Terça-feira, 7 de maio-2019. 3ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que abris as portas do reino dos céus aos que renasceram pela água e pelo Espírito Santo, aumentai em vosso filhos a graça que lhes destes para que, purificados de todo o pecado, obtenham os bens que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 30-35)
Naquele tempo, 30os judeus perguntaram: “Que sinais realizas para que possamos ver e acreditar em ti? Que obras fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: ‘Deu-lhes a comer o pão do céu’”. 32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu. É meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34Eles então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!” 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.
3) Reflexão
O Discurso do Pão da Vida não é um texto para ser discutido e dissecado, mas sim para ser meditado e ruminado. Por isso, caso você não entender logo tudo, não se preocupe. Este texto do Pão da Vida exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Um texto assim, a gente deve ler, meditar, rezar, pensar, ler de novo, repetir, ruminar, como se faz com um doce gostoso na boca. Vai virando e virando, até se gastar. Quem lê o Quarto Evangelho superficialmente pode ficar com a impressão de que João repete sempre a mesma coisa. Lendo com mais atenção, você perceberá que não se trata de repetição. O autor do Quarto Evangelho tem um jeito próprio de repetir o mesmo assunto, mas num nível cada vez mais alto ou mais profundo. Parece uma escada em caracol. Girando você volta ao mesmo lugar, mas num nível mais alto ou mais profundo.
João 6,30-33: Que sinal realizas para que possamos crer? O povo tinha perguntado: O que devemos fazer para realizar a obra de Deus? Jesus respondeu: “A obra de Deus é acreditar naquele que ele enviou”, isto é, crer em Jesus. Por isso o povo formula nova pergunta: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Qual é a tua obra?” Isto significa que eles não entenderam a multiplicação dos pães como um sinal da parte de Deus para legitimar Jesus junto ao povo como o enviado de Deus! E eles continuam argumentando: No passado, nossos pais comeram o maná que foi dado por Moisés! Eles o chamavam de “pão do céu” (Sb 16,20), ou seja, “pão de Deus”. Moisés continua sendo o grande líder, no qual acreditam. Se Jesus quer que o povo acredite nele, deve fazer um sinal maior que o de Moisés. “Qual a tua obra?”
Jesus responde que o pão dado por Moisés não era o pão verdadeiro do céu. Veio do alto, sim, mas não era o pão de Deus, pois não garantiu a vida para ninguém. Todos eles morreram no deserto (Jo 6,49). O pão do céu verdadeiro, o pão de Deus, é aquele que vence a morte e traz vida! É aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. É o próprio Jesus! Jesus tenta ajudar o povo a se libertar dos esquemas do passado. Para ele, fidelidade ao passado não significa fechar-se nas coisas de antigamente e recusar a renovação. Fidelidade ao passado é aceitar o novo que chega como fruto da semente plantada no passado.
João 6,34-35: Senhor, dá-nos sempre desse pão! Jesus responde claramente: "Eu sou o pão da vida!" Comer o pão do céu é o mesmo que crer em Jesus e aceitar o caminho que ele ensinou, a saber: "O meu alimento é fazer a vontade do Pai que está no céu!" (Jo 4,34). Este é o alimento verdadeiro que sustenta a pessoa, dá rumo e traz vida nova. Este último versículo do evangelho de hoje (Jo 6,35) será retomado como primeiro versículo do evangelho de amanhã (Jo 6,35-40).
4) Para um confronto pessoal
1) Fome de pão, fome de Deus. Qual dos dois predomina em mim?
2) Jesus disse: “Eu sou o pão da vida”. Ele mata a fome e a sede. Qual a experiência que tenho neste ponto?
5) Oração final
Inclina para mim teu ouvido, vem depressa livrar-me. Sê para mim o rochedo que me acolhe, refúgio seguro, para a minha salvação. Pois tu és minha rocha e meu baluarte, pelo teu nome me diriges e me guias. (Sl 30, 3-4)
Novas diretrizes da Igreja no Brasil 2019-2023 são aprovadas
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As Novas Diretrizes Gerais da Ação Evagelizadora da Igreja no Brasil para o próximo quadriênio (2019 a 2023), após intenso processo de debate e acréscimos dos bispos, foram aprovadas na manhã deste dia 6 de maio pelos participantes da 57ª Assembleia Geral, em Aparecida (SP).
O padre Manoel de Oliveira Filho, membro da Comissão do Texto Central sobre as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023) falou ao portal da CNBB sobre o caminho que as novas diretrizes propõem à Igreja no Brasil.
Segundo ele, o central nas Novas Diretrizes é mais uma vez um novo chamado de retorno às fontes para olhar a experiência das comunidades primitivas e inspirados por elas formar, no hoje da história e na realidade urbana, comunidades eclesiais missionárias.
“Que essas comunidades eclesiais missionárias tenham jeito de casa, de acolhida, não uma coisa estática de paredes simplesmente, ou da estrutura física. Mas, acima de tudo as diretrizes falam de um jeito de ser, de uma postura que lembre, evoque a ideia da casa que acolhe, que é espaço de ternura e misericórdia”, disse.
Os quatro pilares – Padre Manoel reforça que a casa é onde as pessoas são identificadas pelo nome, pelo jeito, onde têm história. Na proposta das diretrizes, lembrou o religioso, a casa é sustentada por quatro pilares essenciais: a) Palavra de Deus e a iniciação à vida cristã; O pilar do Pão que é a casa sustentada pela liturgia e sobre a espiritualidade; o pilar da Caridade que é a casa sustentada sobre o acolhimento fraterno e sobre o cuidado com as pessoas, especialmente os mais frágeis e excluídos e invisíveis; o pilar da Missão porque é impossível fazer uma experiência profunda com Deus na comunidade eclesial que não leve, inevitavelmente, à vida missionária.
A realidade urbana, fragmentada, carregada de luz e de sombras, mas também cheia de potencialidades, é definida pelo padre muito mais do que um lugar social geográfico mas como uma mentalidade e cultura. “Nesta realidade a Igreja é convidada a ser presença. Como casa. Como comunidade eclesial missionária”, reafirmou.
A diretrizes, segundo ele, apontam para um rumo muito bonito, porque partem de uma perspectiva de encontro com Deus e com os irmãos, numa dinâmica de acolhida, de portas abertas, de ir ao encontro, de espera e acolhida ativa para formar as comunidades.
As Igrejas e comunidades são convidadas, segundo o que propõe as novas diretrizes, a serem luzeiros no meio do mundo. O religioso afirmou que as comunidades podem estar em qualquer lugar: no condomínio, numa praça, no trabalho. “Mas também nas paróquias, comunidades, nos colégios católicos, nas obras sociais”, disse.
“As novas diretrizes apontam para rumos e horizontes muito bonitos de avanço, de comprometimento apostólico e de comprometimento profético-transformador”, destacou.
Segundo ele, a profecia não se dá apenas pela denúncia, embora seja fundamental hoje mais do que nunca, mas também pelo anúncio de um jeito novo de ser e de viver. “Os rumos são os mais bonitos, basta a gente entrar nesta história e caminho”, disse.
Após a assembleia, o religioso aponta que todas as instâncias, as pastorais e organismos, e as Igrejas particulares, toda vida eclesial precisam entrar mesmo neste rumo, na direção apontadas pelas Diretrizes. “Seguir este caminho, acreditar no projeto e proposta. Vamos todos precisar, como todo a vida de Igreja, fazer um caminho de conversão, ler estudar, colocar na mente e descer para o coração para transformar em realidade”, disse.
A CNBB apresenta diretrizes mais gerais, não apresenta um plano; Após a assembleia, segundo padre Manoel, o plano deve ser feito por cada instância da Igreja nas diferentes realidades. “Se a gente acredita no projeto vamos encontrar um caminho para que ele se torne real”, concluiu. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Dom Walmor Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG), é eleito novo presidente da CNBB
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O arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, foi eleito na tarde desta segunda-feira, 6 de maio, como presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O novo presidente foi escolhido pelos episcopado brasileiro que participa, em Aparecida (SP), da 57ª Assembleia Geral da CNBB no terceiro escrutínio, após receber a maioria absoluta de votos do total de 301 bispos votantes.
Como manda o Estatuto da CNBB, o até então presidente cardeal sergio da Rocha perguntou a dom Walmor se aceita ser presidente. “Aceito com humildade, aceito com temor e aceito à luz da fe”, foram as primeiras palavras que ele dirigiu à plenária da 57ª. Só à luz da fé, segundo dom Walmor, será possível recuperar a força da colegialidade da Igreja no Brasil a partir de uma escuta muito profunda dos irmãos e do povo de Deus. Ele pediu a Deus que não falte sabedoria para assumir este serviço.
Nascido em 26 de abril de 1954, dom Walmor é natural de Côcos (BA). É o primeiro baiano a estar à frente da CNBB. O novo presidente da Conferência é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália).
Em sua trajetória de formação, cursou Filosofia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (1972-1973), em Juiz de Fora (MG), e na Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras (1974-1975), em São João Del-Rei (MG). De 1974 a 1977, cursou Teologia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, em Juiz de Fora. Em 9 de setembro de 1977 foi ordenado sacerdote, incardinando-se na arquidiocese de Juiz de Fora.
Ministério sacerdotal – Foi pároco da paróquia Nossa Senhora da Conceição de Benfica (1986-1995) e da paróquia do Bom Pastor (1996-1998); coordenador da Região Pastoral Nossa Senhora de Lourdes (1988-1989); coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional (1978-1984) e reitor do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (1989-1997). No campo acadêmico, lecionou nas disciplinas Ciências Bíblicas, Teologia e Lógica II; coordenou os cursos de Filosofia e Teologia. Em Belo Horizonte, foi professor da PUC-Minas (1986-1990). Também lecionou no mestrado em Teologia da PUC-Rio (1992, 1994 e 1995).
Ministério episcopal – Dom Walmor Oliveira de Azevedo foi nomeado bispo auxiliar de Salvador (BA) pelo Papa São João Paulo II, no dia 21 de janeiro de 1998. Sua ordenação episcopal foi no dia 10 de maio do mesmo ano. Em 2004, foi nomeado arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG), iniciando o ministério em 26 de março daquele ano. Em outubro de 2008, dom Walmor foi escolhido para ser um dos quatro representantes do Brasil na XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em Roma.
Em 1999, dom Walmor foi secretário do Regional Nordeste 3 e membro da Comissão Episcopal de Doutrina da CNBB. A mesma Comissão que, já com o nome de Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, presidiu entre 2003 e 2011, ou seja, por dois mandatos. É membro da Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, desde 2009. O arcebispo de Belo Horizonte também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB – Minas Gerais e Espírito Santo.
Em fevereiro de 2014, foi nomeado pelo Papa Francisco membro da Congregação para as Igrejas Orientais. Desde 2010, o arcebispo é referencial para os fiéis católicos de Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de ordinário do próprio rito.
Com mais de 15 livros publicados, dom Walmor é membro da Academia Mineira de Letras, Cidadão Honorário de Minas Gerais e dos municípios de Caeté e Ribeirão das Neves. O novo presidente da CNBB também foi agraciado com a Comenda Dom Luciano Mendes de Almeida, da Faculdade Arquidiocesana de Mariana, e com o título de Doutor Honoris Causa, da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (2012). Fonte: http://www.cnbb.org.br
Segunda-feira, 6 de maio-2019. 3ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, vós que mostrais aos que erram a luz da verdade para que possam voltar ao bom caminho, concedei a todos os que se gloriam da vocação cristã rejeitem o que se opõe a este nome e abracem quanto possa honrá-lo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 22-29)
Naquele tempo, 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. 23Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. 25Encontrando- o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. 27Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo. 28Perguntaram então: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
3) Reflexão
No evangelho de hoje iniciamos a reflexão sobre o Discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71), que se prolongará durante os próximos seis dias, até o fim desta semana. Depois da multiplicação dos pães, o povo foi atrás de Jesus. Tinha visto o milagre, comeu com fartura e queria mais! Não se preocupou em procurar o sinal ou o apelo de Deus que havia em tudo isso. Quando o povo encontrou Jesus na sinagoga de Cafarnaum, teve com ele uma longa conversa, chamada Discurso do Pão da Vida. Não é propriamente um discurso, mas trata-se de um conjunto de sete pequenos diálogos que explicam o significado da multiplicação dos pães como símbolo do novo Êxodo e da Ceia Eucarística.
