Manifesto do Cardeal Müller ataca a doutrina de Francisco
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"O Cardeal Gerhard Müller, ex-chefe da Doutrina da fé, publicou um Manifesto que parece uma correção dos muitos dos erros doutrinais que Francisco ensinou durante seu pontificado. A intenção do Cardeal era publicar o manifesto em 10 de fevereiro. A data é a véspera do aniversário do anúncio "da renúncia de Bento XVI ao pontificado e, também, "a véspera da ordenação do cardeal para o sacerdócio". No entanto, "um web site polonês quebrou o embargo e o documento foi divulgado hoje". A reportagem é de Paolo Rodari, publiicada por La Repubblica, 09-02-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Com estas palavras o site conservador norte-americano Lifesitenews, o mesmo que em agosto passado veiculou com grande ênfase o pedido de demissão solicitado a Francisco pelo ex-núncio de Washington, Carlo Maria Viganò, lança um "Manifesto da fé" escrito pelo prefeito emérito do ex-Santo Ofício visando contrastar "a crescente confusão sobre a doutrina da fé" e mostra a clara intenção daquele que escreveu o documento de dar sua opinião sobre o que o pontificado em curso deixa, sempre de acordo com quem escreveu o texto, incerto.
Müller nunca menciona o Papa Francisco, mas como as palavras de Lifesitenewsdemonstram, é claro que o objetivo da frente conservadora, da qual ele é uma personalidade proeminente, é "dar testemunho público para a Verdade da revelação" em um momento para a Igreja que ele julga ser "sempre e cada vez mais confusão no ensinamento da fé". Uma confusão, está implícito, que para ele e para os opositores de Francisco é provocada pelo Papa, pelo seu magistério e pelas suas palavras.
Müller não cita Bergoglio, mas busca palavras nos ensinamentos de João Paulo II: "Hoje – afirma – muitos cristãos já nem conhecem mais os fundamentos da fé, com um crescente perigo de não encontrar mais o caminho que conduz à vida eterna. No entanto, a tarefa própria da Igreja continua sendo a de levar os homens para Jesus Cristo, luz dos homens. Nesta situação, perguntamo-nos como encontrar a orientação correta. Segundo João Paulo II, o Catecismo da Igreja Católica representa uma "norma segura para o ensinamento da fé". Foi escrito com o propósito de fortalecer os irmãos e as irmãs na fé, uma fé posta duramente à prova pela 'ditadura do relativismo’.”
Müller em um documento rico em citações eruditas fala do "reaparecimento de antigas heresias", de "anticristo", da igreja como instituição que "transmite com a autoridade de Cristo a revelação divina": ela –escreve – "não é uma associação criada pelo homem, cujo estrutura pode ser modificada por seus membros de acordo com a sua vontade." Das teorias gerais o cardeal alemão passa para a prática. E solta sua opinião sobre os divorciados recasados: "Da lógica interna do Sacramento se compreende que divorciado recasado no foro civil, cujo casamento sacramental diante de Deus ainda é válido, bem como todos aqueles cristãos que não estão em plena comunhão com a fé católica e também todos aqueles que não estão devidamente dispostos, não recebam a Sagrada Eucaristia frutuosamente, porque de tal forma esta não os conduz à salvação. Colocar isso em evidência corresponde a uma obra de misericórdia espiritual".
O Cardeal recorda depois como "o reconhecimento dos pecados na sagrada confissão pelo menos uma vez por ano é um dos preceitos da Igreja" e explica que "os sacerdotes escolhem voluntariamente o celibato como um ‘sinal desta nova vida’ e que ‘a esse respeito, falar de uma discriminação contra as mulheres demonstra claramente uma compreensão errônea deste sacramento, que não se refere a um poder terreno, mas à representação de Cristo, o Esposo da igreja".
E depois fala de "lei moral", que "não é um fardo, mas faz parte daquela verdade libertadora através da qual o cristão percorre o caminho da salvação e não deve ser relativizada". Ao mesmo tempo, ataca, mesmo sem citar nomes, os bispos "que preferem agir como políticos ao invés de mestres de fé para proclamar o Evangelho". E o fato de que "a morte torna definitiva a decisão do homem em favor ou contra Deus".
Então conclui: "calar-se sobre estas e outras verdades da fé ou ensinar o contrário é o pior engano contra o qual o Catecismo adverte com todo vigor. Isso representa a última prova da Igreja, ou seja, ‘uma impostura religiosa que oferece aos homens uma solução aparente para seus problemas, ao preço da apostasia da verdade’. É o engano do Anticristo, que vem ‘com todas as seduções da iniquidade, em detrimento daqueles que vão à ruína porque não receberam o amor da verdade para serem salvos’".
