Francisco exige mudanças para as religiosas contemplativas e pede uma revisão de suas constituições
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O Papa Francisco emitiu um novo e amplo conjunto de diretrizes sobre como as dezenas de milhares de religiosas católicas que vivem em comunidades contemplativas em todo o mundo devem regular os seus estilos de vida, convidando-as a implementarem mudanças em 12 áreas diferentes, da vida de oração aos hábitos de trabalho.A reportagem é de Joshua J. Mc Elwee, publicada no sítio National Catholic Reporter, 22-07-2016. A tradução é deMoisés Sbardelotto.
O pontífice também ordenou que cada uma das comunidades globais de religiosas contemplativas adaptem as suas várias constituições ou regras de governo às novas mudanças e enviem as novas versões dos seus documentos ao Vaticano para aprovação.
Francisco fez essas alterações em uma nova constituição apostólica divulgada na sexta-feira, 22 de julho, intituladaVultum Dei quaerere ("Buscar a face de Deus"). O documento é dirigido apenas às religiosas católicas de comunidades contemplativas, como aquelas que vivem em claustros ou cujas vidas são marcadas por um estilo de vida dedicado principalmente à oração, em vez da ação evangélica ou do trabalho.
Embora o pontífice use o novo documento para emitir elogios efusivos para essas mulheres – especialmente elogiando a sua capacidade de servir de exemplo de estabilidade em um mundo contemporâneo muitas vezes marcado por compromissos temporários – ele também lhes pede para começarem a instituir mudanças, em particular nas suas vidas de oração.
Em um exemplo, o papa ordena que todas as comunidades religiosas contemplativas femininas pratiquem a adoração eucarística. Ele também enfatiza o uso da Lectio divina, a tradicional prática beneditina de leitura das Escrituras, meditação e oração.
Comentando a sua razão para escrever às mulheres com as novas normas neste momento, Francisco afirma: "Este tempo viu um rápido progresso da história humana: com ela, é oportuno tecer um diálogo que, porém, salvaguarde os valores fundamentais sobre os quais está fundamentada a vida contemplativa".
"Através das suas reivindicações de silêncio, de escuta, de chamado à interioridade, de estabilidade, a vida contemplativa pode e deve ser um desafio para a mentalidade contemporânea", continua o papa.
Depois, o pontífice solicita que as religiosas em todo o mundo implementem mudanças, depois de refletir sobre 12 aspectos da tradição monástica: formação, oração, a Palavra de Deus, os sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação, a vida fraterna em comunidade, autonomia, federações, o claustro, trabalho, silêncio, os meios de comunicação e a ascese.
O papa termina o documento com 14 artigos que estabelecem novas normas canônicas sobre como as religiosas contemplativas devem viver, dizendo que ele está deixando de lado quaisquer cânones do Código de Direito Canônico que "sejam diretamente contrários a qualquer artigo da presente Constituição".
Entre as maiores mudanças diretas, estão as ordens para que cada comunidade contemplativa:
-reveja a sua vida de oração "para avaliar se o Senhor é o centro dela" e "preveja tempos apropriados de adoração eucarística, oferecendo a possibilidade também aos fiéis da Igreja local de deles participar";
-faça parte de algum tipo de federação com outras comunidades, a menos que obtenha uma permissão vaticana para não fazê-lo;
-solicite a aprovação do Vaticano "sempre que se requeira uma forma diferente de clausura em relação à vigente";
-evite "o recrutamento de candidatas de outros países com o único fim de salvaguardar a sobrevivência do mosteiro", afirmando que isso deve ser "absolutamente evitado";
-espere por mais instruções da Congregação para a Vida Religiosa do Vaticano sobre como implementar as mudanças nas 12 áreas específicas da vida, afirmando que "os artigos das Constituições ou Regras dos institutos individuais, uma vez adaptados às novas disposições, deverão ser submetidos à aprovação da Santa Sé".
O arcebispo José Rodríguez Carballo, secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, disse em uma coletiva de imprensa de apresentação do novo documento, na sexta-feira, que o seu escritório agora estará trabalhando na elaboração de uma nova instrução para especificar como as comunidades devem fazer as mudanças nos seus estilos de vida.