* É bom ter presente a divisão do capítulo para poder perceber melhor o seu sentido:
6,1-15: o grande da multiplicação dos pães
6,16-21: a travessia do lago, e Jesus caminhando sobre as águas
6,22-71: o diálogo de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos
1º diálogo: 6,22-27 com o povo: o povo procura Jesus e o encontra em Cafarnaum
2º diálogo: 6,28-34 com o povo: a fé como obra de Deus e o maná no deserto
3º diálogo: 6,35-40 com o povo: o pão verdadeiro é fazer a vontade de Deus
4º diálogo: 6,41-51 com os judeus: murmurações dos judeus
5º diálogo: 6,52-58 com os judeus: Jesus e os judeus
6º diálogo: 6,59-66 com os discípulos: reação dos discípulos
7º diálogo: 6,67-71 com os discípulos: confissão de Pedro
A conversa de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos é um diálogo bonito, mas exigente. Jesus procura abrir os olhos do povo para que aprenda a ler os acontecimentos e descubra neles o rumo que deve tomar na vida. Pois não basta ir atrás de sinais milagrosos que multiplicam o pão para o corpo. Não só de pão vive o homem. A luta pela vida sem uma mística não alcança a raiz. Enquanto vai conversando com Jesus, o povo fica cada vez mais contrariado com as palavras dele. Mas Jesus não cede, nem muda as exigências. O discurso parece um funil. Na medida em que a conversa avança, é cada vez menos gente que sobra para ficar com Jesus. No fim só sobram os doze, e nem assim Jesus pode confiar em todos eles! Hoje acontece a mesma coisa. Quando o evangelho começa a exigir compromisso, muita gente se afasta.
João 6,22-27: O povo procura Jesus porque quer mais pão. O povo foi atrás de Jesus. Viu que ele não tinha entrado no barco com os discípulos e, por isso, não entendeu como ele tinha feito para chegar em Cafarnaum. Também não entendeu o milagre da multiplicação dos pães. O povo viu o que aconteceu, mas não chegou a entende-lo como um sinal de algo mais alto ou mais profundo. Parou na superfície: na fartura de comida. Buscou pão e vida, mas só para o corpo. No entender do povo, Jesus fez o que Moisés tinha feito no passado: deu alimento farto para todos no deserto. Indo atrás de Jesus, eles queriam que o passado se repetisse. Mas Jesus pede que o povo dê um passo adiante. Além do trabalho pelo pão que perece, deve trabalhar pelo alimento não perecível. Este novo alimento será dado pelo Filho do Homem, indicado pelo próprio Deus. Ele traz a vida que dura para sempre. Ele abre para nós um novo horizonte sobre o sentido da vida e sobre Deus.
João 6,28-29: Qual é a obra de Deus? O povo pergunta: O que devemos fazer para realizar este trabalho (obra) de Deus? Jesus responde que a grande obra que Deus pede de nós “é crer naquele que Deus enviou” . Ou seja, crer em Jesus!
4) Para um confronto pessoal
1) O povo estava com fome, comeu do pão e procurava mais pão. Procurou o milagroso e não buscou o sinal de Deus que nele se escondia. O que eu mais procuro na minha vida: milagre ou sinal?
2) Pare um momento, faça silêncio dentro de você e pergunte a si mesmo: “Crer em Jesus: o que significa isto para mim bem concretamente no dia a dia da minha vida?”
5) Oração final
Eu te expus meus caminhos e me respondeste; ensina-me teus estatutos. Faze-me conhecer o caminho dos teus preceitos e meditarei nos teus prodígios. (Sl 118, 26-27)
57ª Assembleia-CNBB: Bispos elegem a partir de hoje a nova presidência da CNBB
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Nesta segunda-feira, 6 de maio, tem início o processo eleitoral que escolherá os bispos que estarão à frente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pelo próximo quadriênio (2019-2023). O episcopado brasileiro, através de voto secreto, elegerá presidente, vice-presidente, segundo vice-presidente, secretário-geral, presidentes das Comissões Episcopais Pastorais e seus representantes junto ao Conselho Episcopal Latino-americano (Celam).
Foram instaladas 17 urnas eletrônicas no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, local onde é realizada a 57ª Assembleia Geral da CNBB. Os equipamentos foram testados por todos os bispos no último sábado, 4. A urnas, com um sistema desenvolvido pelo Departamento de Tecnologia da Informação da CNBB, foram idealizadas para rodar em plataforma web, conectada a um servidor de banco de dados.
Durante as votações, que podem acontecer até a próxima quinta-feira, 9, cada urna terá como responsável um presidente e um secretário, para garantir o sigilo e a privacidade dos eleitores, durante o processo. Após cada escrutínio, o sistema de gerenciamento das urnas se encarregará da apuração dos votos. Será emitido um relatório com o nome dos candidatos votados, por ordem decrescente, indicando se o candidato mais votado atingiu o percentual de votos exigido para aquele escrutínio.
O processo de votação – Para votar, cada bispo deverá se dirigir até o secretário da seção eleitoral. Assinada a lista de votação, o eleitor deverá entregar ao presidente sua carteira de identificação episcopal para validação e liberação da urna de votação. A carteira será posicionada sobre um leitor de cartão por rádio frequência, para que seja feita a leitura digital da matrícula.
Após a liberação da urna, será disponibilizada na tela uma cédula de votação contendo o cargo para qual está votando, o número do escrutínio e a informação: ‘Digite o número de matrícula do seu candidato’. Com a digitação do número de matrícula, aparecerá automaticamente a foto, o nome e a vinculação correspondente ao candidato escolhido. No mesmo instante, o sistema solicitará a confirmação do voto, apertando a tecla ‘SIM’. Caso o bispo aperte a tecla ‘NÃO’, o sistema voltará ao ponto inicial da votação, aguardando a digitação do número correto. Os votos de abstenção e nulos também serão computados, a fim de se calcular o número de votantes.
Para facilitar o processo, cada bispo recebeu um manual de instrução para uso do sistema de votação, com o número de matrícula de todos os candidatos e eleitores. Todos os membros da CNBB podem ser votados, mas apenas os bispos presentes na Assembleia Geral têm direito ao voto. Os bispos eméritos presentes na Assembleia Geral podem ser consultados, mas não têm direito ao voto.
Apuração dos votos – Com o término de cada escrutínio, será emitido um relatório com o nome de todos os candidatos votados com indicação se o mais votado alcançou o percentual necessário. Também serão emitidos relatórios individuais por urna, indicando somente o nome do eleitor, para auxiliar na análise quantitativa dos votos.
Será eleita uma comissão que acompanhará o processo de votação e apuração dos escrutínios. Com a aprovação por parte da Comissão, o resultado de cada escrutínio será apresentado à Presidência da CNBB. Se o mais votado atingir o percentual necessário, ele deverá manifestar publicamente sua aceitação para a finalidade a qual acaba de ser eleito. Caso o mais votado não tenha alcançado o percentual necessário ou, tendo atingido, apresente motivos para não aceitar a função para a qual foi eleito, será solicitado um novo escrutínio.
Será votada uma função por vez, podendo apenas ser votado outro cargo após o anúncio do eleito no escrutínio anterior.
Posse da nova presidência – A atual presidência permanece em suas funções até o término da 57ª Assembleia Geral, onde serão empossados os bispos eleitos para a nova presidência da CNBB, assim como os presidentes das Comissões Episcopais. A cerimônia de posse acontece na manhã da próxima sexta-feira, 10 de maio.
Por Franklin Machado
Fonte: http://www.cnbb.org.br
57º ASSEMBELIA DA CNBB: Novas diretrizes gerais propõem a ideia de comunidades eclesiais missionárias
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A preocupação da Igreja, com as novas diretrizes, não é com a quantidade mas com a qualidade de cristãos que, tendo feito a experiência do encontro com cristo, sejam testemunhas da alegria no mundo carente de sentido. Esta afirmação é de dom Leomar Brustolin, bispo auxiliar de Porto Alegre (RS) e membro da Comissão de redação do tema central da 57ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil
O bispo fez esta afirmação na reta final da aprovação das novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019-2023, processo que deve se concluir na manhã do sábado, 4 de maio.
O eixo fundamental das novas diretrizes, segundo ele, é a recuperação do sentido da casa. “A imagem da casa tem um sentido pedagógico e é entendida como lar e espaço de vida”, disse. A casa, no texto das diretrizes, é entendida como comunidade eclesial missionária sustentada por quatro pilares:
A Palavra – que aprofunda a iniciação à vida cristão e a iniciação bíblica e a ideia de ter comunidades fundadas em torno da palavra;
O Pão – que aprofunda a liturgia e a busca por viver a espiritualidade rumo à santidade tal como defende o papa Francisco em sua exortação Gaudete et Exsultate que personaliza a fé mas leva ao encontro do outro;
A Caridade – Baseado no que disse Paulo VI na ONU: “Que a Igreja é especialista em humanidade”, o texto das diretrizes aponta a necessidade das comunidades se preocuparem com os que mais sofrem e a defesa da vida em todos os sentidos.
A Missão – A exemplo do que pede o papa, o sentido da comunidade se realiza quando ela sai em missão e vai ao encontro das periferias existenciais.
O bispo falou da importância de pensar diretrizes para assegurar a comunhão e a colegialidade na Igreja no Brasil. “Como pensar a Igreja no Brasil, um país continental? Por isto é necessário ter um parâmetro”.
Dom Brustolin explicou todo o processo de produção dos textos da diretrizes. Segundo ele, o texto que os bispos estão aprimorando na 57ª Assembleia Geral já passou por duas rodadas de revisões e acréscimos por todos os bispos do Brasil antes do evento. Ele explicou que cada parágrafo está sendo votado e a previsão é que a votação das novas diretrizes termine na manhã do sábado.
A proposta das novas diretrizes tem um endereçamento que indica quais caminhos a Igreja no Brasil vai trilhar. O primeiro deles, é a questão urbana. “Onde chega a energia e a internet hoje chegam os valores do mundo urbano”, disse. Ele apontou que são fortes hoje os valores do individualismo e a solidão. O religioso falou que hoje o número de suicídios é um grande apelo à atuação da Igreja.
O central na avaliação do bispo é a proposta de uma experiência de Igreja que seja comunitária em oposição à uma fé que é vivida de forma “privatizada”. A ideia do humanismo integral e solidário, presente na Doutrina Social da Igreja, é expressa nas diretrizes nos desafios que falam de uma sociedade mais justa e fraterna.
Por CNBB.
Fonte: http://cnbbsul4.org.br
57º ASSEMBELIA DA CNBB: Bispos estudam conjuntura sociopolítica e renovam estudo sobre ambiente eclesial
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Em duas sessões de trabalho, durante a 57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada em Aparecida (SP), os bispos presentes acompanharam a exposição de estudos sobre a conjuntura eclesial e social. A doutora em economia Tânia Bacelar de Araújo, professora aposentada da Universidade Federal de Pernambuco, fez exposição sobre a situação econômica do Brasil. Em uma outra sessão de estudos, os bispos ouviram o arcebispo emérito de Aparecida (SP) e ex-presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, e dom Francisco Biasin, administrador apostólico da diocese de Barra do Pirai-Volta Redonda (RJ) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso.
Brasil: mudanças recentes e momento presente
A professora Tânia Bacelar fez sua apresentação com o título: “Brasil: mudanças recentes e momento presente”. Inicialmente, ela lembrou que avança a financeirização na economia mundial, isto é, a esfera da produção – que inclui a indústria, a agricultura e o comércio – perde em relação ao movimento de dinheiro que ocorre no mercado de títulos, bolsa de valores e outros. Consolidam-se, disse a professora, “novos paradigmas técnicos impactando na produção, no emprego, no consumo e na organização da sociedade“. Ela diz também que faz uma diferença ao mundo atual a crise ambiental, o avanço de novo modelo energético e o debate sobre o desenvolvimento em ambiente de ampliação de consciência ecológica.
