EVANGELHO DO DIA-22º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Quarta-feira, 2 de setembro -2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 4,38-44)
Naquele tempo, 38Saindo Jesus da sinagoga, entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta; e pediram-lhe por ela. 39Inclinando-se sobre ela, ordenou ele à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se imediatamente e pôs-se a servi-los. 40Depois do pôr-do-sol, todos os que tinham enfermos de diversas moléstias lhos traziam. Impondo-lhes a mão, os sarava. 41De muitos saíam os demônios, aos gritos, dizendo: Tu és o Filho de Deus. Mas ele repreendia-os severamente, não lhes permitindo falar, porque sabiam que ele era o Cristo. 42Ao amanhecer, ele saiu e retirou-se para um lugar afastado. As multidões o procuravam e foram até onde ele estava e queriam detê-lo, para que não as deixasse. 43Mas ele disse-lhes: É necessário que eu anuncie a boa nova do Reino de Deus também às outras cidades, pois essa é a minha missão. 44E andava pregando nas sinagogas da Galiléia.
3) Reflexão Lucas 4,38-44 (Mc 1,29-39)
O evangelho de hoje traz quatro assuntos diferentes: a cura da sogra de Pedro (Lc 4,38-39), a cura de muitos doentes à noite, depois do sábado (Lc 4, 40-41), a oração de Jesus num lugar deserto (Lc 4,42) e a sua insistência na missão (Lc 4,43-44). Com pequenas diferenças Lucas segue e adapta as informações que tirou do evangelho de Marcos.
Lucas 4,38-39: Jesus restaura a vida para o serviço
Depois de participar da celebração do sábado, na sinagoga, Jesus entra na casa de Pedro e cura a sogra dele. A cura faz com que ela se coloque imediatamente de pé. Com a saúde e a dignidade recuperadas, ela se põe a serviço das pessoas. Jesus não só cura, mas cura para que a pessoa possa colocar-se a serviço da vida.
Lucas 4,40-41: Jesus acolhe e cura os marginalizados
Ao cair da tarde, na hora do aparecimento da primeira estrela no céu, terminado o sábado, Jesus acolhe e cura os doentes e os possessos que o povo tinha trazido. Doentes e possessos eram as pessoas mais marginalizadas naquela época. Elas não tinham a quem recorrer. Ficavam entregues à caridade pública. Além disso, a religião as considerava impuras. Elas não podiam participar na comunidade. Era como se Deus as rejeitasse e as excluísse. Jesus as acolhe e as cura impondo a mão em cada um. Assim, aparece em que consiste a Boa Nova de Deus e o que ela quer atingir na vida da gente: acolher os marginalizados e os excluídos e reintegrá-los na convivência.
“De muitas pessoas saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus”. Jesus os ameaçava e não os deixava falar, porque os demônios sabiam que ele era o Messias”. Naquele tempo, o título Filho de Deus ainda não tinha a densidade e a profundidade que o título tem hoje para nós. Significava que o povo reconhecia em Jesus uma presença todo especial de Deus. Jesus não deixava os demônios falar. Ele não queria propaganda fácil por meio do impacto de expulsões espetaculares.
Lucas 4,42a: Permanecer unido ao Pai pela oração
“Ao raiar do dia, Jesus saiu, e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam, e, indo até ele, não queriam deixá-lo que fosse embora”. Aqui Jesus aparece rezando. Ele faz um esforço muito grande para ter o tempo e o ambiente apropriado para rezar. Levantou mais cedo que os outros e foi para um lugar deserto, para poder estar a sós com Deus. Muitas vezes, os evangelhos nos falam da oração de Jesus no silêncio (Lc 3,21-22; 4,1-2.3-12; 5,15-16; 6,12; 9,18; 10,21; 5,16; 9,18; 11,1; 9,28;23,34; Mt 14,22-23; 26,38; Jo 11,41-42; 17,1-26; Mt Mc 1,35; Lc 3,21-22). É através da oração que ele mantém viva em si a consciência da sua missão.
Lucas 4,42b-44: Manter viva a consciência da missão e não se fechar no resultado
Jesus tornou-se conhecido. O povo ia atrás dele e não queria que ele fosse embora. Jesus não atendeu ao pedido e disse: "Devo anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus também para as outras cidades, porque para isso é que fui enviado." Jesus tem muito clara a sua missão. Não se fecha no resultado já obtido, mas quer manter bem viva a consciência da sua missão. É a missão recebida do Pai que o orienta na tomada das decisões. Foi para isto que fui enviado! E aqui no texto esta consciência tão viva aparece como fruto da oração.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus tirava tempo para poder rezar e estar a sós com o Pai? Eu tiro tempo para rezar e estar a sós com Deus?
2) Jesus mantinha viva a consciência da sua missão. E eu, será que, como cristã ou cristão, tenho consciência de alguma missão ou vivo sem missão?
5) Oração final
Nossa alma espera no Senhor, porque ele é nosso amparo e nosso escudo. Nele, pois, se alegra o nosso coração, em seu santo nome confiamos (Sl 32)
“Uma só Igreja”, novo livro de Francisco e Bento XVI, a quatro mãos
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“Uma só Igreja”, novo livro de Francisco e Bento XVI, a quatro mãos
Editora Rizzoli publica um volume com as intervenções similares do atual pontífice e do papa emérito. A informação é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 01-09-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Uma só Igreja”. Com distintos tons, com formas diferentes de atuar, interpretar e comunicar a realidade. Porém, uma só Igreja. Este é o objetivo do livro que, escrito a quatro mãos por Francisco e Bento XVI, publica a editora Rizzoli, nesta terça-feira, na Itália. Um volume, apresentado pelo secretário de Estado, Pietro Parolin, no qual se mostram as “cumplicidades” entre ambos pontífices em questões relativas à fé, à Igreja, à família, à oração, à verdade e à justiça, à misericórdia e ao amor.
“Há uma continuidade teológica e proximidade íntima entre eles”, destaca o cardeal Parolin no prefácio da obra, que compara os estilos de Bergoglio e Ratzinger em torno dos temas abordados ao longo de 16 audiências públicas de cada um deles.
Dividido em cinco partes (Igreja; Família, Oração, Fé; e uma quinta mais extensa, sobre Verdade e Justiça, misericórdia e amor), no volume consta um guia de leitura e ressalta “a continuidade do magistério, a comunidade de afeto e a consonância espiritual que os une”, diz a nota de imprensa da editora. “É uma cartilha do cristianismo”, tal e como a define Pietro Parolin. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
EVANGELHO DO DIA-22º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Terça-feira, 1º de setembro -2020. Lectio Divina- com Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 4,31-37) (Mc 1,21-28)
Naquele tempo, 31Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali ensinava-os aos sábados. 32Maravilharam-se da sua doutrina, porque ele ensinava com autoridade. 33Estava na sinagoga um homem que tinha um demônio imundo, e exclamou em alta voz: 34Deixa-nos! Que temos nós contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: o Santo de Deus! 35Mas Jesus replicou severamente: Cala-te e sai deste homem. O demônio lançou-o por terra no meio de todos e saiu dele, sem lhe fazer mal algum. 36Todos ficaram cheios de pavor e falavam uns com os outros: Que significa isso? Manda com poder e autoridade aos espíritos imundos, e eles saem? 37E corria a sua fama por todos os lugares da redondeza.
3) Reflexão Lucas 4,31-37
No evangelho de hoje, vamos ver de perto dois assuntos: a admiração do povo pela maneira de Jesus ensinar e a cura de um homem possuído por um demônio impuro. Nem todos os evangelistas contam os fatos do mesmo jeito. Para Lucas, o primeiro milagre é a calma com que Jesus se livrou da ameaça de morte da parte do povo de Nazaré (Lc 4,29-30) e a cura do homem possesso (Lc 4,33-35). Para Mateus, o primeiro milagre é a cura de uma porção de doentes e endemoninhados (Mt 4,23) ou, mais especificamente, a cura de um leproso (Mt 8,1-4). Para Marcos, foi a expulsão de um demônio (Mc 1,23-26). Para João, o primeiro milagre foi em Caná, onde Jesus transformou água em vinho (Jo 2,1-11). Assim, na maneira de contar as coisas, cada evangelista mostra qual foi, segundo ele, a maior preocupação de Jesus.
Lucas 4,31: A mudança de Jesus para Cafarnaum
“Jesus foi a Cafarnaum, cidade da Galileia, e aí ensinava aos sábados”. Mateus diz que Jesus foi morar em Cafarnaum (Mt 4,13). Mudou de residência. Cafarnaum era uma pequena cidade junto ao entroncamento de duas estradas importantes: uma que vinha da Ásia Menor e ia para Petra no sul da Transjordânia, e a outra que vinha da região dos rios Euphrates e Tigris e descia para o Egito. A mudança para Cafarnaum facilitava o contato com o povo e a divulgação da Boa Nova.
Lucas 4,32: Admiração do povo pelo ensino de Jesus
A primeira coisa que o povo percebe é o jeito diferente de Jesus ensinar. Não é tanto o conteúdo, mas sim o jeito de ensinar, que impressiona. “Jesus falava com autoridade”. Marcos acrescenta que, por este seu jeito diferente de ensinar, Jesus criava consciência crítica no povo com relação às autoridades religiosas da época. O povo percebia e comparava: Ele ensina com autoridade, diferente dos escribas” (Mc 1,22.27). Os escribas da época ensinavam citando autoridades. Jesus não cita autoridade nenhuma, mas fala a partir da sua experiência de Deus e da vida.
Lucas 4,33-35: Jesus combate o poder do mal
O primeiro milagre é a expulsão de um demônio. O poder do mal tomava conta das pessoas e as alienava. Jesus devolve as pessoas a si mesmas. Devolve a consciência e a liberdade. E ele o faz pelo poder da sua palavra: "Cale-se, e saia dele!" Ele dizia em outra ocasião: “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês” (Lc 11,20). Hoje também, muita gente vive alienada de si mesma pelo poder dos meios de comunicação, da propaganda do governo e do comércio. Vive escrava do consumismo, oprimida pelas prestações e ameaçada pelos cobradores. Acha que não vive direito enquanto não comprar aquilo que a propaganda anuncia. Não é fácil expulsar este poder que hoje aliena tanta gente, e devolver as pessoas a si mesmas!
