus é muito claro na sua afirmação: “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro". Cada um, cada uma, terá que fazer uma escolha. Terá que se perguntar: “Quem eu coloco em primeiro lugar na minha vida: Deus ou o dinheiro?” Desta escolha dependerá a compreensão dos conselhos que seguem sobre a Providência Divina (Mt 6,25-34). Não se trata de uma escolha feita só com a cabeça, mas de uma escolha bem concreta de vida que envolve as atitudes.
Mateus 6,25: Jesus critica a preocupação demasiada com comida e roupa
Esta crítica de Jesus até hoje provoca muito espanto no povo, pois a grande preocupação de todo pai e mãe de família é com comida e roupa para os filhos. O motivo da crítica é que a vida vale mais do que comida e o corpo vale mais do que a roupa. Para esclarecer sua crítica Jesus traz duas parábolas: dos passarinhos e das flores.
Mateus 6,26-27: A parábola dos passarinhos: a vida vale mais que a comida
Jesus manda olhar os passarinhos. Não semeiam, não têm armazém, e no entanto sempre têm o que comer, porque o Pai do céu os alimenta. “E vocês valem mais que os passarinhos!” O que Jesus critica é quando a preocupação pela comida ocupa todo o horizonte da vida das pessoas, não deixando mais espaço para se experimentar e saborear a gratuidade da fraternidade e da pertença ao Pai. Por isso, criminoso é o sistema neo-liberal que obriga a grande maioria das pessoas a viverem 24 horas por dia preocupadas com comida e roupa, e que provoca na outra pequena minoria rica uma ânsia de comprar e de consumir a ponto de não deixar mais espaço para outra coisa. Jesus diz que a vida vale mais do que os bens de consumo! O sistema neoliberal impede a vivência do Reino
Mateus 6,28-30: A parábola dos lírios: o corpo vale mais que a roupa
Jesus manda olhar as flores, os lírios do campo. Com que elegância e beleza Deus as veste! “Ora, se Deus veste assim o capim, quanto mais a vocês, pessoas fracas na fé!” Jesus coloca um lembrete nas coisas da natureza, para que, vendo as flores e o capim, a gente se lembre da missão que temos de lutar pelo Reino e de criar uma convivência nova que possa garantir comida e roupa para todos.
Mateus 6,31-32: Não ser como os pagãos
Jesus retoma a crítica contra a preocupação demasiada com comida, bebida e roupa. E conclui: “São os pagãos que se preocupam com tudo isso!” Deve haver uma diferença na vida dos que têm fé em Jesus e dos que não tem fé em Jesus. Os que tem fé em Jesus partilham com ele a experiência de gratuidade de Deus como Pai, Abba. Esta experiência da paternidade deve revolucionar a convivência. Deve gerar uma vida comunitária que seja fraterna, semente de nova sociedade.
Mateus 6,33-34: O Reino em primeiro lugar
Jesus aponta dois critérios: “Buscar primeiro o Reino” e “Não preocupar-se com o dia de amanhã”. Buscar em primeiro lugar o Reino e a sua justiça significa buscar realizar a vontade de Deus e permitir que Deus possa reinar em nossas vidas. A busca de Deus se traduz concretamente na busca de uma convivência fraterna e justa. Onde houver esta preocupação pelo Reino, nascerá uma vida comunitária em que todos viverão como irmãos e irmãs e ninguém mais passará necessidade. Aí não haverá mais preocupação com o dia de amanhã, isto é, não haverá mais preocupação em acumular.
Buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justice
O Reino de Deus deve ser o centro de toda a nossa preocupação. O Reino pede uma convivência, onde não haja acumulação e sim partilha, para que todos possam ter o necessário para viver. O Reino é a nova convivência fraterna, em que cada pessoa se sente responsável pela outra. Esta maneira de ver o Reino ajuda a entender melhor as parábolas dos passarinhos e das flores, pois para Jesus a Providência Divina passa pela organização fraterna. Preocupar-se com o Reino e a sua justiça é o mesmo que preocupar-se em aceitar Deus como Pai e em ser irmão e irmã uns dos outros. Frente ao crescente empobrecimento causado pelo neoliberalismo econômico, a saída concreta que o evangelho nos apresenta e os pobres encontraram para a sua sobrevivência é a solidariedade e a organização.
Uma faca afiada na mão de uma criança pode ser arma mortal. Uma faca afiada na mão de uma pessoa amarrada com cordas é arma que salva. Assim são as palavras de Jesus sobre a Providência Divina. Seria anti-evangélico dizer a um pai de famílias desempregado, pobre, com oito filhos, e mulher doente: "Não se preocupe com o que vai comer e beber! Por que ficar preocupado com roupa e saúde?" (Mt 6,25.28). Isto só podemos dize-lo quando nós mesmos, imitando a Deus como Jesus, nos organizarmos entre nós para realizar a partilha dos bons, garantindo assim ao irmão a sobrevivência. Do contrário seríamos como os três amigos de Jó que, para defender a Deus, contavam mentiras sobre a vida humana (Jó 13,7). Seria “leiloar um órfão e traficar um amigo" (Jóַ 7,27). Na boca do sistema dos ricos, estas mesmas palavras podem ser armas mortais contra os pobres. Na boca do pobre, elas podem ser uma saída real e concreta para uma convivência melhor, mais justa e mais fraterna.
4) Para um confronto pessoal
1-Como eu entendo e vivo a confiança na Providência Divina?
2-Como cristãos temos a missão de dar uma expressão concreta àquilo que nos anima por dentro. Qual a expressão que estamos dando à nossa confiança na Divina Providência?
5) Oração final
Indicai-me, Senhor, o caminho dos teus decretos e o seguirei até o fim. Dai-me inteligência pra que observe a tua lei e a guarde com todo o coração. (Sl 118)
Sexta-feira,21 de junho-2019. 11ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 6, 19-23)
19Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. 20Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. 21Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração. 22O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado. 23Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas. Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas!
3) Reflexão - Mt 6, 19-23
No evangelho de hoje continuamos nossa reflexão sobre o Sermão da Montanha. Anteontem e ontem refletimos sobre a prática das três obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum (Mt 6,16-18). O evangelho de hoje e de amanhã trazem quatro recomendações sobre o relacionamento com os bens materiais, explicitando assim como viver a pobreza da primeira bem-aventurança: (1) não acumular (Mt 6,19-21); (2) ter a visão correta dos bens materiais (Mt 6,22-23); (3) não servir a dois senhores (Mt 6,24); (4) abandonar-se à providência divina (Mt 6,25-34). O evangelho de hoje trata das duas primeiras recomendações: não acumular bens (6,19-21) e não olhar o mundo com olhos doentes (6,22-23).
Mateus 6,19-21: Não acumular tesouros na terra
Se, por exemplo, hoje na TV é dado o aviso de que vai faltar açúcar e café no próximo mês, todos vamos comprar o máximo possível de café e de açúcar. Acumulamos, porque não confiamos. Nos quarenta anos de deserto, o povo foi provado para ver se era capaz de observar a lei de Deus (Ex 16,4). A prova consistia nisto: ver se eles eram capazes de recolher só o necessário de maná para um único dia e de não acumular para o dia seguinte. Jesus diz: "Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões assaltam e roubam. Ajuntem riquezas no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam”. O que significa ajuntar tesouros no céu? Trata-se de saber onde coloco o fundamento da minha existência. Se o coloco nos bens materiais desta terra, sempre corro o perigo de perder o que acumulei. Se coloco o fundamento em Deus, ninguém vai poder destruí-lo e terei a liberdade interior de partilhar com os outros os bens que possuo. Para que isto seja possível e viável, é importante que se crie uma convivência comunitária que favoreça a partilha e a ajuda mútua, e na qual a maior riqueza ou tesouro não é a riqueza material, mas sim a riqueza ou o tesouro da convivência fraterna nascida a partir da certeza trazida por Jesus de que Deus é Pai/Mãe de todos. Onde está o teu tesouro (riqueza), aí está o teu coração.
Mateus 6,22-23: A lâmpada do corpo é o olho
Para entender o que Jesus pede é necessário ter olhos novos. Jesus é exigente e pede muita coisa: não acumular (6,19-21), não servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo (6,24), não se preocupar com comida e bebida (6,25-34). Estas recomendações exigentes tratam daquela parte da vida humana, onde as pessoas tem mais angústias e preocupações. É também a parte do Sermão da Montanha, que é a mais difícil de se entender e de praticar. Por isso Jesus diz: "Se teu olho estiver doente, ....". Alguns traduzem olho doente e olho são. Outros traduzem olho mesquinho e olho generoso. Tanto faz. Na realidade, a pior doença que se possa imaginar é uma pessoa se fechar sobre si mesma e sobre seus bens e confiar só neles. É a doença da mesquinhez! Quem olha a vida com este olhar viverá na tristeza e na escuridão. O remédio para curar esta doença é a conversão, a mudança de mentalidade e de ideologia. Colocando o fundamento da vida em Deus, o olhar se torna generoso e a vida toda se torna luminosa, pois faz nascer a partilha e a fraternidade.