Tânia também citou o “aumento da concentração da renda e desorganização da vida social em vários países (gerando emigração em massa), em paralelo ao avanço das propostas de redução do papel do Estado (força do liberalismo econômico), em meio à crise da democracia representativa e perda de espaço dos valores do humanismo“.
Após falar do processo econômico pelo qual o Brasil passa nas últimas décadas, a doutora encerrou sua conferência lembrando da economia impactada pela crise financeira, a retração da China e a queda mundial dos preços das commodities; limitações ao crescimento pelo consumo das famílias e rápido avanço da recessão, além do problema fiscal agravado pela desaceleração da receita e das medidas que ampliaram renúncias, despesas e divida pública.
Para além da conjuntura, a professora considerou: “Como não existe só crise, o Brasil precisa se reposicionar no ambiente mundial, marcado por mudanças econômicas e sociais importantes e redefinições geopolíticas“. E ainda constatou: “O debate sobre novas alternativas arrefeceu e as visões conservadoras avançam mundialmente“. E finalizou: “O momento brasileiro atual é desafiador: país perde peso econômico no mundo e população está empobrecendo“.
Conjuntura eclesial
O arcebispo emérito de Aparecida (SP) intitulou sua intervenção como análise de conjuntura eclesial de “Um breve olhar”: “Um olhar atento percebe muitas iniciativas na Igreja no Brasil, graças à participação do povo fiel, à atuação ministerial e aos serviços desempenhados pelos leigos e leigas nas nossas comunidades, pelo testemunho dos consagrados e consagradas, pela dedicação dos pastores, particularmente visibilizado pela solidariedade aos mais pobres, inclusive até o martírio“.
“Na atual cultura urbana”, disse dom Damasceno, “a conexão fornecida pela rede mundial, a internet, oferece muitas oportunidades para a comunicação e também para a presença da Igreja. Mas aí se encontra um dos grandes desafios no que se refere à presença da Igreja no mundo de hoje, à forma como ela passa a ser percebida principalmente pelo grande número de pessoas que não participam de sua vida no dia-a-dia. A tecnologia popularizada causa uma certa abolição do tempo e uma relativização do espaço. Na rede, o mundo transformou-se como numa cidade sem contornos nem confins. Há uma diluição das identidades em afirmações ideológicas nas quais predomina não a ‘razão comunicativa’, mas uma comunicação emocional”.
A Igreja, em sua atuação pastoral, sobretudo no novo espaço urbano “precisa levar em conta os efeitos dessa forma de comunicação para o conjunto de sua ação pastoral. Uma pequena amostra das dimensões desse desafio se encontra no debate das redes que atribui à Igreja, ao Papa, ou à CNBB o que nem sequer foi afirmado. Muitas vezes, ao debater o que foi efetivamente afirmado se interpreta de modo equivocado. A título de exemplo podemos citar as notícias controversas nas redes sociais sobre a nova tradução da Bíblia pela CNBB e a tradução do Novo Missal Romano, que foram motivos de críticas. São comuns expressões de agressão e violência gratuitas. A chave de interpretação tende a ser dualista e, em certa medida, maniqueísta“.
Dom Damasceno confessou: “Infelizmente, podemos afirmar que as manifestações mais exacerbadas contra a Igreja na rede são promovidas por grupos ou pessoas que fazem parte da Igreja. As vítimas prediletas entre nós são quase sempre a Conferência Episcopal, o Papa Francisco e, mais recentemente, uma pretensa oposição entre o Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI. Como afirma o Santo Padre na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, ‘é necessário reconhecer que se, por um lado, as redes sociais servem para nos conectarmos melhor, fazendo-nos encontrar e ajudar uns aos outros, por outro, prestam-se também a um uso manipulador dos dados pessoais, visando obter vantagens no plano político ou econômico, [eu acrescentaria a busca de prestígio], sem o devido respeito pela pessoa e seus direitos’”.
O ex-presidente da CNBB fez ainda a seguinte consideração: “chamo a atenção de que as mídias de inspiração católicas, particularmente nossas emissoras de rádio e nossas TV´s, têm um papel fundamental e deveriam contribuir mais para a correta informação e divulgação sobre os ensinamentos, pronunciamentos e as atividades da Igreja. É de se perguntar porque as manifestações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil não encontram o devido espaço nos nossos próprios meios de comunicação?“.
E finalizou: “procurei nessas poucas palavras expressar com franqueza o que trago em meu coração de emérito, que ama a Igreja, que ama a CNBB e quer viver até o fim amando e servindo aquela por quem o próprio Cristo se entregou na sua cruz e Páscoa”.
Ecumenismo
Na mesma sessão de estudos de conjuntura eclesial, falou dom Francisco Biasin. Ele fez sua análise na perspectiva do ecumenismo. “Falar em análise de conjuntura implica falar em ecumenismo, não apenas para tratar das relações ad extra da Igreja, mas para analisar algo que lhe constitutivo, uma nota própria: a unidade“. Dom Biasin fez, no início de sua exposição, uma retomada histórica do movimento ecumênico no Brasil, afirmando que “foi possível realizar um diálogo multilateral pelas organizações ecumênicas; e bilateral pelas comissões específicas. Cada um desses organismos ecumênicos tem sua dinâmica própria, sua pauta específica para o diálogo e um modo de agir, conforme a configuração que lhe é dada pelos seus contextos e sua membresia. Isso significa que o diálogo ecumênico acontece de modo situado, procurando responder às demandas da fé cristã em realidades bem concretas e ao mesmo tempo diversificadas“.
Sobre o presente, dom Biasin propôs questionamentos: “que frutos podem ser colhidos do cultivo da planta ecumênica?” Onde foi possível chegar no caminho percorrido? E respondeu: “Destacamos uma maior fraternidade entre as Igrejas pelo reconhecimento mútuo do batismo e pela afirmação dos valores do diálogo e do respeito mútuo, a prática da cooperação, o aumento da procura pela formação ecumênica, a intensificação da espiritualidade do diálogo“.
Dom Biasin, depois de analisar horizontes sociais, teológicos e espirituais, falou das perspectivas futuras: “não obstante os frutos colhidos, os obstáculos também são perceptíveis. O movimento ecumênico sente uma espécie de cansaço pelo atraso da comunhão tão esperada. Posturas de lideranças eclesiásticas por vezes fragilizam a convicção alicerçada nessa longa caminhada e em muitos ambientes, o espírito do diálogo, respeito mútuo e cooperação cede lugar a atitudes fundamentalistas e exclusivistas, atrasando a recepção dos frutos obtidos pelo exercício do diálogo na estruturas das Igrejas”.
Depois de aprofundar outros desafios, dom Biasin concluiu: “O princípio da caridade é que nos une e nos motiva no trabalho ecumênico: ‘se vos amardes uns aos outros, todos reconhecerão que sois meus discípulos‘(Jo 13,35)”. E afirmou: “para isto trabalhamos. Que o Espírito da Unidade nos oriente e nos sustente na nossa caminhada rumo à unidade do único Corpo de Cristo“.
Por CNBB.
Fonte: http://cnbbsul4.org.br
Sábado, 4 de maio-2019. 2ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, por quem fomos remidos e adotados como filhos, velai sobre nós em vosso amor de Pai e concedei aos que creem no Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 16-21)
16Ao anoitecer, os discípulos desceram para a beira-mar. 17Entraram no barco e foram na direção de Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo a eles. 18Soprava um vento forte, e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado uns cinco quilômetros, quando avistaram Jesus andando sobre as águas e aproximando- se do barco. E ficaram com medo. 20Jesus, porém, lhes disse: “Sou eu. Não tenhais medo!” 21Eles queriam receber Jesus no barco, mas logo o barco atingiu a terra para onde estavam indo.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz o episódio do barco no mar agitado. Jesus se encontra na montanha, os discípulos no mar e o povo em terra. Na maneira de descrever os fatos, João procura ajudar as comunidades a descobrir o mistério que envolvia a pessoa de Jesus. Ele faz isso evocando textos do Antigo Testamento que aludem ao êxodo.
Na época em que João escreve, o barquinho das comunidades enfrentava o vento contrário tanto da parte de alguns judeus convertidos que queriam reduzir o mistério de Jesus ao tamanho das profecias e figuras do Antigo Testamento, como da parte de alguns pagãos convertidos que pensavam ser possível uma aliança entre Jesus e o império.
João 6,15: Jesus na Montanha. Diante da multiplicação dos pães, o povo concluiu que Jesus devia ser o messias esperado. Pois, de acordo com a esperança do povo da época, o Messias iria repetir o gesto de Moisés de alimentar o povo no deserto. Por isso, de acordo com a ideologia oficial, o povo achava que Jesus fosse o messias e, por isso, quis fazer dele um rei (cf. Jo 6,14-15). Este apelo do povo era uma tentação tanto para Jesus como para os discípulos. No evangelho de Marcos, Jesus obrigou os discípulos a embarcar imediatamente e a ir para o outro lado do lago (Mc 6,45). Queria evitar que eles se contaminassem com a ideologia dominante. Sinal de que o “fermento de Herodes e dos fariseus”, era muito forte (cf. Mc 8,15). Jesus, ele mesmo, enfrenta a tentação por meio da oração na Montanha.
João 6,16-18. A situação dos discípulos. Já era tarde. Os discípulos desceram ao mar, subiram no barco e se dirigem a Cafarnaum, do outro lado do mar. João diz que já estava escuro e que Jesus ainda não tinha chegado. Além disso, soprava um vento forte e o mar ia ficando muito agitado. De um lado ele evoca o êxodo: atravessar o mar no meio das dificuldades. De outro lado evoca a situação das comunidades no império romano: como os discípulos, viviam no meio da noite, com vento contrário e mar agitado e Jesus parecia ausente!
João 6,19-20. A mudança da situação. Jesus chega andando sobre as águas do mar da vida. Os discípulos ficam com medo. Como na história dos discípulos de Emaús, eles não o reconhecem (Lc 24,28). Jesus se aproxima e diz: “Sou eu! Não tenham medo!” Aqui, de novo, quem conhece a história do Antigo Testamento, lembra alguns fatos muito importantes: (1) Lembra como o povo, protegido por Deus, atravessou sem medo o Mar Vermelho. (2) Lembra como Deus, ao chamar Moisés, declarou o seu nome dizendo: “Sou eu!” (cf. Ex 3,15). (3) Lembra ainda o livro de Isaías que apresenta o retorno do exílio como um novo êxodo, onde Deus aparece repetindo inúmeras vezes: “Sou eu!” (cf. Is 42,8; 43,5.11-13; 44,6.25; 45,5-7).
Para o povo da Bíblia, o mar era o símbolo do abismo, do caos, do mal (Ap 13,1). No Êxodo, o povo faz a travessia para a liberdade enfrentando e vencendo o mar. Deus divide o mar através de seu sopro e o povo atravessa com pé enxuto (Ex 14,22). Em outras passagens a Bíblia mostra Deus vencendo o mar (Gn 1,6-10; Sl 104,6-9; Pr 8,27). Vencer o mar significa impor-lhe os seus limites e impedir que ele engula toda a terra com suas ondas. Nesta passagem Jesus revela sua divindade dominando e vencendo o mar, impedindo que a barca de seus discípulos seja tragada pelas ondas. Esta maneira de evocar o Antigo Testamento, de usar a Bíblia, ajudava as comunidades a perceber melhor a presença de Deus em Jesus e nos fatos da vida. Não tenham medo!
