Gisele Bündchen se diz 'surpresa' com críticas feitas pela ministra da Agricultura
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Tereza Cristina ironizou a modelo, dizendo que ela deveria ser embaixadora da pasta em vez de 'meter o pau' no país
RIO — A modelo gaúcha Gisele Bündchen se disse "surpresa" com as críticas feitas na última segunda-feira pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A ministra ironizou a modelo, dizendo que em vez de "meter o pau no Brasil", ela deveria ser embaixadora da pasta para promover as ações de preservação ambiental do país.
"Causou-me surpresa ver meu nome mencionado de forma negativa por defender e me manifestar em favor do meio ambiente" escreveu a modelo em uma rede social.
Gisele comentou o ocorrido em um pequeno texto, ressaltando sua atuação em projetos voltados para o meio ambiente e as causas ecológicas desde 2006 .
"Acredito que a produção agropecuária e conservação ambiental precisam andar juntas, lado a lado. Nosso desenvolvimento, prosperidade e bem-estar dependem desse equilíbrio e a agricultura, tão importante para o nosso país, também depende das condições climáticas adequadas para o seu crescimento. O Brasil tem tudo para liderar o movimento em prol de um desenvolvimento mais sustentável, capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer as futuras gerações. Torço para poder divulgar ações positivas neste sentido", acrescentou a modelo.
Em entrevista para o "Jornal Da Manhã" , na rádio Jovem Pan, em São Paulo, a ministra comentou sobre os objetivos do ministério e fez o convite após criticar declarações anteriores da modelo no exterior.
— Não existe país nenhum do mundo que tenha uma lei como a nossa, nenhum, o Código Florestal. Então, é um absurdo irem lá fora dizer, né? Inclusive, desculpe, Gisele Bündchen, você deveria ser a nossa embaixadora, dizer que o seu país preserva, que o seu país está na vanguarda do mundo para a preservação e não vir aqui meter o pau no Brasil sem conhecimento de causa — comentou a ministra, durante entrevista com o apresentador Thiago Uberreich e José Luiz Tejon.
A modelo gaúcha é internacionalmente conhecida por sua atuação na causa ambiental, em especial na preservação da Floresta Amazônica. Em 2017, recebeu prêmio pela defesa da causa ecológica, o Eco Laureate, durante o Green Carpet Fashion Awards, em Milão. Fonte: https://oglobo.globo.com
Bolsonaro será o garoto-propaganda para explicar a nova Previdência
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A popularidade em alta do presidente é uma dos principais trunfos do governo para garantir a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) já no primeiro semestre do ano
O presidente Jair Bolsonaro deve ser o garoto-propaganda para explicar à população os principais pontos da reforma da reforma da Previdência. A popularidade em alta do presidente é uma dos principais trunfos do governo para garantir a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) já no primeiro semestre do ano.
Para a equipe, o apoio de mais de 57 milhões de votos e a penetração que o presidente tem nos canais digitais (Twitter, Facebook, Instagram e Youtube) garante respaldo ao presidente para assumir a defesa da reforma e evitar os erros de comunicação assumidos pelo governo anterior.
O presidente não deve entrar em detalhes técnicos da proposta, mas vai reforçar a defesa dos pontos principais, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Nos últimos dias, ele, inclusive, tem utilizado textos mais longos nas redes sociais para apresentar posicionamentos do governo e até mesmo nota oficiais.
Dilema presidencial
Com papel central na comunicação da reforma, Bolsonaro vive o dilema de poder se beneficiar do mais vantajoso regime de aposentadoria concedido a parlamentares.
Deputado federal por quase 28 anos, ele já está apto a solicitar benefício do Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), que é concedido a partir de 50 anos de idade e oito anos de mandato.
O salário integral de parlamentar é dado a quem completa 30 anos de contribuição para o sistema. O valor da pensão fica fora do teto do funcionalismo - ou seja, Bolsonaro pode acumular esse vencimento com o salário de presidente da República. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
A utopia da distopia
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A imprensa era livre para concordar, e as minorias tinham direito a se retirar
Tive um sonho estranho, extremamente realista.
Estava num lugar onde todos os homens se vestiam de azul, e todas as mulheres se vestiam de rosa. Fora os que se vestiam de verde, encarregados de manter a ordem.
Não havia ideologia de gênero, mas todas as pessoas vestidas de rosa deveriam ganhar um salário menor.
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Não havia gays, neste lugar, pois, se alguma criança manifestasse tendências a ser diferente, levava logo uma coça, e o problema estava resolvido.
Não existia arte nem cultura, pois os artistas foram perseguidos pela população, até que acabou a mamata. Nos teatros, cinemas e televisões, pastores liam a Bíblia.
Ah, havia um super-herói, chamado Capitão Mito, que tinha o poder de engolir as palavras e ser perfurado sem sangrar, capaz de escapar de todos os debates em velocidade supersônica.
Mas todas as pessoas andavam armadas, para garantir a paz e a tranquilidade. Suspeitos eram fuzilados sumariamente — menos aqueles que apenas faziam uns rolos, tipo serem laranjas ou usarem notas frias.
A imprensa era livre para concordar, e as minorias tinham direito a se retirar.
As florestas haviam sido derrubadas para o bem da agricultura, mas quem quisesse plantar a terra tinha antes que se transformar em grande latifundiário.
A emissão de gases era liberada, porque o aquecimento global não conseguiu comprovação científica, especialmente depois que cortaram as verbas dos cientistas.
Os eventuais rebeldes, que resistiam pela internet, eram massacrados por ferozes trolladores, fãs do Capitão Mito.
E os livros escolares tinham sido reescritos para corrigir as inverdades da realidade, como a teoria da evolução.
A família era prioridade, principalmente os filhos do presidente e do vice.
A defesa da cidadania não existia, pois o governo descobriu uma coisa muito grave sobre as ONGs: elas são organizações não governamentais.
Migrações externas eram totalmente proibidas, pois qualquer pessoa que quisesse ir morar nesse lugar só podia mesmo estar maluca.
Nossa, que sonho horrível. Ainda bem que eu acordei.
Fonte: https://oglobo.globo.com
O DEUS DE BOLSONARO É O MESMO DE JESUS E DOS POBRES?
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O DEUS DE BOLSONARO É O MESMO DE JESUS CRISTO E DOS POBRES? Pensar não ofende... Leia um artigo sobre o tema no olhar. Clique aqui: http://www.olharjornalistico.com.br/index.php/video-cast/12274-o-deus-obsessivo-e-politicamente-incorreto-de-bolsonaro Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 10 de janeiro-2019.