O novo documento substitui a instrução da Congregação de 1999, intitulada Verbi sponsa, e regulará a "formação, autonomia e reclusão" das comunidades contemplativas, disse Rodríguez.
O arcebispo também disse que as comunidades contemplativas masculinas não foram consideradas de tal forma pelo papa ou pela Congregação para os Religiosos neste momento, acrescentando que os tipos de vida religiosa vividos por homens e mulheres católicos são diferentes.
Preocupações sobre como as comunidades contemplativas femininas individuais estão lidando com a diminuição de seus números ao longo das últimas décadas – que os analistas atribuíram a um aumento a-histórico no número de mulheres que se uniram às ordens no início do século XX – parecem ser a principal razão para o pedido do Vaticano em relação a essas grandes mudanças.
Um dos artigos nas 14 novas normas diz às freiras que a sua "autonomia jurídica", ou relativa independência na lei da Igreja para governarem a si mesmas, "deve corresponder a uma real autonomia de vida".
Se os requisitos para uma "autonomia genuína" em qualquer comunidade estão faltando, a norma estabelece que aCongregação dos Religiosos "avaliará a oportunidade de constituir uma comissão ad hoc formada pelo Ordinário [bispo], pela Presidente da federação, pelo Assistente da federação e pela Abadessa ou Priora do mosteiro".
"Em todo o caso, tal intervenção tenha como objetivo colocar em curso um processo de acompanhamento para uma revitalização do mosteiro, ou para iniciar o seu fechamento", afirma a norma.
"Esse processo poderia prever também a filiação a outro mosteiro ou o ato de confiá-lo à Presidente da federação, se o mosteiro for federado, com o seu Conselho", continua. "Em todo o caso, a decisão última compete à Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica."
A União Internacional das Superioras Gerais (UISG), grupo com sede em Roma que reúne lideranças das comunidades religiosas femininas do mundo inteiro, disse em um e-mail que ainda estão estudando o novo documento.
Francisco começa a sua constituição com elogios para as comunidades contemplativas, afirmando: "A Igreja aprecia muito a sua vida inteiramente doada".
"A Igreja conta com a sua oração e com a sua oferta para levar aos homens e às mulheres do nosso tempo a boa notícia do Evangelho", afirma o papa. "A Igreja precisa de vocês!"
"Assim como o marinheiro em alto mar precisa do farol que indique a rota para chegar ao porto, assim também o mundo precisa de vocês", continua. "Sejam faróis, para os próximos e sobretudo para os distantes. Sejam tochas que acompanhem o caminho dos homens e das mulheres na noite escura do tempo."
Depois, o pontífice aborda cada um dos 12 aspectos que as comunidades devem refletir sobre em ordem, com foco especial para a formação das freiras mais jovens e o papel da oração na vida diária das freiras.
Sobre a formação, Francisco afirma que as comunidades devem prestar "grande atenção ao discernimento vocacional e espiritual, sem se deixarem levar pela tentação do número e da eficiência".
Para a oração, o papa usa uma imagem sugestiva de Moisés que levanta seus braços em oração a Deus para implorar a ajuda para o seu povo.
"Esse texto me parece ser uma imagem muito expressiva da força e da eficácia da sua oração em favor de toda a humanidade e da Igreja, particularmente dos seus membros mais frágeis e necessitados", afirma o pontífice. "Também hoje, como então, podemos pensar que os destinos da humanidade são decididos no coração orante e nos braços levantados das contemplativas."
Francisco, depois, pede que as comunidades contemplativas vejam os seus claustros ou conventos como lugares para mostrar ao resto do mundo como as pessoas podem viver juntas em comunidade e comunhão.
"Vocês, que abraçaram a vida monástica, lembrem sempre que os homens e as mulheres do nosso tempo esperam de vocês um testemunho de verdadeira comunhão fraterna que, com força, manifeste, na sociedade marcada por divisões e desigualdades, que é possível e bonito viver juntos (cf. Sl 133, 1), apesar das diferenças geracionais, de formação e, às vezes, culturais", afirma o papa.
