Apelo do Papa pela Ucrânia: Em nome de Deus, parem o massacre!
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Mais um apelo: Francisco não poupa palavras para condenar o massacre de civis indefesos vítimas da guerra na Ucrânia. "Diante da barbárie da matança de crianças, de inocentes e de civis indefesos não existem razões estratégicas plausíveis", afirmou
Vatican News
Com voz e mãos firmes, o Papa foi contundente ao pedir, mais uma vez, o fim imediato da guerra na Ucrânia ao final da oração mariana do Angelus deste domingo (13/03):
"Acabamos de rezar para Nossa Senhora. Esta semana, a cidade que leva seu nome, Mariupol, se tornou uma cidade mártir da guerra desoladora que está devastando a Ucrânia. Diante da barbárie da matança de crianças, de inocentes e de civis indefesos não existem razões estratégicas plausíveis: deve-se somente cessar a inaceitável agressão armada, antes que reduza as cidades em cemitérios."
"Com dor no coração, uno a minha voz àquela das pessoas comuns, que imploram o fim da guerra. Em nome de Deus, se ouça o grito de quem sofre e se ponha fim aos bombardeios e aos ataques! Invista-se real e decididamente na negociação, e os corredores humanitários sejam efetivos e seguros." “Em nome de Deus, eu peço: parem este massacre!”
Deus é só Deus da paz, não da guerra
O Papa pediu também um maior esforço para acolher os quem foge da guerra e que os fiéis intensifiquem as orações:
Gostaria ainda, mais uma vez, exortar ao acolhimento dos muitos refugiados, nos quais Cristo está presente, e agradecer pela grande rede de solidariedade que se formou. Peço a todas as comunidades diocesanas e religiosas que aumentem os momentos de oração pela paz. Aumentar os momentos de oração pela paz. Deus é só Deus da paz, não é Deus da guerra, e quem apoia a violência profana o seu nome. Vamos agora rezar em silêncio por quem sofre e para que Deus converta os corações a uma firme vontade de paz."
O Pontífice está acompanhando de perto tudo o que está acontecendo na Ucrânia. A seu pedido, esta semana dois cardeais, Konrad Krajewski e Michael Czerny, estiveram entre os refugiados na Polônia e na Hungria para levar a solidariedade do Papa e ajudas materiais. O esmoleiro, card. Krajewski, inclusive conseguiu ir até Lviv, cidade que os russos bombardearam nas últimas horas. Na frente diplomática o secretário de Estado, Pietro Parolin, conversou no decorrer da semana com o ministro das relações exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para pedir o fim imediato dos bombardeiros e oferecendo a mediação da Santa Sé. Fonte: https://www.vaticannews.va
Mensagem do Papa Francisco para a Campanha da Fraternidade 2022
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Realizada pela CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2022 deste ano tem com o tema: “Fraternidade e Educação”. A Mensagem de Francisco para a Igreja no Brasil e todos os fiéis brasileiros
VATICAN NEWS
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança, nesta Quarta-feira de Cinzas, 2 de março, a Campanha da Fraternidade de 2022, com o tema: “Fraternidade e Educação” com o lema bíblico, extraído de Provérbios 31, 26: “Fala com sabedoria, ensina com amor”.
Para a ocasião o Papa Francisco enviou aos fiéis brasileiros uma mensagem para o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2022.
Eis o texto integral:
Queridos irmãos e irmãs do Brasil!
Ao iniciarmos a caminhada quaresmal de conversão rumo à celebração do Mistério Pascal de Cristo, nos dispomos a ouvir o chamado de Deus que deseja conduzir-nos, através das práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, ao encontro pessoal e renovador com o Ressuscitado, em quem temos a verdadeira vida e do qual devemos ser fiéis testemunhas.
Para auxiliar os fiéis nesse percurso de encontro, a Igreja no Brasil propõe à reflexão de todos, na Campanha da Fraternidade deste ano, o importante tema da relação entre “Fraternidade e Educação”, fundamental para a valorização do ser humano em sua integralidade, evitando a “cultura do descarte” – que coloca os mais vulneráveis à margem da sociedade – e despertando-o para a importância do cuidado da criação.
Efetivamente, ao olhar para a sociedade hodierna, percebe-se de maneira muito clara a urgência em adotar ações transformadoras no âmbito educativo a fim de que tenhamos uma educação promotora da fraternidade universal e do humanismo integral, como recordado no convite para um Pacto Educativo Global: “Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna” (Mensagem, 12/09/19).
Ao mesmo tempo que se reconhece e valoriza a responsabilidade dos governos na tarefa de auxiliar as famílias na educação dos filhos, garantindo a todos o acesso à escola, deve-se igualmente reconhecer e valorizar a importante missão da Igreja no âmbito educativo: “As religiões sempre tiveram uma relação estreita com a educação, acompanhando as atividades religiosas com as educativas, escolares e acadêmicas. Como no passado, também hoje queremos, com a sabedoria e a humanidade das nossas tradições religiosas, ser estímulo para uma renovada ação educativa que possa fazer crescer no mundo a fraternidade universal” (Discurso, 5/10/21).
Desejo de todo o coração que a escolha do tema “Fraternidade e Educação” torne-se causa de grande esperança em cada comunidade eclesial e de efetiva renovação nas escolas e universidades católicas, a fim de que, tendo como modelo de seu projeto pedagógico a Cristo, transmitam a sabedoria educando com amor, tornando-se assim modelos desta formação integral para as demais instituições educativas.
Desejo igualmente, queridos irmãos e irmãs, que o itinerário quaresmal, iluminado pela reflexão proposta, seja ocasião de verdadeira conversão e que as sementes lançadas ao longo deste caminho encontrem nos corações dos fiéis a boa terra onde possam frutificar em ações concretas a favor de uma educação integral e de qualidade.
Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida e como penhor de abundantes graças celestes que auxiliem as iniciativas nascidas a partir da Campanha da Fraternidade, concedo de bom grado a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham por uma educação mais fraterna, a Bênção Apostólica, pedindo que continuem a rezar por mim.
Roma, São João de Latrão, 10 de janeiro de 2022.
[Franciscus PP.] Fonte: https://www.vaticannews.va
O Papa: a confiança não deve ser colocada nas armas
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Em sua conta no Twitter @Pontifex, Francisco recorda uma frase da Encíclica "Fratelli tutti" para sublinhar a brutalidade da guerra e mais uma vez escolhe comunicar tanto em ucraniano quanto em russo.
Benedetta Capelli - Cidade do Vaticano
Uma vela é a imagem escolhida para acompanhar o tuíte do Papa Francisco da segunda-feira (28/02), mais uma vez também em ucraniano e russo, extraído do número 260 da Encíclica Fratelli tutti.
As razões da paz são mais fortes do que todo o cálculo de interesses particulares e toda a confiança posta no uso das armas.
Junto com a frase, também as hashtags #RezemosJuntos e #Ucrânia
Diplomacia e diálogo para a paz
"Resistamos na oração" é o comunicado cotidiano do chefe da Igreja greco-católica ucraniana, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, que fala também das atrocidades e do rosto desumano de quem mata, de uma guerra sangrenta, desumana e cruel. Lembrando que é o primeiro dia da Quaresma para quem segue o calendário gregoriano, Shevchuk destacou que será um tempo muito especial na espera da Ressurreição. Mais uma vez, agradeceu ao Papa pela proximidade expressa no Angelus e a todos aqueles que estão ajudando a Ucrânia. Há um forte apelo pelo fim da guerra que tem como alternativa a diplomacia e o diálogo, caminhos para alcançar a paz. “É preciso sentar-se à mesa das negociações”, concluiu o arcebispo.
As orações de Bartolomeu
Na conversa telefônica de segunda-feira com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, o presidente ucraniano, Zelensky, "descreveu a situação em seu país após a invasão militar da Rússia". O presidente Zelensky expressou gratidão pelas "demonstrações de apoio do Patriarcado Ecumênico à sua nação atribulada". Fonte: https://www.vaticannews.va
Francisco reza pelas vítimas das fortes chuvas em Petrópolis
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No telegrama, o Santo Padre pede ao bispo de Petrópolis, dom Gregório Paixão Neto, para "transmitir às famílias das vítimas as suas condolências e a sua participação na dor de todos os enlutados ou despojados de seus haveres".
Vatican News
O Papa Francisco enviou um telegrama de pesar ao bispo de Petrópolis, dom Gregório Paixão Neto, pelas vítimas do temporal, na última terça-feira (15/02), que causou até agora 120 mortos. Segundo a Polícia Civil, foram feitos 116 registros de desaparecimentos, mas não se sabe quantos desses já foram encontrados.
O texto, assinado pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, afirma que "ao tomar conhecimento com profundo pesar das trágicas consequências do deslizamento de terras nessa cidade", o Santo Padre "confia ao senhor bispo transmitir às famílias das vítimas as suas condolências e a sua participação na dor de todos os enlutados ou despojados de seus haveres. Pedindo a Deus Pai de misericórdia eterno repouso para os falecidos, conforto para os sinistrados aos quais deseja pronto restabelecimento e serenidade e consolação da esperança cristã para todos os atingidos pela dolorosa provação, envia a quantos estão em sofrimento e a quantos procuram aliviá-lo propiciadora bênção apostólica". Fonte: https://www.vaticannews.va
Guerra mundial: dá medo só de falar sobre isso
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Alguns grandes líderes mundiais começaram a falar sobre "Guerra Mundial", palavras causam medo e preocupação.
Sérgio Centofanti
O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu aos cidadãos do país para deixarem imediatamente a Ucrânia, porque "as coisas podem degenerar de repente. Será uma guerra mundial quando os estadunidenses e os russos começarem a disparar".
Dá medo só de ouvir falar em "guerra mundial". Trata-se de uma “loucura". Na Audiência Geral da última quarta-feira, 9, o Papa pediu aos presentes para continuar a rezar pela paz, diante das crescentes tensões sobre a crise ucraniana: "Não nos esqueçamos: a guerra é uma loucura!"