Finalmente, aqui está o motivo deste manifesto que parece, para além dos virtuosismos literários, como uma clara tomada de distância do pontificado em curso: "Nós nos empenharemos – afirma - para fortalecer a fé, confessando a verdade que é o próprio Jesus Cristo”. E mais: “Possa Maria, Mãe de Deus, conceder-nos a graça de nos segurarmos à confissão da verdade de Jesus Cristo sem vacilar”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Quinta-feira, 14 de fevereiro-2019 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 7, 24-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 24Em seguida, deixando aquele lugar, Jesus foi para a terra de Tiro e de Sidônia. E tendo entrado numa casa, não quis que ninguém o soubesse. Mas não pôde ficar oculto, 25pois uma mulher, cuja filha possuía um espírito imundo, logo que soube que ele estava ali, entrou e caiu a seus pés. 26(Essa mulher era pagã, de origem siro-fenícia.) Ora, ela suplicava-lhe que expelisse de sua filha o demônio. 27Disse-lhe Jesus: Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não fica bem tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães. 28Mas ela respondeu: É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos debaixo da mesa comem das migalhas dos filhos. 29Jesus respondeu-lhe: Por causa desta palavra, vai-te, que saiu o demônio de tua filha. 30Voltou ela para casa e achou a menina deitada na cama. O demônio havia saído. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* No Evangelho de hoje, veremos como Jesus atende a uma mulher estrangeira de outra raça e de outra religião, o que era proibido pela lei religiosa daquela época. Inicialmente, Jesus não queria atendê-la, mas a mulher insistiu e conseguiu o que ela queria: a cura da filha.
* Jesus vai tentando abrir a mentalidade dos discípulos e do povo para além da visão tradicional. Na multiplicação dos pães, ele tinha insistido na partilha (Mc 6,30-44). Na discussão sobre o puro e o impuro, tinha declarado puros todos os alimentos (Mc 7,1-23). Agora, neste episódio da Mulher Cananéia, ele ultrapassa as fronteiras do território nacional e acolhe uma mulher estrangeira que não era do povo e com a qual era proibido conversar. Estas iniciativas de Jesus, nascidas da sua experiência de Deus como Pai, eram estranhas para a mentalidade do povo da época. Jesus ajuda o povo a abrir sua maneira de experimentar Deus na vida.
* Marcos 7.24: Jesus sai do território
No evangelho de ontem (Mc 7,14-23) e de anteontem (Mc 7,1-13), Jesus tinha criticado a incoerência da “Tradição dos Antigos” e tinha ajudado o povo e os discípulos a sair da prisão das leis da pureza. Aqui, em Mc 7,24, ele sai da Galiléia. Parece querer sair da prisão do território e da raça. Estando no estrangeiro, ele não quer ser conhecido. Mas a sua fama já tinha chegado antes. O povo ficou sabendo e faz apelo a Jesus.
* Marcos 7.25-26: A situação
Uma mulher chega perto e começa a pedir pela filha doente. Marcos diz explicitamente que ela era de outra raça e de outra religião. Isto é, era uma pagã. Ela se lança aos pés de Jesus e começa a suplicar pela cura da filha que estava possuída por um espírito impuro. Os pagãos não tinham problema em recorrer a Jesus. Os judeus é que tinham problemas em conviver com os pagãos!
* Marcos 7.27: A resposta de Jesus
Fiel às normas da sua religião, Jesus diz que não convém tirar o pão dos filhos e dar aos cachorrinhos. Frase dura. A comparação vinha da vida em família. Até hoje, criança e cachorro é o que mais tem nos bairros pobres. Jesus afirma uma coisa certa: nenhuma mãe tira o pão da boca dos filhos para dar aos cachorrinhos. No caso, os filhos eram o povo judeu e os cachorrinhos, os pagãos. Na época do AT, por causa da rivalidade entre os povos, um povo costumava chamar o outro povo de “cachorro” (1Sam 17,43). Nos outros evangelhos Jesus explica o porque da sua recusa: “Não fui enviado a não ser para as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15,24). Ou seja: “O Pai não quer que eu atenda à senhora!”
* Marcos 7,28: A reação da mulher
Ela concorda com Jesus, mas amplia a comparação e a aplica ao caso dela: “É verdade, Jesus! Mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa das crianças!” É como se dissesse: “Se sou cachorrinho, então tenho o direito dos cachorrinhos, a saber, as migalhas me pertencem!” Ela simplesmente tirou as conclusões da parábola que Jesus contou e mostrou que, até na casa de Jesus, os cachorrinhos comiam das migalhas que caíam da mesa das crianças. E na “casa de Jesus”, isto é, na comunidade cristã, a multiplicação do pão para os filhos foi tão abundante que estavam sobrando doze cestos (Mc 6,42) para os “cachorrinhos”, isto é, para ela, para os pagãos!
* Marcos 7,29-30: A reação de Jesus:
“Pelo que disseste: Vai! O demônio saiu da tua filha!” Nos outros evangelhos se explicita: “Grande é a tua fé! Seja feito como queres!” (Mt 15,28). Se Jesus atende ao pedido da mulher, é porque compreendeu que, agora, o Pai queria que ele acolhesse o pedido dela. Este episódio ajuda a perceber algo do mistério que envolvia a pessoa de Jesus e como ele convivia com o Pai. Era observando as reações e as atitudes das pessoas, que Jesus descobria a vontade do Pai nos acontecimentos da vida,. A atitude da mulher abriu um novo horizonte na vida de Jesus. Através dela, ele descobriu melhor que o projeto do Pai é para todos os que buscam a vida e procuram libertá-la das cadeias que aprisionam a sua energia. Assim, ao longo das páginas do evangelho de Marcos há uma abertura crescente em direção aos outros povos. Deste modo, Marcos leva os leitores e as leitoras a abrir-se, aos poucos, para a realidade do mundo ao redor e a superar os preconceitos que impediam a convivência pacífica entre os povos. Esta abertura para os pagãos aparece de maneira muito clara na ordem final dada por Jesus aos discípulos, depois da sua ressurreição: ”Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).