João 6,22. Chegaram no porto desejado. Eles querem recolher Jesus no barco, mas não precisou, pois chegaram na terra para onde iam. Chegaram no porto desejado. Diz o Salmo: “Ele transformou a tempestade em leve brisa e as ondas emudeceram. Ficaram alegres com a bonança, e ele os guiou ao porto desejado”. (Sl 107,29-30)
4) Para um confronto pessoal
1-Na montanha: Por que Jesus busca um jeito de ficar sozinho para rezar depois da multiplicação dos pães? Qual o resultado da sua reza?
2-É possível caminhar hoje sobre as águas do mar da vida? Como?
5) Oração final
Exultai, justos, no SENHOR, que merece o louvor dos que são bons. Louvai o SENHOR com a cítara, com a harpa de dez cordas cantai-lhe. Cantai-lhe um cântico novo, tocai a cítara com arte, bradai. (Sl 32, 1-3)
PARTICIPAÇÃO DOS BISPOS DO REGIONAL NORTE 2 NA 57ª AGCNBB
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Diocese de Abaetetuba, Diocese de Bragança, Diocese de Cametá, Diocese de Castanhal, Diocese de Macapá, Diocese de Marabá, Diocese de Óbidos, Diocese de Ponta de Pedras, Diocese de Santarém,
Começou na última quarta-feira, 1º, em Aparecida-SP, a 57ª edição da Assembleia Geral dos Bispos do Brasil. A reunião segue até o próximo dia 10 de maio e conta com a participação de mais de 300 bispos que governam a Igreja no Brasil em suas respectivas dioceses, prelazias e administrações apostólicas.
O Regional Norte 2 que comporta 13 dioceses está com todos os seus bispos presentes na AGBB. Além disso, estão presentes também os bispos prelados eméritos: dom Erwin Kräutler, do Xingu; e dom José Luís Azcona Hermoso, do Marajó.
CETEL – O arcebispo metropolitano de Belém e vice-presidente da CNBB Norte 2, dom Alberto Taveira Corrêa, logo no segundo dia se fez presente na mesa principal do Centro de Eventos Pe. Vitor Coelho (local onde são realizadas as plenárias).
O metropolita integra a Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (CETEL) que é responsável pela tradução do Missal Romano. O trabalho perdurou mais de uma década e, agora finalizado, será enviado para aprovação do Vaticano.
Juventude –O bispo auxiliar de Belém, Dom Antônio de Assis Ribeiro, na tarde de ontem, 02, explanou sobre os trabalhos da Comissão Episcopal para a Juventude e a assimilação dos horizontes da nova Exortação Apostólica.
O bispo que é salesiano, integra a comissão e apresentou os seguintes desafios para a prática do que foi pensado pela Igreja no Sínodo para a Juventude.
Segundo ele, podem ser destacados sete desafios:
1 – A compreensão da nova organização da pastoral juvenil no Brasil. “Em muitos lugares, o Setor Juventude ainda não foi bem aceito e nem compreendido, sobretudo, por parte de um certo número de sacerdotes que continuam com a linguagem, estilo e visão do passado quando só havia a PJ (e seus grupos de jovens), e por isso, não considera a diversidade de expressões juvenis e nem outras formas de promoção da pastoral juvenil”, afirmou.
2 – Formação dos sacerdotes na área da pastoral juvenil através da promoção de Simpósios e Seminários sobre a Juventude.
3 – Organização sistemática do Setor Juventude nas Dioceses e Regionais através da elaboração de um Projeto Educativo-Pastoral do Setor Juventude.
4 – Configuração da Pastoral Juvenil como processo de crescimento, de amadurecimento humano e robustecimento da fé como discípulo de Jesus Cristo, superando a ideia da pastoral como promotora de eventos ‘soltos e fragmentados’, sem metas.
5 – Experiências que valorizem e envolvam a juventude em outras áreas eclesiais. “Constatamos, por todos os lugares, que o maior envolvimento dos jovens em nível Paroquial, acontece na liturgia ou na catequese… Isso é bom, mas faz-se necessário explorarmos outras dimensões, por exemplo, o esporte, o lazer, as artes (música, dança, teatro), experiências evangelizadoras… A experiência do Oratório sintetiza essa proposta de pastoral juvenil pluridimensional. A pastoral juvenil não deve deixar de lado a dimensão lúdica, festiva e artística”, pontuou dom Antônio.
6 – Rejuvenescimento das Pastorais através do compromisso dos líderes para acolherem a juventude.
7 – Atenção na qualidade do processo catequético do Crisma. “Infelizmente, ainda há um significativo número de jovens que abandonam a comunidade católica após a recepção do Sacramento;Por que isso acontece? Certamente é porque não foram bem preparados, não fizeram a experiência de engajamento, não conheceram profundamente a Jesus Cristo e nem a beleza da Igreja… Muitos, não só deixam de estar engajados na Igreja Católica, mas saem dela e se tornam neopentecostais. Por isso, a pastoral juvenil deve caminhar em sintonia com a pastoral catequética”, lamentou dom Antônio.
O bispo de Marabá, dom Vital Corbellini e o bispo prelado emérito do Marajó, dom Azcona, fizeram intervenções em seguida e trouxeram outras reflexões para o grupo.
Ministérios – O bispo prelado de Itaituba, dom Wilmar Santin, esteve na manhã desta sexta-feira, 03, na Sala de Imprensa da AGBB. O prelado participou do meeting point (oportunidade de contato com os bispos por meio de abordagens temáticas adicionais à programação oficial da Assembleia da CNBB). O tema tratado por ele, foi: “Novos ministérios na realidade amazônica – rumo ao Sínodo 2019”.
Dom Wilmar inicialmente ponderou os quatro tipos de Ministérios elencados no documento 62 da CNBB cujo título, é: “Missão e Ministérios dos Cristãos Leigos e Leigas”. No documento, são citados os Ministérios: reconhecidos, confiados, instituídos e ordenados.
“Após o Concílio Vaticano II é que se colocou ênfase no ministério dos leigos, uma igreja toda ministerial. A origem de todo ministério é sempre o Espírito Santo, que suscita carismas e pessoas para algum serviço, não sendo, no entanto, algo para proveito próprio mas sim para o bem da comunidade, como afirma São Paulo no capitulo 12 de sua carta aos Coríntios”, destacou dom Wilmar.
O prelado elencou e explicou os quatro ministérios de acordo com o documento 62, aprovado na AGBB de 1999:
1 – Ministérios simplesmente “reconhecidos”. “São normalmente aqueles ligados a um serviço significativo para a comunidade, mas considerado não tão permanente, podendo vir a desaparecer, quando variarem as circunstâncias. Recebem este nome porque muitas das funções que os leigos e as leigas exercem em vários níveis da Igreja são assumidos sem nenhuma formalidade canônica e, mesmo, sem um gesto litúrgico; mas são formas verdadeiramente ministeriais de se assumir corresponsavelmente a vida e a missão da Igreja, dentro do processo comunitário e do planejamento eclesial e recebem o reconhecimento em modalidades que variam muito da comunidade e de outras instâncias eclesiais”, explicou.
2 – Ministérios “confiados”, quando conferidos ao seu portador por algum gesto litúrgico simples ou alguma forma canônica; “É o caso dos Ministros da Eucaristia, eles recebem um mandato dentro de uma celebração. É bom destacar que continuam leigos, não se tornam ‘quase-padre’ ao receberem este ministério que a Igreja os confia”, disse.
3 – Ministérios “instituídos”, quando a função é conferida pela Igreja através de um rito litúrgico chamado “instituição”; Segundo dom Wilmar, estes ministérios são mais formais e canônicos haja vista que constitui acólitos e leitores.
4 – Ministérios “ordenados” = diaconato, sacerdócio e episcopado.
Experiência na Prelazia de Itaituba – Ainda no meeting point, dom Wilmar destacou uma experiência.
“Numa reunião do Clero nós nos questionamos acerca da assistência às nossas comunidades. Muitas são distantes umas das outras, as estradas não ajudam os ministros ordenados a chegarem e saírem com rapidez. Então chegamos à conclusão de que precisávamos investir na formação dos Ministros da Palavra. Foi o que nós fizemos! Em quatro anos formamos uma turma de 24 em uma região de Jacareacanga – PA, quase fronteira com o Mato Grosso, numa área dos índios munduruku, onde vivem aproximadamente 14 mil índigenas em diversas aldeias. Dois anos depois, formamos outra turma de 24 novos ministros da Palavra. Hoje são 48 Ministros da Palavra que evangelizam na sua língua”, destacou, de modo emocionado, dom Wilmar.
Fonte: http://cnbbn2.com.br
SEXTA-FEIRA 3. Terceiro dia de trabalhos da 57ª Assembleia Geral dos Bispos da CNBB
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Ao todo, são 138 os profissionais da imprensa que se inscreveram para acompanhar de perto o trabalho da Assembleia.
Silvonei José - Aparecida
Terceiro dia de trabalhos da 57ª Assembleia Geral dos Bispos da CNBB em Aparecida. O dia começou com a celebração da Santa Missa no Santuário Nacional presidida por Dom Paulo Mascarenhas Roxo, bispo emérito de Mogi das Cruzes – SP. Tema da celebração, bispos eméritos.
Já no dia de ontem, (02/05) a celebração foi na intenção dos novos bispos, aqueles que foram nomeados e ordenados pelo Papa Francisco desde a última assembleia – período de abril de 2018 a abril de 2019. A Missa foi presidida pelo núncio apostólico no Brasil, dom Giovanni D´Aniello.
Durante a homilia, o núncio meditou sobre o Evangelho de João 3,31-36, que diz que “Aquele que vem do alto está acima de todos”. Dom Giovanni ressaltou que a Igreja ainda celebra o tempo pascal.
“Celebrar a páscoa de Cristo é ter a certeza que Ele ressuscitou, que está vivo e este é o fundamento da nossa fé. Por isso, a fé na ressurreição de Jesus e o Próprio a marca distintiva da fé cristã. Porque Cristão é aquele que crê que Jesus não é um personagem do passado, mas está vivo nas nossas vidas e na Sua Igreja. Não estamos só porque Jesus vivo e ressuscitado está sempre conosco”, destacou.
Entre os vários temas dessa Assembleia Geral um deles é o da Reforma da Previdência. Por ocasião do Dia do Trabalhador, (01/05) a Assembleia divulgou uma nota e, sobre ela, o bispo de Lajes (SC), Dom Guilherme Werlang, enfatizou alguns pontos na primeira coletiva, realizada na trade de quarta-feira.
Dom Guilherme, termina neste ano seu segundo mandato à frente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz. Ele, que mantém uma posição firme junto às minorias e aos pobres, explicou que a Igreja sempre lutará pela dignidade da pessoa e isso resulta, atualmente, numa preocupação com os mais de 12 milhões de desempregados no país.
“Manifestamos nossa preocupação com o grave problema do desemprego”, disse o bispo. “Todas as pessoas deveriam podem viver e dar dignidade de vida à sua família a partir do próprio trabalho”, completou.
Dom Werlang assinalou também que não é justo que, após anos de trabalhos exaustivos, as pessoas caiam na insegurança e dependência de outras pessoas. “Temos que lutar para que o direito a uma aposentadoria digna seja assegurado”, enfatizou.
Outros dois bispos também tomaram a palavra. Dom José Belisário, que apresentou a organização dos trabalhos dos bispos para a aprovação das novas diretrizes gerais e Dom Murilo Krieger, vice-presidente da CNBB, que deu um panorama geral da assembleia e suas discussões.
Dom Murilo citou alguns temas que vão tomar corpo na assembleia, como a aprovação da tradução da terceira edição do Missal Romano, a Campanha da Fraternidade de 2021, a 6ª Semana Social Brasileira, o Mês Extraordinário Missionário, o Sínodo da Amazônia, e ainda uma carta aos bispos de Moçambique, a mensagem do Papa Francisco, entre outros temas.
Dom Belisário reforçou que a assembleia tem, a cada quatro anos, a missão de aprovar as diretrizes gerais e, coincidentemente, as eleições da presidência e das comissões da CNBB. Sobre as diretrizes, ele apontou que o documento traz uma inspiração para o trabalho evangelizador das dioceses e dos diversos segmentos da Igreja no Brasil, mas não são planos pastorais. Ele disse ainda que o texto tem como base quatro pilares: Palavra de Deus, Liturgia, Caridade e Missão.
