OLHAR CARMELITANO: A Ordem Terceira Secular
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Frei Emanuele Boaga, O. Carm. In Memoriam
Origem da Ordem Terceira Secular
Depois da Cum nulla de Nicolau V e da transformação das pinzocheras professas solenes em monjas de clausura, na Itália e na Espanha as pinzocheras continuaram a vida florescente de professas solenes isoladas, ou que, refutando a clausura, viviam por vezes em comum (por exemplo já em 1498, as pinzocheras de Santa Maria da Esperança em Veneza,).
Não vivendo em clausura, ocuparam o terceiro lugar na escala dos grupos que formavam então a Ordem (religiosos, monjas, irmãs pinzocheras). Em diversas partes da Itália adotaram o nome de Terceiras, termo que se liga à divisão tripartida da Família espiritual.
Nos séculos XVII-XVIII, no ambiente dos Terciários, nota-se uma dúplice e constante corrente:
- A corrente dos terciários ou pinzochere seculares: Continuavam a se inspirar nos ideais da vida religiosa e imitavam este gênero de vida, porém permanecendo no mundo (não se trata de forma semelhante à dos atuais Institutos Seculares). Sentiam-se semelhantes às verdadeiras e proprias religiosas e nisto desenvolviam o desejo que as levou em se transformarem em regulares , originando o assumir a vida em comunidade (como se verá adiante).
- A corrente dos confrades e as irmãs: para evitar sua atração ao estilo de vida dos terciários, são orientados a desenvolver o estilo das Confrarias da Senhora do Carmo e assemelhar-se a seus membros. Entretanto, nem sempre é fácil fazer a distinção entre um grupo e outro, nesta época, sejam as pessoas do primeiro ou do segundo grupo. (encontram-se vários casos, por ex. desta confusão na América Latina, no período colonial português e espanhol),
Leia na íntegra. Clique aqui:
Duas linguagens… duas igrejas?
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Correm turvas as águas entre alguns que se dizem seguidores de Jesus e se escandalizam ante um Papa que – como temos dito muitas vezes – é somente um homem, mas que tem entre suas mãos uma grande responsabilidade, a de levar a Igreja ao século XXI. Têm no chamado de fracassado, de herege, de traidor. Têm duvidado da legitimidade de sua eleição, do infantilismo de suas propostas, de que tudo permanece em gesto sem repercussão alguma. Na realidade, o que os enfastia (ia dizer o que irrita; que seria mais preciso, porém menos elegante) é que Bergoglio os colocou em frente do espelho. E, como sucedia a Dorian Grey, o retrato que há atrás da lona está cheio de pústulas, envelhecido, caduco. O comentário é de Jesús Bastante, jornalista, publicado por Religión Digital, 07-05-2016. A tradução é de Benno Dischinger.
Nestes dias andamos escutando diversas reações à Amoris Laetitia, especialmente no referente aos divorciados que voltaram a casar. Como sempre, alguns tomam a parte pelo todo e se apressam a dizer que o Papa não disse o que realmente disse. E vice-versa, que há de tudo na vinha do Senhor. E o fazem numa linguagem grosseira, daninha, inquisitorial, que se afasta, e muito, da que utiliza o Papa Francisco em seus escritos, em seus comparecimentos públicos. O estilo, hoje, é sumamente importante na Igreja, pois denota atitude ante a vida (e ante a fé) que há por trás.
Assim, enquanto o Papa Francisco fala de integração, de misericórdia, de acolhida, de escuta, o cardeal Müller (para lembrar o exemplo de mais atualidade) utiliza termos como excomunhão (sacramental e canônica, que já nos explicará o amigo Castillo, como também nos explicou com perfeição a diferença entre a teologia dogmática e a pastoral do Evangelho; pecado mortal, disciplina, dogma...).
Duas linguagens distintas, sintoma de dois modelos de entender não só a Igreja, senão a vida e a relação com nossos vizinhos, amigos, casais... Um modelo de proximidade, alegria, aceitação, de processos compartilhados, de tomada de consciência... frente a outro rigorista que sobrepõe a lei ao homem e faz Jesus dizer coisas que ele nunca disse.
