21 DE ABRIL: Onde está Tiradentes?
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ONDE ESTÁ TIRADENTES? “O Brasil vai mudar com Michel Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros ou Aécio Neves? Meu Deus! Quanta pobreza Política e de Políticos. Que Tiradentes nos ajudem a continuar sonhando com os pés no chão. MUDANÇA NO SITEMA POLÍTICO É O CAMINHO”... Frei Petrônio de Miranda, Carmelita/RJ. www.olharjornalistio.com.br
Em seu programa, Jô repreende rapaz da plateia que grita "Fora, Dilma"
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Jô Soares repreendeu um rapaz durante o seu programa desta terça-feira (19). Ao iniciar a atração, o apresentador questionou a plateia sobre o que eles acharam da votação do impeachment no plenário da Câmara, e foi surpreendido por um grito de "Fora, Dilma".
"Fala bobagem, fala. Aqui não há manifestações políticas, nunca houve e nunca haverá. É uma plateia imparcial", disse o apresentador, irritado.
Em seguida, Jô fez questão de deixar claro que sempre busca a imparcialidade em seu programa.
"Para as pessoas, dependendo de quem eu entrevisto no programa, eu sou 'PT' ou 'PSDB'. Basta eu convidar alguém de um partido aqui que as pessoas acham que eu sou desse partido. Eu não tenho partido, mas é claro que eu acompanho o cenário político", disse o apresentador.
Aos 78 anos, Jô Soares deixará de apresentar seu talk show na Globo a partir de 2017. Mas, de acordo com o colunista do UOL Flávio Ricco, é possível que o "Programa do Jô" seja levado para o canal pago GNT. O apresentador estreou no formato em 1988, no SBT, e está na Globo desde 2000.
A história se repete
Esta não foi a primeira vez que Jô repreendeu alguém da plateia do seu programa. Em dezembro de 2014, o apresentador se irritou com um rapaz que gritou palavras de apoio a Jair Bolsonaro. Na ocasião, o deputado era acusado de ferir o decoro ao dizer que "não estupraria Maria do Rosário [PT-RS] porque ela não merecia".
"Viva, Bolsonaro!", gritou o rapaz, logo depois do programa exibir um VT com palavras de Bolsonaro. "Quem foi que gritou esse absurdo? Maluf está na plateia? Quem que gritou? É só para eu saber", perguntou Jô, surpreso.
Fonte: http://tvefamosos.uol.com.br
UM OLHAR SOBRE A CRISE DO BRASIL: As lições do deserto
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Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de Salvador
O momento que vive nosso país tem feito nascerem as mais diferentes reflexões e propostas – de cunho político, econômico, jurídico etc. –, na busca por soluções para os problemas presentes. Com o desejo de oferecer uma contribuição nascida da fé, volto o meu olhar para uma distante experiência – aquela vivida, no Antigo Testamento, pelo povo que Deus escolheu para ser o Seu povo, esperando que ele O aceitasse como o seu Deus. Refiro-me ao Êxodo.
O Êxodo passou a ser visto não só como um caminho de libertação, mas também de purificação. Afinal, foi no deserto – terra árida, lugar em que, além da falta da água, parecia faltar também a bênção divina – que Deus mostrou estar mais próximo daqueles que amava: “Portanto, reconhece no teu coração que o Senhor, teu Deus, te educava, como um homem educa seu filho” (Dt 8,5).
Israel fez no deserto a experiência de sua dependência do Senhor. A longa peregrinação dos hebreus pelo deserto – 40 anos! –, pode ser vista de forma pessimista, como eles próprios a julgaram, durante a travessia. Não nos esqueçamos, contudo, de que foi precisamente nessa época que se realizou a aliança de Israel com o Senhor, momento culminante na História desse povo. Por intermédio de Jeremias, o Senhor dirá mais tarde: “Eu me lembro, em teu favor, do amor de tua juventude, do carinho de teu tempo de noivado, quando me seguias pelo deserto” (Jr 2,2). Não é fácil para nós percebermos o tal carinho da parte dos filhos de Israel, dada a sua constante infidelidade. Mas assim é o Senhor: sempre pronto a perdoar e atento a toda e qualquer manifestação de arrependimento de seus filhos e filhas.
