Justiça manda leiloar imóveis da igreja de Estevam Hernandes por dívidas
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Locadora de veículos diz que dívida soma R$ 1,6 milhão
Estevam Hernandes fala para empresários e comerciantes da Zona Norte de São Paulo na Associação dos Oficiais da Polícia Militar -
A Justiça paulista decidiu leiloar quatro imóveis da Igreja Renascer em Cristo, fundada nos anos 1980 pelo apóstolo Estevam Hernandes, o idealizador da Marcha para Jesus.
A decisão foi tomada em um processo aberto pela empresa Pole Comércio de Veículos, que cobra da igreja uma dívida estimada em R$ 1,6 milhão em aluguéis vencidos.
Um dos imóveis é o prédio da avenida Lins de Vasconcelos, no Cambuci, cujo teto desabou em janeiro de 2009, matando nove pessoas e deixando cerca de 100 feridos.
Em ruínas, o prédio tem 2.673 metros quadrados e vale cerca de R$ 14 milhões, de acordo com um laudo pericial anexado ao processo.
No total, os imóveis a serem leiloados valem cerca de R$ 26, 5 milhões.
A igreja se defendeu no processo argumentando não ter descumprido nenhuma cláusula contratual e que não estava inadimplente.
A Justiça não aceitou a argumentação e condenou a igreja a fazer o pagamento. O processo transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso. Como a Renascer não fez o pagamento, a Justiça determinou a realização do leilão.
A Renascer, proprietária da Rede Gospel de Televisão e Rádio, com 25 emissoras em seis Estados e no Distrito Federal, ainda pode recorrer para questionar o cálculo da correção da dívida, que inclui juros, e a realização do leilão.
No processo, a Igreja afirmou que os imóveis valem muito mais do que o valor da dívida.
"Somente um único imóvel penhorado é capaz de garantir o crédito almejado pelo menos 14 vezes", afirmou a defesa da Renascer, ressaltando ter interesse em pagar o valor devido.
O juiz Emmanuel Brandão Filho determinou a realização do leilão dos quatro imóveis sustentando que não há garantia de que todos serão arrematados.
Ele disse na sentença também que existem diversas outras penhoras sobre os imóveis da Renascer por conta de dívidas cobradas em outros processos judiciais. Ou seja, em tese, os valores obtidos no leilão poderão ser utilizados para o pagamento dos demais credores.
O juiz afirmou ainda que, caso o montante obtido supere as dívidas, a diferença será devolvida à igreja. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Quinta-feira, 01 de junho-2023. 8ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e a vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 10, 46-52)
46Chegaram a Jericó. Ao sair dali Jesus, seus discípulos e numerosa multidão, estava sentado à beira do caminho, mendigando, Bartimeu, que era cego, filho de Timeu. 47Sabendo que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: "Jesus, filho de Davi, em compaixão de mim!" 48Muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: "Filho de Davi, tem compaixão de mim!" 49Jesus parou e disse: "Chamai-o" Chamaram o cego, dizendo-lhe: "Coragem! Levanta-te, ele te chama." 50Lançando fora a capa, o cego ergueu-se dum salto e foi ter com ele. 51Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: "Que queres que te faça? Rabôni, respondeu-lhe o cego, que eu veja! 52Jesus disse-lhe: Vai, a tua fé te salvou." No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho.
3) Reflexão
O evangelho de hoje descreve a cura do cego Bartimeu (Mc 10,46-52) que encerra a longa instrução de Jesus sobre a Cruz. No início da instrução, havia a cura de um cego anônimo (Mc 8,22-26). As duas curas de cegos são símbolo do que se passava entre Jesus e os discípulos.
Marcos 10,46-47: O grito do cego Bartimeu.
Finalmente, após uma longa travessia, Jesus e os discípulos chegam em Jericó, última parada antes da subida para Jerusalém. O cego Bartimeu está sentado à beira da estrada. Não pode participar da procissão que acompanha Jesus. Mas ele grita, invocando a ajuda de Jesus: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Ao longo dos séculos, através da prática dos monges do deserto, esta invocação do pobre Bartimeu tornou-se aquilo que costuma ser chamada “A Oração de Jesus”. Os monges a repetem com a boca, sem parar, e ela desce da boca para o coração. A pessoa, aos poucos, já não reza mais, mas ela mesma se torna oração.
Marcos 10,48-51: Jesus escuta o grito do cego
O grito do pobre incomoda. Os que vão na procissão tentam abafá-lo. Mas “ele gritava mais ainda!” E Jesus, o que faz? Ele escuta o grito do pobre, pára e manda chamá-lo! Os que queriam abafar o grito incômodo do pobre, agora, a pedido de Jesus, são obrigados a levar o pobre até Jesus: “Coragem, levante-se, porque Jesus está chamando você". Bartimeu larga tudo e vai até Jesus. Não tem muito. Apenas um manto. Mas era o que tinha para cobrir o seu corpo (cf. Ex 22,25-26). Era a sua segurança, o seu chão! Jesus pergunta: “O que você quer que eu faça?” Não basta gritar. Tem que saber por que grita! -“Rabbuni” Meu Mestre! Que eu possa ver novamente!” Bartimeu tinha invocado Jesus com idéias não inteiramente corretas, pois o título “Filho de Davi” não era muito bom. O próprio Jesus o tinha criticado (Mc 12,35-37). Mas Bartimeu teve mais fé em Jesus, do que nas suas idéias sobre Jesus. Assinou em branco. Não fez exigências como Pedro. Soube entregar sua vida aceitando Jesus sem impor condições, e o milagre aconteceu.
Marcos 10,52: Tua fé te curou
Jesus lhe disse: "Pode ir, a sua fé curou você." No mesmo instante Bartimeu começou a ver de novo e seguia Jesus pelo caminho. Sua cura é fruto da sua fé em Jesus. Curado, ele larga tudo, segue Jesus no caminho e sobe com ele para o Calvário em Jerusalém. Bartimeu tornou-se discípulo modelo para todos nós que queremos “seguir Jesus no caminho” em direção a Jerusalém. Nesta decisão de caminhar com Jesus está a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz. Pois a cruz não é uma fatalidade, nem uma exigência de Deus. Ela é a conseqüência do compromisso assumido com Deus de servir aos irmãos e de recusar o privilégio.
A fé é uma força que transforma as pessoas
A cura do cego Bartimeu esclarece um aspecto muito importante de como deve ser a fé em Jesus. Pedro tinha dito a Jesus: “Tu és o Cristo!” (Mc 8,29). Ele tinha a doutrina correta, pois Jesus é o Cristo, o Messias. Mas quando Jesus disse que o Messias devia sofrer, Pedro reagiu e não aceitou. Pedro tinha a doutrina correta, mas sua fé em Jesus não era lá muito correta. Bartimeu, ao contrário, tinha invocado Jesus com o título “Filho de Davi!” (Mc 10,47). Jesus não gostava muito deste título (Mc 12,35-37). Porém, mesmo invocando Jesus com uma doutrina não inteiramente correta, Bartimeu teve fé correta e foi curado! Diferentemente de Pedro (Mc 8,32-33), acreditou mais em Jesus, do que nas idéias que ele tinha sobre Jesus. Converteu-se, largou tudo e seguiu Jesus no caminho para o Calvário! (Mc 10,52). A compreensão plena do seguimento de Jesus não se obtém pela instrução teórica, mas sim pelo compromisso prático, caminhando com ele no caminho do serviço e da gratuidade, desde a Galiléia até Jerusalém. Quem insiste em manter a idéia de Pedro, isto é, do Messias glorioso sem a cruz, nada vai entender de Jesus e nunca chegará a tomar a atitude do verdadeiro discípulo. Quem souber crer em Jesus e fazer a “entrega de si” (Mc 8,35), aceitar “ser o último” (Mc 9,35), “beber o cálice e carregar sua cruz” (Mc 10,38), este, como Bartimeu, mesmo tendo idéias não inteiramente corretas, conseguirá enxergar e “seguirá Jesus no caminho” (Mc 10,52). Nesta certeza de caminhar com Jesus está a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz.
4) Para um confronto pessoal
1) Uma pergunta indiscreta: “Eu, na minha maneira de viver a fé, sou como Pedro ou como Bartimeu?
2) Hoje, na igreja, a maioria do povo é como Pedro ou como Bartimeu?
5) Oração final
O Senhor é bom, sua misericórdia é eterna e sua fidelidade se estende de geração em geração. (Sl 99, 5)
Quarta-feira, 31 de maio 2023. Festa da Visitação de Nossa Senhora
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1) Oração
Ó Deus todo-poderoso, que inspirastes à Virgem maria sua visita a Isabel, levando no seio o vosso Filho, fazei-nos dóceis ao Espírito Santo, para cantar com ela o vosso louvor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 1, 39-56)
39Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. 40Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. 41Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. 43Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? 44Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.45Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas! 46E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor,47meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, 49porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. 50Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. 51Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. 52Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. 53Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. 54Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
56Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa.
3) Reflexão Luca 1,39-56
Hoje, festa da visitação de Nossa Senhora, o evangelho fala da visita de Maria à sua prima Isabel. Quando Lucas fala de Maria, ele pensa nas comunidades do seu tempo que viviam espalhadas pelas cidades do império romano e lhes oferece em Maria o modelo de como devem relacionar-se com a Palavra de Deus. Certa vez, ao ouvir Jesus falar de Deus, uma mulher do povo exclamou: "Feliz o seio que te carregou, e os seios que te amamentaram". Elogiou a mãe de Jesus. Imediatamente, Jesus respondeu: "Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11,27-28). Maria é o modelo da comunidade fiel que sabe ouvir e praticar a Palavra de Deus. Descrevendo a visita de Maria a Isabel, ele ensina como as comunidades devem fazer para transformar a visita de Deus em serviço aos irmãos e às irmãs.
