1º Domingo da Quaresma: Pequenas coisas que partem do coração- O Jejum.
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Dom José Gislon
Bispo de Erexim (RS)
Estimados Diocesanos! Neste tempo de Quaresma, a mãe Igreja propõe aos seus filhos e filhas a prática do jejum. A Bíblia Sagrada menciona o jejum de quarenta dias de Moisés, do profeta Elias e principalmente aquele de Jesus Cristo.
Moisés por dois períodos de quarenta dias esteve sobre a montanha de Deus fazendo jejum. Num primeiro momento, para receber as tábuas da lei; em um segundo, para aplacar a ira de Deus e implorar a sua misericórdia sobre o povo que tinha se afastado do Deus que o havia libertado da escravidão do Egito.
O jejum do profeta Elias é o jejum de quem caminha no deserto, de quem vai para um encontro com o Senhor. É o jejum que o prepara para encontrar-se com Deus, para escutar a sua voz e estar na sua presença.
O jejum dos quarenta dias de Jesus o prepara para combater contra o mal e assim obter a vitória sobre as tentações do inimigo, mantendo-se fiel à Palavra de Deus. Neste contexto, durante a Quaresma, os quarenta dias de jejum de cada cristão tem por finalidade a penitência para obter o perdão dos pecados, a preparação ascética para o encontro com Deus e para combater as tentações e o maligno, guiados pelo exemplo e pela ajuda de Jesus Cristo.
Em sua mensagem para a Quaresma de 2009, o Papa Bento XVI lembrou que os Padres da Igreja sempre valorizaram o jejum como forma de abrir no coração do fiel a estrada para Deus. Na mesma mensagem, mencionou São Pedro Crisólogo, que em um de seus sermões escreveu: “O jejum é a alma da oração; e a misericórdia, a vida do jejum, por isso, quem reza, jejue. Quem jejua, tenha misericórdia. Quem, ao pedir deseja ser ouvido, ouça a quem lhe dirige um pedido. Quem quer encontrar aberto o coração de Deus para si não feche o seu a quem o suplica”.
Podemos cair na tentação de fazermos grandes propósitos neste tempo de Quaresma, correndo o risco de não realizá-los. Na verdade, é mais prudente partir das pequenas coisas e dos pequenos propósitos, que estejam ao alcance do nosso coração e podem ter um grande significado espiritual para a nossa vida particular, familiar e comunitária.
Tende todos um bom domingo. Fonte: http://www.cnbb.org.br
01º Domingo da Quaresma: Um olhar.
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Tema do 1º Domingo da Quaresma
No início da nossa caminhada quaresmal, a Palavra de Deus convida-nos à “conversão” – isto é, a recolocar Deus no centro da nossa existência, a aceitar a comunhão com Ele, a escutar as suas propostas, a concretizar no mundo – com fidelidade – os seus projetos.
O Evangelho apresenta, de forma mais clara, o exemplo de Jesus. Ele recusou – de forma absoluta – uma vida vivida à margem de Deus e dos seus projetos. A Palavra de Deus garante que, na perspectiva cristã, uma vida que ignora os projetos do Pai e aposta em esquemas de realização pessoal é uma vida perdida e sem sentido; e que toda a tentação de ignorar Deus e as suas propostas é uma tentação diabólica e que o cristão deve, firmemente, rejeitar.
ATUALIZAÇÃO ( EVANGELHO – Mt 4,1-11)
A questão essencial que a Palavra de Deus hoje nos propõe é, portanto, esta: Jesus recusou, de forma absoluta, conduzir a sua vida à margem de Deus e das suas propostas. Para Ele, só uma coisa é verdadeiramente decisiva e fundamental: a comunhão com o Pai e o cumprimento obediente do seu projeto… E nós, seguidores de Jesus? É essa também a nossa perspectiva? O que é que é decisivo na minha vida: as propostas de Deus, ou os meus projetos pessoais?
- Quando o homem esquece Deus e as suas propostas, e se fecha no egoísmo e na auto-suficiência, facilmente cai na escravidão de outros deuses que, no entanto, estão longe de assegurar vida plena e felicidade duradoura. Quais são os deuses que, hoje, dominam o horizonte desse homem moderno que prescindiu de Deus? Quais são os deuses que estão no centro da minha própria vida e que condicionam as minhas decisões e opções?
- Deixar-se conduzir pela tentação dos bens materiais, do acumular mais e mais, do subordinar toda a vida à lógica do “ter mais”, é seguir o caminho de Jesus? Olhar apenas para o seu próprio conforto e comodidade, fechar-se à partilha e às necessidades dos outros, pagar salários de miséria e malbaratar fortunas em noitadas de jogo ou em coisas supérfluas… é seguir o exemplo de Jesus?
- Usar Deus ou os seus dons para saciar a nossa vaidade, para promover o nosso êxito pessoal, para brilhar, para dar espetáculo, para levar os outros a admirar-nos e a bater-nos palmas… é seguir o exemplo de Jesus?
- Procurar o poder a todo o custo (às vezes, entregando ao diabo os nossos valores mais importantes e as nossas convicções mais sagradas) e exercê-lo com prepotência, com intolerância, com autoritarismo (quantas vezes humilhando e magoando os pobres, os débeis, os humildes)… é seguir o exemplo de Jesus?
*Leia na íntegra no olhar- Seção: EVANGELHO DO DIA. Clique e terá a reflexão completa.
OLHAR DE CONVERSÃO: Frei Petrônio.
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O verdadeiro significado do jejum desejado por Deus nesse tempo de Quaresma: Papa Francisco.