"Que as suas comunidades sejam sinais credíveis de que essas diferenças, longe de serem um impedimento para a vida fraterna, enriquecem-na", continua. "Lembrem-se de que unidade e comunhão não significam uniformidade, e que elas se nutrem de diálogo, partilha, ajuda recíproca e profunda humanidade, especialmente em relação aos membros mais frágeis e necessitados."
Mas Francisco também adverte as contemplativas de ficarem muito isoladas na sua própria autonomia em relação aos outros.
"A autonomia favorece a estabilidade de vida e a unidade interna de cada comunidade, garantindo as condições melhores para a contemplação", afirma o papa. "Tal autonomia não deve significar, todavia, independência ou isolamento, particularmente dos outros mosteiros da mesma Ordem ou da mesma família carismática."
"Cuidem para se preservarem ‘da doença da autorreferencialidade’ e conservem o valor da comunhão entre os diversos mosteiros como caminho que abre para o futuro, atualizando, desse modo, os valores permanentes e codificados da sua autonomia", exorta Francisco.
Francisco termina essa parte do documento com um chamado para que as contemplativas sejam "‘faróis’ que iluminam o caminho dos homens e das mulheres do nosso tempo".
"Essa deve ser a sua profecia", afirma o pontífice. "A escolha de vocês não é um fugir do mundo por medo, como alguns pensam. Vocês continuam estando no mundo, sem ser do mundo (cf. Jo 18, 19)."
Citando o documento Gaudium et spes, do Concílio Vaticano II, ele continua: "Embora separadas do mundo, mediante sinais que expressam o seu pertencimento a Cristo, não deixem de interceder constantemente pela humanidade, apresentando ao Senhor os seus temores e as suas esperanças, as suas alegrias e os seus sofrimentos".
Concluindo com uma citação da sua própria exortação apostólica Evangelii gaudium, o papa exorta as contemplativas a escutarem "o grito dos seus irmãos e irmãs que são vítimas da ‘cultura do descarte’" e a se exercitarem na "arte de escutar, ‘que é mais do que ouvir’". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Vaticano retira punição ao biblista argentino Ariel Álvarez
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Após o condenar a sete anos de silêncio, finalmente, o Vaticano retirou a punição que pesava contra o biblista e doutor em Teologia Ariel Álvarez Valdés. Mediante uma carta, escrita a punho e letra pelo Papa Francisco, foi comunicado ao teólogo santiaguenho que Roma já não mantém processo algum contra ele. A reportagem é publicada por Religión Digital, 23-07-2016. A tradução é do Cepat.
Como se recordará, em 1997, o cardeal Tarcisio Bertone, então Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, abriu um processo contra Álvarez Valdés, por causa de seus ensinamentos e escritos. Embora Bertone reconhecesse expressamente que os livros do biblista não continham nenhum erro, dizia que provocavam perplexidade e escândalo entre os fiéis.
O tema que, segundo Bertone, resultava mais picante em seus ensinamentos, assim como consta em suas cartas, era a historicidade de Adão e Eva (que Bertone pretendia obrigar Álvarez Valdés a reconhecer).
Finalmente, após doze anos de pressões para que o biblista se retratasse, por causa de sua negativa no ano de 2008, o Vaticano decidiu proibi-lo “ensinar, escrever, publicar, dar aulas e cursos, e falar pela rádio e televisão”.
Isto levou Álvarez Valdés a deixar o ministério sacerdotal para poder continuar ensinando.
Agora, o Papa Francisco, mediante uma carta assinada, comunicou ao teólogo que, “após estudar tudo, deixaram o assunto nas mãos do Bispo local”, de Santiago del Estero. Assim, o Papa reconhece que o Vaticano, que era quem havia questionado o teólogo durante doze anos, punindo-o em 2008, já não mantém ação alguma contra Álvarez Valdés, como veio acontecendo durante todos estes anos. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Resumo do 2º Dia de Retiro dos Carmelitas em BH.