O episódio da visita de Maria a Isabel mostra ainda um outro aspecto bem próprio de Lucas. Todas as palavras e atitudes, sobretudo o cântico de Maria, formam uma grande celebração de louvor. Parece a descrição de uma solene liturgia. Assim, Lucas evoca o ambiente litúrgico e celebrativo, em que Jesus foi formado e em que as comunidades devem viver a sua fé.
Lucas 1,39-40: Maria sai para visitar Isabel
Lucas acentua a prontidão de Maria em atender às exigências da Palavra de Deus. O anjo lhe falou da gravidez de Isabel e, imediatamente, Maria se levanta para verificar o que o anjo lhe tinha anunciado, e sai de casa para ir ajudar a uma pessoa necessitada. De Nazaré até as montanhas de Judá são mais de 100 quilômetros! Não havia ônibus nem trem.
Lucas 1,41-44: Saudação de Isabel
Isabel representa o Antigo Testamento que termina. Maria, o Novo que começa. O Antigo Testamento acolhe o Novo com gratidão e confiança, reconhecendo nele o dom gratuito de Deus que vem realizar e completar toda a expectativa do povo. No encontro das duas mulheres manifesta-se o dom do Espírito que faz a criança estremecer de alegria no seio de Isabel. A Boa Nova de Deus revela a sua presença numa das coisas mais comuns da vida humana: duas donas de casa se visitando para se ajudar. Visita, alegria, gravidez, criança, ajuda mútua, casa, família: é nisto que Lucas quer que as comunidades (e nós todos) percebamos e descubramos a presença do Reino. As palavras de Isabel, até hoje, fazem parte do salmo mais conhecido e mais rezado da América Latina, que é a Ave Maria.
Lucas 1,45: O elogio que Isabel fez a Maria
"Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor vai acontecer". É o recado de Lucas às Comunidades: crer na Palavra de Deus, pois ela tem força para realizar aquilo que ela nos diz. É Palavra criadora. Gera vida nova no seio de uma virgem, no seio do povo pobre e abandonado que a acolhe com fé.
Lucas 1,46-56: O cântico de Maria
Muito provavelmente, este cântico já era conhecido e cantado nas Comunidades. Ele ensina como se deve rezar e cantar. Lucas 1,46-50: Maria começa proclamando a mudança que aconteceu na sua própria vida sob o olhar amoroso de Deus, cheio de misericórdia. Por isso, ela canta feliz: "Exulto de alegria em Deus, meu Salvador". Lucas 1,51-53: Em seguida, canta a fidelidade de Deus para com seu povo e proclama a mudança que o braço de Javé estava realizando a favor dos pobres e famintos. A expressão "braço de Deus" lembra a libertação do Êxodo. É esta força salvadora de Deus que faz acontecer a mudança: dispersa os orgulhosos (1,51), destrona os poderosos e eleva os humildes (1,52), manda os ricos embora sem nada e aos famintos enche de bens (1,53). Lucas 1,54-55: No fim, ela lembra que tudo isto é expressão da misericórdia de Deus para com o seu povo e expressão da sua fidelidade às promessas feitas à Abraão. A Boa Nova veio não como recompensa pela observância da Lei, mas como expressão da bondade e da fidelidade de Deus às promessas. É o que Paulo ensinava nas cartas aos Gálatas e aos Romanos.
O segundo livro de Samuel conta a história da Arca da Aliança. Davi quis colocá-la em sua casa, mas ficou com medo e disse. "Como virá a Arca de Javé para ficar na minha casa?" (2 Sam 6,9) Davi mandou que a Arca fosse para a casa de Obed-Edom. "E a Arca de Javé ficou três meses na casa de Obed-Edom, e Javé abençoou a Obed-Edom e a toda a sua família" (2 Sam 6,11). Maria, grávida de Jesus, é como a Arca da Aliança que, no Antigo Testamento, visitava as casas das pessoas trazendo benefícios. Ela vai para a casa de Isabel e fica lá três meses. E enquanto está na casa de Isabel, ela e toda a sua família é abençoada por Deus. A comunidade deve ser como a Nova Arca da Aliança. Visitando a casa das pessoas, deve trazer benefícios e graça de Deus para o povo.
4) Para um confronto pessoal
1) O que nos impede de descobrir e de viver a alegria da presença de Deus em nossa vida?
2) Onde e como a alegria da presença de Deus está acontecendo hoje na minha vida e na vida da comunidade?
5) Oração final
Minha alma, bendize o Senhor e tudo o que há em mim, o seu santo nome! Minha alma, bendize o Senhor, e não esqueças nenhum de seus benefícios. (Sl 102, 1-2)
Avião da Igreja Quadrangular é flagrado com 290 quilos de maconha; Polícia Federal investiga
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Homem foi detido enquanto tentava fugir; Entidade religiosa disse que recebeu com surpresa a notícia do envolvimento do monomotor Bonanza, de sua propriedade, com carga não autorizada
A Polícia Federal prendeu uma pessoa que estava prestes a transportar 290 quilos de skunk, um tipo de maconha concentrada, em um avião monomotor pertencente à Igreja Quadrangular do Pará. Foto: Divulgação/Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã de sábado, 27, uma pessoa que estava prestes a transportar 290 quilos de skunk, um tipo de maconha concentrada, em um avião monomotor pertencente à Igreja do Evangelho Quadrangular. Pouco antes da decolagem, agentes realizaram a abordagem em um hangar de voos particulares do aeroporto internacional de Belém, no Pará.
O homem foi autuado em flagrante por tráfico interestadual de drogas. Já o piloto não foi preso, pois não foi verificada participação dele no crime, de acordo com a PF. A aeronave foi apreendida, assim como o celular do indivíduo preso.
A Polícia Federal prendeu uma pessoa que estava prestes a transportar 290 quilos de skunk, um tipo de maconha concentrada, em um avião monomotor pertencente à Igreja Quadrangular do Pará. Foto: Divulgação/Polícia Federal
Por meio de um comunicado oficial enviado nesta segunda-feira, 29, a Igreja do Evangelho Quadrangular veio a público assumir a propriedade do avião apreendido. “A Igreja do Evangelho Quadrangular recebeu com surpresa a notícia do envolvimento do monomotor Bonanza, de sua propriedade, com carga não autorizada. Ao tomar conhecimento, imediatamente, a Igreja do Evangelho Quadrangular do Estado do Pará acionou a Polícia Federal”, disse em nota. Veja abaixo o posicionamento na íntegra.
Segundo a PF, a partir de informações de inteligência, o órgão soube que havia um carregamento de entorpecente com plano de voo para Petrolina, em Pernambuco. “Minutos antes da decolagem, prevista para 7h30, o responsável pela droga foi abordado, enquanto caminhava do pátio à aeronave. Ao ver a polícia, correu para fora do aeroporto, mas foi alcançado”, disse a polícia.
Com relação ao indivíduo que foi preso, a igreja informa que trata-se de um funcionário que sempre prestou serviço dentro do aeroporto. Ainda está sendo investigado pela PF como ele teve acesso ao avião da igreja. A identidade dele não foi divulgada.
Igreja do Evangelho Quadrangular
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Fundada em 1951 no Brasil, a igreja está presente em todos os Estados brasileiros, onde possui pouco mais de 1,8 milhão de membros, conforme a última informação do Censo de 2010. “Nossa perspectiva em 2023 é de reunir aproximadamente três milhões de membros pelo Brasil”, acrescentou a Igreja do
Evangelho Quadrangular.
A sede mundial da igreja, inaugurada em 1923, está localizada em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos, onde está ocorrendo nesta segunda-feira, a comemoração de seu centenário.
A droga, colocada em caixas de papelão, ocupava todo o espaço que sobrava na aeronave, além dos assentos para um passageiro e o piloto. “Detalhes da circunstância do crime serão investigados a partir de inquérito aberto”, acrescentou a PF.
Veja o posicionamento na íntegra:
A Igreja do Evangelho Quadrangular recebeu com surpresa a notícia do envolvimento do monomotor Bonanza, de sua propriedade, com carga não autorizada.
Ao tomar conhecimento, imediatamente, a Igreja do Evangelho Quadrangular do Estado do Pará acionou a Polícia Federal, que efetuou a prisão de uma pessoa e apreendeu a carga.
É interesse da Igreja que tudo seja esclarecido e, portanto, reafirma o seu compromisso de colaborar com as investigações.
Atenciosamente, Igreja do Evangelho Quadrangular. Fonte: https://www.estadao.com.br
Papa Francisco cancela audiências nesta sexta devido à 'febre'
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Papa Francisco cancela audiências nesta sexta devido à 'febre'
Pontífice passou três dias internado no final de março devido à pneumonia; idade avançada e saúde do argentino vêm gerando preocupação
O Papa Francisco não realizou audiências no Vaticano na manhã desta sexta-feira após ter febre, informou o Vaticano. Não há mais detalhes sobre o estado de saúde do Pontífice de 86 anos, cuja idade avançada e problemas recorrentes de saúde — entre eles uma pneumonia que o deixou internado por três dias em março — forçaram o cancelamento de uma série de compromissos nos últimos meses.
Indagado por um repórter sobre a razão para o Papa argentino, que completou uma década do Trono de São Pedro em março, ter cancelado seus compromissos matinais, o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, afirmou:
— Devido a uma febre, o Papa Francisco não teve audiências nesta manhã.
