COVID-19: DIOCESE DE ITAGUAÍ – RJ REGIONAL PAR (PARATY E ANGRA DOS REIS)
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Angra dos Reis, 06 de maio de 2020.
COMUNICADO AO POVO DE DEUS
Considerando, o Decreto Municipal nº 11.637 sobre a autorização do funcionamento dos Templos Religiosos; e que o acatamento da exigência da assinatura do “Termo de compromisso”, em nosso entendimento, constitui uma transmissão de responsabilidade; tendo em vista o que determina quanto o número máximo de participação dos fiéis; face à total incapacidade de criar critérios para determinar quem poderia participar da Missa, incorrendo no grave risco de levar a segregação de pessoas e ao proselitismo.
Considerando, que, enquanto cidadãos, estamos sujeitos às leis civis, entretanto, enquanto clérigos, que devemos obediência somente ao Santo Padre o Papa e ao nosso Bispo Diocesano (cf. CDC, 22. 273); a comunhão das Paroquias do Município de Angra dos Reis; seguindo as determinações do Código de Direito Canônico da Igreja Católica que visa o bem do povo em sua saúde física em vista da Salvação (CDC, 1752); que, sendo a Eucaristia um direito de todos os fiéis, é impossível, portanto, determinar critérios para a participação apenas de alguns.
Considerando, as estatísticas que evidenciam que os números da pandemia têm crescido vertiginosamente no Brasil; tendo por base o boletim Epidemiológico do Município, que demonstra um crescimento de infectados pelo COVID- 19.
Considerando, que as orientações da OMS e demais autoridades cientificas, médicas e sanitárias, indicam como isolamento social a medida mais eficaz para minimizar a propagação do novo corona-vírus.
Considerando, que, apesar do pronunciamento do Prefeito Municipal, nem o Bispo Diocesano e nem tampouco qualquer Padre de Angra dos Reis terem sido previamente consultados sobre a reabertura das Igrejas para a realização de liturgias públicas.
Nós, padres das Paróquias do Município de Angra dos Reis, em reunião convocada pelo senhor Bispo Diocesano, presidida pelo Vigário Geral e secretariada pelo Coordenador do Regional PAR, decidimos que:
- Não haverá abertura das Igrejas para celebrações públicas, conforme já determina o Decreto Diocesano;
- Seguindo, evidentemente, as orientações sanitárias determinadas pelas autoridades (uso de máscara, uso de álcool em gel, distanciamento entre as pessoas, sem nenhum tipo de aglomeração); segundo os critérios de cada Paróquia; as Igrejas permanecerão abertas em horários determinados, somente para as orações individuais; bem como as Secretarias Paroquiais.
- Estão suspensos os atendimentos individuais, reuniões, encontros formativos e catequéticos; assistência e Comunhão aos enfermos, nos hospitais e nas casas; e a Comunhão Sacramental a todos os fieis;
- Continuamos, conforme o costume, a dar assistência caritativa aos mais necessitados, em especial com a cesta básica (o que aumentou consideravelmente nos tempos dessa pandemia).
Reiteramos o nosso pedido a aqueles que puderem ser generosos na entrega do seu Dízimo e ofertas, para a manutenção das nossas Paróquias; assim como as doações de alimentos não perecíveis e de higiene para as famílias mais carentes.
Lembramos que: “arte de governar está em tomar decisões ‘desagradáveis’ ou ‘desastrosas’”. Assim, reafirmamos que de acordo com a evolução da pandemia reavaliaremos essas decisões.
“Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum” (At 2,44).
Certos do entendimento e colaboração de todos para o bem comum, confiantes na Divina Providência e na intercessão materna de Nossa Senhora, subscrevemo-nos com nossa Bênção Sacerdotal e orações, recomendando-nos às vossas.
Fraternalmente, em Cristo Jesus,
Pe. Gilberto Stanisce Paróquia Santíssima Trindade Vigário Geral |
Pe. Luiz Antonio Dornelles Paróquia Nossa Senhora do Rosário Coordenador do Regional PAR |
Fr. Marcelo de Jesus Maciel Fr. Petrônio Miranda Paróquia Nossa Senhora da Conceição |
Pe. Luis Carlos Zotesso Paróquia Nossa Senhora Aparecida |
Pe. Cícero Gomes Alves Paróquia Cristo Rei |
Pe. Gilson Francisco da Cruz Paróquia São Sebastião (Frade) |
Pe. Mauro Brandão Paróquia São José Operário |
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Fr. José Anchieta Varela Paróquia São Sebastião (Ilha Grande) |
QUADRO DE SAÚDE DE DOM VALÉRIO BREDA É CONSIDERADO GRAVE
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O bispo da Diocese de Penedo (AL), dom Valério Breda, 75 anos, teve uma piora nesta terça-feira (5) e o quadro de saúde agora é considerado grave. O religioso está sedado, respirando com ajuda de aparelhos e recebendo medicação para controle da pressão arterial.
De acordo com Luciano Ferreira de Souza, coordenador médico da UTI neurológica do Hospital Arthur Ramos, em Maceió, dom Valério também precisará ser submetido a sessões de hemodiálise. O bispo está sendo acompanhado por equipes de medicina intensiva, neurologia e nefrologia.
Dom Valério, que é presidente da Comissão Regional Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB NE2, deu entrada na unidade de saúde no dia 15 de abril, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), ficando 14 dias na UTI.
O bispo passou quatro dias sob cuidados médicos na enfermaria do hospital, mas retornou para a UTI no domingo (3) após sentir desconforto respiratório e apresentar alterações na pressão arterial.
A CNBB NE2 segue unida em oração com o clero, religiosos, religiosas e leigos da Diocese de Penedo pela pronta recuperação de dom Valério. Fonte: http://cnbbne2.org.br
Quando “a fome é muito grande”, mas a procura para ajudar também
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Voluntários arregaçam as mangas para dar conta de uma demanda crescente por alimentos na capital de São Paulo
Todos os dias, uma enorme fila se forma ao redor de uma tenda montada em frente ao Largo São Francisco, no centro de São Paulo. Ali, moradores de rua e pessoas vulneráveis aguardam para receber uma das 1.300 marmitas distribuídas no horário do almoço. No jantar, a mesma cena se repete e outras 1.300 quentinhas são entregues por voluntários da Associação Franciscana de Solidariedade (Sefras). Antes do coronavírus, nosso novo marco temporal para os dias de hoje, a Sefras distribuía em sua sede 300 almoços e 300 chás da tarde no projeto chamado Chá do Padre. Depois da pandemia, não foram só os números de casos confirmados ou de óbitos que cresceram exponencialmente na capital que é o epicentro dessa crise. “Nosso público cresceu absurdamente”, explica o frei Marx Rodrigues dos Reis, diretor secretário do Sefras. “Tivemos que abrir novos espaços para ampliar o atendimento.”
A tenda do Largo São Francisco foi então aberta. E junto com a demanda cresceu também a oferta de doações e trabalho. O número de parceiros, voluntários e doadores que procuraram a entidade para ajudar cresceu, extrapolando até mesmo a estrutura da entidade. “Descobrimos que éramos capazes de conseguir mais do que o que nosso território demandava, que são as 2.600 refeições diárias da tenda”, diz Frei Marx. “Começamos então a pensar em fazer parcerias com outros grupos que têm atividades semelhantes à nossa, como a Casa de Oração do Povo de Rua, que atende na cracolândia, além do atendimento a moradores que vivem em locais como debaixo de viadutos”.
O resultado, até o momento, é um alento em tempos de más notícias. Do final de março para cá, quase 70 toneladas de alimentos e 80.455 marmitas prontas foram enviadas por doadores voluntários. A empresária Gabriela Spinardi, dona de um bufê, faz parte dos atuais 106 parceiros dos franciscanos que contribuem com essas refeições. Todos os dias ela leva 50 marmitas até a tenda, que se somam às demais enviadas pelos outros voluntários. “Quando comecei a distribuir as quentinhas, logo no começo da pandemia, foi na região da Ceagesp [zona oeste de São Paulo]. E foi muito difícil”, conta ela. “Um senhor recebeu a marmita, nos olhou e disse ‘obrigado por trazer comida. Ninguém olha para a gente'. Aquilo foi muito doído".
Mas com o passar dos dias, ela começou a perceber que quando chegava ao local, alguém já tinha passado por ali e distribuído refeições aos moradores. Era hora de procurar outras barrigas para alimentar. E foi aí que ela foi atrás dos franciscanos e passou a levar suas marmitas para a tenda no centro da cidade.
A corrente de solidariedade foi então sendo formada em todas as escalas. “Recebi uma doação grande da Associação Paulista de Supermercados (APAS), que é meu cliente”, conta Gabriela. “Eles tinham uma verba para comprar ovo de Páscoa para os funcionários e como não usaram doaram para mim. Com isso, no fim de semana de Páscoa distribuímos um monte de marmitas”. Além das doações, uma amiga se voluntariou para ajudar na cozinha e o açougueiro deu um desconto para a compra das carnes.
A ajuda em cascata recebida pelos franciscanos por pessoas como Gabriela alimentou mais de 100.000 pessoas no último mês, e se reverberou para outras frentes de apoio, como a distribuição de cestas básicas, outra imensa demanda. “No dia em que iniciamos o cadastro para o recebimento das cestas básicas fizemos 1.000 inscrições, a fila dobrava a esquina", conta Frei Marx. "E ainda teve gente que saiu revoltada porque não demos contas de fazer tantas inscrições”. Hoje, parte das quase 20.000 cestas já doadas foi enviada até para comunidades do Rio de Janeiro.
Mas, embora a estrutura da Sefras tenha crescido, eles seguem precisando de doações para continuar o trabalho. “A fome é muito grande”, diz Frei Marx. Ele explica que a entidade atualmente precisa de equipamentos de proteção individual (EPIs) para os voluntários, alimentos não perecíveis e dinheiro. Aqui há mais informações sobre como ajudar.