Francisco havia dito isso em outras ocasiões, como no encontro "Mediterrâneo, fronteira de Paz", realizado em Bari, em 23 de fevereiro de 2020:
A guerra (...) é contrária à razão (...) é uma loucura, porque é loucura destruir casas, pontes, fábricas, hospitais, matar pessoas e acabar com os recursos ao invés de construir relações humanas e econômicas. É uma loucura diante da qual não podemos nos resignar
Em 13 de setembro de 2014, durante a Missa que presidiu no Santuário Militar de Redipuglia, pelo centenário do início da Primeira Guerra Mundial, Francisco também disse com força:
A guerra é uma loucura. Enquanto Deus cuida da sua criação e nós, homens, somos chamados a colaborar na sua obra, a guerra destrói; destrói até mesmo o que Deus criou de mais belo: o ser humano. A guerra tudo transtorna, incluindo a ligação entre irmãos. A guerra é louca, propõe a destruição como plano de desenvolvimento: querer desenvolver-se através da destruição! A ganância, a intolerância, a ambição do poder... são motivos que impelem à opção bélica. E tais motivos são muitas vezes justificados por uma ideologia; mas, antes desta, existe a paixão, o impulso desordenado. A ideologia é uma justificação e, mesmo quando não há uma ideologia, pensa-se: «A mim, que me importa?». Tal foi a resposta de Caim: «Sou, porventura, guarda do meu irmão?» (Gn 4, 9). A guerra não respeita ninguém: nem idosos, nem crianças, nem mães, nem pais... «A mim, que me importa?». Por cima da entrada deste cemitério, campeia irônico o lema da guerra: «A mim, que me importa?». Todas as pessoas, que repousam aqui, tinham os seus projetos, tinham os seus sonhos... mas as suas vidas foram ceifadas. Por quê? Porque a humanidade disse: «A mim, que me importa?». E mesmo hoje, depois da segunda falência de outra guerra mundial, talvez se possa falar de uma terceira guerra combatida «por pedaços» com crimes, massacres, destruições...Como é possível isto? É possível, porque ainda hoje, nos bastidores, existem interesses, planos geopolíticos, avidez de dinheiro e poder; há a indústria das armas, que parece ser tão importante! E estes planificadores do terror, estes organizadores do conflito, bem como os fabricantes de armas escreveram no coração: «A mim, que me importa?». É próprio dos sábios reconhecer os erros, provar tristeza por eles, arrepender-se, pedir perdão e chorar.
No século passado, depois das palavras de Bento XV sobre o inútil massacre da Primeira Guerra Mundial e as de Pio XII sobre a Segunda, "nada se perde com a paz, mas tudo se perde com a guerra". Diante das ameaças de um conflito nuclear, em 1963, João XXIII escreveu na Pacem in terris:
O resultado é que os povos vivem em terror permanente, como sob a ameaça de uma tempestade que pode rebentar a cada momento em avassaladora destruição. Já que as armas existem e, se parece difícil que haja pessoas capazes de assumir a responsabilidade das mortes e incomensuráveis destruições que a guerra provocaria, não é impossível que um fato imprevisível e incontrolável possa inesperadamente atear esse incêndio. Além disso, ainda que o imenso poder dos armamentos militares afaste hoje os homens da guerra, entretanto, a não cessarem as experiências levadas a cabo com uns militares, podem elas pôr em grave perigo boa parte da vida sobre a terra.
Ao longo da história, vimos tantos estopins que causaram incêndios devastadores. Hoje, dá medo só em ouvir falar de "guerra mundial". Durante a guerra na Bósnia e Herzegovina, nos anos 90, muitos sobreviventes repetiam uma frase parecida, apesar de frontes diferentes: "Jamais teria imaginado que isto poderia acontecer novamente aqui”. Fonte: https://www.vaticannews.va
O Papa: pensar na morte nos ajuda a olhar a vida com novos olhos
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"É apenas através da fé na ressurreição que podemos olhar para o abismo da morte sem nos deixarmos dominar pelo medo. Não só: mas também podemos atribuir à morte um papel positivo", disse Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
"São José, padroeiro da boa morte" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (09/02).
Neste encontro semanal com os fiéis, Francisco "aprofundou a devoção especial que o povo cristão sempre teve por São José como padroeiro da boa morte". Essa devoção nasceu "do pensamento de que José morreu com a ajuda da Virgem Maria e de Jesus, antes que ele deixasse a casa de Nazaré". "Não há dados históricos", ressaltou o Papa, "mas como não se vê mais José na vida publica se pensa que ele morreu em Nazaré com a família e que Maria e Jesus o acompanharam na morte".
A pandemia de coronavírus colocou a morte em evidência
Amados irmãos e irmãs, talvez algumas pessoas pensem que esta linguagem e este tema sejam apenas uma herança do passado, mas na realidade a nossa relação com a morte nunca se relaciona com o passado, mas sempre com o presente. O Papa emérito Bento XVI disse nesses dias atrás, falando de si mesmo, que ele está diante da porta sombria da morte. É bonito agradecer ao Papa por ter essa lucidez aos 95 anos de dizer que está diante da porta sombria da morte. Um bom conselho ele nos dá! A chamada cultura do “bem-estar” procura remover a realidade da morte, mas de uma forma dramática a pandemia do coronavírus voltou a colocá-la em evidência. Foi triste, morte para todo lado. Muitos irmãos e irmãs perderam entes queridos sem poderem estar ao lado deles, e isto tornou a morte ainda mais difícil de aceitar e de elaborar. Uma enfermeira me disse que estava diante de uma senhora idosa que estava morrendo com Covid e ela disse que queria saudar os seus parentes antes de morrer. A enfermeira corajosa pegou o celular e ligou para os familiares. A ternura daquela despedida!
Segundo Francisco, "procuramos de todas as maneiras banir o pensamento da nossa finitude, iludindo-nos em pensar que podemos retirar o poder da morte e afastar o temor. A fé cristã não é uma forma de exorcizar o medo da morte, pelo contrário, nos ajuda a enfrentá-la. Antes ou depois todos nós passaremos por aquela porta".
O sudário não tem bolso
A seguir, o Papa disse que "verdadeira luz que ilumina o mistério da morte provém da ressurreição de Cristo. Existe uma certeza, Cristo ressuscitou, Cristo está vivo entre nós e esta luz nos espera atrás daquela porta sombria da morte".
"Prezados irmãos e irmãs, é apenas através da fé na ressurreição que podemos olhar para o abismo da morte sem nos deixarmos dominar pelo medo. Não só: mas também podemos atribuir à morte um papel positivo. De fato, pensar na morte, iluminada pelo mistério de Cristo, nos ajuda a olhar para a vida com novos olhos", disse ainda o Papa, acrescentando:
Nunca vi atrás de um carro fúnebre um caminhão de mudanças! Iremos sozinhos, sem nada no bolso do sudário, porque o sudário não tem bolso. Não tem sentido acumular se um dia morreremos. O que precisamos acumular é caridade, a capacidade de partilhar, de não ficar indiferentes às necessidades dos outros. De que serve discutir com um irmão, uma irmã, um amigo, um membro da família, ou um irmão ou irmã na fé, se um dia morreremos? De que adiante ficar bravo, ficar bravo com os outros? Diante da morte, tantas questões são redimensionadas. É bom morrer reconciliado, sem deixar ressentimentos e sem arrependimentos! Todos nós caminhamos em direção àquela porta.
Não podemos evitar a morte
Segundo Francisco, "para nós cristãos permanecem firmes duas considerações. A primeira é que não podemos evitar a morte, e por esta razão, depois de ter feito tudo o que era humanamente possível para curar a pessoa doente, é imoral envolver-se numa obstinação terapêutica". A segunda consideração diz respeito à qualidade da própria morte, da dor, do sofrimento. "Devemos ser gratos por toda a ajuda que a medicina procura dar, para que através das chamadas “curas paliativas”, cada pessoa que se está a preparar para viver a última parte da sua vida o possa fazer da forma mais humana possível. Contudo, devemos ter o cuidado de não confundir esta ajuda com desvios inaceitáveis que levam à morte. Devemos acompanhar as pessoas até à morte, mas não provocar a morte nem ajudar o suicídio. Saliento que o direito a cuidados e tratamentos para todos deve ser sempre uma prioridade, de modo a que os mais frágeis, particularmente os idosos e os doentes, nunca sejam descartados. A vida é um direito, não a morte, que deve ser acolhida, não administrada. E este princípio ético diz respeito a todos, e não apenas aos cristãos ou fiéis".
Os idosos são o tesouro da humanidade
A seguir, o Papa sublinhou um problema social, mas real: "planejamento". "Não sei se esta é a palavra certa", disse ele, "mas acelerar a morte dos idosos. Muitas vezes vemos numa determinada classe social que os idosos, por não terem meios, recebem menos medicamentos do que precisariam, e isto é desumano: isto não os ajuda, isto é levá-los à morte mais rapidamente. Isso não é humano nem cristão".
Os idosos devem ser tratados como um tesouro da humanidade: eles são a nossa sabedoria. Se eles não falam, e se são sem sentido, são o símbolo da sabedoria humana. São aqueles que nos precederam e nos deixaram muitas coisas bonitas, muitas lembranças, muita sabedoria. Por favor, não isole os idosos, não acelere a morte dos idosos. Cuidar de um idoso tem a mesma esperança que cuidar de uma criança, porque o início e o fim da vida é sempre um mistério, um mistério que deve ser respeitado, acompanhado e cuidado.
"Que São José nos ajude a viver o mistério da morte da melhor maneira possível. Para um cristão, a boa morte é uma experiência da misericórdia de Deus, que se aproxima de nós, até naquele último momento da nossa vida", concluiu o Papa. Fonte: https://www.vaticannews.va
O Papa: com Jesus se navega no mar da vida, sem medo
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"Todos os dias o barco de nossa vida deixa as margens de casa para navegar no mar das atividades cotidianas; todos os dias tentamos "pescar distante", cultivar sonhos, levar adiante os projetos, viver o amor em nossas relações. Mas, muitas vezes, como Pedro, vivemos a "noite de redes vazias", a desilusão de trabalhar tanto e não ver os resultados desejados", disse Francisco no Angelus deste domingo.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus deste domingo (06/02), com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
A liturgia deste domingo nos leva às margens do Lago da Galileia. "A multidão se aglomerou ao redor de Jesus enquanto alguns pescadores desiludidos, incluindo Simão Pedro, lavam suas redes depois de uma noite ruim de pesca. Eis que Jesus entra no barco de Simão; depois, o convida a ir e a lançar de novo as redes", disse o Pontífice, convidando-nos refletir sobre estas duas ações de Jesus: primeiro ele entra no barco e depois convida a avançar para o lago.