Na tarde de quinta, segundo a agência Reuters, o argentino demonstrou fadiga em um encontro com estudantes perto do Vaticano. Não está claro se o Pontífice terá audiências privadas no sábado, mas seus compromissos para os próximos dias permanecem mantidos até o momento, incluindo a Missa de Pentecostes, 50 dias após a Páscoa, que será celebrada no domingo na Praça de São Pedro.
No dia 29 de março, Francisco foi levado de ambulância para a Policlínica Gemelli, em Roma, após passar mal depois de uma audiência. Ele recebeu tratamento com antibióticos e foi liberado três dias depois do hospital, onde há no 10º andar uma ala exclusiva para tratar dos chefes da Igreja Católica.
Na época, noticiou-se que Francisco havia sido diagnosticado com bronquite aguda, mas em uma visita à Hungria no mês passado o religioso disse que sofreu de uma forma "aguda e grave" de pneumonia localizada na parte inferior do pulmão. O Pontífice teve a maior parte do pulmão direito removida aos 21 anos de idade por causa de uma pneumonia grave, e sua saúde vem sendo motivo de especulações desde que a fumaça branca saiu da chaminé do Vaticano anunciando seu nome em março de 2013.
— Eu senti uma dor intensa no final da audiência [do dia 29 de março]. Não perdi a consciência, mas tive uma febre alta — disse o Papa a jornalistas, durante o voo de retorno de Budapeste para Roma. — O organismo respondeu bem ao tratamento. Graças a Deus eu posso dizer isso agora.
Comentando o assunto em uma entrevista ao canal em espanhol Telemundo na quinta, Francisco disse que a pneumonia foi "tratada a tempo", mas que se tivesse esperado algumas horas a mais para ir ao hospital, a situação poderia ter sido "mais grave".
Em julho de 2021, Francisco passou 10 dias internado após uma cirurgia no intestino grosso em julho de 2021. Na época, ele foi admitido na Gemelli para fazer uma operação pré-agendada para tratar de uma diverticulite, inflamação na parede do intestino grosso que causa espessamento da parede do órgão, que fica mais estreito. No jargão médico, o termo para o quadro é estenose.
A ideia inicial era fazer uma cirurgia robótica, com técnica sofisticada e pouco invasiva realizada com a ajuda de robôs. O quatro provou-se mais grave do que o inicialmente previsto já no centro cirúrgico, contudo, e os médicos acharam melhor mudar os planos e fazer um procedimento "a céu aberto", quando a barriga é cortada. Cerca de 33 centímetros do órgão foram removidos.
O Papa também sofre de osteoartrite, também chamada de artrose, do joelho direito. O quadro inoperável dificulta sua locomoção, forçando-o a se locomover com muletas ou cadeiras de rodas. Ele também teve de cancelar ou reduzir as atividades várias vezes nos últimos meses devido à dor.
A idade avançada agrava a situação, mas, segundo informações da imprensa italiana, a doença estaria associada à postura errada. O problema postural o levou a descarregar mais peso na articulação do joelho direito, o que levou ao seu enfraquecimento ao longo do tempo e provocou um desgaste severo do ligamento.
Em uma entrevista no fim do ano passado, o Papa argentino afirmou que assinou uma carta de renúncia há quase uma década para o caso de eventualmente a saúde precária o impedir de desempenhar suas funções. Antes, já havia dito que não descartava renunciar ao trono de São Pedro caso percebesse que não tem mais condições de fazer seu trabalho.
As especulações sobre a possibilidade de uma abdicação se intensificaram após a morte de seu antecessor, o Papa Bento XVI, em 31 de dezembro. Em 2013, o alemão quebrou um tabu de seis décadas ao abrir mão do comando da Igreja, admitindo que a idade avançada e a saúde frágil já não lhe davam mais condições para liderar a instituição.
Bento XVI passou sua última década de vida em recolhimento no mosteiro Mater Ecclesiae, no perímetro do Vaticano, o que forçou a comunidade religiosa a navegar por um mundo com dois Papas com estilos e visões diferentes sobre como a Igreja deve ser conduzida. Apesar de atritos pontuais, a coexistência foi majoritariamente pacífica e abriu precedentes para que outros herdeiros de São Pedro sigam pelo mesmo caminho.
Francisco, contudo, sinaliza que a hipótese de renúncia não está em seu horizonte. Durante a viagem para a Hungria no mês passado, por exemplo, afirmou que seus problemas médicos não devem impedir que sua agenda de viagens continue. De 2 a 6 de agosto, o Papa tem marcada uma ida a Lisboa para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e, no mês seguinte, deve ir a Marselha, na França. Mais adiante, tem viagem marcada para a Mongólia. Fonte: https://oglobo.globo.com
VINDE ESPÍRITO SANTO
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Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
Certamente os discípulos que acompanhavam Jesus Cristo mais de perto sentiam-se felizes, seguros e até orgulhosos. Afinal, tinham um mestre que ensinava com sabedoria, criava um ambiente de fraternidade e partilha, curava doentes, abria os olhos dos cegos, fazia paralíticos andarem. Aos poucos, Jesus foi-lhes dizendo que não ficaria para sempre com eles deste modo, mas que deveriam continuar a sua obra sem a presença visível Dele. Continuaria presente sempre pela ação do Espírito Santo.
Quem é o Espírito Santo? Na Profissão de Fé os cristãos confessam “creio no Espírito Santo”. O Símbolo niceno-constantinopolitano explica com mais palavras: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas”. Estamos falando de uma das três pessoas da Santíssima Trindade. Ele é o doador dos dons, mas também o Dom de Deus Pai e de Jesus Cristo ressuscitado à Igreja. “Jesus soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo”.
A liturgia da solenidade de Pentecostes (Atos 2,1-11; Salmo103; 1Coríntios 12, 3-7.12-13 e 20,19-23) medita sobre a ação eficaz do Espírito Santo na vida na comunidade cristã. Estes textos bíblicos apresentam alguns frutos da sua ação que devem ser entendidos de forma conjunta: a unidade, a diversidade de dons e o perdão dos pecados.
Na Carta de São Paulo aos Coríntios ensina que todos foram batizados no mesmo Espírito e por isso formam um só corpo. É admirável a complexidade do corpo humano, a complementariedade dos órgãos e harmonia nos movimentos. Cada parte coopera sem perder a sua identidade e nem se confunde com o todo. Esta é a consciência da Igreja nascente. Ela é sabedora da diversidade de dons, carismas e ministérios existentes em seu meio. Quem harmoniza e dá unidade é o Espírito Santo que faz convergir tudo em “vista do bem comum”.
A narrativa de Pentecostes, segundo o livro de Atos dos Apóstolos, acentua a diversidade de povos e línguas, pessoas “de todas as nações do mundo”. Quando os apóstolos começam a “anunciar as maravilhas de Deus” os ouvintes se interrogam: “Como é que nós os escutamos na nossa própria língua?” A Igreja que nasce em Pentecostes não é fruto da vontade humana, mas é fruto da força do Espírito Santo. É Ele que dá vida a uma comunidade que é uma só e ao mesmo tempo universal. Escreve Bento XVI comentando Pentecostes: “Com efeito somente o Espírito Santo, que cria unidade no amor e na aceitação recíproca das diversidades, pode libertar a humanidade da tentação constante de uma vontade de poder terreno que quer dominar e uniformizar tudo”. No evento de Pentecostes fica evidente dimensão “católica” da Igreja. Ela é formada por pessoas de vários povos, línguas, culturas e destinada a todos os povos de todos os tempos, conforme o mandato de Jesus ‘ide pelo mundo e fazei discípulos meus todos os povos” (Mt 28,19).
Depois que Jesus soprou sobre os discípulos deu-lhes a missão de serem portadores do perdão criando um ambiente de paz. “A paz esteja convosco”. A comunidade cristã e toda humanidade é formada por pessoas frágeis, inconstantes. Os atritos e desentendimentos surgem em todos os ambientes. Por isso Jesus dedicou muitos ensinamentos sobre o perdão e a misericórdia. A necessidade de pedir perdão e de perdoar. Deixou aos discípulos e, consequentemente a Igreja, o ministério do perdão. Perdoar é um aprendizado e um exercício e deve ser constante. O dom do Espírito Santo cria unidade e fraternidade, através do exercício do perdão mútuo. Fonte: https://www.cnbb.org.br
PAPA FRANCISCO CONFIRMA DOM ORLANDO BRANDES ARCEBISPO DE APARECIDA (SP) ATÉ COMPLETAR 80 ANOS
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O Papa Francisco, por meio de uma comunicação divulgada nesta quarta-feira (24) pela nunciatura apostólica no Brasil, confirmou a continuidade de dom Orlando Brandes como arcebispo de Aparecida (SP) por mais três anos.
“A Nunciatura Apostólica no Brasil comunica que o Santo Padre Francisco dispôs que S.E. Dom Orlando Brandes continue no Ministério Pastoral de Arcebispo de Aparecida e Metropolita da Província Eclesiástica homônima até completar 80 anos idade”, diz um trecho do comunicado.
O texto assinado pelo núncio apostólico, dom Giambattista Diquattro, ainda cita as instruções recebidas para informar aos fiéis da arquidiocese de Aparecida sobre a decisão.
Divina providência
Dom Orlando Brandes, de 77 anos, em entrevista exclusiva ao A12, no seminário Santo Afonso, falou sobre o sentimento de continuar à frente da arquidiocese por mais três anos.
“Eu recebo mais essa missão que o Papa Francisco me confiou com gratidão e também com tremor e com muita esperança”, disse.