Imprensa
Ao todo, são 138 os profissionais da imprensa que se inscreveram para acompanhar de perto o trabalho do episcopado brasileiro.
Uma modalidade a mais de relação dos bispos com os jornalistas e mídias que cobrem a Assembleia Geral foi proposta pela assessoria de imprensa da CNBB com o objetivo de aprofundar assuntos referentes à ação da Igreja no Brasil. É o famoso “Meeting Point”.
A ideia é que eles se realizem em seis dias da 57ª Assembleia Geral da CNBB. O primeiro ocorreu na quinta-feira, dia 02 de maio, às 9h, com o tema Exortação Sinodal “Christus vivit” e desafios da recepção no Brasil do sínodo sobre a Juventude. Fonte: www.vaticannews.va
Quinta-feira, 2 de maio-2019. 2ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei, ó Deus, que vejamos frutificar em toda a nossa vida as graças do mistério pascal, que instituístes na vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 3, 31-36)
Naquele tempo, João Batista disse aos seus discípulos: 31Aquele que vem do alto está acima de todos. Quem é da terra, pertence à terra e fala coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32Ele dá testemunho do que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois ele dá o espírito sem medida. 35O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. 36Aquele que crê no Filho tem a vida eterna. Aquele, porém, que se recusa a crer no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.
3) Reflexão
No dia 12 de janeiro deste ano meditamos João 3,22-30, que traz o último testemunho de João Batista a respeito de Jesus. Era a resposta dada por ele aos seus discípulos, e na qual reafirmou que ele, João, não é o Messias mas apenas o precursor (Jo 3,28). Naquela ocasião, João disse aquela frase tão bonita que resume o seu testemunho: "É necessário que ele cresça e eu diminua!" Esta frase é o programa de todos e de todas que querem seguir Jesus.
Os versículos do evangelho de hoje são, novamente, um comentário do evangelista para ajudar as comunidades a entender melhor todo o alcance das coisas que Jesus fez e ensinou. Temos aqui uma outra amostra daqueles três fios de que falamos ontem.
João 3,31-33: Um refrão que sempre volta. Ao longo do evangelho de João, muitas vezes aparece o conflito entre Jesus e os judeus que contestam as palavras de Jesus. Jesus fala a partir do que ele ouve do Pai. Ele é total transparência. Os seus adversários, por não se abrirem para Deus e por se agarrarem nas suas próprias idéias aqui da terra, não são capazes de entender o significado profundo das coisas que Jesus vive, diz e faz. No fim, é este mal-entendido que vai levar os judeus a prender e condenar Jesus.
João 3,34: Jesus nos dá o Espírito sem medida. O evangelho de João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito desceu sobre Jesus "como uma pomba, vinda do céu" (Jo 1,32). É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despediu, ele disse que ia enviar um outro consolador, um outro defensor, para ficar conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através da sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós. Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo!" (Jo 20,22). O Espírito é como água que jorra de dentro das pessoas que crêem em Jesus (Jo 7,37-39; 4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: "Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados serão perdoados; aqueles aos quais retiverem, serão retidos" (Jo 20,23). O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado pleno das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus podemos adorar a Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade do Espírito de que fala São Paulo: "Onde há o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" (2Cor 3,17).
João 3,35-36: O Pai ama o filho. Reafirma a identidade entre o Pai e Jesus. O Pai ama o filho e entregou tudo em sua mão. São Paulo dirá que em Jesus habita a plenitude da divindade (Col 1,19; 2,9). Por isso, quem aceita Jesus e crê em Jesus ele já tem a vida eterna, pois Deus é vida. Quem recusa crer em Jesus se coloca a si mesmo do lado de fora.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus nos comunica o Espírito sem medida. Você teve ou tem alguma experiência desta ação do Espírito em sua vida?
2) Quem crê em Jesus tem a vida eterna. Como isto acontece hoje na vida das famílias e das comunidades?
5) Oração final
O SENHOR está perto de quem tem o coração ferido, salva os ânimos abatidos. Muitas são as desventuras do justo, mas de todas o SENHOR o livra. (Sl 33, 19-20)
Dom José Belisário apresenta o tema central da 57ª Assembleia Geral da CNBB
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“As Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil não são um plano, mas sim uma inspiração para o trabalho evangelizador da Igreja” – Com essas palavras, o arcebispo de São Luís (MA) e coordenador da comissão de redação do texto das novas diretrizes, dom José Belisário, apresentou aos jornalistas presentes na primeira coletiva de imprensa da 57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na tarde de ontem, 01 de maio, o tema central do encontro.
Durante a coletiva, dom Belisário apresentou o processo de construção do texto que será aprovado até o próximo sábado, 4 de maio pelo episcopado brasileiro. De acordo com o bispo, o texto, que começou a ser construído em agosto de 2018, teve sua primeira redação enviada para todos os bispos do Brasil em janeiro de 2019. “Os bispos devolveram as impressões, alguns com sugestões pontuais de mudanças, emendas e supressões. A partir das sugestões recebidas, o texto foi adaptado, contemplando quase todas as observações”, declarou o bispo.
Dom Belisário ressaltou, que, “as eleições para a presidência da CNBB acontecem após a aprovação do texto das Novas Diretrizes, pois é a partir dela que se pensa os novos rumos para a Conferência”.
Os quatro pilares
Dom Belisário disse aos jornalistas que o texto apresentado aos bispos procura traduzir as preocupações da Igreja no Brasil. “Há uma predominância da cultura urbana em todo o Brasil e ousamos apresentar este plano de fundo na construção do material. Nós vivemos em uma realidade diferenciada com situações de mudanças muito profundas. Desta forma tentamos, com o texto que que a comissão de redação produziu, dar continuidade na construção da Casa de Deus, colocando em evidencia os pilares sob os quais esta casa é construída, disse.
O primeiro pilar apresentado no texto das novas diretrizes é o da ‘Palavra de Deus’ que é o fundamento do processo de evangelização; seguido pela ‘Liturgia’, que apresenta a espiritualidade da Igreja; o terceiro pilar é a ‘Caridade’, que ajuda o povo de Deus a construir um mundo melhor e o quarto é a ‘Missão’, pois a Igreja, segundo o bispo, não vive para ela mesma.
De quatro em quatro anos, o tema central da Assembleia Geral da CNBB sempre é a atualização das Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Da tarde de ontem (01) até o próximo sábado (04), a programação da 57ª Assembleia Geral da CNBB será especialmente voltada ao estudo e aprimoramento do texto apresentado para os bispos.
Por Franklin Machado
Fonte: http://www.cnbb.org.br
Como funciona a fábrica dos mártires
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“Quem morre pela fé entra por direito próprio nas fileiras dos justos?”
A reflexão é do historiador italiano Alberto Melloni, professor da Universidade de Modena-Reggio Emilia e diretor da Fundação de Ciências Religiosas João XXIII, de Bolonha, em artigo publicado por La Repubblica, 28-04-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o artigo.
Depois do massacre de cristãos nos dias da Páscoa no Sri Lanka, retorna uma pergunta que atravessa a história (e a política) da Igreja desde as origens: quem morre pela fé entra por direito próprio na fileira dos justos?
A fila de coptas e evangélicos, siríacos e protestantes, ortodoxos e católicos mortos enquanto rezavam aumentou com os massacres da Páscoa no Sri Lanka: para todos era evidente e imediato falar de “mártires”. Palavra de origem grega que indica as testemunhas da fé marcadas pela mansidão de Cristo, independentemente de quem as mata, e que reagrupa uma “nuvem” de indivíduos: na tradição bíblica, os nomes de pessoas realmente têm expressividade, porque todos têm a ver com o nome impronunciável de Deus.
Um dos livros do profeta Isaías começa com a visão da redenção (Is 56, 5), em que, a todos os justos, será dado “um posto e um nome” (“Yad Vashem”, como diz a epígrafe do museu da Shoá de Jerusalém): porque quem não tem nome está realmente perdido. Jesus faz parte dessa tradição: os seus discípulos mais próximos rezam: “santificado seja o vosso Nome”, e a tradição evangélica conserva uma memória nítida dos seus nomes.
A comunidade cristã – mesmo depois do distanciamento do judaísmo – associa aos nomes daqueles “apóstolos” mortos pela fé ou na fé também os nomes dos outros mártires, dos quais escritos são conhecidos (por exemplo, Inácio ou Policarpo) ou dos quais se transmite o relato da morte. Uma narrativa que se torna gênero literário específico para documentar a repetição nos mártires da mansidão de Jesus (e que tem um paralelo judaico no Midrash Eleh Ezkerah sobre o martírio dos 10 rabinos nos tempos de Adriano).
Os nomes dos mártires cristãos entram na liturgia (o cânone romano os repete em uma primeira série que começa com “Lino, Cleto, Clemente, Sisto, Cornélio, Cipriano etc.” e uma segunda que termina com “Ágata, Lúcia, Inês, Cecília, Anastácia”). Esses nomes, depois, entram em um calendário que fixa a memória do seu “natal no céu” e, posteriormente, em uma sequência que se tornou mais densa pelo fato de que, ao lado dos mártires, são acrescentados os santos identificados pelo culto das Igrejas ou dos concílios, antes que o papado advogasse para si o ato de canonização.
Nasceu assim o "martirológio": isto é, um calendário de mártires e santos. Conhecemos um siríaco desde o século III-IV, do qual derivam os gregos de Nicomédia e os que dariam origem ao Synaxarion da Igreja grega e ao Menologion da Rússia.
A tradição ítalo-gaulesa produziria outros martirológios: a do século V atribuído a Jerônimo e depois as suas refeituras, cada vez mais atentas em recordar um pedaço de vida para cada nome. Quanto a muitos outros aspectos, a reforma tridentina marcará uma virada decisiva: apagará esses patrimônios para impor um martirológio “romano” uniforme, promulgado por Gregório XIII em 1584 com base no trabalho histórico de Cesare Baronio – e depois remodelado pelos sucessores com a exigência de suprimir as figuras lendárias e integrar cada data com os novos nomes e as suas vidas. Exigência que percorreu a Igreja Católica até o Concílio Vaticano II, que dispôs uma reforma: o novo martirológio seria promulgado em 2001 com 6.538 nomes empilhados em 365 dias, para acolher as milhares de canonizações e beatificações de João Paulo II.
Uma abundância que, no fim, evidencia apenas as canonizações adiadas mesmo na presença de um martírio flagrante: como o de Dom Romero, morto ao altar, em San Salvador, em 1980; ou o dos trapistas de Tibhirine, decapitados na Argélia da guerra civil em 1996.
Porém, já então ficava evidente que o martirológio não podia mais ser o que fora: grande demais e, ao mesmo tempo, pequeno demais para acolher aquela nuvem de assassinados do século XX que o próprio Wojtyla, em uma liturgia tocante e constrangedora do ano 2000, em frente ao Coliseu, indicou como “testemunhas”. Um constrangimento que mostrava que havia três fatos contra os quais non valet argumentum.
O primeiro é que, diante do martírio, o povo de Deus – ao qual até o direito vigente da Igreja Católica reconhece um papel – se move em virtude do sensus fidei. Tanto no catolicismo, onde o Papa Francisco sanou as omissões e estabeleceu uma “quarta via” da santidade; quanto entre as Igrejas que já consideram Elizaveta Fedrovna ou Dietrich Bonhöffer ou Martin Luther King ou Oscar A. Romero como parte da própria tradição.
Pois – e este é o segundo fato – os assassinos dos cristãos (sejam ateus ou de outra ideologia religiosa) não distinguem com base na Igreja ou na distância teológica entre Igrejas. Eles matam com base em uma equivalência ideológica – cristianismo igual a Ocidente – que só é vista por eles e por aquele mundo ultraconservador pronto para recorrer à violência para fins políticos ou de ódio político.