Lucas 1,36-37: A reação do povo: ele manda nos espíritos impuros primeiro impacto
Além do jeito diferente de Jesus ensinar as coisas de Deus, o outro aspecto que causava admiração no povo era o seu poder sobre os espíritos impuros: "Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros com autoridade e poder, e eles saem". Jesus abre um novo caminho para o povo poder conseguir a pureza através do contato com ele. Naquele tempo, uma pessoa impura não podia comparecer diante de Deus para rezar e receber a bênção prometida a Abraão. Teria que purificar-se, primeiro. Havia muitas leis e normas que dificultavam a vida do povo e marginalizavam muita gente como impura. Mas agora, purificadas pela fé em Jesus, as pessoas podiam comparecer novamente na presença de Deus e rezar a Ele, sem necessidade de recorrer àquelas complicadas e, muitas vezes, dispendiosas normas de pureza.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus provocava a admiração do povo. A atuação da nossa comunidade aqui no bairro provoca alguma admiração no povo? Qual?
2) Jesus expulsava o poder do mal e devolvia as pessoas a si mesmas. Hoje, muita gente vive alienada de si mesma e de tudo. Como devolve-las a si mesmas?
5) Oração final
O Senhor é clemente e compassivo, longânime e cheio de bondade. O Senhor é bom para com todos, e sua misericórdia se estende a todas as suas obras (Sl 144, 1)
Texto-base do Mês da Bíblia está disponível também em formato digital
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O mês de setembro tornou-se referência para o estudo e a contemplação da Palavra de Deus, tornando-se em todo o Brasil, desde 1971, o Mês da Bíblia. Desde o Concílio Vaticano II, convocado em dezembro de 1961, pelo papa João XXIII, a Bíblia ocupou espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais.
“Já são quase 50 anos que temos essa tradição de dedicar um mês para o estudo mais aprofundado da Palavra de Deus, então é extremamente importante que as comunidades se deixem reunir e experimentar a Palavra de Deus. A Bíblia é para nós a Palavra de Deus revelada, a forma que Ele dialoga continuamente conosco na história”, afirma irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.
Este ano, 2020, a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia, em sintonia com a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fundamentando-se no livro do Deuteronômio, com o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11). É um livro rico em reflexões morais e éticas, com leis para regular as relações com Deus e com o próximo. Destaca-se no Deuteronômio a preocupação de promover a justiça, a solidariedade com os pobres, o órfão, a viúva e o estrangeiro. São leis humanitárias encontradas também no Código da Aliança (Ex 20-23).
E o Texto-Base para o Mês da Bíblia deste ano, segundo o arcebispo de Curitiba, dom José Antônio Peruzzo, quer oferecer ao leitor atual a experiência de fé daqueles que primeiramente acederam ao que Deus queria revelar de si mesmo. “Seus autores querem aproximar os leitores de hoje dos protagonistas de ontem. É como se os de outrora e os de agora se reunissem para conversar sobre aquele Deus que se revelou, que se deixou conhecer”, afirma o presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Elaborado por um grupo de professores especializados, o texto-base do Mês da Bíblia foi publicado recentemente pela Editora da CNBB, a Edições CNBB. É um instrumento para que as comunidades possam estudar e interpretar o livro e possam atualizar a Palavra de Deus para o contexto vivido. “Gostaria de convidar, motivar as lideranças para que estudem o texto-base, tenham contato com o texto para que em setembro possa-se realizar melhor os encontros bíblicos”, exorta padre Jânison de Sá, assessor da Comissão para a Animação Bíblico Catequética da CNBB.
O texto-base, além de apresentar o contexto e os objetivos do livro, traz informações sobre as características itinerárias e vocabulário, além de sua importância teológica. “É um livro extramente importante porque ele se apresenta como uma orientação para a comunidade israelita e também para nós. Teve uma grande influência no Antigo Testamento. Foi reelaborado, atualizado por várias vezes por ser extremamente importante”, explica irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.
Encontros Bíblicos
Além do texto-base, há o subsídio para os encontros bíblicos. Neste ano, foram preparados cinco encontros na metodologia da Leitura Orante, que garante uma pedagogia interativa e mistagógica. Ao final, há ainda sugestões de cantos que podem ser utilizados nos diversos momentos. “Que cada família possa adquirir o seu livreto dos encontros para fazê-los em casa, pois são muito importantes para que as famílias possam continuar-se alimentando da palavra de Deus e neste ano conhecendo melhor o livro do Deuteronômio, que é um livro importante do Antigo Testamento”, afirma padre Jânison.
Baixe (aqui) o cartaz oficial do Mês da Bíblia. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Como se preparar para o Mês da Bíblia 2020?
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A Edições CNBB realizou ontem, 27 de agosto, uma live cujo título foi “Preparação para o Mês da Bíblia”. O objetivo da formação, segundo o mediador da live, padre Jânison de Sá, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi conhecer melhor o tema do mês da Bíblia 2020 (setembro), o livro que será objeto de estudo este ano e importância do mês da Bíblia para a Igreja no Brasil. Este ano, 2020, a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia fundamentando-se no livro do Deuteronômio, com o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11).
Participou da live como convidado o bispo de Luziânia (GO), dom Waldemar Passini. Ele também é presidente do regional Centro-Oeste da CNBB, membro da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB e mestre em ciências bíblicas. Outros convidados foram o frei Ildo Perondi, doutor em Teologia Bíblica e professor de Bíblia na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná e a assessora da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, irmã Izabel Patuzzo.
História do Mês da Bíblia
Dom Waldemar Passini, bispo de Luziânia (GO), falou sobre origem da celebração do Mês da Bíblia, um evento que é específico da Igreja no Brasil. Segundo ele, a semana tem origem com o Domingo da Bíblia, cujo início no Brasil se deu a partir da 1ª Semana Bíblica Nacional, em 1947. “A partir desta data começou-se a celebrar o Domingo da Bíblia, sempre no último domingo do mês de setembro. Neste o mês, dia 30, comemora-se também o dia de São Jerônimo, um grande conhecedor da Bíblia, exegeta e tradutor da Bíblia para o latim, a vulgata”, disse.
Depois do “Domingo da Bíblia”, dom Waldemar lembrou que passou-se a celebrar o Mês da Bíblia a partir de uma iniciativa pioneira da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) que se expandiu para o regional Leste 2. Em 1976, a celebração do Mês da Bíblia foi assumida pela CNBB e em todo Brasil. “Inicialmente fazia-se uma reflexão por temas, depois passou-se à aprofundar os livros da sagrada escritura”, disse.
Orientações pastorais para o Mês da Bíblia no contexto da pandemia
O presidente do regional Centro Oeste da CNBB também falou das orientações pastorais para realização do Mês da Bíblia este ano em decorrência da pandemia da Covid-19. O bispo disse que a Igreja no Brasil e a Comissão Bíblico-Catequética da CNBB estão num tempo de adaptação. “Estamos acompanhando os dramas e as tragédias das pessoas e de seus familiares e também de coisas que tocam a vida de nossas comunidades, cidades, país e mundo”, disse.
Dom Waldemar disse que a Igreja, por ser encarnada nas diferentes realidades, não pode ficar alheia ao avanço do novo Coronavírus. Contudo, o bispo de Luziânia disse que isto não significa que ela deve permanecer parada e se ausentar da reflexão, da oração e dos encontros. Ele reforçou, por outro lado, que são necessárias adaptações. “Esse ano, diante desta realidade, imagino que o lugar da oração e reflexão da família já conquistou espaço. Para o Mês da Bíblia a prioridade deve ser à Palavra de Deus”, disse.
A sugestão da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB é que a oração, a reflexão e os estudos sejam feitos em família sobre o Livro do Deuteronômio, tendo o cuidado de adaptar a reflexão às diferentes idades. O material também, como sugestão da Comissão da CNBB, poderá ser estudado em grupos de convivência que tenham uma espiritualidade bíblica (amigos, colegas de trabalho, círculos bíblicos, entre outros). Uma outra sugestão é fazer encontros à distância pelas plataformas que permitem reuniões online. Encontros, como este, sugeriu dom Waldemar, podem ser organizados pelas comunidades e paróquias.
Como método, dom Waldemar deu duas orientações: a) se ater à leitura contínua do texto proposto, o que ajuda a entender o contexto no qual está inserida a história e a oração com o mesmo. Uma opção, aponta, é fazer a leitura orante com os textos bíblicos sugeridos. Momentos importantes, reforçou dom Waldemar, são as celebrações da Palavra e as homilias, onde os ministros leigos e ordenados poderão aprofundar a Palavra de Deus.
Deuteronômio: o livro de estudo em 2020
Segundo o bispo, trata-se de um livro de grande importância, citado várias vezes no Novo Testamento. “Nós precisamos, como sempre para o Antigo Testamento, termos a referência da leitura cristã. Lemos o Antigo Testamento como Palavra de Deus para nós, mas temos na mente e no coração o Evangelho de Jesus Cristo e a teologia do Novo Testamento para nós como um todo. Assim vamos ao livro de Deuteronômio e vamos encontrá-lo tal como ele se apresenta”, disse.
O bispo de Luziânia disse que trata-se de um texto de grande importância teológica porque coloca em seu centro a Lei de Deus. Lei como núcleo primeiro dado a Moisés e que depois de muito tempo continua falando a seu povo, estimulando o culto a Deus, mais tarde reconhecido como único e promove relações de fraternidade entre irmãos e entre o povo de Israel.
“O texto nos é dado como último livro do Pentateuco pelo próprio Moisés. Aí nós encontramos a primeira referência clássica da revelação, sendo Moisés o grande mediador desta revelação entre Deus e o povo que ele escolheu. Mas temos também no livro a resposta que o povo eleito deve dar ao seu Deus: ‘a vivência dos mandamentos como resposta à escolha e aliança estabelecida por Deus com seu povo'”, explicou.
No núcleo do livro, entre os capítulos 12 ao 16, encontra-se o “Código Deuteronômio”, um conjunto de preceitos que vai do culto à relações sociais e familiares e a como lidar com a guerra e com o conflito nas cidades que Israel vai conquistando. “O livro chama a atenção sobre como usar a lei não apenas para ocupar a terra mas também para permanecer nela e torná-la fecunda. É um texto forte que perpassa períodos distintos da história mas sempre com a mesma teologia: a resposta fiel ao Deus que elegeu Israel, Judá o seu povo“, apontou.
