PENSAMENTO DA SEMANA: A Reforma da Previdência.
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“Existem certos demônios que só são expulsos mediante muita oração” (Mt 17,21). Quem sabe, estejamos diante de um deles. IRMÃ MARIA INÊS VIEIRA RIBEIRO, Presidente da CRB Nacional (Na Foto, com o Padre Geral da Ordem do Carmo, Frei Fernando Millán Romeral). Leia na íntegra a carta aqui no olhar.
Francisco: ‘Confessionário é lugar de evangelização’
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“No confessionário, às vezes, torna-se necessário anunciar novamente as verdades de fé mais elementares”
(ZENIT – Cidade do Vaticano. 17 Mar. 2017).- O Papa Francisco recebeu nesta sexta-feira no Vaticano, os participantes do Curso sobre Foro Interno, promovido pela Penitenciaria Apostólica, e propôs “o confessionário como lugar de evangelização”. Não basta um curso para se tornar bons confessores, disse, pois isso de confissão é uma “longa escola” que dura toda a vida.
O Pontífice saudando os membros da Penitenciaria disse que é um tipo de Tribunal que oferece aquele “remédio indispensável” para a nossa alma, que é a misericórdia divina.
O que é afinal “um bom confessor”, perguntou Francisco. E respondeu indicando três critérios: a oração, o discernimento; e o confessionário como lugar de evangelização.
Oração
Um bom confessor é, antes de mais, um verdadeiro amigo de Jesus Bom Pastor. Sem isto é difícil amadurecer aquela paternidade tão necessária ao ministério da Reconciliação
Na oração, implora-se o dom de um coração ferido para compreender as feridas alheias e pede-se o dom da humildade para evitar atitude de dureza, que inutilmente julga o pecador e não o pecado.
Na oração deve-se pedir o coração de um bom samaritano, o dom da humildade, o uso da misericórdia. Na oração se invoca também o Espírito Santo, que é espirito de discernimento e de compaixão que ajuda a compreender os sofrimentos do irmão, da irmã, que se aproxima do confessionário.
Discernimento
Em segundo lugar o bom confessor é um homem do discernimento. “A falta de discernimento causa muito mal à Igreja” -indicou o Papa- mal provocado pela falta da escuta humilde do Espírito Santo e da vontade de Deus. O confessor não faz a própria vontade e não ensina uma doutrina própria, mas é chamado sempre e somente a fazer a vontade de Deus.
No confessionário, o sacerdote deve ser capaz de identificar inclusive os distúrbios espirituais dos fiéis, situações que podem mesmo requerer a colaboração de peritos noutras ciências humanas, ou seja exorcistas.
Evangelização
O confessionário é um lugar de evangelização, de encontro com o Deus da misericórdia, com o Deus que é misericórdia. O confessionário torna-se assim num lugar de formação.
“No confessionário, às vezes, torna-se necessário anunciar novamente as verdades de fé mais elementares; às vezes, trata-se de indicar os fundamentos da vida moral”.
O confessor, concluiu o Papa, é chamado a ir cotidianamente às “periferias do mal e do pecado”, e a sua obra representa uma autêntica prioridade pastoral. Fonte: https://pt.zenit.org
Presidência da Conferência dos Religiosos do Brasil posiciona-se contra a Reforma da Previdência
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A entidade apontou vários abusos na proposta do governo, entre eles, o fim da filantropia no Brasil
A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) elaborou uma carta aberta convocando todos os religiosos e religiosas, colaboradores, e pessoas atendidas pelas unidades sociais, escolas e universidades, hospitais, centros de atendimentos para mobilizarem-se contra a Reforma da Previdência (PEC 287/2016), que também visa extinguir o direito à Filantropia a que muitas instituições beneficentes e de caridade tem direito. O documento aponta ainda que cristãos e religiosos devem aguçar o senso crítico para não legitimar posições assumidas que vão contra o Evangelho e os direitos dos mais pobres.
Leia a íntegra da carta:
Brasília, DF, 08 de março de 2017
“Felizes sois vós quando vos insultam e perseguem e mentindo dizem contra vós toda espécie de mal por minha causa. Alegrai-vos e regozijai-vos”. (Mt 5,11)
Queridas Religiosas e Queridos religiosos!
É em nome pessoal e em nome da CRB Nacional, que representa mais de 35 mil religiosos e religiosas, que lhes escrevo. Faço-o com o coração entristecido por, mais uma vez, ver os interesses de poucos solaparem os direitos de muitos, especialmente das crianças e jovens mais pobres e vulneráveis. Literalmente querem nos tirar as migalhas.
Pessoas com passado não muito transparente se sentem no direito de legislar e de impor suas ideias, valendo-se do cargo que ocupam como representantes do povo. Como cristãos e como religiosos devemos aguçar o nosso senso crítico para não legitimar posições assumidas que vão contra o Evangelho e os direitos dos mais pobres.
Nos próximos dias estará sendo discutida, e talvez votada, por nosso parlamento, a Reforma da Previdência, na qual o Governo Federal busca alterar a Constituição Federal por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 287/2016. Além de outros absurdos, no bojo dessa reforma, nossos representantes querem extinguir o direito à Filantropia a que muitas instituições beneficentes e de caridade tem direito. Trata-se de um dos efeitos colaterais de contornos imprevisíveis que tal emenda produzirá contra os pobres dessa nação no presente e no futuro.
O deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), relator da proposta, tem se pronunciado categoricamente contra as desonerações fiscais em favor de alguns setores da sociedade, em especial das instituições filantrópicas. Chegou ao ponto de apelar à difamação pública dessas instituições centenárias, imputando-lhe adjetivos como: “pilantropia”, “pouca vergonha” e “aberração” no infeliz intuito de desqualificar a imunidade tributária das entidades beneficentes e de assistência social. É triste ver nas redes sociais anúncios do PMDB afirmando: “Se a reforma da previdência não sair – Adeus Bolsa Família – Adeus FIES ...”.
Uma campanha bem ao estilo autoritário e segundo a ética de quem a patrocina e, quem sabe, a financia. O cronograma de tramitação dessa matéria no Congresso Nacional é extremamente curto. Já nos próximos dias, por volta do dia 22/03/2017, deverá ser votada na Plenária da
Câmara. O atual domínio da bancada do Governo certamente garantirá a aprovação sem o menor esforço, pouco se lixando com as consequências de tal decisão. O que importa é arrecadar mais impostos.
A única forma de mudarmos esse triste panorama é o engajamento de todos: lideranças, religiosos/as, colaboradores, atendidos das nossas unidades sociais, escolas e universidades, hospitais, centros de atendimentos. Ou nós nos mobilizamos e defendemos o direito das nossas instituições e dos pobres, ou mais uma vez pagaremos a conta dos desmandos palacianos.
Permitam-me oferecer-vos alguns dados e ilustrações para melhor compreensão da gravidade do assunto:
- Pesquisa do Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas - FONIF, realizada a partir de dados oficiais fornecidos pela própria Administração Pública, revela que as entidades imunes proporcionam um retorno social da ordem de 5,92 x 1. Isto é, para cada R$ 1,00 não cobrado em tributos, R$ 5,92 são convertidos em benefício da população, na forma de serviços, empregos, infraestrutura, qualidade de vida e conhecimento. Ou seja: se o governo tirar a filantropia das instituições que prestam esses serviços, ele terá que arcar com a assistência a essas pessoas, gastando 5,92 vezes mais do que arrecada para dar o atendimento necessário. Como percebemos, essa decisão é pouco inteligente e incidirá diretamente na queda ou desqualificação do atendimento dos mais necessitados.
- As isenções das entidades filantrópicas correspondem a apenas 3% da arrecadação total da Previdência Social, de modo que a suspensão de tal isenção não vai solucionar o problema. A devolução do dinheiro desviado no “propinoduto” daria muito mais resultado financeiro do que terminar com as filantrópicas;
- Caso as entidades filantrópicas percam esse incentivo, centenas ou milhares de escolas, hospitais, universidades, centros sociais, centros de atendimentos a vulneráveis pertencentes a estas instituições deverão fechar as portas. Milhões de pessoas serão privadas de atendimento digno e humanitário nas unidades atendidas pelas filantrópicas e passarão para a rede pública, já incapaz de oferecer ao nosso povo o mínimo em saúde e educação.
- A consequência de curto prazo, será o aumento de crianças e adolescentes vivendo na rua, com muita possibilidade de futuramente assaltarem os que hoje lhe negam um tratamento digno. E então, a economia feita hoje, será insuficiente para construir prisões para abrigar os infratores produzidos pelo abandono produzido por tal decisão. Uma pena que a maioria dos nossos políticos não consigam ver além da próxima eleição.
Irmãos e Irmãs, precisamos mobilizar as nossas instituições! Precisamos defender os nossos direitos e os direitos dos pobres e vulneráveis! Não se trata de luta ideológica, mas de posicionamento evangélico.
Como ação prática, sugiro que enviem centenas, milhares, milhões de e-mails, aos deputados e senadores. Usemos as redes sociais para denunciar mais esse abuso de poder econômico e político de poucos que marginaliza quem trabalhou com seriedade durante séculos em favor dos necessitados. Participemos de manifestações públicas com esse objetivo.
Alertemos os nossos atendidos, alunos, enfermos, sobre esse perigo e peçamos a eles que se manifestem nas redes sociais contra esse “assalto” a dignidade das instituições e das pessoas.
Não poupemos nenhum esforço no sentido de esclarecer e de influir na decisão dos nossos representantes em Brasília.
Termino pedindo a todos os religiosos e religiosas, especialmente aos anciãos, aos enfermos e aos de clausura, que rezem fervorosamente a Deus, para que o Espírito Santo ilumine as mentes e os corações dos que devem decidir nosso futuro. Se Deus ouviu o clamor de Israel quando o Faraó escravizou o seu povo, certamente nos ouvirá também. Ele é Pai e Mãe e cuidará de nós e dos pobres do mundo. Recordo o Evangelho: “Existem certos demônios que só são expulsos mediante muita oração” (Mt 17,21). Quem sabe, estejamos diante de um deles.
Que o Deus bondoso tenha para nosso país olhos de misericórdia e nos conduza pelos caminhos da justiça e da fraternidade. Que a Virgem de Aparecida nos proteja e nos abençoe.
Em união de preces
MARIA INÊS VIEIRA RIBEIRO
Presidente da CRB Nacional
Papa Francisco. “Pecado gravíssimo” fechar empresas e postos de trabalho.