Quando o ser humano perde tudo e não vê perspectivas à sua frente, fica só com desejos, saudades e desânimo. Assim foi o Povo de Israel: ora teve saudades do tempo da escravidão e até desejou voltar para o Egito; ora se prostrou num desânimo mortal, sem o mínimo entusiasmo pelas promessas de liberdade e de poder viver uma nova vida em uma terra que seria sua. A experiência do Povo Escolhido nos ensina que, quando não se alimenta a fé, a esperança se apaga; quando, por outro lado, só se pensa em satisfazer os desejos imediatos, a fé perde a sua força e os projetos do Senhor não mais nos entusiasmam. Daí por diante, é fácil prever o que acontece: buscam-se alegrias palpáveis e sensíveis (poder, dinheiro, prazer...). A longa e penosa peregrinação do Povo de Israel pelo deserto nos mostra que só Deus permanece; todo o resto é nada. Assim como ele purificou seus filhos de muitas idolatrias e seguranças demasiadamente humanas, assim também nos conduz ao deserto (= sofrimentos, desafios, falta de perspectivas...) ou nos permite passar por ele para nos falar ao coração (cf. Os 2,16) e nos ajudar a descobri-lo.
A experiência do deserto atingiu seu ponto máximo em Jesus Cristo. No início de sua vida pública, enfrentando um longo jejum e vivendo em profunda oração, ele venceu as grandes tentações: a procura de satisfação imediata, o desejo de colocar Deus à prova e a idolatria. Ele mostrou-se disposto a morrer, manifestou sua confiança no Pai e o adorou. Ao longo de sua vida, muitas vezes ele voltou a se retirar para o deserto, e o fez com a mesma intenção: dar ao Pai a glória devida. Quando, enfim, em seu longo Êxodo, viveu o momento máximo de seu deserto (“Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” – Mc 15,34), o fez num gesto de confiança, de abandono e de amor: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).
Espero que, também nós, um dia, saibamos tirar proveito das lições vividas nestes tempos difíceis.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
DEPUTADO QUE DEU O VOTO 342 PELO IMPEACHMENT APARECE EM PLANILHA DA ODEBRECHT NA LAVA JATO
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O 342º voto a favor do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara foi dado pelo deputado federal Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco. O tucano é do grupo do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que foi derrotado por Dilma nas eleições presidenciais de 2014.
Advogado de formação, Araújo, de 44 anos, está em seu terceiro mandato como deputado federal. Ele ganhou projeção como parlamentar no ano passado, quando se tornou líder da oposição na Câmara.
Oriundo de uma família de políticos, seu primeiro cargo relevante na política foi de deputado estadual. Em 1998, aos 26 anos, ele foi eleito pelo PSDB o deputado mais jovem do Estado de Pernambucano, com mais de 34 mil votos. No Estado, chegou a presidir a Assembleia Legislativa.
“Quanta honra o destino me reservou de poder, da minha voz, sair o grito da esperança de milhões de brasileiros. Pernambuco nunca faltou ao Brasil, carrego comigo nossas histórias de luta pela liberdade e pela democracia. Por isso, vivo ao Brasil, sim, pelo futuro”, declarou o deputado neste domingo na Câmara.
Araújo teve o nome citado na lista de pagamentos feitos pela Odebrecht, relevada após busca e apreensão feita pela Operação Lava Jato em março deste ano. A citação do nome do tucano é referente às campanhas eleitorais de 2010 e 2012.
O deputado, contudo, diz que se trataram de doações oficiais, sendo as de 2010 para sua campanha para deputado federal e as de 2012, referentes a valores recebidos por PSDB e repassados “oficialmente” a candidaturas a prefeito em Pernambuco.
