Cardeal “contra” da Cúria romana ataca o Vaticano II
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Os líderes do movimento católico conservador de oposição ao Papa Francisco subiram mais um degrau em sua escalada: o cardeal Robert Sarah, nada menos que o prefeito da Congregação do Culto Divino, responsável pela liturgia na Igreja, atacou abertamente o Concílio Vaticano II. Para ele, o rito da missa estabelecido pelo Vaticano II, que retomou os aspectos centrais das celebrações do primeiro século do cristianismo, seria responsável por “desastres, devastações e guerras”.
O concílio, realizado entre 1962 e 1965, renovou a Igreja Católica, que estava estagnado no século XIX (e anteriores) quando o século XX já ia para além da metade. Mais de 2 mil padres conciliares convocados por João XXIII reuniram-se em Roma e buscaram romper com os paradigmas de fechamento, apego à riqueza, insensibilidade ao sofrimento e organização monárquica que marcavam a Igreja desde então. Ainda durante os trabalhos do Concílio, os hierarcas encastelados na Cúria romana, iniciaram o trabalho de demolição de suas decisões, e tiveram enorme espaço durante os papados de João Paulo II e Bento XVI.
O cardeal ganense Sarah é um dos principais líderes da campanha contra Francisco, ao lado do estadunidense Raymond Burke. Em a carta uma conferência litúrgica que advoga a restauração da missa tridentina (rezada em latim e com o padre de costas para as pessoas), o prefeito do Culto Divino com que “rasgou a fantasia” e investiu contra o rito da missa: “não podemos fechar os olhos aos desastres, devastações e guerras que os promotores modernos de uma liturgia viva causaram ao remodelar a liturgia da Igreja de acordo com suas ideias”.
A atacar os 2 mil padres conciliares, o cardeal restauracionista mantém a perspectiva de seus aliados, que consideram “tradição” na Igreja tudo o que foi feito no segundo milênio do cristianismo, especialmente as decisões do Concílio de Trento (1545/1563), ignorando a tradição oriunda das primeiras comunidades cristãs, deturpadas ao longo dos séculos e cuja originalidade do Vaticano II buscou resgatar.
O alvo de Sarah na verdade é o Papa Francisco e um trecho de sua carta é revelador: “muitos creem e declaram em alto e bom som que o Concílio Vaticano II ocasionou uma verdadeira primavera na Igreja (…). Com efeito, um número cada vez maior de líderes eclesiais consideram esta ‘primavera’ como um rechaço, uma renúncia à sua herança milenar”. Para ele, há uma “tendência sacrílega” na Igreja depois do Vaticano II. O uso da expressão “primavera” não foi casual, pois é a palavra corrente para definir o clima na Igreja com a eleição de Francisco.
Os “contras”, que buscam encontrar uma forma de derrubar um Papa querido em todo o mundo –exceto por eles e seus aliados- dão agora um salto no escuro, pois traçam um sinal de igualdade entre Francisco e o Vaticano II: será uma estratégia eficiente investir contra um homem identificando-o ao evento que marcou o ingresso da Igreja na modernidade?
O confronto está cada dia mais agudo.
Fontes: http://outraspalavras.net (Adital)
Franciscanos acusam: pressa de Temer com reformas é a mesma de Judas para entregar Jesus
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A Conferência dos Frades Menores do Brasil, da Ordem fundada por São Francisco em 1209, lançou uma nota dura contra as reformas do governo Temer no Dia Nacional de Mobilização (31 de março). Os franciscanos compararam a pressa do governo Temer em aprovar as reformas com a pressa de Judas para entregar Jesus aos poderosos de então: “O ritmo célere da tramitação de propostas polêmicas em torno de temas delicados faz-nos recordar a pressa de Judas Iscariotes para entregar Jesus aos poderosos. Neste caso, entregue de bandeja ao interesse dos detentores do poder e do dinheiro está o povo brasileiro, especialmente os mais simples: trabalhadores e assalariados.” A nota tem o título de Carta Aberta ao Povo Brasileiro contra a Subtração de Direitos Fundamentais. A carta foi publicada no Blog Caminho para Casa, 31-03-2017.
Os nove líderes regionais da Ordem dos Frades Menores (OFM), além do Definidor Geral da Ordem, sediado em Roma, Frei Valmir Ramos, OFM, que reuniram-se em Olinda (PE), de 27 a 31 de março. Os Franciscanos Menores são o maior dos três ramos tradicionais daquela que é conhecida como família franciscana, composta também pelos Capuchinhos e Conventuais. Os Frades Menores são em mais de 14 mil no mundo e cerca de mil no Brasil.
Na nota, os franciscanos afirmam que as reformas, sobretudo a da Previdência e a terceirização das relações trabalhistas soam como uma corrida das elites para “à força de um momento de instabilidade e insegurança, ver aprovadas leis que, à custa da subtração dos poucos recursos de muitos, concentrar ainda mais a riqueza nas mãos de uma seleta minoria.”
Os líderes franciscanos terminam sua carta lançando uma convocação à mobilização contra as reformas: “Pautados pelos princípios do respeito, da justiça e da paz, valores irrenunciáveis de nossa tradição franciscana, convocamos todas as pessoas de boa vontade, especialmente nas comunidades de fé onde nos fazemos presentes, a se mobilizarem ao redor destes temas, a fim de buscarmos o melhor para o nosso povo.”
A seguir, a íntegra da nota:
Carta Aberta ao Povo Brasileiro contra a Subtração de Direitos Fundamentais.
“Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: ‘O que tens a fazer, executa-o depressa’” (Jo 13,27).
Reunidos no Convento São Francisco, em Olinda (PE), o primeiro Convento da Ordem dos Frades Menores no Brasil (1585), entre os dias 27 e 31 de março, nós, os Ministros e Custódios da Conferência da Ordem dos Frades Menores do Brasil (CFMB), desejamos manifestar nossa máxima preocupação diante do momento político e social que vivemos em nosso país. O ritmo célere da tramitação de propostas polêmicas em torno de temas delicados faz-nos recordar a pressa de Judas Iscariotes para entregar Jesus aos poderosos. Neste caso, entregue de bandeja ao interesse dos detentores do poder e do dinheiro está o povo brasileiro, especialmente os mais simples: trabalhadores e assalariados.
Propostas aos moldes da PEC 287/16, que versa sobre a reforma da Previdência, e o “desengavetamento” repentino e acelerado do Projeto de Lei 4.302/98, que aprova a terceirização irrestrita de todas as atividades profissionais, soam como uma “corrida” contra o tempo de quem deseja, à força de um momento de instabilidade e insegurança, ver aprovadas leis que, à custa da subtração dos poucos recursos de muitos, concentrar ainda mais a riqueza nas mãos de uma seleta minoria.