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“O amor não deve ser um amor de novela”. O Papa Francisco começou sua reflexão pela passagem da Carta de São Paulo aos romanos, durante a Audiência Geral na Praça São Pedro, para advertir sobre “um amor vivido com hipocrisia”, “egoísmo disfarçado de amor”, caridade feita “para nos sentirmos satisfeitos” ou para “aparecer”. Todas estas atitudes escondem “uma ideia falsa, enganosa, ou seja, que, se amamos, é porque somos bons”. Ao passo que o amor é graça de Deus, “que nos permite, mesmo em nossa pequenez e pobreza, experimentar a compaixão do pai e celebrar as maravilhas do seu amor”. Ao final da catequese, Francisco fez um apelo pelos trabalhadores da Sky Itália, destacando que, em geral, “aqueles que, por manobras econômicas, para fazer negócios pouco claros, fecham empresas e deixam pessoas sem emprego, cometem um pecado gravíssimo”. A reportagem é de Gianni Valente e publicada por Vatican Insider, 15-03-2017. A tradução é de André Langer.
No início da Audiência Geral, quando Jorge Mario Bergoglio desceu do Jeep branco, após sua costumeira volta entre os fiéis presentes na Praça São Pedro, encontrou-se primeiro com um menino, depois com uma senhora, que passou quase se esgueirando por entre as pernas dos guardas suíços, e um idoso chinês, que se ajoelharam diante do Papa para beijar-lhe os pés e pedir-lhe que desse a bênção a uma estátua de Nossa Senhora.
São Paulo, disse Francisco, “nos previne: existe o risco de o nosso amor ser hipócrita, de o nosso amor ser hipócrita. Então, devemos nos perguntar: quando isso acontece, essa hipocrisia? E como podemos estar seguros de que o nosso amor é sincero, que a nossa caridade é autêntica? Como podemos estar seguros de que não fazer caridade para aparecer ou que o nosso amor não seja uma novela? Amor sincero, forte. A hipocrisia pode introduzir-se em todas as partes, também em nosso modo de amar. Isso se verifica quando o nosso amor é um amor interessado, motivado por interesses pessoais; e quantos amores interessados existem... quando os serviços caritativos nos quais parece que nos doamos são realizados para nos mostrarmos a nós mesmos ou para nos sentirmos satisfeitos: ‘mas, como eu sou bom’, não? Isso é hipocrisia; ou ainda, quando buscamos coisas que têm ‘visibilidade’ para fazer alarde da nossa inteligência ou das nossas capacidades. Por trás de tudo isso existe uma ideia falsa, enganosa, isto é, que se amamos é porque nós somos bons; como se a caridade fosse uma criação do homem, um produto do nosso coração”.
Pelo contrário, a caridade “é antes de tudo uma graça, um dom; poder amar é um dom de Deus, e devemos pedi-lo. E Ele o dá com gosto, se nós o pedimos. A caridade é uma graça; não consiste em mostrar aquilo que não somos, mas aquilo que o Senhor nos dá e que nós livremente acolhemos; e não se pode expressar no encontro com os outros se antes não é gerada no encontro com o rosto humilde e misericordioso de Jesus. Paulo nos convida a reconhecer que somos pecadores, e que também nosso modo de amar está marcado pelo pecado. Ao mesmo tempo, porém, se faz mensageiro de um anúncio novo, um anúncio de esperança: o Senhor abre diante de nós um caminho de libertação, um caminho de salvação. É a possibilidade de viver também o grande mandamento do amor, de nos convertermos em instrumentos da caridade de Deus. E isso acontece quando nos deixamos curar e renovar o coração pelo Cristo ressuscitado. O Senhor ressuscitado que vive no meio de nós, que vive conosco, é capaz de curar o nosso coração: Ele o faz, se nós o pedimos. É Ele que nos permite, apesar da nossa pequenez e pobreza, experimentar que tudo aquilo que podemos viver e fazer pelos irmãos não é senão a resposta ao que Deus fez e continua a fazer por nós. É o próprio Deus que, habitando em nosso coração e em nossa vida, continua a fazer-se próximo e a servir todos aqueles que encontramos diariamente em nosso caminho, a começar pelos últimos e mais necessitados nos quais Ele se reconhece em primeiro lugar”.
Todos nós, continuou o Papa Bergoglio, “fazemos a experiência de não viver plenamente como deveríamos o mandamento do amor. Mas também esta é uma graça, porque nos faz compreender que inclusive para amar precisamos que o Senhor renove continuamente este dom no nosso coração, através da experiência de sua infinita misericórdia. Somente então voltaremos a apreciar as pequenas coisas, simples, de todos os dias; e seremos capazes de amar os outros como Deus os ama, isto é, procurando apenas o seu bem, isto é, que sejam santos, amigos de Deus; e nos sentiremos felizes por nos aproximarmos do pobre e do humilde, contentes por nos debruçarmos sobre os irmãos caídos por terra, a exemplo de Jesus, assim como Ele, o Bom Samaritano, faz com cada um de nós, com sua compaixão e seu perdão”.
Ao final da catequese, o Papa saudou, entre outros, as pessoas que participaram do congresso promovido pelo Movimento dos Focolares, por ocasião do 50º aniversário de sua fundação, e os exortou a dar testemunho da beleza das famílias novas, guiadas pela paz e pelo amor de Cristo.