Lema do Mês da Bíblia
A irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, aprofundou o lema bíblico escolhido este ano: “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11). Segundo ela, o lema remete à questão da solidariedade. A religiosa destacou que o livro fala, especialmente, do cuidado com três categorias muito importantes para a época aos olhos de Deus: o estrangeiro, o órfão e a viúva, citados 11 vezes.
“O órfão, a viúva e os estrangeiros não são do tempo em que o povo recebeu a lei no deserto e que viveu em tribos. São categorias que aparecem no tempo que já tinha se constituído o Estado. Já havia guerras e migrações forçadas. O livro lembra Israel sempre da sua origem e que Deus o escolheu quando era um povo pobre, escravo e necessitado no Egito. Em decorrência disto, após entrar na terra prometida, eles deveriam cuidar também para que não houvesse pobres entre eles”, disse. Irmã Izabel falou do dízimo e de outras práticas que foram adotadas pelo povo de Israel para não permitir que entre eles existissem empobrecidos e para que se tornasse um povo, entre o qual, a retidão, a justiça e a solidariedade acontecessem.
O subsídio do Mês da Bíblia 2020
O professor da PUC-PR, frei Ildo falou das temáticas relevantes do livro. Segundo ele, o livro é organizado como se fossem os últimos discursos proferidos por Moisés antes de o povo entrar entrar na terra prometida tendo sido conduzido por Josué. “Temos, no livro, uma série de leis para que o povo possa viver bem na terra que entrará. Os temas mais importantes que encontramos em toda a Bíblia também estão presentes no livro do Deuteronômio”, disse. O primeiro mandamento é que o povo de Israel, ao entrar na terra prometida, seja um povo que escute a palavra do senhor e a deixe cair em seu coração. “Jesus ensina, no Novo Testamento, que o amor a Deus precisa se traduzir em solidariedade aos irmãos”, disse.
Neste ano, segundo o professor, que foi um dos autores do subsídio de reflexão, o Mês da Bíblia quer recordar que aquele que quer agradar a Deus não basta se dirigir ao Senhor mas que é necessário também abrir a sua mão para o irmão. “Na terra prometida e da promessa, o povo de Deus é chamado a viver uma vida nova, onde a vida deve prevalecer, neste lugar não deve haver pobres. A terra que o povo está entrando é a terra do leite e do mel, portanto é a terra da fartura, que é dom de Deus, e nesse lugar não pode haver a opressão“, disse.
O biblista apontou que no capítulo 30, um dos textos mais bonitos do livro, entre os versículos 15 ao 20, há toda uma proposta colocada diante do povo: escolher entre a vida ou a morte, entre a bênção ou a maldição, etc. O professor lembrou que é do livro o lema bíblico adotado pela Campanha da Fraternidade de 2008: “Escolhe, pois, a vida”. A campanha teve como tema “Fraternidade e defesa da vida”.
“Nós lemos a Bíblia não apenas para compreendê-la mas para colocá-la em prática. O livro do Deuteronômio levanta hoje muitos gritos, apelos e clamores. Muitas das realidades que estamos vivendo hoje se assemelham à realidade que o povo de Deus passou. Hoje temos uma massa de pessoas empobrecidas. O tema é muito mais que atual. A questão do acesso à terra também é um tema no livro. A terra que deve ser partilhada para o sustento dos irmãos. O tema da justiça também: as leis devem ser para que o povo possa viver. Os pobres, hoje, dificilmente têm acesso à justiça. Este é um tema que o livro nos convida a refletir e a colocar em prática também. No Deuteronômio estão os 10 mandamentos. Uma das questões que se pede é que não se use o nome de Deus em vão. Hoje estamos numa época que o uso e a banalização do nome de Deus está sendo banalizado, inclusive nos discursos políticos”, disse. Fonte: https://www.cnbb.org.br
EVANGELHO DO DIA-22º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Segunda-feira, 31 de agosto-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 4,16-30)
Naquele tempo, 16Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (61,1s.): 18O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, 19para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. 20E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir. 22Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José? 23Então lhes disse: Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria. 24E acrescentou: Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria. 25Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra; 26mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. 27Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã. 28A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga. 29Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo. 30Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se. - Palavra da salvação.Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 16Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (61,1s.): 18O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, 19para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. 20E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir. 22Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José? 23Então lhes disse: Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria. 24E acrescentou: Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria. 25Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra; 26mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. 27Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã. 28A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga. 29Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo. 30Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
3) Reflexão Lucas 4,16-30
Hoje, primeiro dia do mês de setembro, começamos a meditação do Evangelho de Lucas que se prolongará por três meses até o fim do ano eclesiástico, sábado 29 de Novembro. O evangelho de hoje traz a visita de Jesus a Nazaré e a apresentação do seu programa ao povo na sinagoga. Num primeiro momento, o povo ficou admirado. Mas, em seguida, quando perceberam que Jesus queria acolher a todos, sem excluir ninguém, ficaram revoltados e quiseram matá-lo.
Lucas 4,16-19: A proposta de Jesus.
Animado pelo Espírito Santo, Jesus tinha voltado para a Galileia (Lc 4,14) e começou a anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. Andando pelas comunidades e ensinando nas sinagogas, ele chegou em Nazaré, onde tinha sido criado. Estava de volta na comunidade, onde, desde pequeno, tinha participado durante quase trinta anos. No sábado seguinte, conforme o seu costume, Jesus foi à sinagoga para participar da celebração e levantou-se para fazer a leitura. Escolheu o texto de Isaías que falava dos pobres, presos, cegos e oprimidos (Is 61,1-2). Este texto refletia a situação do povo da Galileia do tempo de Jesus. A experiência que Jesus tinha de Deus como Pai amoroso dava a ele um novo olhar para avaliar a realidade. Em nome de Deus, Jesus toma posição em defesa da vida do seu povo e, com as palavras de Isaías, define a sua missão: (1) anunciar a Boa Nova aos pobres, (2) proclamar a libertação aos presos, (3) a recuperação da vista aos cegos, (4) restituir a liberdade aos oprimidos e, retomando a antiga tradição dos profetas, (5) proclama “um ano de graça da parte do Senhor”. Proclama o ano do jubileu!
Na Bíblia, o “Ano Jubileu” era uma lei importante. Inicialmente, a cada sete anos (Dt 15,1; Lev 25,3), as terras deviam voltar ao clã de origem. Cada um devia poder voltar à sua propriedade. Assim impediam a formação de latifúndio e garantiam às famílias a sobrevivência. Também deviam perdoar as dívidas e resgatar as pessoas escravizadas (Dt 15,1-18). Não foi fácil realizar o ano jubileu cada sete anos (cf Jr 34,8-16). Depois do exílio, decidiram realiza-lo cada sete vezes sete anos (Lev 25,8-12), isto é, cada cinqüenta anos. O objetivo do Ano Jubileu era e continua sendo: restabelecer os direitos dos pobres, acolher os excluídos e reintegrá-los na convivência. O jubileu era um instrumento legal para voltar ao sentido original da Lei de Deus. Era uma oportunidade oferecida por Deus para fazer uma revisão da caminhada, descobrir e corrigir os erros e recomeçar tudo de novo. Jesus inicia a sua pregação proclamando um jubileu, um “Ano de Graça da parte do Senhor”.
Lucas 4,20-22: Ligar Bíblia com Vida.
Terminada a leitura, Jesus atualiza o texto de Isaías dizendo: “Hoje se cumpriu esta escritura nos ouvidos de vocês!” Assumindo as palavras de Isaías como suas próprias palavras, Jesus lhes dá o seu pleno e definitivo sentido e se declara messias que veio realizar a profecia. Esta maneira de atualizar o texto provocou uma reação de descrédito por parte dos que estavam na sinagoga. Ficaram escandalizados e já não queriam saber dele. Não aceitaram Jesus como o messias anunciado por Isaías. Diziam: “Não é este o filho de José?” Ficaram escandalizados porque Jesus falou em acolher os pobres, os cegos e os oprimidos. O povo de Nazaré não aceitou a proposta de Jesus. E assim, no momento em que apresentou o seu projeto de acolher os excluídos, ele mesmo foi excluído.
Lucas 4,23-30: Ultrapassar os limites da raça.
Para ajudar a comunidade a superar o escândalo e levá-la a compreender que sua proposta estava bem dentro da tradição, Jesus contou duas histórias conhecidas da Bíblia, uma de Elias e outra de Eliseu. As duas histórias criticavam o fechamento do povo de Nazaré. Elias foi enviado para a viúva estrangeira de Sarepta (1 Rs 17,7-16). Eliseu foi enviado para atender ao estrangeiro da Síria (2 Rs 5,14). Transparece aqui a preocupação de Lucas em mostrar que a abertura para os pagãos já vinha desde Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo no tempo de Lucas. Mas o apelo de Jesus não adiantou. Ao contrário! As histórias de Elias e Eliseu provocaram mais raiva ainda. A comunidade de Nazaré chegou ao ponto de querer matar Jesus. Mas ele manteve a calma. A raiva dos outros não conseguiu desviá-lo do seu caminho. Lucas mostra assim como é difícil superar a mentalidade do privilégio e do fechamento.
É importante notar os detalhes no uso do Antigo Testamento. Jesus cita o texto de Isaías até onde diz: "proclamar um ano de graça da parte do Senhor". Cortou o resto da frase que dizia: "e um dia de vingança do nosso Deus". O povo de Nazaré ficou bravo com Jesus por ele pretender ser o messias, por querer acolher os excluídos e por ter omitido a frase sobre a vingança. Eles queriam que o Dia de Javé fosse um dia de vingança contra os opressores do povo. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas uma virada da mesa e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita este modo de pensar, não aceita a vingança (cf.Mt 5,44-48). A sua nova experiência de Deus como Pai/Mãe ajudava-o a entender melhor o sentido das profecias.
4) Para um confronto pessoal
1) O programa de Jesus consiste em acolher os excluídos. Será que nós acolhemos a todos, ou excluímos alguém? Quais os motivos que nos levam a excluir certas pessoas?