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O verdadeiro jejum é socorrer o próximo;, o falso mistura religiosidade com os negócios sujos e tangentes da vaidade. Essas foram palavras do Papa Francisco na Missa desta sexta-feira, 3, na Casa Santa Marta.
As leituras do dia falam do jejum, isso é, explica o Papa, da penitência que os católicos são chamados a fazer neste tempo de Quaresma para se aproximar de Deus. Conforme diz o Salmo, Deus aprecia o coração penitente, o coração que se sente pecador e sabe ser pecador.
Na Primeira Leitura, tirada do Livro do profeta Isaías, Deus repreende a religiosidade dos hipócritas que fazem jejum enquanto cuidam dos próprios negócios, oprimem os trabalhadores e brigam batendo com punhos desleais. Por um lado, explicou o Papa, fazem penitência e por outro cometem injustiças, fazendo negócios sujos. Deus, em vez disso, pede um jejum verdadeiro, atento ao próximo.
“O outro é o jejum hipócrita, é a palavra que Jesus tanto usa, é um jejum para se fazer ver ou para sentir-se justo, mas nesse meio de tempo fiz injustiças, não sou justo, exploro as pessoas. ‘Mas eu sou generoso, farei uma bela oferta à Igreja’ – ‘Mas, diga-me, você paga o salário justo às tuas domésticas? Aos teus funcionários deixa de pagar o que é justo? Ou como quer a lei para que possam dar de comer aos seus filhos?”.
O Santo Padre contou como exemplo uma história que aconteceu logo após a Segunda Guerra Mundial com o padre jesuíta Pedro Arrupe, quando era missionário no Japão. Um rico homem de negócios fez-lhe uma doação para a sua atividade evangelizadora, mas com ele havia um fotógrafo e um jornalista. O envelope continha apenas 10 dólares.
“Isso é o mesmo que nós fazemos quando não pagamos o justo ao nosso povo. Nós tomamos das nossas penitências, dos nossos gestos de oração, de jejum, de esmola, tomamos uma tangente: a tangente da vaidade, do fazer-se ver. E aquilo não é autenticidade, aquilo é hipocrisia. Por isso, quando Jesus diz: ‘Quando rezar faça-o escondido, quando você der esmola não toque a trombeta, quando jejuar não se faça melancólico’, é o mesmo que dissesse: ‘Por favor, quando fizer uma boa obra não tome a tangente desta obra boa, é somente para o Pai”.
Francisco citou, nesse ponto, o profeta Isaías, onde o Senhor diz aos hipócritas qual é o verdadeiro jejum. Palavras que parecem ditas aos dias de hoje.
“’Não é esse o jejum que quero: soltar as correntes injustas, desatar as correias do jugo, colocar em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não consiste em dividir o pão com o faminto, introduzir em casa os miseráveis, sem teto, em vestir um nu sem negligenciar seus parentes?’ Pensemos nestas palavras, pensemos no nosso coração, como nós jejuamos, rezamos, damos esmolas. E também nos ajudará pensar o que um homem sente depois que paga 200 euros em um jantar, por exemplo, e volta pra casa e vê um faminto e não olha pra ele e continua a caminhar. Fará a bem a nós pensar nisso”. Fonte: http://br.radiovaticana.va
“As aparições de Medjugorje não são autênticas”, afirma bispo de Mostar
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O artigo publicado há dois dias pelo bispo de Mostar (Bósnia e Herzegovina), sob cuja jurisdição Medjugorje atualmente se encontra, é muito significativo, começando pelo título. “As aparições dos primeiros sete dias em Medjugorje” é uma acusação com a qual dom Ratko Peric, desde sempre contra qualquer credibilidade ao fenômeno, procura desmantelar as “aparições” precisamente em sua primeira fase, utilizando material já conhecido e publicado há muitos anos. Essa fase sobre a qual a comissão criada por Bento XVI e conduzida pelo cardeal Camilo Ruini reconheceu, ao contrário, elementos sobrenaturais.
Peric ressaltou o ‘estranho tremor’ que um dos videntes, Ivan Dragicevic, “na conversa com o capelão, frei Zrinko Cuvalo (1936-1991), disse ter percebido, no primeiro dia, um ‘tremor’ das mãos da aparecida. Qual ‘tremor’? Tal percepção pode suscitar não só uma forte suspeita, como também uma profunda convicção de que não se trata de uma autêntica aparição da Beata Virgem Maria”.
Outras críticas do bispo estão relacionadas com a data e o aniversário das ‘supostas aparições’, que se iniciaram no dia 24 de junho de 1981, ainda que se tenha decidido que a festa anual se celebre no dia 25 de junho, dia em que supostamente todos os videntes teriam presenciado as aparições...
*Leia na íntegra. Clique aqui:
O JEJUM DA MENTIRA: Frei Petrônio.
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Mensagem do Papa Francisco por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2017.
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Queridos irmãos e irmãs do Brasil!
Desejo me unir a vocês na Campanha da Fraternidade que, neste ano de 2017, tem como tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, lhes animando a ampliar a consciência de que o desafio global, pelo qual toda a humanidade passa, exige o envolvimento de cada pessoa juntamente com a atuação de cada comunidade local, como aliás enfatizei em diversos pontos na Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado de nossa casa comum.