Jesus quer uma mudança radical. Quer a observância da lei do ano sabático, onde se diz que, na comunidade dos que creem, não pode haver pobres (Dt 15,4). A convivência humana deve ser organizada de tal maneira que já não seja necessário uma pessoa se preocupar com comida e bebida, roupa e moradia, saúde e educação (Mt 6,25-34). Mas isto só é possível se todos buscarem primeiro o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6,33). O Reino de Deus é permitir que Deus reine e tome conta: é imitar Deus (Mt 5,48). A imitação de Deus leva à partilha justa dos bens e ao amor criativo, que gera fraternidade verdadeira. A Providência Divina deve ser mediada pela organização fraterna, Só assim é possível jogar fora toda a preocupação pelo dia de amanhã (Mt 6,34).
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus disse: “Onde está tua riqueza, aí estará o teu coração”. Onde está minha riqueza: no dinheiro ou na fraternidade?
2) Qual a luz que está nos meus olhos para olhar a vida, os acontecimentos?
5) Oração final
Porque o Senhor escolheu Sião, ele a preferiu para sua morada. É aqui para sempre o lugar de meu repouso, é aqui que habitarei porque o escolhi. (Sl 131, 13-14)
Quarta-feira, 19 de junho-2019. 11ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 6, 1-6.16-18)
1Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. 2Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. 3Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. 4Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á. 5Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. 6Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á. 16Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. 17Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. 18Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.
3) Reflexão - Mt 6,1-6.16-18
O evangelho de hoje dá continuidade à meditação sobre o Sermão da Montanha. Nos dias anteriores, de 9 até 17 de junho, refletimos longamente sobre a mensagem do capítulo 5 do evangelho de Mateus. No evangelho de hoje e dos dias seguintes, de 18 a 21 de junho, vamos meditar a mensagem do capítulo 6 do mesmo evangelho. A seqüência dos capítulos 5 e 6 pode ajudar na sua compreensão. Os trechos em itálico indicam o texto do evangelho de hoje. Eis o esquema:
Mateus 5,1-12: As Bem-aventuranças: solene abertura da nova Lei
Mateus 5,13-16: A nova presença no mundo: Sal da terra e Luz do mundo
Mateus 5,17-19: A nova prática da justiça: relacionamento com a antiga lei
Mateus 5, 20-48; A nova prática da justiça: observando a nova Lei.
Mateus 6,1-4: A nova prática das obras de piedade: a esmola
Mateus 6,5-15: A nova prática das obras de piedade: a oração
Mateus 6,16-18: A nova prática das obras de piedade: o jejum
Mateus 6,19-21: Novo relacionamento com os bens materiais: não acumular
Mateus 6,22-23: Novo relacionamento com os bens materiais: visão correta
Mateus 6,24: Novo relacionamento com os bens materiais: Deus ou dinheiro
Mateus 6,25-34: Novo relacionamento com os bens materiais: abandono à Providência
O evangelho de hoje trata de três assuntos: da esmola (6,1-4), da oração (6,5-6) e do jejum (6,16-18). São as três obras de piedade dos judeus.
Mateus 6,1: Não praticar o bem para ser visto pelos outros
Jesus critica os que praticam as boas obras só para serem vistos pelos homens (Mt 6,1). Jesus pede para construir a segurança interior não naquilo que nós fazemos por Deus, mas sim naquilo que Deus faz por nós. Nos conselhos que ele dá transparece um novo tipo de relacionamento com Deus: “O teu Pai que vê no segredo te recompensará" (Mt 6,4). "Vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de o pedirdes a Ele” (Mt 6,8). "Se Perdoardes aos homens seus delitos, também vosso Pai celeste vos perdoará" (Mt 6,14). É um novo caminho que aqui se abre de acesso ao coração de Deus Pai. Jesus não permite que a prática da justiça e da piedade seja usada como meio de auto-promoção diante de Deus e diante da comunidade (Mt 6,2.5.16).
Mateus 6,,2-4: Como praticar a esmola
Dar esmola é uma maneira de realizar a partilha tão recomendada pelos primeiros cristãos (At 2,44-45; 4,32-35). A pessoa que pratica a esmola e a partilha para se promover a si mesmo diante dos outros merece a exclusão da comunidade, como foi o caso de Ananias e Safira (At 5,1-11). Hoje, tanto na sociedade como na igreja, há pessoas que fazem grande publicidade do bem que fazem aos outros. Jesus pede o contrário: fazer o bem de tal maneira que a mão esquerda não fique sabendo o que a mão direita está fazendo. É o total desapego e a total entrega na gratuidade do amor que crê em Deus Pai e o imita em tudo que faz.
Mateus 6,5-6: Como praticar a oração
A oração coloca a pessoa em relação direta com Deus. Alguns fariseus transformavam a oração numa ocasião para aparecer e se exibir diante dos outros. Naquele tempo, quando tocava a trombeta nos três momentos de oração, manhã, meio dia e entardecer, eles deviam parar no lugar onde estavam para fazer as suas orações. Havia gente que procurava estar nas esquinas em lugares públicos, para que todos pudessem ver como rezavam. Ora, uma atitude assim perverte nossa relação com Deus. É falsa e sem sentido. Por isso, Jesus diz que é melhor fechar-se no quarto e rezar em segredo, preservando a autenticidade da relação. Deus te vê mesmo no segredo e ele sempre te escuta.Trata-se da oração pessoal, não da oração comunitária.
Mateus 6,16-18: Como praticar o jejum
Naquele tempo a prática do jejum era acompanhada de alguns gestos exteriores bem visíveis: não lavar o rosto nem alinhar os cabelos, usar roupa sombria. Era o sinal visível de jejum. Jesus critica este jeito de jejuar e manda fazer o contrário, para que ninguém consiga perceber que você está jejuando: tome banho, use perfume, arrume bem o cabelo. Aí, só o Pai que vê no segredo sabe que você está jejuando e ele saberá recompensa-lo.
4) Para um confronto pessoal
1) Quando você reza, como você vive a sua relação com Deus?
2) Como vive o seu relacionamento com os outros em família e na comunidade?
5) Oração final
Quão grande é, Senhor, vossa bondade, que reservastes para os que vos temem e com que tratais aos que se refugiam em vós, aos olhos de todos. (Sl 30, 20)
Terça-feira, 18 de junho-2019. 11ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 43-48)
43Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. 44Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. 45Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. 46Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? 47Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? 48Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.
3) Reflexão - Mt 5, 43-48
No evangelho de hoje alcançamos o topo da Montanha das Bem-aventuranças, onde Jesus proclamou a Lei do Reino de Deus, cujo ideal se resume nesta frase lapidar: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48). Jesus estava corrigindo a Lei de Deus! Cinco vezes em seguida ele já tinha afirmado: “Antigamente foi dito, mas eu digo!” (Mt 5,21.27,31.33.38). Era sinal de muita coragem da parte dele de corrigir, publicamente, diante de todo o povo reunido, o tesouro mais sagrado do povo, a raiz da sua identidade, que era a Lei de Deus. Jesus quer comunicar um novo olhar para entender e praticar a Lei de Deus. A chave para poder atingir este novo olhar é a afirmação: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito”. Nunca ninguém poderá chegar a dizer: “Hoje fui perfeito como o Pai do céu é perfeito!” Estaremos sempre abaixo da medida que Jesus colocou diante de nós. Por que será que ele colocou diante de nós um ideal impossível a ser atingido por nós mortais?
Mateus 5,43-45: Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo
Nesta frase Jesus explicita a mentalidade com que os escribas explicavam a lei; mentalidade que nascia das divisões entre judeu e não-Judeu, entre próximo e não-próximo, entre santo e pecador, entre puro o impuro, etc. Jesus manda subverter esta pretensa ordem nascida de divisões interesseiras. Ele manda ultrapassar as divisões. “Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês! Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos” .E aqui atingimos a fonte, de onde brota a novidade do Reino. Esta fonte é o próprio Deus, reconhecido como Pai, que faz nascer o sol sobre maus e bons. Jesus manda que imitemos este Deus: "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (5,48). E' imitando este Deus que criamos uma sociedade justa, radicalmente nova:
Mateus 5,46-48: Ser perfeito como o Pai celeste é perfeito
Tudo se resume em imitar Deus: "Pois, se vocês amam somente aqueles que os amam, que recompensa vocês terão? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? E se vocês cumprimentam somente seus irmãos, o que é que vocês fazem de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu" (Mt 5,43-48). O amor é o princípio e o fim de tudo. Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão (Jo 15,13). Jesus imitou o Pai e revelou o seu amor. Cada gesto, cada palavra de Jesus, desde o nascimento até à hora de morrer na cruz, era uma expressão deste amor criador que não depende do presente que recebe, nem descrimina o outro por motivo de raça, sexo, sexo, religião ou classe social, mas que nasce de um bem querer totalmente gratuito. Foi um crescendo contínuo, desde o nascimento até à morte na Cruz.