Cientes de que teto, terra e trabalho são direitos inalienáveis de todo e qualquer ser humano (Cf. discurso do Papa Francisco aos Movimentos Populares em outubro de 2014), e em comunhão com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a Conferência da Família Franciscana no Brasil (CFFB), os Presidentes e Representantes das Igrejas Evangélicas Históricas do Brasil e outras entidades e instituições que manifestam as mesmas preocupações, queremos também apresentar nossa disposição em trabalhar com firmeza para que nenhum direito dos mais pobres seja subtraído injustamente. Pautados pelos princípios do respeito, da justiça e da paz, valores irrenunciáveis de nossa tradição franciscana, convocamos todas as pessoas de boa vontade, especialmente nas comunidades de fé onde nos fazemos presentes, a se mobilizarem ao redor destes temas, a fim de buscarmos o melhor para o nosso povo.
Olinda, 31 de março de 2017.”
Frei João Amilton dos Santos, OFM, Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil (PE, CE, BA, AL, SE, RN, PB)
Frei Inácio Dellazari, OFM, Província São Francisco (RS)
Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM, Província Imaculada Conceição do Brasil (SP, RJ, PR, SC e ES)
Frei Hilton Farias de Souza, OFM, Província Santa Cruz (MG)
Frei Marco Aurélio da Cruz, OFM, Província Santíssimo Nome de Jesus (GO, TO, DF)
Frei Bernardo Brandão, OFM, Província Nossa Senhora da Assunção (MA, PI)
Frei Francisco de Assis Paixão, OFM, Custódia São Benedito da Amazônia (PA, AM, RR)
Frei Flaerdi Silvestre Valvassori, OFM, Custodia do Sagrado Coração de Jesus (SP, MG)
Frei Roberto Miguel do Nascimento, OFM, Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora (MS e MT)
Frei Valmir Ramos, OFM, Definidor Geral da Ordem dos Frades Menores (Roma, Itália)
Bispos do RN entregam nota sobre PEC da Previdência a parlamentares
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O Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha; o bispo de Caicó, Dom Antônio Carlos Cruz, e o bispo de Mossoró, Dom Mariano Manzana, se encontraram com deputadores federais e senadores do Rio Grande do Norte, em Brasília, no final da manhã desta quarta-feira, 5.
Na ocasião, foi entregue à bancada potiguar uma nota, em nome dos bispos, contando, também com a assinatura dos padres das três dioceses potiguares. A mesma nota, que incentiva os cristãos a se mobilizarem contra à proposta da Reforma da Previdência, será lida nas missas do Domingo de Ramos, dia 9 de abril, em todas as paróquias do Estado.
Abaixo, a nota dos bispos, na íntegra:
NOTA DOS BISPOS DA PROVÍNCIA ECLESIÁSTICA DE NATAL SOBRE A PEC 287/2016 – REFORMA DA PREVIDÊNCIA
“Eu vi, eu vi a aflição de meu povo (…), e ouvi os seus clamores por causa de seus opressores. Sim, eu conheço seus sofrimentos.”
Êxodo 3,7
Nós, Bispos da Província Eclesiástica de Natal, em comunhão com o clero da Arquidiocese de Natal e das Dioceses de Mossoró e Caicó, fiéis ao Evangelho e à missão da Igreja, e em solidariedade para com o povo potiguar e todos os brasileiros e brasileiras, neste momento de tantas incertezas ante as propostas de reformas que tramitam no Congresso Nacional, recordamos à classe política potiguar que
UM PARLAMENTAR ELEITO PELO POVO NÃO VOTA CONTRA SEUS INTERESSES!
Desde a antiga Grécia, o conceito de democracia sempre esteve associado à participação popular. Das reuniões nas praças – Ágora, onde o povo debatia sobre o que era melhor para a cidade – pólis, evoluímos para um modelo de democracia representativa, no qual a sociedade delega a um representante o direito de falar em seu nome. O povo do Rio Grande do Norte, em 2014, elegeu oito Deputados Federais e um Senador para falarem dignamente em seu nome.
Estando às vésperas da votação, no Congresso Nacional, de uma ampla e inusitada Reforma da Previdência, instrumentalizada por uma alteração à nossa soberana Constituição Brasileira (PEC nº 287/2016), sentimo-nos obrigados, na condição de sacerdotes e membros de uma Igreja que tem por missão defender a vida e o bem-estar do povo em plenitude, a cobrar dos nossos parlamentares a posição que deles se espera: a de reprovar essa proposta que atenta contra os interesses do povo, repudiando toda e qualquer tentativa de retrocesso social.
Ultimamente, sob o falso fundamento de déficit, crise econômica e outros episódios cíclicos, o Governo tem investido fortemente na alteração de direitos sociais, previdenciários e trabalhistas que foram incorporados à sociedade por dura luta popular. Sabemos conscientemente que a Reforma da Previdência atingirá de forma desigual e mais ostensiva os mais humildes, os descamisados, especialmente os trabalhadores rurais e as mulheres, numa inequívoca violação aos direitos humanos.
Vemos, com apreensão e repúdio, o silêncio perturbador de boa parcela da classe política brasileira, que aderna a essa mudança de forma passiva e adesista. Esperamos, com redobrada atenção, que os nossos mandatários, legatários principais da confiança do nosso povo, não traiam os interesses daqueles eleitores que no 1º domingo do mês de outubro de 2014, saíram de suas casas, em sua maioria habitações simples e desguarnecidas de tudo, para votarem em candidatos em quem depositaram a esperança num porvir venturoso e de maior justiça social. Afinal, Cristo deixou como lembrança: “A quem muito foi dado, muito será cobrado (pedido)”. (Lc 12,48)
Convocamos, pois, os cristãos e cristãs, bem como todas as pessoas de boa vontade, particularmente de nossas comunidades, a se mobilizarem contrárias à proposta de Reforma da Previdência, ora em tramitação, para defender os direitos básicos conquistados a duras penas pelo povo brasileiro, visando preservar, principalmente, aqueles direitos assegurados para os mais pobres e socialmente vulneráveis.
Permanecemos atentos e de olhos abertos no acompanhamento do voto dos nossos representantes, Senadores e Deputados Federais do Rio Grande do Norte!
Natal, 05 de abril de 2017.
Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal |
Dom Mariano Manzana Bispo de Mossoró |
Dom Antônio Carlos Cruz Santos, MSC Bispo de Caicó |
A cruz de Cristo e a nossa cruz
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Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta
As palavras de Jesus que convida os discípulos a segui-lo ressoam de maneira especial nestes dias que nos aproximamos da celebração da sua Paixão, Morte e Ressurreição: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me” (Lc 9,23). A vida cristã é via crucis, iluminada pela luz da Ressurreição. Já compreendeu assim Paulo, quando expressou seu desejo de uma vida totalmente identificada com Cristo e, chegando ao extremo de “tornar-me semelhante a ele em sua morte” (Fl 3,10). A cruz não foi somente um “fim trágico” da vida de Jesus, mas a acompanhou durante toda a sua vida, como ele próprio anunciou aos seus discípulos, por três vezes: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar depois de três dias” (Mc 8,31). Pelos evangelhos podemos ver claramente a crescente oposição que Jesus encontrou da parte dos que tramaram sua morte. A cruz do Nazareno revela, ao mesmo tempo, a violência que foi descarregada sobre ele e o amor intenso que nele estava sempre presente.