O criador foi pródigo com o Brasil. Concedeu-lhe uma diversidade de biomas que lhe confere extraordinária beleza. Mas, infelizmente, os sinais da agressão à criação e da degradação da natureza também estão presentes. Entre vocês, a Igreja tem sido uma voz profética no respeito e no cuidado com o meio ambiente e com os pobres. Não apenas tem chamado a atenção para os desafios e problemas ecológicos, como tem apontado suas causas e, principalmente, tem apontado caminhos para a sua superação. Entre tantas iniciativas e ações, me apraz recordar que já em 1979, a Campanha da Fraternidade que teve por tema “Por um mundo mais humano” assumiu o lema: “Preserve o que é de todos”. Assim, já naquele ano a CNBB apresentava à sociedade brasileira sua preocupação com as questões ambientais e com o comportamento humano com relação aos dons da criação.
O objetivo da Campanha da Fraternidade deste ano, inspirado na passagem do Livro do Gênesis (cf. Gn 2,15), é cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho. Como “não podemos deixar de considerar os efeitos da degradação ambiental, do modelo atual de desenvolvimento e da cultura do descarte sobre a vida das pessoas” (LS, 43), esta Campanha convida a contemplar, admirar, agradecer e respeitar a diversidade natural que se manifesta nos diversos biomas do Brasil – um verdadeiro dom de Deus - através da promoção de relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles vivem. Este é, precisamente, um dos maiores desafios em todas as partes da terra, até porque as degradações do ambiente são sempre acompanhadas pelas injustiças sociais.
Os povos originários de cada bioma ou que tradicionalmente neles vivem nos oferecem um exemplo claro de como a convivência com a criação pode ser respeitosa, portadora de plenitude e misericordiosa. Por isso, é necessário conhecer e aprender com esses povos e suas relações com a natureza. Assim, será possível encontrar um modelo de sustentabilidade que possa ser uma alternativa ao afã desenfreado pelo lucro que exaure os recursos naturais e agride a dignidade dos pobres.
Todos os anos, a Campanha da Fraternidade acontece no tempo forte da Quaresma. Trata-se de um convite a viver com mais consciência e determinação a espiritualidade pascal. A comunhão na Páscoa de Jesus Cristo é capaz de suscitar a conversão permanente e integral, que é, ao mesmo tempo, pessoal, comunitária, social e ecológica. Reafirmo, assim, o que recordei por ocasião do Ano santo Extraordinário: a misericórdia exige “restituir dignidade àqueles que dela se viram privados” (Misericordia vultus, 16). Uma pessoa de fé que celebra na Páscoa a vitória da vida sobre a morte, ao tomar consciência da situação de agressão à criação de Deus em cada um dos biomas brasileiros, não poderá ficar indiferente.
Desejo a todos uma fecunda caminhada quaresmal e peço a Deus que a Campanha da Fraternidade 2017 atinja seus objetivos. Invocando a companhia e a proteção de Nossa Senhora Aparecida sobre todo o povo brasileiro, particularmente neste Ano mariano, concedo uma especial Bênção Apostólica e peço que não deixem de rezar por mim.
Vaticano, 15 de fevereiro de 2017.
Fonte: http://br.radiovaticana.va
Papa Francisco: Viva a Quaresma com empenho porque ninguém vai ao Paraíso de carruagem.
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VATICANO, 01 Mar. 17 / 11:55 am (ACI)- O Papa Francisco dedicou a catequese da Audiência Geral à Quaresma – que começa hoje com a Quarta-feira de Cinzas – e sublinhou que é um tempo de esperança que requer empenho, porque ninguém vai “ao paraíso de carruagem”.
A Quaresma é “um caminho difícil, como é justo que seja, porque o amor é um desafio, mas um caminho cheio de esperança” e “o cansaço de atravessar o deserto – todas as provações, as tentações, as ilusões, as miragens… tudo isso serve para formar uma esperança forte”, disse ao recordar a passagem do povo de Israel pelo deserto.
Francisco explicou que “Cristo nos precede com o seu êxodo e nós atravessamos o deserto graças a Ele e atrás Dele. Ele foi tentado por nós e venceu o Tentador por nós, mas também nós devemos, com Ele, enfrentar as tentações e superá-las”.
“Mas isso não quer dizer que Ele fez tudo e nós devemos fazer nada, que Ele passou pela cruz e nós vamos ao paraíso de carruagem. Não é assim. A nossa salvação certamente é dom seu, mas, uma vez que é uma história de amor, requer o nosso ‘sim’ e a nossa participação no seu amor, como nos demonstra a nossa Mãe Maria e depois dela todos os santos”.
Sobre a Quaresma, o Papa recordou que “foi instituída na Igreja como tempo de preparação para a Páscoa e, portanto, todo o sentido deste período de quarenta dias é iluminado pelo mistério pascal para o qual é orientado”.
“Podemos imaginar o Senhor Ressuscitado que nos chama a sair das nossas trevas e nós nos colocamos em caminho para Ele, que é a Luz”. No entanto, “a Quaresma é um caminho para Jesus Ressuscitado, é um período de penitência, também de mortificação, mas não com fim em si mesmo, mas sim finalizado a nos fazer ressurgir com Cristo, a renovar a nossa identidade batismal, isso é, renascer novamente ‘do alto’, do amor de Deus”.
“O ponto de partida é a condição de escravidão no Egito, a opressão, os trabalhos forçados. Mas o Senhor não esqueceu o seu povo e a sua promessa: chama Moisés e, com braço forte, faz os israelitas sair do Egito e os guia pelo deserto para a Terra da liberdade”.
Francisco recordou que o povo de Israel permaneceu 40 anos no deserto, “o tempo de vida de uma geração”. “Uma geração que, diante das provações do caminho, é sempre tentada a lamentar-se pelo Egito e voltar atrás. Mas o Senhor permanece fiel e aquele pobre povo, guiado por Moisés, chega à Terra prometida”.