O arcebispo confidenciou que espera orações dos peregrinos e devotos de Nossa Senhora Aparecida e contou como foi a conversa com o Santo Padre, Papa Francisco, quando o Pontífice fez o pedido para ele continuar na Arquidiocese de Aparecida.
“Eu fui muito claro com o Santo Padre ao falar das minhas limitações de idade e outras limitações, mas eu me coloco à disposição da Igreja, no caso do Papa Francisco, vendo por trás disso a Divina Providência, a vontade de Deus”, falou. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Sexta-feira, 26 de maio-2023. 7ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, pela glorificação do Cristo e pela iluminação do Espírito Santo, abristes para nós as portas da vida eterna. Fazei que, participando de tão grandes bens, nos tornemos mais dedicados a vosso serviço e cresçamos constantemente na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 21,15-19)
15Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 16Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 17Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. 19Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me!
3) Reflexão - Jo 21,15-19
Estamos nos últimos dias antes de Pentecostes. Durante a quaresma, a seleção dos evangelhos diários segue a tradição antiga da Igreja. Entre Páscoa e Pentecostes, a preferência é para o evangelho de João. Assim, nestes últimos dois dias antes de Pentecostes, os evangelhos diários trazem os últimos versículos do Evangelho de João. Na próxima segunda feira, quando retomamos o Tempo Comum, retomamos o evangelho de Marcos. Nas semanas do Tempo Comum, a liturgia diária faz leitura contínua do evangelho de Marcos (da 1ª até à 9ª semana comum), de Mateus (da 10º até 21ª semana comum) e de Lucas (da 22ª até 34ª semana comum).
Os evangelhos de hoje e de amanhã trazem o último encontro de Jesus com os discípulos. Foi um reencontro celebrativo, marcado pela ternura e pelo carinho. No fim, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Só depois de ter recebido, por três vezes, a mesma resposta afirmativa, é que Jesus dá a Pedro a missão de tomar conta das ovelhas. Para podermos trabalhar na comunidade Jesus não pergunta se sabemos muita coisa. O que ele pede é que tenhamos muito amor!
João 21,15-17: O amor no centro da missão
Depois de uma noite de pescaria no lago sem pegar nenhum peixe, chegando na praia, os discípulos descobrem que Jesus já tinha preparado uma refeição com pão e peixe assado nas brasas. Todos juntos fizeram uma ceia de confraternização, em cujo centro estava o próprio Senhor Jesus, preparando a Ceia. Terminada a refeição, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Três vezes, porque foi por três vezes que Pedro negou Jesus (Jo 18,17.25-27). Depois de três respostas afirmativas, também Pedro se torna "Discípulo Amado" e recebe a ordem de tomar conta das ovelhas. Jesus não perguntou se Pedro tinha estudado exegese, teologia, moral ou direito canônico. Só perguntou: "Você me ama?" O amor em primeiro lugar. Para as comunidades do Discípulo Amado a força que as sustenta e mantém unidas não é a doutrina, mas sim o amor.
João 21,18-19: A previsão da morte
Jesus diz a Pedro: Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Ao longo da vida, Pedro e todos nós vamos amadurecendo. A prática do amor irá tomando conta da vida e a pessoa já não será mais dono da própria vida. O serviço de amor aos irmãos e às irmãs tomará conta de tudo e nos conduzirá. Um outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Este é o sentido do seguimento. E o evangelista comenta: “Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus”. E Jesus acrescentou: "Siga-me."
O amor em João – Pedro, você me ama? - O Discípulo Amado
A palavra amor é umas das palavras mais usadas por nós, hoje em dia. Por isso mesmo, é uma palavra muito desgastada. Mas era com esta palavra que as comunidades do Discípulo Amado manifestavam a sua identidade e o seu projeto. Amar é antes de tudo uma experiência profunda de relacionamento entre pessoas onde existe uma mistura de sentimentos e valores como alegria, tristeza, sofrimento, crescimento, renúncia, entrega, realização, doação, compromisso, vida, morte etc. Este conjunto todo na Bíblia é resumido por uma única palavra na língua hebraica. Esta palavra é hesed. É uma palavra de difícil tradução para a nossa língua. Nas nossas Bíblias geralmente é traduzida por caridade, misericórdia, fidelidade ou amor. As comunidades do Discípulo Amado procuravam viver esta prática do amor em toda a sua radicalidade. Jesus a revelou em seus encontros com as pessoas com sentimentos de amizade e de ternura, como, por exemplo, no seu relacionamento com a família de Marta em Betânia: “Jesus amava Marta e sua irmã e Lázaro”. Ele chora diante do túmulo de Lázaro (Jo 11,5.33-36). Jesus encarou sempre sua missão como uma manifestação de amor: “tendo amado os seus, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Neste amor Jesus manifesta sua profunda identidade com o Pai (Jo 15,9). Para as comunidades não havia outro mandamento a não ser este: “agir como Jesus agia” (1Jo 2,6). Isto implica em “amar os irmãos”(1Jo 2,7-11; 3,11-24; 2Jo 4-6). Sendo um mandamento tão central na vida da comunidade, os escritos joaninos definem assim o amor: “Nisto conhecemos o Amor: que ele deu a sua vida por nós. Nos também devemos dar as nossas vidas por nossos irmãos e irmãs”. Por isso não devemos “amar só por palavras, mas por ações e verdade”.(1Jo 3,16-17). Quem vive o amor e o manifesta em suas palavras e atitudes torna-se também Discípula Amada, Discípulo Amado.
4) Para confronto pessoal
- Olhe para dentro de você e diga qual o motivo mais profundo que leva você a trabalhar na comunidade? É o amor ou é a preocupação com as ideias?
- A partir das relações que temos entre nós, com Deus e com a natureza, que tipo de comunidade estamos construído?
5) Oração final
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios (Sl 102, 1-2).
25 DE MAIO: Santa Maria Madalena de Pazzi- A Santa do Dia.
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O Frei Bruno Secondin, O. Carm- In Memoriam (+ 07/06/2019) - em conferência para a Província Carmelitana de Santo Elias no Retiro anual do mês de julho-2017, fala sobre Santa Maria Madelena de Pazzi, Carmelita.
Terça-feira, 23 de maio-2023. 7ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, fazei que o Espírito Santo, vindo habitar em nossos corações, nos torne um templo da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 17,1-11a)
1Jesus afirmou essas coisas e depois, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora. Glorifica teu Filho, para que teu Filho glorifique a ti; 2e para que, pelo poder que lhe conferiste sobre toda criatura, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe entregaste. 3Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste. 4Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer. 5Agora, pois, Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado. 6Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e deste-mos e guardaram a tua palavra. 7Agora eles reconheceram que todas as coisas que me deste procedem de ti. 8Porque eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste e eles as receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de ti, e creram que tu me enviaste. 9Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. Neles sou glorificado. 11Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti.
3) Reflexão - Jo 17,1-11a
Nos evangelhos de hoje, de amanhã e de depois de amanhã, vamos meditar as palavras que Jesus dirigiu ao Pai no momento da despedida. João conservou estas palavras e as colocou como pronunciadas por Jesus durante o último encontro de Jesus com seus discípulos. É o Testamento de Jesus em forma de prece, também chamada Oração Sacerdotal (Jo 17,1-26).
O capítulo 17 do evangelho de João é o final de uma longa reflexão de Jesus, iniciada no capítulo 15, sobre a sua missão no mundo. As comunidades conservaram estas reflexões para poderem entender melhor o momento difícil que elas mesmas estavam atravessando: tribulação, abandono, dúvidas, perseguição. A longa reflexão termina com a oração de Jesus pelas comunidades. Nela transparecem os sentimentos e as preocupações que, conforme o evangelista, estavam em Jesus no momento de ele sair deste mundo para o Pai. É com estes sentimentos e com esta preocupação que Jesus está agora diante do Pai, intercedendo por nós. Por isso, a Oração Sacerdotal é também o Testamento de Jesus. Muita gente, no momento de se despedir para sempre, deixa alguma mensagem. Todo mundo guarda palavras importantes do pai e da mãe, sobretudo quando são dos últimos momentos da vida. Preservar estas palavras é como preservar as pessoas. É uma forma de saudade.
O capítulo 17 é um texto diferente. É mais de amizade do que de raciocínio. Para captar bem todo o seu sentido, não basta a reflexão da cabeça, da razão. Este texto deve ser meditado e acolhido também no coração. É um texto não tanto para ser discutido mas sim para ser meditado e ruminado. Por isso, você não se preocupe se não entender logo tudo. O texto exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Um texto assim, a gente deve ler, meditar, pensar, ler de novo, repetir, ruminar, como se faz com um doce gostoso na boca. Vai virando e virando, até se gastar todo. Por isso, feche os olhos, faça silêncio dentro de você e escute Jesus falando para você, transmitindo no Testamento sua maior preocupação, sua última vontade. Procure descobrir qual o ponto em que Jesus insiste mais e que ele considera o mais importante.
João 17,1-3: Chegou a hora!
“Pai, chegou a hora!" É a hora longamente esperada (Jo 2,4; 7,30; 8,20; 12,23.27; 13,1; 16,32). É o momento da glorificação que se fará através da paixão, morte e ressurreição. Chegando ao fim da sua missão, Jesus olha para trás e faz uma revisão. Nesta prece, ele vai expressar o sentimento mais íntimo do seu coração e a descoberta mais profunda da sua alma: a presença do Pai em sua vida.
João 17,4-8: Pai, reconheceram que vim de Ti!