A manifestação plena do amor criador em Jesus. Foi quando na Cruz ele ofereceu o perdão ao soldado que o torturava e matava. O soldado, empregado do império, prendeu o pulso de Jesus no braço da cruz, colocou um prego e começou a bater. Deu várias pancadas. O sangue espirrava. O corpo de Jesus se contorcia de dor. O soldado, mercenário ignorante, alheio ao que estava fazendo e ao que estava acontecendo ao redor, continuava batendo como se fosse um prego na parede da casa para pendurar um quadro. Neste momento Jesus dirige ao Pai esta prece: “Pai, perdoa! Eles não sabem o que estão fazendo!” (Lc 23,34). Por mais que os homens quisessem, a desumanidade não conseguiu apagar em Jesus a humanidade. Eles o prenderam, xingaram, cuspiram no rosto dele, deram soco na cara, fizeram dele um rei palhaço com coroa de espinhos na cabeça, flagelaram, torturaram, fizeram-no andar pelas ruas como um criminoso, teve de ouvir os insultos das autoridades religiosas, no calvário deixaram-no totalmente nu à vista de todos e de todas. Mas o veneno da desumanidade não conseguiu alcançar a fonte da humanidade que brotava de dentro de Jesus. A água que jorrava de dentro era mais forte que o veneno que vinha de fora, querendo de novo contaminar tudo. Olhando aquele soldado ignorante e bruto, Jesus teve dó do rapaz e rezou por ele e por todos: “Pai, perdoa!” E ainda arrumou uma desculpa: “São ignorantes. Não sabem o que estão fazendo!” Diante do Pai, Jesus se fez solidário daqueles que o torturavam e maltratavam. Era como o irmão que vem com seus irmãos assassinos diante do juiz e ele, vítima dos próprios irmãos, diz ao juiz: “São meus irmãos, sabe. São uns ignorantes. Perdoa. Eles vão melhorar!” Era como se Jesus estivesse com medo que o mínimo de raiva contra o rapaz pudesse apagar nele o restinho de humanidade que ainda sobrava. Este gesto incrível de humanidade e de fé na possibilidade de recuperação daquele soldado foi a maior revelação do amor de Deus. Jesus pôde morrer: “Está tudo consumado!” E inclinando a cabeça, entregou o espírito (Jo 19,30). Realizou a profecia do Servo Sofredor (Is 53).
4) Para um confronto pessoal
1) Qual a motivação mais profunda do esforço que você faz para observar a Lei de Deus: merecer a salvação ou agradecer a bondade imensa de Deus que te criou, te mantém em vida e te salva?
2) Como você entende a frase “ser perfeito como o Pai do céu é perfeito”?
5) Oração final
Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. E conforme a imensidade de vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade. Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me de meu pecado. (Sl 50, 3-4)
CNBB publica as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023
- Detalhes
Conferência Nacional dos Bispos Brasil (CNBB) acaba de publicar, por meio da Edições CNBB, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) para o quadriênio 2019 – 2023. A publicação integra a série Documentos da CNBB sob o nº 109. Trata-se do principal documento que o episcopado brasileiro aprovou durante a sua 57ª Assembleia Geral, realizada em Aparecida (SP), de 1º a 10 de maio.
Para o quadriênio 2019-2023, as diretrizes foram estruturadas a partir da concepção da Igreja como “Comunidade Eclesial Missionária”, apresentada com a imagem da “casa”, “construção de Deus” (1Cor 3,9). Em tudo isso, as Diretrizes – aprovadas pelos bispos do Brasil– convidam todas as comunidades de fé a abraçarem e vivenciarem a missão como escola de santidade.
Na apresentação da publicação, a presidência da CNBB ressalta que as diretrizes são o caminho encontrado para responder aos desafios do Brasil, “um país que, na segunda década deste século XXI, experimenta grandes transformações em todos os sentidos”. A introdução da publicação defende que as diretrizes constituem uma das expressões mais significativas da colegialidade e da missionariedade da Igreja no Brasil.
O Documento nº 109, de 93 páginas, é organizado em quatro capítulos. No primeiro, cujo título é o “Anúncio do Evangelho de Jesus Cristo”, o texto aprofunda os desafios do contexto urbano e o papel das comunidades eclesiais missionárias neste contexto. O capítulo 2, fala do “O olhar dos discípulos missionários” sobre os desafios presentes na cidade.
O terceiro capítulo, “A Igreja nas Casas”, apresenta a ideia de casa, entendida como “lar” para os seus habitantes, acentua as perspectivas pessoal, comunitária e social da evangelização, inserindo no espírito da Laudato Si’, a perspectiva ambiental. Essa casa é a comunidade eclesial missionária que, por sua vez, é sustentada por quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. O quarto capítulo, cujo título é “A Igreja em Missão” apresenta encaminhamentos práticos de ação para cada um dos pilares. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Francisco a Núncios: defendam a Igreja e não se juntem a blogs e grupos hostis ao Papa
- Detalhes
O Pontífice encontrou os Núncios no Vaticano e, em discurso escrito para a ocasião, compartilhou preceitos simples para a missão pontifícia. No decálogo, dirigido também a bispos e sacerdotes de todo o mundo, a importância do Representante Pontifício como homem de Deus, de Igreja, de zelo apostólico e de reconciliação, de homem do Papa, de iniciativa, de obediência, de oração, caridade e humildade.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Na manhã desta quinta-feira (13) e pela terceira vez no Vaticano, o Papa Francisco recebeu em audiência mais de 100 Representantes Pontifícios, dois quais 98 Núncios Apostólicos. O encontro faz parte de uma reunião, convocada pelo próprio Pontífice, que termina no sábado (15) e contempla momentos de espiritualidade e sessões de trabalho sobre atualidade eclesial, de colaboração internacional e diálogo inter-religioso.
O Papa dirigiu algumas palavras em caráter privado e entregou o discurso escrito para a ocasião, que começava com um convite: analisar a vida da Igreja com “olhos de pastores” e refletir sobre a “missão delicada e importante” dos Representantes Pontifícios. Para isso, Francisco compartilhou alguns preceitos “simples e elementares” através de um “decálogo”, dirigido também aos colaboradores, para fazer o serviço com “o mesmo entusiasmo do primeiro mandato”. Nas orientações, escreveu o Papa, dirigidas também a bispos e sacerdotes de todo o mundo, a importância do Representante Pontifício como homem de Deus, de Igreja, de zelo apostólico e de reconciliação, de homem do Papa, de iniciativa, de obediência, de oração, caridade e humildade.
1 - O Núncio é homem de Deus
Francisco descreveu o “homem de Deus” como aquele que segue “Deus em tudo e para tudo”, vivendo “pelas coisas de Deus e não por aquelas do mundo. Para não “sair dos trilhos e prejudicar a Igreja”, o Núncio precisa saber caminhar com humildade, praticar a justiça e manter o coração aberto aos menos favorecidos da sociedade.
“O homem de Deus não ludibria e nem engana o seu próximo; não cede a fofocas e boatos; conserva a mente e o coração puros, preservando olhos e ouvidos da sujeira do mundo. Não se deixa enganar pelos valores mundanos, mas olha para a Palavra de Deus para julgar o que for apropriado e bom. O homem de Deus procura seriamente ser ‘santo e irrepreensível diante dele’ (Ef 1,4). ”
2 – O Núncio é homem de Igreja
O Papa recordou que o Núncio representa o Sucessor de Pedro e “o rosto, os ensinamentos e as posições da Igreja”. Para tanto, Francisco fez menção à tentação do servo mau ao falar de Núncios que “tratam mal os seus colaboradores” e têm outras posturas:
“ É feio ver um Núncio em busca de luxo, roupas e objetos ‘de marca’ entre pessoas que não tem o necessário. É um contratestemunho. A maior honra para um homem de Igreja é aquela de ser ‘servo de todos’. […] Ser homem de Igreja quer dizer defender corajosamente a Igreja diante das forças do mal que sempre tentam desacreditá-la, difamá-la ou caluniá-la. ”
3 - O Núncio é homem de zelo apostólico
Francisco afirmou que o zelo apostólico é aquela força que “nos protege do câncer da desilusão” e da tentação de cair na “timidez e na indiferença dos cálculos políticos e diplomáticos, ou mesmo no ‘politicamente correto’”. O Pontífice, então, citou a “grande figura de São Maximiliano Maria Kolbe”, quando escreveu sobre a propagação do “indiferentismo”, segundo o Papa, “uma doença quase epidêmica que vai se espalhando de várias formas, não só na generalidade dos fiéis, mas também entre os membros dos institutos religiosos”.
4 – O Núncio é homem de reconciliação
É importante que o Núncio, sendo um homem comunicação, seja também da “mediação, da comunhão, do diálogo e da reconciliação”, acrescentou Francisco, procurando ainda ser “imparcial e objetivo”. “Se um Núncio se fechasse na Nunciatura e evitasse de encontrar as pessoas, trairia a sua missão e, ao invés de ser fator de comunhão e de reconciliação, se tornaria obstáculo e impedimento. Vocês não devem jamais esquecer que representam o rosto da catolicidade e a universalidade da Igreja nas igrejas locais espalhadas em todo o mundo e nos governos.”
5 – O Núncio é homem do Papa
Francisco lembrou que o Núncio não representa si próprio, mas o Sucessor de Pedro e, assim, “concretiza, atua e simboliza a presença do Papa entre os fiéis e as populações. É bonito que, em diversos países”, disse o Pontífice, “a Nunciatura é chamada ‘a Casa do Papa’”. Um bom Núncio precisa ter uma vida de nômade, isto é, “viver sempre com a mala pronta” para ser enviado do Papa e da Igreja, inclusive nas comunidades onde o Pontífice não consegue chegar. E Francisco enfatizou:
“ É, portanto, incompatível o ser Representante Pontifício com o criticar o Papa por trás, ter blogs ou até mesmo se unir a grupos hostis a Ele, à Cúria e à Igreja de Roma. ”
6 – O Núncio é homem de iniciativa
O homem de iniciativa é uma pessoa que segue as capacidades de Jesus e o modelo dos Apóstolos, “é um mestre que sabe ensinar aos outros como se aproximar da realidade” para não ser pego de surpresa pelas tempestades da vida.