Porque no final, e ainda com risco de ser acusado – de novo – de relativista, somente me ocorrem as palavras de Jesus na Última Ceia, quando tomou o pão, o abençoou, o partiu e o deu a seus discípulos dizendo-lhes: Tomai e comei todos dele, porque este é meu corpo. Tomai e bebe, este é meu sangue. A atitude do homem que morreu partindo e repartindo sua vida para todos. Ou as palavras de Francisco, tanto em Amoris Laetitia como em Evangelii Gaudium: A Eucaristia “não é um prêmio para os perfeitos, senão um generoso remédio e um alimento para os débeis. É para chorar; uma vitória do subjetivismo; e a indissolubilidade em tela de juízo”.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Frei Adailson: Ascensão do Senhor
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50 DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS: “Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo”
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(Mensagem do Papa Francisco para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que em 2016 será celebrado no dia 8 de maio).
Queridos irmãos e irmãs!
O Ano Santo da Misericórdia convida-nos a refletir sobre a relação entre a comunicação e a misericórdia. Com efeito a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como traço característico de todo o seu ser e agir. Aquilo que dizemos e o modo como o dizemos, cada palavra e cada gesto deveria poder expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos. O amor, por sua natureza, é comunicação: leva a abrir-se, não se isolando. E, se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus.
Como filhos de Deus, somos chamados a comunicar com todos, sem exclusão. Particularmente próprio da linguagem e das ações da Igreja é transmitir misericórdia, para tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude daquela vida que Jesus Cristo, enviado pelo Pai, veio trazer a todos. Trata-se de acolher em nós mesmos e irradiar ao nosso redor o calor materno da Igreja, para que Jesus seja conhecido e amado; aquele calor que dá substância às palavras da fé e acende, na pregação e no testemunho, a «centelha» que os vivifica.
A comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia. As palavras podem construir pontes entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. E isto acontece tanto no ambiente físico como no digital. Assim, palavras e ações hão-de ser tais que nos ajudem a sair dos círculos viciosos de condenações e vinganças que mantêm prisioneiros os indivíduos e as nações, expressando-se através de mensagens de ódio. Ao contrário, a palavra do cristão visa fazer crescer a comunhão e, mesmo quando deve com firmeza condenar o mal, procura não romper jamais o relacionamento e a comunicação.
Por isso, queria convidar todas as pessoas de boa vontade a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades. Todos nós sabemos como velhas feridas e prolongados ressentimentos podem aprisionar as pessoas, impedindo-as de comunicar e reconciliar-se. E isto aplica-se também às relações entre os povos. Em todos estes casos, a misericórdia é capaz de implementar um novo modo de falar e dialogar, como se exprimiu muito eloquentemente Shakespeare: «A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe» (“O mercador de Veneza”, Ato IV, Cena I).
É desejável que também a linguagem da política e da diplomacia se deixe inspirar pela misericórdia, que nunca dá nada por perdido. Faço apelo sobretudo àqueles que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre vigilantes sobre o modo como se exprimem a respeito de quem pensa ou age de forma diferente e ainda de quem possa ter errado. É fácil ceder à tentação de explorar tais situações e, assim, alimentar as chamas da desconfiança, do medo, do ódio. Pelo contrário, é preciso coragem para orientar as pessoas em direção a processos de reconciliação, mas é precisamente tal audácia positiva e criativa que oferece verdadeiras soluções para conflitos antigos e a oportunidade de realizar uma paz duradoura. «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. (...) Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 7.9).
Como gostaria que o nosso modo de comunicar e também o nosso serviço de pastores na Igreja nunca expressassem o orgulho soberbo do triunfo sobre um inimigo, nem humilhassem aqueles que a mentalidade do mundo considera perdedores e descartáveis! A misericórdia pode ajudar a mitigar as adversidades da vida e dar calor a quantos têm conhecido apenas a frieza do julgamento. Seja o estilo da nossa comunicação capaz de superar a lógica que separa nitidamente os pecadores dos justos. Podemos e devemos julgar situações de pecado – violência, corrupção, exploração, etc. –, mas não podemos julgar as pessoas, porque só Deus pode ler profundamente no coração delas. É nosso dever admoestar quem erra, denunciando a maldade e a injustiça de certos comportamentos, a fim de libertar as vítimas e levantar quem caiu. O Evangelho de João lembra-nos que «a verdade [nos] tornará livres» (Jo 8, 32). Em última análise, esta verdade é o próprio Cristo, cuja misericórdia repassada de mansidão constitui a medida do nosso modo de anunciar a verdade e condenar a injustiça. É nosso dever principal afirmar a verdade com amor (cf. Ef 4, 15). Só palavras pronunciadas com amor e acompanhadas por mansidão e misericórdia tocam os nossos corações de pecadores. Palavras e gestos duros ou moralistas correm o risco de alienar ainda mais aqueles que queríamos levar à conversão e à liberdade, reforçando o seu sentido de negação e defesa.