Presidente Bolsonaro começa sua cruzada contra a Globo
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Projeto prevê fim de mecanismo que faz agências publicitárias preferirem investir verba milionária na emissora
Jeff Benício
A imprensa repercute um projeto do deputado federal eleito Alexandre Frota (PSL-SP), aliado do presidente e ex-ator de novelas da emissora, para proibir a prática do BV (Bonificação por Volume), mecanismo que beneficiaria o canal carioca.
Trata-se de uma comissão que as empresas de TV pagam às agências publicitárias para que sejam privilegiadas com as verbas dos maiores anunciantes do País.
Frota afirma ter o apoio das principais concorrentes da Globo: RecordTV, SBT, RedeTV! e Band. Apesar de bombástica, eventual proibição do BV não fará os publicitários deixarem de privilegiar a Globo.
Mesmo sem ganhar os 10% ou 20% de praxe, eles continuarão a preferir a emissora com mais audiência para garantir a repercussão dos produtos anunciados e o retorno esperado por seus clientes.
Na média diária, das 7h à meia-noite, a Globo frequentemente registra mais pontos no Ibope do que a soma dos índices de RecordTV e SBT. Esse incontestável poder de influência atrai o grosso da verba milionária da publicidade brasileira. Como dizem no meio, ‘anunciar na Globo é certeza de resultado’.
Outra frente de Bolsonaro contra a maior empresa do Grupo Globo é reduzir a verba oficial do governo federal.
De acordo com a Folha de S. Paulo, em 2017 e 2018 a Globo recebeu 50% do total de investimentos da publicidade estatal. Em agosto do ano passado, durante entrevista ao vivo na bancada do Jornal Nacional, o então candidato Bolsonaro acusou o canal da família Marinho de viver do dinheiro público.
“São bilhões que o Sistema Globo recebe de recursos da propaganda oficial do governo”, disse, convicto. No dia seguinte, o âncora e editor-chefe do JN, William Bonner, leu uma nota de esclarecimento para rebater o presidenciável e inimigo declarado da Globo.
Um trecho: “A propaganda oficial do governo federal e de suas empresas estatais corresponde a menos de 4% das receitas publicitárias e nem remotamente chega à casa do bilhão. Os anunciantes privados ou públicos reconhecem na TV Globo uma programação de qualidade, prestigiada por enorme audiência e, por isso, se valem dela para levar ao público mensagens sobre seus produtos e serviços”.
Com base nos dados oficiais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, estima-se que a Globo receba entre 400 milhões e 500 milhões de reais por ano de publicidade do governo. O faturamento anual da emissora gira em torno de 10 bilhões. Em um momento deliciado da economia brasileira, qualquer perda de receita provoca impacto, porém, mesmo se a Globo for atingida por cortes ordenados por Bolsonaro, não terá seu lucro real tão afetado.
Essa guerra entre o presidente e a principal emissora da televisão brasileira tem tudo para virar uma longa novela – sem garantia de final feliz. Fonte: www.terra.com.br
O Deus obsessivo e politicamente incorreto de Bolsonaro
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A ideia de Deus começa a se tornar, como nas piores teocracias, um curinga para encobrir políticas de obscurantismo
No discurso de posse do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, a palavra mais usada foi Deus, fazendo honra ao seu lema de campanha, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Dá a impressão de que o Brasil deseja ser governado sob o amparo divino, mais do que sob as leis e a Constituição.
E não só o presidente, mas também seu recém-estreado ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que Deus estará “na diplomacia, na política, em todas as partes”. E chegou a individualizar essa presença forte de Deus em dois personagens emblemáticos do mundo atual: os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Bolsonaro. São eles dois que, segundo o diplomata, devolverão a Deus a uma civilização que o tinha perdido.
Trata-se, entretanto, de um Deus ambíguo e politicamente incorreto, já que apresentado como representante da civilização cristão-judaica. Não é o Deus que deve libertar os escravos da pobreza e da injustiça, o Deus dos que sofrem por serem diferentes, o dos excluídos dos privilégios, e sim o que adoram os satisfeitos, o vingador mais que o pacificador. O Deus da violência mais que o desarmado das bem-aventuranças.
Um Deus que infunde medo nos que deveria acolher sob sua proteção. É um Deus que se faz ouvir só através das ordens, gritos e armas do poder, não o que fala no silêncio dos corações em busca de paz e de diálogo.
Basta, entretanto, observarmos os países que colocaram Deus “acima de tudo e de todos”, e seus resultados. Costumam ser não só os mais autoritários e atrasados, mas também aqueles onde os pobres e as minorias sofrem com mais força a injustiça e a violência. O Brasil, é verdade, sempre foi um país, como quase toda a América Latina, com uma forte presença religiosa nas massas populares. Tratava-se, entretanto, mais de uma postura pessoal, como refúgio contra a dor e as dificuldades da vida. Agora, no Brasil, estamos numa fase nova e mais perigosa. A bandeira de Deus é hasteada por um presidente que parece querer governar em seu nome.
A ideia de Deus – que deveria ser conjugada, no máximo, com os movimentos de liberação dos oprimidos e marginalizados – começa a se tornar, como nas piores teocracias, um curinga para encobrir políticas de obscurantismo. O Brasil passou da teologia da libertação de raiz católica, baseada na mensagem marxista da luta contra a injustiça, à conservadora “teologia da prosperidade” dos evangélicos, que promete novas utopias que adormecem as injustiças.
O novo Governo de Jair Bolsonaro, o presidente apaixonado em igual medida por Deus e pelas armas, vai necessitar de uma oposição para que a obsessão do “Deus acima de todos” não se transforme numa perigosa idolatria. Nada mais explosivo para a democracia que uma presença obsessiva da sombra de Deus por parte dos que governam um país laico por constituição.
Alguém terá de explicar aos evangélicos de boa fé, que são a grande maioria, e também os mais castigados pelas injustiças sociais, que Deus, mais que uma bandeira nas mãos de conservadores e políticos que o anulam como propriedade, deveria ser uma força de resistência contra as desigualdades sociais e as intolerâncias. A excessiva presença de Deus na política acaba sempre se tornando um oculto e cruel inimigo dos que sempre pagam o preço da opressão. Os piores ditadores, de qualquer cor política, acabaram convertidos em grandes apaixonados por Deus.