Além disso, disse o Papa, o Núncio precisa “adotar uma conduta adequada às exigências do momento, sem jamais cair nem na rigidez mental, espiritual e humana, nem na flexibilidade hipócrita e camaleônica. Não se trata de ser oportunistas, mas de saber como passar do conceito à implementação, tendo em mente o bem comum e a lealdade ao mandato”.
7 – O Núncio é homem de obediência
“A virtude da obediência é inseparável da liberdade”, disse Francisco, e “a obediência a Deus não se separa da obediência à Igreja e aos Superiores”. O Núncio deve seguir o estilo de vida de Jesus de Nazaré e, parafraseando tanto São Maximiliano Maria Kolbe como Santo Agostinho, o Papa alertou: “Um Núncio que não vive a virtude da obediência – mesmo quando é difícil e contrário à própria visão pessoal – é como um viajante que perde a bússola, arriscando, assim, de falhar com o objetivo. Recordemos sempre o ditado ‘Medice, cura te ipsum’. É contratestemunho chamar os outros à obediência e desobedecer.”
8 – O Núncio é homem de oração
A relação com o Senhor, a familiaridade com Jesus Cristo, deve ser alimento diário de um Representante Pontifício, lembrou o Pontífice: “A primeira tarefa de cada bispo, então, é aquela de se dedicar à oração e ao ministério da palavra. […] Sem a oração nos tornamos simples funcionários, sempre descontentes e frustrados. A vida de oração é aquela luz que ilumina todo o resto e toda a obra do Núncio e da sua missão”.
9 – O Núncio é homem de caridade ativa
O Papa Francisco enalteceu a importância do encontro com Jesus através da necessidade de “tocar com as mãos a carne de Cristo”, os pobres, as pessoas mais frágeis, a inteira família humana. Não basta se limitar às atividades práticas e inerentes ao Representante Pontifício, mas fazer render a missão com obras de caridade para ser realmente um pai e um pastor.
O Pontífice, ao falar da caridade como gratuidade, tratou também do “perigo permanente das regalias”: “A caridade ativa deve nos levar a sermos prudentes ao aceitar os presentes que são oferecidos para obscurecer a nossa objetividade e, em alguns casos, infelizmente comprar a nossa liberdade. Nenhum presente de qualquer valor deve nos escravizar! Recusem os presentes muito caros e, muitas vezes, inúteis, ou enviem à caridade. E recordem que receber um presente caro não justifica nunca o seu uso”
10 - O Núncio é homem de humildade
O Papa conclui o discurso entregue aos Representantes Pontifícios, abordando o preceito do Núncio como homem de humildade, ao repropor a oração escrita por um Servo de Deus e ex-Secretário de Estado, o card. Rafael Merry del Val (1865-1930), que, em síntese, indica o caminho cristão da humildade e do amor. Fonte: www.vaticannews.va
“A Palavra inspirada de Deus, e confirmada no dia de Pentecostes, precisa sair do papel”.
- Detalhes
“A Palavra inspirada de Deus, e confirmada no dia de Pentecostes, precisa sair do papel”.
Dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba-MG.
As Festas Litúrgicas se repetem a cada ano. Não é diferente com a de Pentecostes, que acontece sempre no domingo imediato à Ascensão do Senhor, este ano no dia 09 de junho. Dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba, explica que a Igreja Católica entende esse dia como a realização da promessa de Jesus que, ao voltar ao Pai, encaminha para a terra o Espírito Santo, para continuar a tarefa salvadora, guiando e santificando a caminhada das comunidades.
O bispo argumenta que no Antigo Testamento há o momento do sopro de Deus, dando ao homem, modelado do barro da terra, o hálito da vida, tornando-o ser vivente. Ele afirma ainda que a passagem de João diz que nas aparições aos apóstolos, após desejar-lhes a paz e de soprar sobre eles, Jesus pede para recebam o Espírito Santo. “Daí começa a missão da Igreja e os apóstolos se sentiram enviados para proclamar o sentido da vida”, conta o bispo.
Segundo o bispo, apesar de estarmos em outros tempos, o dinamismo do Espírito Santo continua sendo luz e caminho no sofrimento do povo, principalmente nos desafios da modernidade. “Nos chamados becos sem saída, no meio de confusões e desesperos, normalmente os limites humanos se esgotam e as pessoas ficam sem força. O importante é não perder o foco do Espírito, que abre caminhos quando menos se espera”, diz.
O Brasil do momento, conforme o bispo, está visualizando uma nação difícil que parece caminhar para tempos sombrios e de futuro ameaçador da esperança. “O descrédito na instituição está crescendo, e com possibilidade até de uma convulsão nacional”. Dom Paulo acrescenta que muitos fatos veem, infelizmente, acenando para isso. “Falta credibilidade em tudo, dando chance para o crescimento do fosso elástico entre ricos e pobres”, enfatiza.
Em seu artigo intitulado “Pentecostes”, o bispo aponta ainda que os primeiros meses do ano de 2019 estão com muitas marcas negativas, muitas ameaças à vida, fruto de práticas injustas e irresponsáveis. “Sem uma atenção mais votada para o Espírito de Deus, a tendência é continuar de mal a pior. Torna-se impossível conseguir vida feliz sem a recuperação de valores que foram deixados de lado, causando vazio e insegurança em meio a forças contrárias”, garante.
Dom Paulo afirma ainda que a Palavra inspirada de Deus, e confirmada no dia de Pentecostes, precisar sair do papel e fazer acontecer, na realidade atual, uma prática que consiga cessar a violência, o ódio, o abuso e a corrupção moral, social e política. “As ameaças sofridas pela população brasileira, que acontecem em todas as realidades da cultura, revelam distanciamento e não seguimento dos princípios divinos”, finaliza o bispo.
ARTIGO: Pentecostes
As Festas Litúrgicas se repetem a cada ano. Não é diferente com a de Pentecostes, sempre no domingo imediato à Ascensão do Senhor. Entendemos esse dia como a realização da promessa do Senhor Jesus que, ao voltar ao Pai, encaminha para a terra o Espírito Santo, Espírito Paráclito, Espírito da verdade, para continuar a tarefa salvadora, guiando e santificando a caminhada das comunidades.
No Antigo Testamento há o momento do sopro de Deus, dando ao homem, modelado do barro da terra, o hálito da vida, tornando-o “ser vivente” (Gn 2,7). Nas aparições aos apóstolos, após desejar-lhes a paz e de soprar sobre eles, Jesus diz: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). Daí começa a missão da Igreja e os apóstolos se sentiram enviados para proclamar o sentido da vida.
Estamos em outros tempos, mas o dinamismo do Espírito Santo continua nos desafios da modernidade. Continua sendo luz e caminho no sofrimento do povo. Nos chamados “becos sem saída”, no meio de confusões e desesperos, normalmente os limites humanos se esgotam e as pessoas ficam sem força. O importante é não perder o foco do Espírito, que abre caminhos quando menos se espera.
O Brasil do momento está visualizando uma Nação difícil, que parece caminhar para tempos sombrios e de futuro ameaçador da esperança. O descrédito na instituição está crescendo, e com possibilidade até de uma “convulsão nacional”. Muitos fatos veem, infelizmente, acenando para isso. Falta credibilidade em tudo, dando chance para o crescimento do fosso elástico entre ricos e pobres.
Tivemos os primeiros meses do ano de 2019 com muitas marcas negativas, muitas ameaças à vida, fruto de práticas injustas e irresponsáveis. Sem uma atenção mais votada para o Espírito de Deus, a tendência é continuar de mal a pior. Torna-se impossível conseguir vida feliz sem a recuperação de valores que foram deixados de lado, causando vazio e insegurança em meio a forças contrárias.
A Palavra inspirada de Deus, e confirmada no dia de Pentecostes, precisa sair do papel e fazer acontecer, na realidade atual, uma prática que consiga cessar a violência, o ódio, o abuso e a corrupção moral, social e política. As ameaças sofridas pela população brasileira, que acontecem em todas as realidades da cultura, revelam distanciamento e não seguimento dos princípios divinos.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
Sexta-feira, 7 de junho-2019. 7ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
No vídeo, Frei Bruno Secondin, O. Carm, fala sobre a Lectio Divina no Retiro da Província Carmelitana de Santo Elias. (Julho-2017)
1) Oração
Ó Deus, pela glorificação do Cristo e pela iluminação do Espírito Santo, abristes para nós as portas da vida eterna. Fazei que, participando de tão grandes bens,
nos tornemos mais dedicados a vosso serviço e cresçamos constantemente na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 21,15-19)
15Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 16Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 17Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. 19Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me!
3) Reflexão - Jo 21,15-19
Estamos nos últimos dias antes de Pentecostes. Durante a quaresma, a seleção dos evangelhos diários segue a tradição antiga da Igreja. Entre Páscoa e Pentecostes, a preferência é para o evangelho de João. Assim, nestes últimos dois dias antes de Pentecostes, os evangelhos diários trazem os últimos versículos do Evangelho de João. Na próxima segunda feira, quando retomamos o Tempo Comum, retomamos o evangelho de Marcos. Nas semanas do Tempo Comum, a liturgia diária faz leitura contínua do evangelho de Marcos (da 1ª até à 9ª semana comum), de Mateus (da 10º até 21ª semana comum) e de Lucas (da 22ª até 34ª semana comum).
