O homem que foi ordenado padre pelo próprio filho
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Viúvo e aos 80 anos, Padre Vicente Mellilo recebeu a ordenação pelas mãos do filho, que era bispo
Deu na revista O Cruzeiro, de outubro de 1968:
“Na catedral metropolitana de São Paulo, um senhor, de idade avançada, as mãos piedosamente postas sobre o peito, estola diaconal sobre a alva que lhe cobria o corpo, ajoelhou-se ante o altar-mor. À sua frente, de pé sobre os degraus, com os paramentos episcopais, Dom Aniger Francisco Maria Melillo, bispo de Piracicaba, estendeu as mãos sobre a cabeça branca do ancião, dizendo: Tu és sacerdos in aeternum. Um novo sacerdote ingressava naquele instante, nas fileiras eclesiásticas.”
Mas não foi apenas a idade avançada (80 anos) do novo padre que chamou a atenção naquela emocionante cerimônia: o bispo que realizou a ordenação era filho do padre. Isso mesmo: após ficar viúvo, Vicente Melillo decidiu seguir o sacerdócio.
A revista da época ainda narrou o momento singular tanto para o pai quanto para o filho, que dividiam o altar naquele momento:
“O neo-presbítero, a quem o bispo, tão carinhosamente, segundo a liturgia, chamava de filho, era, na realidade, o pai daquele que acabara de lhe conferir a ordenação sacerdotal. Ao final da cerimônia, Dom Aniger Francisco Maria Melillo ajoelhou-se diante de seu pai, o Padre Vicente Melillo, e beijou-lhe as mãos, que minutos antes ele ungira com o santo óleo.”
Vida e obra de Padre Vicente Melillo
Segundo o historiador Claudinei Pollesel, Vicente Melillo foi um imigrante italiano, advogado, escritor e comendador influente na sociedade paulista.
Ele chegou ao Brasil com três meses de idade e fixou residência em Campinas, no interior de São Paulo, onde casou-se e teve uma vida culturalmente ativa na cidade. Foi redator e editor de vários jornais e revistas do município.
Na década de 1920, mudou-se para São Paulo para exercer a advocacia.
Vicente Melillo foi pai de onze filhos. Entretanto, três morreram ainda muito jovens. Os outros tiveram carreiras bem-sucedidas: Vicente de Paulo, médico e professor; Aniger, 2º Bispo Diocesano de Piracicaba; Santa, poetisa; Regina, escritora; Irene, assistente social; Zuleika, religiosa da Ordem da Visitação de Santa Maria; Auta, filósofa; Pérola, professora e historiadora.
Assistência social e sacerdócio
Melillo foi fundador e membro Assistência Vicentina aos Mendigos, em São Paulo. Atuou na associação durante 30 anos. Ele também fundou um asilo na capital paulista, onde abrigava idosos, doentes e crianças abandonadas. O local chegou a ter 50 pavilhões e era um centro de ajuda a quem contraía a tuberculose.
Vicente Melillo também criou a Colônia Agrícola de Bussocaba, que prestava assistência social aos menos favorecidos. E foi lá que ele recebeu o convite para ser padre.
Durante uma visita, D. Angelo Rossi, então cardeal de São Paulo, disse que o local estava carente da presença de Deus e que Melillo seria um instrumento do Senhor, se ele aceitasse a ser sacerdote.
Claro que ele aceitou! Sua condição de viúvo permitia que ele fosse ordenado, o que de fato aconteceu.
Com autorização do Papa Paulo VI, Vicente Melillo foi dispensado dos estudos de Teologia em seminário e recebeu as Ordens Menores, o subdiaconato e o diaconato. No dia da Assunção de Nossa Senhora, ao 80 anos de idade, ele recebeu a Ordenação Sacerdotal, que lhe foi conferida pelo próprio filho, que era bispo.
Extrema Unção
O Padre Vicente celebrou mais de mil missas em três anos de sacerdócio. E foram as mãos do seu filho, D. Aniger, que lhe proferiram a Unção dos Enfermos – as mesmas mãos que o haviam ordenado padre. Fonte: https://pt.aleteia.org
Terça-feira, 20 de agosto-2019. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 19,23-30)
Naquele tempo, 23Jesus disse então aos seus discípulos: Em verdade vos declaro: é difícil para um rico entrar no Reino dos céus!24Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.25A estas palavras seus discípulos, pasmados, perguntaram: Quem poderá então salvar-se?26Jesus olhou para eles e disse: Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível.27Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós?28Respondeu Jesus: Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.29E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.30Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros.
3) Reflexão Mateus 19,23-30
O evangelho de hoje é a continuação imediata do evangelho de ontem. Traz o comentário de Jesus a respeito da reação negativa do jovem rico.
Mateus 19,23-24: O camelo e o fundo da agulha.
Depois que o jovem foi embora, Jesus comentou a decisão dele e disse: "Eu garanto a vocês: um rico dificilmente entrará no Reino do Céu. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus". Duas observações a respeito desta afirmação de Jesus: 1) O provérbio do camelo e do buraco da agulha se usava para dizer que uma coisa era impossível e inviável, humanamente falando. 2) A expressão “um rico entrar no Reino” trata, não em primeiro lugar da entrada no céu depois da morte, mas sim da entrada na comunidade ao redor de Jesus. E até hoje é assim. Os ricos dificilmente entram e se sentem em casa nas comunidades que tentam viver o evangelho de acordo com as exigências de Jesus e que procuram abrir-se para os pobres, os migrantes e os excluídos da sociedade.
Mateus 19,25-26: O espanto dos discípulos
O jovem tinha observado os mandamentos, mas sem entender o porquê da observância. Algo semelhante estava acontecendo com os discípulos. Quando Jesus os chamou, fizeram exatamente o que Jesus tinha pedido ao jovem: largaram tudo e foram atrás de Jesus (Mt 4,20.22). Mesmo assim, ficaram espantados com a afirmação de Jesus sobre a quase impossibilidade de um rico entrar no Reino de Deus. Sinal de que não tinham entendido bem a resposta de Jesus ao moço rico: “Vai vende tudo, dá para os pobres e vem e segue-me!” Pois, se o tivessem entendido, não teriam ficado tão chocados com a exigência de Jesus. Quando a riqueza ou o desejo da riqueza ocupa o coração e o olhar, a pessoa já não consegue perceber o sentido da vida e do evangelho. Só Deus mesmo para ajudar! "Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível."
Mateus 19,27: A pergunta de Pedro.
O pano de fundo da incompreensão dos discípulos transparece na pergunta de Pedro: “Olhe, nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber?” Apesar da generosidade tão bonita do abandono de tudo, eles mantinham a mentalidade anterior. Abandonaram tudo para receber algo em troca. Ainda não entendiam bem o sentido do serviço e da gratuidade.
Mateus 19,28-30: A resposta de Jesus
"Eu garanto a vocês: no mundo novo, quando o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, vocês, que me seguiram, também se sentarão em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e terá como herança a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos; e muitos que agora são os últimos, serão os primeiros". Nesta resposta, Jesus descreve o mundo novo, cujos fundamentos estavam sendo lançados pelo trabalho dele e dos discípulos. Jesus acentua três pontos importantes: (1) Os discípulos vão sentar nos doze tronos junto com Jesus para julgar as doze tribos de Israel (cf. Apc 4,4). (2) Vão receber em troca muitas vezes aquilo que tinham abandonado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, e terão a herança da vida eterna garantida. (3) O mundo futuro será a inversão do mundo atual. Nele os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. A comunidade ao redor de Jesus é semente e amostra deste mundo novo. Até hoje as pequenas comunidades dos pobres continuam sendo semente e amostra do Reino.
Cada vez que, na história do povo da Bíblia, surge um movimento para renovar a Aliança, ele começa restabelecendo os direitos dos pobres, dos excluídos. Sem isto, a Aliança não se refaz! Assim faziam os profetas, assim faz Jesus. Ele denuncia o sistema antigo que, em nome de Deus, excluía os pobres. Jesus anuncia um novo começo que, em nome de Deus, acolhe os excluídos. Este é o sentido e o motivo da inserção e da missão da comunidade de Jesus no meio dos pobres. Ela atinge a raiz e inaugura a Nova Aliança.
4) Para um confronto pessoal
1) Abandonar casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do nome de Jesus. Como isto acontece na sua vida? O que já recebeu de volta?
2) Hoje, a maioria dos países pobres não é da religião cristã, enquanto a maioria dos países ricos é da religião cristã. Como se aplica hoje o provérbio do camelo que não passa pelo fundo de uma agulha?
5) Oração final
Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso cajado são o meu amparo. (Sl 22, 4)
Segunda-feira, 19 de agosto-2019. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 19,16-22)
16Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna? Disse-lhe Jesus: 17Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos. 18Quais?, perguntou ele. Jesus respondeu: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo. 20Disse-lhe o jovem: Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda? 21Respondeu Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me! 22Quando ouviu esta palavra, o jovem foi embora cheio de tristeza, pois possuía muitos bens.