2) Será que o programa de Jesus está sendo realmente o nosso programa, o meu programa? Quais os excluídos que deveríamos acolher melhor na nossa comunidade? O que ou quem nos dá força para realizar a missão que Jesus nos deu?
5) Oração final
Ah, quanto amo, Senhor, a vossa lei! Durante o dia todo eu a medito. Mais sábio que meus inimigos me fizeram os vossos mandamentos, pois eles me acompanham sempre (Sl 118, 1-2)
*Tema do 22º Domingo do Tempo Comum: Um Olhar
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A liturgia do 22º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir a "loucura da cruz": o acesso a essa vida verdadeira e plena que Deus nos quer oferecer passa pelo caminho do amor e do dom da vida (cruz).
Na primeira leitura, um profeta de Israel (Jeremias) descreve a sua experiência de "cruz". Seduzido por Jahwéh, Jeremias colocou toda a sua vida ao serviço de Deus e dos seus projetos. Nesse "caminho", ele teve que enfrentar os poderosos e pôr em causa a lógica do mundo; por isso, conheceu o sofrimento, a solidão, a perseguição... É essa a experiência de todos aqueles que acolhem a Palavra de Jahwéh no seu coração e vivem em coerência com os valores de Deus.
A segunda leitura convida os cristãos a oferecerem toda a sua existência de cada dia a Deus. Paulo garante que é esse o sacrifício que Deus prefere. O que é que significa oferecer a Deus toda a existência? Significa, de acordo com Paulo, não nos conformarmos com a lógica do mundo, aprendermos a discernir os planos de Deus e a viver em consequência.
No Evangelho, Jesus avisa os discípulos de que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos e êxitos humanos, mas passa pelo amor e pelo dom da vida (até à morte, se for necessário). Jesus vai percorrer esse caminho; e quem quiser ser seu discípulo tem de aceitar percorrer um caminho semelhante.
EVANGELHO – (Mt 16,21-27): Atualização
Frente a frente, o Evangelho deste domingo coloca a lógica dos homens (Pedro) e a lógica de Deus (Jesus). A lógica dos homens aposta no poder, no domínio, no triunfo, no êxito; garante-nos que a vida só tem sentido se estivermos do lado dos vencedores, se tivermos dinheiro em abundância, se formos reconhecidos e incensados pelas multidões, se tivermos acesso às festas onde se reúne a alta sociedade, se tivermos lugar no conselho de administração da empresa. A lógica de Deus aposta na entrega da vida a Deus e aos irmãos; garante-nos que a vida só faz sentido se assumirmos os valores do Reino e vivermos no amor, na partilha, no serviço, na solidariedade, na humildade, na simplicidade. Na minha vida de cada dia, estas duas perspectivas confrontam-se, a par e passo... Qual é a minha escolha? Na minha perspectiva, qual destas duas propostas apresenta um caminho de felicidade seguro e duradouro?
Jesus tornou-Se um de nós para concretizar os planos do Pai e propor aos homens - através do amor, do serviço, do dom da vida - o caminho da salvação, da vida verdadeira. Neste texto (como, aliás, em muitos outros), fica claramente expressa a fidelidade radical de Jesus a esse projeto. Por isso, Ele não aceita que nada nem ninguém O afaste do caminho do dom da vida: dar ouvidos à lógica do mundo e esquecer os planos de Deus é, para Jesus, uma tentação diabólica que Ele rejeita duramente. Que significado e que lugar ocupam na minha vida os projetos de Deus? Esforço-me por descobrir a vontade de Deus a meu respeito e a respeito do mundo? Estou atento a esses "sinais dos tempos" através dos quais Deus me interpela? Sou capaz de acolher e de viver com fidelidade e radicalidade as propostas de Deus, mesmo quando elas são exigentes e vão contra os meus interesses e projetos pessoais?
Quem são os verdadeiros discípulos de Jesus? Muitos de nós receberam uma catequese que insistia em ritos, em fórmulas, em práticas de piedade, em determinadas obrigações legais, mas que deixou para segundo plano o essencial: o seguimento de Jesus. A identidade cristã constrói-se à volta de Jesus e da sua proposta de vida. Que nenhum de nós tenha dúvidas: ser cristão é bem mais do que ser batizado, ter casado na igreja, organizar a festa do santo padroeiro da paróquia, ou dar-se bem com o padre... Ser cristão é, essencialmente, seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. O cristão é aquele que faz de Jesus a referência fundamental à volta da qual constrói toda a sua existência; e é aquele que renuncia a si mesmo e que toma a mesma cruz de Jesus.
O que é "renunciar a si mesmo"? É não deixar que o egoísmo, o orgulho, o comodismo, a autossuficiência dominem a vida. O seguidor de Jesus não vive fechado no seu cantinho, a olhar para si mesmo, indiferente aos dramas que se passam à sua volta, insensível às necessidades dos irmãos, alheado das lutas e reivindicações dos outros homens; mas vive para Deus e na solidariedade, na partilha e no serviço aos irmãos.
O que é "tomar a cruz"? É amar até às últimas consequências, até à morte. O seguidor de Jesus é aquele que está disposto a dar a vida para que os seus irmãos sejam mais livres e mais felizes. Por isso, o cristão não tem medo de lutar contra a injustiça, a exploração, a miséria, o pecado, mesmo que isso signifique enfrentar a morte, a tortura, as represálias dos poderosos.
*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
PADRE CELEBRIDADE GASTOU R$ 367 MILHÕES PARA COMPRAR 106 PROPRIEDADES RURAIS
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As terras foram adquiridas principalmente em Goiás, onde vive o pároco, mas também há registros de compras em Mato Grosso e São Paulo; 99 fazendas foram quitadas em uma única parcela
Alfredo Mergulhão
A defesa do padre Robson afirmou que todos os negócios realizados pela Afipe foram feitos dentro da legalidade Foto: Divulgação
A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) comprou ao menos 106 propriedades rurais como fazendas, sítios e chácaras entre os anos de 2010 e 2019. Para as aquisições, a entidade criada pelo padre Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, gastou R$ 367,6 milhões neste período. As terras foram adquiridas principalmente em Goiás, onde vive o pároco, mas também há registros de compras em Mato Grosso e São Paulo.
Os valores aplicados nesses negócios foram provenientes de doações feitas pelos fiéis à Afipe, associação fundada para cuidar dos interesses do Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade. Robson foi presidente da entidade até semana passada, quando se afastou do cargo em meio a uma série de denúncias apresentadas pelo Ministério Público de Goiás (MP). O pároco é suspeito de utilizar os recursos dos donativos para fins pessoais.
As aquisições dessas terras foram negócios fechados, sobretudo, com pagamento à vista. De acordo com dados que constam em um relatório das movimentações financeiras da Afipe, que Época teve acesso, 99 fazendas foram quitadas em uma única parcela. Apenas sete propriedades rurais foram pagas a prazo.
A primeira terra comprada pela Afipe foi a Fazenda Boa Vista do Ribeiro, localizada em Guapó, município localizado a 36 quilômetros de Goiânia. Os documentos mostram que a aquisição ocorreu no dia 23 de setembro de 2010, ano em que o padre Robson divulgou o projeto para construir uma nova basílica em Trindade, cidade que se tornou destino de romaria de peregrinos católicos. A propriedade custou R$ 400 mil em valores da época.
Os gastos com fazendas cresceram ano após ano, assim como aumentavam os donativos para a Afipe. No fim de 2010, a entidade totalizou R$ 8,6 milhões investidos em áreas rurais. O valor saltou para R$ 76,5 milhões em 2015 e chegou ao máximo dois anos depois.
Em 2017, o montante gasto pela entidade na compra de propriedades rurais chegou a R$ 115,1 milhões. A fazenda São Domingos, situada em Caiapônia, foi uma das responsáveis pelo alto valor gasto com imóveis rurais naquele ano. A propriedade custou R$ 92,9 milhões e foi paga à vista pela Afipe.
Naquela altura, o padre Robson foi vítima de um crime de extorsão, quando teve o computador e celular hackeados. Segundo o MP, o pároco foi chantageado ao longo de 2017 “para que não divulgassem imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais que levassem a prejudicar sua imagem”.
O Padre Robson chegou a transferir mais de R$ 2 milhões das contas bancárias da Afipe para os criminosos. Após a condenação da quadrilha de extorsão, o padre passou ser investigado por uso indevido das doações dos fiéis. Para o MP, o pároco é suspeito de ter cometido crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, sonegação fiscal e associação
Reduto do padre
A maioria das propriedades rurais da Afipe está em Trindade. Ao todo, a entidade adquiriu 68 áreas situadas no município. Metade dessas compras foram de glebas da Fazenda Forquilha. Para realizar esses negócios, a associação gastou R$ 163,6 milhões.
Situado nas margens do Rio Araguaia, Aruanã é um destino requisitado pelos goianos. A Afipe comprou quatro fazendas no local. As duas primeiras foram adquiridas ainda em 2013, ambas no mesmo dia. Em 31 de outubro, a entidade pagou R$ 5,3 milhões e R$ 2,3 milhões à vista, de acordo com o relatório das movimentações financeiras da Afipe.
Uma nova investida foi feita em 2017. Naquele ano, a Afipe comprou uma fazenda por R$ 10,5 milhões em Aruanã. A entidade voltou ao município no ano seguinte para adquirir uma propriedade rural que custou R$ 18,3 milhões, mais uma vez com pagamento integral do valor no ato da compra.
A Afipe também comprou fazendas nos municípios goianos de Abadia de Goiás, Abadiânia, Anicuns, Campestre, Goiânia, Guapó, Hidrolândia, Itaberaí, Mairipotaba, Niquelândia, Santa Bárbara e Varjão.
Investimentos em outros estados
A partir de 2014, a Afipe passou a comprar propriedades rurais em outros estados, além de Goiás. A primeira terra que a entidade religiosa comprou foi uma chácara em Tanabi, no interior de São Paulo, por 217 mil. Dois anos depois, a associação comprou um sítio em Lorena por R$ 450 mil.
Ainda em 2016, os negócios do padre foram expandidos para Mato Grosso. Naquele ano, a Afipe pagou R$ 8,9 milhões à vista por uma fazenda em Araguaiana. E também comprou uma terra em Cocalinho, por R$ 1,7 milhão.