Nada pior para as massas mais desamparadas, sobre as quais recai sempre o peso da violência econômica e social, que um Deus ambíguo, transformado em arma para castigar, mais que na alvorada de uma ressurreição de seus sonhos. Nada menos cristão que frustrar, em nome de Deus, os sonhos dos que mais sofrem. Nada pior que tentar governar pelas mãos de Deus. Nada mais perigoso que o Deus que teme a discussão das ideias e a pluralidade dos desejos.
Não acredito que o sonho dos brasileiros, até dos mais pobres, seja o Deus militarizado que impõe uma obediência cega. Eu os vejo mais como seguidores do Deus dos limpos de coração, como aqueles que, mais que a justiça divina, temeram sempre a violência arbitrária dos que os escravizam. Sempre em nome desse Deus, curinga para justificar todas as opressões. O Deus dos escravos nunca será o Deus com o qual o poder mercadeja. Fonte: https://brasil.elpais.com
Bolsonaro nomeia para gabinete pessoal assessor que atuou em página de ódio durante pré-campanha
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Tercio Tomaz estava desde 2017 no gabinete de Carlos Bolsonaro no Rio, mas nas eleições era responsável pelo perfil ‘Bolsonaro Opressor 2.0’
RIO — O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta sexta-feira para o gabinete pessoal da Presidência o ex-assessor de seu filho, Carlos Bolsonaro (PSL), na Câmara de Vereadores do Rio, Tercio Arnaud Tomaz, conhecido por comandar a página “Bolsonaro Opressor 2.0”. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União e informa que o assessor ocupará um cargo comissionado DAS 102.5, que tem remuneração de R$ 13,03 mil.
Tercio ocupava até esta sexta-feira um cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro, onde estava lotado desde dezembro de 2017. Em agosto, O GLOBO revelou que Tercio recebia salário da Câmara sem trabalhar de fato no legislativo da cidade. Na época da pré-campanha de Bolsonaro à Presidência, sua verdadeira ocupação era a produção de conteúdo digital, filmando e fotografando Bolsonaro em momentos de descontração e em intervalos de sua agenda como pré-candidato. Na ocasião, o chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Luiz Fernandes, negou ao GLOBO que Tercio trabalhava na campanha.
Logo após a vitória de Bolsonaro, porém, Tercio passou a se apresentar como assessor de comunicação do presidente eleito. Recebia demandas da imprensa, divulgava agenda e compartilhava áudios e imagens oficiais, mesmo enquanto estava no gabinete de Carlos Bolsonaro.
Bolsonaro nomeou nesta sexta-feira outro ex-assessor do filho, no Rio. José Matheus Sales Gomes vai ocupar o mesmo cargo comissionado que Tercio, mas na assessoria especial do presidente. Os dois foram exonerados da Câmara de Vereadores do Rio nesta sexta-feira.
Opressor 2.0
Criada em junho de 2015, a página “Bolsonaro Opressor 2.0” tem mais de um milhão de seguidores no Facebook e, durante as eleições presidenciais, promovia Bolsonaro por meio de memes agressivos contra adversários do político . Recentemente, a página tem compartilhado entrevistas e bastidores da rotina do presidente e de seus familiares.
Em março do ano passado, o perfil promoveu críticas pesadas à vereadora Marielle Franco (PSOL) um dia depois do seu assassinato, no Rio. Em um post em que publicou uma matéria que anunciava a intenção da irmã de Marielle de se lançar na política, a legenda dizia: “Do jeito que tá indo, vão empalhar o cadáver e levar em comício”.
Formado em biomedicina em uma faculdade de Campina Grande, Tercio trabalhava como recepcionista em um hotel antes de atuar nos gabinetes de Bolsonaro, em Brasília, e de Carlos, no Rio.
* Colaborou Gisele Barros e Igor Mello
Fonte: https://oglobo.globo.com
Bolsonaro estreia com ofensiva legal que põe minorias e ambientalistas em alerta
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Primeiras horas da nova gestão têm MP que muda estrutura do Governo e cumpre promessas de campanha contra políticas públicas para grupos vulneráveis. Novo decreto aprofunda esvaziamento da Funai
O Governo Bolsonaro implementa em suas primeiras horas uma ofensiva legal para reduzir e redistribuir funções nas pastas na Esplanada dos Ministérios que põe em alerta minorias sociais, em especial os indígenas, e também os ambientalistas. Nada incluído na ampla primeira Medida Provisória da nova gestão é uma surpresa, já que o presidente ultradireitista fez sua campanha prometendo não conceder "nem um centímetro a mais" de terras para indígenas e criticando duramente políticas públicas para grupos vulneráveis, que ele definiu como "coitadismo".
No primeiro dia completo de Governo, Bolsonaro foi à posse de alguns dos seus 22 ministros. Em alguns casos, o tom foi como o do próprio presidente, de grande peso na pauta ideológica de direita e fustigação dos adversários "socialistas". O Governo estreante pôde comemorar a recepção positiva do mercado financeiro, com alta recorde da Bolsa de São Paulo e queda do dólar, e ainda um acordo importante para a sustentabilidade de sua gestão: o apoio dos bolsonaristas à reeleição de Rodrigo Maia (DEM) na presidência da Câmara. Se efetivo, o pacto deve assegurar um aliado em um cargo que comanda a agenda do que vai a votação no Legislativo - falta ainda uma acerto para o Senado.
Enquanto isso, grupos de interesse ligados a minorias sociais analisavam as mudanças na estrutura de governo que os afetam. Em menos de dois dias, a gestão agiu para esvaziar de vez a Funai (Fundação Nacional do Índio). Responsável há décadas pela demarcação das terras indígenas no país, o órgão perdeu a prerrogativa, que foi para o Ministério da Agricultura, dominado pelo lobby do agronegócio crítico das reservas. Depois, um decreto nesta quarta também transferiu, segundo a Folha de S. Paulo, da Funai para a Agricultura a tarefa de licenciamento ambiental para grandes empreendimentos que possam ter impacto nos povos indígenas.