3) Reflexão Mateus 19,16-22
O evangelho de hoje traz a história do jovem que perguntou pelo caminho da vida eterna. Jesus indicou para ele o caminho da pobreza. O jovem não aceitou a proposta de Jesus, pois era muito rico. Uma pessoa rica é protegida pela segurança que a riqueza lhe dá. Ela tem dificuldade em abrir mão da sua segurança. Agarrada às vantagens dos seus bens, vive preocupada em defender seus próprios interesses. Uma pessoa pobre não tem esta preocupação. Mas há pobres com cabeça de rico. Muitas vezes, o desejo de riqueza cria neles uma grande dependência e faz o pobre ser escravo do consumismo, pois ele fica devendo prestações em todo canto. Já não tem mais tempo para dedicar-se ao serviço do próximo.
Mateus 19,16-19: Os mandamentos e a vida eterna.
Alguém chega perto de Jesus e pergunta: "Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?" Alguns manuscritos informam que se tratava de um jovem. Jesus responde bruscamente: "Por que você me pergunta sobre o que é bom? Um só é o bom!” Em seguida, ele responde à pergunta e diz: “Se você quer entrar para a vida, guarde os mandamentos". O jovem reage e pergunta: “Quais mandamentos?” Jesus tem a bondade de enumerar os mandamentos que o rapaz já devia conhecer: "Não mate; não cometa adultério; não roube; não levante falso testemunho; honre seu pai e sua mãe; e ame seu próximo como a si mesmo". É muito significativa a resposta de Jesus. O jovem tinha perguntado pela vida eterna. Queria a vida junto de Deus! Mas Jesus só lembrou os mandamentos que dizem respeito à vida junto do próximo! Não mencionou os três primeiros mandamentos que definem nosso relacionamento com Deus! Para Jesus, só conseguiremos estar bem com Deus, se soubermos estar bem com o próximo. Não adianta se enganar. A porta para chegar até Deus é o próximo.
Em Marcos a pergunta do jovem é diferente: "Bom Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?" Jesus respondeu: "Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e ninguém mais!” (Mc 10,17-18). Jesus desvia a atenção de si mesmo para Deus, pois o que importa é fazer a vontade do Deus, revelar o Projeto do Pai.
Mateus 19,20: Observar os mandamentos, para que serve?
O jovem respondeu: "Tenho observado todas essas coisas. O que é que ainda me falta fazer?" O curioso é o seguinte. O jovem queria conhecer o caminho que o levasse à vida eterna. Ora, o caminho da vida eterna era e continua sendo: fazer a vontade de Deus, expressa nos mandamentos. Com outras palavras, o jovem observava os mandamentos sem saber para que serviam! Se o soubesse, não teria feito a pergunta. É como muitos católicos que não sabem por que motivo são católicos. ”Nasci católico, por isso sou católico!” Coisa de costume!
Mateus 19,21-22: A proposta de Jesus e a resposta do jovem
Jesus respondeu: "Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha, e siga-me". Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. A observância dos mandamentos é apenas o primeiro degrau de uma escada que vai mais longe e mais alto. Jesus pede mais! A observância dos mandamentos prepara a pessoa para ela poder chegar à doação total de si em favor do próximo. Marcos diz que Jesus olhou para o jovem com amor (Mc 10,21). Jesus pede muito, mas ele o pede com muito amor. O moço não aceitou a proposta de Jesus e foi embora, “pois era muito rico”.
Jesus e a opção pelos pobres.
Um duplo cativeiro marcava a situação do povo na época de Jesus: o cativeiro da política de Herodes, apoiada pelo Império Romano e mantida por todo um sistema bem organizado de exploração e de repressão, e o cativeiro da religião oficial, mantida pelas autoridades religiosas da época. Por causa disso, o clã, a família, a comunidade, estava sendo desintegrada e uma grande parte do povo vivia excluída, marginalizada, sem lugar, nem na religião, nem na sociedade. Por isso, havia vários movimentos que, como Jesus, procuravam refazer a vida em comunidade: essênios, fariseus e, mais tarde, os zelotes. Dentro da comunidade de Jesus, porém, havia algo novo que a diferenciava dos outros grupos. Era a atitude frente aos pobres e excluídos. As comunidades dos fariseus viviam separadas. A palavra “fariseu” quer dizer “separado”. Viviam separadas do povo impuro. Alguns fariseus consideravam o povo como ignorante e maldito (Jo 7,49), cheio de pecado (Jo 9,34). Não aprendiam nada do povo (Jo 9,34). Jesus e a sua comunidade, ao contrário, viviam misturados com as pessoas excluídas, consideradas impuras: publicanos, pecadores, prostitutas, leprosos (Mc 2,16; 1,41; Lc 7,37). Jesus reconhece a riqueza e o valor que os pobres possuem (Mt 11,25-26; Lc 21,1-4). Proclama-os felizes, porque o Reino é deles, dos pobres (Lc 6,20; Mt 5,3). Define sua própria missão como “anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4, 18). Ele mesmo vive como pobre. Não possui nada para si, nem mesmo uma pedra para reclinar a cabeça (Lc 9,58). E a quem quer segui-lo para conviver com ele, manda escolher: ou Deus, ou o dinheiro! (Mt 6,24). Manda fazer opção pelos pobres como propôs ao jovem rico! (Mc 10,21) Esta maneira diferente de acolher os pobres e de conviver com eles era uma amostra do Reino de Deus.
4) Para um confronto pessoal
1-Uma pessoa que vive preocupada com a sua riqueza ou com a aquisição dos bens que a propaganda do consumismo lhe oferece, será que ela pode libertar-se de tudo isto para seguir Jesus e viver em paz numa comunidade cristã? É possível? O que você acha?
2-O que significa para nós hoje: “Vai vende tudo, dá aos pobres”? É possível tomar isto ao pé da letra? Conhece alguém que conseguiu largar tudo por causa do Reino?
5) Oração final
Ele me faz descansar em verdes prados, a águas tranquilas me conduz. Restaura minhas forças, guia-me pelo caminho certo, por amor do seu nome. (Sl 22, 2-3)
Ao Vivo- Sabará: Novena Nossa Senhora do Rosário
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Sabará – Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Sabará-MG, foi tombada por sua importância cultural.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Outros Nomes: Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da Barra
Localização: Praça Delfim Moreira – Sabará – MG
Número do Processo: 67-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 112, de 13/06/1938
Descrição: Deve-se à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da Barra do Sabará, fundada em 1713, a iniciativa da construção da igreja, em substituição à primitiva capelinha de madeira. Para a construção da capela definitiva foi concedido um terreno à Irmandade, conforme carta régia datada de 10 de maio de 1757, vindo a mesma a adquirir ainda, nove anos mais tarde, terreno ocupado por duas casas particulares. Em 1767, teve início a preparação do terreno, em local próximo e para trás da antiga capela, e no ano seguinte foi firmado contrato com o mestre Antônio Moreira Gomes para as obras de alvenaria e cantaria, as quais deveriam obedecer ao risco apresentado pela Irmandade. Tratava-se provavelmente de um projeto ambicioso, uma vez que sua estrutura nunca chegou a ser concluída. A falta de recursos da Irmandade, agravada por fatores econômicos e sociais como a decadência da mineração e a Abolição, resultou na lenta evolução das obras, até sua definitiva paralisação. Desta forma, os trabalhos contratados com o mestre Antônio Moreira Gomes, se estenderam até 1780, quando finalmente são concluídas as obras da capela-mor e da sacristia, cuja benção ocorre no ano seguinte. A partir daí, as obras sofrem várias interrupções, sendo depois retomadas através de sucessivos contratos firmados com Leonardo de Moinhos, em 1798, mestre Antônio Ferreira da Costa, em 1805, mestre Antônio José Dias, em 1819, e mestre pedreiro Antônio José da Silva Guimarães, em 1856. Entre esse ano e o de 1878, os Irmãos do Rosário não mediram esforços para concluir as obras da igreja, mas foram impedidos pela dispersão religiosa dos negros, fruto da Abolição que se daria mais tarde.
A singularidade da igreja do Rosário reside na nave, supondo tratar-se da primitiva e humilde capela de taipa. De fachada autônoma, conservada e mantida, apresenta as paredes em taipa e encontra-se inserida na estrutura maior e de pedras da nave inacabada, não se sabendo a época de sua construção. Germain Bazin sustenta a hipótese da mera conservação para o culto “da primitiva e humilde capela de taipa “, até que se desse o definitivo acabamento do edifício. Essa velha parte da igreja, ainda hoje utilizada como nave, corria risco de desabamento quando, a 5 de julho de 1807, se determinou a reforma de seu engradamento e telhado, e ainda a construção do adro. A planta da igreja inacabada é composta por duas secções retangulares, a primeira, correspondente à nave, é alargada nos lanços laterais da fachada pelas bases das torres e a segunda corresponde à capela-mor e sacristias laterais. Pequena capela, de volume autônomo e forma retangular, encontra-se inserida no corpo da nave, a partir de sua metade e até o arco-cruzeiro da estrutura inacabada. Ao adro da edificação inconclusa, dá acesso uma escada em dois lances, que lembra a escadaria monumental do Santuário de Congonhas.