No ano seguinte, mais duas fazendas foram compradas em Cocalinho, ambas no mesmo dia. Uma delas custou R$ 9,3 milhões e o preço da outra foi R$ 2,1 milhões, pagos à prazo.
Em nota, a defesa do padre Robson afirmou que todos os negócios realizados pela Afipe foram feitos dentro da legalidade. E acrescentou que investimentos apresentaram bons resultados para a entidade.
“A aquisição de propriedades rurais era operada exclusivamente como forma de investimento. A Afipe obteve excelentes resultados financeiros com as compras e vendas das fazendas. Todas estão, desde o início, formal e legalmente contabilizadas e declaradas às autoridades competentes, bem como os demais bens da associação”, diz o texto. Fonte: https://epoca.globo.com
Nomeado o novo Núncio Apostólico para o Brasil
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Trata-se de Sua Excelência Reverendíssima Dom Giambattista Diquattro, Arcebispo titular de Giromonte, até agora Núncio Apostólico na Índia e Nepal
Vatican news
O Santo Padre nomeou o novo Núncio Apostólico para o Brasil. Trata-se de Sua Excelência Reverendíssima Dom Giambattista Diquattro, Arcebispo titular de Giromonte, até agora Núncio Apostólico na Índia e Nepal.
Giambattista Diquattro nasceu em Bolonha, Emília-Romanha, Itália, em 18 de março de 1954 é arcebispo, diplomata, teólogo e canonista. Foi ordenado sacerdote em 1981. Recebeu seu mestrado em Direito Civil na Universidade de Catânia, e doutorado em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Lateranense em Roma e mestrado em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma.
Entrou para o Serviço Diplomático da Santa Sé em 1º de maio de 1985, e serviu em missões diplomáticas nas representações pontifícias na República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Chade, nas Nações Unidas em Nova York, e mais tarde na Secretaria de Estado do Vaticano, e na Nunciatura Apostólica na Itália. O Papa João Paulo II o nomeou núncio apostólico no Panamá em 2 de abril de 2005. Bento XVI o nomeou núncio apostólico na Bolívia em 21 de novembro de 2008 e em 21 de janeiro de 2017, o Papa Francisco o nomeou Núncio Apostólico na Índia e no Nepal. Fonte: https://www.vaticannews.va
Dom Hélder Câmara e Dom Luciano Mendes de Almeida: a opção pelos pobres
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O dia 27 de agosto marca a data de falecimento de dois arcebispos que fizeram história no Brasil e na Igreja Católica por suas atuações a favor dos pobres e oprimidos: dom Hélder Câmara e dom Luciano Mendes de Almeida. Esses religiosos, que agiram na época em que o país passava por uma ditadura militar, são lembrados pelo trabalho da caridade, da fé e da transformação social. Em 2020, celebra-se o 21º aniversário da morte de dom Hélder e o 14º aniversário da morte de dom Luciano, dois profetas que deixaram um legado importante na luta por um mundo mais justo e solidário.
Dom Hélder Pessoa Câmara nasceu em Fortaleza, Ceará, no ano de 1909, e foi arcebispo de Olinda e Recife. Antes de exercer a função de arcebispo em Pernambuco, foi bispo auxiliar na Arquidiocese do Rio de Janeiro. Também foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, atuou como secretário-geral da CNBB, ajudou na criação do Conselho Episcopal Latino-Americano - Celam e recebeu quatro indicações ao Prêmio Nobel da Paz. Dom Hélder faleceu no dia 27 de agosto de 1999, em Recife, aos 90 anos.
Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida nasceu no Rio de Janeiro, no ano de 1930, e foi arcebispo de Mariana. Antes de exercer a função de arcebispo em Minas Gerais, foi bispo auxiliar na Arquidiocese de São Paulo. Ingressou na Companhia de Jesus em 1947, sendo ordenado padre no ano de 1958. Também atuou como secretário-geral e presidente da CNBB. Dom Luciano faleceu no dia de 27 de agosto de 2006, em São Paulo, aos 75 anos.
Histórias de vida
Comprometidos com a justiça social e com a defesa dos direitos humanos, dom Hélder Câmara e dom Luciano Mendes de Almeida foram importantes lideranças políticas e religiosas da história do Brasil. Considerados pela Igreja como “servos de Deus”, ambos dedicaram suas vidas a serviço dos pobres, oprimidos e marginalizados.
Dom Hélder começou sua trajetória de ajuda aos mais necessitados como bispo auxiliar no Rio de Janeiro em 1952. Na época, fundou o Banco da Providência e a Cruzada São Sebastião, com a finalidade de dar moradias e integrar as periferias cariocas na estrutura socioeconômica da cidade. No ano de 2013, Ivanir Rampon concedeu uma entrevista à IHU On-Line para falar da história, da mística e da espiritualidade do profeta. “A ação de dom Hélder nas favelas o colocou em uma estrada que nunca mais abandonou: a via do empenho para conseguir a justiça social no seu país, na América Latina e no Terceiro Mundo”, disse Rampon.
“Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista”. Hélder Câmara
Em 1964, depois de 12 anos à frente da Arquidiocese do Rio de Janeiro, dom Hélder foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife, função que exerceu até 1985, exatamente no período em que o Brasil passava por uma ditadura militar. Também conhecido no cinema como o “Santo Rebelde”, dom Hélder atuou a favor dos mais pobres e também foi um notável defensor dos direitos humanos. Devido ao seu posicionamento, sofreu perseguição e censura, mas não deixou de enfrentar o governo autoritário brasileiro. Em 1970, proferiu o discurso “Quaisquer que sejam as consequências”, na frente de uma plateia de mais de 20 mil pessoas, em Paris, na França, denunciando as torturas e os crimes que ocorriam no Brasil.
Além da sua postura a favor dos direitos humanos na ditadura, dom Hélder também ajudou na construção da Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Medellín, na Colômbia, em 1968, e participou da Terceira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, na cidade de Puebla, no México, em 1979. Em todas essas ocasiões, dom Hélder defendeu a sua principal bandeira: a “opção preferencial pelos pobres”, que posteriormente orientou boa parte do projeto da Igreja latino-americana.
Já a atuação do religioso jesuíta dom Luciano Mendes de Almeida se projetou em toda a América Latina e em muitos países na Europa, especialmente na Itália, onde trabalhou em uma prisão por cinco anos. Sua trajetória como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, entre 1976 e 1988, foi marcada com a fundação da Pastoral do Menor, que visava ajudar crianças e adolescentes das periferias paulistas. Dom Luciano também foi presidente da CNBB de 1987 a 1995, no momento da transição democrática e da constituinte. Depois, de 1988 a 2006, trabalhou em ambientes rurais carentes de Mariana, em Minas Gerais.
Assim como dom Hélder, para defender a “opção preferencial pelos pobres”, dom Luciano foi secretário da Terceira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, na cidade de Puebla, no México, em 1979, quando se discutiam a continuidade e os entraves às diretrizes constituídas desde Medellín.
Uma alegria maior é a alegria de ver a recuperação de certas pessoas, seja da dependência química, da dependência de drogas, seja de um processo de conversão pessoal - Luciano Mendes de Almeida
Em uma entrevista concedida à IHU On-Line, no dia 8 de outubro de 2005, dom Luciano Mendes de Almeida disse que o contato com o sofrimento humano despertava nele uma grande vontade de trabalhar e ajudar. “Uma alegria maior, quase pontualizada, é a alegria de ver a recuperação de certas pessoas, seja da dependência química, da dependência de drogas, seja de um processo de conversão pessoal. Isso dá muita alegria para quem tem a missão de querer ajudar os outros a reencontrar a paz interior”, relatou dom Luciano, poucos meses antes da sua morte.
Processo de beatificação e canonização
Pelo reconhecimento de seus testemunhos, dom Hélder Câmara teve seu processo de beatificação aberto pelo Vaticano em 2015 e dom Luciano Mendes de Almeida em 2014. A fase diocesana do processo de ambos foi encerrada em 2018. Todos os documentos, como manuscritos, laudos, cartas e pareceres já foram remetidos à Congregação para a Causa dos Santos com o objetivo de comprovar as virtudes heroicas dos bispos.
Agora, é preciso aguardar o avanço do processo de beatificação na etapa romana. Se houver a comprovação de um milagre, dom Hélder e dom Luciano poderão ser proclamados beatos pela Igreja. Posteriormente, se houver a comprovação de outro milagre, serão canonizados, ou seja, se tornarão santos.
A luta pelos pobres continua
Neste mês de agosto, o Brasil ultrapassou a marca de 100 mil mortos pelo coronavírus, sendo o segundo país do mundo com maior número de vítimas. Esses números trágicos somam-se ao aprofundamento das desigualdades sociais, às violações dos direitos constitucionais para as populações do campo, indígenas, quilombolas e de proteção ao meio ambiente, além do desamparo do Estado para garantir políticas de proteção social aos mais vulneráveis. Todas essas questões demonstram ainda mais a importância de recordar o legado e a trajetória de dom Hélder Câmara e de dom Luciano Mendes de Almeida.
Recentemente, no dia 19 de agosto deste ano, em sua série de catequeses dedicadas à pandemia, o papa Francisco disse a seguinte frase que dá esperança para aqueles que estão em busca de uma sociedade mais justa: “Por um lado, é essencial encontrar uma cura para um pequeno mas terrível vírus que põe o mundo inteiro de joelhos. Por outro, temos de curar um grande vírus, o da injustiça social, desigualdade de oportunidades, marginalização e falta de proteção para os mais vulneráveis. Nesta dupla resposta de cura há uma escolha que, segundo o Evangelho, não pode faltar: é a ‘opção preferencial pelos pobres’”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Sábado 29. Martírio de São João Batista. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Ó Deus, quisestes que São João Batista fosse o precursor do nascimento e da morte do vosso Filho; como ele tombou na luta pela justiça e a verdade, fazei-nos também lutar corajosamente para testemunhar a vossa palavra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 6,17-29)
17Pois o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado.18João tinha dito a Herodes: Não te é permitido ter a mulher de teu irmão.19Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém.20Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia.21Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia.22A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: Pede-me o que quiseres, e eu to darei.23E jurou-lhe: Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino.24Ela saiu e perguntou à sua mãe: Que hei de pedir? E a mãe respondeu: A cabeça de João Batista.25Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista.26O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar.27Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere,28trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe.29Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro.