Em outra frente, o novo ministro da Educação, área considerada a primeira trincheira da guerra cultural do Governo Bolsonaro, confirmou a extinção da Secretaria da Diversidade, destinada a pensar políticas para a inclusão educacional de grupos vulneráveis. Num sinal da importância estratégica para o novo presidente deste tipo de medida, Bolsonaro fez questão de tuitar sobre o tema. "ministro da Educação desmonta secretaria de diversidade e cria pasta de alfabetização. Formar cidadãos preparados para o mercado de trabalho. O foco oposto de governos anteriores, que propositalmente investiam na formação de mentes escravas das ideias de dominação socialista", publicou. Fonte: https://brasil.elpais.com
Primeira medida provisória de Bolsonaro exclui diretrizes para população LGBT.
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Vários trechos da primeira MP (medida provisória) do Governo, assinada ontem pelo presidente recém-empossado Jair Bolsonaro causaram polêmica. Além de transferir para o Ministério da Agricultura a atribuição de demarcar terras indígenas e quilombolas, a MP 870 não cita a população LGBT entre as dos Direitos Humanos, agora sob a responsabilidade da Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanosm, pasta recém-criada e que será comandada pela ministra Damares Alves. Aliás, a MP não cita em nenhum momento a população LGBT.
No agora extinto Ministério dos Direitos Humanos, "desenvolver políticas públicas de enfrentamento ao preconceito e à discriminação contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT)" fazia parte da missão institucional da pasta, sob responsabilidade da Diretoria de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (DPLGBT).
Fonte: https://elpais.com
Discurso inédito de Michelle Bolsonaro na posse abre portas para protagonismo no Governo
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Desenvolta diante da multidão, primeira-dama se manifestou em libras, em homenagem à população surda, público para o qual dedica trabalho voluntário
A discreta primeira-dama Michelle Bolsonaro, de 38 anos, mostrou que não teme os holofotes. Em um gesto inédito na história das posses presidenciais recentes do país, a mulher de Jair Bolsonaro discursou no parlatório do Palácio do Planalto antes do marido durante a cerimônia de posse presidencial, nesta terça-feira, 1º. Ela se manifestou em libras - a língua de sinais para surdos -, público para qual ela faz trabalho voluntário, e agradeceu a todos que demonstraram apoio nos dias em que o marido ficou internado após o atentado a faca em Juiz de Fora, em setembro do ano passado. Fora do script, a fala da primeira-dama foi, talvez, a única surpresa de uma posse que, em geral, seguiu o roteiro. A performance desenvolta diante da multidão abriu a bolsa de apostas sobre o papel de Michelle no futuro Governo.
Michelle fez um agradecimento especial ao filho do presidente Carlos Bolsonaro pela parceria durante o tempo em que que o capitão passou no hospital. A primeira-dama também se dirigiu à pessoas surdas e com deficiência e pronunciou o famoso slogan da campanha, "Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos". Antes de terminar o discurso, que era traduzido por uma assessora, a primeira-dama agradeceu ao "amado esposo" e o beijou, incentiva pelo público. Arrancou aplausos efusivos. "Estamos todos de um lado só. Juntos alcançaremos um Brasil com educação e liberdade para todos", concluiu Michelle Bolsonaro.
Toda a cena mostrou uma Michelle bem diferente daquela que, com sorriso envergonhado no rosto, preferiu não se pronunciar no discurso da vitória de Bolsonaro no dia 28 de outubro, quando o novo presidente fez o convite diante das câmeras, mas ela declinou. O discurso da primeira-dama disputou espaço com as manchetes esperadas sobre seu figurino –um vestido midi de decote ombro a ombro, acinturado e em um tom rosa claro, assinado pela estilista Marie Lafayette, que recebeu elogios nas redes sociais e de especialistas. Mais do que isso: é uma espécie de trunfo narrativo para Bolsonaro, inglório por suas frases misóginas, militante contra a "ideologia de gênero" (e, neste pacote, contra medidas que combatam clichês de gênero) e que já disse que não pagaria o mesmo salário a homens e mulheres por causa dos custos da licença maternidade. Nem mesmo a performance da primeira-dama se encerrou (e ela nem tocou em qualquer assunto sobre igualdade de gênero), e seus apoiadores já afirmavam que a participação era uma "prova" de que Bolsonaro não é machista.
Com o marido recém-empossado presidente da república, a mais nova moradora do Palácio do Planalto deve seguir a tradição das primeiras-damas brasileiras e ter um cargo ligado à área social (com exceção de Marisa Letícia, que não quis esse papel). Michelle já havia manifestado, em entrevistas recentes, o desejo de desenvolver "todos os trabalhos possíveis" na área de ação social, embora ainda não tenha detalhado como deverá ser essa atuação. “Era algo que eu já fazia antes de me casar com o Jair. Eu tenho um chamado para ação social. É algo que Deus colocou na minha vida, no meu coração”, disse em coletiva de imprensa, no fim de novembro, horas antes de se encontrar com Marcela Temer para uma visita às instalações do Alvorada. No discurso nesta terça, reforçou: "Agradeço a Deus essa grande oportunidade de poder ajudar as pessoas que mais precisam. Trabalho de ajuda ao próximo que sempre fez parte da minha vida e que a partir de agora, como primeira-dama, posso ampliar de maneira ainda mais significativa."
Evangélica, Michelle realiza trabalhos voluntários na igreja, principalmente de educação à comunidade surda. É com esse público, aliás, que costuma ter maior proximidade nos cultos de domingo da Igreja Batista Atitude, no Recreio, na zona oeste do Rio de Janeiro, para onde vai duas vezes por semana, sempre acompanhada de seguranças. A mulher do capitão da reserva, que atua como intérprete, aprendeu o alfabeto em libras com um tio surdo e, depois, seguiu estudando por conta própria pela internet. A linguagem que se tornou obrigatória nos principais discursos de Bolsonaro na campanha e até nos lives do Facebook entraria para a história das posses brasileiras.
Antes da Igreja Atitude, a primeira-dama frequentou por muitos anos a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, também na Barra, que tem como pastor Silas Malafaia. Foi ele quem celebrou a união religiosa dela com Bolsonaro, em 2013. “Ela é uma menina que gosta de servir. Na minha igreja, pegava cesta básica, achava coisas para bazar. Mas não é boba: sabe se expressar e construir relacionamentos” disse o pastor em entrevista à Folha de S. Paulo. “Ela não carrega maquiagem e não é sofisticada, mas nem precisa. Michele tem uma beleza natural”, completou.