Na cruz, o pecado do mundo se evidencia, se escancara. Ela é, claramente, a consequência do mal pensado, orquestrado, com interesses. Cada vez que contemplamos o Crucificado nos é recordada a injustiça humana, que mata o inocente. O pecado que se revelou na morte de Jesus, continua presente e se tornou um poder que governa as estruturas da sociedade humana. Por isso, a paixão de Cristo revela a paixão do mundo, que continua na história: migrações forçadas, refugiados de guerras, sistema político-econômico que exclui e mata, projetos que desejam tirar os direitos dos menos favorecidos, indiferença diante do sofrimento do outro, crescente ódio ao invés do diálogo, violência familiar, violência no trânsito, projetos para descriminalizar a morte de indefesos no ventre materno, situação caótica das penitenciárias, depredação do meio ambiente, sem contar os pecados e violências pessoais.
Porém, o que torna a morte de Jesus na cruz uma boa notícia é o modo como Ele a viveu. O que Jesus realizou na cruz é o resumo de sua vida. Em primeiro lugar, a resiliência, a persistência de Jesus diante da provação, do sofrimento, permanecendo fiel até o fim. Nossa geração precisa aprender o valor da perseverança e que o sofrimento, quando é consequência de uma opção de vida e de valores, tem sua razão de ser e faz parte da vida. Não esmorecer diante das dificuldades da vida. Em segundo lugar, a morte de Jesus na cruz estabelece um fato marcante para toda a história da humanidade: o ódio e a violência foram superados pelo amor; o círculo vicioso do mal foi vencido pelo bem. É possível amar e fazer o bem mesmo diante do mal. A cruz revela o que Jesus fez durante toda sua vida: perdoar. Conservou até o fim seu amor perdoador. Ao contemplar o Crucificado vemos que, em Jesus, Deus nos perdoa. Sua morte é redentora. Solidariamente, carregou o peso de nosso mal, nosso pecado e, assim, “pelas suas chagas fomos curados” (Is 53,5). Também, o Crucificado soube transformar a morte violenta que lhe foi imposta num ato de entrega. Fez de sua vida uma entrega ao Pai. Entrega-se totalmente ao Pai e a nós, atingindo sua perfeição na cruz. O modo como viveu e morreu mostra-nos que a chave da vida está na entrega de si.
Enfim, é preciso deixar que o amor curador do Crucificado alcance nossa vida e nos transforme em construtores do bem, da vida, como “fonte de água que jorra para a vida eterna” (Jo 4,14). Somos abraçados e envolvidos pelos braços abertos de Cristo na cruz. Fonte: http://www.cnbb.org.br
LITURGIA DIÁRIA NESTA TERÇA, 4: Primeira leitura: Números 21, 4-9. Evangelho: JO 8, 21-30.
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A serpente de bronze torna-se um sinal que encontra continuidade e realização no Evangelho (cf. Jo 3, 14). A serpente, no deserto, foi sinal da misericórdia de Deus que dá remédio ao castigo. No Evangelho, Cristo elevado na cruz, mostra o castigo e a misericórdia juntos: é o castigo de Deus pelo nosso pecado e, ao mesmo tempo, a maior manifestação do poder divino que cura do pecado.
Ao adorarmos a cruz, na Sexta-feira Santa, poderemos recordar algumas expressões das leituras de hoje: «Quando alguém olhava para a serpente de bronze, vivis» (Nm 21, 9); «Então ficareis a saber que Eu SOU (JO 8, 28). Contemplada demorada mente, a cruz revela-nos quem é Jesus: é o caminho, a verdade, a vida.
(Missa com Frei Petrônio de Miranda, Carmelita, às 12h na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro- Com transmissão ao vivo).
O BICHO TÁ PEGANDO NA ITÁLIA: Padre que desafia a Igreja deverá deixar paróquia
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O seu canal no Facebook – Radio Domina Nostra – declara que está em defesa da “sã doutrina católica”. O seu anúncio mais recente concluiu-se com o anúncio de um “cisma” contra a Igreja bergogliana aberta e progressista. Um cisma que, no próximo dia 22 de abril, em Verona, deverá se concretizar em uma reunião dos “verdadeiros” guardiães da fé espalhados pelas paróquias da Itália, aqueles contra “a amnésia culpada sobre questões sensíveis como o aborto, o divórcio, a eutanásia, o gênero”. A reportagem é de Laura Anello, publicada no jornal La Stampa, 01-04-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Palavra do Pe. Alessandro Minutella, 43 anos, ao qual, na última sexta-feira, o arcebispo da cidade, Corrado Lorefice, deu 15 dias de prazo para desalojar a sua paróquia de Romagnolo, periferia da cidade, o púlpito a partir do qual incita os fiéis a se rebelarem contra uma Igreja que ele define como herética.
Uma Igreja que, na sua opinião, tinha encontrado em Bento XVI um baluarte de resistência “católica, sã, clara na doutrina, firme na moral” ao “relativismo moral, doutrinal, pastoral vigente”.
Uma pena que a marca bergogliana, em Palermo, está perfeitamente impressa no arcebispo, ex-pároco dos pobres e dos últimos que, no discurso de posse, citou a Constituição italiana. Um arcebispo muito pouco curial, que dirige um carro velho, dialoga com as periferias, deu esperança aos padres de fronteira.
O Pe. Minutella, em resposta, reuniu os seus fiéis na paróquia para dizer que não vai embora e que, mesmo que, no fim, expulsarem-no “reduzindo-o ao estado laical”, vai continuar pregando “nos porões”.
“Nós inclinamos a cabeça diante dos falsos profetas, da falsa Igreja, prostituta indigna”, advertiu. “Saiamos dessa impostura. Este é a quartel general da resistência católica.” E relançou o encontro nacional da “Igreja que resiste” em Verona. Um grãozinho que reproduz, em molho siciliano, a resistência feroz que Bergoglio vive no Vaticano.
Mais uma vez, Palermo se torna um laboratório. Esta é a terra das longas conivências entre Igreja e máfia, esta é a terra na qual o Papa Wojtyla lançou o anátema contra a Cosa Nostra, esta é a terra em que o cardeal Pappalardo lançou o anátema no funeral do prefeito Carlo Alberto Dalla Chiesa.
Mas Palermo também é a cidade do Pe. Puglisi, morto pela máfia. Aqui, experiências de abertura às outras religiões, aos homossexuais, aos casais de fato convivem com uma devoção feita de milagres e de imagens santas.
O padre já estivera no centro das polêmicas há um ano e meio, por causa das suas supostas “locuções” interiores, os contatos diretos com Nossa Senhora e com os santos, com uma consequente ordem do então arcebispo, Paolo Romeo, de se abster “de convocar reuniões” e divulgar mensagens sobrenaturais.