Navegar no mar das atividades cotidianas
"Jesus entra no barco de Simão. Para fazer o que? ", perguntou o Papa. "Para ensinar", respondeu ele. "Ele pede aquele barco, que não está cheio de peixe e voltou à margem vazio, depois de uma noite de trabalho e desilusão. É uma bela imagem para nós também", disse ainda Francisco.
Todos os dias o barco de nossa vida deixa as margens de casa para navegar no mar das atividades cotidianas; todos os dias tentamos "pescar distante", cultivar sonhos, levar adiante os projetos, viver o amor em nossas relações. Mas, muitas vezes, como Pedro, vivemos a "noite de redes vazias", a desilusão de trabalhar tanto e não ver os resultados desejados: "Tentamos a noite inteira, e não pescamos nada". Quantas vezes nós também ficamos com uma sensação de derrota, enquanto desilusão e amargura nascem no coração. Dois carunchos perigosos.
O Senhor é o Senhor das surpresas
"O que o Senhor faz então? Escolhe entrar no nosso barco", pois "de lá ele quer anunciar o Evangelho", frisou o Papa.
Aquele barco vazio, símbolo de nossa incapacidade, torna-se a "cátedra" de Jesus, o púlpito de onde proclama a Palavra. O Senhor ama fazer isso: o Senhor é o Senhor das surpresas, dos milagres nas surpresas; entrar no barco de nossa vida quando não temos nada para oferecer-lhe; entrar em nossos vazios e enchê-los com sua presença; usar a nossa pobreza para anunciar sua riqueza, nossas misérias para proclamar sua misericórdia. Lembremo-nos disso: Deus não quer um navio de cruzeiro, basta-lhe um pobre barco "em ruínas", desde que o acolhamos, sim acolhê-lo. Não importa qual barco, mas acolhê-lo.
"Mas nós o deixamos entrar no barco de nossa vida? Colocamos à sua disposição o pouco que temos?", perguntou ainda o Papa. "Às vezes nos sentimos indignos dele porque somos pecadores. Mas esta é uma desculpa que o Senhor não gosta, porque o afasta de nós! Ele é o Deus da proximidade, da compaixão, da ternura e não busca o perfeccionismo, busca o acolhimento." Segundo o Papa, Deus diz a você também: "Deixe-me entrar no barco da sua vida". "Mas, Senhor, olha... ". Deixe-me entrar assim como ela é". Pensemos!", sublinhou Francisco.
Há sempre algo bonito e corajoso que pode ser feito
Assim, o Senhor reconstrói a confiança de Pedro. Entrando no barco, depois de ter pregado, lhe disse: "Avance para águas mais profundas". "Não era um momento propício para pescar, mas Pedro confia em Jesus. Não se baseia nas estratégias dos pescadores, que ele conhecia bem, mas se baseia na novidade de Jesus. Aquele encanto que o movia a fazer o que Jesus lhe dizia. Para nós também é assim: se acolhermos o Senhor em nosso barco, poderemos avançar", sublinhou o Papa, reiterando que "com Jesus se navega no mar da vida sem medo, sem ceder à desilusão quando nada se pesca e sem se render ao 'não há mais nada que possa ser feito'".
Sempre, tanto na vida pessoal quanto na da Igreja e da sociedade, há algo bonito e corajoso que pode ser feito, sempre. Sempre podemos recomeçar, o Senhor sempre nos convida a voltar ao jogo porque Ele abre novas possibilidades. Portanto, aceitemos o convite: afastemos o pessimismo e a desconfiança e partamos com Jesus! Até o nosso pequeno barco vazio testemunhará uma pesca milagrosa.
O Papa concluiu, pedindo a Maria, que acolheu o Senhor no barco da vida, para que nos encoraje e interceda por nós. Fonte: https://www.vaticannews.va
Papa: diante de nossos fechamentos, Deus não coloca freios em seu amor
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Os longos anos de caminhada podem nos levar a pensar que conhecemos bem o Senhor, e assim nos fecharmos às suas novidades e surpresas, fixos em nossas posições. Para evitar isto, devemos ter a mente aberta e o coração simples e humilde: "O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor nos surpreende sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".
Jackson Erpen - Cidade do Vaticano
“Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade, nos mostre o caminho para acolher Jesus.” E para acolher as suas novidades, devemos purificar-nos no "rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis de humildade."
A reflexão do Papa Francisco no Angelus deste IV Domingo do Tempo Comum versa sobre a acolhida a Deus e seus desígnios, e parte do Evangelho de Lucas proposto pela Liturgia do dia, que “narra a primeira pregação de Jesus em sua cidade, Nazaré”, e "o êxito foi amargo", encontra "incompreensão e também hostilidade".
De afto, "seus conterrâneos, mais do que uma palavra de verdade – começa explicando Francisco aos fiéis reunidos na Praça São Pedro - queriam milagres, sinais prodigiosos”. Mas “o Senhor não realiza nenhum e eles o rejeitam, porque dizem que já o conhecem desde criança, que é o filho de José, e assim por diante”, o que leva Jesus a pronunciar a célebre frase: "Nenhum profeta é bem recebido em sua terra".
Deus não coloca freios em seu amor
Mas se Jesus, conhecendo o coração dos conhecidos e sabendo dos riscos que corria de ser rejeitado, por que foi pregar em sua cidade assim mesmo? - pergunta o Papa -, ”por que fazer o bem a pessoas que não estão dispostas a te acolher?”:
Essa é uma pergunta que também nós muitas vezes nos fazemos. Mas é uma pergunta que nos ajuda a compreender melhor Deus: Ele, diante de nossos fechamentos, não retrocede: não coloca freios em seu amor. Vemos um reflexo disso naqueles pais que têm consciência da ingratidão de seus filhos, mas nem por isso deixam de amá-los e de fazer-lhes o bem. Deus é assim, mas em um nível muito mais elevado. E hoje ele convida também a nós a acreditar no bem, a não deixar de fazer o bem.
Humildade e disponibilidade
“Eles não foram acolhedores, e nós?”. A hostilidade em relação a Jesus – observou Francisco - também nos provoca. E para ilustrar os “modelos de acolhida que Jesus propõe hoje a seus conterrâneos e a nós”, volta seu pensamento aos dois livros de Reis, que falam de dois estrangeiros – a viúva de Sarepta de Sidônia e Naamã, o sírio – que acolhem Elias – “apesar da fome e embora o profeta fosse perseguido político-religioso” e Eliseu – “que o levou a se humilhar, a banhar-se sete vezes no rio, como se fosse uma criança ignorante”.
Quer a viúva como Naamã, “acolheram com sua disponibilidade e humildade. O modo de acolher Deus é sempre ser disponível, acolhê-Lo e ser humilde". Ou seja, a fé passa pela “disponibilidade e humildade. Eles “não rejeitaram os caminhos de Deus e de seus profetas; foram dóceis, não rígidos e fechados”:
Irmãos e irmãs, também Jesus percorre o caminho dos profetas: apresenta-se como não esperávamos. Não o encontra quem procura milagres, se nós buscarmos milagres não encontraremos Jesus, que busca novas sensações, experiências íntimas, coisas estranhas, não! Quem busca uma fé feita de poder e sinais externos. Não, não o encontrará. Somente o encontra, por outro lado, quem aceita seus caminhos e seus desafios, sem lamentações, sem suspeitas, sem críticas e sem cara feia.
Para evitar fechamentos, o Senhor pede mente aberta e coração simples
Assim, Jesus nos pede para acolhê-Lo na realidade cotidiana, na Igreja de hoje, nos necessitados, nos problemas na família, nos pais, nos filhos, nos avós, "acolher Deus ali, onde Ele está, e nos convida a nos purificarmos no rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis de humildade. É preciso humildade para encontrar Deus, para deixar-se encontrar por Ele”:
E nós, somos acolhedores ou nos assemelhamos aos seus conterrâneos, que achavam que sabiam tudo sobre ele? 'Eu estudei teologia, fiz aquele curso de catequese...eu sei tudo sobre Jesus', como um "tolo"... Não seja tolo, tu não conheces Jesus. Quem sabe, depois de tantos anos sendo crentes, pensamos que conhecemos bem o Senhor, com nossas ideias e nossos julgamentos, tantas vezes. O risco é de nos acostumarmos com Jesus, fechando-nos às suas novidades, ao momento em que Ele bate à porta e te diz uma coisa nova, quer entrar em ti. Nós devemos sair desse estar fixos em nossas posições. O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor nos surpreende sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".
Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade - disse ao concluir - nos mostre o caminho para acolher Jesus. Fonte: https://www.vaticannews.va
O Papa: pais, não se espantem diante dos problemas dos filhos. Apelo pela paz na Ucrânia
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Na Audiência Geral desta quarta-feira, Francisco convidou aos pais, diante dos problemas dos filhos, a pensarem no Senhor, a pensarem em como José resolveu os problemas e a pedirem a José que os ajude. ".Nunca condenar um filho", acrescentou o Papa.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
"São José, homem que sonha" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (26/01), realizada na Sala Paulo VI.
O Papa explicou que "na Bíblia, como nas culturas dos povos antigos, os sonhos eram considerados um meio pelo qual Deus se revelava. O sonho simboliza a vida espiritual de cada um de nós, aquele espaço interior, que cada um é chamado a cultivar e a proteger, onde Deus se manifesta e muitas vezes nos fala".
Segundo o Papa, "devemos dizer que dentro de cada um de nós não existe apenas a voz de Deus: existem muitas outras vozes. Por exemplo, as vozes de nossos medos, experiências passadas, das esperanças; e há também a voz do maligno que quer nos enganar e confundir. Portanto, é importante ser capaz de reconhecer a voz de Deus no meio de outras vozes. José demonstra que sabe cultivar o silêncio necessário e tomar as decisões justas diante da Palavra que o Senhor lhe dirige interiormente".