O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato na primeira instância, já afirmou em despachos que não é possível concluir que essa lista da Odebrecht é fruto de dinheiro de caixa dois.
Voto. Após declarar seu voto no púlpito, foi saudado por parlamentares e convidados pró-impeachment. Emocionado, abraçou colegas como Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Nilson Leitão (PSDB-MS), também emocionados.
“Nossa formação é democrata. É de buscar tudo que seja melhor para a população. Esse é um momento a nunca ser esquecido. Fico muito honrado de representar os milhões de brasileiros que aguardavam este momento.”
Fonte: https://brasilpagina1.com
DOMINGO DO IMPEACHMENT: Uma Prece.
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REFORMA POLÍTICA JÁ! Frei Petrônio.
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ABIN CONFIRMA AMEAÇAS DO ESTADO ISLÂMICO AO BRASIL.
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A Associação Brasileira de Inteligência (Abin) confirmou, nesta quinta-feira (14), que as ameaças feitas pelo Estado Islâmico no Twitter são autênticas.
"Brasil, vocês são nosso próximo alvo. Podemos atacar esse país de merda." A mensagem, segundo a Abin, foi postada em novembro do ano passado por Maxime Hauchard, integrante do Estado Islâmico. A conta, reconhecida como autêntica, já foi desativada. De acordo com o jornal O Dia, a ameaça foi feita uma semana após os ataques em Paris, que deixaram 129 mortos.
Segundo o diretor do Departamento de Contraterrorismo, Luiz Alberto Sallabery, a possibilidade de o Brasil ser alvo de ataques terroristas foi elevada nos últimos meses, devido aos ataques recentes e ao número crescente de brasileiros aderindo à ideologia do grupo extremista, que autoproclamou um califado em territórios da Síria e do Iraque.
“Quando uma pessoa faz o juramento ao califado e se torna autoproclamado ela está disposta a cometer qualquer atentado violento em nome do grupo. A ordem não precisa ser presencial, pode ser via internet”, disse Sallaberry, de acordo com O Dia.
O Estado Islâmico costuma doutrinar muitos indivíduos isoladamente, o que os especialistas em segurança chamam de "lobos solitários". O recrutamento é feito dessa forma porque dificulta a identificação de células terroristas e "globaliza" a rede de contatos do grupo.
Segundo comunicado enviado à imprensa, a Abin trabalha para evitar possíveis ataques em solo brasileiro. Entre as ações descritas pela agência está o intercâmbio de informações com serviços estrangeiros e a capacitação de profissionais de setores estratégicos.
54ª Assembleia Geral: Declaração sobre o momento nacional
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A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, na tarde desta quinta-feira, 14 de abril, Declaração sobre o momento nacional, dentro das atividades da 54ª Assembleia Geral da CNBB, que acontece em Aparecida (SP), de 6 a 15 de abril. Na ocasião, participaram o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha; o arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente, dom Murilo Krieger; o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral, dom Leonardo Steiner.
Frente à crise ética, política, econômica e institucional pela qual passa o país, o episcopado brasileiro conclama "o povo brasileiro a preservar os altos valores da convivência democrática, do respeito ao próximo, da tolerância e do sadio pluralismo, promovendo o debate político com serenidade. Manifestações populares pacíficas contribuem para o fortalecimento da democracia. Os meios de comunicação social têm o importante papel de informar e formar a opinião pública com fidelidade aos fatos e respeito à verdade".
Confira a íntegra do texto:
DECLARAÇÃO DA CNBB SOBRE O MOMENTO NACIONAL
“Quem pratica a verdade aproxima-se da luz” (Jo 3,21).
Nós, bispos católicos do Brasil, reunidos em Aparecida, na 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), frente à profunda crise ética, política, econômica e institucional pela qual passa o país, trazemos, em nossas reflexões, orações e preocupações de pastores, todo o povo brasileiro, pois, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (Gaudium et Spes, 1).