4) Para um confronto pessoal
- Como você faz, concretamente, para conviver em paz com pessoas de outras igrejas cristãs ou com espíritas? No bairro onde você vive tem gente de outras religiões? Quais? Você conversa normalmente com pessoas de outra religião?
- 2. Qual a abertura que este texto pede de nós, hoje, na família e na comunidade?
5) Oração final
Felizes aqueles que observam os preceitos, aqueles que, em todo o tempo, fazem o que é reto. Lembrai-vos de mim, Senhor, pela benevolência que tendes com o vosso povo. Assisti-me com o vosso socorro. (Sl 105, 3-4)
O SANTO DO DIA: São Cirilo, Monge e São Metódio, Bispo, Padroeiros da Europa
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14 Fevereiro- 2019
Os Santos Cirilo e Metódio nasceram em Salónica, na primeira metade do século IX. Bizantinos de formação, tornaram-se apóstolos dos povos eslavos, na Morávia, atuais repúblicas Checa e Eslovaca, e na Panónia, atual Croácia.
Para eles, traduziram A Bíblia e os livros litúrgicos para a língua paleoeslava, e reuniram discípulos. As suas iniciativas missionárias foram aprovadas pelo Papa Adriano II. Entretanto, Cirilo adoeceu, acabando por morrer na cidade, e sendo sepultado na igreja de São Clemente.
Metódio, ordenado bispo, regressou à Morávia, falecendo aí no ano de 885. Os seus discípulos, expulsos do país, refugiaram-se na Bulgária. Daí a liturgia e a literatura eslava passaram para o reino de Kiev, na Rússia e para todos os países eslavos de rito bizantino. Fonte: http://www.dehonianos.org
Youtubers ou inquisidores, profetismo ou difamação: desafios para a evangelização no universo cultural nas redes sociais.
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"A Igreja não é conduzida por ditos seletivos gravados em um vídeo com intenções nada evangélicas e de fraca teologia, a Igreja é guiada pela ação do Espírito, e ele é o Espírito da unidade, ele é o Espírito do amor", escreve Cesar Kuzma, teólogo leigo, casado e pai de dois filhos. Doutor em Teologia pela PUC-Rio, onde é professor e pesquisador do Departamento de Teologia. É o atual presidente da SOTER e autor de livros e artigos na área de teologia, dentre eles: “O futuro de Deus na missão da esperança” (Paulinas, 2014); e “Leigos e leigas” (Paulus, 2009).
Eis o artigo.
Com o avanço da internet e na tentativa de encontrar novas formas de evangelizar, novos atores surgem, dentre eles, o que chamamos de “youtubers católicos”, que de um jeito novo, dinâmico e atrativo, pode-se dizer, oferecem questões sobre a fé e, a seu modo, também alimentam a vida pastoral de muitas pessoas. Muitos são os ganhos do uso das novas tecnologias na evangelização, talvez ainda não tão explorados ou, por vezes, não são utilizados de modo apropriado, já que, em alguns casos, as ações decorrentes destas práticas de evangelização aparecem como proselitistas ou insistentes numa militância eclesial, numa espécie de luta contra “hereges” e “inimigos” da Igreja e/ou da sã doutrina. Estranhamente, esta atitude proselitista e de luta contra o outro são contrárias às intenções do Vaticano II que, há pouco mais de 50 anos, insistiu na categoria do diálogo; recentemente, e de modo insistente, o Papa Francisco tem insistido no diálogo com as culturas e com as muitas realidades que nos cercam. Eis um ponto que merece nossa atenção.
Ao tratar sobre o protagonismo destes youtubers católicos e os desafios que se apresentam à Igreja a partir de suas ações, temos a intenção neste artigo de reconhecer e valorizar este trabalho e este modo de evangelizar. Por certo, é um ganho e um serviço, quando o mesmo é feito com integridade, respeito e espírito evangélico e em sentido de comunhão. Para quem acompanha o trabalho destes novos atores da evangelização, não é difícil identificar quem está aqui. No entanto, devido a seguidos ataques e difamações que surgem neste meio, tanto aos que se dirigem à Igreja e aos seus organismos, ao Papa Francisco e a pessoas específicas temos a intenção de chamar a atenção para a ação de alguns youtubers [católicos] que constantemente usam seus espaços para dividir, destruir, difamar e aterrorizar a outros e outras. Do mesmo modo, não é difícil de identificar quem está aqui.
De um tempo para cá, o acesso às informações e a constante vinculação de vídeos e textos pelas redes sociais trouxeram uma nova forma de conexão e de interação entre as pessoas. Agora, todos podem falar e se manifestar, todos podem dizer aquilo que pensam e sentem, todos podem trazer para a sua tela e espaço a intenção ou a face do que dizem ser a verdade. Sim, a verdade. Parece que todos a buscamos, certo? E parece que nos sentimos seguros quando, diante de nós, alguém demonstra estar ou ser a verdade. Mas, o que é a verdade?... Será que é ela mesma que está em tudo o que vem sendo publicado e anunciado pelas redes e novos espaços virtuais [sociais]?... Seriam estes novos youtubers os grandes guardiões da verdade?... Seriam eles os novos mestres do saber da fé, criando novas sumas e tratados?... É algo que nos faz pensar.