Já quem começou o voluntariado agora diz que este é um caminho sem volta. Gabriela, que antes da pandemia trabalhava com eventos, e depois teve que reorganizar os negócios para a venda de refeições congeladas, reduziu os salários da equipe, pediu desconto no aluguel e hoje fatura 30% do que faturava antes, diz não saber o que vai ser quando a pandemia passar. “Não sei o que vai ser do meu negócio”, diz. Mas perguntada se pretende continuar distribuindo refeições mesmo após a pandemia, não titubeia. “Acho difícil que eu pare”. Fonte: https://brasil.elpais.com
EVANGELHO DO DIA-4ª SEMANA DA PÁSCOA. Terça-feira, 5 de maio-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, celebrando o mistério da ressurreição do Senhor, possamos acolher com alegria a nossa redenção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 10, 22-30)
Naquele tempo, 22Em Jerusalém celebrava-se a festa da Dedicação. Era inverno. 23Jesus andava pelo templo, no pórtico de Salomão. 24Os judeus, então, o rodearam e disseram-lhe: “Até quando nos deixarás em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente!” 25Jesus respondeu: “Eu já vos disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu pai dão testemunho de mim. 26Vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu lhes dou a vida eterna. Por isso, elas nunca se perderão e ninguém vai arrancá-las da minha mão. 29Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior do que todos, e ninguém pode arrancá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um”.
3) Reflexão
Os capítulos 1 a 12 do evangelho de João são chamados “O Livro dos Sinais”. Neles acontece a revelação progressiva do Mistério de Deus em Jesus. Na mesma medida em que Jesus vai fazendo a revelação, crescem a adesão e a oposição a ele de acordo com a visão com que cada um espera a chegada do Messias. Esta maneira de descrever a atividade de Jesus não é só para informar como a adesão a Jesus acontecia naquele tempo, mas também e sobretudo como ela deve acontecer hoje em nós, seus leitores e suas leitoras. Naquele tempo, todos esperavam a chegada do Messias e tinham os seus critérios para poder reconhecê-lo. Queriam que ele fosse do jeito que eles o imaginavam. Mas Jesus não se submete a esta exigência. Ele revela o Pai do jeito que o Pai é e não do jeito que o auditório o gostaria. Ele pede conversão no modo de pensar e de agir. Hoje também, cada um de nós tem os seus gostos e preferências. Às vezes, lemos o evangelho para ver se encontramos nele a confirmação dos nossos desejos. O evangelho de hoje traz uma luz a este respeito.
João 10,22-24: Os Judeus interpelam Jesus. Era frio. Mês de outubro. Festa da dedicação que celebrava a purificação do templo feita por Judas Macabeu (2Mc 4,36.59). Era uma festa bem popular de muitas luzes. Jesus anda na esplanada do Templo, no Pórtico de Salomão. Os judeus o questionam: "Até quando nos irás deixar em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente". Eles querem que Jesus se defina e que eles possam verificar, a partir dos critérios deles, se Jesus é ou não é o Messias. Querem provas. É a atitude de quem se sente dono da situação. Os novatos devem apresentar suas credenciais. Do contrário não terão direito de falar e de atuar.
João 10,25-26: Resposta de Jesus: as obras que faço dão testemunho de mim. A resposta de Jesus é sempre a mesma: "Eu já disse, mas vocês não acreditam em mim. As obras que eu faço em nome do meu Pai, dão testemunho de mim; vocês, porém, não querem acreditar, porque vocês não são minhas ovelhas”. Não se trata de dar provas. Nem adiantaria. Quando uma pessoa não quer aceitar o testemunho de alguém, não há prova que o leve a pensar diferente. O problema de fundo é a abertura desinteressada da pessoa para Deus e para a verdade. Onde houver esta abertura, Jesus é reconhecido pelas suas ovelhas. “Quem é pela verdade escuta minha voz” dirá Jesus mais adiante a Pilatos (Jo 18,37). Esta abertura estava faltando nos fariseus.
João 10,27-28: As minhas ovelhas conhecem minha voz. Jesus retoma a parábola do Bom Pastor que conhece suas ovelhas e é conhecido por elas. Este mútuo entendimento - entre Jesus que vem em nome do Pai e as pessoas que se abrem para a verdade - é fonte de vida eterna. Esta união entre o criador e a criatura através de Jesus supera a ameaça da morte: “Elas jamais perecerão e ninguém as arrebatará de minha mão!” Estão seguras e salvas e, por isso mesmo, em paz e com plena liberdade.
João 10,29-30: Eu e o Pai somos um. Estes dois versículos abordam o mistério da unidade entre Jesus e o Pai: “Meu Pai, que tudo entregou a mim, é maior do que todos. Ninguém pode arrancar coisa alguma da mão do Pai. O Pai e eu somos um”. Esta e várias outras frases nos deixam entrever algo deste mistério maior: “Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14,9). “Eu estou no Pai e o Pai está em mim” (Jo 10,38). Esta unidade entre Jesus e o Pai não é automática, mas é fruto da obediência: “Eu sempre faço o que o Pai me mostra que é para fazer” (Jo 8,29; 6,38; 17,4). “Meu alimento é fazer a vontade do Pai (Jo 4,34; 5,30). A carta aos hebreus diz que Jesus teve que aprender, através do sofrimento, o que é ser obediente (Hb 5,8). “Ele foi obediente até à morte, e morte de Cruz” (Fl 2,8). A obediência de Jesus não é disciplinar, mas é profética. Ele obedece para ser total transparência e, assim, ser revelação do Pai. Por isso, ele podia dizer: “Eu e o pai somos um!” Foi um longo processo de obediência e de encarnação que durou 33 anos. Começou com o Sim de Maria (Lc 1,38) e terminou com “Tudo está consumado!” (Jo 19,30).
4) Para um confronto pessoal
1) Minha obediência a Deus é disciplinar ou profética? Revelo algo de Deus ou só me preocupa com a minha própria salvação?
2) Jesus não se submeteu às exigências dos que queriam verificar se ele era mesmo o messias. Existe em mim algo desta atitude dominadora e inquisidora dos adversários de Jesus?
5) Oração final
Deus tenha pena de nós e nos abençoe, faça brilhar sobre nós a sua face. para que se conheça na terra o teu caminho, entre todos os povos a tua salvação. (66, 2-3)
Terça-feira 5. Homilia do Papa Francisco: “Deus acolha as vítimas da pandemia. Não há fé sem liberdade”.
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Na Missa esta terça-feira (05/05) na Casa Santa Marta, no Vaticano, o Papa pensou naqueles que morreram por causa da Covid-19, mortos sozinhos, sem a carícia de seus entes queridos e sem o funeral. Na homilia, elencou algumas atitudes que nos impedem de fazer parte das ovelhas de Jesus: a escravidão das riquezas, a rigidez, o clericalismo, a preguiça, o mundanismo. Sem liberdade não podemos caminhar rumo a Jesus.
VATICAN NEWS
Francisco presidiu a Missa na Casa Santa Marta, no Vaticano, na manhã desta terça-feira (05/05) da IV Semana da Páscoa. Na introdução, dirigiu seu pensamento àqueles que morreram por causa do novo coronavírus:
Rezemos hoje pelos defuntos que morreram por causa da pandemia. Morreram sozinhos, morreram sem a carícia de seus entes queridos, muitos deles, nem mesmo com o funeral. Que o Senhor os receba na glória.
Na homilia, o Papa comentou o Evangelho do dia (Jo 10,22-30) em que os judeus pedem a Jesus para dizer abertamente se Ele é o Cristo. Mas o Senhor responde: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas”. Isso – disse o Pontífice – suscita em nós uma dúvida: eu creio? O que me detém diante da porta que é Jesus? “Há atitudes prévias à confissão de Jesus. Também para nós, que estamos no rebanho de Jesus. São como ‘antipatias prévias’, que não nos deixam seguir adiante no conhecimento de Jesus.
O primeiro obstáculo é a riqueza: “Também muitos de nós, que entramos pela porta do Senhor, depois nos detemos e não seguimos adiante porque somos aprisionados nas riquezas. Jesus foi duro com as riquezas” porque são um impedimento para seguir adiante. Mas devemos cair no pauperismo? Não. Mas não ser escravos das riquezas, não viver para as riquezas, porque as riquezas são um senhor, são o senhor deste mundo e não podemos servir a dois senhores. E as riquezas nos detém”.
“Outra coisa que impede de seguir adiante no conhecimento de Jesus, na pertença a Jesus – disse – é a rigidez: a rigidez de coração. Também a rigidez na interpretação a Lei. Jesus reprende os fariseus, os doutores da Lei por essa rigidez. Que não é fidelidade: a fidelidade é sempre um dom a Deus; a rigidez é uma segurança para si mesmo.” Francisco contou um episódio: uma senhora que tinha participado de um matrimônio sábado à tarde perguntou-lhe se valia como Missa dominical, mas as leituras eram diferentes e temia ter caído em pecado mortal, porque tinha ido a “uma Missa que não era verdadeira, porque as Leituras não eram verdadeiras”. “Aquela senhora pertencia a um movimento eclesial... Rigidez. Isso nos distancia da sabedoria de Jesus, da sabedoria de Jesus; e lhe tira a liberdade. E muitos pastores aumentam esta rigidez nas almas dos fiéis, e essa rigidez não nos deixa entrar pela porta de Jesus.”
O Papa descreveu outro impedimento: a preguiça. Aquele cansaço que “nos tira a vontade de seguir adiante”, e “leva você à tepidez e lhe faz tornar-se morno. A preguiça... é outra coisa que nos impede de seguir adiante”.
Outra atitude ruim é o clericalismo, porque “se coloca no lugar de Jesus”. “Isso é assim e assim e se você não faz assim não pode entrar”. Um clericalismo que tira a liberdade dos fiéis. “É uma doença, esta; muito ruim, na Igreja: a atitude clericalista.”
Outra coisa que nos impede de seguir adiante no conhecimento de Jesus “é o espírito mundano. Quando a observância da fé, a prática da fé acaba em mundanismo. E tudo é mundano. Pensemos na celebração de alguns sacramentos em algumas paroquias: quanto mundanismo há ali! E não se entende bem a graça, a presença de Jesus”.
Em todos essas atitudes – afirmou o Papa – “falta a liberdade. E não se pode seguir Jesus sem liberdade”. É claro, às vezes a liberdade vai além e alguém escorrega” – observou Francisco –, mas pior é escorregar antes de começar a caminhar rumo a Jesus.
Ao término da homilia o Papa pediu ao Senhor que nos ilumine “para ver dentro de nós se existe a liberdade” de caminhar rumo a Jesus e nos “tornar ovelhas de seu rebanho”.