Depois de vinte anos de regime de exceção, o Brasil retomou a experiência de um Estado democrático de direito. Os movimentos populares, organizações estudantis, operárias, camponesas, artísticas, religiosas, dentre outras, tiveram participação determinante nessa conquista. Desde então, o país vive um dos mais longos períodos democráticos da sua história republicana, no qual muitos acontecimentos ajudaram no fortalecimento da democracia brasileira. Entre eles, o movimento “Diretas Já!”, a elaboração da Carta Cidadã, a experiência das primeiras eleições diretas e outras mobilizações pacíficas.
Neste momento, mais uma vez, o Brasil se defronta com uma conjuntura desafiadora. Vêm à tona escândalos de corrupção sem precedentes na história do país. É verdade que escândalos dessa natureza não tiveram início agora; entretanto, o que se revela no quadro atual tem conotações próprias e impacto devastador. São cifras que fogem à compreensão da maioria da população. Empresários, políticos, agentes públicos estão envolvidos num esquema que, além de imoral e criminoso, cobra seu preço.
Quem paga pela corrupção? Certamente são os pobres, “os mártires da corrupção” (Papa Francisco). Como pastores, solidarizamo-nos com os sofrimentos do povo. As suspeitas de corrupção devem continuar sendo rigorosamente apuradas. Os acusados sejam julgados pelas instâncias competentes, respeitado o seu direito de defesa; os culpados, punidos e os danos, devidamente reparados, a fim de que sejam garantidas a transparência, a recuperação da credibilidade das instituições e restabelecida a justiça.
A forma como se realizam as campanhas eleitorais favorece um fisiologismo que contribui fortemente para crises como a que o país está enfrentando neste momento.
Uma das manifestações mais evidentes da crise atual é o processo de impeachment da Presidente da República. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acompanha atentamente esse processo e espera o correto procedimento das instâncias competentes, respeitado o ordenamento jurídico do Estado democrático de direito.
A crise atual evidencia a necessidade de uma autêntica e profunda reforma política, que assegure efetiva participação popular, favoreça a autonomia dos Poderes da República, restaure a credibilidade das instituições, assegure a governabilidade e garanta os direitos sociais.
De acordo com a Constituição Federal, os três Poderes da República cumpram integralmente suas responsabilidades. O bem da nação requer de todos a superação de interesses pessoais, partidários e corporativistas. A polarização de posições ideológicas, em clima fortemente emocional, gera a perda de objetividade e pode levar a divisões e violências que ameaçam a paz social.
Conclamamos o povo brasileiro a preservar os altos valores da convivência democrática, do respeito ao próximo, da tolerância e do sadio pluralismo, promovendo o debate político com serenidade. Manifestações populares pacíficas contribuem para o fortalecimento da democracia. Os meios de comunicação social têm o importante papel de informar e formar a opinião pública com fidelidade aos fatos e respeito à verdade.
Acreditamos no diálogo, na sabedoria do povo brasileiro e no discernimento das lideranças na busca de caminhos que garantam a superação da atual crise e a preservação da paz em nosso país. “Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a se preocupar com a construção de um mundo melhor” (Papa Francisco).
Pedimos a oração de todos pela nossa Pátria. Do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, invocamos a bênção e a proteção de Deus sobre toda a nação brasileira.
Aparecida - SP, 13 de abril de 2016.
Dom Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília Presidente da CNBB |
Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ Arcebispo de São Salvador da Bahia Vice-Presidente da CNBB |
Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília Secretário-Geral da CNBB |
Fonte: http://www.cnbb.org.br
MENSAGEM DA CNBB PARA AS ELEIÇÕES 2016
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“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5,24)
Neste ano de eleições municipais, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB dirige ao povo brasileiro uma mensagem de esperança, ânimo e coragem. Os cristãos católicos, de maneira especial, são chamados a dar a razão de sua esperança (cf. 1Pd 3,15) nesse tempo de profunda crise pela qual passa o Brasil.