Alguns pensam que uma visão da sociedade enraizada na misericórdia seja injustificadamente idealista ou excessivamente indulgente. Mas tentemos voltar com o pensamento às nossas primeiras experiências de relação no seio da família. Os pais amavam-nos e apreciavam-nos mais pelo que somos do que pelas nossas capacidades e os nossos sucessos. Naturalmente os pais querem o melhor para os seus filhos, mas o seu amor nunca esteve condicionado à obtenção dos objetivos. A casa paterna é o lugar onde sempre és bem-vindo (cf. Lc 15, 11-32). Gostaria de encorajar a todos a pensar a sociedade humana não como um espaço onde estranhos competem e procuram prevalecer, mas antes como uma casa ou uma família onde a porta está sempre aberta e se procura aceitar uns aos outros.
Para isso é fundamental escutar. Comunicar significa partilhar, e a partilha exige a escuta, o acolhimento. Escutar é muito mais do que ouvir. Ouvir diz respeito ao âmbito da informação; escutar, ao invés, refere-se ao âmbito da comunicação e requer a proximidade. A escuta permite-nos assumir a atitude justa, saindo da tranquila condição de espectadores, usuários, consumidores. Escutar significa também ser capaz de compartilhar questões e dúvidas, caminhar lado a lado, libertar-se de qualquer presunção de omnipotência e colocar, humildemente, as próprias capacidades e dons ao serviço do bem comum.
Escutar nunca é fácil. Às vezes é mais cômodo fingir-se de surdo. Escutar significa prestar atenção, ter desejo de compreender, dar valor, respeitar, guardar a palavra alheia. Na escuta, consuma-se uma espécie de martírio, um sacrifício de nós mesmos em que se renova o gesto sacro realizado por Moisés diante da sarça-ardente: descalçar as sandálias na «terra santa» do encontro com o outro que me fala (cf. Ex 3, 5). Saber escutar é uma graça imensa, é um dom que é preciso implorar e depois exercitar-se a praticá-lo.
Também e-mails, SMS, redes sociais, chat podem ser formas de comunicação plenamente humanas. Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor. As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos. O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral. Rezo para que o Ano Jubilar, vivido na misericórdia, «nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação» (Misericordiae Vultus, 23). Em rede, também se constrói uma verdadeira cidadania. O acesso às redes digitais implica uma responsabilidade pelo outro, que não vemos mas é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada. A rede pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha.
A comunicação, os seus lugares e os seus instrumentos permitiram um alargamento de horizontes para muitas pessoas. Isto é um dom de Deus, e também uma grande responsabilidade. Gosto de definir este poder da comunicação como «proximidade». O encontro entre a comunicação e a misericórdia é fecundo na medida em que gerar uma proximidade que cuida, conforta, cura, acompanha e faz festa. Num mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade.
Papa Francisco
ORDEM TERCEIRA DE JUIZ DE FORA-MG: Um olhar...
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OLHAR DO DIA: Bênção nos “Filhotes de Elias”, na Catedral de Juiz de Fora- MG. Fotos: Lucas Vilela Simão.
DIA DAS MÃES: BENÇÃO DA MULHER
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Que o Senhor te conceda a audácia de Débora
E a valentia de Ester e de Judite.
Que te encha da alegria como a Ana
E de lealdade
E de amor fiel como Rute.
Que possas cantar e dançar
Junto ao mar
Como Maria a profetiza
E que, como Maria de Nazaré,
Proclames a grandeza do Senhor,
No triunfo dos famintos e dos humildes.