A seguir, o texto da homilia transcrita pelo Vatican News:
Jesus estava no templo, a festa da Páscoa estava próxima (conf. Jo 10,22-30). Também os judeus, naquele tempo, “Rodeavam-no e disseram: ‘Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente’” (vers. 24). Eles faziam perder a paciência e com tanta mansidão “Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais” (vers. 25). Continuavam dizendo: “Mas és tu? És tu?” – “Sim, o disse, mas não acreditais!” “Porém, não acreditais, porque nãos sois das minhas ovelhas” (vers. 26). E isso, talvez, nos suscite uma dúvida: eu creio e faço parte das ovelhas de Jesus. Mas se Jesus nos dissesse: “Vós não podeis acreditar porque não fazeis parte”: existe uma fé prévia, ao encontro com Jesus? Qual é este fazer parte da fé de Jesus? O que é que me detém diante da porta que é Jesus?
Há atitudes prévias à confissão de Jesus. Também para nós, que estamos no rebanho de Jesus. São como “antipatias prévia”, que não nos deixam seguir adiante no conhecimento do Senhor. A primeira de todas são as riquezas. Também muitos de nós, que entramos pela porta do Senhor, depois nos detemos e não seguimos adiante porque somos aprisionados nas riquezas. O Senhor foi duro, com as riquezas: foi muito duro, muito duro. A ponto de dizer que era mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus (conf. Mt 19,24) É duro, isso. As riquezas são um impedimento para seguir adiante. Mas devemos cair no pauperismo? Não. Mas não ser escravos das riquezas, não viver para as riquezas, porque as riquezas são um senhor, são o senhor deste mundo e não podemos servir a dois senhores (conf. (Lc 16,13). E as riquezas nos detém.
Outra coisa que impede de seguir adiante no conhecimento de Jesus, na pertença a Jesus, é a rigidez: a rigidez de coração. Também a rigidez na interpretação da Lei. Jesus repreende os fariseus, os doutores da Lei por esta rigidez (conf. Mt 23,1-36). Que não é fidelidade: a fidelidade é sempre um dom a Deus; a rigidez é uma segurança para mim mesmo. Lembro-me uma vez que entrava na paróquia e uma senhora – uma boa senhora – se aproximou de mim e disse: “Padre, um conselho...” “Diga...” – “Na semana passada, sábado, não ontem, sábado retrasado, fomos em família a um matrimônio: era com a Missa. Era sábado à tarde, e pensamos que com esta Missa tínhamos cumprido o preceito dominical. Mas depois, voltando para casa, pensei que as Leituras daquela Missa não eram as do domingo. E assim me dei conta de que estou em pecado mortal, porque no domingo não fui porque fui no sábado, mas a uma Missa que não era verdadeira, porque as Leituras não eram verdadeiras”. Aquela rigidez... e aquela senhora pertencia a um movimento eclesial... Rigidez. Isso nos distancia da sabedoria de Jesus, da sabedoria de Jesus; lhe tira a liberdade. E muitos pastores aumentam essa rigidez nas almas dos fiéis, e essa rigidez não deixa entrar pela porta de Jesus (conf. Jo 10,7). É mais importante observar a Lei como está escrita ou como eu a interpreto, que a liberdade de caminhar adiante seguindo Jesus?
Outra coisa que não nos deixa seguir adiante no conhecimento de Jesus é a preguiça. Aquele cansaço... pensemos naquele homem da piscina: 38 anos ali (conf. Jo 5,1-9). A preguiça. Tira-nos a vontade de seguir adiante e tudo é “sim, mas... não, agora não, não, mas...” que leva você à tepidez e o faz morno. A preguiça... é outra coisa que nos impede de seguir adiante.
Outra que é muito ruim é a atitude clericalista. O clericalismo se coloca no lugar de Jesus. Diz: “Não, isso deve ser assim, assim, assim...” – “Mas, o Mestre...” – “Deixa quieto o Mestre: isso é assim, assim, assim, e se não faz assim, assim, assim você não pode entrar”. Um clericalismo que tira a liberdade da fé dos fiéis. É uma doença, esta: muito ruim, na Igreja: a atitude clericalista.
Depois, outra coisa que nos impede de seguir adiante, de entrar para conhecer Jesus e confessar Jesus é o espírito mundano. Quando a observância da fé, a prática da fé acaba em mundanismo. E tudo é mundano. Pensemos na celebração de alguns sacramentos em algumas paróquias: quanto mundanismo há ali! E não se entende bem a graça da presença de Jesus.
Essas são as coisas que nos impedem de fazer parte das ovelhas de Jesus.
Somos “ovelhas” (no seguimento) de todas estas coisas: das riquezas, da preguiça, da rigidez, do mundanismo, do clericalismo, de modalidades, de ideologias, de formas de vida. Falta a liberdade. E não se pode seguir Jesus sem liberdade. “Mas às vezes a liberdade vai além e alguém escorrega”: sim, é verdade. É verdade. Podemos escorregar caminhando em liberdade. Mas pior é escorregar antes de caminhar, com estas coisas que impedem começar a caminhar.
Que o Senhor nos ilumine para ver dentro de nós se existe a liberdade de passar pela porta que é Jesus e ir além Jesus para tornar-nos rebanho, para tornar-nos ovelhas de seu rebanho.
Ao término da liturgia eucarística, o Papa convidou a fazer a Comunhão espiritual com a seguinte oração:
Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós!
Francisco terminou a celebração com adoração e a bênção eucarística. Antes de deixar a Capela dedicada ao Espírito Santo, foi entoada a antífona mariana “Regina caeli”, cantada no tempo pascal:
Rainha dos céus, alegrai-vos. Aleluia!
Porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio. Aleluia!
Ressuscitou como disse. Aleluia!
Rogai por nós a Deus. Aleluia!
D./ Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia!
C./ Porque o Senhor ressuscitou, verdadeiramente. Aleluia!
Fonte: https://www.vaticannews.va
Bento XVI reclama de tentativas de silenciá-lo e ataca o casamento gay
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Imagem do papa Bento XVI quando ainda estava no Vaticano — Foto: AP
Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade', afirma Joseph Ratzinger em sua biografia autorizada.
Por France Presse
O papa emérito Bento XVI, conhecido por sus posições tradicionalistas, afirma que seus opositores desejam calar sua voz e volta a criticar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em uma biografia autorizada publicada nesta segunda-feira (4) na Alemanha.
Joseph Ratzinger, 93 anos, alega ser vítima de uma "distorção maligna da realidade" no livro que recebeu o título "Bento XVI - Uma Vida" e que inclui várias entrevistas, de acordo com os trechos publicados pela imprensa alemã e pela agência de notícias DPA.
"O espetáculo de reações vindas da teologia alemã é tão equivocado e mal-intencionado que eu prefiro não falar sobre isto", afirma.
"Prefiro não analisar as razões reais pelas quais as pessoas desejam silenciar minha voz", completa.
Casamento gay, aborto e criação da vida em laboratório
Na biografia publicada nesta segunda-feira, Bento XVI reitera a oposição ao casamento gay.
"Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade", afirma. "Acontece a mesma coisa com o aborto e a criação de vida humana em laboratório", completa.
Ele afirma que, por isso, é "apenas natural" que as pessoas "temam o poder espiritual do anticristo".
Críticas a Ratzinger
Na Alemanha, onde a Igreja Católica é comandada por clérigos considerados reformistas, Ratzinger é criticado com frequência por suas opiniões sobre o islã ou questões sociais. Bento XVI, que foi papa entre 2005 e 2013, é acusado de tentar sabotar os esforços de modernização da Igreja de seu sucessor, o papa Francisco.
No livro, Ratzinger afirma, no entanto, que tem boas relações com o atual pontífice. "A amizade pessoal com o papa Francisco não apenas persistiu, como cresceu", destaca. Em fevereiro, Bento XVI se viu envolvido em uma polêmica no Vaticano quando seu secretário particular foi afastado do entorno do papa Francisco.
A decisão foi tomada após a publicação de um livro assinado pelo papa emérito e o cardeal guineano ultraconservador Robert Sarah, no qual defendiam o celibato dos padres, um tema polêmico na Igreja.
Alguns consideraram o livro uma tentativa de interferência no pontificado do papa Francisco e, inclusive, um manifesto da ala tradicionalista da Igreja. Após 48 horas de polêmica, Bento XVI pediu a retirada de seu nome da capa do livro, da introdução e das conclusões. Fonte: https://g1.globo.com
Igrejas evangélicas de Itu adotam sistemas drive-thru e drive-in para atender fiéis
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Até este sábado (2), Itu contabilizava três mortes provocadas pela Covid-19; igrejas estudam fazer novas cerimônias semelhantes
RIBEIRÃO PRETO
Sem poderem realizar cultos em seus templos devido às restrições impostas pela quarentena por conta da pandemia do novo coronavírus, igrejas evangélicas de Itu, no interior paulista, apelaram neste domingo (3) a celebrações com atividades drive-thru e drive-in, para manterem os fiéis unidos.
À tarde, a igreja DNA fez sua celebração drive-in, com os fiéis dentro de seus carros, no estacionamento do ginásio Prudente de Moraes, ao lado do estádio Novelli Junior, num local que comporta 180 veículos.
Nos principais momentos da celebração, as falas do pastor Rafael Durso eram recebidas com buzinaço e acompanhadas de dentro de alguns dos veículos pelas redes sociais da igreja, que exibiam a mensagem “permaneça no carro”.
Buzinas foram ouvidas, por exemplo, quando o religioso disse que Jesus era mais forte que o coronavírus, principal assunto global atualmente, e quando afirmou que Cristo amava todas as pessoas e poderia mudar a história de cada um.
“Chega de buzinar, vocês estão me matando, minha voz está indo embora”, disse em determinado momento o pastor, rindo.
A celebração durou pouco menos de uma hora e quarenta minutos. A igreja estuda fazer novo culto no mesmo local na próxima semana. Até este sábado (2), Itu contabilizava três mortes provocadas pela Covid-19, com 22 casos confirmados da doença, segundo a Secretaria da Saúde do município. Durante a manhã, foi a vez de a Comunidade Família Cristã realizar atividades com veículos na cidade, mas desta vez no sistema drive-thru.
Os fiéis passavam com suas famílias dentro dos carros pela rua em que os pastores e voluntários da igreja estavam e eram abençoados sem sair de seus veículos. A igreja fez o culto sem público, mas com transmissão online, e, em seguida, pastores e voluntários com máscaras foram para a rua para abençoar os fiéis, que deixaram suas casas para passar pelo local.
Tendas para proteger os religiosos do sol foram montadas numa área gramada e os pastores se dirigiam até os veículos conforme eles chegavam ao lugar. A ação foi feita por cerca de duas horas e reuniu fiéis que passavam nos carros e gritavam frases como “Deus abençoe”.