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“O Carmelita não é uma árvore, é um ser humano”.
Frei Bruno Secondin, O. Carm.
Retiro dos Carmelitas
Em Belo Horizonte- MG. De 25-29.
PADRE ASSASSINADO NA FRANÇA: Hollande diz que autores de ataque em igreja da França declararam aliança ao Estado Islâmico
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PARIS (Reuters) - O presidente da França, François Hollande, disse nesta terça-feira que os dois agressores que mataram um padre em uma igreja da Normandia, no norte da França, eram terroristas que haviam declarado aliança ao Estado Islâmico.
"O Estado Islâmico declarou guerra contra nós, precisamos lutar esta guerra de todas as maneiras, enquanto respeitamos o estado de direito, que nos torna uma democracia", disse a repórteres no local da ação, em Saint-Etienne-du-Rouvray.
(Reportagem de Richard Lough). Fonte: http://br.reuters.com
OLHAR DESTE DIA 26: Padre é morto após ser feito refém em igreja da Normandia, na França.
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Dois homens armados com facas invadiram igreja durante uma missa. Três reféns ficaram feridos; Hollande diz que ataque foi terrorista.
O presidente francês, François Hollande, declarou que os criminosos disseram pertencer ao Estado Islâmico, segundo a France Presse.
Hollande, que foi até o local do crime, qualificou o ato como "um ignóbil atentado terrorista". De acordo com o jornal francês "Le Figaro", os dois homens armados entraram na igreja durante uma missa.
Fontes policiais informaram que pelo menos um deles usava barba e espécie de gorro de lã utilizado por muçulmanos. O motivo da invasão não está esclarecido.
Agentes do corpo de elite da Brigada de Investigação e Intervenção (BRI) da polícia local cercaram o imóvel e tentaram negociar com a dupla. O cerco só acabou após 40 minutos quando agentes de segurança mataram os criminosos. Jacques Hamel, que foi degolado, trabalhava nessa igreja há cerca de 20 anos.
O Vaticano condenou o "bárbaro assassinato" do padre. O ato se torna ainda mais odioso na avaliação da Santa Sé por ter ocorrido em um local sagrado, segundo a Reuters.
O ato é o mais recente em uma série de ataques mortais na Europa. Na França, o ataque acontece 12 dias após um tunisiano matar 84 pessoas com um caminhão em Nice, em ataque reivindicado pelo Estado Islâmico. Fonte: http://g1.globo.com
CARMELITAS: Retiro em Belo Horizonte.
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Domingo, 24 de julho: 17º Domingo do Tempo Comum.
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Oração de:
-Diálogo com Deus
Conversa com Deus
- Ação de Graças
Agradecemos a Deus por algo
-Petição
Pedimos algo a Deus- A mais comum.
-Louvor
Louvar pelas infinitas graças que Deus nos concede
-Oferenda
Oferecemos a Deus a nossa vida
1ª Leitura/ Sodoma e Gomorra
(Gn 18, 20- 32)
-Abraão pechinchou com Deus- Negociou o Perdão
- Não foi Deus que destruiu Sodoma e Gomorra, mas eles mesmos caminharam para a destruição porque agiram errado.
Evangelho/ Pai Nosso.
(Lc 11, 1-13)
-A oração é nosso combustível
-Sem perdão não é possível haver conexão com Deus.
Do Livro: Liturgia da Palavra-II: Reflexões para os domingos, solenidades, festas e memórias. Pe. José Carlos Pereira. Ed. Paulus. 2º Edição-2015.
A Igreja argentina ordena investigação do caso das irmãs que ocultaram dinheiro em seu convento
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O arcebispo de Mercedes-Luján, dom Agustín Radrizzani, informou na quarta-feira que iniciou uma investigação “completa” de acordo com as normas do Direito da Igreja sobre os fatos que aconteceram, e que são de conhecimento público, no mosteiro das Irmãs Orantes e Penitentes, da localidade bonaerense de General Rodríguez, onde o ex-funcionário kirchnerista José López tentou esconder quase nove milhões de dólares em dinheiro. A reportagem é publicada por Religión Digital, 20-07-2016. A tradução é de André Langer.