Francisco dirigiu um “pensamento especial” aos trabalhadores da Sky Itália, que, em uma nota, anunciaram a presença de um contingente de cerca de 100 empregados para denunciar a situação “dramática de aproximadamente 600 pessoas e suas famílias”, depois que a empresa revelara o plano de cortes e transferências. “Espero – disse o Papa – que sua situação trabalhista encontre uma solução rápida, no respeito pelos direitos de todos, especialmente das famílias”. Francisco acrescentou: “O trabalho nos dá dignidade e os empresários e os líderes políticos têm a obrigação de fazer todo o possível para que cada homem e mulher possa trabalhar e caminhar com a cabeça erguida, olhando nos olhos das pessoas, com dignidade. Aqueles que fecham fábricas e empresas para fazer negócios pouco claros e deixam pessoas sem emprego cometem um pecado gravíssimo”.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Da Regra da Ordem Terceira do Carmo: A dimensão contemplativa da existência
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Também os leigos Carmelitas são chamados a viver na presença do Deus vivo e verdadeiro, que em Cristo habitou no meio de nós, e a procurar toda a possibilidade e ocasião de alcançar a intimidade divina, deixando-se guiar pela ação do Espírito Santo, os leigos Carmelitas aceitam ser transformados na mente e no coração, no olhar e nos gestos. Todo o seu ser e sua existência se abrem ao reconhecimento da ação imediata e plena de misericórdia de Deus na vida de cada um.
Descobrem-se irmãos e irmãs, chamados a repartir o caminho comum em direção à plena santidade e a levar a todos o anúncio de que somos filhos do único Pai, irmãos de Jesus. Deixam-se entusiasmar pelas grandes obras que Deus executa e por meio das quais Ele solicita seu compromisso e eficaz contributo.
“No Carmelo se recorda aos homens, cheios de tantas preocupações, que a prioridade absoluta deve ser dada à procura “do Reino de Deus e da sua justiça”. Por essa razão, na família, no ambiente de trabalho e na vida profissional, nas responsabilidades sociais e eclesiais, nas ações de cada dia, no relacionamento com o próximo, os leigos Carmelitas procuram as pegadas ocultas de Deus. Reconhecendo-as, fazem com que germine a semente da salvação segundo o espírito das bem-aventuranças, com humilde e constante exercício das virtudes da probidade, espírito de justiça, sinceridade, cortesia, fortaleza de ânimo, sem as quais não pode haver uma verdadeira vida humana e cristã.
Time de padres brasileiros vence Bélgica na Copa do Mundo dos Padres
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Sacerdote de Volta Redonda foi herói da partida, evitando gol adversário
Rio - Ave Maria, que partida foi essa! Com gols dos padres Anevair, de Goiânia, e Cássio, de São Paulo, o time de sacerdotes brasileiros, representado pelo Colégio Pio Brasileiro, matou a pau (ou melhor, nada de matar nesse caso), estreou bem neste domingo na 11ª Clericus Cup, a Copa do Mundo dos Sacerdotes Católicos, ao vencer por 2 a 1 o Chape Cusmano Belga. O Pio Brasileiro é constituído por padres e seminaristas que estudam em Roma.
Apesar da imprensa esportiva local ter voltado os holofotes para padre Neimar, meio campista de Guaíra, no Paraná, de 34 anos, por ser xará (com I) do craque Neymar, o herói da partida foi o padre Leandro Nunes, lateral direito de 35 anos, de Volta Redonda, no Sul Fluminense. “Ele salvou um gol do adversário em cima da linha. Não fosse Leandro, não tínhamos saído de campo com vitória”, elogia Neimar, capitão do grupo, reconhecendo algumas falhas em sua equipe, que teve até torcida organizada.
“Temos que corrigi-las para a próxima partida (contra o Vaticano Anselmiano, domingo que vem) e rezar mais”, brincou Neimar, em entrevista ao DIA pelo telefone, após o confronto, hoje à tarde. Modesto, Leandro diz apenas que o “jogo foi duro e bem disputado”. “Acho que merecemos a vitória pelo que apresentamos em conjunto. Vamos pensar agora no próximo jogo, com o objetivo de somar mais três pontos”, comentou o flamenguista Leandro
O Campeonato Mundial Pontifício, como também é conhecida a competição, reúne 404 padres de 66 nacionalidades em 18 times. As regras são um pouco diferentes do futebol convencional. O tempo para cada lado é de 30 minutos e não 45. E há apenas um cartão, de cor azul, que, diante de alguma indisciplina, digamos, menos religiosa, bota o faltoso para “pensar e se arrepender do que fez” por pelo menos oito minutos. “Xingar a mãe do juiz, nem pensar”, diz o sacerdote volta-redondense, às gargalhadas. Sob as bênçãos do Papa Francisco, os atletas de Cristo são estimulados nas partidas a exercerem a convivência fraterna, cooperação e amizade.
Hoje, os belgas, dirigidos pelo padre brasileiro Adenis de Oliveira, jogaram de verde e branco, em homenagem à Chapecoense, vítima do desastre aéreo que matou 71 pessoas em 2016. A melhor performance dos brasileiros no campeonato foi em 2010, com um tímido terceiro lugar. Quem quiser acompanhar o campeonato e, claro, torcer pelo Brasil, basta acessar o site www.clericuscup.it. Fonte: http://odia.ig.com.br
SILAS MALAFAIA: Conexão Repórter.