Sistemas alternativos adotados pelas igrejas evangélicas também têm sido utilizados por igrejas católicas em celebrações como a de Domingo de Ramos e a Páscoa. No lugar das tradicionais celebrações, foram utilizados helicópteros e carreatas no Domingo de Ramos, marco inicial da Semana Santa, em que os católicos revivem o chamado tríduo pascal, que envolve a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. O formato foi a aposta das igrejas para manter a tradição católica.
Na Páscoa, católicos relataram passar por uma semana de vazio existencial e ritos pela internet. Decreto do governador João Doria (PSDB) prevê a quarentena em todo o estado ao menos até o próximo domingo (10), o que impede a abertura de igrejas —apesar de algumas localidades terem, por conta própria
Novas medidas sobre o combate à pandemia, liberando atividades ou não, devem ser anunciadas nesta semana pelo estado. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
EVANGELHO DO DIA-4ª SEMANA DA PÁSCOA. Segunda-feira, 4 de maio-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei de santa alegria os vossos filhos que libertastes da escravidão do pecado e concedei-lhes a felicidade eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 10, 11-18)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos, 11“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 12O mercenário, que não é pastor e a quem as ovelhas não pertencem, vê o lobo chegar e foge; e o lobo as ataca e as dispersa. 13Por ser apenas mercenário, ele não se importa com as ovelhas. 14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, 15assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. 16(Tenho ainda outras ovelhas, que não são deste redil; também a essas devo conduzir, e elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.) 17É por isso que o Pai me ama: porque dou a minha vida. E assim, eu a recebo de novo. 18Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade. Eu tenho poder de dá-la, como tenho poder de recebê-la de novo. Tal é o encargo que recebi do meu Pai”.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz a parábola do Bom Pastor. Em alguns países o texto é de João 10,1-10 e em outros é de João 10,11-18. É difícil escolher entre um e outro. Por isso, preferimos comentar brevemente os dois (Jo 10,1-18). O discurso sobre o Bom Pastor traz três comparações ligadas entre si:
1ª comparação: Jesus fala do pastor e dos assaltantes (Jo 10,1-5)
2ª comparação: Jesus é a porteira das ovelhas (Jo 10,6-10)
3ª comparação: Jesus é o Bom Pastor (Jo 10,11-18)
João 10,1-5: 1ª comparação: entrar pela porteira e não por outro lugar. Jesus inicia o discurso com a comparação da porteira: "Quem não entra pela porteira mas sobe por outro lugar é ladrão e assaltante! Quem entra pela porteira é o pastor das ovelhas!" Naquele tempo, os pastores cuidavam do rebanho durante o dia. Quando chegava a noite, levavam as ovelhas para um grande redil ou curral comunitário, bem protegido contra ladrões e lobos. Todos os pastores de uma mesma região levavam para lá o seu rebanho. Um porteiro tomava conta de tudo durante a noite. No dia seguinte, de manhã cedo, o pastor chegava, batia palmas na porteira e o porteiro abria. O pastor entrava e chamava as ovelhas pelo nome. As ovelhas reconheciam a voz do seu pastor, levantavam e saiam atrás dele para a pastagem. As ovelhas dos outros pastores ouviam a voz, mas elas não se mexiam, pois era uma voz estranha para elas. De vez em quando, aparecia o perigo de assalto. Ladrões entravam por um atalho ou derrubavam a cerca do redil, feita de pedras amontoadas, para roubar as ovelhas. Eles não entravam pela porteira, pois lá havia o guarda que tomava conta.
João 10,6-10: 2ª comparação: Jesus é a porteira. Os ouvintes, os fariseus (Jo 9,40-41), não entenderam o que significava "entrar pela porteira". Jesus então explicou: "Eu sou a porteira das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e assaltantes". De quem Jesus está falando nesta frase tão dura? Provavelmente, se referia a líderes religiosos que arrastavam o povo atrás de si, mas que não respondiam às esperanças do povo. Não estavam interessados no bem do povo, mas sim no próprio bolso e nos próprios interesses. Enganavam o povo e o deixavam na pior. Entrar pela porteira é o mesmo que agir como Jesus agia. O critério básico para discernir quem é pastor e quem é assaltante, é a defesa da vida das ovelhas. Jesus pede para o povo não seguir as pessoas que se apresentam como pastor, mas não buscam a vida do povo. É aqui que ele disse aquela frase que até hoje cantamos: "Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância!" Este é o critério!
João 10,11-15: 3ª comparação: Jesus é o bom pastor. Jesus muda a comparação. Antes, ele era a porteira das ovelhas. Agora, é o pastor das ovelhas. Todo mundo sabia o que era um pastor e como ele vivia e trabalhava. Mas Jesus não é um pastor qualquer, mas sim o bom pastor! A imagem do bom pastor vem do AT. Dizendo que é o Bom Pastor, Jesus se apresenta como aquele que vem realizar as promessas dos profetas e as esperanças do povo. Veja por exemplo a belíssima profecia de Ezequiel (Ez 34,11-16). Há dois pontos em que Jesus insiste: (1) Na defesa da vida das ovelhas: o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. (2) No mútuo reconhecimento entre pastor e ovelhas: o Pastor conhece as suas ovelhas e elas conhecem o pastor. Jesus diz que no povo há uma percepção para saber quem é o bom pastor. Era isto que os fariseus não aceitavam. Eles desprezavam as ovelhas e as chamavam de povo maldito e ignorante (Jo 7,49; 9,34). Eles pensavam ter o olhar certo para discernir as coisas de Deus. Na realidade eram cegos. O discurso sobre o Bom Pastor ensina duas regras como curar este tipo bastante freqüente de cegueira: 1) Prestar muita atenção na reação das ovelhas, pois elas reconhecem a voz do pastor. 2) Prestar muita atenção na atitude daquele que se diz pastor para ver se o interesse dele é a vida das ovelhas, sim ou não, e se ele é capaz de dar a vida pelas ovelhas. Certa vez, na festa da tomada de posse de um novo bispo, as “ovelhas” colocaram uma faixa na porta da igreja que dizia: “As ovelhas não conhecem o pastor!” As “ovelhas” não foram consultadas. Advertência séria para quem nomeia os bispos.
João 10,16-18: A meta onde Jesus quer chegar: um só rebanho e um só pastor. Jesus abre o horizonte e diz que tem outras ovelhas que não são deste redil. Elas ainda não ouviram a voz de Jesus, mas quando a ouvirem, vão perceber que ele é o pastor e vão segui-lo. É a dimensão ecumênica universal.
4) Para um confronto pessoal
1) Pastor-Pastoral. Será que a pastoral na minha paróquia imita a missão de Jesus - Pastor? E eu na minha ação pastoral, qual a minha atitude? Sou pastor como Jesus?
2) Você já teve a experiência de ter sido enganado por um falso pastor? Como conseguiu superar?
5) Oração final
Como a corça deseja as águas correntes, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando hei de ir ver a face de Deus? (Sl 41, 2-3)
AO VIVO- ANGRA DOS REIS/RJ: MISSA COM FREI PETRÔNIO.
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AO VIVO-ANGRA DOS REIS/RJ. Santa Missa do 4º Domingo da Páscoa- Domingo do Bom Pastor e Dia Mundial de Orações pelas Vocações - direto do Carmo de Angra, com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm Sábado, 2 de maio-2020. www.instagram.com/freipetronio
Domingo, 3 de maio-2020: 4º Domingo da Páscoa - Ano A.
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O 4º Domingo da Páscoa é considerado o "Domingo do Bom Pastor", pois todos os anos a liturgia propõe, neste domingo, um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como "Bom Pastor". É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus põe hoje à nossa reflexão.
O Evangelho apresenta Cristo como "O Pastor", cuja missão é libertar o rebanho de Deus do domínio da escravidão e levá-lo ao encontro das pastagens verdejantes onde há vida em plenitude (ao contrário dos falsos pastores, cujo objetivo é só aproveitar-se do rebanho em benefício próprio). Jesus vai cumprir com amor essa missão, no respeito absoluto pela identidade, individualidade e liberdade das ovelhas.
EVANGELHO - JO 10,1-10. ATUALIZAÇÃO
Na nossa cultura urbana, a figura do "Pastor" é uma figura de outras eras, que pouco evoca, a não ser um mundo perdido de quietude e de amplos espaços verdes; em contrapartida, conhecemos bem a figura do presidente, do líder, do chefe: não raras vezes, é alguém que se impõe pela força, que manipula as massas, que escraviza os que estão sob a sua autoridade, que se aproveita dos fracos, que humilha os mais débeis...
Ao propor-nos a figura bíblica do "Bom Pastor", o Evangelho convida-nos a refletir sobre o serviço da autoridade... Propõe como modelo de presidência (ou de "Pastor") uma figura que oferece a vida, que serve, que respeita a liberdade das pessoas, que se dedica totalmente, que ama gratuitamente.
Para os cristãos, "o Pastor" por excelência é Cristo: Ele recebeu do Pai a missão de conduzir o "rebanho" de Deus das trevas para a luz, da escravidão para a liberdade, da morte para a vida. O nosso "Pastor" é, de fato, Cristo, ou temos outros "pastores" que nos arrastam e que são as referências fundamentais à volta das quais construímos a nossa existência? O que é que nos conduz e condiciona as nossas opções? Cristo? A voz do política e socialmente correto? A voz da opinião pública? A voz do presidente do partido? A voz do comodismo e da instalação? A voz do preservar os nossos esquemas egoístas e os nossos privilégios? A voz do êxito e do triunfo a qualquer custo? A voz do herói mais giro da telenovela? A voz do programa de maior audiência da estação televisiva de maior audiência?
Atentemos na forma como Cristo desempenha a sua missão de "Pastor": Ele conhece as "ovelhas" e chama-as pelo nome, mantendo com cada uma delas uma relação única, especial, pessoal. Dirige-lhes um convite a deixarem a escuridão, mas não força ninguém a segui-l'O: respeita absolutamente a liberdade de cada pessoa. É dessa forma humana, tolerante, amorosa, que nos relacionamos com os outros? Aqueles que receberam de Deus a missão de presidir a um grupo, de animar uma comunidade, exercem a sua missão no respeito absoluto pela pessoa, pela sua dignidade, pela sua individualidade?