“Todo esse caminho é cumprido na esperança: a esperança de chegar à Terra e justamente nesse sentido é um ‘êxodo’, uma saída da escravidão à liberdade”, explicou.
“Cada passo, cada cansaço, cada prova, cada queda e cada retomada, tudo tem o sentido interno do desígnio de salvação de Deus, que quer para o seu povo a vida e não a morte, a alegria e não a dor”.
O Santo Padre manifestou que “para abrir este caminho, esta passagem, Jesus precisou despojar-se da sua glória, humilhar-se, fazer-se obediente até a morte e a morte de cruz”. Fonte: http://www.acidigital.com
O "jejum da língua"
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Como é difícil falar bem de alguém, ver somente o lado bom delas! "Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente" (1 Pd 3,10).
O direito de examinar e reter as palavras são direitos imprescritíveis ao crente, só que o Evangelho não tem a pretensão de subtrair isso, como também não tem a finalidade de satisfazer todo mundo em suas opiniões pessoais ou ser usada para agredir a integridade de alguém. Infelizmente nos últimos dias tenho estado com pessoas que habitualmente e naturalmente agem assim, ou seja, fazem comentários alheios acerca do meu ministério e do meu entendimento. Como é difícil estar com esses irmãos. Estar com os que se entregam a esse comportamento e que nada mais fazem além de criar confusão e causar ira e amargura em nossos corações, sem falar da falsidade entre amigos.
No trato a critica, entendo que cada um está livre para aprová-la ou rejeitá-la; mas para discuti-la seria necessário debatê-la com conhecimento de causa; ora, a crítica, muito frequentemente, tem provado a ignorância de quem tem princípios tolos... Da mesma forma critico frequentemente neles a malevolência que os torna responsável por atos repreensíveis ou ridículos, e garanto que se ao serem confrontados certamente afirmariam que foram envolvidos incidentemente ou diabo armou uma cilada para eles.
Então porque quando os confrontamos pelo seu mau hábito, negam essas alegações respondendo com desculpas e racionalizações bíblicas ofensivas tripudiando ou debochando?
Em primeiro lugar, porque são fofoqueiros e não sabem que o são: Os fofoqueiros muitas vezes têm o objetivo de se elevar ao custo de fazer com que outras pessoas se pareçam maus e eles os bons; também se exaltam como uma espécie de repositórios de conhecimento e santidade, onde falam dos erros e defeitos dos outros, ou revelam detalhes potencialmente embaraçosos ou vergonhosos sobre a vida alheia sem o seu conhecimento ou aprovação alegando ser revelação divina. Sendo desmascarados, ao invés de admitirem a falha, eles culpam algo ou alguém mais na tentativa de minimizar a seriedade do erro do que para soluciona-lo.
Lamentavelmente temos visto tantas amizades [vidas] sendo destruídas por causa de algum engano [entendimento] e que começou com uma fofoca [critica]. Mas a Bíblia nos diz que "o homem perverso instiga a contenda, e o intrigante separa os maiores amigos" (Provérbios 16:28). Também no livro de Romanos, Paulo mostra a natureza pecaminosa daqueles a qual Deus estará derramando a Sua ira. Esses que por terem rejeitado as instruções e direção de Deus, Ele os entregou às suas naturezas pecaminosas. Nesta lista se inclui murmuradores e difamadores (Romanos 1:29-32). A bíblia fala que a boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a sua alma. “As palavras do mexeriqueiro são como doces bocados; elas descem ao íntimo do ventre” (Provérbios 18:7-8). Triste ver que alguns gostam disso e procuram por ocasiões para ofender outras pessoas.
Em segundo lugar, as atitudes deles se evidenciam precisamente ao contrário do que dizem, pois, muitos não estão vivendo, pelo contrário, vivem negando, confundindo-se com as imitações grosseiras e burlescas do charlatanismo da fé, pois enaltecem a si mesmo naquilo que fazem esquecendo as suas próprias fraquezas, dando, enfim, como a regra de todas as excentricidades em nome de Deus. A fofoca, que tem causado desunião, intrigas e amarguras na vida de alguns cristãos. Devemos, pois, definir, conhecer e aprender como neutralizar esse erro.
Não seria mais sensato apaga-los do meio dos salvos em Cristo. Mas instruí-los: Paulo advertiu as viúvas para não serem mexeriqueiras ou ociosas. Essas são conhecidas por serem "não só ociosas, mas também paroleiras [guardadoras] e curiosas, falando o que não convém" (1 Timóteo 5:12-13). Temos que nos atentar aos que não produzem frutos [ociosas] e que têm a tendência de passar muito tempo com outras pessoas em seus lares, trabalhos, escolas, juntamente e se envolvem na vida dos outros, escutando e observando varias conversas e situações que têm o potencial de serem destorcidas, principalmente quando ditas sem testemunha.
Em terceiro lugar, Deus nos adverte contra deixar que esse pecado entre em nossas vidas. "O que anda tagarelando revela o segredo; não te intrometas com o que lisonjeia com os seus lábios" (Provérbios 20:19). As mulheres certamente não são as únicas culpadas de fofocar. Portanto, não se deve dirigir àqueles que têm convicções diferentes de fé com palavras de desrespeito e altivez, porque o fofoqueiro é um inútil leva e traz que só serve pra isso, pois, pessoas inteligentes falam sobre ideias, pessoas comuns falam sobre coisas; pessoas medíocres falam sobre pessoas… por favor, àqueles que, não estando satisfeitos com aquilo que vivem, procurem alguma coisa melhor...