Revendo sua vida, Jesus se vê a si mesmo como a manifestação do Pai para os amigos e as amigas que o Pai lhe deu. Jesus não viveu para si. Viveu, para que todos pudessem ter um lampejo da bondade e do amor que estão encerrados no Nome de Deus que é Abba, Pai.
João 17,9-11a: Tudo que é meu é teu, tudo que é teu é meu!
No momento de deixar o mundo, Jesus expõe ao Pai a sua preocupação e reza pelos amigos e amigas que ele deixa para trás. Eles continuam no mundo, mas não são do mundo. São de Jesus, são de Deus, são sinais de Deus e de Jesus neste mundo. Jesus está preocupado com as pessoas que ficam, e reza por elas.
4) Para confronto pessoal
1) Quais as palavras de pessoas queridas que você guarda com carinho e que orientam a sua vida? Caso você fosse embora, qual a mensagem que você deixaria para sua família e para a comunidade?
2) Qual a frase do Testamento de Jesus que mais me tocou? Por que?
5) Oração final
Bendito seja o Senhor todos os dias; Deus, nossa salvação, leva nossos fardos: nosso Deus é um Deus que salva, da morte nos livra o Senhor Deus (Sl 67, 20-21).
Segunda-feira, 22 de maio-2023. 7ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Nós vos pedimos, ó Deus, que venha a nós a força do Espírito Santo, para que realizemos fielmente a vossa vontade e a manifestemos por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 16, 29-33)
29Disseram-lhe os seus discípulos: Eis que agora falas claramente e a tua linguagem já não é figurada e obscura. 30Agora sabemos que conheces todas as coisas e que não necessitas que alguém te pergunte. Por isso, cremos que saíste de Deus. 31Jesus replicou-lhes: Credes agora!... 32Eis que vem a hora, e ela já veio, em que sereis espalhados, cada um para o seu lado, e me deixareis sozinho. Mas não estou só, porque o Pai está comigo. 33Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.
3) Reflexão - Jo 16,29-33
O contexto do evangelho de hoje continua sendo o ambiente da Última Ceia, ambiente de confraternização e de despedida, de tristeza e de expectativa, no qual se reflete a situação das comunidades da Ásia Menor do fim do primeiro século. Para poder entender bem os evangelhos, não podemos nunca esquecer que eles não relatam as palavras de Jesus como se fossem gravadas num CD para transmiti-las literalmente. Os Evangelhos são escritos pastorais que procuram encarnar e atualizar as palavras de Jesus nas novas situações em que se encontravam as comunidades na segunda metade do primeiro século na Galiléia (Mateus), na Grécia (Lucas), na Itália (Marcos) e na Ásia Menor (João). No evangelho de João, as palavras e as perguntas dos discípulos não são só dos discípulos, mas nelas transparecem também as perguntas e os problemas das comunidades. São espelhos, nos quais as comunidades, tanto as daquele tempo como as de hoje, se reconhecem com suas tristezas e angústias, com suas alegrias e esperanças. Elas encontram luz e força nas respostas de Jesus.
João 16,29-30: Agora estás falando claramente
Jesus tinha dito aos discípulos: O próprio Pai ama vocês, porque vocês me amaram e acreditaram que eu saí de junto de Deus. Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai (Jo 16,27-28). Ouvindo esta afirmação de Jesus, os discípulos respondem: Agora estás falando claramente e sem comparações. Agora sabemos que tu sabes todas as coisas, e que é inútil alguém te fazer perguntas. Agora sim, acreditamos que saíste de junto de Deus". Os discípulos acham que entenderam tudo. Sim, realmente, eles captaram uma luz verdadeira para clarear seus problemas. Mas era uma luz ainda muito pequena. Captaram a semente, mas por ora não conhecem a árvore. A luz ou a semente era a intuição básica da fé de que Jesus é para nós a revelação de Deus como Pai: Agora sim, acreditamos que saíste de junto de Deus. Mas isto era apenas o começo, a semente. Jesus, ele mesmo, era e continua sendo a grande parábola ou revelação de Deus para nós. Nele Deus chega até nós e se revela. Mas Deus não cabe em nossos esquemas. Ultrapassa tudo, desarruma nossos esquemas e traz surpresas inesperadas que, por vezes, são muito dolorosas.
João 16,31-32: Vocês me deixam só, mas não estou só. O Pai está comigo
Jesus pergunta: "Agora vocês acreditam? Ele conhece seus discípulos. Sabe que falta muito para a compreensão total do mistério de Deus e da Boa Nova de Deus. Sabe que, apesar da boa vontade e apesar da luz que acabaram de receber naquele momento, eles ainda deviam enfrentar a surpresa inesperada e dolorosa da Paixão e Morte de Jesus. A pequena luz que captaram não bastava para vencer a escuridão da crise: Vem a hora, e já chegou, em que vocês se espalharão, cada um para o seu lado, e me deixarão sozinho. Mas eu não estou sozinho, pois o Pai está comigo. Esta é a fonte da certeza de Jesus e, através de Jesus, esta é e será a fonte da certeza de todos nós: O Pai está comigo! Quando Moisés foi enviado para a missão de libertar o povo da opressão do Egito, ele recebeu esta certeza: “Vai! Estou com você!” (Ex 3,12). A certeza da presença libertadora de Deus está expressa no nome que Deus assumiu na hora de iniciar o Êxodo e de libertar o seu povo: JHWH, Deus conosco: Este é o meu nome para sempre (Ex 3,15). Nome que ocorre mais de seis mil vezes só no Antigo Testamento.
João 16,33: Coragem! Venci o mundo!
E vem agora a última frase de Jesus que antecipa a vitória e que será fonte de paz e de resistência tanto para os discípulos e discípulas daquele tempo como para todos nós, até hoje: Eu disse essas coisas, para que vocês tenham a minha paz. Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo. “Com seu sacrifício por amor, Jesus vence o mundo e o Satanás. Seus discípulos são chamados a participar da luta e da vitória. Sentir o ânimo que ele infunde já é ganhar uma batalha” (L.A.Schokel).
4) Para confronto pessoal
1) Uma pequena luz ajudou os discípulos a dar um passo, mas não iluminou o caminho todo. Você já teve uma experiência assim na sua vida?
2) Coragem! Eu venci o mundo! Esta frase de Jesus já te ajudou alguma vez em sua vida?
5) Oração final
Protege-me, ó Deus: em ti me refúgio. Eu digo ao Senhor: “És tu o meu Senhor, fora de ti não tenho bem algum”. O Senhor é a minha parte da herança e meu cálice: Nas tuas mãos está a minha vida (Sl 15).
Papa Francisco interrompe audiência para atender celular e deixa multidão esperando
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Público aguardou por mais de um minuto até que pontífice desse continuidade a encontro semanal
Papa Francisco fala ao telefone durante audiência semanal na praça São Pedro, no Vaticano - Andreas Solaro/AFP
VATICANO | REUTERS
O papa Francisco interrompeu sua audiência semanal no Vaticano nesta quarta-feira (17) para atender a uma ligação, deixando a multidão que o assistia na praça São Pedro à sua espera por mais de um minuto.
O celular aparentemente tocou no momento em que um homem prestes a fazer uma leitura subiu em um pódio para iniciá-la. Um assistente então gesticulou para o homem esperar e deu o celular a Francisco.
Segundo a transmissão do evento no Vaticano, o único som que podia ser ouvido durante a interrupção era o de gaivotas que sobrevoavam a praça. Enquanto isso, as câmeras tiravam seu foco do papa para se voltar para o público. A assessoria de imprensa do Vaticano em geral não comenta diálogos privados do papa e não respondeu às perguntas feitas pela agência de notícias Reuters sobre a ligação.
Esta não é a primeira vez em que um incidente do tipo acontece com o argentino de 86 anos —que, no entanto, já fez declarações críticas a celulares no passado, alertando fiéis católicos para tomar cuidado com o vício em dispositivos. Em ao menos duas ocasiões em 2021, Francisco pediu licença para atender a ligações ao final da audiência, momento em que outros clérigos se enfileiram para cumprimentá-lo.
Recentemente, o papa também foi alvo da tecnologia —imagens geradas por inteligência artificial que o colocaram em contextos improváveis, como numa boate, virando uma mesa, ou vestindo uma jaqueta inspirada na marca Balenciaga, viralizaram. Uma análise do New York Times indicou que as imagens tiveram mais visualizações, curtidas e comentários do que muitas outras sintetizadas por computadores. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Quarta-feira, 17 de maio-2023. 6ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, ao celebrarmos solenemente a ressurreição do vosso Filho, concedei que nos alegremos com todos os santos, quando ele vier na sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 16,12-15)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12"Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu".
3) Reflexão - Jo 16,12-15
Nestas semanas do tempo pascal, os evangelhos diários são quase todos tirados dos capítulos 12 a 17 de João. Isto revela algo a respeito da origem e do destino destes capítulos. Eles refletem não só o que aconteceu antes da paixão e morte de Jesus, mas também e sobretudo a vivência da fé das primeiras comunidades depois da ressurreição. Refletem a fé pascal que as animava.
João 16,12: Ainda tenho muita coisa para dizer
O evangelho de hoje começa com esta frase: "Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar”. Nestas palavras de Jesus transparecem duas coisas: o ambiente de despedida que marcava a última ceia, e a preocupação de Jesus, o irmão mais velho, com seus irmãos mais novos que em breve ficariam sem a sua presença. O tempo que restava era pouco. Em breve Jesus iria ser preso. A obra iniciada ainda estava incompleta. Os discípulos estavam apenas no início do aprendizado. Três anos é muito pouco para alguém mudar de vida e começar a viver e pensar a partir de uma nova imagem de Deus. A formação deles não estava terminada. Faltava muito, e Jesus ainda tinha muita coisa para ensinar e transmitir. Mas ele conhece seus discípulos. Eles não são dos mais inteligentes. Nem suportariam conhecer desde já todas as implicações e conseqüências do discipulado. Ficariam desanimados. Não seriam capazes de suporta-lo.