As "ovelhas" do rebanho de Jesus têm de "escutar a voz" do "Pastor" e segui-l'O... Isso significa, concretamente, tornar-se discípulo, aderir a Jesus, percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu, na entrega total aos projetos de Deus e na doação total aos irmãos. Atrevemo-nos a seguir o nosso "Pastor"-Cristo- no caminho exigente do dom da vida, ou estamos convencidos que esse caminho não leva aonde nós pretendemos ir?
Nas nossas comunidades cristãs, temos pessoas que presidem e que animam. Podemos aceitar, sem problemas, que elas receberam essa missão de Cristo e da Igreja, apesar dos seus limites e imperfeições; mas convém igualmente ter presente que o nosso único "Pastor", Aquele que somos convidados a escutar e a seguir sem condições, é Cristo. Os outros "pastores" têm uma missão válida, se a receberam de Cristo; e a sua atuação nunca pode ser diferente do jeito de atuar de Cristo.
Para que distingamos a "voz" de Jesus de outros apelos, de propostas enganadoras, de "cantos de sereia" que não conduzem à vida plena, é preciso um permanente diálogo íntimo com "o Pastor", um confronto permanente com a sua Palavra e a participação ativa nos sacramentos onde se nos comunica essa vida que "o Pastor" nos oferece.
*Leia a reflexão na integra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA- aqui no olhar.
1º de maio: Qual o melhor trabalho?
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Qual o melhor trabalho? Um olhar para os trabalhadores a partir de São José. 1º de maio-2020. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. www.instagram.com/freipetronio
1º maio – 2020: São José Operário. Lectio Divina- Evangelho do Dia- Com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Ó Deus, criador do universo, que destes aos seres humanos a lei do trabalho, concedei-nos, pelo exemplo e proteção de são José, cumprir as nossas tarefas e alcançar os prêmios prometidos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo Mateus (Mt 13,54-58)
54Foi para a sua cidade e ensinava na sinagoga, de modo que todos diziam admirados: Donde lhe vem esta sabedoria e esta força miraculosa? 55Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs, não vivem todas entre nós? Donde lhe vem, pois, tudo isso? 57E não sabiam o que dizer dele. Disse-lhes, porém, Jesus: É só em sua pátria e em sua família que um profeta é menosprezado. 58E, por causa da falta de confiança deles, operou ali poucos milagres.
3) Reflexão - Mt 13,54-58
Hoje, na festa de São José operário, o evangelho descreve como foi a visita de Jesus em Nazaré, sua cidade, onde conviveu durante 30 anos e aprendeu de José, seu pai, a profissão de carpinteiro. A passagem por Nazaré foi dolorosa para Jesus. O que antes era a sua comunidade, agora já não é mais. Alguma coisa mudou. No evangelho de Marcos, esta experiência de rejeição por parte do povo de Nazaré (Mc 6,1-6ª) levou Jesus a mudar sua prática pastoral. Ele envia seus discípulos em missão e dá-lhes instruções de como relacionar-se com as pessoas (Mc 6,6b-13).
Mateus 13,54-57ª: Reação do povo de Nazaré frente a Jesus.
Jesus se criou em Nazaré. Quando iniciou sua pregação ambulante, saiu de lá e fixou domicílio em Cafarnaum (Mt 4,12-14). Após longa ausência, voltou para sua terra e, como de costume, no dia de sábado, foi para a reunião da comunidade. Jesus não era coordenador, mesmo assim tomou a palavra e começou a ensinar o povo que estava na sinagoga. Sinal de que as pessoas podiam participar e expressar sua opinião. Mas o povo não gostou das palavras dele. O Jesus, que eles tinham conhecido desde criança, já não parecia ser o mesmo. Como é que ele ficou tão diferente? Lá em Cafarnaum o povo aceitava o ensinamento de Jesus (Mc 1,22), mas aqui em Nazaré o povo se escandalizou. Eles diziam: "De onde vêm essa sabedoria e esses milagres? Esse homem não é o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs, não moram aqui conosco? Então, de onde vem tudo isso?" Eles não aceitaram o mistério de Deus presente num homem comum como eles! Para poder falar de Deus Jesus teria de ser diferente deles! Não deram conta de crer nele. Nem tudo foi bem sucedido para Jesus. As pessoas que deveriam ser as primeiras a aceitar a Boa Nova, de Deus estas eram as que mais se recusavam a aceitá-la. O conflito não era só com os de fora de casa, mas também e sobretudo com os próprios parentes e com o povo de Nazaré.
Mateus 13,57b-58: Reação de Jesus diante da atitude do povo de Nazaré.
Jesus sabe muito bem que “santo de casa não faz milagre”. Ele diz: "Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família". De fato, onde não existe abertura nem fé, ninguém pode fazer nada. O preconceito o impede. Jesus, mesmo querendo, não podia fazer nada. O evangelho de Marcos diz expressamente: “Jesus não pôde fazer milagres em Nazaré. Apenas curou alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ele admirou-se da incredulidade deles” (Mc 6,5-6).
Os irmãs e as irmãs de Jesus.
A expressão “irmãos e irmãs de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes. Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus teve mais irmãos e irmãs e que Maria teve outros filhos! Os católicos dizem que Maria não teve outros filhos. O que pensar disso? Em primeiro lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição das suas respectivas Igrejas. Por isso, não convém brigar nem discutir esta questão com argumentos só de cabeça. Pois trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com o sentimento de ambos. Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração! Apenas irrita e afasta! Mesmo quando não concordo com a opinião do outro, devo sempre respeitá-la. Em segundo lugar, em vez de brigar em torno de textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos bem mais para lutar em defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé, pelo desrespeito à natureza. Deveríamos lembrar algumas outras frases de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância”(Jo 10,10). “Que todos sejam um, para que o mundo creia que Tu, Pai, me enviaste”(Jo 17,21). “Não o impeçam! Quem não é contra nós é a favor”(Mc 10,39.40).
4) Para confronto pessoal
1-Jesus teve problemas com a sua família. Desde que você começou a participar na comunidade, alguma coisa mudou no relacionamento com sua família?
2-Jesus não pôde fazer muitos milagres em Nazaré. Por que a fé é tão importante? Será que Jesus não podia mesmo fazer milagre sem a fé das pessoas? O que significa isto hoje para mim?
5) Oração final
Antes que se formassem as montanhas, e a terra e o universo fossem gerados, desde toda a eternidade vós sois Deus (Sl 89).
EVANGELHO DO DIA-3ª SEMANA DA PÁSCOA. Quinta-feira, 30 de abril-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus eterno e onipotente, que nestes dias vos mostrais tão generoso, dai-nos sentir mais de perto o vosso amor paterno para que, libertados das trevas do erro, sigamos com firmeza a luz da verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 44-51)
Naquele tempo, disse Jesus às multidões: 44Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o ensinamento do Pai e o aprendeu vem a mim. 46Ninguém jamais viu o Pai, a não ser aquele que vem de junto de Deus: este viu o Pai. 47Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê, tem a vida eterna. 48Eu sou o pão da vida. 49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer. 51“Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo”.
3) Reflexão
Até agora, o diálogo era entre Jesus e o povo. Daqui para a frente, os líderes judeus começam a entrar na conversa, e a discussão se torna mais tensa.
João 6,44-46: Quem se abre para Deus, aceita Jesus e a sua proposta. A conversa torna-se mais exigente. Agora são os judeus, os líderes do povo, que murmuram: "Esse não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como é que ele pode dizer que desceu do céu?" (Jo 6,42) Eles pensavam conhecer as coisas de Deus. Na realidade, não as conheciam. Se fossem realmente abertos e fiéis a Deus, sentiriam dentro de si o impulso de Deus atraindo-os para Jesus e reconheceriam que Jesus vem de Deus, pois está escrito nos Profetas: 'Todos serão instruídos por Deus'. Todo aquele que escuta o Pai e recebe sua instrução vem a mim.
João 6,47-50: Vossos pais comeram o maná e morreram. Na celebração da páscoa, os judeus lembravam o pão do deserto. Jesus os ajuda a dar um passo. Quem celebra a páscoa, lembrando só o pão que os pais comeram no passado, vai acabar morrendo como todos eles! O verdadeiro sentido da Páscoa não é lembrar o maná que caiu do céu, mas sim aceitar Jesus como o novo Pão da Vida e seguir pelo caminho que ele ensinou. Agora já não se trata de comer a carne do cordeiro pascal, mas sim de comer a carne de Jesus, para que não pereça quem dele comer, mas tenha a vida eterna!
João 6,51: Quem comer deste pão viverá eternamente. E Jesus termina dizendo: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida." Em vez do maná e em vez do cordeiro pascal do primeiro êxodo, somos convidados e comer o novo maná e o novo cordeiro pascal que é o próprio Jesus que se entregou na Cruz pela vida de todos.
* O novo Êxodo. A multiplicação dos pães aconteceu perto da Páscoa (Jo 6,4). A festa da páscoa era a memória perigosa do Êxodo, a libertação do povo das garras do faraó. Todo o episódio narrado neste capítulo 6 do evangelho de João tem um paralelo nos episódios relacionados com a festa da páscoa, tanto com a libertação do Egito quanto com a caminhada do povo no deserto em busca da terra prometida. O Discurso do Pão da Vida, feito na sinagoga de Cafarnaum, está relacionado com o capítulo 16 do livro do Êxodo que fala do Maná. Vale a pena ler todo este capítulo 16 de Êxodo. Percebendo as dificuldades do povo no deserto, podemos compreender melhor os ensinamentos de Jesus aqui no capítulo 6 do evangelho de João. Por exemplo, quando Jesus fala de “um alimento que perece” (Jo 6,27) ele está lembrando o maná que estragava e perecia (Ex 16,20). Da mesma forma, quando os judeus “murmuram” (Jo 6,41), eles fazem a mesma coisa que os israelitas faziam no deserto, quando duvidavam da presença de Deus no meio deles durante a travessia (Ex 16,2; 17,3; Nm 11,1). A falta de alimentos fazia com que o povo duvidasse de Deus e começasse a murmurar contra Moisés e contra Deus. Aqui também os judeus duvidam da presença de Deus em Jesus de Nazaré e começam a murmurar (Jo 6,41-42).
4) Para um confronto pessoal
1) A eucaristia me ajuda a viver em estado permanente de Êxodo? Estou conseguindo?
2) Quem é aberto para a verdade encontra em Jesus a resposta. Hoje, muita gente se afasta e já não encontra a resposta. Culpa de quem? Das pessoas que não quer escutar? Ou de nós cristãos que não sabemos apresentar o evangelho como uma mensagem de vida?