Os evangelhos de hoje e de amanhã trazem o último encontro de Jesus com os discípulos. Foi um reencontro celebrativo, marcado pela ternura e pelo carinho. No fim, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Só depois de ter recebido, por três vezes, a mesma resposta afirmativa, é que Jesus dá a Pedro a missão de tomar conta das ovelhas. Para podermos trabalhar na comunidade Jesus não pergunta se sabemos muita coisa. O que ele pede é que tenhamos muito amor!
João 21,15-17: O amor no centro da missão
Depois de uma noite de pescaria no lago sem pegar nenhum peixe, chegando na praia, os discípulos descobrem que Jesus já tinha preparado uma refeição com pão e peixe assado nas brasas. Todos juntos fizeram uma ceia de confraternização, em cujo centro estava o próprio Senhor Jesus, preparando a Ceia. Terminada a refeição, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Três vezes, porque foi por três vezes que Pedro negou Jesus (Jo 18,17.25-27). Depois de três respostas afirmativas, também Pedro se torna "Discípulo Amado" e recebe a ordem de tomar conta das ovelhas. Jesus não perguntou se Pedro tinha estudado exegese, teologia, moral ou direito canônico. Só perguntou: "Você me ama?" O amor em primeiro lugar. Para as comunidades do Discípulo Amado a força que as sustenta e mantém unidas não é a doutrina, mas sim o amor.
João 21,18-19: A previsão da morte
Jesus diz a Pedro: Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Ao longo da vida, Pedro e todos nós vamos amadurecendo. A prática do amor irá tomando conta da vida e a pessoa já não será mais dono da própria vida. O serviço de amor aos irmãos e às irmãs tomará conta de tudo e nos conduzirá. Um outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Este é o sentido do seguimento. E o evangelista comenta: “Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus”. E Jesus acrescentou: "Siga-me."
O amor em João – Pedro, você me ama? - O Discípulo Amado
A palavra amor é umas das palavras mais usadas por nós, hoje em dia. Por isso mesmo, é uma palavra muito desgastada. Mas era com esta palavra que as comunidades do Discípulo Amado manifestavam a sua identidade e o seu projeto. Amar é antes de tudo uma experiência profunda de relacionamento entre pessoas onde existe uma mistura de sentimentos e valores como alegria, tristeza, sofrimento, crescimento, renúncia, entrega, realização, doação, compromisso, vida, morte etc. Este conjunto todo na Bíblia é resumido por uma única palavra na língua hebraica. Esta palavra é hesed. É uma palavra de difícil tradução para a nossa língua. Nas nossas Bíblias geralmente é traduzida por caridade, misericórdia, fidelidade ou amor. As comunidades do Discípulo Amado procuravam viver esta prática do amor em toda a sua radicalidade. Jesus a revelou em seus encontros com as pessoas com sentimentos de amizade e de ternura, como, por exemplo, no seu relacionamento com a família de Marta em Betânia: “Jesus amava Marta e sua irmã e Lázaro”. Ele chora diante do túmulo de Lázaro (Jo 11,5.33-36). Jesus encarou sempre sua missão como uma manifestação de amor: “tendo amado os seus, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Neste amor Jesus manifesta sua profunda identidade com o Pai (Jo 15,9). Para as comunidades não havia outro mandamento a não ser este: “agir como Jesus agia” (1Jo 2,6). Isto implica em “amar os irmãos”(1Jo 2,7-11; 3,11-24; 2Jo 4-6). Sendo um mandamento tão central na vida da comunidade, os escritos joaninos definem assim o amor: “Nisto conhecemos o Amor: que ele deu a sua vida por nós. Nos também devemos dar as nossas vidas por nossos irmãos e irmãs”. Por isso não devemos “amar só por palavras, mas por ações e verdade”.(1Jo 3,16-17). Quem vive o amor e o manifesta em suas palavras e atitudes torna-se também Discípula Amada, Discípulo Amado.
4) Para confronto pessoal
1-Olhe para dentro de você e diga qual o motivo mais profundo que leva você a trabalhar na comunidade? É o amor ou é a preocupação com as idéias?
2-A partir das relações que temos entre nós, com Deus e com a natureza, que tipo de comunidade estamos construído?
5) Oração final
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios (Sl 102, 1-2).
Quinta-feira, 6 de junho-2019. 7ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Nós vos pedimos, ó Deus, que o vosso Espírito nos transforme com a força dos seus dons, dando-nos um coração capaz de agradar-vos e de aceitar a vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 17,20-26)
20Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. 21Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. 22Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: 23eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim. 24Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória que me concedeste, porque me amaste antes da criação do mundo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes sabem que tu me enviaste. 26Manifestei-lhes o teu nome, e ainda hei de lho manifestar, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles.
3) Reflexão - Jo 17,20-26
O Evangelho de hoje traz a terceira e última parte da Oração Sacerdotal, na qual Jesus olha para o futuro e manifesta o seu grande desejo pela unidade entre nós, seus discípulos, e pela permanência de todos no amor que unifica, pois sem amor e sem unidade não merecemos credibilidade.
João 17,20-23: Para que o mundo creia que tu me enviaste
Jesus alarga o horizonte e reza ao Pai: Eu não te peço só por estes, mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra deles, para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste. Aqui transparece a grande preocupação de Jesus pela união que deve existir nas comunidades. Unidade não significa uniformidade, mas sim permanecer no amor, apesar de todas as tensões e conflitos. Amor que unifica a ponto de criar entre todos uma profunda unidade, como aquela que existe entre Jesus e o Pai. A unidade no amor revelada na Trindade é o modelo para as comunidades. Por isso, é através do amor entre as pessoas que as comunidades revelam ao mundo a mensagem mais profunda de Jesus. Como o povo dizia dos primeiros cristãos: “Veja como eles se amam!” É trágica a atual divisão entre as três religiões nascidas a partir de Abraão: judeus, cristãos e muçulmanos. Mais trágica ainda é a divisão entre nós cristãos que dizemos crer em Jesus. Divididos não merecemos credibilidade. O ecumenismo está no centro da última prece de Jesus ao Pai. É o seu Testamento. Ser cristão e não ser ecumênico é um contra-senso. Contradiz a última vontade de Jesus.
João 17,24-26: Que o amor com que me amaste esteja neles
Jesus não quer ficar só. Ele diz: Pai, aqueles que tu me deste, eu quero que eles estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória que tu me deste, pois me amaste antes da criação do mundo. A felicidade de Jesus é que todos nós estejamos com ele. Ele quer que os discípulos e as discípulas tenham a mesma experiência que ele mesmo teve do Pai. Quer que conheçam o Pai como ele o conheceu. Na Bíblia, a palavra conhecer não se reduz a um conhecimento teórico racional, mas implica experimentar a presença de Deus na convivência amorosa com as pessoas na comunidade.
Que sejam um como nós! (Unidade e Trindade no evangelho de João)
O evangelho de João nos ajuda muito na compreensão do mistério da Trindade, a comunhão entre as três pessoas divinas: o Pai, o Filho e o Espírito. Dos quatro evangelhos, João é o que mais acentua a profunda unidade entre o Pai e o Filho. Vemos pelo texto do evangelho (Jo 17,6-8) que a missão do Filho é a suprema manifestação do amor do Pai. É esta unidade entre Pai e Filho que faz Jesus proclamar: Eu e o Pai somos um (Jo 10,30). Entre ele e o Pai existe uma unidade tão intensa que quem vê o rosto de um vê também o do outro. É cumprindo esta missão de unidade recebida do Pai, que Jesus revela o Espírito. O Espírito da Verdade vem de junto do Pai (Jo 15,26). A pedido do Filho (Jo 14,16), o Pai o envia a cada um de nós para que permaneça conosco, nos animando e nos fortalecendo. O Espírito também nos vem do Filho (Jo 16,7-8). Assim, o Espírito da Verdade, que caminha conosco, é a comunicação da profunda unidade que existe entre o Pai e o Filho (Jo 15,26-27). O Espírito não pode comunicar outra verdade que não seja a Verdade do Filho. Tudo o que se relaciona com o mistério do Filho, o Espírito nos faz conhecer (Jo 16,13-14). Esta experiência da unidade em Deus foi muito forte nas comunidades do Discípulo Amado. O amor que une as pessoas divinas Pai e Filho e Espírito nos permite experimentar Deus através da união com as pessoas numa comunidade de amor. Assim também era a proposta da comunidade, onde o amor deveria ser o sinal da presença de Deus no meio da comunidade (Jo 13,34-35). E este amor constrói a unidade dentro da comunidade (Jo 17,21). Eles olhavam para a unidade em Deus para poder entender a unidade entre eles.
4) Para confronto pessoal
1) Dizia o bispo Dom Pedro Casaldáliga: “A Trindade ainda é a melhor comunidade”. Na comunidade da qual você faz parte, você percebe algum reflexo humano da Trindade Divina?
2) Ecumenismo. Sou ecumênico?
5) Oração final
Vós me ensinareis o caminho da vida, há abundância de alegria junto de vós, e delícias eternas à vossa direita (Sl 15, 11).