Sonhamos e nos comprometemos com um país próspero, democrático, sem corrupção, socialmente igualitário, economicamente justo, ecologicamente sustentável, sem violência discriminação e mentiras; e com oportunidades iguais para todos. Só com participação cidadã de todos os brasileiros e brasileiras é possível a realização desse sonho. Esta participação democrática começa no município onde cada pessoa mora e constrói sua rede de relações. Se quisermos transformar o Brasil, comecemos por transformar os municípios. As eleições são um dos caminhos para atingirmos essa meta.
A política, do ponto de vista ético, “é o conjunto de ações pelas quais os homens buscam uma forma de convivência entre indivíduos, grupos, nações que ofereçam condições para a realização do bem comum”. Já do ponto de vista da organização, a política é o exercício do poder e o esforço por conquistá-lo1, a fim de que seja exercido na perspectiva do serviço.
Os cristãos leigos e leigas não podem “abdicar da participação na política” (Christifideles Laici, 42). A eles cabe, de maneira singular, a exigência do Evangelho de construir o bem comum na perspectiva do Reino de Deus. Contribui para isso a participação consciente no processo eleitoral, escolhendo e votando em candidatos honestos e competentes. Associando fé e vida, a cidadania não se esgota no direito-dever de votar, mas se dá também no acompanhamento do mandato dos eleitos.
As eleições municipais têm uma atração e uma força próprias pela proximidade dos candidatos com os eleitores. Se, por um lado, isso desperta mais interesse e facilita as relações, por outro, pode levar a práticas condenáveis como a compra e venda de votos, a divisão de famílias e da comunidade. Na política, é fundamental respeitar as diferenças e não fazer delas motivo para inimizades ou animosidades que desemboquem em violência de qualquer ordem.
Para escolher e votar bem é imprescindível conhecer, além dos programas dos partidos, os candidatos e sua proposta de trabalho, sabendo distinguir claramente as funções para as quais se candidatam. Dos prefeitos, no poder executivo, espera-se “conduta ética nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e com os poderes econômicos”2. Dos legisladores, os vereadores, requer-se “uma ação correta de fiscalização e legislação que não passe por uma simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao executivo”3.
É fundamental considerar o passado do candidato, sua conduta moral e ética e, se já exerce algum cargo político, conhecer sua atuação na apresentação e votação de matérias e leis a favor do bem comum. A Lei da Ficha Limpa há de ser, neste caso, o instrumento iluminador do eleitor para barrar candidatos de ficha suja.
Uma boa maneira de conhecer os candidatos e suas propostas é promover debates com os concorrentes. Em muitos casos cabe propor lhes a assinatura de cartas-compromisso em relação a alguma causa relevante para a comunidade como, por exemplo, a defesa do direito de crianças e adolescentes. Pode ser inovador e eficaz elaborar projetos de lei, com a ajuda de assessores, e solicitar a adesão de candidatos no sentido de aprovar os projetos de lei tanto para o executivo quanto para o legislativo.
É preciso estar atento aos custos das campanhas. O gasto exorbitante, além de afrontar os mais pobres, contradiz o compromisso com a sobriedade e a simplicidade que deveria ser assumido por candidatos e partidos. Cabe aos eleitores observar as fontes de arrecadação dos candidatos, bem como sua prestação de contas. A lei que proíbe o financiamento de campanha por empresas, aplicada pela primeira vez nessas eleições, é um dos passos que permitem devolver ao povo o protagonismo eleitoral, submetido antes ao poder econômico. Além disso, estanca uma das veias mais eficazes de corrupção, como atestam os escândalos noticiados pela imprensa. Da mesma forma, é preciso combater sistematicamente a vergonhosa prática de “Caixa 2”, tão comum nas campanhas eleitorais.