Há 15 dias, foi Lorefice que emitiu um decreto com o qual advertia os párocos a não confiarem em “falsos videntes”. Em Palermo, havia o “profeta” brasileiro Pedro Regis. Hóspede do Pe. Minutella. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Adolescente se declara culpado de planejar matar o papa nos EUA
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Santos Colón, de 17 anos, queria detonar explosivos e tentou contratar atirador, mas homem era um agente do FBI disfarçado. Ele será acusado por tentativa de proporcionar apoio material ao terrorismo.
Um adolescente de Nova Jersey se declarou culpado na segunda-feira (3) de um suposto complô, inspirado no grupo extremista Estado Islâmico para matar o papa Francisco durante sua visita aos Estados Unidos em 2015.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse que Santos Colón, de 17 anos, tentou recrutar um franco-atirador para atirar no pontífice, assim como detonar explosivos enquanto era celebrada uma missa na Filadélfia, em 27 de setembro de 2015, ao final do Encontro Mundial das Famílias.
Mas Colón involuntariamente contratou para o trabalho um agente encoberto do FBI, e foi detido discretamente 12 dias antes do evento.
Colón se declarou culpado como adulto na acusação de tentativa de proporcionar apoio material ao terrorismo, cuja condenação leva a um máximo de 15 anos de prisão.
Documentos da Corte destacam que Colón tentou realizar o atentado em apoio a um grupo extremista e que também tinha adotado o nome de Ahmad Shakoor.
Mas não foram revelados outros detalhes sobre como ele tinha se interessado pelo grupo e como se comunicava com eles.
Fonte: http://g1.globo.com
Padre Marcelo aciona empresa que usa sua imagem em "emagrecedor"
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Os advogados que representam o padre Marcelo vão acionar a empresa que comercializa os comprimidos SlimCaps, um suposto suplemento para perda do peso. A propaganda com padre Marcelo é grosseira, e está disfarçada de reportagem em um suposto site de “ciência”, que por sua vez imita graficamente outras revistas da área.
Na introdução a “reportagem” afirma que padre Marcelo começou a perder peso “após aderir a um método polêmico, que reduz a ingestão de de nutrientes e pode fazer mal à saúde”.
A pseudomatéria faz uso de fotos do padre em períodos distantes de anos, e em momentos que ele atravessou problemas de saúde ou estava sendo medicado.
Dois parágrafos depois entra a a propaganda, com direito a link: “(...) Recentemente, chegou ao Brasil uma fórmula inovadora que reúne o poder dos superalimentos com termogênicos naturais. Sucesso absoluto nos Estados Unidos, as cápsulas de SlimCaps”.
Procurada nesta segunda, a assessoria do padre Marcelo confirmou que os advogados já foram acionados para tomar medidas necessárias. Até o momento da publicação deste texto, ninguém da SlimCaps foi localizado para comentar o caso.
Fonte: Fonte: UOL
VINHETA: As 7 Palavras de Maria.
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Oposição à canonização de Óscar Romero era “política”, diz Dom Vincenzo Paglia
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Dom Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida e postulador da causa do Beato Óscar Romero, vivenciou em primeira mão reações negativas contra a canonização do famoso arcebispo. O atraso era político e foi “como uma punhalada em meu coração”, disse ele em conversa com o padre jesuíta James Martin, editor da revista America. A reportagem é de José Dueño, publicada por America, 23-03-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
“A sua beatificação foi o resultado de um grande esforço”, disse Paglia, que usou a cruz peitoral de Dom Romero durante a entrevista. “Havia muitos em Roma, inclusive alguns cardeais, que não queriam vê-lo beatificado. Diziam que ele havia sido morto por motivos políticos, não religiosos. Eu estudei essa questão a fundo. Por exemplo, examinei os seus arquivos pessoais, que compreendem aproximadamente 70 mil documentos. O que emergiu foi um homem apaixonado pelo seu povo. Ele queria libertá-los da opressão. Queria levar-lhes a compaixão de Jesus”.
Esta resistência à beatificação de Romero teve implicações pessoais para Dom Vincenzo Paglia.
“Eu inclusive recebi ameaças quando assumi esta tarefa. Mas acreditava que o exemplo de Romero era demais extraordinário, demais evidente. Nele, a mensagem evangélica resume-se um jeito extraordinário. Romero não viveu para si mesmo, mas para o povo, como Jesus. Este testemunho é tão claro que, num mundo globalizado, ele consegue tocar os corações de milhões e milhões de pessoas. E se queremos transformar o mundo, temos de transformar os corações das pessoas, da mesma forma como fez Romero”.
Paglia também falou com o Pe. Martin sobre a maneira como Romero acabou se envolvendo nas lutas do povo de El Salvador após o assassinato de Rutilio Grande.
“[Rutilio Grande] era um jesuíta que lecionava no nível universitário, mas que escolheu viver num pequeno vilarejo de forma que a teologia pudesse se difundir entre as pessoas em seu redor. Esta presença na comunidade o levou a ser assassinado; ele e dois campesinos juntos. Romero foi feito arcebispo apenas 17 dias antes; ele ficou a noite toda ao lado do cadáver de Rutilio Grande, o seu bom amigo. Naquela noite, escreveu Romero, ele percebeu que era seu dever tomar o lugar de Rutilio Grande. E, nesse sentido, o martírio sofrido pelo seu amigo o levou a concluir que a vida evangélica, a vida de um pastor, é digna somente se é vivida no serviço aos outros”.
De acordo com Paglia, o Papa Francisco foi fundamental para fazer avançar a canonização de Romero. Embora nunca tenha conhecido Romero, o papa conheceu Rutilio Grande e quer também levar adiante a sua canonização.
“[O Papa Francisco] quer que a causa de beatificação de Rutilio Grande seja introduzida também. Assim como os dois camponeses, um jovem e um idoso, que morreram com ele”, disse Paglia.
Além de falar sobre Romero, Dom Vincenzo Paglia trouxe algumas ideias sobre Amoris Laetitia, documento de Francisco sobre a família.
“A verdadeira indissolubilidade, o modelo para toda a indissolubilidade, é aquele que deve existir com respeito à Igreja e aos seus filhos. Os casamentos podem se romper, mas a relação da Igreja com os seus filhos jamais deve se romper porque aquela indissolubilidade é o sinal claro do amor de Deus pelos seus filhos, o Deus que é capaz de deixar as 99 e ir atrás da que se perdeu”.
Amoris Laetitia nos ensina sobre o discernimento como um processo dentro da família, disse o arcebispo italiano.
“Quando o Papa Francisco convocou o Sínodo, quis fazê-lo não sobre a doutrina, mas sim sobre o discernimento e, na verdade, o segundo capítulo de Amoris Laetitia é um discernimento sobre a atual situação das famílias, é uma reflexão espiritual sensata. Nesse capítulo, o Papa Francisco fala sobre o ideal que as famílias devem alcançar. Na realidade, ele torna as coisas mais difíceis para que se atinja este ideal, e não o contrário. Porém, salienta que, para alcançar o ideal, temos de discernir, isto é, precisamos ver as famílias nas situações concretas, e para isso devemos acompanhá-las ao longo do tempo”.