A oração faz nascer em nós a intuição do caminho de saída
Para entender como nos colocar diante da revelação de Deus, o Papa retomou quatro sonhos relatados no Evangelho que têm José como protagonista.
No primeiro sonho, o anjo ajuda José a resolver o drama que o aflige ao saber da gravidez de Maria, quando o anjo lhe apareceu em sonho e lhe disse para não ter medo de receber Maria como esposa. A resposta de José foi imediata, pois quando acordou fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado.
Muitas vezes a vida nos coloca diante de situações que não entendemos e parecem sem solução. Rezar, nesses momentos, significa deixar que o Senhor nos mostre a coisa certa a ser feita. De fato, muitas vezes é a oração que faz nascer em nós a intuição do caminho de saída. Como resolver aquela situação. Queridos irmãos e irmãs, o Senhor nunca permite um problema sem nos dar também a ajuda necessária para enfrentá-lo. Ele não nos joga ali no forno sozinhos. Não nos joga no meio dos animais ferozes. Não. O Senhor quando nos faz ver um problema ou revela um problema, nos dá sempre sua ajuda, sua presença para sair, para resolvê-lo.
A coragem de José para enfrentar as dificuldades
O segundo sonho revelador de José ocorre quando a vida do menino Jesus está em perigo. Ele pegou o menino Jesus e sua mãe e fugiram para o Egito e ficaram lá até a morte de Herodes.
Na vida fazemos experiência de perigos que ameaçam nossa existência ou a de quem amamos. Nessas situações, rezar significa escutar a voz que pode fazer nascer em nós a coragem de José para enfrentar as dificuldades sem sucumbir.
O medo também precisa da nossa oração
No Egito, José espera de Deus o sinal para poder voltar para casa. Este é o conteúdo do terceiro sonho. O anjo lhe revela que aqueles que queriam matar o menino morreram e ordena a José de partir com Maria e Jesus e retornar à sua pátria. Mas na viagem de volta, "quando soube que Arquelau reinava na Judéia, como sucessor de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá". Depois de receber aviso em sonho, José partiu para a região da Galileia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Esta é a quarta revelação.
O medo também faz parte da vida e ele também precisa da nossa oração. Deus não nos promete que não teremos mais medo, mas que, com sua ajuda, o medo não será o critério de nossas decisões. José experimenta o medo, mas Deus também o guia através do medo. O poder da oração ilumina as situações sombrias.
Os pais diante dos problemas dos filhos
A seguir, o Papa recordou "as muitas pessoas que são esmagadas pelo peso da vida e não conseguem mais esperar e nem rezar. Que São José as ajude a abrir-se ao diálogo com Deus, para reencontrar luz, força e paz".
Francisco recordou também "os pais diante dos problemas dos filhos. Filhos doentes, com doenças permanentes. Quanta dor ali! Pais que veem orientações sexuais diferentes nos filhos, como lidar com isso e acompanhar os filhos e não se esconder no comportamento de condenação. Pais que veem os filhos morrerem por causa de uma doença, e o mais triste, vemos todos os dias nos jornais, os jovens que fazem travessuras e morrem em acidentes de carro. Pais que veem os filhos não prosseguirem na escola, muitos problemas dos pais. Pensemos em como ajudá-los. A esses pais eu digo que não se espantem. Há muita dor, muita, mas pensem no Senhor, pensem em como José resolveu os problemas e peçam a José que os ajude. Nunca condenar um filho".
O Papa recordou as mães que visitam os filhos nas prisões. Uma mãe diante de um filho que errou e está preso, mas não o deixa sozinho, dá a cara e o acompanha. Esta coragem de pai e mãe que acompanham o filho sempre.
A oração não é um gesto abstrato ou intimista
O Papa concluiu, dizendo que "a oração nunca é um gesto abstrato ou intimista, como querem fazer estes movimentos espiritualistas mais gnósticos do que cristãos, não é isso. A oração está sempre indissoluvelmente ligada à caridade. Somente quando unimos o amor à oração, amor pelo filho e pelo próximo, conseguimos compreender as mensagens do Senhor. José rezava, trabalhava e amava, e por isso sempre recebeu o necessário para enfrentar as provações da vida. Confiemo-nos a ele e à sua intercessão".
Apelo pela paz na Ucrânia
No final da Audiência Geral, o Papa convidou a rezar pela paz na Ucrânia, e a fazê-lo muitas vezes durante este dia:
Peçamos ao Senhor com insistência que aquela terra possa ver florescer a fraternidade e superar feridas, medos e divisões. Que as orações e súplicas, que hoje se elevam ao Céu, toquem as mentes e os corações dos responsáveis na terra, para que façam prevalecer o diálogo, e o bem de todos seja colocado acima dos interesses de parte. Rezemos pela paz com o Pai Nosso: é a oração dos filhos que se dirigem ao mesmo Pai, é a oração que nos faz irmãos, é a oração dos irmãos que imploram reconciliação e concórdia. Fonte: https://www.vaticannews.va
A homilia deve despertar e não adormecer a alma, disse o Papa no Angelus
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No Domingo da Palavra de Deus, Francisco da importância do "hoje" de Deus e se dirigiu de modo especial aos pregadores, que devem apresentar o Evangelho sem moralismos e conceitos abstratos.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
O Angelus deste domingo ensolarado e frio em Roma foi marcado por uma proposta do Papa Francisco: ler todos os dias um pequeno trecho do Evangelho de Lucas.
Aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice comentou o Evangelho da Liturgia de hoje, quando Jesus inaugura a sua pregação.
O "hoje" de Deus
Ele vai até Nazaré, onde cresceu, e participa da oração na sinagoga, lendo um trecho do livro do profeta Isaías. E Jesus assim começa: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura”.
O Papa concentrou sua reflexão sobre a palavra hoje, que indica todas as épocas e permanece sempre válido. A profecia de Isaías remontava a séculos antes, mas Jesus "com a potência do Espírito" a torna atual e, sobretudo, a leva a termo.
Os conterrâneos de Jesus ficaram impressionados com a sua palavra, intuem que Nele há “algo a mais”, que é a unção do Espírito Santo.
“Às vezes, acontece que as nossas pregações e os nossos ensinamentos permaneçam genéricos, abstratos, não tocam a alma e a vida das pessoas. Por quê? Porque não tem a força deste hoje, aquele que Jesus 'preenche de sentido' com a potência do Espírito.”
As homilias: momentos para despertar, não adormecer
A pregação corre este risco: “Também muitas homilias - o digo com respeito, mas com dor - são abstratas e ao invés de despertarem a alma, a adormecem”, constatou o Papa, com os fiéis que começam a olhar o relógio se perguntando: "Quando isso vai terminar?". Sem a unção do Espírito, acrescentou Francisco, empobrece a Palavra de Deus, escorrega no moralismo e em conceitos abstratos; apresenta o Evangelho como distante, como se estivesse fora do tempo, longe da realidade.
“Mas uma palavra em que não pulsa a força do hoje não é digna de Jesus e não ajuda a vida das pessoas. Por isso, quem prega é o primeiro que deve experimentar o hoje de Jesus, de modo que possa comunica-lo no hoje dos outros.”
Uma proposta: a leitura diária do Evangelho de Lucas
Neste Domingo da Palavra de Deus, o Papa fez um agradecimento a todos os pregadores e os anunciadores do Evangelho, fazendo os votos de que vivam o hoje de Jesus.
“Lembremo-nos: a Palavra transforma um dia qualquer no hoje em que Deus nos fala”, disse ainda Francisco, convidando a ler diariamente o Evangelho, pois assim descobrimos que as palavras ali contidas foram feitas propositadamente para nós. E o Papa fez então uma proposta:
“Nos domingos deste ano litúrgico é proclamado o Evangelho de Lucas, o Evangelho da misericórdia. Por que não lê-lo, mesmo individualmente, um pequeno trecho todos os dias? Vamos nos familiarizar com o Evangelho, nos trará a novidade e a alegria de Deus!”
É a Palavra também que guiará o percurso sinodal que a Igreja há pouco empreendeu, disse Francisco, dando ressalto à palavra "discernimento". Que Nossa Senhora, concluiu, nos obtenha a constância para nos nutrir todos os dias do Evangelho.
A unidade por intercessão de Irineu
Depois do Angelus, o Papa citou a proclamação esta semana de Santo Irineu de Lyon como Doutor da Igreja, no contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
"A doutrina deste Santo pastor e mestre é como uma ponte entre Oriente e Ocidente: por isso, o indicamos como Doutor da Unidade, Doctor Unitatis. Que o Senhor nos conceda, por sua intercessão, trabalhar todos juntos pela plena unidade dos cristãos." Fonte: https://www.vaticannews.va
Papa: a revolução da ternura, modo inesperado de fazer justiça
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A ternura paterna foi o tema da catequese do Papa na desta quarta-feira (19/01), na Sala Paulo VI. Mais uma vez, Francisco falou da "revolução da ternura" e mencionou de modo especial a condição dos encarcerados. "É justo qe quem errou pague, mas é ainda mais justo que possa se redimir."
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
São José, pai na ternura: este foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, 19 de janeiro.
O Pontífice recordou que não há nos Evangelhos relatos explícitos de como são José exerceu sua paternidade. Todavia, é possível compreender algo a partir do próprio Jesus, que sempre usou a palavra “pai” para falar de Deus e do seu amor.
Entre as muitas parábolas que tem a figura paterna como protagonista, Francisco citou a do Pai misericordioso e o acolhimento ao filho pródigo, narrada por Lucas.
O filho estava à espera de uma punição, contentando-se em ser tratado como um dos criados; e, ao contrário, vê-se abraçado pelo pai. “A ternura é algo maior do que a lógica do mundo”, comentou o Papa. “É um modo inesperado de fazer justiça.”
Deus não se assusta com nossos pecados
Por isso, acrescentou o Pontífice, jamais devemos esquecer que Deus não se assusta com nossos pecados:
“Vamos colocar isso na nossa cabeça: Deus não se assusta com nossos pecados, é maior do que os nossos pecados. É pai, é amor, é terno. Não se assusta com nossos pecados, nossos erros, nossas quedas, mas se assusta com o fechamento do nosso coração - isto sim O faz sofrer - com a nossa falta de fé no seu amor.”