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Os 37 anos do assassinato de Dom Romero e a concelebração no Vaticano com o Papa Francisco
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Na próxima sexta-feira, 24 de março, por ocasião do 37º aniversário do assassinato de Dom Oscar Arnulfo Romero, o Papa Francisco presidirá uma concelebração eucarística em memória do evento. Participarão da Santa Missa alguns bispos e sacerdotes salvadorenhos presentes em Roma naqueles dias. A notícia foi confirmada por Dom León Kalenga, núncio apostólico no país centro-americano. A reportagem é de Francesco Gagliano, publicada no sítio Il Sismografo, 13-03-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O bispo mártir foi beatificado no dia 23 de maio de 2015 em San Salvador, e, atualmente, estão chegando à Congregação para as Causas dos Santos os documentos do processo diocesano que teria confirmado um milagre do bem-aventurado. Portanto, torna-se mais concreta a possibilidade de que, em breve, poderá ser aberto o caminho da canonização do arcebispo.
Nesse domingo, na presença das máximas autoridades do Estado, foram lembrados com uma missa os quatro anos do pontificado de Jorge Mario Bergoglio. Dom Oswaldo Escobar, a respeito do próximo aniversário do martírio de Dom Romero, agradeceu mais uma vez ao Santo Padre por ter autorizado a beatificação tão esperada. O prelado também acrescentou: “Esperamos que seja ele mesmo que presida a canonização do nosso amado arcebispo mártir”.
De sua parte, o presidente de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén, quis anunciar, com uma nota escrita, que acompanhará os bispos ao Vaticano e renovará ao papa o convite para visitar o país. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Silêncio trata dos percalços do cristianismo no antigo Japão
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Beleza, horror e fé estão juntos neste que é um dos filmes mais importantes da temporada
Em meio à polêmica que pautou o Oscar deste ano, envolvendo o vencedor Moonlight – Sob a Luz do Luar e o mais “popular” La La Land – Cantando Estações, algo ficou claro. A temporada foi contemplada por outros títulos mais consistentes e incisivos que sequer foram indicados. É o caso de Silêncio, dirigido por Martin Scorsese, uma adaptação do livro homônimo de 1966, escrito pelo autor católico japonês Shusaku Endo (em 1971, o diretor Masahiro Shinoda já havia transformado a história no filme Chinmoku). O enredo e alguns personagens são fictícios, mas a obra é calcada em fatos reais. Ex-seminarista, Scorsese coloca em seus trabalhos questionamentos sobre a pratica cristã e por mais de 30 anos quis fazer a própria versão de Silêncio, que é um dos longas mais pessoais já feitas pelo cineasta.
No século 17, o governo japonês exterminava de maneira cruel o cristianismo do país. Os jesuítas que ainda se encontravam por lá eram torturados das formas mais horrendas possíveis, sendo que a decapitação e a crucificação são as práticas mais comuns. Mas eles também eram queimados vivos, esfolados e colocados para sangrar como se fossem gado. Os convertidos eram obrigados a renegar Cristo, ou teriam o mesmo destino dos jesuítas. No meio disso, em 1640, o Padre Rodrigues (Andrew Garfield) e o Padre Garrupe (Adam Driver) vão conversar com o superior deles, Padre Valignano (Ciarán Hinds), e são informados de que um importante jesuíta, o Padre Ferreira (Liam Neeson), que foi para o Japão com intenção de disseminar o cristianismo, teria perdido a fé e abandonado a causa. Ferreira, vivendo em Nagasaki, agora teria adotado o estilo de vida japonês e, além de pregar o budismo, a religião de lá, também seria um blasfemo, tendo até pisado na imagem de Jesus Cristo. Ferreira foi mentor e professor de Rodrigues e Garrupe, que não acreditam no relato e pedem permissão para ir até o Japão. Mesmo sem conhecer a língua e os costumes locais e munidos apena de fé, eles desembarcam em um ambiente hostil, deparando-se com aldeias dizimadas, igrejas destruídas e repressão por todos os cantos. O guia deles é Kichijiro (Yosuke Kubozuka), que a princípio pode parecer um simples alívio cômico, mas se revela muito mais dúbio e trágico do que aparenta – ele é o Judas de Rodrigues e Garrupe.
A missão de Garfield e Garrupe no Japão é similar à do Capitão Willard (Martin Sheen) no Vietnã em Apocalypse Now. No clássico de Francis Ford Coppola, o militar vai até o distante Vietnã para executar o renegado Coronel Kurtz (Marlon Brando). Mas se em Apocalypse Now o capitão Willard se deparava com um Kurtz insano, apostando na anarquia e no niilismo da guerra, o encontro de Rodrigues com Ferreira tem outro efeito. O padre apóstata se encontra em plena faculdade mental. Ele diz ao discípulo que o Japão não necessita de outro Deus ou de qualquer outra alternativa religiosa. Fala que os nativos estão muito satisfeitos com a fé que seguem e não estão interessados em interferência externa. E também confronta Rodrigues, argumentado que a jornada dele é apenas uma demonstração de ego. Ao enfrentar uma dolorosa carga de sacrifícios e provações, ele quer apenas se igualar a Jesus Cristo.
Quem também está de olho em Rodrigues é o governador Inoue Masashige (Issey Ogata), também conhecido como O Inquisidor. Com ameaças veladas e usando fatos e bons argumentos, o governador quer cooptar Rodrigues. “O Japão é um imenso pântano. Nada cria raízes aqui”, ele fala, reforçando que é bobagem tentar implementar o cristianismo no país.