3) Reflexão
Hoje comemoramos o martírio de São João Batista. O evangelho traz a descrição de como João Batista foi morto sem processo, durante um banquete, vítima da corrupção e da prepotência de Herodes e sua corte.
Marcos 6,17-20. A causa da prisão e do assassinato de João.
Herodes era um empregado do império romano. Quem mandava mesmo na Palestina, desde 63 antes de Cristo, era César, o imperador de Roma. Herodes, para não ser deposto, procurava agradar a Roma em tudo. Insistia sobretudo numa administração eficiente que desse lucro ao Império e a ele mesmo. A preocupação de Herodes era a sua própria promoção e segurança. Por isso, reprimia qualquer tipo de subversão. Ele gostava de ser chamado de benfeitor do povo, mas na realidade era um tirano (cf. Lc 22,25). Flávio José, um escritor daquela época, informa que o motivo da prisão de João Batista era o medo que Herodes tinha de um levante popular. A denúncia de João Batista contra a moral depravada de Herodes (Mc 6,18), foi a gota que fez transbordar o copo, e João foi preso.
Marcos 6,21-29: A trama do assassinato.
Aniversário e banquete de festa, com danças e orgias! Era o ambiente em que os poderosos do reino se reuniam e no qual se costuravam as alianças. A festa contava com a presença “dos grandes da corte, dos oficiais e das pessoas importantes da Galileia”. É nesse ambiente que se trama o assassinato de João Batista. João, o profeta, era uma denúncia viva desse sistema corrupto. Por isso, ele foi eliminado sob pretexto de um problema de vingança pessoal. Tudo isto revela a fraqueza moral de Herodes. Tanto poder acumulado na mão de um homem sem controle de si! No entusiasmo da festa e do vinho, Herodes fez um juramento leviano a uma jovem dançarina. Supersticioso como era, pensava que devia manter esse juramento. Para Herodes, a vida dos súditos não valia nada. Dispunha deles como dispunha da posição das cadeiras na sala. Marcos conta o fato tal qual e deixa às comunidades e a nós a tarefa de tirarmos as conclusões.
Nas entrelinhas, o evangelho de hoje traz muitas informações sobre o tempo em que Jesus vivia e sobre a maneira como era exercido o poder pelos poderosos da época. Galileia, terra de Jesus, era governada por Herodes Antipas, filho do rei Herodes, o Grande, desde 4 antes de Cristo até 39 depois de Cristo. Ao todo, 43 anos! Durante todo o tempo que Jesus viveu, não houve mudança de governo na Galileia! Herodes era dono absoluto de tudo, não prestava conta a ninguém, fazia o que bem entendia. Prepotência, falta de ética, poder absoluto, sem controle por parte do povo!
Herodes construiu uma nova capital, chamada Tiberíades. Sefforis, a antiga capital, tinha sido destruída pelos romanos em represália contra um levante popular. Isto aconteceu quando Jesus tinha em torno de sete anos de idade. Tiberíades, a nova capital, foi inaugurada treze anos mais tarde, quando Jesus tinha seus 20 anos. Era chamada assim para agradar a Tibério, o imperador de Roma. Tiberíades era um quisto estranho na Galileia. Era lá que viviam o rei, “os magnatas, os generais e os grandes da Galileia” (Mc 6,21). Era lá que moravam os donos das terras, os soldados, a polícia, os juízes muitas vezes insensíveis (Lc 18,1-4). Para lá eram levados os impostos e o produto do povo. Era lá que Herodes fazia suas orgias de morte (Mc 6,21-29). Não consta nos evangelhos que Jesus tenha entrado nessa cidade.
Ao longo daqueles 43 anos do governo de Herodes, criou-se toda uma classe de funcionários fieis ao projeto do rei: escribas, comerciantes, donos de terras, fiscais do mercado, publicanos ou coletores de impostos, militares, policiais, juizes, promotores, chefes locais. A maior parte deste pessoal morava na capital, gozando dos privilégios que Herodes oferecia, por exemplo, isenção de impostos. Outra parte vivia nas aldeias. Em cada aldeia ou cidade havia um grupo de pessoas que apoiavam o governo. Vários escribas e fariseus estavam ligados ao sistema e à política do governo. Nos evangelhos, os fariseus aparecem junto com os herodianos (Mc 3,6; 8,15; 12,13), o que reflete a aliança que existia entre o poder religioso e poder civil. A vida do povo nas aldeias da Galileia era muito controlada, tanto pelo governo como pela religião. Era necessário ter muita coragem para começar algo novo, como fizeram João e Jesus! Era o mesmo que atrair sobre si a raiva dos privilegiados, tanto do poder religioso como do poder civil, tanto em nível local como estadual.
4) Para um confronto pessoal
1-Conhece casos de pessoas que morreram vítimas da corrupção e da dominação dos poderosos? E aqui entre nós, na nossa comunidade e na igreja, há vítimas de desmando e de autoritarismo? Dê um exemplo.
2-Superstição, covardia e corrupção marcavam o exercício do poder de Herodes. Compare com o exercício do poder religioso e civil hoje nos vários níveis tanto da sociedade como da Igreja.
5) Oração final
É em vós, Senhor, que procuro meu refúgio; que minha esperança não seja para sempre confundida. Por vossa justiça, livrai-me, libertai-me; inclinai para mim vossos ouvidos e salvai-me. (Sl 70, 1-2)
Em paróquia de SP, substância proibida é indicada para cura do coronavírus em até dois dias
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Anvisa diz que produto faz mal e não tem efeito; para padre, composto poderia acabar com a pandemia
Padre Ticão na Igreja São Francisco de Assis, em Ermelino Matarazzo, no extremo leste paulistano - Marlene Bergamo/Folhapress
SÃO PAULO
Uma mulher é chamada à frente do salão paroquial da igreja São Francisco de Assis, em Ermelino Matarazzo (zona leste de SP), para dar um testemunho sobre como se curou do coronavírus. Ela pergunta se pode tirar a máscara para falar e ouve que, sim, pois ali todos usam um produto conhecido como MMS.
“Fiquei com a Covid dia 16 de abril trabalhando em doações de cesta básica, minha família inteira estava com Covid. Um anjo soube que eu estava com o sintomas e o anjo foi e mandou o MMS para mim”, diz a mulher. “A minha família toda se livrou”.
MMS (da sigla em inglês para Miracle Mineral Supplement) é feito a base de um composto químico, dióxido de cloro, não é autorizado pela Anvisa para ser usado como remédio. Médicos afirmam que a substância, usada em alguns produtos de limpeza, é prejudicial à saúde.
No entanto, frequentadores da paróquia da zona leste dão curso sobre como usar a substância para se curar de várias doenças, incluindo coronavírus. Ali, fala-se que, em dois dias, infectados com a doença que já matou mais de 118 mil pessoas no Brasil são curados em dois dias.
As indicações acontecem durante aulas de naturopatia, uma prática de medicina alternativa, com apoio e presença do padre Antônio Luiz Marchioni, o Padre Ticão, que tem trabalho reconhecido na área social na zona leste. À frente de uma lousa cheia de instruções, muitas vezes sem máscaras, adeptos da prática detalham o uso do produto.
“Aqui na igreja São Francisco há mais de quatro anos que trabalhamos com o MMS, dióxido de cloro, e no momento atual eu posso lhe apresentar 100 pessoas que tomaram e as 100 pessoas venceram o coronavírus. Se você for no hospital Tide Setúbal, de cada 100 pessoas que entraram na UTI 90 foram pro cemitério da Saudade”, disse.
“O dióxido de cloro cura coronavírus. Se o mundo usasse dióxido de cloro, já teria resolvido o problema do coronavírus no mundo”.
Ticão atribui a proibição da substância à indústria farmacêutica, que “odeia o dióxido de cloro”. Ele também criticou a Anvisa: “A dona Anvisa, como o povo fala, ela obedece à FDA americana (Food and Drug Administration, autoridade sanitária dos EUA)”.
O padre cita também o caso da Bolívia, onde a Câmara aprovou o uso da substância contra coronavírus.
O padre também é um entusiasta do uso medicinal da cannabis, substância que, diferentemente do MMS, tem benefícios reconhecidos pela ciência para diversos problemas de saúde.
As aulas acontecem no salão paroquial da igreja e também são transmitidas pela internet. Em uma delas, uma das pessoas que conduz o evento apresenta os protocolos para o uso do dióxido de cloro.
“O protocolo C, 20 ml de CDS concentrado, em um litro de água mineral ou filtrada, tomando cinco vezes pela manhã e cinco vezes pela tarde. Quem pode usar esse protocolo C? Todas as pessoas, para prevenção, para não pegar o vírus, profissionais da saúde que trabalham com doentes e pacientes positivos do Covid assintomáticos. Então, a pessoa toma, já resolve o caso dela e quem pegou já se cura”, diz a mulher. “Em dois dias, quem pegou o vírus se curou.”
Também há instruções para fazer gargarejo e usar o produto nas narinas. “Você vai injetar, o que vai acontecer? Vai lavar a fossa nasal”, afirmou. “Acabou, gente, não tem vírus que aguenta, oxidação”, conclui.
Protocolos para pessoas em estado grave preveem doses maiores de dióxido de cloro.
Sem base científica, o mesmo produto também é usado como uma falsa cura para o autismo, conforme a Folha noticiou. A subtância foi proibido pela Anvisa em 2018.
A agência enviou alerta a vigilâncias sanitárias estaduais sobre a proibição da substância e iniciou uma força-tarefa para tentar retirar o produto do mercado, derrubando anúncios de venda na internet. A agência fez um vídeo alertando para os perigos do uso da substância, presente em alguns alvejantes.
Questionada sobre o uso dela para combater o coronavírus, a Anvisa afirmou que "trata-se de substância que, normalmente, tem uso saneante em desinfecção de superfícies". "Dióxido de cloro tem ação antimicrobiana. Não está, de forma alguma, aprovado pela Anvisa para combater o Covid-19", conclui a agência.
Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e consultora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), diz que o produto faz mal à saúde.
"Não existe nenhuma comprovação científica de que o MMS possa ter um papel na prevenção de qualquer doença. Ao contrário, o dióxido de cloro, todos os trabalhos indicam que pode fazer mal à saúde. É um ácido, um irritante potente, utilizado na desinfecção e na limpeza dos ambientes. E ele pode dessa forma agredir também o organismo", afirma Stucchi.
"O que nós temos que ter cuidado é na avaliação das pessoas que falam que tomaram a medicação e sararam do vírus. Temos que lembrar que a Covid é uma doença em que 80% das pessoas, se tomarem, água, chá de hortelã ou até o dióxido de cloro vão ter uma evolução muito boa, vão se curar. Com uma vantagem de quem tomar água e chá de hortelã não vai ter nenhum efeito colateral. Já quem toma o dióxido de cloro pode ter efeitos colaterais claros", declara.
"Não há nenhum milagre. As pessoas que passam a informação de algum benefício do dióxido de cloro estão enganando os outros que querem acreditar que haja algum tratamento milagroso." Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
ANGRA-AO VIVO: Quinta-feira da Adoração, Confissão e Caridade
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# Tempodecuidar
Cáritas Brasileira/ CNBB- Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Angra dos Reis/RJ-Diocese de Itaguaí.
No mês vocacional continuamos com a nossa campanha #tempodecuidar. Todos os dias, entre 20 e 30 famílias batem à porta do Convento do Carmo com a esperança de ganhar um pouco de alimento. Infelizmente nem sempre podemos ajudar diante da grande demanda neste tempo de pandemia.
Até o momento já doamos mais de 2.300 cestas básicas graças ao apoio da comunidade paroquial e amigos e amigas até mesmo de outros estados e países.
Nós Frades Carmelitas; Petrônio e Marcelo, agradecemos a caridade de todos e todas.
#Tempo de cuidar: Ajude os pobres de Angra dos Reis em tempos de pandemia (Contatos para doação: Convento do Carmo; 3367-3412 (Frei Petrônio). Meu Whatsapp- (21) 982917139. Whatsapp da Conceição Fonseca: 97404-1826)
EVANGELHO DO DIA-21º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Quinta-feira, 27 de agosto-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 24, 42-51)
42Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor.43Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa.44Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes.45Quem é, pois, o servo fiel e prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua família, para dar-lhes o alimento no momento oportuno?46Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim!47Em verdade vos digo: ele o estabelecerá sobre todos os seus bens.48Mas, se é um mau servo que imagina consigo:49- Meu senhor tarda a vir, e se põe a bater em seus companheiros e a comer e a beber com os ébrios,50o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e na hora em que ele não sabe,51e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.
3) Reflexão Mateus 24, 42-51
O evangelho de hoje, festa de Santo Agostinho, fala da vinda do Senhor no fim dos tempos e nos exorta à vigilância. Na época dos primeiros cristãos, muita gente achava que o fim deste mundo estava perto e que Jesus voltaria logo. Hoje, muita gente acha que o fim do mundo está perto. Por isso, é bom refletir sobre o significado da vigilância.
Mateus 24,42: Vigilância
“Portanto, fiquem vigiando! Porque vocês não sabem em que dia virá o Senhor de vocês”. A respeito do dia e da hora do fim do mundo, Jesus tinha dito: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!" (Mc 13,32). Hoje, muita gente vive preocupado com o fim do mundo. Nas ruas das cidades, você vê escrito nas paredes: Jesus voltará! E como será esta vinda? Depois do ano 1000, apoiados no Apocalipse de João (Apc 20,7), começaram a dizer: “De 1000 passou, mas de 2000 não passará!” Por isso, na medida em que o ano 2000 chegava mais perto, muitos ficavam preocupados. Teve até gente que, angustiada com a proximidade do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Outros, lendo o Apocalipse de João, chegaram a predizer a hora exata do fim. Mas o ano 2000 passou e nada aconteceu. O fim não chegou! Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a frequentar uma determinada igreja! Outros ainda, de tanto esperar e especular em torno da vinda de Jesus, já nem percebem mais a presença dele no meio de nós, nas coisas mais comuns da vida, nos fatos do dia-a-dia.
A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. Muita gente das comunidades dizia que o fim deste mundo estava perto e que Jesus voltaria logo. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1 Tes 4,13-18; 2 Tes 2,2). Por isso, havia até pessoas que já não trabalhavam, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas. “Trabalhar para que, se Jesus vai voltar logo?” (cf 2Ts 3,11). Paulo responde que não era tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisava: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” Outros ficavam só olhando o céu, aguardando o retorno de Jesus sobre as nuvens (cf At 1,11). Outros reclamavam da demora (2Pd 3,4-9). Em geral, os cristãos viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para encerrar a história injusta deste mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso no céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca! (2 Pd 3,4).
Até hoje, a vinda de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? É que já não percebemos que Jesus já voltou, já está no nosso meio: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. A plenitude ainda não chegou, mas uma amostra ou garantia do Reino já está no meio de nós. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25). E enquanto esperamos e lutamos, dizemos acertadamente: “Ele já está no meio de nós!” (Mt 25,40).
Mateus 24,43-51: O exemplo do dono da casa e seus dois empregados
“Compreendam bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente ficaria vigiando, e não deixaria que a sua casa fosse arrombada”. Jesus deixa bem claro. Ninguém sabe nada a respeito da hora: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!" O que importa mesmo não saber a hora do fim deste mundo, mas sim ter um olhar capaz de perceber a vinda de Jesus já presente no meio de nós na pessoa do pobre (cf Mt 25,40) e em tantos outros modos e acontecimentos da vida de cada dia. O que importa é abrir os olhos e ter presente o exemplo do bom empregado de que Jesus fala na parábola.
4) Para um confronto pessoal
1-Perguntas para a reflexão:
2-Em que sinais o povo se apóia para dizer que o fim do mundo está perto? Você acha que o fim do mundo está perto?
3-O que responder aos que dizem que o fim do mundo está próximo? Qual a força que anima você a resistir e ter esperança?
5) Oração final
Dia a dia vos bendirei, e louvarei o vosso nome eternamente. Grande é o Senhor e sumamente louvável, insondável é a sua grandeza. (Sl 144, 2-3)
Associação religiosa de padre Robson fez saques de mais de R$ 100 milhões, diz promotor
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Associação religiosa de padre Robson fez saques de mais de R$ 100 milhões, diz promotor
Religioso com status de celebridade, pároco da Basílica do Divino Pai Eterno, em Goiás, é apontado pelo MP como líder de uma organização criminosa
Gustavo Schmitt
Acostumado a rodar o Brasil e levar multidões para suas missas, o padre Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, é apontado pelo Ministério Público como chefe de uma organização criminosa que desviou R$ 60 milhões doados pelos fiéis. Foto: Reprodução
SÃO PAULO — "Estamos falando de um império, de onde foram sacados por pessoas de confiança do padre mais de R$ 100 milhões em espécie de contas de associações religiosas e há indícios de crimes". A afirmação é do promotor do Ministério Público (MP) de Goiás, Sandro Halfeld, um dos responsáveis pelo inquérito que investiga desvios milionários de doações de fiéis pelo padre Robson de Oliveira Pereira das Associações dos Filhos do Pai Eterno (Afipes), em Trindade, na região metropolitana de Goiás.
As investigações recaem sobre a trajetória de um padre com status de celebridade entre os católicos e números superlativos: nas redes sociais são 4 milhões de seguidores. Todos os anos, o padre Robson comanda uma das maiores celebrações religiosas do país, a festa do Divino Pai Eterno, cuja romaria chega a reunir cerca de 3 milhões de pessoas em Trindade, onde nasceu e foi criado. Fonte: https://oglobo.globo.com
ANGRA: Dia da Adoração, Confissão e Caridade
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O Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, Padre Carmelita e Jornalista- Direto do Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ- convida a comunidade para mais um Dia da Confissão, Adoração e Caridade na Igreja Conventual do Carmo. No Vídeo, ele entrevista o Zélio Nascimento, da Fraternidade Santa Dulce dos Pobres.
# Tempodecuidar
Cáritas Brasileira/ CNBB- Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Angra dos Reis/RJ-Diocese de Itaguaí.
No mês vocacional continuamos com a nossa campanha #tempodecuidar. Todos os dias, entre 20 e 30 famílias batem à porta do Convento do Carmo com a esperança de ganhar um pouco de alimento. Infelizmente nem sempre podemos ajudar diante da grande demanda neste tempo de pandemia. Até o momento já doamos mais de 2.300 cestas básicas graças ao apoio da comunidade paroquial e amigos e amigas até mesmo de outros estados e países.
Nós Frades Carmelitas; Petrônio e Marcelo, agradecemos a caridade de todos e todas.
#Tempo de cuidar: Ajude os pobres de Angra dos Reis em tempos de pandemia
(Contatos para doação: Convento do Carmo; 3367-3412 (Frei Petrônio). Meu Whatsapp- (21) 982917139. Whatsapp da Conceição Fonseca: 97404-1826) Convento do Carmo de Angra. 26 de agosto-2020. www.olharjornalistico.com.br
Hacker diz que fez parte da chantagem contra padre Robson na delegacia após ser preso e teve que dar R$ 165 mil a delegado
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Padre Robson reassume reitoria do Santuário Basílica de Trindade pelos próximos quatro anos em Goiás — Foto: Afipe/Divulgação
Condenado por extorsão, ele afirmou em depoimento que produziu montagens enviadas ao pároco quando estava detido com permissão do delegado Kleiton Dias, que não quis se manifestar. Processo originou ação do MP sobre desvios na Afipe.
Por Sílvio Túlio e Gabriel Garcia, G1 GO e TV Anhanguera
O hacker Welton Ferreira Nunes Júnior, uma das cinco pessoas condenadas pela Justiça por extorquir dinheiro do padre Robson de Oliveira, disse em depoimento à Justiça que e-mails e imagens usados na chantagem foram criados de "dentro da delegacia", quando estava preso. Ele contou ainda que o delegado Kleyton Manoel Dias, responsável pela investigação do caso, consentiu o procedimento e, após a montagem do material, cobrou dele R$ 165 mil.