Terceira esposa do presidente, a primeira-dama conheceu o marido em 2007 nos corredores da Câmara Federal, onde trabalhava como secretária parlamentar. Bolsonaro, que estava no quinto mandato parlamentar, a convidou para trabalhar no seu gabinete poucos meses depois. No período de um ano e dois meses em que trabalhou ali, Michelle teve o salário triplicado, mas foi exonerada em 2008, quando o Supremo Tribunal Federal proibiu o nepotismo nos Três Poderes. "A demissão foi pra evitar uma acusação de nepotismo. Mesmo ela tendo o direito de permanecer porque já era empregada quando me casei com ela", explicou Bolsonaro durante a convenção do PSL. Os dois se casaram no civil em 2007, mas a cerimônia religiosa aconteceu seis anos depois.
De origem humilde, Michelle nasceu em Ceilândia, perto de Brasília, e é filha de Maria das Graças Firmo Ferreira e do cearense Vicente de Paulo Reinaldo, motorista de ônibus, conhecido como "Paulo Negão". A primeira dama tem fama de rígida na educação da primogênita, Letícia, de 16 anos, fruto de um relacionamento anterior, e Laura, de 8 anos, filha do presidente empossado, que tem outros quatro filhos de casamentos anteriores. Orgulhoso da prole masculina, Bolsonaro chegou a afirmar que sua caçula era fruto de uma “fraquejada” sua.
Avessa, até agora, aos holofotes, Michele acompanhou de longe a campanha do marido, aparecendo publicamente em eventos e atos de campanha somente na reta final da corrida presidencial. Após a vitória de Bolsonaro, no entanto, ela já havia começado uma fase de maior exposição. O nome da primeira-dama apareceu em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou 1,2 milhão de reais em "transferências atípicas" do motorista Fabrício Queiroz, um ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro. Existe a suspeita de que a conta do motorista tenha sido usada em uma espécie de rateio feito com funcionários do gabinete de Flávio. Ainda não se sabe quem foram os beneficiários, mas 24.000 reais foram transferidos para a conta da primeira-dama. Bolsonaro afirmou que este montante seria referente a um empréstimo feito por ele a Queiroz no valor de 40.000 que foi depositado na conta da mulher.
No fim do ano que passou, Michellle chamou a atenção também ao usar uma camiseta com a frase “se começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema”, bronca dada pela juíza Gabriela Hardt ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante depoimento sobre o sítio de Atibaia.
Enquanto se desenha o lugar de Michelle no Governo, a imprensa tenta apreender qual será a relação da primeira-dama com as redes sociais, o local preferido pelo marido e família para comunicar com os eleitores. Atualmente, Michelle tem um perfil de Instagram privado e dezenas de perfis fakes em outras plataformas digitais. Fonte: https://brasil.elpais.com
Governadores do Nordeste boicotam posse de Bolsonaro
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Nenhum dos nove empossados na região foi à Brasília; pelo menos oito mandatários prestigiam o novo presidente
RIO - Consolidado como reduto petista na última eleição, o Nordeste não tem nenhum representante na posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Todos os nove governadores eleitos na região programaram as cerimônias de transmissão de governo para o período da tarde, competindo com a posse presidencial - iniciada às 15h. Pelo menos oito governadores do Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste estão em Brasília acompanhando a chegada de Bolsonaro ao poder.
Entre os nordestinos, Fernando Haddad (PT) teve 69,7% dos votos válidos, contra apenas 30,3% de Bolsonaro. Petistas estão à frente de quatro estados nordestinos: Bahia, com Rui Costa; Ceará, com Camilo Santana; Piauí, com Wellington Dias; e Rio Grande do Norte, com Fátima Bezerra. Além deles, outros eleitos são alinhados ao lulismo, como Flávio Dino (PCdoB) no Maranhão; Renan Filho (MDB) em Alagoas; e Paulo Câmara (PSB) em Pernambuco. Todos marcaram suas posses para o período da tarde, concorrendo com a de Bolsonaro.
Para estarem presentes, governadores aliados de Bolsonaro anteciparam suas posses para a manhã desta terça-feira. É o caso do novo mandatário do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), eleito com base na associação de sua imagem ao grupo político do presidente: iniciada pouco antes das 9h, o ex-juiz federal ficou pouco mais de uma hora na sede da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), partindo logo em seguida para a capital federal. No início da cerimônia de transmissão de cargo no Congresso Nacional, o governador fluminense fez uma transmissão ao vivo em suas redes sociais falando do momento.
- A gente acordou cedo, viemos para cá, e agora vamos acompanhar a posse do nosso presidente - disse Witzel, ao lado da mulher Helena.
O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT-AP), foi ainda mais longe e assumiu o cargo pouco depois da meia noite. Ratinho Júnior (PSD-PR) também fez uma cerimônia rápida para marcar sua ascenção ao poder. Ele chegou à Assembleia Legislativa do Paraná às 8h15 e deixou o local pouco depois das 9h, após discursar para os presentes.
Outros governadores que declararam apoio a Bolsonaro durante a campanha também estão presentes em Brasília, caso de João Doria (PSDB-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). Também estão presentes os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) ; e Mauro Carlesse (PHS).
O único governador eleito pelo PSL a prestigiar a posse de Jair Bolsonaro foi Coronel Marcos Rocha, que foi empossado no comando do governo de Rondônia pela manhã. Comandante Moisés, eleito em Santa Catarina, tinha posse prevista para as 14h30, enquanto Antonio Denarium - novo governador de Roraima - assumirá o cargo às 19h.
Partidos de esquerda esvaziam posse
Parlamentares do PT e do PSOL decidiram não comparecer à posse de Bolsonaro no Congresso, como é praxe. o PT divulgou uma nota na sexta-feira informando que o partido justifica que faltou “lisura no processo eleitoral”, critica a proibição da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diz que houve “manipulação criminosa” das redes sociais para difusão de notícias falsas contra seu candidato.
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, informou também, no Twitter, que a bancada do partido não estará presente na posse de Bolsonaro.
"Como é de praxe, o TSE convidou toda a bancada do PSOL para a posse do novo presidente. Mas como prestigiar alguém que despreza os direitos humanos, promete colocar o Brasil de joelhos diante dos EUA e destruir os direitos sociais? Não vamos à posse. Nossa resistência já começou", escreveu.