Com mais de duas horas e meia de duração, e sem nenhuma trilha sonora para aliviar a tensão, Silêncio é austero, espartano e rigoroso. Com atuações esplêndidas e que exigiram muito dos atores tanto emocional quanto fisicamente, é um filme que também demanda enorme concentração e esforço por parte do público. Scorsese não toma partido. Não compromete a visão com sentimentalismo ou algum sermão desnecessário. Beleza, horror e fé estão juntos neste que é um dos filmes seminais da temporada.Fonte: http://rollingstone.uol.com.br
MEDO DO MEDO... Frei Petrônio.
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Papa Francisco: verdadeiro jejum é ajudar os outros
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O verdadeiro jejum, agradável a Deus, foi o tema da homilia do Papa Francisco na missa celebrada manhã desta sexta-feira (03/03), na Capela da Casa Santa Marta.
As leituras do dia falam do jejum, isto é – explica o Papa – “da penitência a que somos convidados a fazer no tempo da Quaresma” para aproximar-nos ao Senhor. A Deus agrada “o coração penitente” – diz o Salmo – “o coração que se sente pecador e sabe ser pecador”.
Na primeira leitura – tirada do Livro do Profeta Isaías – Deus repreende a falsa religiosidade dos hipócritas que jejuam enquanto cuidam dos próprios negócios, oprimem os operários e brigam “ferindo com punhos iníquos”.
Por um lado fazem penitência e por outro cometem injustiças, fazendo “negócios sujos”. O Senhor, ao contrário, pede um jejum verdadeiro, atento ao próximo:
“O outro é o jejum “hipócrita” – é a palavra que Jesus tanto usa – é um jejum para se mostrar ou para sentir-se justo, mas ao mesmo tempo cometem injustiças, não são justos, exploram as pessoas. “Mas eu sou generoso, farei uma bela oferta à Igreja” – 'Mas me diga, tu pagas o justo às tuas domésticas? Paga teus funcionários sem assinar a carteira? Ou como quer a lei, para que possam dar de comer aos seus filhos?’”.
O Papa Francisco fala de um caso ocorrido logo após a II Guerra Mundial com o Padre jesuíta Padre Arrupe, quando era missionário no Japão. Um rico homem de negócios fez a ele uma doação para actividades de evangelização, mas o acompanhava um fotógrafo e um jornalista. O envelope continha somente 10 dólares:
“Nós também fazemos o mesmo quando não pagamos o justo à nossa gente. Pegamos de nossas penitências, de nossos gestos, do jejum, da esmola, aceitamos uma propina: o suborno da vaidade, de se mostrar. Isso não é autenticidade, é hipocrisia. Por isso, quando Jesus diz ‘Quando vocês rezarem, entrem no seu quarto, fechem a porta, no escondido, quando derem esmola não faça soar a trombeta, quando jejuar não fiquem tristes. É o mesmo que dizer: Por favor, quando vocês fizerem uma boa obra não aceitem propina desta boa obra, é somente para o Pai.”
O Papa citou o Profeta Isaías, quando o Senhor fala aos hipócritas sobre o jejum verdadeiro. Palavras significativas também “para os nossos dias”:
“Não é este o jejum que escolhi: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, e romper todo tipo de sujeição? Não consiste talvez em dividir o pão com o faminto, deixar entrar em casa os pobres, os sem-abrigo, vestir o que está nu sem transcurar os próprios parentes? Pensemos nestas palavras, pensemos em nosso coração, como nós jejuamos, rezamos, damos esmolas. Nos ajudará também a pensar: o que sente um homem depois de um jantar, que custou 200 euros, por exemplo, e volta para casa, vê um faminto, não olha para ele e continua caminhando? Nos fará bem pensar nisso.” Fonte: http://br.radiovaticana.va
O Frei ameaçado pela bauxita
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Há 15 dias, logo após celebrar a missa dominical pela manhã, Frei Gilberto Teixeira, franciscano da Fraternidade Santa Maria dos Anjos, pároco da igreja de Santo Antônio, em Belisário, distrito de Muriaé, uma das cidades no entorno da Serra do Brigadeiro, na Zona da Mata de Minas Gerais, recebeu uma estranha visita. Não era nenhum paroquiano conhecido. Tampouco alguém que já tivesse visto pela cidade. O diálogo, à porta fechada, no salão paroquial, deu-se mediante a ameaça de uma arma. O recado foi simples, direto e contundente, como o próprio religioso relatou depois:
“Frei, o senhor está falando demais em mineração. Estou vindo aqui só para dar um aviso. Da próxima vez, se eu vier, não será agradável para o senhor. É para o senhor parar de falar de mineração nos seus espaços e aonde o senhor for”. A reportagem é de Marcelo Auler, publicada por seu blog, 05-03-2017.
A ameaça veio acompanhada de detalhes da vida do frei. O desconhecido deixou claro que o religioso vem sendo seguido, seja pessoalmente, seja – como suspeitam alguns na região -, pelo rastreamento do seu celular (*). Utensílio que depois da visita ele abandonou, como descreveu o biólogo Luiz Paulo Guimarães de Siqueira, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM.