Paglia igualmente falou sobre a situação mundial de hoje como uma “espécie de ditadura do materialismo e do dinheiro”.
“Por este motivo, precisamos de uma revolução cultural. Dignidade humana significa fazer de cada pessoa – desde os mais jovens até os mais velhos, desde o mais santo ao mais pecador – o centro de preocupação da Igreja, da política, da economia, da cultura, das artes e dos comércios. A sociedade inteira fundamenta-se na dignidade humana”.
Vidas exemplares, como a de Romero, nos lembram sobre como a dignidade humana está no centro da missão da Igreja, disse Vincenzo Paglia. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
*OLHAR PROFÉTICO: Obras Completas de Dom Helder Câmara. Volume I: Comissão da “espiritualidade do desenvolvimento”.
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O Pe. Chenu (relator do dia) é um velho dominicano de alma jovem, sobretudo quando toca no seu assunto predileto: teologia do trabalho.
Começou perguntando: se o Grupo é de Pobreza, por que falar sobre teologia do trabalho? Que relação existe entre pobreza e trabalho?
Respondeu:
- Quer se considerem as massas infra-humanas do 3º mundo, - quer se considerem os trabalhadores do mundo industrial, o trabalho continua sendo um lugar de dessumanização. Mesmo quando assegura um nível econômico razoável, os trabalhadores continuam privados da dignidade humana. O trabalho que deve ser uma riqueza humana vem importando em tríplice frustração. Valores do trabalho, de que são frustrados os trabalhadores: a) no plano industrial.
O trabalho dá plena posse sobre as forças da natureza: o homem se sente mais homem humanizando a natureza.
A distinção entre homo faber (operário) e homo sapiens (intelectual), resultando em desprezo do primeiro e em superioridade do segundo, é linguagem de uma civilização de escravos.
O homem participa da obra da criação e a completa. O Pe. Chenu salienta as riquezas contidas nos Padres Gregos sobre riqueza da Criação: não as temos aproveitado devidamente.
Entre parênteses: aproximei-me dos Observadores ortodoxos russos e perguntei-lhes, em inglês, pela impressão da votação dos 5 pontos: manifestaram-se muito contentes. Mas comentaram: “apenas acontece que isto para nós é catecismo elementar”.
Outro parênteses: viram o discurso em que Paulo VI fala na necessidade de um novo S. Francisco de Assis para cantar o novo [fl. 2] cântico das criaturas, já incluindo o que é criação de Deus através da criação do homem?
Terceiro parênteses: o Pe. Chenu disse que vai adotar o expressivo neologismo lançado por Mons. Camara: conscientisation. Os franceses falam sempre em “éveil de conscience” ou “prise de conscience”.
- b) no plano cristão
Foi o comentário da passagem célebre da Epístola aos Romanos, tão cara a Teillhard de Chardin... e ao nosso Luiz Alberto: a natureza que espera que o homem se torne livre para que ela se torne livre também...
Se os Padres da Igreja puderam dizer que a civilização greco-romana preparou a vinda de Cristo, por que não podemos dizer que a civilização coletivista do trabalho prepara o reino de Deus? Já estamos em trabalho de ressurreição. c) no plano do trabalho socializado
Baseando-se na “Mater et Magistra”, insistiu em dizer que os homens acham no trabalho uma fraternidade, uma comunidade.
Chegou a duas conclusões:
Se o trabalho que deve ser riqueza humana, está sendo lugar de empobrecimento humano, por ser lugar de deshumanização.
aproximemo-nos fraternalmente dos pobres
Só servimos realmente à pobreza, quando os pobres nos recebem tão à vontade que não fazem cerimônia nenhuma conosco. Recebem-nos como estão. Comentou a alegria que ele sente quando entra na casa de um operário e ele estando com as mãos sujas, sem poder dar a mão, dá o cotovelo...
mas cheguemos à caridade positiva de que fala Pio XII
A Igreja será pobre na medida em que trocar a mentalidade de prestígio, de poder e de mando pela mentalidade de servir.
Lembrou, de passagem, que o neo-capitalismo traz melhorias materiais... Pode até trazer melhorias culturais. É incapaz de respeitar a dignidade humana e de livrar-se do paternalismo. [fl. 3]
Aludiu a uma publicação, de grande valor por vir de quem vem e pelo barulho que está causando no meio dos empresários: Reforme de l’entreprise, de Bloch-Laine, um grande industrial judeu, convertido ao catolicismo.
Disse isto quando o interpelei perguntando se ele acredita na possibilidade de empresários cristãos reformarem suas próprias empresas, quando parece da essência da moderna industrialização a formação da grande engrenagem, da qual não apenas os homens (inclusive os diretores) mas empresas inteiras não passam de rodas.
Perguntei ao Pe. Chenu se os teólogos não caem no lirismo quando falam na teologia do trabalho. Acho um encanto: mas fico pensando em Carlitos. Que estará mais próximo do que sente na vida real o trabalhador mesmo: a poesia do novo hino da Criação (que entendemos tão bem, nós de fora, nós estudiosos...) ou a caricatura de Charles Chaplin?...
Chenu chega ao cúmulo de dizer que não acredita que o operário se tome de ódio. O trabalho moderno desarma, instila alegria de viver, orgulho do criador...
Bombardeado pelo Pe. Paulo Gauthier que lembrou o pequeno grupo que explora as grandes massas, Chenu reconheceu que o mundo do pecado (amor do poder, mais ainda que diretamente o amor da riqueza) se insere na estrutura mesma do mundo do trabalho.
Mons. Mercier lembrou as massas não-cristãs em que o homem vive do homem, o forte vive do fraco, o rico vive do pobre.
Na família patriarcal, o homem vive da mulher... Chenu respondeu que onde se chega a uma comunidade de trabalhadores já está o Cristo.
O teólogo africano que mora em Domus Mariae, informando que não há praticamente ricos na África, ele fica meio tonto quando ouve falar em “pobreza, pobreza”, quando quase sente necessidade de gritar o inverso, pensando nos seres: riqueza, riqueza!
Para combater os colonizadores, [fl. 4] os políticos deram a impressão de que, conquistada a independência, não haveria mais trabalho...
Agora se tem de levar o africano ao trabalho livre. Falta mística.
Campo livre.
Embora reconheça a quase impossibilidade momentânea de atuação européia, sente que os europeus podem e devem ensinar a África a chegar a comunidades livres de trabalho livre...
*Obras Completas de Dom Helder Câmara. Volume I- Tomo 1. Vaticano II: Correspondência Conciliar. (Aguarde a próxima publicação no olhar
O despertar da CNBB
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"Foi com alegria que li a nota da CNBB contra o projeto de reforma da previdência, precedida por uma carta pastoral da Diocese de Volta Redonda e uma nota da Província eclesiástica de Belo Horizonte", escreve Pedro A. Ribeiro de Oliveira, doutor em Sociologia, professor aposentado dos PPGs em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF e da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC Minas.
Eis o artigo.