“Esta investigação acontecerá o mais rápido possível, de modo a tomar as medidas pertinentes dispostas pelo direito”, destacou em um comunicado.
O bispo ordenou, mediante o decreto arquidiocesano 11/2016, que “se faça a investigação prévia conforme manda o Direito, aproveitando-se para a mesma todas as informações que surgirem da investigação que está sendo realizada pela justiça estatal”.
Nomeou também investigador o Pe. Tom O’Donnell e notário o presbítero Daniel Blanchoud, que jurarão perante dom Radrizzani desempenhar fielmente o seu ofício.
“Dom Radrizzani está levando o caso a sério. Quer que se investigue se houve delito”, assinalou o padre O’Donnell, ao referir-se às imagens, divulgadas pela imprensa, que mostram as irmãs ajudando López – ex-secretário de Obras Públicas – a levar o dinheiro para dentro do convento.
Dom José María Arancedo, presidente dos bispos argentinos, em uma entrevista concedida ao jornal La Nación, também advertiu que “a Igreja não pode ocultar se alguém agiu mal ou cometeu um delito”.
O padre Tom O’Donnell – nomeado nesta terça-feira pela Igreja para investigar o papel exercido pelas religiosas do convento, evento no qual o ex-funcionário José López levou bolsas com milhões de dólares, na madrugada de 14 de junho último – disse nesta quarta-feira que sua tarefa será analisar se houve “delito canônico e facilitar a ação da Justiça” no marco da causa que investiga o suposto enriquecimento ilícito do ex-secretário de Obras Públicas.
As declarações do padre – pertencente aos Padres Palotinos – foram dadas à Rádio Continental no marco da inspeção ocular realizada na manhã da última quarta-feira pelo juiz Daniel Rafecas no mosteiro de General Rodríguez; e depois de que, na terça-feira, o arcebispo de Mercedes-Luján, dom Agustín Radrizzani, informou que foi iniciada uma investigação “completa” sobre os fatos ocorridos no convento das Irmãs Orantes e Penitentes.
O’Donnell esclareceu que se trata de “uma investigação prévia para ver se houve um delito canônico e facilitar também a ação da justiça civil. Em caso positivo, aplica-se o que diz o direito canônico, isto é, inicia-se um processo, e a pena pode variar de acordo com o delito”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
FREI RICARDO NUNES: O Profeta Elias.
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O padre expulso do Vaticano por ser gay ataca a homofobia na Igreja
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O padre expulso do exercício sacerdotal e do Vaticano após declarar-se gay e revelar que tinha um companheiro, o polonês Krzysztof Charamsa, publicou seu primeiro livro, La Prima Pietra (A primeira pedra), no qual volta a atacar a “homofobia patológica” e a “misoginia” da Igreja. A reportagem é de José Manuel Vidal e publicada por Religión Digital, 16-07-2016. A tradução é de André Langer. Morando em Barcelona há nove meses, onde vive com o parceiro, um catalão, Charamsa explicou em uma entrevista à Efe que para ele a capital catalã é “uma pátria”.
“No meu país, a Polônia, há uma propaganda da Igreja, do mundo da política e da mídia contra mim, mas em Barcelona vivi exatamente o contrário”, destacou. “Minha mãe e minha família sofreram muito com tudo isto: um dos meus sobrinhos foi rejeitado na escola porque seu tio é um pervertido, mas aqui as pessoas me dão os parabéns quando me veem na rua”, revelou.
Charamsa sente-se agradecido com “Barcelona, que é uma sociedade moderna, aberta, que respeita os outros e onde vivi uma verdadeira acolhida, que necessitava humanamente. Aqui sinto que não estou sozinho”.
Sobre seu primeiro livro, que acaba de publicar na Itália pela Editora Rizzoli e que quer traduzir para o castelhano e o catalão, afirma que “não é literatura gay”. O livro conta “a história de um indivíduo que está relacionado com uma instituição, a Igreja, na qual acredita, porque é profundamente crente, mas ao mesmo tempo descobre que esta silenciou e matou uma parte de si mesmo”.