5) Oração final
Vinde e escutai, vós todos que temeis a Deus, porque quero narrar-vos o que ele fez para mim. A ele gritei com minha boca e a minha língua o exaltou. (Sl 65, 16-17)
EVANGELHO DO DIA-3ª SEMANA DA PÁSCOA. Quarta-feira, 29 de abril-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita. (2)
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1) Oração
Permanecei, ó Pai, com vossa família e, na vossa bondade, fazei que participem eternamente da ressurreição do vosso Filho aqueles a quem destes a graça da fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 35-40)
Naquele tempo, 35disse Jesus às multidões: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Contudo, eu vos disse que me vistes, mas não credes. 37Todo aquele que o Pai me dá, virá a mim, e quem vem a mim eu não lançarei fora, 38porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Esta é a vontade do meu Pai: quem vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.
3) Reflexão
João 6,35-36: Eu sou o pão da vida. Entusiasmado com a perspectiva de ter o pão do céu de que falava Jesus e que dá vida para sempre (Jo 6,33), o povo pede: "Senhor, dá nos sempre desse pão!" (Jo 6,34). Pensavam que Jesus estivesse falando de um pão especial. Por isso, interesseiramente pede: “Dá-nos sempre desse pão!” Este pedido do povo faz lembrar a conversa de Jesus com a Samaritana. Jesus tinha dito que ela poderia ter dentro de si a fonte de água que brota para a vida eterna, e ela interesseiramente pedia: "Senhor, dá-me dessa água!" (Jo 4,15). A Samaritana não percebeu que Jesus não estava falando da água material. Da mesma maneira, o povo não se deu conta de que Jesus não estava falando do pão material. Por isso, Jesus responde bem claramente: "Eu sou o pão da vida! Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede”. Comer o pão do céu é o mesmo que crer em Jesus. É crer que ele veio do céu como revelação do Pai. É aceitar o caminho que ele ensinou. Mas o povo, apesar de estar vendo Jesus, não acredita nele. Jesus percebe a falta de fé e diz: “Vocês me vêem, mas não acreditam”.
João 6,37-40: Fazer a vontade daquele que me enviou. Depois da conversa com a Samaritana, Jesus tinha dito aos discípulos: "O meu alimento é fazer a vontade do Pai que está no céu!" (Jo 4,34). Aqui, na conversa com o povo a respeito do pão do céu, Jesus toca no mesmo assunto: “Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, e sim para fazer a vontade daquele que me enviou. E a vontade daquele que me enviou é esta: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas que eu os ressuscite no último dia. Sim, esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele acredita, tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” Este é o alimento que o povo deve buscar: fazer a vontade do Pai do céu. É este o pão que sustenta a pessoa na vida e lhe dá rumo. Aí começa a vida eterna, vida que é mais forte que a morte! Se estivessem realmente dispostos a fazer a vontade do Pai, não teriam dificuldade em reconhecer o Pai presente em Jesus.
João 6,41-43: Os judeus murmuram. O evangelho de amanhã começa com o versículo 44 (Jo 6,44-51) e salta os versículos 41 a 43. No versículo 41, começa a conversa com os judeus, que criticam Jesus. Damos aqui uma breve explicação do significado da palavra judeus no evangelho de João para evitar que uma leitura superficial alimente em nós cristãos o sentimento do anti-semitismo. Antes de tudo, é bom lembrar que Jesus era Judeu e continua sendo judeu (Jo 4,9). Judeus eram seus discípulos e discípulas. As primeiras comunidades cristãs eram todas de judeus que aceitavam Jesus como o Messias. Só depois, pouco a pouco, nas comunidades do Discípulo Amado, gregos e pagãos começam a ser aceitos em pé de igualdade com os judeus. Eram comunidades mais abertas. Mas tal abertura não era aceita por todos. Alguns cristãos vindos do grupo dos fariseus queriam manter a “separação” entre judeus e pagãos (At 15,5). A situação ficou mais crítica depois da destruição de Jerusalém no ano 70. Os fariseus se tornam a corrente religiosa dominante dentro do judaísmo e começam a definir as diretrizes religiosas para todo o povo de Deus: suprimir o culto em língua grega; adotar unicamente o texto bíblico em hebraico; definir a lista dos livros sagrados eliminando os livros que estavam só na tradução grega da Bíblia: Tobias, Judite, Ester; Baruc, Sabedoria, Eclesiástico e os dois livros dos Macabeus; segregar os estrangeiros; não comer nenhuma comida, suspeita de impureza ou de ter sido oferecida aos ídolos. Todas estas medidas assumidas pelos fariseus repercutiam nas comunidades dos judeus que aceitavam Jesus como Messias. Estas comunidades já tinham caminhado muito. A abertura para os pagãos era irreversível. A Bíblia em grego já era usada há muito tempo. Não podiam voltar atrás. Assim, lentamente, cresce um distanciamento mútuo entre cristianismo e judaísmo. As autoridades judaicas nos anos 85-90 começam a discriminar os que continuavam aceitando Jesus de Nazaré como Messias (Mt 5, 11-12; 24,9-13). Quem teimava em permanecer na fé em Jesus era expulso da sinagoga (Jo 9,34) . Muitos das comunidades cristãs sentiam medo desta expulsão (Jo 9,22), já que significava perder o apoio de uma instituição forte e tradicional como a sinagoga. Os que eram expulsos perdiam os privilégios legais que os judeus tinham conquistado ao longo dos séculos dentro do império. As pessoas expulsas perdiam até a possibilidade de ter um enterro decente. Era um risco muito grande. Esta situação conflituosa do fim do primeiro século repercute na descrição do conflito de Jesus com os fariseus. Quando o evangelho de João fala em judeus não está falando do povo judeu como tal, mas está pensando muito mais naquelas poucas autoridades farisaicas que estavam expulsando os cristãos das sinagogas nos anos 85-90, época em que o evangelho foi escrito. Não podemos permitir que esta afirmações sobre os façam crescer o anti-semitismo entre os cristãos.
4) Para um confronto pessoal
1) Anti-semitismo: olhe bem dentro de você e arranque qualquer resto de anti-semitismo.
2) Comer o pão do céu é crer em Jesus. Como isto me ajuda a viver melhor a eucaristia?
5) Oração final
Aclamai a Deus, terra inteira, cantai hinos à glória do seu nome; dai glória em seu louvor. Dizei a Deus: “Como são estupendas as tuas obras! pela grandeza da tua força teus adversários se curvam diante de ti”. (Sl 65, 1-3)
EVANGELHO DO DIA-3ª SEMANA DA PÁSCOA. Quarta-feira, 29 de abril-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Permanecei, ó Pai, com vossa família e, na vossa bondade, fazei que participem eternamente da ressurreição do vosso Filho aqueles a quem destes a graça da fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 35-40)
Naquele tempo, 35disse Jesus às multidões: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Contudo, eu vos disse que me vistes, mas não credes. 37Todo aquele que o Pai me dá, virá a mim, e quem vem a mim eu não lançarei fora, 38porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Esta é a vontade do meu Pai: quem vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.
3) Reflexão
João 6,35-36: Eu sou o pão da vida. Entusiasmado com a perspectiva de ter o pão do céu de que falava Jesus e que dá vida para sempre (Jo 6,33), o povo pede: "Senhor, dá nos sempre desse pão!" (Jo 6,34). Pensavam que Jesus estivesse falando de um pão especial. Por isso, interesseiramente pede: “Dá-nos sempre desse pão!” Este pedido do povo faz lembrar a conversa de Jesus com a Samaritana. Jesus tinha dito que ela poderia ter dentro de si a fonte de água que brota para a vida eterna, e ela interesseiramente pedia: "Senhor, dá-me dessa água!" (Jo 4,15). A Samaritana não percebeu que Jesus não estava falando da água material. Da mesma maneira, o povo não se deu conta de que Jesus não estava falando do pão material. Por isso, Jesus responde bem claramente: "Eu sou o pão da vida! Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede”. Comer o pão do céu é o mesmo que crer em Jesus. É crer que ele veio do céu como revelação do Pai. É aceitar o caminho que ele ensinou. Mas o povo, apesar de estar vendo Jesus, não acredita nele. Jesus percebe a falta de fé e diz: “Vocês me vêem, mas não acreditam”.
João 6,37-40: Fazer a vontade daquele que me enviou. Depois da conversa com a Samaritana, Jesus tinha dito aos discípulos: "O meu alimento é fazer a vontade do Pai que está no céu!" (Jo 4,34). Aqui, na conversa com o povo a respeito do pão do céu, Jesus toca no mesmo assunto: “Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, e sim para fazer a vontade daquele que me enviou. E a vontade daquele que me enviou é esta: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas que eu os ressuscite no último dia. Sim, esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele acredita, tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” Este é o alimento que o povo deve buscar: fazer a vontade do Pai do céu. É este o pão que sustenta a pessoa na vida e lhe dá rumo. Aí começa a vida eterna, vida que é mais forte que a morte! Se estivessem realmente dispostos a fazer a vontade do Pai, não teriam dificuldade em reconhecer o Pai presente em Jesus.