Francisco contou uma encenação de uma peça teatral feita por jovens sobre a parábola do filho pródigo. O jovem pediu um lenço branco na janela como sinal de que o pai o havia perdoado. Mas quando regressou, encontrou a casa repleta de lenços. "Assim é a misericórdia de Deus. (...) Todos nós temos contas para resolver, mas fazer as contas com Deus é algo belíssimo, porque nós começamos a falar e Ele nos abraça. A ternura."
Há uma grande ternura na experiência do amor de Deus, disse ainda Francisco, convidando os fiéis a lembrarem quando experimentaram esta ternura e se, por nossa vez, nos tornamos suas testemunhas. A ternura não é uma questão emotiva ou sentimental: é a experiência de sentir-se amados. Por isso é importante encontrar a Misericórdia de Deus, especialmente no Sacramento da Reconciliação. "Deus sempre nos perdoa, somos nós que nos cansamos de pedir perdão."
Revolução da ternura para não confundir redenção com punição
O Papa concluiu afirmando que nos fará bem espelharmo-nos na paternidade de José e nos questionar se permitimos ao Senhor de nos amar com a ternura.
“Sem esta ‘revolução da ternura’, corremos o risco de permanecer prisioneiros numa justiça que não permite erguer-se facilmente e que confunde a redenção com a punição”, disse ainda Francisco, dirigindo seu último pensando aos encarcerados:
“É justo que quem errou pague pelo próprio erro, mas é ainda mais justo que quem errou possa redimir-se do próprio erro. Não podem existir condenações sem 'janelas' de esperança. (...) Rezemos pelos encarcerados, para que nessas 'janelas' de esperança encontrem uma saída rumo a uma vilda melhor.”
E como tem feito neste ciclo dedicado a São José, o Pontífice concluiu a catequese com uma oração:
"São José, pai na ternura,
ensinai-nos a aceitar que somos amados precisamente naquilo que é mais débil em nós.
Concedei que não coloquemos qualquer obstáculo
entre a nossa pobreza e a grandeza do amor de Deus.
Suscitai em nós o desejo de nos aproximarmos do Sacramento da Reconciliação,
para que possamos ser perdoados e também que nos tornemos capazes de amar com ternura os nossos irmãos e irmãs na sua pobreza.
Estai próximo daqueles que erraram e que pagam o preço por isso;
ajudai-os a encontrar, juntamente com a justiça, a ternura para recomeçar.
E ensinai-lhes que a primeira maneira de recomeçar
é pedir sinceramente perdão, para sentir a carícia do Pai.". Fonte: https://www.vaticannews.va
A oração abre o céu, disse Francisco no Angelus
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A oração abre o céu, disse Francisco no Angelus
Comentando o Batismo de Jesus no rio Jordão, o Papa destacou a atitude de Cristo sempre em oração. “Rezar é a forma de deixar Deus agir em nós, de compreender o que Ele quer comunicar-nos mesmo nas situações mais difíceis, para ter a força para continuar.”
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Como vai a minha oração? Esta foi a pergunta que o Papa dirigiu aos milhares de fiéis presentes na Praça São Pedro para a oração do Angelus dominical.
O Evangelho da liturgia de hoje fala do início da vida pública de Jesus, que começa com o Batismo no rio Jordão.
Francisco convidou os fiéis a se deterem num ponto específico, quando o Evangelho de Lucas relata que naquele momento Jesus “estava em oração" (Lc 3,21).
E isso se repete inúmeras vezes: no início de cada dia, muitas vezes à noite, antes de tomar decisões importantes Cristo está sempre em oração – o que revela uma relação íntima com o Pai.
Para Francisco, se trata de um grande ensinamento para nós, pois estamos todos imersos nos problemas da vida e em muitas situações emaranhadas, chamados a enfrentar momentos e escolhas difíceis que nos puxam para baixo.
Mas se não quisermos ser esmagados, precisamos elevar tudo para o alto. E é precisamente isto que a oração faz, que não é uma via de fuga nem um ritual mágico ou uma repetição de cânticos aprendidos de cor.
“Rezar é a forma de deixar Deus agir em nós, de compreender o que Ele quer comunicar-nos mesmo nas situações mais difíceis, para ter a força para continuar.”
Oração: diálogo, silêncio e grito
A oração, continuou Francisco, nos ajuda porque nos une a Deus, abre-nos a um encontro com Ele. “Sim, a oração é a chave que abre o coração ao Senhor.” É dialogar com Deus, é ouvir a sua Palavra, é adorar: ficar em silêncio e confiar-Lhe o que estamos vivendo. E por vezes é também gritar a Ele como Jó, para desabafar com Deus. "Ele nos entende bem, jamais fica bravo conosco."
Caros irmãos e irmãs, a oração - para usar uma bela imagem do Evangelho de hoje - "abre o céu": dá oxigênio à vida, respiro mesmo no meio dos afãs, e faz-nos ver as coisas de modo mais amplo.
Acima de tudo, permite-nos fazer a mesma experiência de Jesus no Jordão: faz-nos sentir como crianças amadas pelo Pai. Por isso, é importante saber a data do batismo, disse o Papa, convidando os fiéis a se informarem a respeito e refletirem:
“E hoje perguntemo-nos: como vai a minha oração? Será que rezo por hábito, sem querer, apenas recitando fórmulas? Ou será que cultivo a intimidade com Deus, diálogo com Ele, escuto a Sua Palavra?”
Entre as muitas coisas que fazemos, concluiu o Papa, não negligenciemos a oração: “Dediquemos tempo a ela, utilizemos invocações curtas para repetir com frequência, leiamos o Evangelho todos os dias”. Fonte: https://www.vaticannews.va
Papa batiza 16 crianças: com a alma "descalça" para receber a força de Jesus
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A Capela Sistina voltou a abrigar uma das celebrações mais sugestivas do ano, que não foi realizada no ano passado devido à pandemia. O Papa Francisco batizou 16 recém-nascidos, que recebem assim "a força de Jesus" para ir avante na vida.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Choros, fraldas e chupetas em meio à obra-prima dos afrescos da Capela Sistina: assim foi a missa presidida pelo Papa Francisco na festa do Batismo do Senhor.
Os protagonistas da cerimônia, como disse o Pontífice na homilia, foram os dezesseis recém-nascidos, filhos de funcionários do Vaticano, que receberam o Sacramento da iniciação cristã.
Nesta ocasião, Francisco faz sua reflexão sem um texto pré-escrito e neste domingo se inspirou num hino litúrgico que fala que o povo de Israel ia ao Jordão com os pés e a alma “descalços”, isto é, uma alma que desejava ser banhada por Deus, que não tinha nenhuma riqueza, que necessitava de Deus.
“Essas crianças hoje vêm aqui também com a alma descalça para receber a justificação de Deus, a força de Jesus, a força de ir avante na vida, receber a identidade cristã. É isto, simplesmente.”
Cabe aos pais e padrinhos proteger esta identidade, prosseguiu Francisco, esta é a tarefa de toda a vida e de todos os dias: “Fazê-los crescer com a luz que hoje receberão”.
“Esta é a mensagem de hoje: custodiar a identidade cristã.”
"Espírito de grupo"
Depois, como sempre faz nesta cerimônia, o Santo Padre deixou os pais à vontade para acudir os bebês. “Se tiverem fome, amamentem tranquilamente aqui, diante do Senhor”, disse às mães. “Não há problema.”
E se chorarem, “deixem gritar”, porque as crianças têm um espírito de comunidade, podemos dizer um “espírito de grupo”, brincou o Papa. Basta que um comece a chorar para que a orquestra dos demais acompanhe.
“E assim, com esta paz, vamos em frente nesta cerimônia e não esqueçam: receberão a identidade cristã e sua tarefa será custodiar esta identidade cristã.” Fonte: https://www.vaticannews.va
Bispo italiano dispensa presença de padrinhos em batismos e crismas
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Perderam o significado. Tudo se tornou aparência: bispo italiano dispensa presença de padrinhos em batismos e crismas
Com um decreto que entrou em vigor no início do ano, o bispo de Mazara del Vallo determinou a suspensão da presença de padrinhos e madrinhas na celebração do Sacramento do Batismo para crianças, Confirmação e Iniciação Cristã para adultos. "É apenas uma figura formal e desprovida de significado. Tudo se tornou aparência”, lamenta o prelado. A decisão segue aquela já adotada por outras dioceses italianas.
Federico Piana- Cidade do Vaticano
“Havíamos chegamos ao ponto que muitos padrinhos e madrinhas, durante a celebração, sequer comungavam”. Dom Domenico Mogavero não mede as palavras para chegar ao cerne do problema: “O ofício de padrinho - afirma - perdeu o seu sentido original, limitando-se a uma presença litúrgica puramente formal”.
Eis porque na sua diocese siciliana de Mazara del Vallo, que dirige há quinze anos, determinou a suspensão da presença de padrinhos e madrinhas na celebração do Sacramento do Batismo para crianças, da Confirmação e da Iniciação Cristã para adultos.
O decreto, em vigor de 1° de janeiro último 'ad experimentum' até 2024, segue aqueles já adotados por outras dioceses italianas e estabelece que serão “os pais ou os responsáveis pela preparação religiosa do batismo a acompanhar, diante do presbitério, aqueles que devem receber o Batismo ou a Crisma”. “Hoje – diz o prelado - padrinhos e madrinhas se tornaram figuras irrelevantes. Não se escolhe um homem ou uma mulher como ponto de referência por seu testemunho de fé”.
É uma figura que se esvaziou de sentido?
Certamente. No passado, especialmente na Igreja antiga, era significativo. Hoje se tornou uma figura que criou problemas, também em pessoas que não dão um testemunho de fé profunda. Houve casos de hipocrisia e falsidade: muitas pessoas, por exemplo, não revelaram sua condição de divorciados-casados novamente ou de estarem afastados da fé e da prática religiosa. Percebemos que tudo se tornou uma aparência. Deve ser ressaltado que o Código de Direito Canônico não impõe, nas celebrações, a presença de padrinho e madrinha.