Mas aqueles mártires que são de todos, crentes e não crentes, não pedem apenas que as Igrejas tenham um martirológio ecumênico, como o do Conselho Mundial de Igrejas, no qual os monges de Bose também trabalham. Eles pedem que se esclareça o quanto a divisão cristã (que criou muitos mártires recíprocos, começando em Ulsterou na Ucrânia) faz parte do ódio que intoxica o mundo e o que mais é preciso para uma comunhão plena que reconheça o Cristo no mesmo cálice, na mesma palavra e na carne do pobre.
Por fim, o terceiro fato: há um martírio que vê cristãos mortos não por ódio “à fé”, mas a um senso de justiça nutrido pelo Evangelho, como se entende pensando na história de Vittorio Bachelet, de Rosario Livatino, de Piersanti Mattarella e de tantos outros. E se prolonga nos milhares de fiéis, cristãos e não cristãos, que sofrem a violência com aquela mansidão consciente que é o traço “crístico”, antes ainda que cristão, do martírio.
O martirológio da humanidade em busca da justiça compõe uma espécie de livro dos livros que é de todos e de ninguém: e que mede toda pessoa com a mansa severidade do sangue inocente derramado por nada, como sempre. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
1º Maio – São José Operário: Evangelho do dia.
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
1) Oração
Ó Deus, criador do universo, que destes aos seres humanos a lei do trabalho, concedei-nos, pelo exemplo e proteção de são José, cumprir as nossas tarefas e alcançar os prêmios prometidos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo Mateus (Mt 13,54-58)
54Foi para a sua cidade e ensinava na sinagoga, de modo que todos diziam admirados: Donde lhe vem esta sabedoria e esta força miraculosa? 55Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs, não vivem todas entre nós? Donde lhe vem, pois, tudo isso? 57E não sabiam o que dizer dele. Disse-lhes, porém, Jesus: É só em sua pátria e em sua família que um profeta é menosprezado. 58E, por causa da falta de confiança deles, operou ali poucos milagres.
3) Reflexão - Mt 13,54-58
Hoje, na festa de São José operário, o evangelho descreve como foi a visita de Jesus em Nazaré, sua cidade, onde conviveu durante 30 anos e aprendeu de José, seu pai, a profissão de carpinteiro. A passagem por Nazaré foi dolorosa para Jesus. O que antes era a sua comunidade, agora já não é mais. Alguma coisa mudou. No evangelho de Marcos, esta experiência de rejeição por parte do povo de Nazaré (Mc 6,1-6ª) levou Jesus a mudar sua prática pastoral. Ele envia seus discípulos em missão e dá-lhes instruções de como relacionar-se com as pessoas (Mc 6,6b-13).
Mateus 13,54-57ª: Reação do povo de Nazaré frente a Jesus.
Jesus se criou em Nazaré. Quando iniciou sua pregação ambulante, saiu de lá e fixou domicílio em Cafarnaum (Mt 4,12-14). Após longa ausência, voltou para sua terra e, como de costume, no dia de sábado, foi para a reunião da comunidade. Jesus não era coordenador, mesmo assim tomou a palavra e começou a ensinar o povo que estava na sinagoga. Sinal de que as pessoas podiam participar e expressar sua opinião. Mas o povo não gostou das palavras dele. O Jesus, que eles tinham conhecido desde criança, já não parecia ser o mesmo. Como é que ele ficou tão diferente? Lá em Cafarnaum o povo aceitava o ensinamento de Jesus (Mc 1,22), mas aqui em Nazaré o povo se escandalizou. Eles diziam: "De onde vêm essa sabedoria e esses milagres? Esse homem não é o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs, não moram aqui conosco? Então, de onde vem tudo isso?" Eles não aceitaram o mistério de Deus presente num homem comum como eles! Para poder falar de Deus Jesus teria de ser diferente deles! Não deram conta de crer nele. Nem tudo foi bem sucedido para Jesus. As pessoas que deveriam ser as primeiras a aceitar a Boa Nova, de Deus estas eram as que mais se recusavam a aceitá-la. O conflito não era só com os de fora de casa, mas também e sobretudo com os próprios parentes e com o povo de Nazaré.
Mateus 13,57b-58: Reação de Jesus diante da atitude do povo de Nazaré.
Jesus sabe muito bem que “santo de casa não faz milagre”. Ele diz: "Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família". De fato, onde não existe abertura nem fé, ninguém pode fazer nada. O preconceito o impede. Jesus, mesmo querendo, não podia fazer nada. O evangelho de Marcos diz expressamente: “Jesus não pôde fazer milagres em Nazaré. Apenas curou alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ele admirou-se da incredulidade deles” (Mc 6,5-6).
Os irmãs e as irmãs de Jesus.
A expressão “irmãos e irmãs de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes. Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus teve mais irmãos e irmãs e que Maria teve outros filhos! Os católicos dizem que Maria não teve outros filhos. O que pensar disso? Em primeiro lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição das suas respectivas Igrejas. Por isso, não convém brigar nem discutir esta questão com argumentos só de cabeça. Pois trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com o sentimento de ambos. Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração! Apenas irrita e afasta! Mesmo quando não concordo com a opinião do outro, devo sempre respeitá-la. Em segundo lugar, em vez de brigar em torno de textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos bem mais para lutar em defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé, pelo desrespeito à natureza. Deveríamos lembrar algumas outras frases de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância”(Jo 10,10). “Que todos sejam um, para que o mundo creia que Tu, Pai, me enviaste”(Jo 17,21). “Não o impeçam! Quem não é contra nós é a favor”(Mc 10,39.40).
4) Para confronto pessoal
1-Jesus teve problemas com a sua família. Desde que você começou a participar na comunidade, alguma coisa mudou no relacionamento com sua família?
2-Jesus não pôde fazer muitos milagres em Nazaré. Por que a fé é tão importante? Será que Jesus não podia mesmo fazer milagre sem a fé das pessoas? O que significa isto hoje para mim?
5) Oração final
Antes que se formassem as montanhas, e a terra e o universo fossem gerados, desde toda a eternidade vós sois Deus (Sl 89).
CNBB divulga mensagem por ocasião do Dia do trabalhador e da trabalhadora do Brasil
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Por ocasião do 1º de maio – data em que se celebra o Dia do Trabalhador (a), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulga mensagem aos trabalhadores e às trabalhadoras brasileiros e se une eles manifestando-lhes estima, solidariedade e gratidão.
A mensagem afirma a urgência de assegurar o direito ao trabalho e reafirma “a dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras, de modo a garantir seu justo sustento e de suas famílias, combatendo o desemprego, o trabalho escravo, a precarização das relações de trabalho e a perda de direitos trabalhistas, dentre outros problemas que têm causado tanto sofrimento ao povo brasileiro”.
Ainda segundo o documento, a presidência da CNBB manifesta, de modo especial, a preocupação com o grave problema do desemprego. “A flexibilização de direitos dos trabalhadores, institucionalizada pela lei 13.467 de 2017, como solução para superar a crise, mostrou-se ineficiente. Além de suscitar questionamentos éticos, o desemprego aumentou e já são mais de treze milhões de desempregados. O Estado não pode abrir mão do seu papel de mediador das relações trabalhistas, numa sociedade democrática”.
Eis a íntegra da Mensagem:
Mensagem por ocasião do 1º de maio: Dia do Trabalhador e da Trabalhadora
"Do trabalho de tuas mãos comerás, serás feliz, tudo irá bem” (Sl 128,2)
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, através de sua Presidência, iluminada pela Palavra de Deus e a Doutrina Social da Igreja, se une aos trabalhadores e às trabalhadoras, da cidade e do campo, por ocasião do dia 1º de maio, manifestando-lhes estima, solidariedade e gratidão.
O trabalho digno, para além de cumprir a necessária tarefa de prover as necessidades materiais, “constitui uma dimensão fundamental da existência do ser humano sobre a terra” (Laborem Exercens, 4) e de sua participação na obra do Criador. Urge assegurar o direito ao trabalho e reafirmar a dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras, de modo a garantir seu justo sustento e de suas famílias, combatendo o desemprego, o trabalho escravo, a precarização das relações de trabalho e a perda de direitos trabalhistas, dentre outros problemas que têm causado tanto sofrimento ao povo brasileiro. Para tanto, é indispensável a atuação dos Poderes Públicos, bem como a participação da sociedade civil: empresários, sindicatos, igrejas, trabalhadores e trabalhadoras. Neste esforço, como ensina o Papa Francisco, “é preciso reconhecer um grande mérito àqueles empresários que, apesar de tudo, não deixaram de se comprometer, de investir e arriscar para garantir o emprego” (Papa Francisco, 22 de setembro de 2013). Ao mesmo tempo, devemos reconhecer o valor dos sindicatos, expressão do perfil profético da sociedade (Papa Francisco, 28 de junho de 2017).
Reafirmamos o princípio orientador da Doutrina Social da Igreja sobre a primazia do trabalho e do bem comum sobre o lucro e o capital. Nos nossos dias, difunde-se o paradigma da utilidade econômica como princípio das relações sociais e, por isso, de trabalho, almejando a maior quantidade possível de lucro, imediatamente e a todo o custo, em detrimento da dignidade e dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Manifestamos, de modo especial, a nossa preocupação com o grave problema do desemprego. A flexibilização de direitos dos trabalhadores, institucionalizada pela lei 13.467 de 2017, como solução para superar a crise, mostrou-se ineficiente. Além de suscitar questionamentos éticos, o desemprego aumentou e já são mais de treze milhões de desempregados. O Estado não pode abrir mão do seu papel de mediador das relações trabalhistas, numa sociedade democrática.
A participação dos trabalhadores e dos sindicatos, na discussão da Previdência social, é fundamental para a preservação da dignidade dos trabalhadores e de sua justa e digna aposentadoria, especialmente dos que se encontram mais fragilizados na sociedade. Reconhecer a necessidade de avaliar o sistema não permite desistir da lógica da solidariedade e da proteção social através da capitalização, como propõe a PEC 06/2019. Também não é ético desconstitucionalizar regras da Previdência, inseridas na Constituição de 1988.
Nosso olhar volta-se também para os jovens. Segundo o Papa Francisco, o desemprego juvenil é a “primeira e mais grave” forma de exclusão e de marginalização dos jovens (Christus Vivit, 270). A impossibilidade de trabalho gera a perda do sentido da vida e, consequentemente, leva à pobreza e à marginalização.
Incentivamos os trabalhadores e trabalhadoras e as suas organizações a colaborarem ativamente na construção de uma economia justa e de uma sociedade democrática.
Trabalhadores e trabalhadoras, sobre cada um de vocês e de suas famílias, suplicamos as bênçãos de Deus, pela intercessão de São José Operário e Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.
Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB
Dom Murilo S.R. Krieger, SCJ
Arcebispo de São Salvador
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo U. Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
Brasília-DF, 1º de maio de 2019
Fonte: http://www.cnbb.org.br
Pastor é preso por abusar de mulheres durante “cura espiritual”
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Wagner Martins Pereira, de 44 anos, teria acariciado as partes íntimas de uma das vítimas para “expulsar demônios”
Um pastor evangélico de 44 anos foi preso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, sob a acusação de abusar de fiéis durante trabalho “espiritual”. Pelo menos quatro mulheres teriam sido vítimas do suspeito, Wagner Martins Pereira, que, entre outras coisas, teria acariciado as partes íntimas de uma das vítimas para “expulsar demônios”.
A prisão foi anunciada em entrevista na tarde desta segunda-feira (29/04/2019) pela delegada Ana Cristina Marques Bernardes. O pastor foi para a cadeia na última sexta (26/04/2019) após ter a prisão decretada pela Justiça.
A delegada contou que ele falava em cura espiritual e quebra de maldição para tentar convencer as mulheres. “Ele aproveitava o momento de fragilidade das vítimas, que enfrentavam problemas pessoais”, explicou.
O caso que o levou à prisão ocorreu em dezembro do ano passado e envolveu uma frequentadora da Igreja Ministério Comunidade da Família, fundada por ele em espaço anexo à sua casa, no Bairro Lídice.