Em quarto lugar, A igreja do Senhor na terra tem a missão de ser diferente, consequentemente com os Seus princípios, Jesus não se impõe a ninguém. Ele quer ser aceito livremente e por convicção voluntaria. Os ensinamentos que recebemos vêm gratuitamente Dele. O livro de Provérbios tem uma longa lista de versículos sobre os perigos da fofoca e potencial dano que pode resultar. "O que despreza o seu próximo carece de entendimento, mas o homem entendido se mantém calado. O mexeriqueiro revela o segredo, mas o fiel de espírito o mantém em oculto" (Provérbios 11:12-13). Por essa razão não nos misturemos com essas coisas e tentemos ficar de fora de escândalos e burburinhos.
A mim, alguns podem achar que julgo ser melhor que os outros, mas a verdade é que tento fazer o bem ao próximo a cada dia com a intenção de prepara-lo para receber a salvação em Cristo. Porém, tem uma classe de cristão, ou falsos cristãos, que acreditam que vão pro céu ofendendo os outros, mas que terão lugar reservado no inferno, por causa do “disse que me disse”. Sl 101.5 “Destruirei aqueles que falam mal dos outros pelas costas...”.
Se mesmo assim alguém aí está pensando que está certo, saiba que: “Se não souber controlar a língua, a sua religião não vale nada, e está enganando a si mesmo.” Inclusive, o que nos irrita no outro e nos faz pensar que ele seja arrogante, chato, sabe tudo... normalmente é aquilo que temos arraigado dentro de nós, portanto, o chato, desempenha um papel importante: de nos mostrar quem somos e sobre nossas chatices também. Embora muitas vezes nós tenhamos nutrido sentimentos ruins por tanto tempo, mesmo convertido precisamos de mais tempo pra acabar com eles.
Por isso muitas vezes perdemos as pessoas próximas por endurecermos o nosso coração. Nesse caso, bem que poderíamos ter aprendido muito com essa pessoa, mas a perdemos... Também perdemos tempo pra descobrir que pessoas mudam, defeitos mudam, tempos mudam, mas, se não tomarmos cuidado, as opiniões não. Só não percamos o tempo em amar as pessoas, ame-a sempre seja ela como for. “O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu vos amei” (João 15:12)
QUARESMA: O jejum da língua, pela a prática do silêncio.
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Duas grandes vantagens proporciona esse jejum:
1° Conseguir que se evite o pecado. Efetivamente, está escrito: No muito falar não faltará pecado (Pr 10, 19). E em outro lugar: Quem fala muito, fará mal a sua alma (Eclo 20, 8), e também: A língua desenfreada quer dizer, que não observa o silêncio é um mundo inteiro de maldade (Tg 3, 6). Por conseguinte, se conseguirem que jejue a língua digo que não cometerão a metade das faltas diárias. Quão proveitoso resulta, pois, dito jejum para a alma e a consciência!
2° Mas há algo mais: esse jejum conserva, nutre e faz crescer todas as virtudes. Por isso disse as Escrituras: Se alguém não tropeçar com palavras, esse tal é varão perfeito (Tg 3, 2). Quer dizer que tem todas as virtudes.
Para conhecer a saúde de uma pessoa, basta olhar a sua a língua: se tiver acendidamente vermelha, ou suja, ou pálida, não goza de boa saúde. De igual modo, para conhecer em que estado se acha a alma de um religioso, terá que prestar atenção à sua língua: como a rege e que uso faz dela. Se fala muito é quase seguro que tem a alma infestada de culpas e pecados. Se fala pouco, se é recatado e circunspeto nas palavras, estejam seguros de que tem a alma adornada de formosas virtudes.
O prurido de falar, o hábito de contar piadas, a afeição à brincadeiras e a dissipação são indícios seguros de consciência vã e torcida, de espírito superficial, de alma adoentado e vazia de virtudes. Tão convencido disso estava santo Tomás, que afirmava abertamente: «Se vê um religioso que gosta das conversações fúteis, das piadas e frivolidades do mundo, de maneira nenhuma pensem que se trata de um homem espiritual e virtuoso, mesmo que fizesse milagres».
Alcançar que jejue a língua é, pois, meio excelente de guardar-se do pecado, fazer crescer as virtudes, ser gratos a Deus e inclusive aprender a falar devidamente.
VILA MARIA 2017 - DESFILE COMPLETO
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CNBB lança Campanha da Fraternidade 2017 na quarta-feira, em Brasília
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Com o tema "Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida", a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abre oficialmente, na Quarta-feira de Cinzas, dia primeiro de março, a Campanha da Fraternidade 2017 (CF 2017). O lançamento será na sede da entidade, em Brasília (DF), e será transmitido ao vivo pelas emissoras de TV de inspiração católica, a partir das 10h45.
A campanha, que tem como lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), alerta para o cuidado da Casa Comum, de modo especial dos biomas brasileiros. Segundo o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, a proposta é dar ênfase à diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Para ele, a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem, sejamos conduzidos à vida nova”, afirma.
Ainda de acordo com o bispo, a CF deseja, antes de tudo, levar à admiração, para que todo o cristão seja um cultivador e guardador da obra criada. "Tocados pela magnanimidade e bondade dos biomas, seremos conduzidos à conversão, isto é, cultivar e a guardar”, salienta.