Sobre sua vida antes da confissão pública que o obrigou a afastar-se do sacerdócio, Charamsa afirmou que “a Igreja me obrigava a pensar que a homossexualidade é algo patológico, que é algo mau do que tenho que me envergonhar. Eu, fiel a todas as normas que me foram impostas, me fechei atrás de um muro ideológico durante grande parte da minha vida”.
“Tudo isso me fez viver um estresse contínuo: saber que você tem algo que contradiz a Deus, antinatural, é como uma esquizofrenia: não pode encontrar calma porque sua natureza contradiz as suas crenças”, insistiu.
Em seu livro, Charamsa volta a reivindicar que “a palavra de Deus não condena a homossexualidade, mas está em condições de entendê-lo. No futuro, a Igreja também o aceitará e o entenderá, como já o fez em seu momento com as teorias de Darwin, Copérnico e Galileu”.
“No clero há muitíssimos homossexuais que sofrem por sua própria condição. Tentam matá-la, esquecê-la, mas não podem, e sentem ódio, sobretudo das pessoas que vivem de forma livre aquilo que eles sofrem. É uma grande paranoia institucionalizada”, remarcou Charamsa.
No livro também denuncia que “a Igreja dificulta o reconhecimento dos casais que não podem ter filhos e que buscam a ajuda da ciência e convence as mulheres maltratadas de que devem rezar e suportar essa violência sem defender-se, porque não se pode romper o matrimônio”.
Charamsa, que escreveu seu livro como se fosse uma conversa com os leitores, também aborda o problema da pedofilia, que qualifica de “crime vergonhoso que o clero aceita mais que a homossexualidade”.
“Meu livro é muito feminista; as mulheres sempre estão presentes nele. Elas enfrentam uma situação que eu defino como uma verdadeira misoginia, de uma verdadeira fobia para com as mulheres, mas todo movimento feminista sempre foi um modelo de como propor uma revolução social e de mentalidade”, disse o autor. “Gosto de pensar que o meu livro é a primeira pedra de uma vida livre, de uma vida coerente com a própria natureza após a libertação”, concluiu.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
De cadeira de rodas, Dom Pedro Casaldáliga participa da Romaria dos Mártires da Caminhada.
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O bispo Dom Pedro Casaldáliga marcou presença na Romaria dos Mártires da Caminhada, evento realizado pela Prelazia de São Félix do Araguaia no município de Ribeirão Cascalheira para lembrar da morte do padre João Bosco, assassinado por militares quando tentava impedir que uma mulher fosse torturada na cadeia pública. A informação é da Agência de Notícias Portal do Mato Grosso, 18-07-2016.
Mais de 15 mil pessoas participaram da Romaria, que teve como ponto alto, a caminhada pelas ruas da cidade em direção ao santuário levantado pela própria comunidade no local onde o crime foi cometido. A presença de Dom Pedro, que tem 88 anos, era uma dúvida.
A saúde do religioso esta frágil, recentemente ele passou por uma cirurgia devido a uma queda que sofreu em casa, mas apesar das debilidades demostrou lucides, participou do cerimonial e atendeu as fiéis. Dom Pedro estava de cadeira de rodas, tem dificuldades de locomoção devido ao mal de Parkinson. Pela primeira vez o evento não contou com uma pregação do bispo, que mora em São Félix do Araguaia.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
PROFETA ELIAS: Deslocamento e permanência em Sarepta (vv. 8-24)
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Frei Alexander Vella, O.Carm.
A história está claramente dividida em duas partes: • vv. 8-16: continua o tema do sustento miraculoso do Profeta, sendo introduzido também um novo tema: a eficácia da Palavra profética de Elias. vv. 17-24 - outro tema ligado à eficácia da palavra profética de Elias, que é o principal nesta cena, é o tema da vida.