João 6,41-43: Os judeus murmuram. O evangelho de amanhã começa com o versículo 44 (Jo 6,44-51) e salta os versículos 41 a 43. No versículo 41, começa a conversa com os judeus, que criticam Jesus. Damos aqui uma breve explicação do significado da palavra judeus no evangelho de João para evitar que uma leitura superficial alimente em nós cristãos o sentimento do anti-semitismo. Antes de tudo, é bom lembrar que Jesus era Judeu e continua sendo judeu (Jo 4,9). Judeus eram seus discípulos e discípulas. As primeiras comunidades cristãs eram todas de judeus que aceitavam Jesus como o Messias. Só depois, pouco a pouco, nas comunidades do Discípulo Amado, gregos e pagãos começam a ser aceitos em pé de igualdade com os judeus. Eram comunidades mais abertas. Mas tal abertura não era aceita por todos. Alguns cristãos vindos do grupo dos fariseus queriam manter a “separação” entre judeus e pagãos (At 15,5). A situação ficou mais crítica depois da destruição de Jerusalém no ano 70. Os fariseus se tornam a corrente religiosa dominante dentro do judaísmo e começam a definir as diretrizes religiosas para todo o povo de Deus: suprimir o culto em língua grega; adotar unicamente o texto bíblico em hebraico; definir a lista dos livros sagrados eliminando os livros que estavam só na tradução grega da Bíblia: Tobias, Judite, Ester; Baruc, Sabedoria, Eclesiástico e os dois livros dos Macabeus; segregar os estrangeiros; não comer nenhuma comida, suspeita de impureza ou de ter sido oferecida aos ídolos. Todas estas medidas assumidas pelos fariseus repercutiam nas comunidades dos judeus que aceitavam Jesus como Messias. Estas comunidades já tinham caminhado muito. A abertura para os pagãos era irreversível. A Bíblia em grego já era usada há muito tempo. Não podiam voltar atrás. Assim, lentamente, cresce um distanciamento mútuo entre cristianismo e judaísmo. As autoridades judaicas nos anos 85-90 começam a discriminar os que continuavam aceitando Jesus de Nazaré como Messias (Mt 5, 11-12; 24,9-13). Quem teimava em permanecer na fé em Jesus era expulso da sinagoga (Jo 9,34) . Muitos das comunidades cristãs sentiam medo desta expulsão (Jo 9,22), já que significava perder o apoio de uma instituição forte e tradicional como a sinagoga. Os que eram expulsos perdiam os privilégios legais que os judeus tinham conquistado ao longo dos séculos dentro do império. As pessoas expulsas perdiam até a possibilidade de ter um enterro decente. Era um risco muito grande. Esta situação conflituosa do fim do primeiro século repercute na descrição do conflito de Jesus com os fariseus. Quando o evangelho de João fala em judeus não está falando do povo judeu como tal, mas está pensando muito mais naquelas poucas autoridades farisaicas que estavam expulsando os cristãos das sinagogas nos anos 85-90, época em que o evangelho foi escrito. Não podemos permitir que esta afirmações sobre os façam crescer o anti-semitismo entre os cristãos.
4) Para um confronto pessoal
1) Anti-semitismo: olhe bem dentro de você e arranque qualquer resto de anti-semitismo.
2) Comer o pão do céu é crer em Jesus. Como isto me ajuda a viver melhor a eucaristia?
5) Oração final
Aclamai a Deus, terra inteira, cantai hinos à glória do seu nome; dai glória em seu louvor. Dizei a Deus: “Como são estupendas as tuas obras! pela grandeza da tua força teus adversários se curvam diante de ti”. (Sl 65, 1-3)
EVANGELHO DO DIA-3ª SEMANA DA PÁSCOA. Terça-feira, 28 de abril-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que abris as portas do reino dos céus aos que renasceram pela água e pelo Espírito Santo, aumentai em vosso filhos a graça que lhes destes para que, purificados de todo o pecado, obtenham os bens que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 30-35)
Naquele tempo, 30os judeus perguntaram: “Que sinais realizas para que possamos ver e acreditar em ti? Que obras fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: ‘Deu-lhes a comer o pão do céu’”. 32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu. É meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34Eles então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!” 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.
3) Reflexão
O Discurso do Pão da Vida não é um texto para ser discutido e dissecado, mas sim para ser meditado e ruminado. Por isso, caso você não entender logo tudo, não se preocupe. Este texto do Pão da Vida exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Um texto assim, a gente deve ler, meditar, rezar, pensar, ler de novo, repetir, ruminar, como se faz com um doce gostoso na boca. Vai virando e virando, até se gastar. Quem lê o Quarto Evangelho superficialmente pode ficar com a impressão de que João repete sempre a mesma coisa. Lendo com mais atenção, você perceberá que não se trata de repetição. O autor do Quarto Evangelho tem um jeito próprio de repetir o mesmo assunto, mas num nível cada vez mais alto ou mais profundo. Parece uma escada em caracol. Girando você volta ao mesmo lugar, mas num nível mais alto ou mais profundo.
João 6,30-33: Que sinal realizas para que possamos crer? O povo tinha perguntado: O que devemos fazer para realizar a obra de Deus? Jesus respondeu: “A obra de Deus é acreditar naquele que ele enviou”, isto é, crer em Jesus. Por isso o povo formula nova pergunta: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Qual é a tua obra?” Isto significa que eles não entenderam a multiplicação dos pães como um sinal da parte de Deus para legitimar Jesus junto ao povo como o enviado de Deus! E eles continuam argumentando: No passado, nossos pais comeram o maná que foi dado por Moisés! Eles o chamavam de “pão do céu” (Sb 16,20), ou seja, “pão de Deus”. Moisés continua sendo o grande líder, no qual acreditam. Se Jesus quer que o povo acredite nele, deve fazer um sinal maior que o de Moisés. “Qual a tua obra?”
Jesus responde que o pão dado por Moisés não era o pão verdadeiro do céu. Veio do alto, sim, mas não era o pão de Deus, pois não garantiu a vida para ninguém. Todos eles morreram no deserto (Jo 6,49). O pão do céu verdadeiro, o pão de Deus, é aquele que vence a morte e traz vida! É aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. É o próprio Jesus! Jesus tenta ajudar o povo a se libertar dos esquemas do passado. Para ele, fidelidade ao passado não significa fechar-se nas coisas de antigamente e recusar a renovação. Fidelidade ao passado é aceitar o novo que chega como fruto da semente plantada no passado.
João 6,34-35: Senhor, dá-nos sempre desse pão! Jesus responde claramente: "Eu sou o pão da vida!" Comer o pão do céu é o mesmo que crer em Jesus e aceitar o caminho que ele ensinou, a saber: "O meu alimento é fazer a vontade do Pai que está no céu!" (Jo 4,34). Este é o alimento verdadeiro que sustenta a pessoa, dá rumo e traz vida nova. Este último versículo do evangelho de hoje (Jo 6,35) será retomado como primeiro versículo do evangelho de amanhã (Jo 6,35-40).
4) Para um confronto pessoal
1) Fome de pão, fome de Deus. Qual dos dois predomina em mim?
2) Jesus disse: “Eu sou o pão da vida”. Ele mata a fome e a sede. Qual a experiência que tenho neste ponto?
5) Oração final
Inclina para mim teu ouvido, vem depressa livrar-me. Sê para mim o rochedo que me acolhe, refúgio seguro, para a minha salvação. Pois tu és minha rocha e meu baluarte, pelo teu nome me diriges e me guias. (Sl 30, 3-4)
3º Domingo da Páscoa: Fica conosco Senhor
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EM TEMPOS DE CORONAVIRUS, FICA CONOSCO SENHOR! Um olhar sobre o 3º Domingo da Páscoa direto da cidade de Angra dos Reis/RJ, por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. www.instagram.com/freipetronio
Festa de São Marcos, Evangelista (25 de abril). Evangelho, com Frei Carlos Mesters, O. Carm.
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1) Oração
Ó Deus, que concedestes a são Marcos, vosso evangelista, a glória de proclamar a Boa nova, dai-nos assimilar de tal modo seus ensinamentos, que sigamos fielmente os caminhos do Cristo. Que conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo Marcos (Mc 16,15-20)
Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.
19Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. 20Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.
3) Reflexão - Mc 16,15-20
O Evangelho de hoje faz parte do apêndice do Evangelho de Marcos (Mc 16,9-20) que traz a lista de algumas aparições de Jesus: a Madalena (Mc 16,9-11), a dois discípulos a caminho do campo (Mc 16,12-13) e aos doze apóstolos (Mc 16,14-18). Esta última aparição junto com a descrição da ascensão ao céu (Mc 16,19-20) constitui o evangelho de hoje.
Marcos 16,14: Os sinais que acompanham o anúncio da Boa Nova.
Jesus aparece aos onze discípulos e os repreende por não terem acreditado nas pessoas que o tinham visto ressuscitado. Não acreditaram em Madalena (Mc 16,11), nem nos dois a caminho do campo (Mc 16,13). Várias vezes, Marcos se refere à resistência dos discípulos em crer no testemunho daqueles e daquelas que experimentaram a ressurreição de Jesus. Por que será que Marcos insiste tanto na falta de fé dos discípulos? Provavelmente, para ensinar duas coisas. Primeiro, que a fé em Jesus passa pela fé nas pessoas que dão testemunho dele. Segundo, que ninguém deve desanimar quando a descrença nasce no coração. Até os onze discípulos tiveram dúvidas!
Marcos 16,15-18: A missão de anunciar a Boa Nova a toda a criatura.
Depois de ter criticado a falta de fé dos discípulos, Jesus lhes confere a missão: "Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade. Quem acreditar e for batizado, será salvo. Quem não acreditar, será condenado”. Aos que tiverem a coragem de crer na Boa Nova e que são batizados, Jesus promete os seguintes sinais: expulsarão demônios, falarão línguas novas, pegarão em serpentes e não serão molestados pelo veneno, imporão as mãos aos doentes e eles ficarão curados. Isto acontece até hoje:
expulsar os demônios: é combater o poder do mal que estraga a vida. A vida de muitas pessoas ficou melhor pelo fato de terem entrado na comunidade e de terem começado a viver a Boa Nova da presença de Deus em sua vida.
falar línguas novas: é começar a comunicar-se com os outros de maneira nova. Às vezes, encontramos uma pessoa que nunca vimos antes, mas parece que já a conhecemos há muito tempo. É porque falamos a mesma língua, a linguagem do amor.
vencer o veneno: há muita coisa que envenena a convivência. Muita fofoca que estraga o relacionamento entre as pessoas. Quem vive a presença de Deus dá a volta por cima e consegue não ser molestado por este veneno terrível.
curar doentes: em todo canto, onde aparece uma consciência mais clara e mais viva da presença de Deus, aparece também um cuidado especial para com as pessoas excluídas e marginalizadas, sobretudo para com os doentes. Aquilo que mais favorece a cura é a pessoa sentir-se acolhida e amada.
Marcos 16,19-20: Através da comunidade Jesus continua a sua missão.
O mesmo Jesus que viveu na Palestina, e acolhia os pobres do seu tempo, revelando assim o amor do Pai, este mesmo Jesus continua vivo no meio de nós, nas nossas comunidades. É através de nós, que ele quer continuar a sua missão para revelar a Boa Nova do amor de Deus aos pobres. Até hoje, a ressurreição acontece. Ela nos leva a cantar: "Quem nos separará, quem vai nos separar, do amor de Cristo, quem nos separará?" Poder nenhum deste mundo é capaz de neutralizar a força que vem da fé na ressurreição (Rm 8,35-39). Uma comunidade que quiser ser testemunha da Ressurreição deve ser sinal de vida, deve lutar contra as forças da morte, para que o mundo seja um lugar favorável à vida, deve crer que um outro mundo é possível. Sobretudo aqui na América Latina, onde a vida do povo corre perigo por causa do sistema de morte que nos foi imposto, as comunidades devem ser uma prova viva da esperança que vence o mundo, sem medo de ser feliz!.