A estrutura da construção inacabada é em alvenaria de de pedra, com enquadramento dos vãos em cantaria. A fachada é constituída pela porta principal, duas aberturas superiores para janelas e duas seteiras em cada flanco de base de torres. A pequena capela ou parte coberta da nave apresenta fachada rústica, porta simples encimada por janela com pequena grade de madeira torneada, cunhais e vãos em madeira. Internamente, possui piso de assoalho comum, teto forrado de esteira caiada e coro bem rústico. O arco cruzeiro, elemento de ligação entre a antiga capelinha e a capela-mor, é em pedras. A capela-mor, parte concluída da estrutura definitiva, possui piso em campas, enquadramento dos vãos em cantaria e teto de tábuas, em caixotões, com pintura decorativa. As duas sacristias se comunicam com a capela-mor. A ornamentação interna é pobre, constituída pelo altar-mor em madeira lisa, com dois pequenos nichos laterais e tribuna do trono delimitada por pintura tosca, simulando colunas, encimada por um desenho simbólico. A antiga capelinha apresenta dois altares laterais rústicos, em tábua lisa, com nichos recortados e encimados por pinturas bastante simples. Já a pintura do teto da capela-mor é mais apurada, com símbolos alusivos à Ladainha de Nossa Senhora. A igreja conserva em seu interior imagens de madeira policromada de boa qualidade e algumas peças de alfaia de valor.
O conjunto inacabado da igreja, que constitui importante documento do processo construtivo da arquitetura mineira colonial, foi restaurado pelo IPHAN, no período compreendido entre 1944-1945. As obras incluíram a reconstrução do telhado, consertos de esquadrias, estabilização de forro, recomposição de pisos, revestimento e pintura, bem como o escoramento da nave (antiga capelinha). Texto extraído de: Barroco 8.
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Fonte: Iphan.
Descrição: Construção iniciada em 1768 pela Irmandade dos Homens Pretos da Barra do Sabará, revela a fé e força do negro africano. Os escravos decidiram construir sua própria igreja, mas a decadência das minas de ouro não permitiu que fosse concluída. A obra, iniciada em 1768, foi abandonada com a abolição da escravatura, em 1888. Trata-se de um importante testemunho dos métodos construtivos da época. Sua arquitetura apresenta detalhes das três etapas distintas de sua construção. Possui, em uma das sacristias, o Museu de Arte Sacra com peças dos séculos XVII e XVIII. Quem vê as ruínas da igreja não imagina o que há escondido por trás das grandes paredes de pedra sem reboco, a céu aberto. A muralha, porém, protege uma antiga capela de taipa, de 1713. Na sacristia funciona o Museu de Arte Sacra, com imagens e crucifixos dos séculos 18 e 19.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Fonte: http://www.ipatrimonio.org
Assunção de Maria ou Nossa Senhora da Glória
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A solenidade da Assunção de Maria ou dia de Nossa Senhora da Glória, 15 de agosto, é uma festa muito celebrada pelos cristãos. No Brasil, a solenidade, originária de Portugal, é transferida para o domingo seguinte – neste ano, dia 18 de agosto. Assim, um maior número de cristãos tem a oportunidade de participar das celebrações.
De acordo com o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, essa é uma solenidade da esperança.
“Se eu não acreditar que um dia eu estarei diante de Deus na glória do Céu, minha vida perde sentido. Por isso ela é dogma. Por isso, Maria é um pilar da fé. É a esperança que, por maiores que sejam os males, eu tenho que ter esperança porque Cristo venceu a morte”, destaca
O dogma da Assunção de Maria foi proclamado pelo papa Pio XII, em 1º de novembro 1950, com a publicação da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus que traz a seguinte declaração: “Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e em nossa própria autoridade, pronunciamos, declaramos e definimos como sendo um dogma revelado por Deus: que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, tendo completado o curso de sua vida terrena, foi assumida, corpo e alma, na glória celeste”.
Essa solenidade é, primeiramente, exaltação da glória do Cristo: a vida e a ressurreição. A devoção a Nossa Senhora da Glória faz parte do patrimônio religioso do povo brasileiro e é uma das mais antigas tradições cristãs. A primeira capela construída, em sua honra, no Brasil, foi em Porto Seguro, em 1503.
De acordo com a Comissão para a Liturgia da CNBB, a história da festa tem origem a partir do Concílio de Éfeso (451), que proclamou Maria “Mãe de Deus”. A liturgia, inspirada no documento de proclamação do papa e na doutrina do Concílio Vaticano II, evidencia “a conexão entre o mistério de Cristo e o de Maria”.
Dom Joel Portella ressalta ainda que, se em Cristo a morte foi vencida, os outros males são vencidos. “Então, porque não viver na esperança?”
“Não desanime diante de qualquer motivo que o faça sofrer – diante da violência, da maldade, da indiferença. Creia em Deus e uma-se com todos aqueles que creem em Deus. Para que na grande família dos que creem em Jesus Cristo, filho bendito da Virgem Maria, possamos trabalhar por mundo de paz”, ressaltou.
Na solenidade da Assunção, celebram as glórias de Maria com os mais diferentes títulos: da Boa Viagem (Belo Horizonte), da Abadia (Campo Grande), da Glória (Maringá, Lorena, Cruzeiro do Sul, Patos de Minas, Rubiataba, Valença), da Ponte (Sorocaba), das Vitórias ou da Vitória (Vitória da Conquista, Ilhéus, Oeiras), do Desterro (Jundiaí), dos Prazeres (Lages), da Oliveira (Oliveira), Mãe da Igreja (Paranavaí), dos Anjos (Petrolina), da Consolação (Tocantinópolis), do Livramento (Nossa Senhora do Livramento); e várias com o título de ‘Nossa Senhora da Assunção’. Fonte: http://www.cnbb.org.br
AO VIVO- SANTA MISSA COM FREI PETRÔNIO. Quinta-feira, 15 de agosto-2019.
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AO VIVO- SANTA MISSA COM FREI PETRÔNIO. Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, Rio de Janeiro. Quinta-feira, 15 de agosto-2019.
O Dom da Vida Consagrada.18 de agosto-2019: Domingo da vida consagrada
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18 de agosto-2019: Domingo da vida consagrada. O dom da Vida Consagrada
Dom Manoel Delson
Arcebispo Metropolitano da Paraíba
Neste mês de agosto, a Igreja também celebra com profunda gratidão e alegria a vida religiosa. São homens e mulheres que, desde os primórdios do evangelho, dedicam-se integralmente ao serviço da Igreja e da humanidade. Tão recentemente o Papa Francisco dedicou todo um ano para celebrar o dom da vida consagrada, convocou os religiosos à confissão, com humildade e confiança em Deus, a fazerem uma revisão de suas vidas, para que pudessem viver a constante experiência do amor misericordioso do Senhor.
Muitos de nós, ao longo de nossa história de fé, tivemos algum contato com freiras, frades e religiosos de uma forma geral. São pessoas que um dia receberam o chamado de Deus e se puseram livremente ao serviço do Reino de Deus, doando a própria vida de maneira exclusiva. Os religiosos têm a missão radical de seguir Jesus Cristo pela profissão solene dos votos (Obediência, Pobreza e Castidade), devem segui-Lo mais proximamente, fazendo com que seu testemunho de vida possa mostrar a alegria da fé a todos os homens e mulheres de cada época.
Um dos grandes pilares da vida religiosa/consagrada é a dimensão da vida comum entre eles. O Papa Francisco exorta estes a viver com paixão o presente: “Viver com paixão o presente significa tornar-se ‘peritos em comunhão’, ou seja, testemunhas e artífices daquele projeto de comunhão que está no vértice da história do homem segundo Deus”. O Papa ainda acredita que “numa sociedade marcada pelo conflito, a convivência difícil entre culturas diversas, a prepotência sobre os mais fracos, as desigualdades, somos chamados a oferecer um modelo concreto de comunidade que, mediante o reconhecimento da dignidade de cada pessoa e a partilha do dom que cada um é portador, permita viver relações fraternas.” As relações fraternas da vida comum dos consagrados são uma lembrança para nós de que devemos viver em comunhão, partilhando mutuamente a vida.
Os consagrados são aqueles que, no coração da Igreja e do mundo, não se cansam de testemunhar a beleza de seguir Cristo com grande alegria, oferecendo seus sacrifícios e energias, pois Cristo “não tira nada, Ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira.” (Bento XVI) Que Nossa Senhora, a perfeita modelo de seguimento a Jesus Cristo, guarde os nossos consagrados na escolha perene e feliz do sim a Deus e aos homens. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Quinta-feira, 15 de agosto-2019. 19ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 18,21-19,1)
18:21Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? 22Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Por isso, o Reino dos céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos. 24Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. 25Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida. 26Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo! 27Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida. 28Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários. Agarrou-o na garganta e quase o estrangulou, dizendo: Paga o que me deves! 29O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: Dá-me um prazo e eu te pagarei! 30Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida. 31Vendo isto, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado. 32Então o senhor o chamou e lhe disse: Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste. 33Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti? 34E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida. 35Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração. 19:1Após esses discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para a Judéia, além do Jordão.
3) Reflexão Mateus 18,21-19,1
No evangelho de ontem ouvimos as palavras de Jesus sobre a correção fraterna (Mt 18,15-20). No evangelho de hoje (Mt 18,21-39) o assunto central é o perdão e a reconciliação.