Em 2015, na posse de Dilma Rousseff, parlamentares e lideranças do PSDB e do DEM, que formavam a chapa derrotada pela petista no segundo turno, também optaram pelo boicote à posse. Fonte: https://oglobo.globo.com
Jornalistas protestam contra 'cárcere privado' e deixam cobertura da posse
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Grupo estrangeiro, que estava no Palácio do Itamaraty, reclamou da impossibilidade de circular livremente para cobrir a posse do presidente Jair Bolsonaro. Depois de denunciarem 'cárcere privado', foram autorizados a sair antes do horário previsto
As limitações impostas pela equipe responsável pela segurança da posse presidencial, que ocorre nesta segunda-feira, a partir das 14h, têm gerado uma série de dificuldades ao trabalho da imprensa. Jornalistas estão impedidos de transitar entre os prédios da Esplanada e da Praça dos Três Poderes e foram obrigados a chegar horas antes aos locais onde ocorrerão os eventos. Em certos pontos, como no Palácio do Planalto, os repórteres não têm acesso a água nem autorização para ir ao banheiro em determinados momentos.
Para cobrir a transição da faixa presidencial, os jornalistas de veículos nacionais e internacionais tiveram de comparecer ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) a partir das 7h para pegarem ônibus que os levaram ao Planalto, Itamaraty e Congresso Nacional. Depois do transporte, são obrigados a permanecer nos locais até a hora do evento, sendo que alguns deles, como a recepção no Itamaraty, só ocorrerão à noite.
A cobertura jornalística no Ministério das Relações Exteriores também começou tumultuada. Na chegada ao Palácio do Itamaraty, os jornalistas credenciados foram conduzidos ao piso inferior e colocados na sala San Tiago Dantas, onde deverão permanecer até as 17h, quando serão, então, guiados ao térreo para acompanhar a chegada de autoridades.
O espaço, no entanto, não dispõe de janelas para que os profissionais possam ver o que acontece do lado de fora do palácio. A limitação pegou de surpresa alguns jornalistas estrangeiros. "No mapa, quando você vê o Palácio, acha que poderá filmar as coisas acontecendo na Esplanada. No fim, nos demos conta de que ficamos presos em uma sala de imprensa sem vidro, onde não podemos fazer nada para registrar a chegada de convidados", lamentou Fanny Marie Lotaire, da rede de tevê France 24.
Após muitas reclamações, três jornalistas da emissora e um jornalista da agência oficial de notícias da China deixaram o Palácio do Itamaraty. Deixar o local, porém, não foi fácil. Inicialmente, a assessoria do Itamaraty explicou que eles não poderiam sair do ministério até às 20h, quando saem os primeiros ônibus que levarão os jornalistas de volta ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Após críticas de que a reclusão imposta coloca a imprensa em uma situação de "cárcere privado", a comunicação do ministério conseguiu um ônibus para levar quem desejasse sair. "Prefiro ter minha liberdade de entrevistar qualquer pessoa passando na rua, mesmo que esteja vazia, do que ficar aqui", disse Fanny.
Falta de água
Há informações, porém, de que as restrições não são para todos. Um grupo específico recebeu credenciais especiais de imprensa para circularem pelo Palácio do Planalto. O Correio viu o momento em que um comunicador, credenciado para o salão nobre, circulava pelo térreo com autorização da segurança.
A Presidência da República alega que a restrição de circulação ocorre para preservar a segurança da cerimônia, mas a medida deixaram jornalistas em situação difícil. Até mesmo o lanche, como frutas e sucos, levados por alguns repórteres, foram recolhidos e jogados no lixo. A jornalista do Correio Simone Kafruni, que está no Palácio do Planalto, gravou um vídeo em que em que mostra as condições precárias a que estão submetidos os profissionais. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
Diplomação de Zema: troca de socos
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A diplomação do governador eleito, Romeu Zema (Novo), do vice-governador, Paulo Brant (Novo), dos senadores eleitos, Rodrigo Pacheco (DEM) e Carlos Viana (PHS), dos 77 deputados estaduais e 53 federais chegou a ser suspensa na noite desta quarta-feira (19) após troca de socos entre políticos. A cerimônia foi realizada no Palácio das Artes, no Centro da capital mineira... Fonte: https://g1.globo.com
OLHAR JORNALÍSTICO PLANTÃO: Defesa de Lula entra com pedido para soltar ex-presidente
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Petição foi protocolada na Justiça Federal do Paraná pouco depois da liminar de Marco Aurélio.
Bela Megale e Silvia Amorim
BRASÍLIA e SÃO PAULO — Pouco depois do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello conceder uma liminar para libertar os condenados em segunda instância que ainda têm recursos pendente de julgamento, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou com um pedido de liberdade junto à 12ª Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba.
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No documento, Cristiano Zanin mais seis advogados de Lula solicitam "a expedição imediata de alvará de soltura diante da decisão liminar proferida nesta data na ADC 54/DF pelo eminente Ministro Marco Aurélio nos seguintes" citando o um trecho da decisão determinando a soltura dos condenados em segunda instância.
Na petição, Zanin destaca que o Lula "encontra-se enquadrado na moldura fática delineada" já que está cumprindo pena privativa de liberdade em razão de condenação não ter transitado em julgado.
A defesa diz ainda que o encarceramento não está fundamentado em nenhuma das hipóteses previstas no art. 312 do Código de Processo Penal, aqueles que defendem a prisão preventiva quando o detento pode colocar risco à ordem pública ou atrapalhar as investigações.
Petistas próximos ao ex-presidente Lula mostraram cautela e evitaram comemorar a decisão do ministro do STF. A decisão pegou os principais dirigentes do partido de surpresa. Eles ainda não sabem se organizarão algum ato político para o momento da soltura do ex-presidente.
- A gente só acredita quando estiver executada (a soltura) porque vai ter mil histórias ainda. É uma decisão surpreendente. Nenhum de nós estava na expectativa - afirmou Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula na Presidência da República.
O pedido de soltura de Lula ganhou as redes sociais assim que defesa o registrou na Justiça. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, usou sua página do Twitter para divulgar a iniciativa. "Acabamos de peticionar a solicitação do alvará de soltura para Lula. Abrimos mão do exame de corpo de delito", escreveu.
O senador Humberto Costa (PT-PE) destacou em uma postagem o pedido de dispensa do exame de corpo de delito para que Lula seja solto "o mais rapidamente possível". "A defesa do ex-presidente abriu mão do exame de corpo de delito para que Lula seja libertado o mais rapidamente possível", postou.