A compra e venda de votos e o uso da máquina administrativa nas campanhas constituem crime eleitoral que atenta contra a honra do eleitor e contra a cidadania. Exortamos os eleitores a fiscalizarem os candidatos e, constatando esse ato de corrupção, a denunciarem os envolvidos ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral, conforme prevê a Lei 9840, uma conquista da mobilização popular há quase duas décadas.
A Igreja Católica não assume nenhuma candidatura, mas incentiva os cristãos leigos e leigas, que têm vocação para a militância político-partidária, a se lançarem candidatos. No discernimento dos melhores candidatos, tenha-se em conta seu compromisso com a vida, com a justiça, com a ética, com a transparência, com o fim da corrupção, além de seu testemunho na comunidade de fé. Promova-se a renovação de candidaturas, pondo fim ao carreirismo político. Por isso, exortamos as comunidades a aprofundarem seu conhecimento sobre a vida política de seu município e do país, fazendo sempre a opção por aqueles que se proponham a governar a partir dos pobres, não se rendendo à lógica da economia de mercado cujo centro é o lucro e não a pessoa.
Após as eleições, é importante a comunidade se organizar para acompanhar os mandatos dos eleitos. Os cristãos leigos e leigas, inspirados na fé que vem do Evangelho, devem se preparar para assumir, de acordo com sua vocação, competência e capacitação, serviços nos Conselhos de participação popular, como o da Educação, Saúde, Criança e Adolescente, Juventude, Assistência Social etc. Devem, igualmente, acompanhar as reuniões das Câmaras Municipais onde se votam projetos e leis para o município. Estejam atentos à elaboração e implementação de políticas públicas que atendam especialmente às populações mais vulneráveis como crianças, jovens, idosos, migrantes, indígenas, quilombolas e os pobres.
Confiamos que nossas comunidades saberão se organizar para tornar as eleições municipais ocasião de fortalecimento da democracia que deve ser cada vez mais participativa. Nosso horizonte seja sempre a construção do bem comum.
Que Nossa Senhora Aparecida, Mãe e Padroeira dos brasileiros, nos acompanhe e auxilie no exercício de nossa cidadania a favor do Brasil e de nossos municípios, onde começa a democracia.
Aparecida - SP, 13 de abril de 2016
Dom Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília Presidente da CNBB |
Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ Arcebispo São Salvador da Bahia Vice-Presidente da CNBB |
Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília Secretário-Geral da CNBB |
Pedro Casaldáliga defende mandato de Dilma em carta aberta sobre a crise
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Em carta aberta publicada no último domingo (3) na internet a respeito da atual crise política vivida pelo Brasil, o bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, defendeu o mandato da presidente da República Dilma Rousseff (PT), atualmente ameaçado pelo processo de impeachment. Em favor da manutenção do mandato da presidente devido ao risco de um "caos generalizado" no país, o manifesto classifica o processo de impeachment como uma “tentativa de golpe”. A reportagem é publicada por G1, 05-04-2016.
“Repudiamos a tentativa de desestabilização de um governo democraticamente eleito, sob o risco de conduzir o país ao caos generalizado”, afirma a “Carta Aberta às Comunidades Sobre a Atual Conjuntura Política do Brasil”, assinada pelo bispo emérito Casaldáliga, pelo atual bispo Adriano Vasino e pelos agentes pastorais da Prelazia deSão Félix do Araguaia (cidade a 1.159 km de Cuiabá).
O documento afirma que o atual momento de crise tem sido tratado de forma superficial e manipulada pela grande mídia, a suposto serviço de grupos conservadores, e defende que o Brasil não pode retroceder em relação aos avanços sociais obtidos nos últimos anos. Por outro lado, o texto pede apuração com rigor sobre as injustiças e casos de corrupção no Brasil, com punições aplicadas independentemente do partido a que pertençam os responsáveis.