Ao nos deparamos com estes novos eventos e efeitos da comunicação, por certo, o questionar-se sobre o real e sobre o irreal, sobre o que é verdadeiro ou não vem à tona e isso vai exigir uma atenção maior de nossas filosofias e teologias. Com certeza, estamos diante de um novo tempo, um instigante tempo, e o avanço da tecnologia e a facilidade com que acessamos e processamos os dados que nos chegam abrem para nós novas perspectivas e apresentam novos desafios.
Contudo, neste universo em que todos podem dizer, fazer, mostrar, dizemos que todos, também, podem se tornar alvos de injúrias e difamação, de perseguição, já que a velocidade do que se transmite é tão forte que torna incapaz a criticidade a respeito do que é apresentado. Os efeitos e a maneira como se produzem os vídeos e como se lançam as informações nos surpreendem pela qualidade e pela perspicácia, mas, ao mesmo tempo, impedem uma profunda inteligibilidade, impedem a interação de quem ouve e de quem fala, trata-se de um caminho único, já que quem está se pronunciando apoia-se na ‘verdade’ e esta é despojada no receptor, que passivo, ouve, acolhe e reproduz, sem intenção ou responsabilidade para com aquilo que é colocado, pois foi apresentado a ele como ‘verdade’.
É um dado, pois, quem vai questionar alguém que se apoia em inúmeros documentos eclesiais, que fala com tanta segurança, que cita autores clássicos, que de maneira rápida desconstrói teologias e filosofias amplamente debatidas e consegue antever as grandes crises, já enumerando e apontando os culpados? Quem questionaria alguém que apresenta todas as respostas, seguro de si, antecipando-se às próprias perguntas, a ponto de calar e fazer concordar aqueles que o ouvem? Sim, não é de hoje que a prática da oratória provoca mudança nas estruturas, altera o comportamento das pessoas e quando bem realizada consegue fazer com que a intenção do que se quer dizer apareça mais do que a verdade ocultada ou ignorada daquilo que se diz. Isso aconteceu na história, aconteceu seguidamente no meio político, no universo religioso e midiático e volta a se repetir hoje, de muitas formas e de um jeito bem articulado. Evidentemente que podemos encontrar muita coisa boa e verdadeira nas redes sociais e nos muitos autores e youtubers que vão surgindo a cada tempo, este é um ganho de nossa época, pois a informação busca aparecer. Não questionamos isso, como dissemos, é um ganho. O aspecto a ser questionado decorre do mau uso deste mecanismo e desta prática, fazendo com que novos agentes da evangelização se transformem em novos “inquisidores”, próprios para destruir e atacar quem pensa ou se comporta diferente, quem não age de acordo com sua proposta ou orientação. Eis um ponto perigoso.
A questão é: ‘a que serve’ e ‘a quem servem’ estes novos youtubers católicos que hoje se lançam como portadores da verdade no mundo religioso [e político], criando para si e em torno a si novos oráculos da revelação? O que está por trás de seus discursos, de sua politização, de seu emaranhado de frases e ditos postados e afirmados sem uma profunda e crítica reflexão? Quem ganha com isso, quando a intenção que parece ser bem clara é a diminuição do outro, a destruição, a difamação, a violência por palavras e gestos, a arrogância e o limitar de questões que parecem se impor?
Não é fácil responder a estas questões, mas o fato é que estamos diante de um evento que segue ganhando grandes proporções, a ponto de terem seus argumentos mais valorizados do que o próprio conteúdo que dizem ter. A interpretação que trazem dos dados, dos eventos, dos documentos e da teologia parece ser uma descoberta nova, dita de modo seletivo e com tom impactante, eloquente, mas que encobre o real conteúdo daquilo que ocorreu, do que foi escrito e do que acontece. Apresenta-se a verdade da fé como algo dado e acabado, impedindo o outro de se portar como outro, no diálogo que deve travar com o criador, que é revelado. Nada se questiona, pois tudo está dado! Olha-se para o céu e se esquece da terra! Olha-se para trás e se esquece o presente e em nenhum momento se espera um futuro. Aprisionam-se em coisas antigas (como as “múmias”, de que fala Francisco), não querem o diálogo, ignoram avanços teológicos e perspectivas abertas pelo Vaticano II, quem dirá pelas Conferências Episcopais e pelas novas teologias.
Rejeitam ou são indiferentes com Francisco. Sua eclesialidade parece ter se estacionado em Bento XVI (tido como figura conservadora, pois não o compreendem como teólogo), ou ainda em João Paulo II, fechando-se totalmente ao novo e aos desafios e novas problematizações de nosso tempo. É como se as grandes questões teológicas que inquietam teólogas e teólogas do mundo fossem supérfluas, então, estes novos atores passam a se articular em cima de expressões e jargões repetidos, que alguns até carecem de boa fundamentação. Diante deles, a teoria da liquidez de Bauman se confirma, pois é o mundo onde navegam e espalham suas convicções, restando aos demais a busca por apoio em algum terreno sólido, obviamente, apresentado por eles. Do modo como falam, parecem odiar os pobres, pois toda a ação social é vista como comunismo ou, como dizem agora, “marxismo cultural”, e lutam contra fantasmas que parecem existir apenas em suas mentes e batalhas virtuais; no entanto, a consequência destas batalhas, os estragos, todos podemos sentir: divisão.