Mateus 18,21-22: Perdoar setenta vezes sete!.
Diante das palavras de Jesus sobre a correção fraterna e a reconciliação, Pedro pergunta: “Quantas vezes devo perdoar? Sete vezes?” Sete é um número que indica uma perfeição e, no caso da proposta de Pedro, sete é sinônimo de sempre. Mas Jesus vai mais longe. Ele elimina todo e qualquer possível limite para o perdão: "Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete!” É como se dissesse: “Sempre, não! Pedro, mas setenta vezes sempre!” Pois não há proporção entre o amor de Deus para conosco e o nosso amor para com o irmão. Aqui se evoca o episódio de Lamec do AT. “Lamec disse para as suas mulheres: da e Sela, ouçam minha voz; mulheres de Lamec, escutem minha palavra: Por uma ferida, eu matarei um homem, e por uma cicatriz matarei um jovem. Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por setenta e sete" (Gn 4,23-24). A tarefa das comunidades é a de reverter o processo da espiral da violência. Para esclarecer a sua resposta a Pedro Jesus conta a parábola do perdão sem limite.
Mateus 18,23-27: A atitude do patrão
Esta parábola é uma alegoria, isto é, Jesus fala de um patrão, mas pensa em Deus. Isto explica os contrastes enormes desta parábola. Como veremos, apesar de se tratar de coisas normais diários, existe algo nesta história que não acontece nunca na vida diária. Na história que Jesus conta, o patrão segue as normas do direito da época. Era um direito dele de prender o empregado com toda a sua família e mantê-lo na prisão até que tivesse pago pelo trabalho escravo a sua dívida. Mas diante do pedido do empregado endividado, o patrão perdoa a dívida. O que chama a atenção é o tamanho da dívida: dez mil talentos. Um talento equivale a 35 kg. Segundo os cálculos feitos, dez mil talentos equivalem a 350 toneladas de ouro. Mesmo que o devedor junto com mulher e filhos fossem trabalhar a vida inteira, jamais seriam capazes de juntar 350 toneladas de ouro. O cálculo extremo é proposital. Nossa dívida frente a Deus é incalculável e impagável.
Mateus 18,28-31: A atitude do empregado
Ao sair daí, esse empregado perdoado encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem moedas de prata. Ele o agarrou, e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Pague logo o que me deve'. Dívida de cem denários é o salário de cem dias de trabalho. Alguns calculam que era de 30 gramas de ouro. Não existe meio de comparação entre os dois! Nem dá para entender a atitude do empregado: Deus lhe perdoou 350 toneladas de outro e ele não quer perdoas 30 gramas de ouro. Em vez de perdoar, ele faz com o companheiro aquilo que o patrão ia fazer, mas não fez. Mandou prender o companheiro de acordo com as normas da lei, até que fosse paga a dívida. Atitude chocante para qualquer ser humano. Chocou os outros companheiros. Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão, e lhe contaram tudo. Qualquer um de nós teria tido a mesma atitude de desaprovação.
Mateus 18,32-35: A atitude de Deus
“O patrão mandou chamar o empregado, e lhe disse: 'Empregado miserável! Eu lhe perdoei toda a sua dívida, porque você me suplicou. E você, não devia também ter compaixão do seu companheiro, como eu tive de você?' O patrão indignou-se, e mandou entregar esse empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida”. Diante do amor de Deus que perdoa gratuitamente nossa dívida de 350 toneladas de ouro, é nada mais que justo que nós perdoemos ao irmão a pequena dívida de 30 gramas de ouro. O perdão de Deus é sem limites. O único limite para a gratuidade da misericórdia de Deus vem de nós mesmos, da nossa incapacidade de perdoar o irmão! (Mt 18,34). É o que dizemos e pedimos no Pai Nosso: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6,12-15).
A comunidade como espaço alternativo de solidariedade e fraternidade
A sociedade do Império Romano era dura e sem coração, sem espaço para os pequenos. Estes buscavam um abrigo para o coração e não o encontravam. As sinagogas também eram exigentes e não ofereciam um lugar para eles. Nas comunidades cristãs, o rigor de alguns na observância da Lei levava para dentro da convivência os mesmos critérios da sociedade e da sinagoga. Assim, nas comunidades começavam a aparecer as mesmas divisões que existiam na sociedade e na sinagoga entre rico e pobre, dominação e submissão, homem e mulher, raça e religião. Em vez da comunidade ser um espaço de acolhimento, tornava-se um lugar de condenação. Juntando palavras de Jesus, Mateus quer iluminar a caminhada dos seguidores e das seguidoras de Jesus, para que as comunidades sejam um espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade. Devem ser uma Boa Notícia para os pobres.
4) Para um confronto pessoal
1) Perdoar. Tem gente que diz: “Perdôo, mas não esqueço!” E eu? Sou capaz de imitar a Deus?
2) Jesus deu o exemplo. Na hora de ser morto pediu perdão para os seus assassinos (Lc 23,34). Será que sou capaz de imitar Jesus?
5) Oração final
Desde o nascer ao pôr-do-sol, seja louvado o nome do Senhor. O Senhor é excelso sobre todos os povos, sua glória ultrapassa a altura dos céus. (Sl 112, 3-4)
CURSO DE BATISMO-01
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Quarta-feira, 14 de agosto-2019. 19ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 18,15-20)
Naquele tempo, disse Jesus: 15Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão. 16Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. 17Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. 18Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu. 19Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus. 20Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.
3) Reflexão Mateus 18,15-20
No evangelho de hoje e de amanhã vamos ler e meditar a segunda parte do Sermão da Comunidade. O evangelho de hoje fala da correção fraterna (Mt 18,15-18) e da oração em comum (Mt 18,19-20). O de amanhã fala do perdão (Mt 18,21-22) e traz a parábola do perdão sem limites (Mt 18,23-35). A palavra chave desta segunda parte é “perdoar”. O acento cai na reconciliação. Para que possa haver reconciliação que permita o retorno dos pequenos, é importante saber dialogar e perdoar. pois o fundamento da fraternidade é o amor gratuito de Deus. Só assim a comunidade será um sinal do Reino. Não é fácil perdoar. Certas mágoas continuam machucando o coração. Há pessoas que dizem: "Eu perdôo, mas não esqueço!" Rancor, tensões, brigas, opiniões diferentes, ofensas, provocações dificultam o perdão e a reconciliação.
A organização das palavras de Jesus nos cinco grandes Sermões do evangelho de Mateus mostra que, já no fim do primeiro século, as comunidades tinham formas bem concretas de catequese. O Sermão da Comunidade (Mt 18,1-35), por exemplo, traz instruções atualizadas de como proceder em caso de algum conflito entre os membros da comunidade e como encontrar critérios para solucionar os conflitos. Mateus reuniu aquelas frases de Jesus que pudessem ajudar as comunidades do fim do primeiro século a superar os dois problemas agudos que elas enfrentavam naquele momento, a saber, a saída dos pequenos por causa do escândalo de alguns e a necessidade de diálogo para superar o rigorismo de outros e acolher os pequenos, os pobres, na comunidade.
Mateus 18,15-18: A correção fraterna e o poder de perdoar.
Estes versículos trazem normas simples de como proceder no caso de algum conflito na comunidade. Se um irmão ou uma irmã pecar, isto é, se tiver um comportamento não de acordo com a vida da comunidade, não se deve logo denunciá-los. Primeiro, procure conversar a sós. Procure saber os motivos do outro. Se não der resultado, leve mais duas ou três pessoas da comunidade para ver se consegue algum resultado. Só em caso extremo, deve levar o problema para a comunidade toda. E se a pessoa não quiser escutar a comunidade, que ela seja para você “como um publicano ou pagão”, isto é, como alguém que já não faz parte da comunidade. Não é você que está excluindo, mas é a pessoa, ela mesma, que se exclui a si mesma. A comunidade reunida apenas constata e ratifica a exclusão. A graça de poder perdoar e reconciliar em nome de Deus foi dada a Pedro (Mt 16,19), aos apóstolos (Jo 20,23) e, aqui no Sermão da Comunidade, à própria comunidade (Mt 18,18). Isto revela a importância das decisões que a comunidade toma com relação a seus membros.
Mateus 18,19: A oração em comum
A exclusão não significa que a pessoa seja abandonada à sua própria sorte. Não! Ela pode estar separada da comunidade, mas nunca estará separada de Deus. Caso a conversa na comunidade não der resultado e a pessoa não quiser integrar-se na vida da comunidade, resta o último recurso de rezar juntos ao Pai para conseguir a reconciliação. E Jesus garante que o Pai vai atender: “Se dois de vocês na terra estiverem de acordo sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está no céu”.
Mateus 18,20: A presença de Jesus na comunidade.
O motivo da certeza de ser ouvido pelo Pai é a promessa de Jesus: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, estarei no meio deles!” Jesus é o centro, o eixo, da comunidade e, como tal, junto com a Comunidade ele estará rezando conosco ao Pai, para que conceda o dom do retorno ao irmão ou à irmã que se excluiu.
4) Para um confronto pessoal
1-Por que será que é tão difícil perdoar? Na nossa comunidade existe espaço para a reconciliação? De que maneira?