Também a escolha se tornara formal?
Era feita de forma emocional e, às vezes, infantil. Várias vezes aconteceu-me que me pediram dispensa da idade útil para ser padrinho, para colegas de classe de doze anos ou para amiguinhos para brincar. Nem mesmo os crismandos se dão conta qual é o verdadeiro papel dos padrinhos e das madrinhas.
E depois, quase sempre, os padrinhos e madrinhas desaparecem após a cerimônia, quando, ao invés disso, deveriam acompanhar, por toda a vida, aquela pessoa que lhes foi confiada...
Trago um testemunho concreto, dado logo após que foi emitido o concreto. Em junho, quando anunciei minha intenção de emitir este decreto, uma pessoa me encontrou e me disse: faz quarenta anos que não vejo meu padrinho. Portanto, tomamos a decisão a partir de uma situação que já se tornou clara, ocupando-nos assim da dignidade dos sacramentos e do valor do testemunho cristão que não pode ser abandonado.
A figura dos padrinhos e das madrinhas poderá ser recuperada?
Depende muito de nós. Fomos nós - padres, bispos e comunidades cristãs - que assistimos ao esvaziamento de sentido destas figuras, sem opor nenhuma resistência. Quando percebemos que os padrinhos e madrinhas haviam se transformado em figuras coreográficas - servem apenas para dar um belo presente - deveríamos ter reagido para reverter a tendência. Nada fizemos e agora devemos ter a coragem de tomar uma decisão e de recomeçar com a presença dos catequistas e daqueles que preparam para a Crisma e os Sacramentos da Iniciação Cristã. Valorizamos essas figuras, deixando claro como são importantes também no caminho de aprendizagem e de testemunho do crismando ou do iniciado adulto. E se, um dia, alguém quiser resgatar a figura dos padrinhos do ponto de vista doutrinal e teológico, tudo bem: mas é preciso devolver a eles o verdadeiro sentido da missão. Fonte: https://www.vaticannews.va
O Papa: defender a inocência das crianças dos Herodes de hoje
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Hoje, 28 de dezembro, é a memória litúrgica dos Santos Inocentes. Num tuíte, Francisco convida a rezar e defender as crianças dos "novos Herodes" que destroem sua inocência.
Isabella Piro – Vatican News
“Os novos Herodes dos nossos dias destroem a inocência das crianças sob o peso do trabalho escravo, da prostituição e da exploração, das guerras e da emigração forçada. #RezemosJuntos hoje por estas crianças e defendamo-las. #SantosInocentes.
Foi o que tuitou o Papa Francisco em sua conta @Pontifex na memória litúrgica dos Santos Inocentes celebrada nesta terça-feira (28/12), que lembra as crianças de Belém de até dois anos, mortas pelo Rei Herodes a fim de eliminar o Menino Jesus, anunciado pelas profecias como o Messias e novo rei de Israel.
152 milhões os menores obrigados a trabalhar
Hoje, como no passado, os Herodes ainda são muitos e há muitas armas que eles usam para destruir a inocência das crianças. Segundo o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicado em março de 2021, ainda existem 152 milhões de crianças e adolescentes, 64 milhões são meninas e 88 milhões são meninos, vítimas do trabalho infantil. Metade deles, 73 milhões, são obrigados a realizar trabalhos perigosos que põem em risco sua saúde, segurança e desenvolvimento moral. Muitos deles vivem em contextos de guerra e desastres naturais onde lutam para sobreviver, revistando nos destroços ou trabalhando nas ruas. Outros são recrutados como crianças soldados para lutar em guerras travadas por adultos.
Os "comerciantes da morte" devoram a inocência das crianças
Um fenômeno dramático e inaceitável contra o qual o próprio Papa Francisco levantou a voz em 2016, numa Carta aos bispos publicada em 28 de dezembro daquele ano: convidando os prelados a terem a coragem de defender os menores de tudo que "devora" sua inocência, o Pontífice recordou que "milhares de nossas crianças caíram nas mãos de bandidos, máfias, comerciantes da morte que só exploram as suas necessidades". Francisco citou os milhões de crianças sem instrução, vítimas do "tráfico sexual", menores obrigados a "viver fora de seus países por causa do deslocamento forçado", crianças que morrem de desnutrição e vítimas do trabalho escravo.
Nunca mais essas atrocidades!
"Se a situação mundial não mudar", escreveu o Papa, citando estimativas do UNICEF, "em 2030 haverá 167 milhões de crianças que viverão na pobreza extrema, 69 milhões de crianças menores de 5 anos que morrerão até 2030 e 60 milhões de crianças que não poderão frequentar a escola primária". Francisco não esqueceu “o sofrimento, a história e a dor dos menores abusados sexualmente por sacerdotes”: “Um pecado que nos envergonha”, sublinhou, que devemos “deplorar profundamente” e pelo qual “pedimos perdão”. Daí o apelo do Pontífice a "renovar todos os nossos compromissos para que estas atrocidades não aconteçam mais entre nós".
"O nosso silêncio é cúmplice"
As palavras de Francisco de 2016 recordam as da mensagem Urbi et Orbi do Natal de 2014, durante a qual o Pontífice dirigiu um pensamento a "todas as crianças mortas e maltratadas hoje, as que são antes de verem a luz, privadas do amor generoso dos pais e sepultadas no egoísmo de uma cultura que não ama a vida, as crianças deslocadas por guerras e perseguições, abusadas e exploradas diante de nossos olhos e de nosso silêncio cúmplice; e as crianças massacradas sob os bombardeios, inclusive onde nasceu o filho de Deus”. "Ainda hoje o seu silêncio impotente grita sob a espada de tantos Herodes", sublinhou Francisco. Hoje, a sombra de Herodes está presente sobre o seu sangue. Realmente, há muitas lágrimas neste Natal, junto com as lágrimas do Menino Jesus!”
O recurso da oração
Mas há uma resposta a tudo isso, "à tragédia da matança de seres humanos indefesos, ao horror do poder que despreza e reprime a vida"? A oração é certamente um recurso, como o próprio Papa explicou na Audiência Geral de 4 de janeiro de 2017: "Quando alguém vem a mim e me faz perguntas difíceis, por exemplo: 'Diga-me, Padre: por que as crianças sofrem?', eu realmente não sei o que responder. Eu só digo: 'Olhe para o Crucifixo: Deus nos deu seu Filho, Ele sofreu, e talvez ali você encontrará uma resposta'. (...) Somente olhando para o amor de Deus que dá seu Filho, que oferece sua vida por nós, ele pode indicar alguma forma de consolo; sua Palavra é definitivamente uma palavra de consolo, porque nasce do pranto". Fonte: https://www.vaticannews.va
O Papa: levar a alegria de Jesus é o primeiro ato de caridade que podemos fazer ao próximo
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"Aprendamos de Nossa Senhora esta maneira de reagir: levantar-se, especialmente quando as dificuldades ameaçam nos esmagar. Levantar-se, para não ficar atolado nos problemas, afundando na autopiedade e caindo numa tristeza que nos paralisa. Olhemos ao nosso redor e procuremos alguém a quem possamos ajudar! Conheço algum idoso a quem possa fazer um pouco de companhia, um serviço, uma gentileza, um telefonema? Cada um pense nisso", disse Francisco.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (19/12), com os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.
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Na alocução que precedeu a oração, o Santo Padre recordou que o Evangelho deste domingo, IV Domingo do Advento, narra a visita de Maria a Isabel. Segundo Francisco, ao receber "o anúncio do anjo, a Virgem não fica em casa, pensando no que aconteceu e considerando os problemas e imprevistos, que certamente não faltaram. Pelo contrário, a primeira coisa que ela pensa é nos necessitados". "Em vez de ficar curvada sobre seus problemas", sublinhou o Papa, Maria "pensou em Isabel sua parente em idade avançada e grávida, uma coisa estranha, milagrosa. Maria parte com generosidade, sem se deixar amedrontar pelo desconforto do trajeto, respondendo a um impulso interior que a chama a estar perto e ajudar. Uma longa estrada, quilômetros e quilômetros. Não havia ônibus naquela época. Ela foi a pé. Ela saiu para ajudar. Como? Partilhando a alegria".
Maria doa a Isabel a alegria de Jesus
Maria doa a Isabel a alegria de Jesus, a alegria que ela carregava em seu coração e no ventre. Vai até ela e proclama os seus sentimentos, e esta proclamação dos sentimentos passou depois a ser uma oração, o Magnificat que todos nós conhecemos. O texto diz que Nossa Senhora "se levantou e foi às pressas. Ela se levantou e foi.
Na última etapa do caminho do Advento, Francisco nos convidou a deixarmo-nos guiar por estes dois verbos: "Levantar-se e caminhar às pressas. Estes são os dois movimentos que Maria fez e que nos convida a fazer em vista do Natal. Primeiramente, levantar-se. Depois do anúncio do anjo, se aproxima um período difícil para a Virgem: a gravidez inesperada a expôs a incompreensões, a punições severas, até mesmo à lapidação, na cultura daquele tempo. Imaginemos quantos pensamentos e perturbações ela teve! No entanto, ela não desanimou, não se abateu, mas se levantou. Não olhou para baixo para os seus problemas, mas para o alto, para Deus".
Levantar-se e ajudar os outros
"Não pensou em quem pedir ajuda, mas a quem levar ajuda. Sempre pensando nos outros: Maria é assim. Pensa nas necessidades dos outros. Ela fará o mesmo nas Bodas de Caná, quando vê que falta o vinho. É um problema dos outros, mas ela pensa nisso e procura encontrar uma solução. Maria pensa sempre nos outros, pensa em nós", disse ainda o Papa, acrescentando:
Aprendamos de Nossa Senhora esta maneira de reagir: levantar-se, especialmente quando as dificuldades ameaçam nos esmagar. Levantar-se, para não ficar atolado nos problemas, afundando na autopiedade e caindo numa tristeza que nos paralisa. Olhando para dentro e ficando na tristeza. Mas, por que se levantar? Porque Deus é grande e está pronto para nos reerguer, se nós estendermos a mão a Ele. Portanto, deixemos a Ele os pensamentos negativos, os medos que bloqueiam cada impulso e nos impedem de seguir em frente. E depois façamos como Maria: olhemos ao nosso redor e procuremos alguém a quem possamos ajudar! Conheço algum idoso a quem eu possa fazer um pouco de companhia, um serviço, uma gentileza, um telefonema? Cada um pense nisso. A quem posso ajudar? Eu me levanto e ajudo. Ajudando os outros, ajudaremos a nós mesmos a nos levantar das dificuldades.