A cerimônia de lançamento contará com as presenças do arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, do secretário geral da Conferência, dom Leonardo Steiner, e do secretário de articulação institucional e cidadania do Ministério do Meio Ambiente, Edson Duarte. No Brasil, a Campanha já existe há mais de 50 anos e sua abertura oficial sempre acontece na Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma, época na qual a Igreja convida os fiéis a experimentarem três práticas penitenciais: a oração, o jejum e a esmola.
Material
Para ajudar nas reflexões sobre a temática, são propostos subsídios, sendo o texto-base o principal. Dividido em quatro capítulos, a partir do método ver, julgar e agir, o documento faz uma abordagem dos biomas, suas características e contribuições eclesiais na defesa da vida e cultura dos povos originários de cada bioma brasileiro. Também são apresentadas considerações ecológicas sob a perspectiva de São João Paulo II, Bento XVI e o papa Francisco. Ao final, são apresentados os objetivos permanentes da Campanha, os temas anteriores e os gestos concretos previstos para esta edição, sendo o principal a Coleta Nacional de Solidariedade.
Os subsídios da CF 2017 estão disponíveis no site da editora Edições CNBB. É possível fazer o download do arquivo com todas partituras das músicas da CF 2017 e da Quaresma, entre elas o Hino Campanha, de autoria do padre José Antônio de Oliveira e Wanderson Freitas. Os interessados poderão baixar ainda o cartaz da CF e os spots de rádio, TV e internet preparados para a ocasião. Fonte: http://www.cnbb.org.br
O Papa envia Burke a 12 mil quilômetros de Roma para investigar um caso de abusos sexuais
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Exílio para o cardeal Raymond Burke? O líder da oposição ao Papa Francisco chegou nesta quarta-feira à Ilha de Guam – a mais de 12 mil quilômetros de distância de Roma – para presidir o julgamento canônico de Anthony S. Apuron, o ex-arcebispo de Agana acusado de ter abusado de coroinhas na década de 1970. A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 16-02-2017. A tradução é de André Langer.
Apuron, de 71 anos, deve responder às denúncias apresentadas por três homens que o acusam de tê-los abusado sexualmente na sua infância. A mãe de uma quarta vítima, que já está morta, também acusa o arcebispo de ter abusado do seu filho. Embora o prelado continue a insistir em sua inocência, e até o momento não foi acusado penalmente, foi suspenso do seu cargo em junho do ano passado.
A Sala de Imprensa da Santa Sé, até o momento, limitou-se a confirmar que um tribunal eclesiástico de primeira instância, constituído em outubro passado, será presidido pelo cardeal estadunidense. Não deu nenhuma indicação sobre quanto tempo o cardeal permanecerá em Guam, nem qual destino possa esperar após o seu retorno. Mais quatro bispos se juntarão a Burke nesse tribunal, confirmou a Sala de Imprensa.
De acordo com o Guam Daily Post, o cardeal Burke assinou um decreto no dia 03 de fevereiro passado no qual pedia o comparecimento, no dia 16 de fevereiro, na chancelaria diocesana de Agana, de um dos acusadores de Apuron, Roland Sondia, “com o propósito de dar seu testemunho” sobre os fatos. O equivalente, no Direito Canônico, a um promotor e a um advogado defensor também estarão presentes ao ato, de acordo com o cardeal. Um segundo documento, assinado no dia 06, estipula que, de acordo com as normas canônicas, o processo contra Apuron será “confidencial” e acontecerá “sob segredo pontifício”.
Neste primeiro decreto, o cardeal também faz menção de que chega à remota ilha do Pacífico Ocidental por indicação do cardeal Gerhard Müller, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e, como tal, encarregado de coordenar a resposta da Igreja às alegações de abusos contra seus clérigos.
Burke, no entanto – e embora tenha sido prefeito da Assinatura Apostólica, o Supremo Tribunal da Igreja –, não tem experiência especial no julgamento de sacerdotes abusadores, motivo pelo qual a sua nomeação para presidir o julgamento de Apuron é, no mínimo, fora do comum.
Correm rumores de que a nova missão do cardeal Burke é uma estratégia para afastá-lo de Roma e das críticas ao Papa Francisco. Uma tese que ganha força ao recordar que Burke foi destituído recentemente de todas as suas responsabilidades na cúria romana em consequência de sua descarada rebelião contra o Pontífice nas controvérsias das dubia e da Ordem de Malta.
Inclusive desta última congregação, com a chegada ali do delegado pontifício, Angelo Becciu. Outros, ao contrário, indicam que se trata de uma nova oportunidade para o cardeal praticar a penitência e a conversão à qual Francisco não cessa de chamar a Igreja. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2017: Pioneirismo e Profetismo da Igreja no Brasil
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Pe. Josafá Carlos de Siqueira
Reitor da PUC-Rio
Ao prepararmos para a Campanha da Fraternidade de 2017, cujo tema é Biomas Brasileiros e Defesa da Vida, temos que reconhecer que a Igreja no Brasil, através da CNBB, tem se destacado nos últimos anos pela coragem em abordar as questões socioambientais na perspectiva da fé.
Três questões devem ser destacadas e reconhecidas. A primeira consiste no pioneirismo da Igreja Católica em abordar a temática socioambiental antes que a mesma fosse amplamente conhecida na sociedade brasileira. Basta lembrar a Campanha da Fraternidade de 1979, cujo tema era Preserve o que é de todos. Naquele momento, as questões do meio ambiente eram pouco conhecidas e divulgadas na imprensa, mas o profetismo da Igreja já apontava para uma problemática que mais tarde seria candente na sociedade nacional e internacional. Com o passar dos anos outras questões socioambientais foram incorporadas em diversas campanhas como: Fraternidade e a Terra (1986), Fraternidade e a Água (2004), Fraternidade e Amazônia (2007), Fraternidade e a vida no planeta (2011), Casa comum, nossa responsabilidade (2016), e neste ano de 2017, Fraternidade: Biomas Brasileiros e defesa da vida.