Não é à toa que nos últimos anos os grupos mais conservadores e fundamentalistas se alimentaram desta prática e incentivaram tais ações. Poderíamos voltar alguns anos atrás, todavia, os eventos recentes nos são bem vivos na mente: vimos isso na eleição americana com Trump, vimos isso recentemente na eleição de Bolsonaro no Brasil, vimos isso nos constantes ataques ao Papa Francisco, vimos isso nos ataques contra a CNBB, ao CONIC, ao CIMI, à Pastoral da Terra e a outros organismos e pastorais sociais, vemos isso contra políticos e agentes ligados à causas sociais e aos direitos humanos, vemos isso contra teólogos [da libertação ou não] e acadêmicos, vemos isso na tentativa de desconstruir a imagem de Paulo Freire (reconhecido internacionalmente), vemos isso no ataque à diversidade religiosa, no desrespeito e na violência para com a questão de gênero, vemos isso no obscurantismo frente a Doutrina Social da Igreja, a ponto de alguns destes serem defensores do uso de armas, da violência, da pena de morte, etc (chega a ser absurdo!); isto é, a verdade que dizem apresentar tem traços de violência, de separação, de divisão, é uma roupagem de verdade arrogante que busca aprisionar e não quer libertar aqueles que a encontram. Totalmente ao contrário. É fria e sem vida.
Não sabemos até onde este evento pode ir. Se deve ser ignorado ou não. O fato é que na época da informação a desinformação parece crescer e um grupo muito grande de pessoas parece se tornar vítima desta exploração. Notícias falsas ou interpretadas equivocadamente podem trazer resultados danosos para o andar de nossa sociedade. O mesmo se pode dizer sobre a Igreja e também sobre a teologia. A Igreja não é um conjunto de normas fixas que somos obrigados a seguir, ou na qual escolhemos aquilo que nos cabe; não, ela é vida, ela é povo, ela tem algo novo a oferecer ao mundo e aí está a sua relevância, o seu mistério. Tais pessoas se dizem tão zelosas com a tradição, mas são incapazes de sentir o frescor e a brisa que sopra em nosso tempo, não ouvem os sinais dos tempos e são incapazes de interpretá-los. Se apoiam em ditos passados, mas o presente, de Francisco, parece não fazer parte de suas falas. O grito do povo que sofre parece não ressoar em seus ouvidos. Diante disso, é necessário discernimento, é necessário equilíbrio e sentimento evangélico.
A questão é: a verdade liberta. Toda e qualquer tentativa de aprisioná-la tende ao fracasso.
O ponto é: a Igreja não é conduzida por ditos seletivos gravados em um vídeo com intenções nada evangélicas e de fraca teologia, a Igreja é guiada pela ação do Espírito, e ele é o Espírito da unidade, ele é o Espírito do amor. Onde há unidade, há o Espírito, onde está o Espírito, ali está a Igreja.
Por ora, temos este espaço, este espaço desafiador, questionador. Porém, como nos diz o Papa Francisco, o tempo é superior ao espaço. Por isso, continuamos no seguimento, no seguimento de alguém que nos olha na face e nos faz ver a futura morada que se aproxima, que se despoja e nos faz entender os desafios da presente morada, que revela a sua face nos mais pequeninos, nos pobres, porque deles é o Reino dos céus.
Parabenizamos e agradecemos a todos aqueles e aquelas que fazem do seu trabalho evangelizador um serviço, com seriedade e responsabilidade. Esta é uma prática que constrói. A estes dizemos, continuem! Lamentamos, porém, aqueles e aquelas que usam estes espaços para destruir, para difamar, trajando-se de ovelhas, mas sendo como lobos no meio de nós.
Com as palavras de Francisco, ditas aos jesuítas em 2016, pedimos que Deus nos dê coragem e audácia profética, firmeza e discernimento. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Bispo rebate ofensiva do governo contra a Igreja: "Só vimos na ditadura"
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POR BERNARDO MELLO FRANCO
O governo contra o clero
A Igreja Católica não deve se intimidar com a ofensiva do Planalto contra a sua atuação na Amazônia. O ministro Augusto Heleno fez críticas a um seminário convocado pelo papa Francisco para discutir os problemas da região. Em vez de calar os bispos, aumentou a insatisfação do clero com o governo.
O jornal “O Estado de S. Paulo” revelou que relatórios da Abin descrevem a CNBB como “potencial opositora”. O general Heleno se referiu ao Sínodo da Amazônia como “interferência em assunto interno do Brasil”. Acrescentou que pretende “neutralizar” o evento religioso.
O bispo do Marajó, dom Evaristo Spengler, afirma que não cabe ao governo monitorar os debates da Igreja. Ele diz que o clero já suspeitou da presença de arapongas numa assembleia em Marabá. “Isso é um retrocesso que só vimos na ditadura militar”, protesta.
Dom Evaristo esclarece que o papa anunciou o seminário em 2017, muito antes da eleição de Jair Bolsonaro. Ele diz que a Igreja “não é neutra”, o que não significa que tenha partido. “A Igreja está do lado dos mais fracos, dos mais pobres, dos ribeirinhos e dos indígenas”, afirma.