A mulher de 32 anos diz que o homem a convenceu certa vez a se despir para ser ungida com um óleo, ocasião em que tocou suas partes íntimas. Depois disso ele teria voltado a procurá-la outras vezes, mas ela foi aconselhada por amigas a registrar a queixa. E antes disso gravou algumas conversas que foram entregues à polícia.
Irregular
O pastor responderá pelo crime de violação sexual, que pode render até 6 anos de reclusão. Apesar de ele contar com ajudantes e até realizar casamentos e batismos no local, a igreja estaria funcionando ilegalmente.
O processo do abuso corre em segredo de Justiça e a defesa do acusado informou que não se manifestará agora porque ainda está se inteirando sobre os autos. Fonte: https://www.metropoles.com
Terça-feira, 30 de abril-2019. 2ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Fazei-nos, ó Deus todo-poderoso, proclamar o poder do Cristo ressuscitado, e, tendo recebido as primícias dos seus dons, consigamos possuí-los em plenitude. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 3, 7b-17)
Naquele tempo Jesus disse a Nicodemos: 7bÉ necessário para vós nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito”. 9Nicodemos, então, perguntou: “Como pode isso acontecer?” 10Jesus respondeu: “Tu és o mestre de Israel e não conheces estas coisas? 11Em verdade, em verdade, te digo: nós falamos do que conhecemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho. 12Se não acreditais quando vos falo das coisas da terra, como ireis crer quando eu vos falar das coisas do céu? 13Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu: o Filho do Homem. 14Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também será levantado o Filho do Homem, 15a fim de que todo o que nele crer tenha vida eterna”.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz uma parte da conversa de Jesus com Nicodemos. Nicodemos tinha ouvido falar das coisas que Jesus realizava, ficou impressionado e queria conversar com Jesus para poder entender melhor. Ele pensava conhecer as coisas de Deus. Vivia com o livrinho do passado na mão para ver se o novo que Jesus anunciava estava de acordo. Na conversa, Jesus disse que a única maneira para ele, Nicodemos, poder entender as coisas de Deus era nascer de novo! Às vezes, nós somos como Nicodemos: só aceitamos como novo aquilo que está de acordo com as nossas antigas idéias. Outras vezes, deixamos nos surpreender pelos fatos e não temos medo de dizer: "Nasci de novo!"
Quando os evangelistas recolhem as palavras de Jesus, eles têm presente os problemas das comunidades para as quais escrevem. As perguntas de Nicodemos a Jesus eram um espelho das perguntas das comunidades da Ásia Menor do fim do primeiro século. Por isso, as respostas de Jesus a Nicodemos eram, ao mesmo tempo, uma resposta para os problemas daquelas comunidades. Era assim que os cristãos faziam a catequese naquele tempo. Muito provavelmente, o relato da conversa entre Jesus e Nicodemos fazia parte da catequese batismal, pois diz que as pessoas devem renascer da água e do espírito (Jo 3,6).
João 3,7b-8: Nascer do alto, nascer de novo, nascer do Espírito. Em grego, a mesma palavra significa de novo e do alto. Jesus tinha dito “Quem não nasce da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5). E acrescentou: "O que nasceu da carne é carne. O que nasceu do Espírito é Espírito" (Jo 3,6). Aqui, carne significa aquilo que nasce só das nossas idéias. O que nasce de nós tem o nosso tamanho. Nascer do Espírito é outra coisa! E Jesus reafirmou novamente o que tinha dito antes: “Vocês devem nascer do alto (de novo)”. Ou seja, devem renascer do Espírito que vem do alto. E ele explica que o Espírito é como o vento. Tanto no hebraico como no grego, usa-se a mesma palavra para dizer espírito e vento. Jesus diz: "O vento sopra onde quer e você ouve o seu ruído, mas você não sabe de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do espírito". O vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção. Nós percebemos a direção do vento, por exemplo, o vento Norte ou o vento Sul, mas não conhecemos nem controlamos a causa a partir da qual o vento se movimenta nesta ou naquela direção. Assim é o Espírito. "Ninguém é senhor do Espírito" (Ecl 8,8). O que mais caracteriza o vento, o Espírito, é a liberdade. O vento, o Espírito, é livre, não pode ser controlado. Ele age sobre os outros e ninguém consegue agir sobre ele. Sua origem é mistério, seu destino é mistério. O barqueiro deve, primeiro, descobrir o rumo do vento. Depois, deve colocar as velas de acordo com este rumo. É o que Nicodemos e todos nós temos de fazer.
João 3,9: Pergunta de Nicodemos: Como é que isto pode acontecer? Jesus não disse nada mais do que resumir o que o Antigo Testamento já ensinava sobre a ação do Espírito, do vento santo, na vida do povo de Deus e que Nicodemos, como mestre e doutor, devia saber. Mesmo assim, Nicodemos se espantou com a resposta de Jesus e se faz de ignorante: "Como é que isto pode acontecer?".
João 3,10-15: Resposta de Jesus: a fé nasce do testemunho e não do milagre. Jesus dá o troco: "Você é mestre em Israel e não sabe disso?" Pois para Jesus, se uma pessoa crê só quando as coisas estão de acordo com os seus próprios argumentos e idéias, ainda não é perfeita a sua fé. Perfeita, sim, é a fé da pessoa que acredita por causa do testemunho. Ela deixa de lado seus próprios argumentos e se entrega, porque crê naquele que testemunhou.
4) Para um confronto pessoal
1-Você já passou por alguma experiência que lhe deu a sensação de nascer de novo? Como foi?
2-Jesus compara a ação do Espírito Santo com o vento. O que esta comparação nos revela sobre a ação do Espírito de Deus em nossa vida? Você já colocou as velas do barco da sua vida de acordo com o rumo do vento, do Espírito?
5) Oração final
O SENHOR reina, de esplendor se veste, o SENHOR se reveste e se cinge de poder; está firme o mundo, jamais será abalado. Dignos de fé são teus testemunhos; a santidade convém à tua casa por dias sem fim, ó SENHOR! (Sl 92, 1.5)
Segunda-feira, 29 de abril-2019. 2ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos a herança prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 3, 1-8)
Naquele tempo, 1Havia alguém dentre os fariseus, chamado Nicodemos, um dos chefes dos judeus. 2À noite, ele foi se encontrar com Jesus e lhe disse: “Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus, pois ninguém é capaz de fazer os sinais que tu fazes, se Deus não está com ele”. 3Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer do alto, não poderá ver o Reino de Deus!” 4Nicodemos perguntou: “Como pode alguém nascer, se já é velho? Ele poderá entrar uma segunda vez no ventre de sua mãe para nascer?” 5Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus. 6O que nasceu da carne é carne; o que nasceu do Espírito é espírito. 7Não te admires do que eu te disse: É necessário para vós nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito”.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz uma parte da conversa de Jesus com Nicodemos. Nicodemos aparece várias vezes no evangelho de João (Jo 3,1-13; 7,50-52; 19,39). Ele era uma pessoa de certa posição social. Tinha liderança entre os judeus e fazia parte do supremo tribunal chamado Sinédrio. No evangelho de João, ele representa o grupo de judeus que eram piedosos e sinceros, mas que não chegavam a entender tudo que Jesus fazia e falava. Nicodemos tinha ouvido falar dos sinais, das coisas maravilhosas que Jesus realizava, e ficou impressionado. Ele quer conversar com Jesus para poder entender melhor. Ele era uma pessoa estudada que pensava entender as coisas de Deus. Ele esperava o Messias com o livrinho da lei na mão para verificar se o novo anunciado por Jesus estava de acordo. Jesus faz perceber a Nicodemos que a única maneira para alguém poder entender as coisas de Deus é nascer de novo! Hoje acontece a mesma coisa. Alguns são como Nicodemos: só aceitam como novo aquilo que está de acordo com as suas próprias idéias. O que não estiver de acordo é recusado como sendo contrário à tradição. Outros se deixam surpreender pelos fatos e não têm medo de dizer: "Nasci de novo!"
João 3,1: Um homem, chamado Nicodemos
Pouco antes do encontro de Jesus com Nicodemos, o evangelista falava da fé imperfeita de certas pessoas que só se interessavam pelos milagres de Jesus (Jo 2,23-25). Nicodemos era uma destas pessoas. Tinha boa vontade mas a sua fé ainda era imperfeita. A conversa com Jesus vai ajudá-lo a perceber que deve dar um passo a mais para poder aprofundar sua fé em Jesus e em Deus.
João 3,2: 1ª pergunta de Nicodemos: tensão entre o velho e o novo
Nicodemos era um fariseu, pessoa de destaque entre os judeus e com um bom raciocínio. Ele foi encontrar Jesus de noite e lhe diz: "Você vem da parte de Deus como um mestre, pois ninguém é capaz de fazer os sinais que você faz!" Nicodemos opina sobre Jesus a partir dos argumentos que ele, Nicodemos, tem dentro de si. Isto já é um passo importante, mas não basta para conhecer Jesus. Os sinais que Jesus faz podem despertar a pessoa e produzir nela um interesse. Podem gerar curiosidade, mas não geram entrega nem fé. Não fazem ver o Reino de Deus presente em Jesus. Para isto é necessário dar mais um passo. Qual é este passo?
João 3,3: Resposta de Jesus: "Tem que nascer de novo!"
Para que Nicodemos possa perceber o Reino presente em Jesus, ele terá que nascer de novo, do alto. Quem tenta compreender Jesus só a partir dos seus próprios argumentos, não consegue entendê-lo. Jesus é maior. Enquanto Nicodemos fica só com o catecismo do passado na mão, não vai poder entender Jesus. Ele terá que abrir mão de tudo. Terá que deixar de lado suas próprias certezas e seguranças e entregar-se totalmente. Terá que fazer uma escolha entre, de um lado, manter a segurança que lhe vem da religião organizada com suas leis e tradições e, do outro lado, lançar-se na aventura do Espírito que Jesus lhe propõe.
João 3,4: 2ª pergunta de Nicodemos: Como é possível nascer de novo?
Nicodemos não dá o braço a torcer e torna a perguntar com certa ironia: "Como uma pessoa pode nascer sendo já velha? Poderá entrar uma segunda vez no seio de sua mãe e nascer?" Nicodemos tomou as palavras de Jesus ao pé da letra e, por isso, não entendeu nada. Ele deveria ter percebido que as palavras de Jesus tinham um sentido simbólico.
João 3,5-8: Resposta de Jesus: Nascer do alto, nascer do espírito
Jesus explica o que quer dizer: nascer do alto ou nascer de novo. É "nascer da água e do Espírito". Aqui temos uma alusão muito clara ao batismo. Através da conversa de Jesus com Nicodemos, o evangelista nos convida a fazer uma revisão do nosso batismo. Ele relata as seguintes palavras de Jesus: "O que nasceu da carne é carne. O que nasceu do Espírito é Espírito". Carne significa aquilo que nasce só das idéias nossas. O que nasce de nós tem o nosso tamanho. Nascer do Espírito é outra coisa! O Espírito é como o vento. "O vento sopra onde quer e você ouve o seu ruído, mas você não sabe de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do espírito" O vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção. Nós percebemos a direção do vento, por exemplo, no vento Norte ou vento Sul, mas não conhecemos nem controlamos a causa a partir da qual o vento se movimenta nesta ou naquela direção. Assim é o Espírito. "Ninguém é senhor do Espírito" (Ecl 8,8). O que mais caracteriza o vento, o Espírito, é a liberdade. O vento, o espírito, é livre, não pode ser controlado. Ele age sobre os outros e ninguém consegue agir sobre ele. Sua origem é mistério, seu destino é mistério. O barqueiro deve, primeiro, descobrir o rumo do vento. Depois, deve colocar as velas de acordo com este rumo. É o que Nicodemos e todos nós temos de fazer.