Quarta-feira, 5 de junho-2019. 7ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus misericordioso, concedei que a vossa Igreja, reunida no Espírito Santo, se consagre ao vosso serviço num só coração e numa só alma. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 17, 11b-19)
11Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós. 12Enquanto eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, que me incumbiste de fazer conhecido. Conservei os que me deste, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. 13Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria. 14Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. 15Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal. 16Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. 17Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade. 18Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. 19Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade.
3) Reflexão
- Jo 17,11b-19 Estamos na novena de Pentecostes, aguardando a vinda do Espírito Santo. Jesus diz que o dom do Espírito Santo só é dado a quem o pede na oração (Lc 11,13). No cenáculo, durante nove dias, desde a ascensão até pentecostes, os apóstolos perseveraram na oração junto com Maria a mãe de Jesus (At 1,14). Por isso conseguiram em abundância o dom do Espírito Santo (At 2,4). O evangelho de hoje continua colocando diante de nós a Oração Sacerdotal de Jesus. É um texto bem bem apropriado para nos preparar nestes dias para a vinda do Espírito Santo em nossas vidas.
João 17, 11b-12: Guarda-os em teu nome!
Jesus transforma a sua preocupação em prece: "Guarda-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que sejam um como nós!" Tudo que Jesus fez em toda a sua vida, ele o fez em Nome de Deus. Jesus é a manifestação do Nome de Deus. O Nome de Deus é Javé, JHWH. No tempo de Jesus, este Nome era pronunciado como Adonai, Kyrios, Senhor. No sermão de Pentecostes, Pedro disse que Jesus, pela sua ressurreição, foi constituído Senhor : “Portanto, que todo o povo de Israel fique bem ciente que a esse mesmo Jesus, que vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Messias”.(At 2,36). E Paulo diz que isto foi feito “para que todos proclamem, para glória de Deus Pai: Jesus Cristo é o Senhor!” (Fl 2,11). É o “Nome que está acima de todo nome” (Fl 2,9), JHWH ou Javé, o Nome de Deus, recebeu um rosto concreto em Jesus de Nazaré! É em torno a este Nome que deve ser construída a unidade: Guarda-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que sejam um como nós. Jesus quer a unidade das comunidades, para que possam resistir frente ao mundo que as odeia e persegue. Povo unido ao redor do Nome de Jesus jamais será vencido!
João 17,13-16: Que tenham a plenitude da minha alegria
Jesus está se despedindo. Vai partir em breve. Os discípulos e as discípulas continuam no mundo, vão ser perseguidos, terão aflições. Por isso estão tristes. Jesus quer que tenham alegria plena. Eles vão ter que continuar no mundo sem fazer parte do mundo. Isto significa, bem concretamente, viver no sistema do império, seja ele romano ou neo-liberal, sem se deixar contaminar por ele. Como Jesus e com Jesus devem viver na contra-mão do mundo.
João 17,17-19: Como tu me enviaste, eu os envio ao mundo
Jesus pede que sejam consagrados na verdade. Isto é, que sejam capazes de dedicar toda a sua vida para testemunhar suas convicções a respeito de Jesus e de Deus como Pai. Jesus se santificou na medida em que, durante a sua vida, revelava o Pai. Ele pede que os discípulos e as discípulas entrem no mesmo processo de santificação. A missão deles é a mesma de Jesus. Eles se santificam na mesma medida em que, vivendo o amor, revelam Jesus e o Pai. Santificar-se significa tornar-se humano como Jesus foi humano. Dizia o Papa Leão Magno: “Jesus foi tão humano, mas tão humano, como só Deus pode ser humano”. Por isso devem viver na contra-mão do mundo, pois o sistema do mundo desumaniza a vida humana e a torna contrária às intenções do Criador.
4) Para confronto pessoal
1) Jesus viveu no mundo, mas não era do mundo. Viveu na contra-mão do sistema e, por isso, foi perseguido e morto. E eu? Será que vivo na contra-mão do sistema de hoje, ou adapto minha fé ao sistema?
2) Preparação para Pentecostes. Invocar o dom do Espírito Santo, o Espírito que animou a Jesus. Nesta novena de preparação a Pentecostes convém tirar um tempo para pedir o dom do Espírito de Jesus.
5) Oração final
Bendigo o Senhor porque me deu conselho, porque mesmo de noite o coração me exorta. Ponho sempre o Senhor diante dos olhos, pois ele está à minha direita; não vacilarei (Sl 15,7-8).
Pe. Zezinho comemora 78 anos: “sou fruto da oração do povo”
- Detalhes
No próximo dia 8 de junho, aniversário de Pe. Zezinho e de festa comemorativa aos 100 anos dos Dehonianos em Taubaté/SP, será realizado um grande show no Conventinho. O comunicador católico, ao festejar seus 78 anos de vida também com um memorial dedicado à sua obra, se considera hoje “fruto de um milagre, fruto da oração do povo”.
Silvonei José, Andressa Collet – Cidade do Vaticano
“Eu estou cuidando do câncer que não está me atrapalhando mais, o tratamento está indo bem. O diabetes está bem controlado e o AVC não apareceu mais. Estou bem. Eu fui fruto de um milagre, porque rezaram muito por mim e estou vendo que funcionou. Eu sou fruto da oração do povo. Graças a Deus. ”
A saúde sob controle de Pe. Zezinho, que no próximo dia 8 de junho comemora 78 anos de idade, é motivo de gratidão e comemoração neste ano de 2019, como o próprio memorial feito em homenagem ao comunicador católico, inaugurado no final do mês de março.
Memorial Pe. Zezinho em Taubaté
O Pe. Joãozinho conta que o espaço multifuncional de arquivo, de cultivo e visita ao acervo é aberto ao público “e, dando sorte, ainda é possível encontrar o Pe. Zezinho” no local. Em mais de 50 anos de sacerdócio, foram produzidas cerca de 120 obras musicais e de pregação distribuídas pelo mundo inteiro. Só no Brasil, mais de 100 milhões de pessoas conhecem o Pe. Zezinho:
“O Pe. Zezinho foi coroinha do Pe. Pascoal Lacroix e herdou esse espírito de vanguarda. Aquilo que Pe. Lacroix foi na déc. 30 a 50, Pe. Zezinho foi na déc. De 60, 70 e 80 e continua até hoje produzindo muito.”
"Eles me enganaram", brinca Pe. Zezinho, "era pra ser Memorial do Pe. Lacroix, escritor da Congregação e fundador de uma editora: ele evangelizava escrevendo, também recolhia dinheiro pra fazer seminários. É o que eu faço, mas vim depois dele. E queriam fazer isso pra lembrar dos 100 anos da casa de Taubaté, de 1924. Mas realmente é um trabalho que tentaram coletar tudo que escrevi e fiz, e é muita coisa. A sala não é suficiente, são mais de 300 obras de um jeito ou de outro. Mas não dá pra ficar vaidoso, porque eu paguei meu preço por tudo isso”.
O Pe. Zezinho conta que foi de igreja em igreja em São Paulo, por exemplo, além de percorrer o Brasil e o mundo com a sua obra, naquela que, segundo ele, “já era uma Igreja em saída”. Uma história missionária que começou cedo na Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus em Taubaté/SP:
“Eu estou lá desde os meus 7 anos como coroinha: estou há 71 anos naquela casa; e a casa tem 100 anos. Então, o Pe. Joãozinho achou que devia juntar os meus 78 anos de idade, os 71 de coroinha nos Dehonianos e os 100 anos.”
A escola de formação de Pe. Zezinho
A comemoração conjunta no Conventinho, em Taubaté/SP, está marcada para o dia 8 de junho, data de aniversário de Pe. Zezinho, que irá receber amigos no palco para também celebrar os 100 anos da casa. Os ingressos para o grande show já estão esgotados.
O Pe. Zezinho disse que já parou de tocar violão e cantar e vai deixar os amigos, “ótimos evangelizadores”, para fazer a experiência. Ele quer, mais uma vez, dar espaço aos jovens “que fazem melhor, são a Igreja do futuro, como já incentivava João Paulo II e agora o Papa Francisco. A juventude vem em primeiro lugar! Eu sou o pregador-líder, vou e prego e os meninos cantam”, acrescentou ele, formando assim, “novos padres Zezinho” para que repercutam Jesus Cristo na Igreja de agora. Fonte: www.vaticannews.va
Terça-feira, 4 de junho-2019. 7ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, fazei que o Espírito Santo, vindo habitar em nossos corações, nos torne um templo da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 17,1-11a)
1Jesus afirmou essas coisas e depois, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora. Glorifica teu Filho, para que teu Filho glorifique a ti; 2e para que, pelo poder que lhe conferiste sobre toda criatura, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe entregaste. 3Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste. 4Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer. 5Agora, pois, Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado. 6Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e deste-mos e guardaram a tua palavra. 7Agora eles reconheceram que todas as coisas que me deste procedem de ti. 8Porque eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste e eles as receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de ti, e creram que tu me enviaste. 9Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. Neles sou glorificado. 11Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti.
3) Reflexão - Jo 17,1-11a
Nos evangelhos de hoje, de amanhã e de depois de amanhã, vamos meditar as palavras que Jesus dirigiu ao Pai no momento da despedida. João conservou estas palavras e as colocou como pronunciadas por Jesus durante o último encontro de Jesus com seus discípulos. É o Testamento de Jesus em forma de prece, também chamada Oração Sacerdotal (Jo 17,1-26).