Para o religioso, o discurso do governo esconde interesses econômicos. “Estão incentivando um modelo predatório de desenvolvimento, que extrai as riquezas da floresta e deixa a população na pobreza”, critica. “Querem construir hidrelétricas, abrir rodovias e permitir o avanço do agronegócio e das mineradoras”.
Desde a campanha, Bolsonaro trata ONGs e ambientalistas como inimigos. Ele acusa as entidades de atentarem contra a soberania nacional e planejarem a “internacionalização” da Amazônia. A pregação tem eco no núcleo militar do governo. “Isso é uma fantasia para justificar a exploração predatória da floresta. Estamos no tempo das fake news”, rebate dom Evaristo.
Na segunda-feira, o ministro do Meio Ambiente aumentou a tensão com a Igreja ao ofender a memória de Chico Mendes, assassinado em 1988. Segundo Ricardo Salles, o líder seringueiro usava a luta ambiental para “se beneficiar”. A declaração revoltou a ala progressista do clero. “Querem desqualificar quem defende os povos da Amazônia”, afirma o bispo do Marajó. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Quarta-feira, 13 de fevereiro-2019. 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 7, 14-33)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 14Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: Ouvi-me todos, e entendei. 15Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa manchar; mas o que sai do homem, isso é que mancha o homem. 16[bom entendedor meia palavra basta.] 17Quando deixou o povo e entrou em casa, os seus discípulos perguntaram-lhe acerca da parábola. 18Respondeu-lhes: Sois também vós assim ignorantes? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode tornar impuro, 19porque não lhe entra no coração, mas vai ao ventre e dali segue sua lei natural? Assim ele declarava puros todos os alimentos. E acrescentava: 20Ora, o que sai do homem, isso é que mancha o homem. 21Porque é do interior do coração dos homens que procedem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez. 23Todos estes vícios procedem de dentro e tornam impuro o homem. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O Evangelho de hoje é a continuação do assunto que meditamos ontem. Jesus ajuda o povo e os discípulos a entender melhor o significado da pureza diante de Deus. Desde séculos, os judeus, para não contrair impureza, observavam muitas normas e costumes relacionados com comida, bebida, roupa, higiene do corpo, lavagem de copos, contato com pessoas de outra religião e raça, etc (Mc 7,3-4) Eles eram proibidos de entrar em contato com os pagãos e de comer com eles. Nos anos 70, época de Marcos, alguns judeus convertidos diziam: “Agora que somos cristãos temos que abandonar estes costumes antigos que nos separam dos pagãos convertidos!” Mas outros achavam que deviam continuar na observância destas leis da pureza (cf Col 2,16.20-22). A atitude de Jesus, descrita no evangelho de hoje, ajudava-os a superar o problema.
* Marcos 7,14-16: Jesus abre um novo caminho para o povo se aproximar de Deus
Ele diz para a multidão: “Não há nada no exterior do ser humano que, entrando nele, possa torná-lo impuro!” (Mc 7,15). Jesus inverte as coisas: o impuro não vem de fora para dentro, como ensinavam os doutores da lei, mas sim de dentro para fora. Deste modo, ninguém mais precisa se perguntar se esta ou aquela comida ou a bebida é pura ou impura. Jesus coloca o puro e o impuro num outro nível, no nível do comportamento ético. Ele abre um novo caminho para chegar até Deus e, assim, realiza o desejo mais profundo do povo.
* Marcos 7,17-23: Em casa, os discípulos pedem explicação
Os discípulos não entenderam bem o que Jesus queria dizer com aquela afirmação. Quando chegaram em casa pediram uma explicação. Jesus estranhou a pergunta dos discípulos. Pensava que eles tivessem entendido a parábola. Na explicação aos discípulos ele vai até ao fundo da questão da pureza. Declara puros todos os alimentos! Ou seja, nenhum alimento que de fora entra no ser humano pode torná-lo impuro, pois não vai até o coração, mas vai para o estômago e acaba na fossa. Mas o que torna impuro, diz Jesus, é aquilo que de dentro do coração sai para envenenar o relacionamento humano. E ele enumera: prostituição, roubo, assassinato, adultério, ambição, etc. Assim, de muitas maneiras, pela palavra, pelo toque e pela convivência, Jesus foi ajudando as pessoas a ver e obter a pureza de outra maneira. Pela palavra, purificava os leprosos (Mc 1,40-44), expulsava os espírito impuros (Mc 1,26.39; 3,15.22 etc), e vencia a morte que era a fonte de toda a impureza. Pelo toque em Jesus, a mulher excluída como impura ficou curada (Mc 5,25-34). Sem medo de contaminação, Jesus comia junto com as pessoas consideradas impuras (Mc 2,15-17).
* As leis da pureza no tempo de Jesus
O povo daquela época tinha uma grande preocupação com a pureza. A lei e as normas da pureza indicavam as condições necessárias para alguém poder comparecer diante de Deus e se sentir bem na presença dele. Não se podia comparecer diante de Deus de qualquer jeito. Pois Deus é Santo. A Lei dizia: “Sede santos, porque eu sou santo!” (Lv 19,2). Quem não era puro não podia chegar perto de Deus para receber dele a bênção prometida a Abraão. A lei do puro e do impuro (Lv 11 a 16) foi escrita depois do cativeiro da Babilônia, cerca de 800 anos depois do Êxodo, mas tinha suas raízes na mentalidade e nos costumes antigos do povo da Bíblia. Uma visão religiosa e mítica do mundo levava o povo a apreciar as coisas, as pessoas e os animais, a partir da categoria da pureza (Gn 7,2; Dt 14,13-21; Nm 12,10-15; Dt 24,8-9).