Que chegues a encontrar-te com Jesus, o Senhor,
Como o encontraram Maria Madalena e Marta
E Salomé e a Samaritana.
Ele lhes devolveu a dignidade
E a liberdade e lhes deu um nome novo.
E que, como aquela mulher encurvada
De quem Jesus se aproximou e pôs de pé,
Possas tu viver erguida
E ajudar a erguer a outros, a outras.
Porque ela
E tu,
e nós
e todas as mulheres e homens,
somos chamados e chamadas
a pôr-nos de pé,
glorificando a Deus.
Autor desconhecido.
ASCENSÃO: Minhas testemunhas. (Lc 23,46-53)
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Maria Cristina Giani, Missionária de Cristo Ressuscitado - MCR.
Em algumas famílias continua se escutando a saudação carregada de tradição e carinho: “Benção Pai, benção Mãe...”. E o pai e mãe dão a benção, desejando o melhor bem para esse filho que chega ou parte, rezando no íntimo de seu coração para que Deus o cuide, o proteja, e o conduza nessa nova etapa do dia.
Esta cena familiar pode nos ajudar a compreender os sentimentos de Jesus e sua comunidade de amigos e amigas na hora de sua partida definitiva ao Pai.
O evangelho nos apresenta novamente ao Ressuscitado no meio dos seus, confirmando-os na certeza da Sua vitória da qual eles são testemunhas.
Para adentrar-nos na nova etapa que inicia à comunidade cristã, é necessário entender um pouco mais o sentido de ser testemunha. As testemunhas são aquelas pessoas que com sua palavra e com sua vida dão veracidade a um fato ou acontecimento.
Isto quer dizer que, quando Jesus disse para os discípulos e discípulas que sejam suas testemunhas, está confiando a eles que com suas vidas confirmem a veracidade de sua Ressurreição.
Sem dúvida é admirável esta confiança do Ressuscitado. Ninguém melhor que Ele para conhecer a fragilidade da incipiente comunidade, assim como ninguém melhor que Ele para conhecer o amor dela.
É por isso que lhes promete que serão revestidos da força do alto. Desta maneira se cumprem as palavras do apóstoloPaulo: “Todavia, esse tesouro nós o levamos em vasos de barro, para que todos reconheçam que esse incomparável poder pertence a Deus e não é propriedade nossa” (2Cor4,7).
Esta confiança de Jesus se estende até os nossos dias. Ele continua deixando a credibilidade de seu projeto de Vida nas mãos dos cristãos e cristãs de hoje, para que com suas palavras, mas sobretudo com suas vidas continuem anunciando e confirmando que Deus Pai ressuscitou seu Filho crucificado! E por isso todos os crucificados deste mundo, a criação crucificada tem esperança, a morte não é a última palavra.
Desta certeza brota a alegria e a missão dos seguidores e seguidoras de Jesus, estar ao lado daqueles que de diferentes formas vivem a cruz para lhes oferecer uma porta de esperança, de possibilidade de vida nova.
O Papa Francisco, com suas palavras e com seus gestos nos ensina como ser testemunhas da ressurreição nos tempos que correm. Sua viagem à ilha grega de Lesbos em abril deste ano é uma prova disso. Foi ao lugar onde milhares de homens e mulheres chegam atravessando enormes dificuldades em busca de uma vida melhor, mas devem ficar num campo de refugiados até que alguma porta se abra.
O Papa, junto com o Patriarca Bartolomeu, visitou o campo de refugiados e sinalizou o motivo: “é para estar com vocês e escutar suas histórias. Viemos para atrair a atenção do mundo inteiro diante desta grave crise humanitária e para implorar uma solução para ela”. Colocou-se ao lado destes irmãos crucificados para com sua pessoa e sua voz gritar ao mundo a injustiça que vivem e buscar soluções. E com o gesto de levar três famílias sírias (no total 12 pessoas) para morar no Vaticano, mostrou que é possível abrir portas de esperança.
Peçamos hoje, nesta festa da Ascensão de Jesus, como comunidade cristã a benção do Ressuscitado, para continuar sendo suas testemunhas neste tumultuado século XXI.
Neste dia em que também celebramos o dia das mães, peçamos a benção de Deus Pai-Mãe para todas as mães brasileiras, especialmente para aquelas que estão vivendo momentos mais difíceis.