Recessão e crise política
Redigido em conjunto, o texto publicado pela Prelazia em seu site oficial aponta a crise financeira de 2008, iniciada nos Estados Unidos, como a raiz da atual recessão brasileira. Além disso, o documento atribui às grandes empresas a crescente perda de direitos por parte de povos e comunidades e caracteriza a crise no Brasil como político e institucional. Por isso, conquistas democráticas e valores humanos básicos estariam atualmente sob risco, argumenta a carta, que também faz referência aos casos de corrupção hoje investigados, pedindo “bom senso” aos parlamentares no Congresso Nacional.
“Como Igreja, apoiamos o combate às injustiças e a corrupção e apelamos ao Ministério Público e ao Judiciário que ajam com isenção, rigor e imparcialidade no exercício de suas funções, punindo os responsáveis independentemente do partido a que pertençam. O momento atual que a sociedade brasileira atravessa é delicado e exige acima de tudo uma reflexão aprofundada isenta de paixões e partidarismos. Apelamos para o bom senso dos integrantes do Congresso Nacional (deputados e senadores), afim de que saibam olhar a complexidade e delicadeza desse momento. Não podemos retroceder nas conquistas democráticas alcançadas”, enfatiza o manifesto.
Sob comando de Dom Pedro Casaldáliga (até 2005) e do atual bispo Adriano Vasino, a Prelazia de São Félix do Araguaia desenvolve desde a década de 1970 trabalho pastoral ligado a causas como a defesa de direitos dos povos indígenas e contra a violência dos conflitos agrários.
Confira abaixo a íntegra da carta aberta:
Carta Aberta às Comunidades Sobre a Atual Conjuntura Política do Brasil
“Quero ver o direito brotar como fonte, e correr a justiça qual riacho que não seca” - Am 5, 24.
Os agentes de pastoral da Prelazia de São Félix do Araguaia, reunidos, nos dias 28 de março a 02 de abril de 2016, em São Félix do Araguaia, MT, com o bispo Dom Adriano Ciocca Vasino e o bispo emérito Dom Pedro Casaldáliga, manifestam grande preocupação com o momento sociopolítico que vivenciamos atualmente.
Sabemos que uma crise econômica, que se iniciou de forma concreta em 2008, está afetando fortemente o sistema capitalista e tem provocado, por parte de grandes empresas e países ricos como os Estados Unidos, uma investida violenta em diversos países em desenvolvimento. Tais países são vistos como fornecedores de matéria prima e mão de obra barata para alimentar o luxo e o consumo dos ricos de fora e da elite interna que tem se tornado cada vez mais rica e opulenta.
Povos e comunidades são desconsiderados e expropriados de seus direitos para abrirem espaços para as grandes empresas. No Brasil, a conjuntura atual é caracterizada por uma profunda crise política institucional, que ameaça as conquistas democráticas, rompendo com o pacto social realizado nas últimas décadas, bem como com o respeito aos valores humanos básicos.
Como Igreja, apoiamos o combate às injustiças e a corrupção e apelamos ao Ministério Público e ao Judiciário que ajam com isenção, rigor e imparcialidade no exercício de suas funções, punindo os responsáveis independentemente do partido a que pertençam.
O momento atual que a sociedade brasileira atravessa é delicado e exige acima de tudo uma reflexão aprofundada isenta de paixões e partidarismos. Apelamos para o bom senso dos integrantes do Congresso Nacional (Deputados e Senadores), afim de que saibam olhar a complexidade e delicadeza desse momento. Não podemos retroceder nas conquistas democráticas alcançadas.
Repudiamos a tentativa de desestabilização de um Governo democraticamente eleito, sob o risco de conduzir o País ao caos generalizado. Grupos conservadores, respaldados pela grande mídia, passam uma visão superficial e manipulada do grave momento que o país vive.
Acreditamos que a sociedade brasileira, civil e organizada, esteja à altura de compreender a gravidade do momento e dizer NÃO a qualquer tentativa de golpe.
O Povo já superou graves crises institucionais, saberá manter a serenidade e de forma pacífica fará valer o Direito e a Justiça.