João 16,13-15: O Espírito Santo dará a sua ajuda
“Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês”. Esta afirmação de Jesus reflete a experiência das primeiras comunidades. Na medida em que iam imitando Jesus, tentando interpretar e aplicar a Palavra dele nas várias circunstâncias de suas vidas, experimentavam a presença e a luz do Espírito. E isto acontece até hoje nas comunidades que procuram encarnar a palavra de Jesus em suas vidas. A raiz desta experiência são as palavras de Jesus: “Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês”.
A ação do Espírito Santo no Evangelho de João.
João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito desceu sobre Jesus "como uma pomba, vinda do céu" (Jo 1,32). É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e Vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despediu, ele disse que ia enviar um outro consolador, um outro defensor, para ficar conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através da sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós. Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo!" (Jo 20,22). O Espírito é como água que jorra de dentro das pessoas que crêem em Jesus (Jo 7,37-39; 4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: "Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados serão perdoados; aqueles aos quais retiverem, serão retidos" (Jo 20,23). O Espírito que Jesus nos comunica tem ação múltipla: consola e defende (Jo 14,16), comunica a verdade (Jo 14,17; 16,13), faz lembrar o que Jesus ensinou (Jo 14,26); dará testemunho de Jesus (Jo 15,26); manifesta a glória de Jesus (Jo 16,14); desmascara o mundo (Jo 16,8). O Espírito nos é dado para que possamos entender o significado pleno das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus podemos adorar a Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade do Espírito de que fala São Paulo: "Onde há o Espírito do Senhor, aí está a liberdade", (2Cor 3,17).
4) Para confronto pessoal
1) Como vivo a minha adesão a Jesus: sozinho ou em comunidade?
2) Minha participação na comunidade já me levou alguma vez a experimentar a luz e a força do Espírito Santo?
5) Oração final
Só o nome do Senhor é excelso. Sua majestade transcende a terra e o céu.
Conferiu a seu povo um grande poder. Louvem-no todos os seus fiéis (Sl 148, 13-14).
SINODALIDADE: O QUE É?
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Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Salvador (BA)
O tema da “sinodalidade” é de profunda atualidade, adquirindo especial importância desde o Vaticano II, principalmente no pontificado do Papa Francisco. Ele ofereceu uma reflexão teológica profunda e desafiadora sobre a sinodalidade da Igreja, aos 17 de outubro de 2015, na comemoração dos 50 anos da instituição do Sínodo dos Bispos, afirmando que “o caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”.
Para compreender bem a sinodalidade, é preciso considerar também outro termo de grande sentido eclesiológico e igualmente importante, a colegialidade. A colegialidade é exercida pelos bispos unidos ao Papa; portanto, é episcopal. Refere-se ao “colégio episcopal” ou “corpo episcopal”. São instrumentos valiosos para o exercício da colegialidade na Igreja os Concílios Ecumênicos, como sua máxima expressão, o Sínodo dos Bispos e as Conferências Episcopais.
A sinodalidade vai além da colegialidade e não se reduz ao Sínodo dos Bispos. Há diversos níveis de exercício da sinodalidade na Igreja. O primeiro realiza-se nas Igrejas particulares, com os seus vários organismos de comunhão. No segundo, estão as Províncias Eclesiásticas e as Conferências Episcopais. O terceiro nível é o da Igreja universal, com o Sínodo dos Bispos. “O Sínodo dos Bispos, representando o episcopado católico, torna-se expressão da colegialidade episcopal dentro duma Igreja toda sinodal”, afirma Francisco. Dentre as iniciativas tomadas por ele para tornar mais efetiva a sinodalidade, está a ampliação da consulta na fase preparatória da Assembleia Sinodal, como corre atualmente, assim como uma maior participação na sua realização, valorizando o “sensus fidei”.
De acordo com seu sentido etimológico, o termo grego “sínodo” significa “caminhar juntos”. A sinodalidade expressa a participação e a comunhão em vista da missão. A unidade, a variedade e a universalidade do Povo de Deus se manifestam no caminho sinodal. Entretanto, o Papa alerta que o conceito de sínodo é “fácil de exprimir em palavras, mas não de ser colocado em prática”.
A sinodalidade não é uma questão restrita a organização ou funcionamento eclesial, mas pertence à própria natureza da Igreja, isto é, possui fundamentação teológica. O horizonte da sinodalidade é eclesiológico, espiritual, e não funcional. Para uma justa compreensão da sinodalidade, é importante retomar a eclesiologia do Concílio Vaticano II que apresenta a Igreja como “mistério”, sinal e instrumento de comunhão, e como “Povo de Deus”, no qual há diversidade de vocações e ministérios, mas “reina entre todos verdadeira igualdade quanto à dignidade e ação comum a todos os fiéis na edificação do Corpo de Cristo” (Lumen Gentium 32). Trata-se de uma Igreja servidora, ministerial, na qual a autoridade se exprime como serviço e o próprio Sucessor de Pedro se apresenta como “servo dos servos de Deus”.
*Artigo publicado no jornal Correio, em 31 de maio de 2021. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Segunda-feira, 15 de maio-2023. 6ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei-nos, ó Deus, que vejamos frutificar em toda a nossa vida as graças do mistério pascal, que instituístes na vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 15,26-16,4)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15,26"Quando vier o Defensor que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim. 27E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. 16,1Eu vos disse estas coisas para que a vossa fé não seja abalada. 2Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus. 3Agirão assim, porque não conheceram o Pai, nem a mim. 4aEu vos digo isto, para que vos lembreis de que eu o disse, quando chegar a hora".
3) Reflexão - Jo 15,26-16,4
Nos capítulos 15 a 17 do Evangelho de João, o horizonte se amplia para além do momento histórico da Ceia. Jesus reza ao Pai “não só por estes mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra deles” (Jo 17,20). Nestes capítulos, é constante a alusão à ação do Espírito na vida das comunidades depois da Páscoa.
João 15,26-27: A ação do Espírito Santo na vida das comunidades
A primeira coisa que o Espírito faz é dar testemunho de Jesus: “Ele dará testemunho de mim”. O Espírito não é um ser espiritual sem definição. Não! Ele é o Espírito da verdade que vem do Pai, será enviado pelo próprio Jesus e nos introduzirá na verdade plena (Jo 16,13). A verdade plena é o próprio Jesus: “Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida!” (Jo 14,6). No fim do primeiro século, havia alguns cristãos de tal modo fascinados pela ação do Espírito que já não olhavam para Jesus. Afirmavam que agora, depois da ressurreição, já não era preciso fixar-se em Jesus de Nazaré, aquele “que veio na carne”. Dispensavam Jesus e ficavam só com o Espírito. Diziam: “Anátema seja Jesus!” (1Cor 12,3). O Evangelho de João toma posição e não permite separar a ação do Espírito da memória de Jesus de Nazaré. O Espírito Santo não pode ser isolado como uma grandeza independente, separada do mistério da encarnação. O Espírito Santo está inseparavelmente unido ao Pai e a Jesus. É o Espírito de Jesus que o Pai nos envia, aquele mesmo Espírito que Jesus nos conquistou pela sua morte e ressurreição. E nós, recebendo este Espírito no batismo, devemos ser o prolongamento de Jesus: “E vós também dareis testemunho!” Não podemos esquecer nunca que foi precisamente na véspera da sua morte que Jesus nos prometeu o Espírito. Foi no momento em que ele se entregava pelos irmãos. Hoje em dia, o movimento carismático insiste na ação do Espírito, e faz muito bem. Deve insistir cada vez mais. Mas deveria ter a mesma insistência para afirmar que se trata do Espírito de Jesus de Nazaré que, por amor aos pobres e marginalizados, foi perseguido, preso e condenado à morte e que, por isso mesmo, nos prometeu o seu Espírito, para que nós, depois da sua morte, continuássemos a sua ação e fôssemos para a humanidade a mesma revelação do amor preferencial do Pai pelos pobres e oprimidos.
João 16,1-2: Não ter medo
O evangelho adverte que ser fiel a este Jesus vai trazer dificuldades. Os discípulos vão ser expulsos da sinagoga. Vão ser condenados à morte. Com eles vai acontecer o mesmo que aconteceu com Jesus. Por isso mesmo, no fim do primeiro século, havia pessoas que, para evitar a perseguição, diluíam a mensagem de Jesus transformando-a numa mensagem gnóstica, vaga, sem definição, que não contrastava com a ideologia do império. A estes se aplica o que Paulo dizia: “Eles têm medo da cruz de Cristo” (Gl 6,12). E o próprio João, na sua carta, dirá a respeito deles: “Há muitos impostores espalhados pelo mundo, que não querem reconhecer que Jesus Cristo veio na carne (se fez homem). Quem assim procede é impostor e Anticristo” (2Jo 1,7). A mesma preocupação transparece na exigência de Tomé: "Se eu não vir a marca dos pregos nas mãos de Jesus, se eu não colocar o meu dedo na marca dos pregos, e se eu não colocar a minha mão no lado dele, eu não acreditarei." (Jo 20,25) O Cristo ressuscitado que nos prometeu o dom do Espírito é Jesus de Nazaré que continua até hoje com os sinais da tortura e da cruz no seu corpo ressuscitado.