2-Jesus disse: "Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, estarei no meio deles". O que significa isto para nós hoje?
5) Oração final
Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre. (Sl 112, 1-2)
AO VIVO- SANTA MISSA DA BEATA IRMÃ DULCE DOS POBRES: Frei Petrônio/RJ.
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AO VIVO- SANTA MISSA DA BEATA IRMÃ DULCE DOS POBRES. Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, Rio de Janeiro. 13 de agosto-2019.
Terça-feira, 13 de agosto-2019. 19ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 18,1-5.10.12-14)
1Neste momento os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: Quem é o maior no Reino dos céus? 2Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: 3Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus. 4Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos céus. 5E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe. 10Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus. 12Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? 13E se a encontra, sente mais júbilo do que pelas noventa e nove que não se desgarraram. 14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos.
3) Reflexão Mateus 18,1-5.10.12-14
Aqui no capítulo 18 do evangelho de Mateus começa o quarto grande discurso da Nova Lei, o Sermão da Comunidade. Como já foi informado anteriormente (dia 9 de junho de 2008), o Evangelho de Mateus, escrito para as comunidades dos judeus cristãos da Galiléia e Síria, apresenta Jesus como o novo Moisés. No AT, a Lei de Moisés foi codificada nos cinco livros do Pentateuco. Imitando o modelo antigo, Mateus apresenta a Nova Lei em cinco grandes Sermões: 1) O Sermão da Montanha (Mt 5,1 a 7,29); 2) O Sermão da Missão (Mt 10,1-42); 3) O Sermão das Parábolas (Mt 13,1-52); 4) O Sermão da Comunidade (Mt 18,1-35); 5) O Sermão do Futuro do Reino (Mt 24,1 a 25,46). As partes narrativas, intercaladas entre os cinco Sermões, descrevem a prática de Jesus e mostram como ele praticava e encarnava a nova Lei em sua vida.
O evangelho de hoje traz a primeira parte do Sermão da Comunidade (Mt 18,1-14) que tem como palavra chave os “pequenos”. Os pequenos não são só as crianças, mas também as pessoas pobres e sem importância na sociedade e na comunidade, inclusive as crianças. Jesus pede que estes pequenos estejam no centro das preocupações da comunidade, pois "o Pai não quer que um só destes pequenos se perca" (Mt 18,14).
Mateus 18,1: A pergunta dos discípulos que provocou o ensinamento de Jesus
Os discípulos querem saber quem é o maior no Reino. Só o fato de eles fazerem esta pergunta revela que pouco ou nada tinham entendido da mensagem de Jesus. O Sermão da Comunidade, todo inteiro, é para fazer entender que entre os seguidores e as seguidoras de Jesus deve vigorar o espírito de serviço, doação, perdão, reconciliação e amor gratuito, sem buscar o próprio interesse e a autopromoção.
Mateus 18,2-5: O critério básico: o menor é o maior.
Os discípulos querem um critério para poder medir a importância das pessoas na comunidade: "Quem é o maior no Reino do Céu?". Jesus responde que o critério é a criança! Criança não tem importância social, não pertence ao mundo dos grandes. Os discípulos devem tornar-se como crianças. Em vez de querer crescer para cima, devem crescer para baixo e para a periferia, onde vivem os pobres, os pequenos. Assim serão os maiores no Reino! E o motivo é este: “Quem recebe a um destes pequenos, recebe a mim!” Jesus se identifica com eles. O amor de Jesus pelos pequenos não tem explicação. Criança não tem mérito. É a pura gratuidade do amor de Deus que aqui se manifesta e pede para ser imitada na comunidade dos que se dizem discípulos e discípulas de Jesus.
Mateus 18,6-9: Não escandalizar os pequenos.
Estes quatro versículos sobre os escândalo dos pequenos foram omitidos no texto do evangelho de hoje. Damos um breve comentário. Escandalizar os pequenos significa: ser motivo para que os pequenos percam a fé em Deus e abandonem a comunidade. Mateus conservou uma frase muito dura de Jesus: “Quem escandalizar um desses pequeninos que acreditam em mim, melhor seria para ele pendurar uma pedra de moinho no pescoço, e ser jogado no fundo do mar”. Sinal de que naquele tempo muitos pequenos já não se identificavam mais com a comunidade e procuravam outros abrigos. E hoje? Na América Latina, por exemplo, cada ano, são em torno de 3 milhões de pessoas que abandonam as igrejas históricas e mudam para as igrejas evangélicas. Sinal de que já não se sentem em casa entre nós. E muitas vezes são os mais pobres que nos abandonam. O que falta em nós? Qual a causa deste escândalo dos pequenos? Para evitar o escândalo, Jesus manda cortar mão ou pé e arrancar o olho. Esta frase não pode ser tomada ao pé da letra. Ela significa que se deve ser muito exigente no combate ao escândalo que afasta os pequenos. Não podemos permitir, de forma nenhuma, que os pequenos se sintam marginalizados na nossa comunidade. Pois neste caso a comunidade já não seria um sinal do Reino de Deus.
* Mateus 18,10-11: Os anjos dos pequenos estão na presença do Pai
* Jesus evoca o salmo 91. Os pequenos fazem de Javé o seu refúgio e tomam o Altíssimo como defensor (Sl 91,9) e, por isso : “A desgraça jamais o atingirá, e praga nenhuma vai chegar à sua tenda, pois ele ordenou aos seus anjos que guardem você em seus caminhos. Eles o levarão nas mãos, para que seu pé não tropece numa pedra”. (Sl 91,10-12).
* Mateus 18,12-14: A parábola das cem ovelhas
Para Lucas, esta parábola revela a alegria de Deus pela conversão de um pecador (Lc 15,3-7). Para Mateus, ela revela que o Pai não quer que um destes pequeninos se perca. Com outras palavras, os pequenos devem ser a prioridade pastoral da Comunidade, da Igreja. Eles devem estar no centro da preocupação de todos. O amor aos pequenos e excluídos deve ser o eixo da comunidade dos que querem seguir Jesus. Pois é deste modo que a comunidade se torna amostra do amor gratuito de Deus que acolhe a todos.
4) Para um confronto pessoal
- As pessoas mais pobres do bairro participam da nossa comunidade? Elas se sentem bem ou encontram em nós motivo para se afastar?
- Deus Pai não quer que se perca nenhum dos pequenos. O que significa isto para a nossa comunidade?
5) Oração final
Minha herança eterna são as vossas prescrições, porque fazem a alegria de meu coração. Abro a boca para aspirar, num intenso amor de vossa lei. (Sl 118, 111.131)
Segunda-feira, 12 de agosto-2019. 19ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 17, 22-27)
22Quando estava reunido com os discípulos na Galileia, Jesus lhes disse: “O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens, 23e eles o matarão, mas no terceiro dia ressuscitará”. E os discípulos ficaram extremamente tristes.
24Quando chegaram a Cafarnaum, os que cobravam o imposto do templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: “O vosso mestre não paga o imposto do templo?” 25Pedro respondeu: “Paga, sim!” Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se e perguntou: “Simão, que te parece: os reis da terra cobram impostos ou tributos de quem, do próprio povo ou dos estranhos?” 26Ele respondeu: “Dos estranhos!” – “Logo os filhos estão isentos”, retrucou Jesus, 27“mas, para não escandalizar essa gente, vai até o lago, lança o anzol e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda valendo duas vezes o imposto; pega-a e entrega a eles por mim e por ti”.
3) Reflexão Mateus 17,22-27
Os cinco versículos do evangelho de hoje falam de dois assuntos bem diferentes um do outro: 1) Trazem o segundo anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus (Mt 17,22-23): 2) Informam sobre a conversa de Jesus com Pedro sobre o pagamento das taxas e impostos ao templo (Mt 17,24-27).
Mateus 17,22-23: O anúncio da morte e ressurreição de Jesus
O primeiro anúncio (Mt 16,21) havia provocado uma forte reação da parte de Pedro que não quis saber de sofrimento nem de cruz. Jesus tinha respondido com a mesma força: “Atrás der mim, satanás!” (Mt 16,23) Aqui, no segundo anúncio, a reação dos discípulos é mais branda, menos agressiva. O anúncio provoca tristeza. Parece que eles começam a compreender que a cruz faz parte do caminho. A proximidade da morte e do sofrimento pesa neles, gerando desânimo. Por mais que Jesus procurasse ajuda-los, a resistência de séculos contra a ideia de um messias crucificado era maior.
Mateus 17,24-25a: A pergunta dos fiscais do imposto a Pedro
Quando chegaram em Cafarnaum, os fiscais do imposto do Templo perguntaram a Pedro: "O mestre de vocês não paga o imposto do Templo?" Pedro responde: “Paga sim!” Desde os tempos de Neemias, (Séc V aC), os judeus que tinham voltado do cativeiro da Babilônia, comprometeram-se solenemente em assembléia a pagar vários impostos e taxas para poder manter funcionando o culto no Templo e para cuidar da manutenção tanto do serviço sacerdotal como do prédio do Templo (Ne 10,33-40). Pelo que transparece na resposta de Pedro, Jesus pagava este imposto como, aliás, todos os judeus faziam.