Olhar em frente com confiança
A seguir, o Papa citou o segundo movimento de Maria: caminhar às pressas.
Isto não significa proceder com agitação, de forma ofegante, não quer dizer isso. Trata-se de conduzir nossos dias com um passo alegre, olhando em frente com confiança, sem nos arrastarmos com má vontade, escravos das reclamações, aquelas reclamações que arruínam muitas vidas, porque a pessoa coloca aquilo dentro e reclama, reclama. As reclamações levam a procurar sempre alguém a quem culpar.
"O caminho da casa de Isabel, Maria prossegue com o passo rápido de alguém cujo coração e vida estão cheios de Deus, cheios de sua alegria. Então nos perguntemos: como está meu "passo"? Sou ativo ou fico na melancolia, na tristeza? Sigo em frente com esperança ou paro para sentir pena de mim mesmo? Se continuarmos com o passo cansado de resmungo e fofoca, não levaremos Deus a ninguém. Levaremos somente amargura e coisas obscuras. Em vez disso, é tão bom cultivar um humor saudável, como fez, por exemplo, São Tomás Moro ou São Filipe Neri. Peçamos esta graça, a graça do humor saudável. Faz muito bem", disse o Papa, convidando a não nos esquecer "que o primeiro ato de caridade que podemos fazer ao nosso próximo é oferecer-lhe um rosto sereno e sorridente. É levar a ele a alegria de Jesus, como Maria fez com Isabel".
"Que a Mãe de Deus nos pegue pela mão, nos ajude a nos levantar e a caminhar às pressas para o Natal", concluiu o Papa. Fonte: https://www.vaticannews.va
O Papa: Advento, esperar o Senhor com alegria mesmo em meio às tribulações
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“Erguei-vos e levantai a cabeça porque é justamente nos momentos em que tudo parece estar acabado que o Senhor vem para nos salvar; esperá-lo com alegria mesmo em meio às tribulações, nas crises da vida e nos dramas da história”, exortou o Papa comentando a liturgia desde I Domingo do Advento, em preparação para o Natal do Senhor
Raimundo de Lima - Vatican News
O Papa Francisco conduziu a oração do Angelus ao meio-dia deste domingo - o I Domingo do Advento - com os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro. Na alocução que precedeu a oração mariana, comentando o Evangelho da liturgia do dia ressaltou-nos que o mesmo nos fala da vinda do Senhor no final dos tempos.
“Jesus anuncia eventos desoladores e tribulações, mas justamente neste ponto nos convida a não ter medo. Por quê? Porque tudo vai correr bem? Não, mas porque Ele virá, disse Francisco destacando uma passagem do Evangelho:
Ele diz: "Erguei-vos e levantai a cabeça, pois está próxima a vossa libertação" (Lc 21,28). É bom ouvir esta palavra de encorajamento: erguei-vos e levantai a cabeça porque é justamente nos momentos em que tudo parece estar acabado que o Senhor vem para nos salvar; esperá-lo com alegria mesmo em meio às tribulações, nas crises da vida e nos dramas da história.
Jesus nos mostra o caminho
Mas como levantar a cabeça, como não nos deixarmos absorver por dificuldades, pelos sofrimentos, pelas derrotas? – perguntou o Santo Padre.
Jesus nos mostra o caminho com um forte apelo: "Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados. Ficai acordados, portanto, orando em todo momento". "Ficai acordados": a vigilância. Detenhamo-nos sobre este importante aspecto da vida cristã, convidou o Pontífice.
Estar vigilantes
Pelas palavras de Cristo, vemos que a vigilância está ligada à atenção: cuidado, não se distraiam, ou seja, fiquem acordados! Vigilar significa isto: não permitir que o coração se torne preguiçoso e que a vida espiritual se enfraqueça na mediocridade. Ter cuidado porque se pode ser "cristãos adormecidos", sem impulso espiritual, sem ardor na oração, sem entusiasmo pela missão, sem paixão pelo Evangelho. E isto leva a "adormecer": a continuar com as coisas por inércia, a cair na apatia, indiferentes a tudo, exceto ao que nos convém.
Precisamos estar vigilantes para não arrastar nossos dias para o hábito, para não nos fazer ficar pesados - diz Jesus - pelas preocupações da vida. Hoje, então - prosseguiu -, é uma boa oportunidade para nos perguntarmos: o que pesa no meu espírito? O que me faz acomodar na poltrona da preguiça? Quais são as mediocridades que me paralisam, os vícios que me esmagam até o chão e me impedem de levantar a cabeça? E com relação aos fardos que pesam sobre os ombros dos irmãos, estou atento ou indiferente?
Estas perguntas nos fazem bem, porque ajudam a proteger o coração da preguiça, que é um grande inimigo da vida espiritual. Ela é aquela preguiça que nos mergulha na tristeza, que nos tira o gosto de viver e o desejo de fazer. É um espírito negativo, maligno que aprisiona a alma no torpor, roubando-lhe a alegria. O Livro dos Provérbios diz: "Guarda teu coração, porque dele brota a vida" (Pr 4,23). Custodiar o coração: isso significa vigilar!
O segredo para estar vigilante é a oração
O Papa, dor por aqueles que morrem no Canal da Mancha, Belarus e no Mediterrâneo
E acrescentemos um ingrediente essencial: o segredo para estar vigilante é a oração. Pois Jesus diz: "Vigiai em todo momento orando" (Lc 21,36). É a oração que mantém acesa a lâmpada do coração. Especialmente quando sentimos que nosso entusiasmo esfriou, a oração reacende-o, porque nos traz de volta a Deus, ao centro das coisas. Ela desperta a alma do sono e a concentra no que importa, sobre o fim da existência. Mesmo nos dias mais movimentados, não negligenciamos a oração.
A oração do coração pode nos ajudar, repetindo frequentemente pequenas invocações. No Advento, acostumemo-nos a dizer, por exemplo: "Vem, Senhor Jesus". Repitamos esta oração ao longo do dia: a alma permanecerá vigilante! Fonte: www.vaticannews.va
"Pecadores sim, corruptos jamais!": o Angelus do Papa na Solenidade de Cristo Rei
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"Certamente todos somos pecadores", disse o Papa no Angelus dominical. "Mas,quando vivemos sob o senhorio de Jesus, não nos tornamos corruptos, falsos, inclinados a encobrir a verdade. Não se leva uma vida dupla."
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
Após celebrar a missa na Basílica Vaticana por ocasião da Jornada Mundial da Juventude diocesana, o Papa Francisco se reuniu com fiéis e peregrinos na Praça São Pedro para o Angelus dominical.
Em sua alocução, acompanhado de dois jovens da diocese de Roma, o Pontífice comentou o Evangelho da Liturgia deste último Domingo do Tempo Comum, que culmina numa afirmação de Jesus: "Eu sou Rei".
Ele pronuncia estas palavras perante Pilatos, enquanto a multidão grita para o condenar à morte. Anteriormente, Jesus não queria que o povo o aclamasse como rei, mas o fato é que a realeza de Jesus é bastante diferente da mundana, como explicou o Papa:
“Ele não vem para dominar, mas para servir. Ele não vem com os sinais do poder, mas com o poder dos sinais. Não está vestido com insígnias preciosas, mas está despido na cruz.”
A sua realeza vai além dos parâmetros humanos, disse ainda Francisco. “Ele não é rei como os outros, mas que é rei para os outros.”
Aplausos ou serviço?
O Papa prosseguiu destacando que Cristo disse que é rei no momento em que a multidão está contra ele, mostra-se livre do desejo de fama e glória terrena.
“E nós - perguntemo-nos - sabemos como imitá-lo nisto? No que fazemos, em particular no nosso compromisso cristão, contam os aplausos ou o serviço?”
Jesus não só evita qualquer busca da grandeza terrena, como também torna livre e soberano o coração de quem o segue.
“O seu reino é libertador, não há nada de opressivo. Ele trata cada discípulo como um amigo, não como um súdito.”
Portanto, acrescentou o Papa, seguindo Jesus, não se perde, mas se ganha dignidade. Porque Cristo não quer ao seu redor servilismo, mas pessoas livres.
Pecadores sim, corruptos jamais!
O fundamento desta liberdade de Jesus vem da verdade. É a sua verdade que nos liberta:
“A vida do cristão não é uma recitação em que se possa usar a máscara que é mais conveniente. Porque quando Jesus reina no coração, ele liberta-o da hipocrisia, dos subterfúgios, das duplicidades.”
Certamente todos somos pecadores, reconheceu o Papa. Mas, quando vivemos sob o senhorio de Jesus, não nos tornamos corruptos, falsos, inclinados a encobrir a verdade. Não se leva uma vida dupla.
“Pecadores sim, corruptos jamais!”
O Pontífice concluiu pedindo a intercessão de Nossa Senhora para nos ajude a procurar todos os dias a verdade de Jesus, que nos liberta das escravidões terrenas e nos ensina a governar os nossos vícios. Fonte: https://www.vaticannews.va
O Papa: José nos ensina a olhar para a periferia, para aquilo que o mundo não quer
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Francisco iniciou o ciclo de catequeses sobre São José. "Nunca como hoje, neste tempo marcado por uma crise global com diferentes componentes, ele pode ser apoio, conforto e orientação para nós. Por isso decidi dedicar-lhe um ciclo de catequeses, que espero nos possa ajudar ulteriormente a deixar-nos iluminar pelo seu exemplo e pelo seu testemunho", disse o Papa na Audiência Geral.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco iniciou o ciclo de catequeses sobre São José, na Audiência Geral, desta quarta-feira (17/11), realizada na Sala Paulo VI, sobre o tema "São José e o ambiente em que viveu".
Francisco recordou que em "8 de dezembro de 1870, o Beato Pio IX proclamou São José padroeiro da Igreja universal".