No contexto da dominação persa, séculos V e IV antes de Cristo, diante da dificuldade para reconstruir o templo de Jerusalém e para a própria sobrevivência do clero, os sacerdotes que estavam no governo do povo da Bíblia ampliaram as leis da pureza e a obrigação de oferecer sacrifícios de purificação pelo pecado. Assim, depois do parto (Lv 12,1-8), da menstruação (Lv 15,19-24) ou da cura de uma hemorragia (Lv 15,25-30), as mulheres tinham que oferecer sacrifícios para recuperar a pureza. Pessoas leprosas (Lv 13) ou que entravam em contato com coisas e animais impuros (Lv 5,1-13) também deviam oferecer sacrifícios. Uma parte destas oferendas ficava para os sacerdotes (Lv 5,13).
No tempo de Jesus, tocar em leproso, comer com publicano, comer sem lavar as mãos, e tantas outras atividades, etc.: tudo isso tornava a pessoa impura, e qualquer contato com esta pessoa contaminava os outros. Por isso, as pessoas “impuras” deviam ser evitadas. O povo vivia acuado, sempre ameaçado pelas tantas coisas impuras que ameaçavam sua vida. Era obrigado a viver desconfiado de tudo e de todos. Agora, de repente, tudo mudou! Através da fé em Jesus, era possível conseguir a pureza e sentir-se bem diante de Deus sem que fosse necessário observar todas aquelas leis e normas da “Tradição dos Antigos”. Foi uma libertação! A Boa Nova anunciada por Jesus tirou o povo da defensiva, do medo, e lhe devolveu a vontade de viver, a alegria de ser filho e filha de Deus, sem medo de ser feliz!
4) Para um confronto pessoal
- Na sua vida há costumes que você considera sagrados e outros que considera não sagrados? Quais? Por que?
- Em nome da Tradição dos Antigos os fariseus esqueciam o Mandamento de Deus. Isto acontece hoje? Onde e quando? Também na minha vida?
5) Oração final
Vem do Senhor a salvação dos justos, que é seu refúgio no tempo da provocação. O Senhor os ajuda e liberta; arranca-os dos ímpios e os salva, porque se refugiam nele. (Sl 36)
Senhor do Veneno. Qual é a história de tão inusual invocação?
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Em 1602, chegou ao México, então Nova Espanha, uma delegação de dominicanos, trazendo para o seu seminário um belo crucifixo de tamanho natural, com a imagem de Jesus de alvura impressionante.
Essa imagem foi entronizada no lado esquerdo, próximo à entrada da igreja.
Ali havia um clérigo, o qual dedicava especial devoção àquele Cristo. Não deixava passar um dia sem fazer as orações diante dEle e oscular piedosamente Seus venerandos pés. Certa vez, esse sacerdote atendeu em confissão um homem que declarou ter roubado e matado cruelmente. Ante a revelação de tal crime, o religioso afirmou que Deus perdoaria sempre, desde que restituísse o roubado e se entregasse à justiça, pois não bastava se confessar, mas era também necessário se arrepender e reparar o dano sofrido. O criminoso recusou-se a fazê-lo, retirando-se do confessionário furioso. Temendo ser denunciado, maquinou um pérfido plano para assassinar o sacerdote.
Escondido pelas sombras da noite, furtivamente se introduziu na capela e molhou os pés do Cristo com um poderoso veneno. Ninguém o viu e, sorrateiro como havia chegado, ocultou- se num canto sombrio. No dia seguinte, depois de fazer as orações costumeiras, aproximou-se o padre para beijar os pés da imagem, quando, para seu espanto, ela dobrou os joelhos milagrosamente, levantando os pés, de modo a impedir que estes fossem osculados. Enquanto isso, a imagem absorveu o veneno, em consequência do qual sua cor se tornou negra.
O religioso teve ainda maior surpresa quando ouviu soluços provenientes de alguém oculto atrás de uma coluna. Era o assassino do dia anterior, que ali aguardava o efeito de seu maligno plano. Verdadeiramente arrependido ao testemunhar tão maravilhoso prodígio, em prantos, fez por fim uma sincera confissão e logo em seguida entregou-se à justiça, disposto a pagar por seus crimes.
Desde então, a milagrosa imagem passou a chamar-se “Senhor do Veneno”. Todos concordavam que o Cristo não só havia protegido seu devoto, absorvendo o veneno, mas Seu misericordioso ato também simbolizava como Nosso Salvador toma a Si nossos pecados, estes sim um terrível veneno, que mata a alma, impedindo- a de alcançar a vida eterna.