Foi com alegria que li a nota da CNBB contra o projeto de reforma da previdência, precedida por uma carta pastoral da Diocese de Volta Redonda e uma nota da Província eclesiástica de Belo Horizonte. Ao final do ano passado a Igreja Luterana (IECLB) já havia tomado a mesma posição, mas até agora a CNBB parecia vacilar ante o golpe parlamentar desferido contra a Constituição cidadã de 1988 – e não somente contra a presidente Dilma.
O texto da CNBB lembra que “os Direitos Sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio”, e afirma “a intrínseca matriz ética” do sistema de Previdência “criado para a proteção social de pessoas expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade...), particularmente as mais pobres”.
Vai ao âmago do problema ao afirmar que “os números do Governo Federal que apresentam um déficit previdenciário são diversos dos números apresentados por outras instituições, inclusive ligadas ao próprio governo”. Após essa insinuação de que o Governo esconde a verdade dos números, afirma a necessidade de “auditar a dívida pública, taxar rendimentos das instituições financeiras, rever a desoneração de exportação de commodities, identificar e cobrar os devedores da Previdência.”
Após essa análise da realidade, a CNBB convoca “os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados”. Aqui reside o ponto fraco. Não do texto, mas da própria CNBB: para o povo se mobilizar em defesa dos seus direitos, não basta uma convocação. Veja-se o exemplo recente da Reforma Política.
Há três anos a CNBB e dezenas de organizações da sociedade civil fizeram um projeto de lei de iniciativa popular a ser encaminhada ao Congresso. O total de assinaturas, porém, não chegou a 600 mil – pouco mais de 1/3 do necessário. Ficou patente, então a perda da capilaridade social da Igreja católica, tão eficaz nas lutas em defesa dos Direitos Humanos durante a ditadura, e na elaboração da Constituição cidadã de 1988.
A enorme rede de Comunidades Eclesiais de Base – CEBs – articuladas pelas Pastorais Sociais e sintonizadas com as Comissões de Justiça e Paz, em sintonia com a CNBB, eram uma força social capaz de causar temor até mesmo nos militares – que não conseguiam silenciá-las. A retirada do apoio às Pastorais Sociais e às equipes de CEBs, porém, resultou em sua gradual desarticulação. Nas dioceses onde elas ainda têm agentes de pastoral liberados/as para dinamizá-las, continuam capazes de mobilizar as bases populares; mas onde os bispos cancelaram o desembolso financeiro para manter as equipes de articulação, elas definharam. Diante desta realidade, convocar uma mobilização popular é apenas um desejo piedoso.
Trata-se então de completar o auspicioso pronunciamento da CNBB com um plano de apoio às CEBs, Pastorais Sociais, Comissões de Justiça e Paz e organismos equivalentes. Elas perderam o vigor do passado, mas não morreram. Podem rejuvenescer se voltarem a receber o apoio e os recursos financeiros que possibilitem liberar pessoas para sua articulação, promover formação sócio-política para suas lideranças, e favorecer sua participação em encontros.
Se nossos bispos tiverem coragem de investir nas CEBs e nas Pastorais Sociais pelo menos a metade do que se investe na formação de seminaristas, a Igreja católica reconquistará seu papel de protagonista na defesa dos Direitos Humanos, da Cidadania e da Terra. É uma questão de opção pastoral, como exige o contundente apelo do Papa Francisco, em favor de uma Igreja em saída. Aliás, a conversão pastoral de que fala o Documento de Aparecida significa tirar a Igreja da sacristia e levá-la às periferias, mesmo porque é lá que a Igreja encontrará apoio efetivo para garantir os Direitos dos Pobres. Fonte: www.ihu.unisinos.br
*A missa terminou. Então, depois de cinco séculos declina a figura do padre.
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"O declínio quantitativo das ordenações desenha, há dois séculos, uma curva descendente diante da qual se fecham os olhos, especialmente aqueles que estão sob uma mitra episcopal".
Alguns grandes ciclos históricos terminaram com eventos estrondosos. Outros, ao contrário, encerraram-se quase despercebidamente, embora não menos importantes do que aqueles aos quais a ereção de um monumento ou uma linha de texto num manual escolar concedem eterna glória. No silêncio exauriu-se um grande ciclo: a do padre. Esta formidável invenção do século XVI, que moldou a cultura e a política, a psicologia e a vida interior, a arte e a teologia do Ocidente e das suas antigas colônias não desapareceu (são cerca de 420 mil padres no mundo), mas, há mais de três séculos, está em crise: na Itália, em noventa anos passamos de 15 mil para cerca de 2.700 seminaristas.
Isso é tão grave que nem mesmo o Papa Francisco fala. O próximo Sínodo, na verdade, tem um tema genérico-geral como o do "jovem": como se até mesmo o infatigável Papa reformador quisesse uma pausa às polêmicas. E se a "próxima encíclica, como se diz, será sobre a religiosidade "popular", terá também esta o mesmo limite.
*Leia na íntegra. Clique aqui:
Igrejas vazias e poucos sacerdotes. É a crise do modelo religioso italiano
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"Pequenas paróquias, padres em idade avançada, quase nenhuma ordenação de novos sacerdotes. Decide-se pela fusão de paróquias com um único pároco e alguns sacerdotes colaboradores. Mas não é possível apagar por decreto mais de mil anos de história de tantas realidades e identidades paroquiais"
Levantamentos estatísticos, portanto, que devem ser analisados com cautela. Também porque "a questão de quantos realmente frequentam à igreja no domingo é, de longe, a mais controversa no âmbito da pesquisa sociológica mundial.
Modelo que entrou em crise, com a paróquia que "por um lado, já não tem mais a capacidade de fomentar e administrar a religião dos grandes números, e pelo outro lado, não é capaz de satisfazer a demanda de identidade de que precisam as formas religiosas dos pequenos números". E isso "ficou claro desde o início dos anos 1970"
E a diminuição do número de sacerdotes?
O professor Borghesi está convencido de que a chave para reverter o curso pode, de alguma forma, ser representada por Francisco.
Mérito de Bergoglio? "Eu não digo que depende apenas do Papa, é claro. Mas algo foi posto em movimento. Realmente, depende muito do pároco: as pessoas voltam para a missa no domingo, quando encontram párocos que têm humanidade e coração". Muitas vezes, as realidades paroquiais "mais vivas" são aquelas guiadas pelos movimentos, mesmo que, comenta Borghesi, "não é justo pensar que as paróquias coordenadas por movimentos sejam as únicas vivas ou destinadas a sobreviver. É preciso, é claro, que o pároco também esteja aberto a essas experiências, especialmente (e principalmente) por seu próprio interesse. Mais uma vez, é preciso sair de dentro de si mesmo e questionar-se sobre as necessidades do ambiente que vive à nossa volta"...
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A esperança contra todas as outras formas de esperança
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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu, na manhã desta quarta-feira, dia 29 de Março de 2017, às 9,00 horas de Roma, na pequena sala da Aula Paulo VI, no Vaticano, os participantes à reunião da Comissão permanente para o Diálogo entre o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso e as Super-intendências iraquianas: xiita, sunita, e aquela para os cristãos: Yazidi, Sabei/Mandei.