Assim como a defesa, ele cobrou o cumprimento imediato da determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, de soltar todos os presos condenados em segunda instância no país. "A ordem do ministro Marco Aurélio é extremamente clara. Exigimos que ela seja cumprida, sem qualquer desrespeito ou afronta à decisão de um membro do STF", escreveu. Fonte: https://oglobo.globo.com
Condenado por difamação contra Jean Wyllys, Frota terá de picotar papel em fórum de SP
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Sentença foi determinada em substituição à pena de dois anos e 26 dias de prisão
SÃO PAULO - A Justiça Federal de Osasco condenou nesta terça-feira o deputado federal eleito lexandre Frota pelos crimes de difamação e injúria contra o deputado Jean Wyllys . Em abril do ano passado, Frota associou, em suas redes sociais, o crime de pedofilia a Wyllys.
Na ocasião, Frota publicou uma foto do deputado, a quem atribuiu a seguinte frase: "A pedofilia é uma prática normal em diversas espécies de animal (sic), anormal é o seu preconceito”. A frase, segundo Wyllys, nunca foi proferida por ele.
Frota foi condenado a picotar e destruir papel no fórum de São Paulo por dois anos e 26 dias, em jornada de cinco horas diárias. Além da prestação de serviço, Frota terá de pagar multa de R$ 295 mil ao deputado, segundo sentença da juíza Adriana Freisleben de Zanetti. Frota vai recorrer.
Jean Wyllys alega ser defensor dos direitos das minorias e jamais se posicionou a favor da prática do crime de pedofilia. A publicação, segundo ele, gerou "asco social nas pessoas que acreditaram nela". Em sua defesa, Frota alegou que Jean Wyllys estava utilizando a ação como “palanque eleitoral”, não tendo o acusado cometido qualquer delito.
Para o Ministério Público Federal, Alexandre Frota “imbuído de clara intenção difamatória, fabricou mentira extremamente grave com o objetivo de difamar o querelante e macular sua reputação, associando a sua imagem ao crime de pedofilia”. O MPF frisou ainda que, no decorrer do processo, Alexandre publicou diversas palavras, vídeos e imagens ofensivas ao autor.
De acordo com a juíza, ficou comprovado no processo que Jean Wyllys jamais proferiu as frases atribuídas a ele por Frota. “A frase foi criada com a finalidade de difamar Jean Wyllys, causando na comunidade cibernética o sentimento de repúdio por empatia emocional com as vítimas de pedofilia”, reforçou a magistrada. Fonte: https://oglobo.globo.com
Jesus num pé de goiaba
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Jesus num pé de goiaba
O que espantou Damares não foi Jesus ter-se revelado a ela. Foi conseguir subir o pé de goiaba. Achei as declarações um pouco estranhas
Damares Alves, a mulher que Jair Bolsonaro escolheu para ministra dos Direitos Humanos, Mulher e Família, afirma ter visto Jesus Cristo subindo um pé de goiaba. Isso enquanto ela mesma se preparava para tomar veneno em cima da goiabeira: “Vi Jesus em cima de um pé de goiaba e foi incrível!”
O que Damares disse a Jesus, quando o viu avançando, lindo e loiro, para a goiabeira? Ela disse: “Não sobe, Jesus, você não sabe subir em pé de goiaba.” Todavia, para grande espanto de Damares, Jesus subiu. Conclui então a futura ministra: “Jesus é tão poderoso, tão poderoso, que conseguiu subir no pé de goiaba!”
O que mais espantou Damares, portanto, não foi Jesus ter-se revelado a ela em toda a sua infinita loireza. Foi conseguir subir o pé de goiaba. Achei as declarações da futura ministra um pouco estranhas. Primeiro: até pessoas como eu, que passaram as aulas de religião e moral a lerem gibis às escondidas, sabem que anjos, santos e divindades, particularmente as cristãs, sempre demostraram grande talento para subir em árvores. Um dos casos mais notórios é o de Nossa Senhora de Fátima, que gostava de aparecer aos pastorinhos em cima de uma azinheira.
Em segundo lugar, goiabeira é muito fácil de subir. Difícil é trepar em um eucalipto, por exemplo. Ou em um baobá. Isso sim, queria ver Jesus subir um baobá.
No quintal da minha casa também havia um pé de goiaba. Aos seis anos, eu já subia a goiabeira até aos ramos mais altos. Nunca encontrei Jesus por lá. Logo, deixei a goiabeira e comecei a escalar os abacateiros, árvores muito mais altas, com galhos distantes do solo, cuja escalada exige alguma coragem e um mínimo de destreza. Infelizmente, também não encontrei, entre a folhagem densa, nem Jesus, nem Nossa Senhora, nem sequer algum pequeno arcanjo extraviado. Acho que teria ficado satisfeito com o arcanjinho. No nosso quintal, os abacateiros só davam mesmo abacates. Em todo o caso, bons abacates.
Voltando à revelação de Damares Alves, também não consigo entender por que diabo uma pessoa que quer tomar veneno escala um pé de goiaba: para morrer mais pertinho do céu? Na esperança de que não morrendo do veneno, possa morrer da queda? Talvez a eficácia do veneno cresça à medida que o envenado vá subindo num pé de goiaba. Não sei.
Quanto a mim, comecei por escalar a goiabeira pelo mesmo motivo por que Sir Edmund Hillary decidiu escalar o Everest — “porque estava lá”. E também para comer goiabas. Mais tarde, a caminho da adolescência, passei a galgar o abacateiro para ver a vizinha, no quintal ao lado, tomando banhos de sol. Nas manhãs de domingo, a vizinha, uma jovem viúva, sem filhos, estendia uma toalha branca sobre a grama e deitava-se nela, nua e magnífica — a mulher mais linda do mundo. Era assim a minha missa.
Hoje, compro goiabas e deixo-as dissolvendo-se em perfume, na fruteira, para que me devolvam a memória daquelas manhãs de domingo. É certo que não vi Jesus. Mas palavra de honra que nunca senti a falta — cada qual escolhe os milagres que lhe fazem melhor. Fonte: https://oglobo.globo.com
A TRAGÉDIA DE CAMPINAS E JAIR BOLSONARO
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AO VIVO- DIRETO DO RIO DE JANEIRO: Tiros na igreja deveriam servir como aviso divino. Artigo do Jornalista da Folha de São Paulo, Josias de Souza. Comentário do Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ. (11 de dezembro-2018).