Depois de 150 anos daquele evento, estamos vivendo um ano especial dedicado a São José, e na Carta Apostólica Patris corde recolhi algumas reflexões sobre a sua figura. Nunca como hoje, neste tempo marcado por uma crise global com diferentes componentes, ele pode ser apoio, conforto e orientação para nós. Por isso decidi dedicar-lhe um ciclo de catequeses, que espero nos possa ajudar ulteriormente a deixar-nos iluminar pelo seu exemplo e pelo seu testemunho.
A seguir, o Pontífice sublinhou que "na Bíblia há mais de dez personagens com o nome de José. O mais importante de todos é o filho de Jacó e Raquel, que, através de várias vicissitudes, de escravo, tornou-se a segunda pessoa mais importante no Egito depois do Faraó".
José tem fé na providência de Deus
O Papa explicou que "o nome José em hebraico significa “Deus aumente, Deus faça crescer”. É um desejo, uma bênção baseada na confiança na providência de Deus e refere-se especialmente à fecundidade e ao crescimento dos filhos. Este mesmo nome nos revela um aspecto essencial da personalidade de José de Nazaré. Ele é um homem cheio de fé em Deus, na sua providência. Ele crê na providência de Deus. Tem fé na providência de Deus. Toda a sua ação, narrada no Evangelho, é ditada pela certeza de que Deus “faz crescer”, “aumenta”, “acrescenta”, ou seja, que Deus providencia a continuação do seu plano de salvação. E nisto, José de Nazaré é muito parecido com José do Egito".
Segundo Francisco, "as principais referências geográficas que se referem a José, Belém e Nazaré, também desempenham um papel importante na compreensão de sua figura. O Filho de Deus não escolheu Jerusalém como o lugar de sua encarnação, mas Belém e Nazaré, duas aldeias periféricas, longe do clamor da crônica e do poder da época. Contudo, Jerusalém era a cidade amada pelo Senhor, a «cidade santa», escolhida por Deus para nela habitar. Ali, habitavam os doutores da Lei, os escribas e fariseus, os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo".
Deus se manifesta nas periferias geográficas e existenciais
"É por isso que a escolha de Belém e Nazaré nos diz que a periferia e a marginalidade são prediletas a Deus. Jesus não nasceu em Jerusalém, com toda a corte. Não. Ele nasceu na periferia. Viveu a sua vida até 30 anos naquela periferia, trabalhando como carpinteiro. Como José. Para Jesus, as periferias e a marginalidade são prediletas", disse ainda o Papa, acrescentando:
Não levar esta realidade a sério equivale a não levar a sério o Evangelho e a obra de Deus, que continua se manifestando nas periferias geográficas e existenciais. O Senhor age sempre escondido nas periferias. Na periferia da alma, nos sentimentos, nos sentimentos que talvez nos envergonha. Mas, o Senhor está ali para nos ajudar a ir adiante. O Senhor continua se manifestando nas periferias, geográficas e existenciais. Em particular, Jesus vai em busca dos pecadores, entra nas suas casas, fala com eles, chama-os à conversão. Jesus é repreendido por isso. "Olhem esse mestre", dizem os doutores da lei, "esse mestre que come com os pecadores, se suja". Mas também vai em busca daqueles que não praticaram o mal, mas que o sofreram: os doentes, os famintos, os pobres, os últimos. Jesus vai sempre em direção à periferia. Isso deve nos dar muita confiança, pois o Senhor conhece as periferias do nosso coração, as periferias de nossa alma, as periferias de nossa sociedade, de nossa cidade, de nossa família, aquela parte um pouco escura que nós não mostramos talvez por vergonha.
Olhar para aquilo que o mundo não quer
Segundo o Papa, "sob este aspecto, a sociedade daquela época não é muito diferente da nossa. Hoje, também há um centro e uma periferia. E a Igreja sabe que é chamada a anunciar a boa nova a partir das periferias. José, que é um carpinteiro de Nazaré e que confia no plano de Deus para a sua jovem noiva e para si mesmo, recorda à Igreja para fixar o olhar naquilo que o mundo ignora deliberadamente".
“José nos ensina a não olhar muito para as coisas que o mundo louva, mas a olhar para o ângulo, olhar para as sombras, para a periferia, para aquilo que o mundo não quer. Lembra a cada um que devemos dar importância ao que os outros descartam.”
"Neste sentido, ele é um mestre do essencial: nos lembra que o que é realmente valioso não atrai a nossa atenção, mas requer um discernimento paciente para ser descoberto e valorizado. Peçamos-lhe que interceda para que toda a Igreja possa recuperar este discernimento, esta capacidade de discernir e avaliar o que é essencial. Comecemos de novo a partir de Belém, comecemos de novo a partir de Nazaré", disse ainda Francisco.
São José, testemunha e protetor
Por fim, o Papa transmitiu "uma mensagem a todos os homens e mulheres que vivem nas periferias geográficas mais esquecidas do mundo ou que experimentam situações de marginalidade existencial". "Que encontrem em São José a testemunha e o protetor para quem olhar", disse o Pontífice, fazendo a seguinte oração:
São José,
vós que sempre confiastes em Deus,
e fizestes as vossas escolhas
guiado pela sua providência
ensinai-nos a não contar tanto com os nossos projetos
mas com o seu desígnio de amor.
Vós que viestes das periferias
ajudai-nos a converter o nosso olhar
e a preferir o que o mundo descarta e marginaliza.
Confortai quantos se sentem sozinhos
e apoiai quantos se comprometem em silêncio
para defender a vida e a dignidade humana. Amém.
Fonte: https://www.vaticannews.va
Papa: levemos aos pobres a esperança com ternura, sem os julgar
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O Papa Francisco pede, a nós cristãos, que sejamos “construtores incansáveis de esperança; luz enquanto o sol se obscurece; testemunhas de compaixão enquanto ao redor reina a distração; presenças atentas na indiferença generalizada”. Homilia da Santa Missa celebrada por ocasião do 5° Dia Mundial dos Pobres neste domingo 14 de novembro
Jane Nogara - Vatican News
Neste domingo (14/11) em que a Igreja celebra o 5° Dia Mundial dos Pobres, na homilia da Santa Missa celebrada na Basílica de São Pedro o Papa Francisco falou sobre as imagens utilizadas por Jesus para nos dar esperança. Depois de falar sobre o Evangelho de Marcos (13, 24-28) no qual se recorda que “da total obscuridade, há de vir o Filho do Homem” disse:
“Deste modo o Evangelho ajuda-nos a ler a história, captando dois aspetos dela: a dor de hoje e a esperança de amanhã. Por um lado, evocam-se todas as dolorosas contradições em que a realidade humana vive imersa em cada tempo; por outro, há o futuro de salvação que a espera, isto é, o encontro com o Senhor que vem para nos libertar de todo o mal”.
A dor e a esperança
Em seguida comentou dois desses aspetos, “com o olhar de Jesus”. Com relação ao primeiro aspecto comentou a dor de hoje. "Vivemos numa história marcada por tribulações, violências, sofrimentos e injustiças” e afirmou:
“O Dia Mundial dos Pobres que estamos celebrando, pede-nos que não viremos o rosto para o outro lado, não tenhamos medo de olhar de perto o sofrimento dos mais frágeis. Para eles o sol frequentemente é obscurecido pela solidão, a lua de suas expectativas apaga-se e os sonhos caem na resignação e acaba abalada a própria existência. Tudo isso por causa da pobreza a que muitas vezes se veem constrangidos, vítimas da injustiça e da desigualdade duma sociedade do descarte, que corre apressada sem os ver e, sem escrúpulos, os abandona ao seu destino”.
Porém, disse Francisco:
“Em contrapartida, existe o segundo aspeto: a esperança de amanhã. Jesus quer abrir-nos à esperança, arrancar-nos da angústia e do medo à vista da dor do mundo. Para isso assegura-nos: ao mesmo tempo que o sol se obscurece e tudo parece cair é precisamente quando Ele Se faz vizinho a nós”.
Porque, “a salvação de Deus não é só uma promessa reservada para o Além, mas cresce já agora dentro da nossa história ferida, abre caminho por entre as opressões e injustiças do mundo”.
O que Jesus nos pede, a nós cristãos?
Neste ponto o Papa perguntou o que se pede, a nós cristãos? E como resposta disse: “Nutrir a esperança de amanhã, curando a dor de hoje”. De fato, explicou, a esperança que nasce do Evangelho não consiste em esperar passivamente por um amanhã em que as coisas hão de correr melhor, mas em tornar concreta hoje a promessa de salvação de Deus: hoje, cada dia...
“A nós, é-nos pedido isto: ser, entre as ruínas quotidianas do mundo, construtores incansáveis de esperança; ser luz enquanto o sol se obscurece; ser testemunhas de compaixão enquanto ao redor reina a distração; ser presenças atentas na indiferença generalizada”.
“Compete-nos”, disse ainda “especialmente a nós cristãos, organizar a esperança, traduzi-la diariamente em vida concreta nas relações humanas, no compromisso sociopolítico”.
Agir concretamente pelo bem
A partir da imagem simples que Jesus oferece a de folhas que desabrocham sem fazer ruído e estas folhas aparecem quando o ramo se torna tenro Francisco afirmou que aqui está a palavra que faz germinar a esperança no mundo e alivia a dor dos pobres: a ternura. Depende de nós superar o fechamento, a rigidez interior e deixar de pensar apenas em nossos problemas.
“Jesus quer-nos ‘conversores de bem’: pessoas que, imersas no ar pesado que todos respiram, respondem ao mal com o bem (cf. Rm 12, 21). Pessoas que agem: partilham o pão com os famintos, trabalham pela justiça, elevam os pobres e devolvem-lhes a sua dignidade”.
Por fim encorajou todos com as palavras de Lucas: “Coragem, o Senhor está próximo! Também para ti há um verão que desabrocha no coração do inverno. Mesmo da tua dor, pode ressurgir a esperança”. Concluindo Francisco disse: “Levemos ao mundo este olhar de esperança. Levemo-lo com ternura aos pobres, sem os julgar. Porque lá, junto deles, está Jesus; porque lá, neles, está Jesus, que nos espera”. Fonte: https://www.vaticannews.va
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