Mateus 17,25b-26: A pergunta de Jesus a Pedro sobre o imposto
É curiosa a conversa entre Jesus e Pedro. Quando eles chegam em casa, Jesus pergunta: "O que é que você acha, Simão? De quem os reis da terra recebem taxas ou impostos: dos filhos ou dos estrangeiros?" Pedro respondeu: "Dos estrangeiros!" Então Jesus disse: "Isso quer dizer que os filhos não precisam pagar!” Provavelmente, aqui se reflete uma discussão entre os judeus cristãos anterior à destruição do Templo no ano 70. Eles se perguntavam se deviam ou não continuar a pagar o imposto do Templo, como faziam antes. Pela resposta de Jesus, eles descobrem que não há obrigação de pagar esse imposto: “Os filhos não precisam pagar”. Os filhos são os cristãos. Mas mesmo não havendo obrigação, a recomendação de Jesus é pagar para não provocar escândalo.
* Mateus 17,27: A conclusão da conversa sobre o pagamento do imposto
Mais curiosa do que a conversa é a solução que Jesus dá à questão. Ele diz a Pedro: “Para não provocar escândalo, vá ao mar, e jogue o anzol. Na boca do primeiro peixe que você pegar, vai encontrar uma moeda de prata para pagar o imposto. Pegue-a, e pague por mim e por você". Milagre curioso! Tão curioso como aquele dos 2000 porcos que se precipitaram no mar (Mc 5,13). Qualquer que seja a interpretação deste fato miraculoso, esta maneira de solucionar o problema sugere que se trata de um assunto que não tem muita importância para Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) O sofrimento e a cruz abateram e entristeceram os discípulos. Isto já aconteceu na sua vida?
2) Como você entende o episódio da moeda encontrada na boca do peixe?
5) Oração final
Nos céus, louvai o Senhor, louvai-o nas alturas do firmamento. Louvai-o, todos os seus anjos. Louvai-o, todos os seus exércitos. (Sl 148, 1-2)
AO VIVO- SANTA MISSA COM FREI PETRÔNIO. 19º Domingo do Tempo Comum.
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AO VIVO- SANTA MISSA COM FREI PETRÔNIO. 19º Domingo do Tempo Comum. VIGIAR É A PALAVRA CHAVE. Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, Rio de Janeiro. Domingo, 11 de agosto-2019.
19º Domingo do Tempo Comum – Ano C: Um Olhar
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A Palavra de Deus que a liturgia de hoje nos propõe convida-nos à vigilância: o verdadeiro discípulo não vive de braços cruzados, numa existência de comodismo e resignação, mas está sempre atento e disponível para acolher o Senhor, para escutar os seus apelos e para construir o “Reino”.
A primeira leitura apresenta-nos as palavras de um “sábio” anônimo, para quem só a atenção aos valores de Deus gera vida e felicidade. A comunidade israelita – confrontada com um mundo pagão e imoral, que questiona os valores sobre os quais se constrói a comunidade do Povo de Deus – deve, portanto, ser uma comunidade “vigilante”, que consegue discernir entre os valores efêmeros e os valores duradouros.
A segunda leitura apresenta Abraão e Sara, modelos de fé para os crentes de todas as épocas. Atentos aos apelos de Deus, empenhados em responder aos seus desafios, conseguiram descobrir os bens futuros nas limitações e na caducidade da vida presente.
É essa atitude que o autor da Carta aos Hebreus recomenda aos crentes, em geral.
O Evangelho apresenta uma catequese sobre a vigilância. Propõe aos discípulos de todas as épocas uma atitude de espera serena e atenta do Senhor, que vem ao nosso encontro para nos libertar e para nos inserir numa dinâmica de comunhão com Deus. O verdadeiro discípulo é aquele que está sempre preparado para acolher os dons de Deus, para responder aos seus apelos e para se empenhar na construção do “Reino”.
A Primeira leitura: Leitura do Livro da Sabedoria. (Sab 18,6-9)
O “Livro da Sabedoria” é uma obra de um autor anônimo, redigida na primeira metade do séc. I a.C., provavelmente em Alexandria – um dos centros culturais mais importantes da Diáspora judaica. Dirigindo-se aos judeus (que vivem mergulhados num ambiente de idolatria e de imoralidade), o autor faz o elogio da “sabedoria” israelita, a fim de animar os israelitas fiéis e fazer voltar ao bom caminho os que tinham abandonado os valores da fé judaica; dirigindo-se aos pagãos, o autor (que se exprime em termos e concepções do mundo helênico, para que a sua mensagem chegue a todos) apresenta-lhes a superioridade da cultura e da religião israelitas, ridicularizando os ídolos e convidando, implicitamente, à adesão a essa fé mais pura que é a fé judaica.
Atualização da primeira leitura
O tema da liturgia deste domingo gira à volta da “vigilância”. Não se trata de estar sempre com “a alminha em paz”, “na graça de Deus” para que a morte não me surpreenda e eu não seja atirado, sem querer, para o inferno; trata-se de eu saber o que quero, de ter ideias claras quanto ao sentido da minha vida e de, em cada instante, atuar em conformidade. É esta “vigilância” serena, de quem sabe o que quer e está atento ao caminho que percorre, que me é pedida. É esse o caminho que eu tenho vindo a percorrer? A minha vida tem sido uma busca atenta do que Deus quer de mim?
Atualização do Evangelho ( Lc 12, 32-48)
A vida dos discípulos de Jesus tem de ser uma espera vigilante e atenta, pois o Senhor está permanentemente a vir ao nosso encontro e a desafiar-nos para nos despirmos das cadeias que nos escravizam e para percorrermos, com Ele, o caminho da libertação. O que é que nos distrai, que nos prende, que nos aliena e que nos impede de acolher esse dom contínuo de vida?
Ser cristão não é um trabalho “das nove às cinco”, ou um “hobby” de fim-de-semana; mas é um compromisso a tempo inteiro, que deve marcar cada pensamento, cada atitude, cada opção, vinte e quatro horas por dia… Estou consciente dessa exigência e suficientemente atento para marcar, com o selo do meu compromisso cristão, todas as minhas ações e palavras?
Estou suficientemente atento e disponível para acolher e responder aos apelos que Deus me faz e aos desafios que Ele me apresenta através das necessidades dos irmãos? Estou suficientemente atento e disponível para escutar os sinais, através dos quais Deus me apresenta as suas propostas?
Por vezes, os discípulos de Jesus manifestam a convicção de que tudo vai de mal a pior, que esta geração está perdida e que não é possível fazer mais nada para tornar o mundo mais humano e mais feliz… Isso não será, apenas, uma forma de mascararmos o nosso egoísmo e comodismo e de recusarmos ser protagonistas empenhados na construção desse “Reino” que é o tesouro mais valioso?
A Palavra de Deus que hoje nos é proposta contém uma interpelação especial a todos aqueles que desempenham funções de responsabilidade, quer na Igreja, quer no governo, quer nas autarquias, quer nas empresas, quer nas repartições…
Convida cada um a assumir as suas responsabilidades e a desempenhar, com atenção e empenho as funções que lhe foram confiadas.
Olhar de reflexão
1-A todos aqueles a quem foi confiado o serviço da autoridade, a Palavra de Deus pergunta sobre o modo como nos comportamos: como servos que, com humildade e simplicidade cumprem as tarefas que lhes foram confiadas, ou como ditadores que manipulam os outros a seu bel-prazer?
2-Estamos atentos às necessidades – sobretudo dos pobres, dos pequenos e dos débeis – ou instalamo-nos no egoísmo e no comodismo e deixamos que as coisas se arrastem, sem entusiasmo, sem vida, sem desafios, sem esperança?
*Leia a reflexão na íntegra clicando ao lado na palavra- EVANGELHO DO DIA.
19º Domingo do Tempo Comum – Ano C: Um Olhar
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A Palavra de Deus que a liturgia de hoje nos propõe convida-nos à vigilância: o verdadeiro discípulo não vive de braços cruzados, numa existência de comodismo e resignação, mas está sempre atento e disponível para acolher o Senhor, para escutar os seus apelos e para construir o “Reino”.
A primeira leitura apresenta-nos as palavras de um “sábio” anônimo, para quem só a atenção aos valores de Deus gera vida e felicidade. A comunidade israelita – confrontada com um mundo pagão e imoral, que questiona os valores sobre os quais se constrói a comunidade do Povo de Deus – deve, portanto, ser uma comunidade “vigilante”, que consegue discernir entre os valores efêmeros e os valores duradouros.
A segunda leitura apresenta Abraão e Sara, modelos de fé para os crentes de todas as épocas. Atentos aos apelos de Deus, empenhados em responder aos seus desafios, conseguiram descobrir os bens futuros nas limitações e na caducidade da vida presente.
É essa atitude que o autor da Carta aos Hebreus recomenda aos crentes, em geral.
O Evangelho apresenta uma catequese sobre a vigilância. Propõe aos discípulos de todas as épocas uma atitude de espera serena e atenta do Senhor, que vem ao nosso encontro para nos libertar e para nos inserir numa dinâmica de comunhão com Deus. O verdadeiro discípulo é aquele que está sempre preparado para acolher os dons de Deus, para responder aos seus apelos e para se empenhar na construção do “Reino”.