Outro detalhe importante é que, no sábado anterior (18/02) ele presidiu uma reunião para discutir a Campanha da Fraternidade de 2017. O tema deste ano está relacionado aos biomas brasileiros. A Diocese de Leopoldina – município a 61 quilômetros de distância, à qual a Igreja de Santo Antônio pertence – escolheu o distrito de Belisário para representar a zona da Mata Mineira, em parceria com biólogos e ativistas ambientais. Na reunião falou-se sobre a mineração e o pistoleiro que visitou Frei Gilberto soube descrever com detalhes o que havia passado durante o encontro. Siqueira, recorda do relato feito pelo frei após a ameaça sofrida:
“O sujeito falou que sabia onde o frei esteve na semana anterior, mencionou que ele passou três dias em Contagem (cidade na região metropolitana de Belo Horizonte), que parou em Ouro Preto, almoçou em Rosário de Limeira. Demonstrou que de alguma forma ele estava rastreando o frei. Nós acreditamos que seja através do celular do Frei Gilberto.”
A ameaça foi devidamente registrada na Polícia de Muriaé e o religioso, de imediato, recebeu a solidariedade e o apoio do bispo Dom José Eudes Campos do Nascimento, da Diocese de Leopoldina. Na nota, porém, o bispo omite qualquer problema com a mineração e apenas menciona o trabalho do religioso em defesa dos pequenos produtores rurais. Fato que descontentou a muitos militantes da causa ecológica na região, pois a ameaça maior que estes produtores sofrem hoje vem da tentativa de exploração da bauxita (rocha de cor vermelha formada principalmente por óxido de alumínio, principal fonte natural de alumínio).
Na nota (veja abaixo), o bispo destaca o trabalho do religioso e lembra o assassinato da irmã Dorothy Stang, com seis tiros, aos 73 anos de idade, em fevereiro de 2005, em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilômetros da sede do município de Anapu, no Estado do Pará:
“Frei Gilberto, em sua função missionária, como deve ser, vem prestando assistência e apoio aos pequenos agricultores de sua comunidade, na luta contra a espoliação de suas terras e a degradação das áreas de lavouras familiares. Em nosso País, como temos assistido com muita dor, os ditos “grandes empreendimentos” não suportam argumentação que contrarie seus planos, sabedores de que sempre sairão vitoriosos. Pelo que, ignoram qualquer bem-estar ou direito dos fracos. Se entender necessário, desprezam até mesmo a vida humana dos contraditores. Irmã Dorothy é uma das nossas mais recentes e dolorosas memórias…” Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Igreja e pedofilia: 600 queixas por ano, desde 2004 foram expulsos 900 padres.
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Na última década, entes da Igreja dos EUA desembolsaram quase US $ 3 bilhões para resolver ações judiciais. A "linha dura" de Bento XVI e Francisco está longe de ter resolvido o problema. A informação é publicada por Leggo, 01-03-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
O flagelo do abuso de menores por parte do clero alastrou-se como fogo em todo o mundo e chegou-se a 800 denúncias em um único ano no Vaticano. Era o ano de 2004, mas mesmo nos últimos anos os casos submetidos ao ex-Santo Ofício estão em torno de 600 por ano. Essas, contudo, são as denúncias do tipo "canônico", de acordo com dados fornecidos pelo Vaticano há alguns anos, mas ainda restam os inquéritos judiciais abertos pelos tribunais civis. Um enorme escândalo que levou o Papa Bento XVI, desde sua época como cardeal e Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (a instituição do Vaticano que lida com o assunto) a levantar os tapetes sob os quais estava escondida a “sujeira” e decidir por uma "tolerância zero".
Em dez anos, 900 sacerdotes voltaram ao estado laical. Essa diretriz foi confirmada e reforçada pelo Papa Francisco, que tomou uma série de decisões radicais. Inclusive a de processar, no Vaticano, um Núncio, alto expoente da diplomacia, como no caso de Jozef Wesolowski, que morreu, no entanto, antes da instauração do processo. Em dez anos, de 2004 a 2013, foram cerca de 900 sacerdotes que voltaram ao estado laical. Praticamente ‘expulsos’ das hierarquias e impossibilitados de continuar no seu ministério sacerdotal. Esses são os últimos números divulgados pelo Vaticano por ocasião da investigação aberta na ONU pelo Comitê contra a Tortura. Contudo não é enorme apenas o número de casos e países envolvidos no escândalo de pedofilia cometida por clérigos, gigantescos também foram os valores já desembolsados em algumas circunstâncias pelos crimes cometidos por clérigos.
Na Igreja dos EUA foram 3 bilhões em acordos e custos legais. Somente a Igreja dos Estados Unidos desembolsou ao longo da última década, quando as denúncias vieram à tona e foram envolvidos também os Tribunais de Justiça, quase US $ 3 bilhões, entre acordos, terapias e custos legais. Nesse contexto, o caso de Boston é emblemático. O cardeal atual dessa cidade, Sean Patrick O 'Malley, escolhido pelo Papa Francisco para presidir a Comissão vaticana sobre pedofilia, após ter ‘herdado’ a difícil situação criada pelo seu antecessor, Bernard Francis Law, decidiu vender o palácio oficial e escolheu para si uma residência comum, justamente para poder ressarcir as vítimas de pedofilia. Dados mais recentes vêm da Austrália, onde resulta que 7% dos padres católicos são acusados de cometer abuso sexual de menores desde 1950. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Em São Paulo, padre critica machismo, homofobia e Bolsonaro
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Um padre da cidade de São Paulo está chamando a atenção nas redes sociais. Em sermão pregado no último domingo, 5, Julio Lancelotti usou o gancho do Dia Internacional da Mulher, que será celebrado no dia 8, para criticar o machismo, a homofobia e Bolsonaro, alguém que "propõe a violência e o assassinato dos gays" e que "a mulher deve ser submissa".