Pode-se verificar que nestas duas histórias o baalismo se apresenta muito forte. É o próprio fio condutor que une as duas partes. Elias se dirige a Sarepta de Sidônia, não tanto para fugir, mas para aí demonstrar que o poder de Javé não é privilégio apenas de Israel. No território fenício, domínio de Baal, o Senhor demonstra seu poder sobre as coisas que são atribuídas a Baal ou seja, o sustento e a vida, enquanto Baal nem mesmo aí nada pode fazer. Talvez seja o primeiro lampejo de monoteismo porque a luta parece trazer novo desafio: "quem é Deus em Israel?" para trazer questionamento ainda mais forte: "quem é o Deus vivo, Baal ou Javé?"
4.1 - vv. 8-16. Elias mais uma vez age de acordo com a Palavra de Deus (vv. 8-10). Entretanto, a viúva que o encontra à entrada da cidade não sabe ainda que Deus lhe ordena que alimente o Profeta. Quanta emoção (pathos) na sua resposta ao Profeta e que contraste há entre o seu desespero e a segurança do Profeta ("Nao temas" v.13). Elias pronuncia a palavra profética (v.13) e a viúva "agiu conforme a palavra de Elias" (v.15), tal como Elias faz com Deus. E a palavra do Profeta se realiza (v.16). Assim Elias começa a demonstrar-se Profeta.
Vejamos também alguns detalhes da história. No v.15 a mulher é chamada a "dona da casa". Tal modo de chamá-la indica que não era uma mulher pobre, o que é corroborado por dois pequenos detalhes. O v.15 afirma que continuaram a comer do alimento miraculoso, ela, seu filho e "a sua casa" (segundo o texto masorético - hebraico), o que significa que a mulher possuía servos. No v.19 lemos que Elias levou o rapaz ao "andar de cima"; portanto, a mulher possuía uma casa com dois andares, desfrutando portanto de um certo bem-estar.
Estes pequenos detalhes devem ser interpretados de acordo com critérios exegéticos contidos no próprio texto. É obvio que Elias se interessava pelos pobres - se não, que homem de Deus ele era? - mas a finalidade desta história, é evidente, não é para demonstrar isto. Consiste na apresentação de Elias como verdadeiro profeta, isto é, como homem da palavra de Deus.
4.2 - vv. 17-24 Nesta segunda cena temos dois momentos entrelaçados: da morte à vida e da recriminação à confissão. A estrutura é concêntrica.
ELIAS E O DESERTO: Lições contidas no episódio.
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*BEATO FREI TITO BRANDSMA, O. CARM.
1- Ao vermos nossa miséria e fraqueza, também nós nos sentimos arniúde desanimados. O mesmo acontece quando vemos a nossa vida aparentemente tão inútil e infrutífera para nós mesmos e para os outros. Mas o anjo de Deus, o anjo da guarda, virá então consolar-nos e encorajar-nos com as suas inspirações salutares.
2- O pão que o anjo deu de comer a Santo Elias é figura do Pão Celestial da Eucaristia, que nos foi preparado por Jesus na Sagrada Paixão. "Piscis assus Christus est passus" (Peixe assado é Cristo padecido). "Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei".
3- Unidos a Jesus, poderemos também nós atravessar o deserto da vida com Santo Elias, até chegarmos ao monte santo da visão beatífica. "Per aspera ad astra" (Pelas asperezas até os astros).
4- Os sussurro da brisa, no silêncio, símbolo da humildade e da mansidão, representa a voz de Jesus a nos dizer: "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e achareis repouso para as vossas almas".
5- Como Santo Elias, devemos ter sempre diante dos olhos o Deus Vivo, crer-nos sempre na sua santa presença e assim executar a nossa tarefa.
6- A fim de guardar e consolidar esta crença - sempre que as nossas atividades o permitirem - devemos refugiar-nos na solidão e no silêncio do Carmelo.
*MINHA CELA: ESCRITOS DE UM ARTIR.
BEATO FREI TITO BRANDSMA, O. CARM.
(Tradução: frei Bento Caspers, O. Carm. e Dom Vital Wilderink, O. Carm)
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