Às 10 horas de Roma, Francisco presidiu a habitual Audiência Geral na Praça de S. Pedro, hoje , mais uma vez repleta de fiéis e peregrinos vindos das diversas partes da Itália e do mundo inteiro para assistir a catequese do Santo Padre. Tema da catequese deste ano é a esperança cristã. Hoje Francisco, apoiando-se na carta aos Romanos do Apostolo Paulo (Rm 4,16-25), falou de modo particular da “esperança contra todas as formas de esperança”.
O passo da Carta de S. Paulo aos Romanos que acabamos apenas de escutar, faz-nos um grande dom. De facto, somos habituados a reconhecer em Abraão o nosso pai na fé; hoje o Apóstolo nos faz compreender que Abraão é para nós também Pai na esperança e isto porque na sua história, nós podemos colher um anúncio da Ressurreição, da vida nova que vence o mal e a morte.
No texto, prossegue o Papa, se diz que Abraão acreditou no Deus que “dá a vida aos mortos e chama à existência as coisas que não existem, como se existissem”; Ele “ sem vacilar na fé não tomou em consideração o seu próprio corpo, já sem vigor por ser quase centenário, nem o seio de Sara, já sem vida”.
Esta é a esperança que também nós somos chamados a viver. O Deus que se revela à Abraão é o Deus que salva, o Deus que faz sair do desespero e da morte, o Deus que chama à vida. Na história de Abraão tudo se torna um hino ao Deus que liberta e regenera, tudo se torna profecia. E se torna profecia para nós que reconhecemos e celebramos o cumprimento de tudo isso no mistério da Páscoa. Deus, de facto, “ressuscitou Jesus dos mortos” para que também nós possamos passar por intermédio d’Ele da morte à vida. E então, realmente, Abraão pode muito bem ser chamado “pai de muitos povos” enquanto resplandece como anúncio de uma humanidade nova, resgatada por Cristo do pecado e da morte e introduzida uma vez por todas no abraço do amor de Deus.
Abraão é portanto, para nós hoje, observa o Santo Padre, não só o nosso pai na fé, mas é também, o nosso pai na esperança. Pois «foi com uma esperança, para além do que se podia esperar, que Abraão acreditou».
Estas palavras do apóstolo Paulo, acrescenta o Pontífice, mostram-nos a ligação íntima que existe entre a fé e a esperança. Esta não se apoia em raciocínios, previsões e certezas humanas, conseguindo ir mais além do que humanamente se pode esperar. É o caso de Abraão que acreditou na promessa divina de que haveria de ser pai de muitos povos, quando já nada o fazia esperar: a morte já o espreitava e a sua esposa, Sara, era estéril.
De facto, sublina ainda Francisco, a esperança teologal é capaz de subsistir no meio da derrocada de todas as esperanças humanas, porque não se funda numa palavra nossa, mas na Palavra de Deus. É uma esperança apoiada sobre uma promessa que, do ponto de vista humano, parece insegura e fora de todas as previsões; e contudo vemo-la resistir à própria morte, se quem promete é o Deus da Ressurreição e da Vida.
Eis então que somos chamados, a seguir o exemplo de Abraão: não obstante a sua vida já votada à morte, ele fiou-se de Deus, «plenamente convencido que Ele tinha poder para realizar o que tinha prometido». Peçamos a graça de viver apoiados, não tanto nas nossas seguranças e capacidades, mas sobretudo na esperança que brota da promessa de Deus, como verdadeiros filhos de Abraão. Só então a nossa vida assumirá uma luz nova, com a certeza de que Aquele que ressuscitou o seu Filho nos há de ressuscitar também a nós, para nos tornarmos verdadeiramente um só com Ele e com todos os nossos irmãos e irmãs na fé.
Finalmente, não faltou uma saudação especial do Papa aos peregrinos de língua oficial portuguesa presentes na Praça de S. Pedro: “Com particular afeto, disse o Santo Padre, saúdo o grupo de «Amigos dos Museus de Portugal» e também os professores e os alunos do «Colégio Cedros», desejando a todos os peregrinos presentes de língua portuguesa e as respetivas famílias, uma renovada vitalidade espiritual na fiel e generosa adesão a Cristo e à Igreja. Olhai o futuro com esperança e não vos canseis de trabalhar na vinha do Senhor. Vele sobre o vosso caminho a Virgem Maria. Fonte: http://br.radiovaticana.va
Papa Francisco: a alegria da salvação nasce na vida quotidiana.
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Milhares de fiéis durante a Missa de Francisco no Parque de Monza, em Milão - AFP
Na tarde desta sexta-feira (25/03/2017) o Papa Francisco presidiu a uma Missa campal no grande Parque de Monza, onde milhares e milhares de fiéis aguardavam desde cedo a sua chegada. De entre eles muitos migrantes, e também argentinos, nessa Cidade multicultural e multiétnica, como se dizia no encontro com o Clero e os Consagrados. Na sua homilia, comentando o Evangelho do dia, Francisco referiu-se antes de tudo às duas anunciações de que fala S. Lucas: a anunciação de João Batista, quando Zacarias estava em plena liturgia no Santuário do Templo, e a anunciação de Jesus, num lugar apartado, a Galileia, cidade periférica e no anonimato da casa de Maria.
O contraste entre as duas anunciações – explicou Francisco – diz-nos que o novo templo de Deus, o novo encontro de Deus com o seu povo acontece em lugares inesperados, nas margens, na periferia, e que é na periferia onde Deus se encontrará com o seu povo, Deus se fará carne para caminhar connosco desde o seio de Maria sua mãe.
E é o próprio Deus – prosseguiu Francisco – que toma a iniciativa e escolhe de inserir-se, como fez com Maria, nas nossas casas, nas nossas lutas quotidianas, cheias de ânsias e também de desejos; e é dentro das nossas cidades, das nossas escolas e universidades, das praças e dos hospitais que acontece o anúncio mais belo que possamos escutar: “Alegra-te, o Senhor está contigo!”, uma alegria que se torna solidariedade, hospitalidade e misericórdia para com todos.
Mas como Maria – observou ainda Francisco - podemos também nós estar perturbados e, em tempos de ritmo vertiginoso e cheios de especulação, como os nossos, podermos dizer:
"Como vai isso acontecer" em tempos assim tão cheios de especulação? Se especula sobre a vida, o trabalho, a família. Se especula sobre os pobres e os migrantes; se especula sobre os jovens e o seu futuro. Tudo parece estar reduzido a números, deixando, por outro lado, que a vida quotidiana de muitas famílias se colore de incerteza e insegurança. Enquanto a dor bate à porta de muita gente, enquanto em muitos jovens cresce a insatisfação por falta de oportunidades reais, a especulação abunda em toda parte”.
Como é possível viver a alegria do Evangelho, hoje, nas nossas cidades? É possível a esperança cristã nesta situação, aqui e agora? – se perguntou Francisco.