O capítulo 17 do evangelho de João é o final de uma longa reflexão de Jesus, iniciada no capítulo 15, sobre a sua missão no mundo. As comunidades conservaram estas reflexões para poderem entender melhor o momento difícil que elas mesmas estavam atravessando: tribulação, abandono, dúvidas, perseguição. A longa reflexão termina com a oração de Jesus pelas comunidades. Nela transparecem os sentimentos e as preocupações que, conforme o evangelista, estavam em Jesus no momento de ele sair deste mundo para o Pai. É com estes sentimentos e com esta preocupação que Jesus está agora diante do Pai, intercedendo por nós. Por isso, a Oração Sacerdotal é também o Testamento de Jesus. Muita gente, no momento de se despedir para sempre, deixa alguma mensagem. Todo mundo guarda palavras importantes do pai e da mãe, sobretudo quando são dos últimos momentos da vida. Preservar estas palavras é como preservar as pessoas. É uma forma de saudade.
* O capítulo 17 é um texto diferente. É mais de amizade do que de raciocínio. Para captar bem todo o seu sentido, não basta a reflexão da cabeça, da razão. Este texto deve ser meditado e acolhido também no coração. É um texto não tanto para ser discutido mas sim para ser meditado e ruminado. Por isso, você não se preocupe se não entender logo tudo. O texto exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Um texto assim, a gente deve ler, meditar, pensar, ler de novo, repetir, ruminar, como se faz com um doce gostoso na boca. Vai virando e virando, até se gastar todo. Por isso, feche os olhos, faça silêncio dentro de você e escute Jesus falando para você, transmitindo no Testamento sua maior preocupação, sua última vontade. Procure descobrir qual o ponto em que Jesus insiste mais e que ele considera o mais importante.
João 17,1-3: Chegou a hora!
“Pai, chegou a hora!" É a hora longamente esperada (Jo 2,4; 7,30; 8,20; 12,23.27; 13,1; 16,32). É o momento da glorificação que se fará através da paixão, morte e ressurreição. Chegando ao fim da sua missão, Jesus olha para trás e faz uma revisão. Nesta prece, ele vai expressar o sentimento mais íntimo do seu coração e a descoberta mais profunda da sua alma: a presença do Pai em sua vida.
João 17,4-8: Pai, reconheceram que vim de Ti!
Revendo sua vida, Jesus se vê a si mesmo como a manifestação do Pai para os amigos e as amigas que o Pai lhe deu. Jesus não viveu para si. Viveu, para que todos pudessem ter um lampejo da bondade e do amor que estão encerrados no Nome de Deus que é Abba, Pai.
João 17,9-11a: Tudo que é meu é teu, tudo que é teu é meu!
No momento de deixar o mundo, Jesus expõe ao Pai a sua preocupação e reza pelos amigos e amigas que ele deixa para trás. Eles continuam no mundo, mas não são do mundo. São de Jesus, são de Deus, são sinais de Deus e de Jesus neste mundo. Jesus está preocupado com as pessoas que ficam, e reza por elas.
4) Para confronto pessoal
1) Quais as palavras de pessoas queridas que você guarda com carinho e que orientam a sua vida? Caso você fosse embora, qual a mensagem que você deixaria para sua família e para a comunidade?
2) Qual a frase do Testamento de Jesus que mais me tocou? Por que?
5) Oração final
Bendito seja o Senhor todos os dias; Deus, nossa salvação, leva nossos fardos: nosso Deus é um Deus que salva, da morte nos livra o Senhor Deus (Sl 67, 20-21).
OLHAR DO DIA: Deus no fundo
- Detalhes
No olhar do dia nesta segunda 3 de junho de 2019- Direto da Rodovia Presidente Dutra/SP- vamos tentar ver Deus nos fatos e acontecimentos que nos cercam.
Igrejas celebram Semana de Oração pela Unidade Cristã
- Detalhes
Nos dias que antecedem a festa de Pentecostes, é celebrada no hemisfério Sul a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC). De 2 a 9 de junho, é proposto para reflexão o tema inspirado no livro de Deuteronômio: “Procurarás a justiça, nada além da justiça” (Dt 16.11-20).
Promovida mundialmente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas, a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) convida à celebração da Justiça fundamentada na graça de Deus, de acordo com carta divulgada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic).
“Esta justiça nos desafia a olharmos para a complexidade dos problemas da humanidade, a revermos as relações de poder e a compreendermos que os interesses individuais ou de grupos econômicos não podem ser colocados acima dos seres humanos, da integridade da Criação e do bem-estar da humanidade”, lê-se no texto assinado pelos representantes das Igrejas-membro.
Neste ano, o SOUC foi preparada por cristãos da Indonésia. O país de 265 milhões de pessoas tem 10% de cristãos. No Brasil, a preparação ficou por conta do Conic de Minas Gerais. Na carta divulgada pelo Conic, são lembrados os rompimentos das barragens de rejeitos de mineração provocados “pelos interesses econômicos de grupos financeiros que têm na mineração a sua geração de riquezas”. Os representantes das Igrejas afirmam ser impossível não pensar nas pessoas de diferentes tradições de fé e também nas pessoas que não se vinculam a tradições religiosas que perderam amigos, amigas e familiares no rompimento da Barragem do Córrego do Feijão.
“Queremos orar para que a Justiça da graça de Deus subverta a justiça humana que nem sempre assegura a reparação às pessoas afetadas pela ação de grandes corporações. Que das vidas interrompidas, pela destruição ambiental provocada pelo rompimento desta barragem sejam colocados acima das perdas financeiras das empresas mineradoras”, afirmam.
Nas intenções desta semana, as famílias afetadas pela mineração, as pessoas que dependem do rio Doce, do rio Paraopeba e do Rio São Francisco para sobreviverem. “Estes rios sofrem os impactos da exploração mineradora. Que possamos atuar para a recuperação dos rios. Em nossas orações, lembremos dos povos indígenas que também sofrem com esta a destruição e pelas inúmeras famílias camponesas que perderam suas roças”.
Assinaram a carta do Conic: dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília (DF) e ex-secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); pastora Sílvia Beatrice Genz,Pastor Presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; bispo Naudal Gomes, bispo Primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil; presbítera Anita Sue Wright Torres, moderadora da igreja Presbiteriana Unida do Brasil; dom Paulo Titus, arcebispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antoquia; e pastor Paulo César Pereira, presidente da Aliança de Batistas do Brasil. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Segunda-feira, 3 de junho-2019. 7ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Nós vos pedimos, ó Deus, que venha a nós a força do Espírito Santo, para que realizemos fielmente a vossa vontade e a manifestemos por uma vida santa.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 16, 29-33)
29Disseram-lhe os seus discípulos: Eis que agora falas claramente e a tua linguagem já não é figurada e obscura. 30Agora sabemos que conheces todas as coisas e que não necessitas que alguém te pergunte. Por isso, cremos que saíste de Deus. 31Jesus replicou-lhes: Credes agora!... 32Eis que vem a hora, e ela já veio, em que sereis espalhados, cada um para o seu lado, e me deixareis sozinho. Mas não estou só, porque o Pai está comigo. 33Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.
3) Reflexão - Jo 16,29-33
O contexto do evangelho de hoje continua sendo o ambiente da Última Ceia, ambiente de confraternização e de despedida, de tristeza e de expectativa, no qual se reflete a situação das comunidades da Ásia Menor do fim do primeiro século. Para poder entender bem os evangelhos, não podemos nunca esquecer que eles não relatam as palavras de Jesus como se fossem gravadas num CD para transmiti-las literalmente. Os Evangelhos são escritos pastorais que procuram encarnar e atualizar as palavras de Jesus nas novas situações em que se encontravam as comunidades na segunda metade do primeiro século na Galiléia (Mateus), na Grécia (Lucas), na Itália (Marcos) e na Ásia Menor (João). No evangelho de João, as palavras e as perguntas dos discípulos não são só dos discípulos, mas nelas transparecem também as perguntas e os problemas das comunidades. São espelhos, nos quais as comunidades, tanto as daquele tempo como as de hoje, se reconhecem com suas tristezas e angústias, com suas alegrias e esperanças. Elas encontram luz e força nas respostas de Jesus.
João 16,29-30: Agora estás falando claramente
Jesus tinha dito aos discípulos: O próprio Pai ama vocês, porque vocês me amaram e acreditaram que eu saí de junto de Deus. Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai (Jo 16,27-28). Ouvindo esta afirmação de Jesus, os discípulos respondem: Agora estás falando claramente e sem comparações. Agora sabemos que tu sabes todas as coisas, e que é inútil alguém te fazer perguntas. Agora sim, acreditamos que saíste de junto de Deus". Os discípulos acham que entenderam tudo. Sim, realmente, eles captaram uma luz verdadeira para clarear seus problemas. Mas era uma luz ainda muito pequena. Captaram a semente, mas por ora não conhecem a árvore. A luz ou a semente era a intuição básica da fé de que Jesus é para nós a revelação de Deus como Pai: Agora sim, acreditamos que saíste de junto de Deus. Mas isto era apenas o começo, a semente. Jesus, ele mesmo, era e continua sendo a grande parábola ou revelação de Deus para nós. Nele Deus chega até nós e se revela. Mas Deus não cabe em nossos esquemas. Ultrapassa tudo, desarruma nossos esquemas e traz surpresas inesperadas que, por vezes, são muito dolorosas.