São Félix do Araguaia – MT, 02 de Abril de 2016.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
GIRAU DO PONCIANO E POBREZA: Frei Petrônio
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No milésimo centésimo trigésimo terceiro (1133), “A Palavra do Frei Petrônio”, o Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista, direto de Caldeirão Grande, Girau do Ponciano-AL, fala sobre o Ano Eleitoral e a Pobreza: O desprezo dos Políticos pelos Eleitores. Convento do Carmo de Lapa-RJ. 06 de abril-2016. DIVULGAÇÃO: www.mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com
52 ANOS: MORTE E LÁGRIMAS: Ditadura Militar.
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No milésimo centésimo vigésimo sétimo (1127), “A Palavra do Frei Petrônio”, o Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista, direto da Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Ordem Terceira do Carmo, em Salvador- BA, fala sobre o Golpe Militar neste dia 31 de março, data em que se recorda a trágica história do Brasil 52 Anos depois. Convento do Carmo de Salvador-Ba. 31 de março-2016. DIVULGAÇÃO: www.mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com
PT e movimentos sociais já discutem como agir na oposição
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O PT e os movimentos sociais e sindicais contrários ao impeachment não admitem publicamente que o afastamento da presidente Dilma Rousseff é cada dia mais provável, mas já apontam o discurso para um possível governo Michel Temer (PMDB). “Vai ser pior do que foi o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002). O povo não vai aceitar retrocesso em direitos conquistados, como propõe o programa do PMDB”, disse Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP). A reportagem é publicada por Agência Estadão, 27-03-2016.
Um dos pontos do discurso anti-Temer é o programa “Uma Ponte para o Futuro”, apresentado pelo PMDB em 2015, que propõe desvinculação de receitas orçamentárias da educação e saúde, mudanças na Previdência Social, entre outras medidas que desagradam a base petista.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse na quinta-feira (24), que uma eventual gestão Temer não trará de volta a estabilidade política. “Eles (movimentos sociais) vão à rua dizendo que não haverá estabilidade com o impeachment, estabilidade se faz com paz, com a possibilidade de o povo se organizar livremente e poder chegar às eleições de 2018 que é a data legítima para quem quer assumir o poder”, afirmou o dirigente petista.
Líderes de movimentos que defendem a manutenção de Dilma, como o Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e CMP, também afirmaram nos últimos dias que vão para as ruas caso o peemedebista assuma o governo. Guilherme Boulos, do MTST, deixou claro, também na quinta-feira, que “vai ter resistência” nas ruas caso o impeachment seja aprovado. Gilmar Mauro, do MST, afirmou na última sexta-feira (25) que Temer “não terá um dia se sossego” se assumir a Presidência da República. Na última quinta-feira, a própria Dilma disse a correspondentes estrangeiros que o impeachment deixaria “cicatrizes” na democracia.
Além disso, os aliados de Dilma apostam na continuidade das investigações da Operação Lava Jato contra líderes importantes do PMDB, no processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na continuidade da crise econômica e nas divisões internas da oposição como fatores de desestabilização de um possível governo encabeçado pelo vice-presidente.
Por enquanto, o discurso de desestabilização de um eventual governo Temer é mais uma peça no discurso de defesa petista. Nem o PT nem os movimentos contrários ao impeachment admitem publicamente que estejam traçando cenários diante da possibilidade de afastamento da presidente mas os acontecimentos dos últimos dias, em especial o anúncio de que o PMDB do Rio de Janeiro vai desembarcar do governo, provocaram desânimo entre os defensores de Dilma. Em conversas reservadas líderes petistas admitem que o impeachment é hoje o desfecho mais provável para a crise política. Por outro lado, os movimentos que arrastaram multidões às ruas no dia 13 de março contra o PT admitem um arrefecimento das manifestações.
“Não sei se a gente consegue viabilizar um grande protesto. Não é uma questão dos movimentos, é do brasileiro. A gente não sabe se o brasileiro vai se interessar por uma pauta contra o PMDB pós-impeachment”, disse Carla Zambelli, do movimento Nas Ruas. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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