BENÇÃO DA MULHER
Que o Senhor te conceda a audácia de Débora
E a valentia de Ester e de Judite.
Que te encha da alegria como a Ana
E de lealdade
E de amor fiel como Rute.
Que possas cantar e dançar
Junto ao mar
Como Maria a profetiza
E que, como Maria de Nazaré,
Proclames a grandeza do Senhor,
No triunfo dos famintos e dos humildes.
Que chegues a encontrar-te com Jesus, o Senhor,
Como o encontraram Maria Madalena e Marta
E Salomé e a Samaritana.
Ele lhes devolveu a dignidade
E a liberdade e lhes deu um nome novo.
E que, como aquela mulher encurvada
De quem Jesus se aproximou e pôs de pé,
Possas tu viver erguida
E ajudar a erguer a outros, a outras.
Porque ela
E tu,
e nós
e todas as mulheres e homens,
somos chamados e chamadas
a pôr-nos de pé,
glorificando a Deus.
Autor desconhecido. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Ano Eliano Missionário: Se calarem a voz dos carmelitas as pedras falarão
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Frei Petrônio de Miranda, Carmelita e Jornalista/RJ. 05 de maio-2016. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Meu caro leitor do site olhar jornalístico. Ao lermos a passagem do Evangelho de São Lucas, (19, 39), nos deparamos com a seguinte passagem: "Se eles se calarem as pedras falarão por eles". Esta citação faz referência aos discípulos de Jesus quando o avistaram na descida do monte das Oliveiras (Lc 19, 37-40). No relato, fala que todos os discípulos ficaram alegres e começaram a saudar o Mestre quando o avistaram com gritos e cantos. Vendo tal manifestação, alguns fariseus, com inveja e incomodados falaram: “Mestre, manda que teus discípulos se calem”. Ele responde, então com a famosa frase que vem do Antigo Testamento, do livro de Josué, 4. Neste capítulo nos deparamos com a narrativa de um ritual em que pedras são colocadas como memorial, isto é, monumento que recorda um fato significativo na vida do povo. Será por isso que se afirma: mesmo que matarem os profetas, as pedras permanecerão ali como testemunho, recordarão que ali foi celebrada uma aliança. Tais pedras serão, portanto, a marca da aliança celebrada e, sempre que a aliança for esquecida, elas, as pedras, ali imóveis serão motivos indeléveis para que a aliança não seja apagada.
Também na história da Ordem do Carmo no Brasil marcada pela religiosidade popular a Nossa Senhora do Carmo e ao Escapulário, ao longo da nossa história surgiram e surgem profetas e profetisas que não silenciaram e não ficaram de braços cruzados diante da falta de ética e justiça social nas diversas comunidades onde estamos presentes, seja através da ordem primeira, segunda ou terceira.
Portanto, a missão dos novos profetas da chamada modernidade ou pós- modernidade tem como único objetivo celebrar e honrar o pacto feito por Deus para com os pobres e sofredores na época dos profetas do Antigo Testamento e em nossos dias. Ou seja, dar continuidade à missão dos nossos antepassados da história da salvação geradores e geradoras de vida, e vida em abundância.
Calar os Profetas em nosso país seria tentar barrar o projeto de Jesus Cristo baseado na Boa Nova do Evangelho e nos valores éticos e morais de uma sociedade participativa e ativa em suas mudanças, conquistas e sonhos.
Calar os Profetas que denunciam a violência e as diversas formas de morte em nossa cidade, seria crucificar o Cristo na cruz da discriminação, da prepotência, da arrogância e do poder.
Calar os Profetas é negar os ensinamentos de Jesus Cristo. Em outras palavras, Jesus não veio a este mundo para passar a mão na cabeça daqueles que oprimiam os necessitados. Ele veio habitar entre nós para estender a mão para o órfão e para a viúva. Ele veio para honrar o seu Pai acima de leis legalistas, de ritos vazios e atos religiosos desligados da realidade transformando assim a religião em fuga e ópio do povo.
Calar os Profetas é não valorizar uma caminhada baseada na participação popular, em um povo que reza e busca forças na leitura orante na Bíblia. É ainda tentar sufocar a ação do Espírito Santo que age onde quer.