João 16,3-4: Não sabem o que fazem
Tudo isso acontece “porque não reconhecem o Pai nem a mim”. Estas pessoas não têm a imagem correta de Deus. Têm uma imagem vaga de Deus na cabeça e no coração. O Deus deles já não é o Pai de Jesus Cristo que congrega todos na unidade e na fraternidade. No fundo, é o mesmo motivo que levou Jesus a dizer: “Pai, perdoa, eles não sabem o que estão fazendo’ (Lc 23,34). Jesus foi condenado pelas autoridades religiosas porque, de acordo com o pensamento deles, ele teria uma falsa imagem de Deus. Nas palavras de Jesus não transparece ódio nem vingança, mas compaixão: são irmãos ignorantes que não sabem nada do nosso Pai.
4) Para confronto pessoal
1) O mistério da Trindade está presente nas afirmações de Jesus, não como uma verdade teórica, mas como expressão do compromisso do cristão com a missão de Jesus. Como vivo em minha vida este mistério central da nossa fé?
2) Como vivo a ação do Espírito na minha vida?
5) Oração final
Cantai ao Senhor um cântico novo, ressoe o seu louvor na assembleia dos fiéis. Alegre-se Israel em seu criador, exultem em seu rei os filhos de Sião (Sl 149, 1-2).
Dom Orani Tempesta é vítima de assalto na Avenida Brasil; bandidos levam carro e pertences do religioso
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Veiculo do arcebispo do Rio foi levado na altura de Barros Filho, Zona Norte do Rio
Dom Orani Tempesta sofre tentativa de roubo Reprodução
Por O Globo — Rio de Janeiro
O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, foi vítima de bandidos na Avenida Brasil, na noite da última sexta-feira. O assalto aconteceu na altura de Barros Filho, Zona Norte do Rio, e suspeitos levaram o veículo do religioso, além de pertences.
Dom Orani estava em companhia do motorista e voltava do Bangu, na Zona Oeste, onde foi rezar o "Terço pela paz". O carro em que o religioso estava foi abordado por volta das 22h. Os bandidos levaram celular, roupa de missa, paramentos, anel episcopal e livros, além do carro.
O religioso e o motorista foram deixados a pé na pista e foram socorridos por um casal que passava e deu carona aos dois, além de emprestar um telefone celular para que o arcebispo ligasse para casa. Os dois nada sofreram. O caso está sendo investigado pela 40ª DP (Honório Gurgel).
Em vídeo divulgado neste sábado, ele agradeceu ao casal que desviou do próprio trajeto e o deixou em casa: "Quero também agradecer ao casal de namorados que desviou do seu trajeto para me trazer até em casa, com toda gentileza, toda disponibilidade e todo carinho. No meio de tantas situações difíceis, nós ainda encontramos pessoas muito boas, fraternas e com o coração aberto", disse o religioso.
O veículo possui uma chave que não precisa ficar na ignição e permaneceu no bolso do motorista. Por isso a polícia acredita que os bandidos não tenham conseguido ir longe com o carro.
Essa não é a primeira vez que Dom Orani é vítima da violência no Rio. O arcebispo já esteve na mira de bandidos pelo menos três vezes nos últimos seis anos.
Entre os casos mais recentes está o de 2015, muito semelhante ao dessa sexta-feira. Na ocasião, o carro em que ele estava, um Kia Sorento preto foi levado por bandidos na Rua Goiás, em Quintino. O arcebispo também voltava de um compromisso religioso.
Com o veículos foram levados pertences do cardeal, como roupas, livros e uma bíblia. Celulares e um crucifixo de prata junto a um cordão que havia sido dado de presente pelo Papa João Paulo II também foram levados, na época.
O carro, assim como parte dos pertences foram localizados dias depois na Rua Mabucaba, perto da favela Mundial, em Coelho Neto, na Zona Norte. Os criminosos eram menores.
Segundo a assessoria da Arquidiocese, o arcebispo passa bem, depois desse último ataque. O religioso manteve sua agenda normal de celebrações para esse sábado.
Veja o que disse a PM:
"Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que uma equipe do Batalhão de Vias Expressas deslocaram-se até a Av. Brasil, altura de Barros Filho, onde homens armados roubaram o veículo, na madrugada deste sábado (13/05). A vítima ficou ilesa e ainda não registrou o caso em delegacia", afirmou a PM.
Confira a nota da Arquidiocese:
"Na noite de ontem, 12/05/2023, por volta das 22h30, ao retornar do Terço pela paz em Bangú, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, sofreu um assalto na Avenida Brasil, na altura de Barros Filho, sentido Centro da cidade. Foram levados os celulares do arcebispo e do motorista, anel episcopal, paramentos (roupas de missa), báculo (cajado), livros, relógios e o próprio carro. Dom Orani e o Motorista, foram socorridos por um casal que passava pela avenida e os levaram até a residência do arcebispo. Além disso emprestaram o telefone celular, para que Dom Orani ligasse para casa. Tanto o arcebispo, quanto o Motorista, não sofreram nenhum ferimento. Dom Orani está seguindo normalmente com sua agenda." Fonte: https://oglobo.globo.com
MARIA, MÃE DE DEUS E DA IGREJA
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Dom José Gislon
Bispo Diocesano de Caxias do Sul
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! O mês de maio, dedicado à Mãe de Jesus, nos traz presente, com maior intensidade, a participação e a importância da mulher no projeto criador e redentor de Deus nosso Pai. Mas seria uma omissão de nossa parte, como Igreja, comunidade de fé, vivermos este mês sem manifestar gratidão a Deus pela presença materna de Maria no projeto de amor do Pai e na vida da Igreja. Ela foi mãe, servidora e fiel discípula de Jesus. Por isso, este mês é tempo propício também para refletirmos e reconhecermos “a dignidade da mulher e a sua indispensável contribuição na Igreja e na sociedade, ampliando sua presença, especialmente na formação e nos espaços decisórios”, como nos lembra o documento 105 da CNBB, sobre os cristãos leigos e leigas.
A participação da mulher sempre esteve presente no projeto de amor de Deus, e a sua atuação na missão e na vida da Igreja ajudou a tornar mais visível o amor do Pai, manifestando sua ternura divina e humana na vida das pessoas, nas famílias e em tantas realidades de abandono, de violência e de dor, muitas vezes desconhecidas ou ignoradas por muitos de nós.
A Igreja, que é mãe e mestra, vive de Cristo. Por isso, Jesus Cristo é a fonte de tudo o que a Igreja é e de tudo o que ela crê (DV, n.8). Em sua ação evangelizadora, a Igreja tem o compromisso de fazer resplandecer o rosto paterno e materno do Criador. Ela está a serviço do Reino de Deus, por isso ela não comunica a si mesma, mas o Evangelho, a palavra e a presença transformadora de Jesus Cristo, na realidade em que se encontra, sem deixar de ser mãe, que acolhe os filhos, e mestra, que cultiva e ensina os valores do Evangelho. Nesse processo de evangelização, os batizados precisam também percorrer um caminho de iniciação cristã, de crescimento na fé, para fazerem a experiência do encontro transformador com Jesus Cristo. Do encontro e da comunhão com o Mestre Jesus, nasce, alimenta-se e se fortalece a vida de fé do discípulo e missionário do Reino.
Imbuídos de atitudes de gratuidade, que expressam e manifestam o amor de Jesus pela humanidade, os discípulos missionários promovem justiça, paz, reconciliação e fraternidade. Desse modo, oferecem à sociedade atual o testemunho de perdão e da reconciliação, são promotores e semeadores da paz. A reconciliação, que busca implantar e desenvolver uma cultura da paz, pode tornar possível a superação de toda divisão, que nos afasta de Deus e nos separa uns dos outros. Diante de graves situações que fazem os irmãos sofrerem, os discípulos se enchem de compaixão, clamam por justiça e paz e sabem que só se vence o mal com o bem.
Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, o Papa Francisco recorda que: “Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ele” (EG n. 183). Fonte: https://www.cnbb.org.br
Domingo 14: Dia das Mães- Um Olhar
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MATERNIDADE – MISSÃO E VOCAÇÃO
Dom Carlos José
Bispo da Diocese de Apucarana – Paraná
“Filho, eis aí tua mãe!” (Jo 19,27)
Amor de Mãe é inexplicável! Mães que geram; que adotam; mães que criam seus netos; que cuidam dos filhos das outras mães para que essas possam ganhar o sustento da família; mães que se tornam mães de suas mães, quando a velhice chega; mães solteiras, viúvas ou abandonadas à própria sorte, incompreendidas ou ignoradas pelos seus filhos; mães que catequizam e mulheres de vida religiosa, consagradas ao Senhor que, na doação de si mesmas, se tornam mães de tantos órfãos ou abandonados pelos seus familiares. Descrevê-las ou defini-las chega a ser impossível, pois, sabemos que mãe é mãe e pronto, diferentes e iguais ao mesmo tempo.
O primeiro amor de um filho é a mãe e o último amor de uma mãe é sempre o filho, mesmo que, na velhice, já não o reconheça ou nem se lembre de seu nome, acarinha-o como se fosse a primeira vez. A mãe é capaz de sorrir com os lábios e chorar com o coração; de esquecer-se de suas necessidades para cuidar do fruto de seu ventre; de chorar de alegria com as conquistas do filho ou de sorrir (mesmo sofrendo por dentro) para acalmá-lo diante das frustações da vida; de se expressar em silêncio; de se encher de fé e esperar, rezando, a volta do filho que se distanciou enquanto cuida com carinho dos que estão próximos. E, quando não consegue ir até onde o filho está, a mãe entrega-o à Mãezinha do Céu para que tome conta do seu rebento.