Vídeo: em voo, Lewandowski se irrita com crítica e pede prisão de homem
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O ministro do STF Ricardo Lewandowski não gostou de ouvir do passageiro que 'o STF é uma vergonha', e solicitou a presença da Polícia Federal na aeronave
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski se irritou nesta terça-feira (4/12), durante um voo, com um passageiro que criticou a Corte e o ameaçou de prisão.
Em um vídeo ao qual o Correio teve acesso, feito de dentro da aeronave, Lewandowski é visto na primeira fila do avião, olhando seu celular. Ouve-se, então, uma voz dizer: "Ministro Lewandowski, o Supremo é uma vergonha, viu? Eu tenho vergonha de ser brasileiro quando vejo vocês".
Lewandowski fica claramente incomodado e se dirige ao homem. "Você quer ser preso?", pergunta, virando-se, em seguida, para um comissário de bordo e pedindo a presença da Polícia Federal no voo. O homem, então, retruca: "Eu não posso me expressar? Chama a Polícia Federal, então".
Segundo pessoas que estavam no voo, que fazia a linha São Paulo—Brasília, nenhuma prisão foi feita. O Correio ainda tenta contato com o autor das críticas e com o ministro Lewandowski. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
A difícil arte do encontro
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Maria Clara Lucchetti Bingemer*
Após as eleições, paira no ar uma sensação de depressão pós-parto. Tanto em vencedores como em vencidos. Os que tiveram seus candidatos eleitos esperam preocupados como se delineará a governabilidade. Os primeiros gestos, decisões, semeiam mais insegurança que firmeza. Desconcertam, angustiam. Parece que não se entende os rumos de um tempo diferente com outro estilo que começa.
Os que foram derrotados nas urnas se dividem. Alguns optam pela oposição, resistência e combate cerrados. Outros preferem esperar para verificar, pagar para ver ou até deixar que o adversário vencedor fracasse e mostre sua verdadeira cara. Apostam que a governabilidade inexistirá e então a incompetência de uma vitória indevida mostrará sua verdadeira face de ilegitimidade e incapacidade de responder aos desafios e responsabilidades concedidos pelas urnas.
Em todo caso, o que temos é um país dividido, desencontrado. Famílias se indispuseram ou até, em alguns casos, cortaram relações entre seus membros. Amizades de anos foram interrompidas e palavras de acusação e raiva pronunciadas onde antes reinava harmonia e companheirismo. Relações foram perdidas e parece muito difícil refazê-las. Em suma, o panorama nacional mostra um tremendo desencontro.
Enquanto isso, o papa Francisco fala da importância de construir uma cultura do encontro. Não se trata certamente de um discurso piedoso e fácil adotado pelo pontífice para dizer a todos que se amem e respeitem sem nenhuma dificuldade ou obstáculo. Longe disso. Para o papa, a cultura do encontro é um estilo de vida e uma atitude, fruto de uma experiência e um itinerário pessoal, agora proposta à Igreja e à sociedade como um todo.
Diante da cultura do fragmento, da desintegração e da divisão é importante, afirma o pontífice, não favorecer os que pretendem capitalizar o ressentimento, o esquecimento das relações vividas e desfrutadas, ou os que se deleitam em debilitar vínculos e laços. Esse seria, a seu ver, o caminho para superar os desencontros que sucedem na sociedade.
Tão importante é a construção da arte do encontro, que antes mesmo de Bergoglio o poetinha maior de nosso país, Vinicius de Moraes, disse: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” Com sua imensa sensibilidade, queria o poeta ressaltar algo que é constitutivo e visceral no ser humano: sua vocação para a relação, para o afeto, o amor, aquilo que configura e realiza o que chamamos encontro.
Assim também parece entender o papa. Quando ainda era arcebispo de Buenos Aires, Argentina, várias vezes se empenhou em instar a seus compatriotas a superar os desencontros e refundar os vínculos sociais, políticos, na abertura e na esperança. Agora, desde o Vaticano, onde lidera a Igreja e fala também ao mundo, Francisco não se cansa de repetir esse convite, que consiste em abrir-se à alteridade do outro, aproximar-se, vincular-se, construindo com esperança uma nova mentalidade, um novo estilo de vida, uma nova cultura, onde seja possível o encontro, o diálogo e a comunhão.
Há que admitir que é muito difícil. A tentação do desânimo diante desta proposta vem carregada da pesada tinta da impossibilidade. Como dispor-se ao encontro e ao diálogo com quem parece querer conduzir o país na direção oposta daquela em que acreditamos? Como apostar em um possível consenso com pessoas e grupos que parecem falar outra língua, oposto idioma àquele em que acreditamos, que detém os códigos comunicacionais da justiça, do direito, da paz e da prosperidade?
Mais: como fazer esta busca de encontro, consenso e acordo se transformar em verdadeira cultura, que procura o que une em lugar do que divide, e não recua diante de nenhum gesto, atitude ou palavra que possa fazer acontecer a solidariedade e a comunicação? É duro acreditar que isso poderá ocorrer, sobretudo quando escrevo este artigo no momento seguinte à decisão que liquida com a presença dos médicos cubanos no Brasil e não há como não se pensar que uma represália política deixará na orfandade sanitária milhões de pessoas nos lugares mais pobres e vulneráveis do país.
É duro, porém mais que nunca necessário. O encontro pode acontecer, mesmo com dificuldade, quando há ao menos um objetivo comum. E este existe e está diante de nossos olhos. Todos queremos o bem do país. Todos queremos o povo brasileiro respirando com liberdade, esperança, vendo a perspectiva de um futuro melhor para seus filhos e netos. Enrijecer-se nas divisões certamente não ajudará o Brasil a conseguir esse objetivo.
O povo brasileiro, sempre inspirado na arte de sobreviver a toda impossibilidade, de esperar contra toda esperança e alegrar-se mesmo e sobretudo sem motivo algum, tem agora diante de si este desafio: tornar-se perito na arte do encontro. Aprofundar as divisões não nos levará longe. É preciso, é urgente desarmar espíritos e buscar possíveis consensos. Sem eliminar o respeito às diferenças, a resistência ao que é nefasto, a denúncia do indefensável. A difícil arte do encontro deve fazer-se ainda que em meio a esse mar de desencontros em que vivemos agora. O Brasil merece e precisa.
*Maria Clara Bingemer é professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio e autora de “Mística e Testemunho em Koinonia” (Editora Paulus), sua mais recente obra, entre outros livros.
Fonte: http://www.crbnacional.org.br
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