A Primeira leitura: Leitura do Livro da Sabedoria. (Sab 18,6-9)
O “Livro da Sabedoria” é uma obra de um autor anônimo, redigida na primeira metade do séc. I a.C., provavelmente em Alexandria – um dos centros culturais mais importantes da Diáspora judaica. Dirigindo-se aos judeus (que vivem mergulhados num ambiente de idolatria e de imoralidade), o autor faz o elogio da “sabedoria” israelita, a fim de animar os israelitas fiéis e fazer voltar ao bom caminho os que tinham abandonado os valores da fé judaica; dirigindo-se aos pagãos, o autor (que se exprime em termos e concepções do mundo helênico, para que a sua mensagem chegue a todos) apresenta-lhes a superioridade da cultura e da religião israelitas, ridicularizando os ídolos e convidando, implicitamente, à adesão a essa fé mais pura que é a fé judaica.
Atualização da primeira leitura
O tema da liturgia deste domingo gira à volta da “vigilância”. Não se trata de estar sempre com “a alminha em paz”, “na graça de Deus” para que a morte não me surpreenda e eu não seja atirado, sem querer, para o inferno; trata-se de eu saber o que quero, de ter ideias claras quanto ao sentido da minha vida e de, em cada instante, atuar em conformidade. É esta “vigilância” serena, de quem sabe o que quer e está atento ao caminho que percorre, que me é pedida. É esse o caminho que eu tenho vindo a percorrer? A minha vida tem sido uma busca atenta do que Deus quer de mim?
Atualização do Evangelho ( Lc 12, 32-48)
A vida dos discípulos de Jesus tem de ser uma espera vigilante e atenta, pois o Senhor está permanentemente a vir ao nosso encontro e a desafiar-nos para nos despirmos das cadeias que nos escravizam e para percorrermos, com Ele, o caminho da libertação. O que é que nos distrai, que nos prende, que nos aliena e que nos impede de acolher esse dom contínuo de vida?
Ser cristão não é um trabalho “das nove às cinco”, ou um “hobby” de fim-de-semana; mas é um compromisso a tempo inteiro, que deve marcar cada pensamento, cada atitude, cada opção, vinte e quatro horas por dia… Estou consciente dessa exigência e suficientemente atento para marcar, com o selo do meu compromisso cristão, todas as minhas ações e palavras?
Estou suficientemente atento e disponível para acolher e responder aos apelos que Deus me faz e aos desafios que Ele me apresenta através das necessidades dos irmãos? Estou suficientemente atento e disponível para escutar os sinais, através dos quais Deus me apresenta as suas propostas?
Por vezes, os discípulos de Jesus manifestam a convicção de que tudo vai de mal a pior, que esta geração está perdida e que não é possível fazer mais nada para tornar o mundo mais humano e mais feliz… Isso não será, apenas, uma forma de mascararmos o nosso egoísmo e comodismo e de recusarmos ser protagonistas empenhados na construção desse “Reino” que é o tesouro mais valioso?
A Palavra de Deus que hoje nos é proposta contém uma interpelação especial a todos aqueles que desempenham funções de responsabilidade, quer na Igreja, quer no governo, quer nas autarquias, quer nas empresas, quer nas repartições…
Convida cada um a assumir as suas responsabilidades e a desempenhar, com atenção e empenho as funções que lhe foram confiadas.
Olhar de reflexão
1-A todos aqueles a quem foi confiado o serviço da autoridade, a Palavra de Deus pergunta sobre o modo como nos comportamos: como servos que, com humildade e simplicidade cumprem as tarefas que lhes foram confiadas, ou como ditadores que manipulam os outros a seu bel-prazer?
2-Estamos atentos às necessidades – sobretudo dos pobres, dos pequenos e dos débeis – ou instalamo-nos no egoísmo e no comodismo e deixamos que as coisas se arrastem, sem entusiasmo, sem vida, sem desafios, sem esperança?
*Leia a reflexão na íntegra clicando ao lado na palavra- EVANGELHO DO DIA.
Vinhos, charutos e rosários: a direita católica americana em "retiro". Artigo de Massimo Faggioli
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Em julho de 2019 reuniu-se pela nona vez na Califórnia, em Napa Valley, que produz os melhores vinhos da América do Norte, o grupo mais influente de católicos conservadores e tradicionalistas: o Napa Institute. Para este particular "retiro espiritual" em um dos centros de férias mais exclusivos, o ingresso era de US $ 2.600 cada (com desconto para bispos, padres e religiosos), viagem e hotel excluídos. O comentário é do historiador italiano Massimo Faggioli, professor da Villanova University, nos Estados Unidos, em artigo publicado por Jesus, agosto-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
O programa incluía palestras de prelados e intelectuais de claro viés tradicionalista, intercaladas com jantares de gala, degustações de vinhos e charutos, a celebração da missa pré-conciliar em latim e também a oração do "rosário patriótico". Entre os convidados de honra havia também prelados que desafiaram abertamente o Papa Francisco, como o cardeal Burke e os bispos Chaput, Paprocki e Strickland.
Anunciados com toda a pompa, palestraram no retiro também políticos do Partido Republicano, que se distinguiram pelo desprezo pela doutrina social da Igreja, como o ex-governador de Wisconsin, Scott Walker, e o senador Lindsey Graham. Nenhum dos dois é católico: o que importa é a filiação política e o fato de estarem entre os principais artífices da presidência Trump.
A intenção do Napa Institute, fundado em 2010 por Tim Busch, um empresário católico conservador que recentemente financiou e orientou de forma tradicionalista várias atividades educacionais da Igreja Católica nos EUA, é refundar o catolicismo com uma forte identidade política: explicitamente próxima a Donald Trump e hostil ao Papa Francisco.
A presidência Trump revelou a existência de "cristãos" evangélicos “de corte” na Casa Branca. Parece que alguns católicos não querem ficar de fora nesta singular competição. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Quinta-feira, 8 de agosto- 2019. 18ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os vosso filhos que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação, e conservando-a renovada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 16, 13-23)
13Chegando ao território de Cesareia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: No dizer do povo, quem é o Filho do Homem? 14Responderam: Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas. 15Disse-lhes Jesus: E vós quem dizeis que eu sou? 16Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo! 17Jesus então lhe disse: Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus. 18E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. 20Depois, ordenou aos seus discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo. 21Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia. 22Pedro então começou a interpelá-lo e protestar nestes termos: Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá! 23Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!
3) Reflexão Mateus 16,13-23
Estamos na parte narrativa entre o Sermão das Parábolas (Mt 13) e o Sermão da Comunidade (Mt 18). Nestas partes narrativas que ligam entre si os cinco Sermões, Mateus costuma seguir a sequência do Evangelho de Marcos. De vez em quando, ele cita outras informações, também conhecidas por Lucas. E aqui e acolá, ele traz textos que só aparecem no evangelho de Mateus, como é o caso da conversa entre Jesus e Pedro do evangelho de hoje. Este texto recebe interpretações diversas e até opostas nas várias igrejas cristãs.
Naquele tempo, as comunidades cultivavam uma ligação afetiva muito forte com as lideranças que tinham dado origem à comunidade. Por exemplo, as comunidades de Antioquia na Síria cultivavam a sua ligação com a pessoa de Pedro. As da Grécia, com a pessoa de Paulo. Algumas comunidades da Ásia, com a pessoa do Discípulo Amado e outras com a pessoa de João do Apocalipse. Uma identificação com estes líderes da sua origem ajudava as comunidades a cultivar melhor a sua identidade e espiritualidade. Mas também podia ser motivo de briga, como no caso da comunidade de Corinto (1 Cor 1,11-12).
Mateus 16,13-16: As opiniões do povo e dos discípulos a respeito de Jesus.
Jesus faz um levantamento da opinião do povo a respeito da sua pessoa, o Filho do Homem. As respostas são variadas: João Batista, Elias, Jeremias, algum dos profetas. Quando Jesus pergunta pela opinião dos discípulos, Pedro se torna porta-voz e diz: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!” A resposta não é nova. Anteriormente, os discípulos já tinham dito a mesma coisa (Mt 14,33). No Evangelho de João, a mesma profissão de fé é feita por Marta (Jo 11,27). Ela significa que em Jesus se realizam as profecias do Antigo Testamento.
Mateus 16,17: A resposta de Jesus a Pedro: "Feliz você, Pedro!"
Jesus proclama Pedro “Feliz!”, porque recebeu uma revelação do Pai. Aqui também a resposta de Jesus não é nova. Anteriormente, Jesus tinha louvado o Pai por ele ter revelado o Filho aos pequenos e não aos sábios (Mt 11,25-27) e tinha feito a mesma proclamação de felicidade aos discípulos por estarem vendo e ouvindo coisas novas que, antes deles, ninguém conhecia nem tinha ouvido falar (Mt 13,16).
Mateus 16,18-20: As atribuições de Pedro: Ser pedra e tomar conta das chaves do Reino.