Ao finalizar este artigo, é bom lembrar que também nós calamos os profetas quando pregamos apenas aquilo que todos querem ouvir e esquecemos os principais problemas que nos afligem. Com tal afirmação, quero dizer que a reflexão das nossas comunidades devem ser realistas com um pé na Bíblia e outro no chão fazendo esta ligação entre fé e vida.
Jesus sorria? Eis a dúvida de muitas pessoas.
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Claro que sim! Temos notado que muitas pessoas têm dúvidas se Jesus sorria, pelo simples fato de não estar relatado na bíblia (pois na bíblia menciona que ele chorou).
Ora, venhamos e convenhamos: quem até os seus 33 anos idade nunca sorriu ou tenha dado uma gargalhada nesta vida?
Jesus viveu nesta terra na condição humana, menos o pecado. Quando dizemos na condição humana significa também sorrir, rir, chorar, sentir fome, cansaço, sede e frio.
E tem um detalhe: Jesus participava de festas, tomava vinho, sentava-se com publicanos e pecadores, ou seja, era um de nós! Fala a verdade no seu coração agora, dificil é não mostrar os dentes nestas ocasiões!
Vamos citar alguns trechos bíblicos que mencionam ocasiões em que Jesus se alegrava, e portanto, sorria:
(Mateus 11 - 18:19): Jesus disse: "Porquanto veio João, não comendo, nem bebendo, e dizem: tem demônio. Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos".
(Lucas 10:21): "Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve."
(Salmo 2:4): "Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles."
Por que Jesus não iria sorrir? Se houve a necessidade dos apóstolos de citar o choro de Jesus, podemos afirmar, com toda a certeza, que Ele se destacou neste momento do choro, como alguém alegre e que também poderia chorar como qualquer outra pessoa.
Também podemos citar outra passagem bíblica no momento em que Jesus, após a ressureição, pediu para as mulheres que o viram primeiro, avisarem os seus discípulos para eles O encontrarem no monte da Galiléia. Como vocês acham que foi o encontro? Que Ele os recebeu sério, sem emoção alguma? Com certeza, o encontro com seus discípulos, após a sua ressureição, foi muito emocionante, com direito a choro, risos e muitos abraços para com o Divino Mestre! Até porque os discípulos conviveram com Jesus por três anos e eles o amavam!
Há uma outra passagem bíblica, onde Jesus Cristo repreendeu os apóstolos por não deixar as criancinhas se aproximarem Dele (Lucas cap. 18, 15:17). Caro leitor, você acha que aquelas crianças não conseguiram tirar um sorriso dos lábios de Jesus? Não dá para imaginar que Jesus ficou sério o tempo todo vendo as crianças ao seu redor; com certeza ele se alegrava e muito com os pequenos!
Na minha opinião, Jesus Cristo além de sorrir, também tinha um bom humor. Lembram daquela passagem em que Jesus encontra a mulher samaritana perto de um poço e pede água a ela? (João 4:5-30) Em um dos trechos, Jesus diz a mulher: "Vai, chama o teu marido e vem cá". Ao que ela responde "Não tenho marido" e, logo em seguida, Jesus diz o seguinte: "Disseste bem: não tenho marido, porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade." Tenho absoluta certeza que, nesta passagem bíblica, Jesus usou de uma certa dose de humor para mostrar à mulher samaritana que Ele sabia o que se passava na vida dela.
A bliblia relata que uma grande multidão seguia Jesus, pois gostavam de ouvir os Seus conselhos e de receber os seus milagres! Até alguns dos fariseus se tornaram seus discípulos (José de Arimatéia e Nicodemos). Para onde Jesus ia, a multidão o seguia, como ovelhas sem pastor. Caro leitor, cá entre nós, quanto tempo você aguentaria ficar perto de uma pessoa mal-humorada? você acha que alguém carrancudo o tempo todo, com o rosto de expressão fechada iria cativar e conquistar o coração daquelas pessoas?
Portanto, Jesus sorria e com certeza ria também, embora não esteja escrito, mesmo porque a Biblia não é um livro de comédia.
Elias Peregrino em Sabará-MG...
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CD- LEVANTA ELIAS: Divulgação.
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