À TV Anhanguera, o delegado disse que não ia comentar o assunto. A Polícia Civil informou que a Corregedoria apura o caso. Já a defesa do padre Robson afirmou que o fato "somente reafirma que todo o conteúdo das mensagens mencionadas é falso" (leia na íntegra o posicionamento ao final do texto).
O processo de extorsão ao padre originou a Operação Vendilhões, deflagrada pelo MP para apurar desvios de doações feitas por fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), responsável pelo Santuário Basílica de Trindade, cidade na Região Metropolitana de Goiânia. Fundador e presidente da entidade, padre Robson se afastou das funções temporariamente. Ele nega qualquer irregularidade.
O depoimento de Welton consta no processo de extorsão. Nele, o hacker conta que foi contratado e receberia R$ 1,5 milhão para "pegar informações do padre" por uma suspeita de que ele tinha um caso amoroso. No entanto, ele optou por chantagear o próprio religioso, pedindo um valor maior - R$ 2 milhões - para não divulgar as supostas provas contra ele.
No processo, consta que Welton também teria um caso amoroso com o padre Robson. O hacker, apontado como o mentor da extorsão, disse que em todo momento conversou com o religioso por um aplicativo de mensagens.
Welton afirma que somente após a prisão é que começou produzir o material contra o padre e criar o e-mail que foi enviado com ele. Tudo isso, segundo ele, na delegacia e com a permissão do delegado.
"Eu fiquei uma semana lá na Deic [Delegacia Estadual de Investigações Criminais] criando isso aí (...). Fiquei uma semana dentro da sala do delegado fazendo isso aí", disse Welton no depoimento.
Uma dessas criações é um e-mail enviado ao padre em 24 de março de 2017. Usando a alcunha "Detetive Miami" - também criada na delegacia, segundo ele - o hacker escreve que está com "cópia de todos os seus emails" e "dois anos de conversa no WhatsApp".
No texto, ele cita ainda um suposto "caso" do religioso com uma mulher e cobra R$ 2 milhões para não divulgar o material.
No tempo em que ficou detido, ele disse que ficou preso "na sala do delegado", que dormia e tomava banho lá. Welton afirmou ainda que, quando terminou de criar o material, o delegado e alguns agentes começaram a cobrar dinheiro dele e até a agredi-lo. Ele diz que pagou, mas que o dinheiro era próprio e não da extorsão ao padre.
"Quando nós terminamos, aí o delegado falou 'eu quero dinheiro, eu quero dinheiro', e batia em mim (...). O dinheiro ficou com eles, né. Em torno de R$ 165 mil", disse.
Entenda o caso
No dia 21 de agosto, o MP deflagrou a Operação Vendilhões, que apura desvios de verba e lavagem de dinheiro na Afipe
A ação apura o uso de dinheiro da Afipe - em sua grande maioria doada por fiéis - na compra de fazendas, casas de praia e outros imóveis de luxo. O MP afirma que eram usados "laranjas" e empresas de fachada para a prática dos crimes
Um processo de extorsão sofrido pelo padre Robson originou a ação do MP. A Justiça afirma que um hacker extorquiu o pároco tinha um romance com ele e ameaçava expor casos
A investigação aponta que a Afipe movimentou cerca de R$ 2 bilhões na última década. Ao menos R$ 120 milhões teriam sido desviados
Fundador e presidente da Afipe, padre Robson se afastou do cargo por conta da operação. Ele era o responsável por gerir um orçamento de R$ 20 milhões mensais
Nota da Polícia Civil:
Em relação ao questionamento formulado, a Polícia Civil de Goiás informa que a atual gestão instaurou procedimento na Corregedoria da instituição para apurar eventual transgressão disciplinar de policiais civis. O procedimento é sigiloso enquanto estiver em andamento, razão pela qual não serão prestadas maiores informações.
Nota do padre Robson:
Isto somente reafirma que todo o conteúdo das mensagens mencionadas é falso. Os responsáveis já foram condenados pelo Judiciário com severas penas. Este processo, no qual o padre Robson figura como vítima destes criminosos, está sob sigilo, conforme decisão do Tribunal de Justiça de Goiás.
PADRE ROBSON E AFIPE
Fonte: https://g1.globo.com
É de outra Igreja que precisamos
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O caso envolvendo irregularidades com o padre Robson do Santuário do Pai Eterno em Goiânia, está em investigação, tomara que não passe de um engano, mas a validade do artigo do Pe. Manoel Joaquim não depende da culpa ou inocência do Pe, Robson. Este artigo poderia já ter sido escrito há muito tempo e não mudaria o sentido de sua preocupação (Olimpio de Souza, no facebook).
Veja a seguir artigo de Pe. Manuel Joaquim R. dos Santos, de Londrina PR
O caso envolvendo irregularidades com o padre Robson do Santuário do Pai Eterno em Goiânia, nos leva a necessárias e sérias reflexões. Há anos atrás eu escrevi um artigo mordaz, discorrendo sobre o que chamava genericamente de “padres cantores”. Outros preferem o termo influencer, mas dá no mesmo.
Nos anos noventa, uma estratégia clara da Igreja católica, foi o enfrentamento das Igrejas pentecostais visando concretamente a evasão dos católicos com esse destino. Foi o momento da explosão das mídias católicas – Canção Nova, Século XXI, Rede Vida etc. Todas obedecendo à mesma linha influente da RCC, em tese, a que melhor proporcionaria uma comunicação perfeita a esse objetivo primeiro. Numa linguagem do chamado catolicismo explícito, ou comunicação explicitamente religiosa, esses Meios entravam na casa dos brasileiros, cumprindo um papel, que segundo se dizia, não era mais atingido pelas paróquias e antigas estruturas. Com isso, os lares católicos brasileiros passaram a ter um canal “católico” em suas casas, dando catequese, ditando a moral, formando opinião e em alguns casos, em rota de colisão com a Igreja ou com vários párocos. Mas o pior! Geralmente esses programas criaram locais específicos de grandes peregrinações, que se transformaram numa espécie de super paróquia. Católicos geralmente quase nada envolvidos em atividades eclesiais e descompromissados com a Comunidade de origem, faziam peregrinações sistemáticas e mobilizavam outros, até esses points da fé! Por sua vez, padres midiáticos cada vez mais aperfeiçoados no metier, recorrendo a modelos nada convencionais (cowboy – country, show man etc.), abusando de batinas e clergyman, iam se impondo no imaginário popular como super heróis do catolicismo moderno a atual. Paradoxalmente, mal sabiam os idosos e espectadores, que de moderno e atual essa gente não tem quase nada. O conteúdo desses shows da fé, abusando de devocionismos e sacramentários (no pior sentido do termo), arrasavam com a caminhada histórica da Igreja brasileira e resgatavam modos populares, em nada condizentes com uma boa e necessária evangelização. Que a devoção seja positiva e uma boa plataforma para voos mais altos em termos de compromisso com o Reino de Deus, é pacífico e defendido em inúmeros documentos do Magistério. Porém, o devocionismo provocado e alimentado por esses Meios de Comunicação Católicos empoderando padres recém ordenados, não é adequado ao objetivo que a Igreja Católica tem se proposto em seus Planos de Evangelização dos últimos anos.
Concomitantemente, este modelo envolve altos recursos financeiros. Uma família católica média pode receber em sua casa de dois a três boletos mensais, com solicitação de ajuda. Como aparentemente o objetivo é sacro, a generosidade do povo nunca falha. Além do dízimo, se é que em muitos casos não é substituído! São milhões. Bilhões, na verdade. Construção de Santuários faraônicos, redes de Tvs, Rádios etc. etc. Dinheiro exige administração e transparência. Um caso de escândalo envolvendo essas doações derrubam imediatamente todo o plano. O caso do padre Robson está sob investigação. Mas ao que parece, houve alto desvio para bens particulares. Em Goiânia um caso destes, já não é inédito!
Será o começo do fim de um modelo que até hoje não podemos avaliar em termos de vantagens para a evangelização? Sabemos que a tipicidade destes evangelizadores da Mídia, associados a Santuários, é tipicamente do continente americano. A peregrinação enquanto tal é inerente ao ser humano. Ele caminha como o grande paradigma da sua própria existência. Caminha por caminhar. É caminhando que se faz o caminho. Na idade média se caminhava também por penitência. No entanto, os Santuários de hoje envolvem mais do que isso. Para pior. São “centros de bênçãos” e locais de gastança de dinheiro. São erigidos a santos, anjos e arcanjos. Desenvolveu-se uma teologia medíocre e barata desses personagens do mundo da fé. Alguns são apenas programas de turismo religioso barato. Afinal, os pobres também têm o direito de ir em algum lugar, já que não o podem fazer a Roma ou Jerusalém! Isso é descer vários degraus no que a Igreja pós conciliar e o mundo atual preconizam e precisam. Multidões em algum lugar, escutando sermões, teológica e eclesialmente suspeitos, é tudo de que nós não precisamos no momento.
Eu estava na maternidade onde nasceu a Rede Vida. Em Brasília, com os cardeais da época, discutindo a possibilidade de a CNBB assumir para si “uma Tv Católica”. Pela história, sabemos da recusa dos bispos a esta possibilidade. Mas Monteiro a ofereceu. Posto isso, ela se transformou numa “TV Católica” sem a CNBB! Creio que foi uma atitude sensata dos bispos e cardeais. Ter uma televisão porta voz da Igreja fica muito caro e é perigoso. Outros países já discutiram esta opção e não a endossaram.
Está passando da hora de nos alinharmos com as ideias refrigeradas de Francisco ensopadas no Vaticano II e nas Conferências Latino Americanas. Não vejo sinceramente nenhuma contribuição deste “modelo de evangelização” usando padres-show e santuários, para uma Igreja que precisa se reinventar nos tempos de mudança de época em que nos encontramos. Muita tinta ainda correrá sobre este “fenômeno” dos anos 90 que chega até aos dias de hoje. A crise que enfrentamos hoje e que provoca na Igreja um ressurgimento da dimensão profética e de proximidade total com os sofredores, empobrecidos, descartados, discriminados e ateus, não encontra no padre Robson e tantos outros similares nenhuma empatia. Água e azeite não se misturam. Fonte: http://iserassessoria.org.br
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