A segunda questão diz respeito ao profetismo da Igreja em abordar uma temática fundamental para a vida do planeta e de nosso país, pois as questões do meio ambiente não podem ser colocadas em lugar secundário no desenvolvimento do Brasil, mas, ao contrário, em lugar de destaque numa nação que graças ao Deus Criador, nos legou uma natureza rica e diversa. Meio Ambiente não é uma abordagem acadêmica e elitista, mas uma questão fundamental para o presente e o futuro de nosso país, pois somos guardiões de um dos patrimônios ecológicos mais ricos do planeta Terra, onde as riquezas dos recursos hídricos e da biodiversidade nos colocam em destaque no cenário internacional. O profetismo da Igreja nos ajuda a olhar estes dons naturais abundantes que Deus colocou em nossas mãos, evitando que estes sejam destruídos e deteriorados, gerando problemas e doenças para o nosso povo, principalmente os mais pobres. À luz da fé, este profetismo nos leva a ver, julgar e agir, tomando consciência dos problemas e ajudando-nos a buscar soluções razoáveis e sustentáveis.
A terceira questão se refere à visão integradora da abordagem socioambiental, onde os problemas ambientais estão profundamente articulados com as temáticas sociais. A tradição hermenêutica nos salmos e livros sapienciais da Bíblia oferece-nos uma visão integradora entre Deus, ser humano e a criação, visão esta que a Igreja Católica no Brasil tem procurado priorizar nas Campanhas da Fraternidade com temáticas socioambientais. Esta dimensão integradora entre o social e o ambiental, iluminada à luz da fé, foi bastante destacada na Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, sobretudo quando fala sobre a ecologia integral.
Preparando-nos para trabalhar e divulgar a Campanha da Fraternidade de 2017 em nossas paróquias, comunidades e instituições de ensino, não podemos esquecer o pioneirismo, o profetismo e a visão integradora da nossa Igreja Católica, que deseja contribuir para que o Brasil possa ser uma nação socialmente justa e ecologicamente consciente e sustentável, preservando a riqueza de nossos biomas e suas relações com as diferentes culturas de nosso país. Fonte: http://arqrio.org
8º Domingo do Tempo Comum: As nossas prioridades
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Tema do 8º Domingo do Tempo Comum
A liturgia deste 8º Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre as nossas prioridades. Recomenda que dirijamos o nosso olhar para o que é verdadeiramente importante e que libertemos o nosso coração da tirania dos bens materiais. De resto, o cristão não vive obcecado com os bens mais primários, pois tem absoluta confiança nesse Deus que cuida dos seus filhos com a solicitude de um pai e o amor gratuito e incondicional de uma mãe.
O Evangelho convida-nos a buscar o essencial (o “Reino”) por entre a enorme bateria de coisas secundárias que, dia a dia, ocupam o nosso interesse. Garante-nos, igualmente, que escolher o essencial não é negligenciar o resto: o nosso Deus é um pai cheio de solicitude pelos seus filhos, que provê com amor às suas necessidades.
ATUALIZAÇÃO (Mt 6, 24-34).
A primeira grande questão que, neste texto, Jesus nos coloca é a questão das nossas prioridades. Dia a dia somos bombardeados com um conjunto de propostas mais ou menos aliciantes, que nos oferecem a chave da felicidade e da vida plena: o dinheiro, o êxito profissional, a progressão na carreira, a beleza física, os aplausos das multidões, o poder… E estes ou outros valores semelhantes – servidos por técnicas de publicidade enganosa – tornam-se o “objetivo final” na vida de tantos dos nossos contemporâneos. No entanto, Jesus garante-nos que a vida plena não está aqui e que, se estes valores se tornam a nossa prioridade fundamental, a nossa vida terá sido um tremendo equívoco. Para Jesus, é no “Reino” – isto é, na aposta incondicional em Deus e no acolhimento do seu projeto de salvação/libertação – que está o segredo da nossa realização plena. Quais são as minhas prioridades? Em que é que eu tenho apostado incondicionalmente a minha vida?
As propostas equívocas de felicidade criam, muitas vezes, desorientação e confusão. Ao encherem o coração do homem de ídolos com pés de barro, afastam o homem de Deus e deixam-no perdido e sem referências, só diante de um mundo hostil – como criança perdida, indefesa, impotente. Jesus lembra-nos, porém, que Deus é um Pai cheio de solicitude e de amor, permanentemente atento às necessidades dos filhos (Ele até veste os lírios do campo e alimenta as aves do céu…). Ele convida-nos a colocar a nossa confiança e a nossa esperança nesse Pai que nos ama e a enfrentar o dia a dia com essa serena confiança que nos vem da certeza de que Deus é nosso Pai, conhece as nossas dores e necessidades e nos pega ao colo nos momentos mais dramáticos da nossa caminhada.
A referência à incompatibilidade entre Deus e o dinheiro convida-nos a uma particular reflexão neste campo… O dinheiro é, hoje, o verdadeiro centro do poder no mundo. Ele compra consciências, poder, bem-estar, projeção social, reconhecimento e até compra amor. Por ele mata-se, calcam-se aos pés os valores mais fundamentais, renuncia-se à própria dignidade, envenena-se o ambiente (que interessa o buraco do ozono, a poluição dos rios, o desaparecimento das florestas, se isso fizer mais ricos os donos do mundo…), escravizam-se os irmãos. Fonte: http://www.dehonianos.org
Papa Francisco: Discurso aos Párocos - texto integral.