Estas duas perguntas tocam a nossa identidade, a vida das nossas famílias, dos nossos países e dos nossas cidades; elas tocam a vida dos nossos filhos, dos nossos jovens e exigem de nós um novo modo de situar-nos na história - explicou Francisco, que também acrescentou:
“Se continuam a ser possíveis a alegria e a esperança cristã, não podemos, e não queremos permanecer perante tantas situações dolorosas como meros espectadores que olham para o céu esperando que "páre de chover". Tudo o que acontece exige de nós que olhemos para o presente com audácia, com a coragem de quem sabe que a alegria da salvação toma forma na vida quotidiana da casa de uma jovem de Nazaré”.
E perante as nossas perturbações, o Papa mencionou três chaves que o Anjo nos oferece para nos ajudar a aceitar a missão que nos é confiada: evocar a memória, a pertença ao povo de Deus e a possibilidade das coisas impossíveis.
Sobre a memória, o Papa frisou que também nós, hoje, somos convidados a fazer memória, a olhar para o nosso passado para não esquecer de onde viemos; para não esquecer os nossos antepassados, os nossos avós e de tudo aquilo por que passaram para chegar onde estamos hoje. A memória, disse ainda Francisco, ajuda-nos a não ficar prisioneiros de discursos que semeiam fracturas e divisões como único modo de resolver os conflitos.
Mas faz-nos bem recordar ainda que somos membros do povo de Deus, disse Francisco falando da importância da pertença ao povo de Deus:
“Milaneses, sim, Ambrosianos, certamente, mas parte do grande povo de Deus. Um povo formado por mil rostos, histórias e proveniências, um povo multicultural e multiétnico. Esta é uma das nossas riquezas. É um povo chamado a hospedar as diferenças, a integrá-las com respeito e criatividade e a celebrar a novidade que vem dos outros; um povo que não tem medo de abraçar os confins, as fronteiras; um povo que não tem medo de dar acolhimento a quem dela necessita, porque sabe que lá está o seu Senhor”.
E sobre a possibilidade das coisas impossíveis, o Papa advertiu que quando pensamos que tudo depende apenas de nós continuamos prisioneiros das nossas capacidades, da nossa força e dos nossos horizontes míopes, mas quando nos deixamos ajudar, aconselhar, e quando nos abrimos à graça, parece que o impossível começa a tornar-se realidade.
E Francisco concluiu recordando que, como ontem, Deus continua a procurar aliados, continua a procurar homens e mulheres capazes de crer, capazes de fazer memória, de sentir-se parte do seu povo para cooperar com a criatividade do Espírito. Deus continua a caminhar nos nossos bairros e nas nossas ruas, e em todos os lugares em busca de corações capazes de ouvir o seu convite e fazer que que se torne carne, aqui e agora – rematou Francisco. (BS). Fonte: http://br.radiovaticana.va
Milão. O Papa quebrou o protocolo e entrou em um banheiro químico
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O Papa Francisco quebrou o protocolo durante a sua visita neste final de semana a Milão ao entrar em um banheiro químico em um bairro marginal, um gesto espontâneo que foi captado pelas câmeras e o público ali presente para ver o Pontífice.
A informação é publicada por Religión Digital, 25-03-2017. A tradução é de André Langer.
Francisco chegou neste sábado, 25 de março, pela manhã, ao aeroporto de Milão para visitar o bairro popular de Casas Brancas, situado na periferia dessa cidade italiana. “A Igreja necessita sempre ser restaurada, porque é feita por todos nós, que somos pecadores. Deixemo-nos restaurar por Deus, por sua misericórdia. Deixemos que limpe o nosso coração”, disse o Pontífice.
A primeira etapa da sua visita à capital financeira da Itália começou na periferia mais marginalizada e Francisco agradeceu “o dom da acolhida na entrada de Milão, encontrando rostos, famílias e uma comunidade”. Neste bairro, Francisco passou cerca de uma hora saudando os moradores e depois entrou na casa de três famílias.
Trata-se de Dori Falcone, de 57 anos, e de seu marido Lino Pasquale, de 59 anos, que sofre de epilepsia, o que o deixou com graves sequelas físicas e neurológicas. Também visitou a casa de Mihoual Abdel Karin e sua esposa Tardane Hanane, que moram no segundo andar do número 40 com seus três filhos de 17, 10 e 6 anos, e vieram do Marrocos em 1989.
De maneira privada, sem a presença das câmeras, Francisco também esteve alguns minutos na casa do casal formado por Nuccio Oneta, de 82 anos e gravemente doente, e Adele Agogini, de 81 anos, praticamente cega.
Jorge Bergoglio recordou novamente que a Igreja não deve ficar “no centro, à espera”, mas precisa ir ao encontro de todos “nas periferias, aos não cristãos e aos não crentes”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Exílio e liberdade
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Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba, MG
Sentimos que os contrários se tocam na nova cultura. Não é fácil encarar o que está acontecendo no Brasil, no meio de tantas situações, que criam insatisfação nos cidadãos, e certa “revolta” em relação às práticas daqueles que deveriam defender a liberdade das pessoas. Parece que vivemos totalmente exilados, com a liberdade ferida e cada vez mais pressionados e condenados à prisão.
O povo brasileiro não pode perder a esperança diante dos desafios atuais, porque isso desestimula a força de trabalho e de produtividade. Foi o que aconteceu com o povo hebreu quando exilado na Babilônia, que viveu longo tempo no “fundo do poço” e sem forças para agir. Sua saída dessa situação aconteceu quando conseguiu recuperar a liberdade até então perdida.
O dom do Espírito Santo é força de libertação, porque revigora o coração deprimido pelos condicionamentos sociais e econômicos. Quando Deus habita no coração das pessoas, as situações de desânimo e de morte temam outros rumos. Elas conseguem se refazer, se transformam, se fortalecem e passam a lutar pela construção de uma realidade de vida nova.
Diante do momento político brasileiro e da preocupação com as reformas no cenário nacional, parece que o povo vive numa profunda e generalizada crise. Basta dizer da insatisfação em relação à atuação de muitos dos nossos atuais políticos, porque não estão preocupados com as necessidades dos mais pobres e desamparados. Apesar do direito de manifestação, reina uma liberdade tolhida.
O erro aprisiona a pessoa. Ninguém pode viver na liberdade e na escravidão ao mesmo tempo. Todos nós fomos criados para viver na liberdade (cf. Rm 5,1). Muitas das obras realizadas hoje são motivadas pelo contexto capitalista, que ludibria nossa consciência e nos leva a ser desonestos. Esse não é o melhor caminho para a conquista de uma identidade totalmente livre e feliz.
Os brasileiros têm encontrado muitas barreiras que impedem sua plena realização. Para as pessoas de fé, o conforto está em Jesus Cristo, porque veem nele Alguém que é capaz de lhes dar dignidade e liberdade. Os mecanismos humanos, quando mal conduzidos, amarram as pessoas deixando-as em situação de opressão e de exílio, incapazes para realizar suas potencialidades.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
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