Ser Pedra: Pedro deve ser pedra, isto é, deve ser fundamento firme para a igreja a ponto de ela poder resistir contra as portas do inferno. Com estas palavras de Jesus a Pedro, Mateus anima as comunidades perseguidas da Síria e da Palestina que viam em Pedro a liderança marcante da sua origem. Apesar de fraca e perseguida, a comunidade tem fundamento firme, garantido pela palavra de Jesus. A função de ser pedra como fundamento da fé evoca a palavra de Deus ao povo no exílio: “Vocês que buscam a Deus e procuram a justiça, olhem para a rocha (pedra) de onde foram talhados, olhem para a pedreira de onde foram extraídos. Olhem para Abraão seu pai e para Sara sua mãe. Quando os chamei, eles eram um só, mas se multiplicaram por causa da minha bênção”. (Is 51,1-2). Indica que em Pedro existe um novo começo do povo de Deus.
As chaves do Reino: Pedro recebe as chaves do Reino. O mesmo poder de ligar e desligar é dado também às comunidades (Mt 18,18) e aos outros discípulos (Jo 20,23). Um dos pontos em que o evangelho de Mateus mais insiste é a reconciliação e o perdão. É uma das tarefas mais importantes dos coordenadores e coordenadoras das comunidades. Imitando Pedro, devem ligar e desligar, isto é, fazer com que haja reconciliação, aceitação mútua, construção da fraternidade, até setenta vezes sete (Mt 18,22).
Mateus 16,21-22: Jesus completa o que faltava na resposta de Pedro, e este reage.
Jesus começou a dizer: “que devia ir a Jerusalém, e sofrer muito da parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos doutores da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar ao terceiro dia”. Dizendo que devia ir e devia ser morto, ou que era necessário sofrer, ele indicava que o sofrimento estava previsto nas profecias. O caminho do Messias não é só de triunfe de glória, também de sofrimento e de cruz! Se Pedro aceita Jesus como Messias e Filho de Deus, deverá aceitá-lo também como o Messias Servo que vai ser morto. Mas Pedro não aceita a correção de Jesus e procura dissuadi-lo. Levou Jesus para um lado, e o repreendeu, dizendo: "Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!".
Mateus 16,23: A resposta de Jesus a Pedro: pedra de tropeço
A resposta de Jesus é surpreendente. Pedro queria orientar Jesus tomando a dianteira. Jesus reage: "Sai daqui para atrás de mim. Você é satanás e uma pedra de tropeço para mim. Você não pensa as coisas de Deus, mas as coisas dos homens!" Pedro deve seguir Jesus, e não o contrário. É Jesus que dá a direção. Satanás é aquele que desvia a pessoa do caminho traçado por Deus. Novamente, aparece a expressão pedra, mas agora em sentido oposto. Pedro, ora é pedra de apoio, ora é pedra de tropeço! Assim eram as comunidades da época de Mateus, marcadas pela ambiguidade. Assim, somos todos nós e assim é, no dizer de João Paulo II, é o próprio papado, marcado pela mesma ambiguidade de Pedro: pedra de apoio na fé e pedra de tropeço na fé.
4) Para um confronto pessoal
1-Quais as opiniões que na nossa comunidade existem sobre Jesus? Estas diferenças na maneira de viver e expressar a fé enriquecem a comunidade ou prejudicam a caminhada?
2-Que tipo de pedra é a nossa comunidade? Qual a missão que resulta disso para nós?
5) Oração final
Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza. De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito. (Sal 50, 12-13)
Aumento da violência contra cristãos na Índia: 158 casos somente em 2019
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A violência contra os cristãos teve um aumento a partir de 2014 e frequentemente é obra de grupos extremistas hinduístas, fomentados por "discursos de ódio religioso" na internet e nas redes sociais.
Cidade do Vaticano
Nos primeiros seis meses de 2019 foram registrados 158 episódios de violência contra cristãos em 23 Estados da Índia, que resultaram em ferimentos em 110 mulheres e 89 crianças. Os dados foram enviados à Agência Fides pelo United Christian Forum (UCF), organização que ativou uma linha telefônica específica para denúncias e assistência em casos de violência.
De acordo com a nota, entre os 158 incidentes registrados pelo "Helpline", 130 dizem respeito a ataques ou intimidações e ameaças por parte de grupos violentos que agrediram fiéis pacificamente reunidos em igrejas ou em encontros de oração.
"Isso significa que, praticar a própria fé está se tornando um motivo de insegurança em 90% do território indiano", denuncia a organização.
"A violência impune tornou-se uma norma no país, onde nenhum partido político assumiu uma posição forte contra tais atos de intimidação contra as minorias religiosas", lamenta a declaração do UCF.
Omissão da polícia
Outra tendência preocupante – acrescenta - é a recusa da polícia em registrar o "First Information Record" (FIR), que é a denúncia contra os autores de violência.
"Somente em 24 dos 158 incidentes foi possível efetivar uma denúncia contra os culpados", revela a nota, citando "inação da polícia" em 11 Estados governados por partidos leigos e em 12 Estados onde estão no governo partidos marcadamente hinduístas.
Entre os Estados que registram o maior número de violências contra os cristãos, está Uttar Pradesh com 32 incidentes de violência, seguido por Tamil Nadu, com 31 incidentes.
"O modus operandi seguido em todos estes episódios é sempre o mesmo: uma multidão acompanhada pela polícia irrompe em um momento de oração gritando slogans, agredindo os fiéis, inclusive mulheres e crianças. Então os pastores são presos ou detidos pela polícia com a falsa acusação de conversões fraudulentas", explica a nota.
"Tais casos são de tal forma corriqueiros, que ninguém tem tempo para condená-los, nem políticos, nem a sociedade civil ou líderes religiosos", constata o Fórum.
Violências aumentaram a partir de 2014
A mesma organização também observa um aumento constante na violência contra os cristãos, a partir de 2014.
"Em 2014 houve cerca de 150 incidentes, em 2015 e 2016 foram cerca de 200. Em 2017 e 2018 chegaram a 250 e 300 casos, respectivamente. Em 2019, há uma média de 26 incidentes a cada mês”.
"Ninguém deveria ser perseguido por causa de sua fé. É preocupante ver esses terríveis atos sectários continuarem, mesmo depois de uma série de indicações dadas ao governo pela Suprema Corte. A polícia e as administrações locais, responsáveis pela lei e ordem, devem agir rapidamente e contra qualquer pessoa que promova violência em massa", afirma Tehmina Arora, diretora da unidade indiana da "Alliance Defending Freedom" (ADF), associação comprometida na defesa dos direitos cristãos.
Segundo relatos da mídia, esses atos anticristãos são frequentemente realizados por grupos extremistas hinduístas, fomentados por "discursos de ódio religioso" na internet e nas redes sociais.
Segundo a ADF, sentimentos e atos anticristãos na Índia tiveram um aumento desde que o governo federal passou a ser liderado pelo partido nacionalista hinduísta do primeiro ministro Narendra Modi, que em 2019 iniciou seu segundo mandato.
Cristãos são 2,3% da população
Na Índia existem 966 milhões de cidadãos hinduístas, isto é, 80% da população indiana, que no total chega a 1,3 bilhão de pessoas. Os muçulmanos são 172 milhões (cerca de 14%), enquanto os cristãos são 29 milhões (2,3%). (Agência Fides) Fonte: www.vaticannews.va
Quarta-feira 7 de agosto: Jesus, a mulher cananeia e os cachorrinhos.
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Comentário ao Evangelho do dia feito por São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e depois bispo de Constantinopla, doutor da Igreja. (Mt 15, 21-28)
“Os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas dos filhos”.
Ao aproximar-se de Jesus, a Cananeia só diz estas palavras: “Tem piedade de mim” (Mt 15,22), e os seus gritos redobrados atraem um grande número de pessoas. Era um espetáculo comovente, ver uma mulher gritar com tanta emoção, uma mãe implorar pela sua filha, uma criança tão duramente maltratada. Ela não diz: «tem piedade da minha filha», mas: «tem piedade de mim». «A minha filha não se apercebe do seu mal; eu, pelo contrário, experimento mil sofrimentos, fico doente de a ver naquele estado, fico quase louca de a ver assim.»
Jesus responde-lhe: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel» (Mt 15,24). Que faz a Cananeia depois de ter escutado estas palavras? Vai-se embora em silêncio? Perde a coragem? Não! Insiste ainda mais. Não é isso que nós fazemos: quando não somos atendidos, retiramo-nos desencorajados, quando o que era preciso era insistir com mais ardor. Quem, na verdade, não ficaria desencorajado com a resposta de Jesus? O Seu silêncio seria suficiente para eliminar toda a esperança. Mas esta mulher não perde a coragem, pelo contrário, aproxima-se mais e prostra-se dizendo: «Socorre-me, Senhor. Se eu fosse um cãozinho nesta casa, já não seria uma estrangeira. Sei muito bem que a comida é necessária aos filhos, mas não se pode proibi-los de dar as migalhas aos cães. Não as deves recusar-me, porque eu sou o cãozinho que não se pode mandar embora.»
E, como já previa a Sua resposta, Cristo demorou a satisfazer-lhe a prece. As Suas respostas não se destinavam a fazer sofrer a mulher, mas a revelar esse tesouro escondido. Fonte: www.diocesedeblumenau.org.br
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