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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco encontrou na manhã deste sábado (25/02), no Vaticano, os participantes do curso de formação para Párocos, promovido pelo Tribunal da Rota Romana. O Curso tratou sobre o “novo Processo matrimonial”, discutido e proposto pelo Sínodo dos Bispos sobre o “Matrimônio e a Família”, realizado no Vaticano em outubro de 2015.
Eis a íntegra do discurso do Santo Padre aos sacerdotes presentes na Sala Clementina:
“Queridos irmãos,
Tenho a alegria de encontrá-los ao final do curso de formação para os párocos, promovido pela Rota Romana, sobre o novo processo matrimonial. Agradeço ao Decano e ao Pro Decano pelo empenho em favor destes cursos formativos.
O que foi discutido e proposto no Sínodo dos Bispos sobre o tema “Matrimônio e família”, foi recebido e integrado na Exortação Apostólica Amoris laetitia e traduzido em oportunas normas jurídicas contidas em dois específicos documentos: o motu proprio Mitis Iudex e o motu proprio Misericors Jesus. É uma coisa boa que vocês párocos, por meio destas iniciativas de estudo, possam aprofundar tal matéria, pois são sobretudo vocês a aplicá-la concretamente no contato cotidiano com as famílias.
Na maior parte dos casos, vocês são interlocutores dos jovens que desejam formar uma nova família e casar-se no Sacramento do Matrimônio. E ainda, se dirigem a vocês aqueles cônjuges que, devido a sérios problemas em seu relacionamento, encontram-se em crise, têm necessidade de reavivar a fé e redescobrir a graça do Sacramento; e em certos casos, pedem indicações para iniciar um processo de nulidade.
Ninguém melhor do que vocês conhece e está em contato com a realidade do tecido social no território, experimentando a sua complexidade variegada: uniões celebradas em Cristo, uniões de fato, uniões civis, uniões fracassadas, famílias e jovens felizes e infelizes. De cada pessoa e de cada situação, vocês são chamados a ser companheiros de viagem para testemunhar e apoiar.
Antes de tudo, seja vossa preocupação testemunhar a graça do Sacramento do Matrimônio e o bem primordial da família, célula vital da Igreja e da sociedade, mediante a proclamação de que o matrimônio entre um homem e uma mulher é sinal da união esponsal entre Cristo e a Igreja.
Tal testemunho vocês dão quando preparam os noivos ao matrimônio, tornando-os conscientes do significado profundo do passo que estão para realizar, e quando acompanham com solicitude os jovens casais, ajudando-os a viver nas luzes e nas sombras, nos momentos de alegria e naqueles de cansaço, a força divina e a beleza de seu matrimônio.
Não deixem de recordar sempre aos esposos cristãos, que no Sacramento do Matrimônio Deus, por assim dizer, se reflete neles, imprimindo a sua imagem e o caráter inapagável de seu amor.
O matrimônio, de fato, é ícone de Deus, criado para nós por Ele, que é comunhão perfeita das três Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Que o amor de Deus Uno e Trino e o amor entre Cristo e a Igreja, sua esposa, sejam o centro da catequese e da evangelização matrimonial: por meio de encontros pessoais ou comunitários, programados ou espontâneos, não vos cansai de mostrar a todos, especialmente aos esposos, este “grande mistério” (cfr Ef 5,32).
Enquanto oferecem este testemunho, seja vosso cuidado também sustentar aqueles que se deram conta do fato de que a sua união não é um verdadeiro matrimônio sacramental e querem sair desta situação. Nesta delicada e necessária obra, façam de modo que os vossos fiéis, vos reconheçam não tanto como especialistas de atos burocráticos ou de normas jurídicas, mas como irmãos que se colocam em atitude de escuta e de compreensão.
Ao mesmo tempo, fazei-vos próximos, com o estilo próprio do Evangelho, no encontro e na acolhida daqueles jovens que preferem conviver sem se casar. Eles, no plano espiritual e moral, estão entre os pobres e os pequenos, para os quais a Igreja, nas pegadas de seu Mestre e Senhor, quer ser mãe que não abandona, mas que se aproxima e cuida.
Também estas pessoas são amadas pelo coração de Cristo. Tenham por elas um olhar de ternura e de compaixão. Este cuidado pelos últimos, precisamente porque emana do Evangelho, é parte essencial da vossa obra de promoção e defesa do Sacramento do matrimônio.
A paróquia é de fato o lugar por antonomásia da salus animarum. Assim ensinava o Beato Paulo VI: “A paróquia (…) é a presença de Cristo na plenitude da sua função salvadora. (…) é a casa do Evangelho, a casa da verdade, a escola de Nosso Senhor”. (Discurso na Paróquia da Grande Mãe de Deus em Roma, 8 de março de 1964: Ensinamentos II (1964), 1077).
Queridos irmãos, falando recentemente à Rota Romana, recomendei para que desenvolvessem um verdadeiro catecumenato dos futuros casais, que incluísse todas as etapas do caminho sacramental: os tempos da preparação ao matrimônio, da sua celebração e dos anos imediatamente sucessivos. A vocês párocos, indispensáveis colaboradores dos Bispos, é principalmente confiado este catecumenato. Vos encorajo a concretizá-lo, não obstante as dificuldades que poderão encontrar.
Fonte: http://br.radiovaticana.va
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