A mãe reza incansavelmente pelos filhos e agradece a Deus pelas vidas a ela emprestadas e, quando essas vidas partem para a eternidade antes delas, ainda encontram forças para seguir em frente, se espelhando na Virgem Maria que enfrentou tudo com oração e fé. O amor de mãe é inexplicável sim, pois ela é capaz de amar a todos os filhos da mesma forma e a cada um, conforme suas necessidades e jeito de ser, pois todos são seus preferidos! A maternidade revela o olhar amoroso do Pai para com suas criaturas, seja em seus gestos, seja na firmeza ao apontar o caminho certo ou na hora de perdoar e acolher o filho arrependido de seus atos. Ser mãe é uma vocação, uma missão, algo muito maior do que colocar filhos no mundo.
A maternidade tem um quê de espiritual, divino e misterioso. As mães, meigas e carinhosas, são ao mesmo tempo revestidas da fortaleza, coragem e destemor quando se trata da defesa dos seus filhos. Todas as mães carregam em si os traços de Maria Santíssima, seja na coragem, seja na resposta à missão materna. Não existem mães perfeitas, a não ser a Mãe de Jesus. Existe no coração materno o desejo de acertar sempre na educação e no bem-estar dos filhos. Neste Dia das Mães, Jesus mesmo nos diz: ‘Eis aí tua mãe’, para que possamos olhar para elas ou lembrarmos delas, com mais carinho e gratidão e menos julgamentos. Que a Mãe de Cristo, Mãe de todos nós, fortaleça e abençoe todas as mamães do mundo! Fonte: https://www.cnbb.org.br
Quarta-feira, 10 de maio-2023. 5ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que amais e restituís a inocência, orientai para vós os nossos corações, para que jamais se afastem da luz da verdade os que tirastes das trevas da descrença. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 15,1-8)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim.
5Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.
3) Reflexão - Jo 15,1-8
Os Capítulos 15 até 17 do Evangelho de João trazem vários ensinamentos de Jesus que o evangelista juntou e colocou aqui no contexto amigo e fraterno do último encontro de Jesus com seus discípulos:
Jo 15,1-17: Reflexões em torno da parábola da videira
Jo 15,18 a 16,4a: Conselhos sobre a maneira de como comportar-se quando forem perseguidos
Jo 16,4b-15: Promessa sobre a vinda do Espírito Santo
Jo 16,16-33: Reflexões sobre a despedida e o retorno de Jesus
Jo 17,1-26: O Testamento de Jesus em forma de oração
* Os Evangelhos de hoje e de amanhã trazem uma parte da reflexão de Jesus em torno da parábola da videira. Para entender bem todo o alcance desta parábola, é importante estudar bem as palavras que Jesus usou. Igualmente importante é você observar de perto uma videira ou uma planta qualquer para ver como ela cresce e como acontece a ligação entre o tronco e os ramos, e como o fruto nasce do tronco e dos ramos.
João 15,1-2: Jesus apresenta a comparação da videira
No Antigo Testamento, a imagem da videira indicava o povo de Israel (Is 5,1-2). O povo era como uma videira que Deus plantou com muito carinho nas encostas das montanhas da Palestina (Sl 80,9-12). Mas a videira não correspondeu ao que Deus esperava. Em vez de uvas boas deu um fruto azedo que não prestava para nada (Is 5,3-4). Jesus é a nova videira, a verdadeira. Numa única frase ele nos entrega toda a comparação. Ele diz: "Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não produz fruto, ele o corta. E todo ramo que produz fruto, ele o poda!". A poda é dolorosa, mas é necessária. Ela purifica a videira, para que cresça e produza mais frutos.
João 15,3-6: Jesus explica e aplica a parábola
Os discípulos já são puros. Já foram podados pela palavra que ouviram de Jesus. Até hoje, Deus faz a poda em nós através da sua Palavra que nos chega pela Bíblia e por tantos outros meios. Jesus alarga a parábola e diz: "Eu sou a videira e vocês são os ramos!" Não se trata de duas coisas distintas: de um lado a videira, do outro, os ramos. Não! Videira sem ramos não existe. Nós somos parte de Jesus. Jesus é o todo. Para que um ramo possa produzir fruto, deve estar unido à videira. Só assim consegue receber a seiva. "Sem mim vocês não podem fazer nada!" Ramo que não produz fruto é cortado. Ele seca e é recolhido para ser queimado. Não serve para mais nada, nem para lenha!
João 15,7-8: Permanecer no amor.
Nosso modelo é aquilo que Jesus mesmo viveu no seu relacionamento com o Pai. Ele diz: "Assim como o Pai me amou, também eu amei vocês. Permaneçam no meu amor!" Ele insiste em dizer que devemos permanecer nele e que as palavras dele devem permanecer em nós. E chega a dizer: "Se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, aí podem pedir qualquer coisa e vocês o terão!" Pois o que o Pai mais quer é que nos tornemos discípulos e discípulas de Jesus e, assim, produzamos muito fruto.
4) Para confronto pessoal
1- Quais as podas ou momentos difíceis, que já passei na minha vida e que me ajudaram a crescer? Quais as podas ou momentos difíceis, que passamos na nossa comunidade e nos ajudaram a crescer?
2- O que mantém a planta unida e viva, capaz de dar frutos, é a seiva que a percorre. Qual é a seiva que percorre nossa comunidade a mantém viva, capaz de produzir frutos?
5) Oração final
Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor em toda a terra. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome. (Sl 95, 1)
Terça-feira, 9 de maio-2023. 5ª Semana da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que pela ressurreição do Cristo nos renovais para a vida eterna, dai ao vosso povo constância na fé e na esperança, para que jamais duvide das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 14,27-31a)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.
3) Reflexão - Jo 14,27-31a
Aqui, em Jo 14,27, começa a despedida de Jesus e no fim do capítulo 14, ele encerra a conversa dizendo: "Levantem! Vamos embora daqui!" (Jo 14,31). Mas, em vez de sair da sala, Jesus continua falando por mais três capítulos: 15, 16 e 17. Se você pular estes três capítulos, você vai encontrar no começo do capítulo 18 a seguinte frase: "Tendo dito isto, Jesus foi com seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia ali um jardim onde entrou com seus discípulos" (Jo 18,1). Em Jo 18,1, está a continuação de Jo 14,31. O Evangelho de João é como um prédio bonito que foi sendo construído lentamente, pedaço por pedaço, tijolo por tijolo. Aqui e acolá, ficaram sinais destes remanejamentos. De qualquer maneira, todos os textos, todos os tijolos, fazem parte do edifício e são Palavra de Deus para nós.
João 14,27: O dom da Paz.
Jesus comunica a sua paz aos discípulos. A mesma paz será dada depois da ressurreição (Jo 20,19). Esta paz é mais uma expressão da manifestação do Pai, de que Jesus tinha falado antes (Jo 14,21). A paz de Jesus é a fonte da alegria que ele nos comunica (Jo 15,11; 16,20.22.24; 17,13). É uma paz diferente da paz que o mundo dá, diferente da Pax Romana. Naquele fim do primeiro século a Pax Romana era mantida pela força das armas e pela repressão violenta contra os movimentos rebeldes. A Pax Romana garantia a desigualdade institucionalizada entre cidadãos romanos e escravos. Esta não é a paz do Reino de Deus. A Paz que Jesus comunica é o que no AT se chama Shalôm. É a organização completa de toda a vida em torno dos valores da justiça, fraternidade e igualdade.
João 14,28-29: O motivo por que Jesus volta ao Pai.
Jesus volta ao Pai para poder retornar em seguida. Ele dirá a Madalena: “Não me segure, porque ainda não subi para o Pai “ (Jo 20,17). Subindo para o Pai, ele voltará através do Espírito que nos enviará (cf Jo 20,22). Sem o retorno ao Pai ele não poderá estar conosco através do seu Espírito.
João 14,30-31a: Para que o mundo saiba que amo o Pai.
Jesus está encerrando a última conversa com os discípulos. O príncipe deste mundo vai tomar conta do destino de Jesus. Jesus vai ser morto. Na realidade, o Príncipe, o tentador, o diabo, nada pode contra Jesus. Jesus faz em tudo o que lhe ordena o Pai. O mundo vai saber que Jesus ama o Pai. Este é o grande e único testemunho de Jesus que pode levar o mundo a crer nele. No anúncio da Boa Nova não se trata de divulgar uma doutrina, nem de impor um direito canônico, nem de unir todos numa organização. Trata-se, antes de tudo, de viver e de irradiar aquilo que o ser humano mais deseja e tem de mais profundo dentro de si: o amor. Sem isto, a doutrina, o direito, a celebração não passa de peruca em cabeça calva.
João 14,31b: Levantem e vamos embora daqui.
São as últimas palavras de Jesus, expressão da sua decisão de ser obediente ao Pai e de revelar o seu amor. Na eucaristia, na hora da consagração, em alguns países se diz: “Na véspera da sua paixão, voluntariamente aceita”. Jesus diz em outro lugar: “O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la de novo. Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la. Esse é o mandamento que recebi do meu Pai” (Jo 10,17-18).
4) Para confronto pessoal
1) Jesus disse: “Dou-vos a minha paz”. Como contribuo para a construção da paz na minha família e na minha comunidade?
2) Olhando no espelho da obediência de Jesus ao Pai, em que ponto eu poderia melhorar a minha obediência ao Pai?
5) Oração final
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder! (Sl 144, 10-11)
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