O vídeo tem, até a manhã desta terça-feira, 7, quase 150 mil visualizações. Nas imagens, o padre afirma que, para celebrar o Dia Internacional da Mulher, não basta dar o parabéns.
"Você tem que ser alguém que mude a cabeça e a forma de pensar para que não haja mais a cultura do estupro, onde os meninos pensam que são mais fortes do que as meninas ou que eles podem fazer o que quiserem e as meninas, não".
O religioso também criticou o uso das redes sociais para divulgar conteúdos que prejudiquem as mulheres. "Tratar as mulheres de maneira moralista e de maneira a destruir a sua dignidade, isso é inaceitável e hoje é crime. Nossos jovens têm que tomar muito cuidado nas redes sociais", declarou.
Julio Lancelotti também destacou que o machismo é aprendido em casa. "Temos que dizer aos meninos, na educação, que eles têm que respeitar as meninas e que o corpo delas é tão sagrado quanto o corpo de todos - e que o corpo dela não pode ser tocado sem que ela aceite ou queira", afirmou.
Ele também criticou Bolsonaro e seus apoiadores. "Em uma sociedade como a nossa, fico impressionado aparecer nas pesquisas que uma pessoa homofóbica e violenta como Bolsonaro seja seguida por tanta gente no Brasil. Isso é vergonhoso", declarou.
"Alguém que propõe a violência, o assassinato e o extermínio dos gays, ou que o homem é mais importante do que a mulher e que ela tem que ser submissa... Isso é inaceitável no tempo em que vivemos". Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br
Justiça determina demolição de igreja em MG e causa revolta entre fiéis
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Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Esmeraldas (MG), que recebeu ordem de reintegração de posse da Justiça para desocupar o terreno.
A Justiça de Minas Gerais concedeu a uma imobiliária reintegração de posse de um terreno onde atualmente está localizada a Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Esmeraldas (MG), região metropolitana de Belo Horizonte.
Com isso, a construção, que ocupa aproximadamente 3.500 m², pode ser demolida, o que vem causando revolta na comunidade. "Nós vamos ficar dentro da igreja e eles vão ter de derrubá-la na nossa cabeça", diz, exaltada, a moradora Ilza Helena Silva.
O processo agora foi para o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), já que a Arquidiocese de Belo Horizonte afirmou ter entrado com recurso no tribunal após sentença de primeira instância favorável à imobiliária, que está localizada na cidade de Contagem, também na região metropolitana da capital mineira.
Na sentença, a juíza Cirlaine Maria Guimarães, da comarca de Esmeraldas, declarou que, após estudo pericial feito na área, "ficou demonstrado que a área efetivamente ocupada pela Mitra Arquidiocesana está inserida no imóvel da autora [da ação, a imobiliária]".
O dono disse ter comprado a propriedade legalmente de um homem que havia se tornado o proprietário das terras por usucapião. O empresário Clóvis Nogueira Amaral, 88, afirmou ter procurado os moradores e a igreja por mais de uma vez. Ele disse ter comprado a área no início da década de 1980.
"Eu os procurei por muitas vezes. A área pertence a mim. Construíram sabendo que era meu, e a Igreja [Católica] também sabia que era meu", se defendeu Amaral, dizendo já ter feito loteamentos na região para serem comercializados.
A igreja, por meio da assessoria da Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte, informou que recebeu determinação judicial para a desocupação do terreno no início de fevereiro.
O padre Joaquim Fonseca, 68, disse que no processo judicial constam documentos que comprovariam a doação das terras para a Igreja Católica feita por um fazendeiro da região, que já teria morrido. "A igreja já está lá há mais de 20 anos. O terreno foi um doado por um antigo morador do bairro que era dono. Ele fez o ato de doação à igreja, com todo o registro exigido por lei, em 1994. O que nos deixa perplexo é o fato de a imobiliária, que se diz dona do terreno, ter deixado a comunidade construir a igreja tranquilamente."
Dízimo e comunidade ergueram centro de encontros
Conforme Ilza Helena Silva, a igreja foi erguida com a ajuda dos moradores e, desde então, passou a ser um centro de referência religioso e de união da comunidade. Residente no bairro há 26 anos, ela revela o temor dos moradores com a possibilidade de perder a igreja.
"A gente recolhia dízimo para ajudar na construção da igreja. Ficamos sem chão quando recebemos a notícia e estamos numa tristeza profunda. Lá é como se fosse a minha casa. Parece que morreu alguém da família", contou.
Ela disse ainda que o local presta serviços comunitários, como oficinas de capacitação e cursos profissionalizantes, além de realizar festas populares.
A mulher afirmou que os moradores estão de vigília e prometem resistir. "Mas, se Deus quiser, isso não vai acontecer. Se precisar, nós vamos ficar dentro da igreja. Vão passar a máquina com a gente lá dentro."
De acordo com ela, os fiéis e moradores pretendem realizar várias ações para tentar preservar a igreja. Eles criaram uma página no Facebook intitulada "Diga Não à Demolição", que já recebeu mais de mil curtidas.
Neste sábado (4), acontece uma manifestação nas proximidades da edificação contra a derrubada da igreja. As pessoas vão vestir roupas brancas e haverá uma procissão, seguida por cavalgada e carreata. Fonte: https://noticias.uol.com.br
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