4) Para confronto pessoal
1-Como estes sinais da presença de Jesus acontecem na minha vida?
2-Quais são, hoje, os sinais que mais convencem as pessoas da presença de Jesus no nosso meio?
5) Oração final
Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme como os céus (Sl 88).
COVID-19 E RELIGIÃO: Policiais armados invadem igreja para impedir Missa
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COVID-19 E RELIGIÃO: Policiais armados invadem igreja para impedir Missa
PARIS, 24 Abr. 20 / 03:00 pm (ACI).- Três policiais armados invadiram uma igreja em Paris para impedir uma Missa realizada a portas fechadas, com sete pessoas, incluindo o sacerdote celebrante, fato que provocou a resposta enérgica do Arcebispo da capital francesa, Dom Michel Aupetit.
O incidente ocorreu no domingo, 19 de abril, na igreja de Saint-André-de-l'Europe, onde Pe. Philippe de Maistre estava celebrando a Missa com outras seis pessoas. Desde o início da quarentena do coronavírus e como outros sacerdotes também o fazem, o sacerdote transmitia a liturgia nas redes sociais.
“Éramos sete pessoas: eu, um acólito, um cantor, um organista e três paroquianos para responder e fazer as leituras. No meio da Missa, três policiais armados entraram na igreja. Contudo, a autoridade dentro da igreja é p padre. Além dos bombeiros, a polícia não pode entrar a não ser que o sacerdote a chame!”, disse o Pe. De Maistre ao jornal francês Le Figaro.
O sacerdote explicou que, após a irrupção dos agentes, “decidi continuar a Missa, mas a polícia ordenou que parássemos. A chefe exigiu a minha prisão e fez com que seus subordinados procedessem. Meu acólito, também polícia, quis dialogar com eles, mas foram embora após 20 minutos e depois de exigir a saída dos paroquianos”.
Pe. de Maistre foi à delegacia, conversou com o delegado que finalmente decidiu não prendê-lo. No entanto, o sacerdote alertou que “aproveitam esta crise para colocar novamente o tapete sobre a liberdade de culto”.
O Arcebispo de Paris, Dom Michel Aupetit, falou sobre o que aconteceu em 22 de abril em uma declaração na Rádio Notre Dame. “Os policiais entraram na igreja armados, embora exista uma proibição formal de que a polícia entre assim em um templo. Não havia terroristas. É necessário manter a cabeça fria”, expressou.
"Um vizinho, evidentemente amável como poderão imaginar, ligou para a polícia dizendo que 'havia uma Missa clandestina'. Não é nada clandestina! Havia uma Missa porque a Missa se celebra todos os dias. Destaco que eu ainda tenho o direito a celebrar Missa, com o mínimo de pessoas para evitar desproporções. É preciso deter o circo! Eu mesmo celebro Missa todos os domingos, também todos os dias”, destacou o Prelado francês.
As normas do Governo francês para combater o coronavírus não exigem o fechamento de locais de culto, mas que esses "não acolham reuniões de fiéis". "As exéquias só podem ser realizadas com a família mais próxima, com um limite de 20 pessoas e respeitando as distâncias correspondentes", destacam.
Le Figaro consultou o Ministério do Interior sobre o que aconteceu, do qual indicaram que “um ministro pode celebrar um ofício, mas a portas fechadas, se tiver o fim de ser transmitida pelos meios de comunicação. O ministro de culto pode ser assistido por algumas pessoas, se necessário, com o mínimo possível, para poder registrar a cerimônia”.
Essas regras, disse o Ministério, "podem ser adaptadas a cada localidade de acordo com suas próprias circunstâncias".
Em 17 de março, o presidente da Conferência Episcopal Francesa, Dom Eric de Moulins-Beaufort, divulgou algumas recomendações para enfrentar o coronavírus, entre as quais: "nenhuma Missa pode ter assembleia, de qualquer quantidade, e se assim for, não pode ser celebrada”.
"As Missas não estão proibidas", mas "devem ser realizadas a portas fechadas, sem a presença dos fiéis e respeitando as distâncias respectivas", disse a diocese de Paris ao Le Figaro.
"Não consideramos uma Missa como uma reunião se for celebrada a portas fechadas por um sacerdote e seus vigários", acrescentou.
Le Figaro finalmente indicou que, após uma reunião de vários líderes religiosos na França, o Presidente Emmanuel Macron estaria considerando permitir o culto público em meados de junho, com a presença limitada de pessoas.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz. Fonte: https://www.acidigital.com
EVANGELHO DO DIA-2ª SEMANA DA PÁSCOA. Sexta-feira, 24 de abril-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei. ó Deus, aos vossos servos a graça da ressurreição, pois quisestes que o vosso Filho sofresse por nós o sacrifício da cruz para nos libertar do poder do inimigo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 1-15)
Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galiléia, ou seja, de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, vendo os sinais que ele fazia a favor dos doentes. 3Jesus subiu a montanha e sentou-se lá com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que vinha a ele, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que estes possam comer?” 6Disse isso para testar Filipe, pois ele sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentos denários de pão bastariam para dar um pouquinho a cada um”. 8Um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei as pessoas sentar- se”. Naquele lugar havia muita relva, e lá se sentaram os homens em número de aproximadamente cinco mil. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Depois que se fartaram, disse aos discípulos: “Juntai os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13Eles juntaram e encheram doze cestos, com os pedaços que sobraram dos cinco pães de cevada que comeram. 14À vista do sinal que Jesus tinha realizado, as pessoas exclamavam: “Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Quando Jesus percebeu que queriam levá-lo para proclamá-lo rei, novamente se retirou sozinho para a montanha.
3) Reflexão
Hoje começa a leitura do capítulo 6 do evangelho de João que se prolongará por vários dias. Sinal da importância deste capítulo para a vivência da nossa fé. O capítulo 6 traz dois sinais ou milagres: a multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) e a caminhada sobre as águas (Jo 6,16-21). Em seguida, traz o longo diálogo sobre o Pão da Vida (Jo 6,22-71). João situa o fato perto da festa de Páscoa (Jo 6,4). O enfoque central é o confronto entre a antiga Páscoa do Êxodo e a nova Páscoa que se realiza em Jesus. O diálogo sobre o pão da vida vai esclarecer a nova páscoa que se realiza em Jesus.
João 6,1-4: A situação. Na antiga páscoa, o povo atravessou o Mar Vermelho. Na nova páscoa, Jesus atravessa o Mar da Galiléia. Uma grande multidão seguia a Moisés. Uma grande multidão segue Jesus neste novo êxodo. No primeiro êxodo, Moisés subiu a Montanha. Jesus, o novo Moisés, também sobe à montanha. O povo seguia Moisés que realizou grandes sinais. O povo segue a Jesus porque tinha visto os sinais que ele fazia para os doentes.
João 6,5-7: Jesus e Filipe. Vendo a multidão, Jesus confronta os discípulos com a fome do povo e pergunta a Filipe: "Onde vamos comprar pão para esse povo poder comer?" No primeiro êxodo, Moisés tinha conseguido alimento para o povo faminto. Jesus, o novo Moisés, irá fazer a mesma coisa. Mas Filipe, em vez de olhar a situação à luz da Escritura, olhava a situação com os olhos do sistema e respondeu: "Duzentos denários não bastam!" Um denário era o salário mínimo de um dia. Filipe constata o problema e reconhece a sua total incapacidade para resolvê-lo. Faz o lamento, mas não apresenta nenhuma solução.
João 6,8-9: André e o menino. André, em vez de lamentar, busca solução. Ele encontra um menino com cinco pães e dois peixes. Cinco pães de cevada e dois peixes eram o sustento diário do pobre. O menino entrega o seu sustento! Ele poderia ter dito: "Cinco pães e dois peixes, o que é isso para tanta gente? Não vai dar para nada! Vamos partilhá-los aqui entre nós com duas ou três pessoas!" Em vez disso, ele teve a coragem de entregar os cinco pães e os dois peixes para alimentar 5000 pessoas (Jo 6,10)! Quem faz isso, ou é louco ou tem muita fé, acreditando que, por amor a Jesus, todos se disponham a partilhar sua comida como fez o menino!
João 6,10-11: A multiplicação . Jesus pede para o povo se acomodar na grama. Em seguida, multiplicou o sustento, a ração do pobre. Diz o texto: "Jesus tomou os pães e, depois de ter dado graças, distribuiu-os aos presentes, assim como os peixes, tanto quanto queriam!" Com esta frase, escrita no ano 100 depois de Cristo, João evoca o gesto da Última Ceia (1Cor 11,23-24). A Eucaristia, quando celebrada como deve, levará as pessoas à partilha como levou o menino a entregar seu sustento para ser partilhado.
João 6,12-13: A sobra dos doze cestos. O número doze evoca a totalidade do povo com suas doze tribos. João não informa se sobrou algo dos peixes. O que interessa a ele é evocar o pão como símbolo da Eucarística. O evangelho de João não tem a descrição da Ceia Eucarística, mas descreve a multiplicação dos pães como símbolo do que deve acontecer nas comunidades através da celebração da Ceia Eucarística. Se entre os povos cristãos houvesse real partilha, haveria comida abundante para todos e sobrariam doze cestos para muitos outros povos!
João 6,14-15: Querem fazê-lo rei. O povo interpreta o gesto de Jesus dizendo: "Esse é verdadeiramente o profeta que deve vir ao mundo!" A intuição do povo é correta. Jesus de fato é o novo Moisés, o Messias, aquele que o povo estava esperando (Dt 18,15-19). Mas esta intuição tinha sido desviada pela ideologia da época que queria um grande rei que fosse forte e dominador. Por isso, vendo o sinal, o povo proclama Jesus como Messias e avança para fazê-lo rei! Jesus percebendo o que ia acontecer, refugia-se sozinho na montanha. Não aceita esta maneira de ser messias e aguarda o momento oportuno para ajudar o povo a dar um passo.
4) Para um confronto pessoal
1) Diante do problema da fome no mundo, você age como Filipe, como André ou como o menino?
2) O povo queria um messias que fosse rei forte e poderoso. Hoje, muitos vão atrás de líderes populistas. O que o evangelho de hoje nos tem a dizer sobre isto?
5) Oração final
O SENHOR é minha luz e minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é quem defende a minha vida; a quem temerei? (Sl 26, 1)
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