Uma chave para entender melhor as palavras de Jesus sobre o Espírito Santo
A língua hebraica usa a mesma palavra para dizer vento e espírito. Como dissemos, o vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção: vento Norte, vento Sul. O Espírito de Deus tem um rumo, um projeto, que já se manifestava na criação. O Espírito estava presente na criação sob a forma de uma ave pairando sobre as águas do caos (Gn 1,2). Ano após ano, ele renova a face da terra e coloca a natureza em movimento através da seqüência das estações (Sl 104,30; 147,18). Este mesmo Espírito está presente também na história. Fez recuar o Mar Vermelho (Ex 14,21) e trouxe as codornizes para o povo comer (Nm 11,31). Esteve com Moisés e, a partir dele, se distribuiu nas lideranças do povo (Nm 11,24-25). Tomava posse dos líderes e os levava a realizar ações libertadoras: Otoniel (Jz 3,10), Gedeão (Jz 6,34), Jefté (Jz 11,29), Sansão (Jz 13,25; 14,6.19; 15,14), Saul (1Sm 11,6), e Débora, a profetisa (Jz 4,4). Esteve presente no grupo dos profetas e agia neles com força contagiosa (1Sm 10,5-6.10). Sua ação nos profetas produziu inveja nos outros, mas Moisés reagiu: "Oxalá todo o povo fosse profeta e recebesse o Espírito de Javé!" (Nm 11,29).
Ao longo dos séculos cresceu a esperança de que o Espírito de Deus orientasse o Messias na realização do projeto de Deus (Is 11,1-9) e descesse sobre todo o povo de Deus (Ez 36,27; 39,29; Is 32,15; 44,3). A grande promessa do Espírito transparece de várias maneiras nos profetas do exílio: a visão dos ossos secos, ressuscitados pela força do Espírito de Deus (Ez 37,1-14); a efusão do Espírito de Deus sobre todo o povo (Jl 3,1-5); a visão do Messias-Servo que será ungido pelo Espírito para estabelecer o direito na terra e anunciar a Boa Nova aos pobres (Is 42,1; 44,1-3; 61,1-3). Eles vislumbram um futuro, em que o povo, cada vez de novo, renasce pela efusão do Espírito (Ez 36,26-27; Sl 51,12; cf. Is 32,15-20).
O evangelho de João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito desceu sobre Jesus "como uma pomba, vinda do céu" (Jo 1,32). É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despediu, ele disse que ia enviar um outro consolador, um outro defensor, para ficar conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através da sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós. Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo!" (Jo 20,22). O Espírito é como água que jorra de dentro das pessoas que crêem em Jesus (Jo 7,37-39; 4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: "Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados serão perdoados; aqueles aos quais retiverem, serão retidos" (Jo 20,23). O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado pleno das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus podemos adorar a Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade do Espírito de que fala São Paulo: "Onde há o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" (2Cor 3,17).
4) Para um confronto pessoal
1-Como você costuma reagir diante das novidades que se apresentam? É como Nicodemos ou aceita a surpresa de Deus?
2-Jesus compara a ação do Espírito Santo com o vento (Jo 3,8). O que esta comparação nos revela sobre a ação do Espírito de Deus na minha vida?Você já passou por alguma experiência que lhe deu a sensação de nascer de novo?
5) Oração final
Vou proclamar o decreto do SENHOR: Ele me disse: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei! Servi ao SENHOR com reverência e prestai-lhe homenagem com tremor. (Sl 2, 7.11)
Igreja Anglicana do DF celebra primeiro casamento homoafetivo
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Cerimônia realizada neste sábado (27/04/2019) é a primeira em Brasília desde que a religião aprovou a união entre pessoas do mesmo sexo
Dois homens percorreram o caminho entre a porta da igreja do altar e disseram “sim” um ao outro para o compromisso do matrimônio. É a primeira vez que duas pessoas do mesmo sexo se casam num templo da Igreja Anglicana do Distrito Federal, desde que a religião aprovou a união homoafetiva, em setembro de 2018. A cerimônia de Caio e Philipe Silva Costa ocorreu na noite desse sábado (27/04/2019), na Catedral da Ressurreição, localizada na 309/310 Sul – seguida de festa no Hotel Nacional.
A cerimônia lembra muito um casamento católico. Há momentos de leituras bíblicas, sermões, votos matrimoniais e a reafirmação do compromisso de amor, fidelidade e respeito.
Egressos da Igreja Católica, os dois se sentiram acolhidos na Anglicana, onde participam de discussões e cerimônias. Há, entre os membros do grupo, outros LGBTs – incluindo uma pessoa transsexual – e nenhum deles sofreu qualquer tipo de discriminação durante reuniões ou celebrações, conforme relata o casal.
No começo do namoro, os dois frequentaram um grupo católico de estudo e oração, mas decidiram sair após reclamações de outros participantes ao padre da paróquia. A partir de então, sentindo a necessidade de prosseguir com as próprias profissões de fé, decidiram migrar para onde seriam aceitos. Fonte: https://www.metropoles.com
Sinais da presença do Ressuscitado
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“Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor” (Jo 20,20).
Pe. Adroaldo Palaoro sj
As Aparições são a maneira mais convincente de transmitir a vivência daquilo que Jesus Cristo significou para os(as) primeiros(as) seguidores(as), depois da desoladora experiência de Sua paixão e morte. O que a primitiva comunidade quis transmitir foi a experiência de que Jesus Vive e, além disso, continua comunicando-lhes aquela mesma Vida da qual tantas vezes Ele lhes havia falado. E, ao tomarem consciência de que possuíam a verdadeira Vida, o medo da morte não lhes preocupava mais. A Vida que o Cristo Ressuscitado lhes comunicou, permanece. Esta é a mensagem de Páscoa.
Com o conceito de Ressurreição quer-se expressar, então, a mensagem de que a morte de Jesus não foi o final. Sua morte não foi a meta, senão que sua meta foi a Vida, uma Vida em Deus, a mesma Vida de Deus, como nos diz João: “O Pai que vive me enviou e eu vivo pelo Pai”.
Jesus não volta à vida. Está já na vida. Por isso os relatos pascais insistem em que Jesus não é uma recordação do passado, mas que está vivo e ativo entre os seus.
João usa o verbo “soprar sobre eles” para expressar a comunicação do dom da Vida, através do Espírito do Ressuscitado. É o mesmo verbo que aparece em Gen. 2,7: com aquele sopro o ser humano de barro se transformou em ser vivente. Agora Jesus lhes transmite o Espírito que dá verdadeira Vida. Trata-se de uma nova criação do ser humano. Sem essa Vida que vai mais além da vida, nada daquilo que diz o Evangelho teria sentido.
O Espírito recebido é o critério para discernir as atitudes e as ações que derivam dessa Vida. Essa nova Vida é capacidade de amar como Jesus amou; é “passar pela vida fazendo o bem” (At. 10,38); é força que arranca de tudo aquilo que desumaniza e oprime; é impulso para “estar entre os seus como aquele que serve” (Lc. 22,27).
Dando seu Espírito, Jesus quer que seu Projeto seja também realizado por todos os seus(suas) seguido-res(as). Ele desvela no ser humano todas as suas possibilidades: transcender-se a si mesmo e ativar todas as potencialidades de vida ainda latentes.
“Viver como ressuscitados” implica esvaziar-nos do “ego”, para deixar transparecer o que há de mais divino em nosso interior. É preciso destravar portas e janelas de nossos estreitos lugares para que o novo Sopro do Ressuscitado areje nossa interioridade, ainda envolvida na sombra e no medo. Todos nós temos de passar e superar o mesmo processo vivido pelos discípulos e discípulas, se quisermos entrar na dinâmica da experiência Pascal. A fé no Ressuscitado não significa nada se nós mesmos continuamos vivendo uma vida atrofiada e sem horizontes.
Quem se experimenta a si mesmo como “Vida” é já uma pessoa “ressuscitada”. Nós vivemos já ressuscitados porque o Ressuscitado está em nosso meio, através do seu Espírito que dá a Vida. A Vida definitiva já está alentando nossa vida.
A Ressurreição de Jesus nos convida e nos convoca a um sentido maior de nossa existência e uma maior qualidade de vida em nossas relações. Há “sinais” de Ressurreição perpassando todas as experiências humanas. Da mesma forma como há sinais de morte, também há inúmeros sinais de vida saltando por todos os lados. Cabe a nós, portanto, prestar atenção a esses “sinais” para deixar-nos impactar por eles.
Os sinais da Ressurreição não são diferentes daqueles da Paixão, mas os mesmos: os cravos e a lança. Não nos enganemos, trata-se do Crucificado; Ele é o Ressuscitado. Não há outro modo de encontrá-lo e verificá-lo a não ser tocando a marca dos cravos e o seu lado traspassado. Só que agora quem o vê e o toca, sente a força que o Crucificado/Ressuscitado tem para libertar e curar, para sanar e levantar, para dar vida e vencer a morte. Suas cicatrizes são curativas e sanam aqueles que O contemplam e O descobrem no cotidiano da história. “Tocar” no Ressuscitado é “tocar” a carne dos feridos e excluídos de nosso meio.
Jesus Ressuscitado continua carregando em suas mãos, pés e lado, a ferida da história; não só as chagas dos cravos e o corte da lança em seu próprio corpo, mas a chaga dos enfermos e expulsos, dos famintos e oprimidos... e de todos aqueles que continuam sofrendo ao nosso lado.
Experimentamos a Ressurreição quando somos capazes de acreditar que a boa semente precisa morrer para dar frutos, isto é, que a vida bem vivida é aquela que está a serviço e que deve ser bem cuidada. A Ressurreição acontece quando alimentamos a pequena chama que ainda fumega nos corações desanimados, mas esperançosos; quando acreditamos no ser humano e em suas possibilidades de mudança; quando transformamos escuridão em luz, choro em dança, sofrimento em crescimento.
Vivemos a Ressurreição quando ajudamos os outros a encontrar razões para viver e alimentamos os sonhos por dias melhores, com pão na mesa de todos e com dignidade garantida. A Ressurreição acontece nos pequenos e simples gestos de partilha, de perdão sincero e de confiança alegre. Ela está presente nos corações que mantêm viva a novidade da vida. E se revela na capacidade de ver o mundo e as pessoas com olhar de misericórdia, que reconstrói a existência fragmentada.
Eis por que é fundamental o exercício do olhar transparente, da escuta atenta, da sensibilidade antenada... Importa contemplar o amor entre as pessoas, o cuidado do planeta, o sorriso das crianças, o sofrimento e as limitações humanas, a festa e a alegria, os rostos marcados pelo desgaste do caminho, bem como as lutas e as conquistas cotidianas. Tudo é mensagem, tudo se reveste de sentido.
A Ressurreição de Jesus toca nossa existência e nos possibilita experimentar o céu enquanto caminhamos pela terra, viver o divino misturado com o humano. Assim, o bem, a bondade e a solidariedade nos colocam na perspectiva do paraíso. A Ressurreição nos eleva e nos orienta para o Transcendente e para os valores mais altos, sem perder a simplicidade e complexidade de cada dia.
Ao entrarmos no mistério das coisas, pessoas e acontecimentos, somos banhados pela onda vital que emana de Deus. Dessa maneira, a vida nova resplandece e ilumina a escuridão da humanidade. A perspectiva da Ressurreição nos permite, portanto, dar um salto em direção à vida plena, ainda que marcada pela dor, pela cruz e pelos sinais de derrota. Para os semeadores do bem, a vida é recompensa e fruto. E tem a última palavra...
Texto bíblico: Jo 20,19-31
Na oração: * Preste atenção aos sinais de vida ao seu redor: gestos simples, iniciativas de pessoas e comunidades, posturas éticas e coerentes na política e na Igreja, solidariedade, perdão, acolhimento, voluntariado, cuidado de pessoas e do meio ambiente, etc...
* Faça, diariamente, uma “leitura orante” dos acontecimentos pessoais, sociais, ecle-siais...
* Quê mensagem de Ressurreição você encontra neles? Quê apelos você reconhece nessas experiências?
Fonte: centroloyola.org.br
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