João 16,31-32: Vocês me deixam só, mas não estou só. O Pai está comigo
Jesus pergunta: "Agora vocês acreditam? Ele conhece seus discípulos. Sabe que falta muito para a compreensão total do mistério de Deus e da Boa Nova de Deus. Sabe que, apesar da boa vontade e apesar da luz que acabaram de receber naquele momento, eles ainda deviam enfrentar a surpresa inesperada e dolorosa da Paixão e Morte de Jesus. A pequena luz que captaram não bastava para vencer a escuridão da crise: Vem a hora, e já chegou, em que vocês se espalharão, cada um para o seu lado, e me deixarão sozinho. Mas eu não estou sozinho, pois o Pai está comigo. Esta é a fonte da certeza de Jesus e, através de Jesus, esta é e será a fonte da certeza de todos nós: O Pai está comigo! Quando Moisés foi enviado para a missão de libertar o povo da opressão do Egito, ele recebeu esta certeza: “Vai! Estou com você!” (Ex 3,12). A certeza da presença libertadora de Deus está expressa no nome que Deus assumiu na hora de iniciar o Êxodo e de libertar o seu povo: JHWH, Deus conosco: Este é o meu nome para sempre (Ex 3,15). Nome que ocorre mais de seis mil vezes só no Antigo Testamento.
João 16,33: Coragem! Venci o mundo!
E vem agora a última frase de Jesus que antecipa a vitória e que será fonte de paz e de resistência tanto para os discípulos e discípulas daquele tempo como para todos nós, até hoje: Eu disse essas coisas, para que vocês tenham a minha paz. Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo. “Com seu sacrifício por amor, Jesus vence o mundo e o Satanás. Seus discípulos são chamados a participar da luta e da vitória. Sentir o ânimo que ele infunde já é ganhar uma batalha” (L.A.Schokel).
4) Para confronto pessoal
1) Uma pequena luz ajudou os discípulos a dar um passo, mas não iluminou o caminho todo. Você já teve uma experiência assim na sua vida?
2) Coragem! Eu venci o mundo! Esta frase de Jesus já te ajudou alguma vez em sua vida?
5) Oração final
Protege-me, ó Deus: em ti me refugio. Eu digo ao Senhor: “És tu o meu Senhor,
fora de ti não tenho bem algum”. O Senhor é a minha parte da herança e meu cálice: Nas tuas mãos está a minha vida (Sl 15).
DOMINGO 2 DE JUNHO: *Solenidade da Ascensão – Ano C. (Lc 24,46-53)
- Detalhes
A Solenidade da Ascensão de Jesus que hoje celebramos sugere que, no final de um caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, em comunhão com Deus. Sugere, também, que Jesus nos deixou o testemunho e que somos agora nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo.
ATUALIZAÇÃO
A ressurreição/ascensão de Jesus convida-nos a ver a vida com outros olhos – os olhos da esperança. Diz-nos que o sofrimento, a perseguição, o ódio, a morte, não são a última palavra para definir o quadro do nosso caminho; diz-nos que no final de um caminho percorrido na doação, na entrega, no amor vivido até às últimas consequências, está a vida definitiva, a vida de comunhão com Deus. Esta esperança permite-nos enfrentar o medo, os nossos limites humanos, o fanatismo, o egoísmo dos fazedores de pecado e permite-nos olhar com serenidade para esse qualquer coisa de novo que nos espera, para esse futuro de vida plena que é o nosso destino final.
A ascensão de Jesus e, sobretudo, as palavras finais de Jesus, que convocam os discípulos para a missão, sugerem a nossa responsabilidade na construção desse mundo novo onde habita a justiça e a paz; sugerem que a proposta libertadora que Jesus fez a todos os homens está agora nas nossas mãos e que é nossa responsabilidade torná-la realidade; sugerem que nós, os seguidores de Jesus, temos de construir, com o esforço de todos os dias, o novo céu e a nova terra. Sentimos, de fato, esta responsabilidade? Preocupamo-nos em tornar realidade no mundo os gestos libertadores de Cristo? Procuramos construir, no dia a dia, esse mundo novo de justiça, de fraternidade, de liberdade e de paz?
A alegria que brilha nos olhos e nos corações desses discípulos que testemunham a entrada definitiva de Jesus na vida de Deus tem de ser uma realidade que transparece na nossa vida. Os seguidores de Jesus, iluminados pela fé, têm de testemunhar, com a sua alegria, a certeza de que os espera, no final do caminho, a vida em plenitude; e têm de testemunhar, com a sua alegria, a certeza de que o projeto salvador e libertador de Deus está a atuar no mundo, está a transformar os corações e as mentes, está a fazer nascer, dia a dia, o Homem Novo.
*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link: EVANGELHO DO DIA. Siga-nos também aqui: www.instagram.com/freipetronio
'Não é nossa tarefa fazer avaliação de governos', diz presidente da CNBB
- Detalhes
Dom Walmor comentou que o primeiro encontro com Bolsonaro foi uma visita de aproximação e diálogo
Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Ao sair da primeira reunião com o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (29/5), o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, comentou que o primeiro encontro com o chefe do Executivo foi uma visita de aproximação e diálogo.
“Essa visita foi uma visita de aproximação e diálogo e não para dar recados”, afirmou Dom Walmor na saída do Palácio do Planalto. O presidente da entidade se recusou a fazer uma avaliação dos primeiros meses do governo Bolsonaro ao ser questionado sobre o tema. “Não é tarefa da CNBB fazer avaliação de desempenho de governos”, se limitou a dizer.
Recentemente, Dom Walmor, eleito presidente da entidade no início deste mês, comentou em entrevista ao Estadão que teme o que pode acontecer caso a flexibilização da posse e porte de armas aconteça “em uma sociedade cheia de polarizações” como o Brasil.
No entanto na saída do encontro com o presidente, Dom Walmor não deixou claro se o decreto nº 9785, que trata da posse e porte de armas de fogo no país, foi abordado na conversa. “Nós tratamos apenas no sentido de nos aproximarmos de colaborarmos e de contribuirmos como igreja”, disse ao ser questionado. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
“A conversa com o presidente Bolsonaro foi amigável”, disse dom Walmor
- Detalhes
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, visitou o Presidente da República, Jair Bolsonaro, na tarde desta quarta-feira, 29 de maio. Na saída do encontro, falando com a equipe da TV Canção Nova, o presidente da CNBB disse: “A conversa com o presidente Bolsonaro foi amigável. Viemos como presidência da CNBB fazer uma visita cordial e de cortesia. Dizer a importância do diálogo e da nossa proximidade, porque como Igreja Católica, a partir dos valores do Evangelho e do tesouro maior que nós temos, a nossa fé, olhamos o Brasil nos seus muitos desafios. Estamos aqui para dialogar, colaborar, com todos os poderes, com todos os segmentos da sociedade, porque a Igreja, quando anuncia o Reino de Deus, ilumina o coração e a mente de todas as pessoas buscando sempre promover a vida em todas as suas etapas”.
O encontro
Segundo a Canção Nova, a reunião foi a portas fechadas, sem autorização para imagens nem áudio da imprensa. O encontro entre as autoridades começou por volta das 14h e durou menos de uma hora, no Palácio do Planalto. Também estavam presentes os dois vice-presidentes, dom Jaime Spengler e dom Mário Antônio e o secretário-geral, dom Joel Portella.
Ao ser abordado pela reportagem, dom Walmor disse também que a visita não foi para ‘dar recados’, mas para caminhar juntos pelo bem da sociedade brasileira. Fonte: http://www.cnbb.org.br
OLHAR DO DIA: 10 Anos no Rio.
- Detalhes
No olhar do dia desta quinta-feira 30 de maio-2019, veja uma exposição dos 10 anos da presença do Cardeal Orani João Tempesta a frente da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Colisão entre caminhão e ônibus de católicos mata 21 no México
- Detalhes
Veículos bateram e pegaram fogo em estrada entre Veracruz e Puebla. Ônibus regressava após viagem à Basílica de Guadalupe, na Cidade do México.
Ao menos 21 pessoas morreram nesta quarta-feira (29) no estado mexicano de Veracruz quando um caminhão colidiu com um ônibus, provocando o incêndio dos dois veículos, informou a Defesa Civil.
Foram retirados 17 corpos do ônibus e duas pessoas da cabine do caminhão. Outras duas pessoas levadas a um hospital não resistiram aos ferimentos, disse a secretária da Defesa Civil de Veracruz, Guadalupe Osorno.
A funcionária informou que a maioria das vítimas no ônibus era formada por fiéis católicos que regressavam ao estado de Chiapas (sul) após uma peregrinação à Basílica de Guadalupe, na Cidade do México.
A arquidiocese de Tuxtla Gutiérrez, capital de Chiapas, manifestou suas condolências e lamentou "profundamente o falecimento de várias pessoas neste acidente". A colisão ocorreu no trecho entre Veracruz e Puebla, na região montanhosa conhecida como Cumbres de Maltrata, onde a presença de neblina é frequente.
A TV mexicana mostrou o ônibus caído e totalmente calcinado pelas chamas. Segundo as equipes de emergência, um dos veículos perdeu os freios e colidiu contra o outro. Fonte: https://g1.globo.com
Pág. 223 de 664