Anos depois, a imagem foi transferida para a catedral metropolitana. Quando a igreja de Porta Coeli foi entregue aos sacerdotes do rito Greco-melquita em 1952, o pároco desta incumbiu um renomado artista de esculpir uma cópia, a fim de que o “Cristo do Veneno” pudesse ser venerado também na sua igreja de origem. Darío Iallorenzi. Fonte: http://www.arautos.org
Estupro de freira por bispo abala bastião católico na Índia
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Freiras de convento indiano desafiaram Igreja em apoio a colega que acusa bispo de estupro - Samyukta Lakshmi
Igreja só reconheceu acusações após protesto de outras freiras da congregação
Maria Abi-HabibSuhasini Raj
KOCHI (ÍNDIA). Quando o bispo Franco Mulakkal aceitou celebrar pessoalmente a primeira comunhão do filho de Darly, uma honra rara para essa fiel da Igreja Católica na Índia, a família sentiu orgulho enorme.
Durante a cerimônia Darly olhou para sua irmã, freira que trabalhava com o bispo, e a viu com os olhos cheios de lágrimas. Imaginou que eram lágrimas de alegria. Apenas mais tarde ela ficaria sabendo da alegação de sua irmã de que na noite anterior o bispo a chamara para seus cômodos e a violentara. A família diz que aquela foi a primeira vez e que o bispo estuprou a freira em 13 ocasiões ao longo de dois anos.
O bispo, que afirma ser inocente, será indiciado e levado a julgamento por um promotor especial, acusado de estupro e intimidação, segundo policiais que investigam o caso. Mas a Igreja só reconheceu as acusações da freira depois de cinco outras freiras de sua congregação terem se revoltado e tomado o partido dela publicamente, apesar de terem sido fortemente pressionadas a guardar silêncio, segundo disseram.
“Antigamente enxergávamos os superiores da Igreja como equivalente a Deus, mas não mais”, falou Darly com a voz tremendo de emoção. “Como posso falar a meu filho sobre isso, contar a ele que a pessoa que nos ensinou a diferença entre o certo e o errado lhe deu a primeira comunhão depois de cometer um pecado tão hediondo?”
O caso ocorrido em Kerala, estado do sul da Índia, faz parte de um problema mais amplo na Igreja, algo sobre o qual o papa Francisco falou diretamente na terça-feira (5) pela primeira vez, após décadas de silêncio por parte do Vaticano. Ele reconheceu que o abuso sexual de freiras por clérigos é um problema constante na Igreja.
Em uma época em que cada vez menos pessoas no Ocidente frequentam a igreja regularmente, quando paróquias e mosteiros vazios estão sendo fechados em toda a Europa e a América, o Vaticano depende cada vez mais de lugares como a Índia para manter o número de fiéis crescendo.
“Os clérigos e as freiras da Índia têm importância enorme para a Igreja Católica no Ocidente. O entusiasmo dos cristãos na Ásia forma um contraste marcante com a religiosidade morna vista no Ocidente”, explicou Diarmaid MacCulloch, professor de história da igreja na Universidade de Oxford.
Mas o escândalo em Kerala dividiu os católicos na Índia, que somam cerca de 20 milhões, apesar de constituírem uma minoria relativamente pequena em uma população enorme.
E é possível que haja outros escândalos prestes a virem à tona: a polícia do estado de Kerala diz que mais freiras vieram a público denunciar que foram sexualmente abusadas por padres. Segundo Sudhakaran Pillai, chefe do departamento local de investigação criminal, quatro padres do distrito de Pathanamthitta, em Kerala, foram acusados de chantagear mulheres no confessionário, usando as informações obtidas para coagi-las a ter relações sexuais com eles.
“Se esse caso for a julgamento, marcará um novo precedente. Padres e bispos serão responsabilizados criminalmente”, comentou o padre Augustine Vattoly, de Kerala, um dos primeiros a apoiar a freira que acusou o bispo Mulakkal. Ele contou que foi ordenado por seus superiores a manter distância do caso, sob pena de sofrer repercussões.
“A Igreja está perdendo autoridade moral”, disse Vattoly. “Estamos perdendo a confiança das pessoas. Se isto continuar, a igreja se tornará um lugar sem pessoas. Como acontece na Europa, os jovens deixarão de vir à igreja.”
Os detalhes sobre as acusações feitas pela freira vieram de interrogatórios conduzidos pela polícia e também de seus familiares e cinco outras freiras que assistiram à saga dela ocorrendo na Igreja Católica Siro-Malabar, que tem sua seda na Índia mas é subordinada ao Vaticano.
Cópias das denúncias oficiais das freiras dirigidas às autoridades da Igreja por e-mail e pelo correio foram fornecidas também ao “New York Times”. A freira não foi identificada, e sua irmã foi identificada apenas pelo primeiro nome, porque a lei indiana proíbe a identificação de vítimas de estupro pela mídia, que inclui organizações noticiosas internacionais.
A família da freira acusa Mulakkal, 54, de tê-la violentado repetidas vezes ao longo de um período de dois anos, começando em 5 de maio de 2014.
Não foi possível obter declarações do bispo, mas autoridades da igreja e a polícia de Kerala dizem que ele afirma sua inocência.
A freira faz parte da ordem religiosa das Missionárias de Jesus. Ela informou as autoridades da Igreja sobre as agressões inicialmente em janeiro de 2017, procurando quase 12 representantes da Igreja, incluindo bispos, um cardeal e representantes do Vaticano. Alguns a aconselharam a aguardar, dizendo que a igreja tomaria medidas. Outros a proibiram de procurar a polícia, segundo seus familiares.
Mas a única medida tomada se deu em setembro, quando, diante do silêncio da Igreja, cinco outras freiras se insubordinaram e promoveram cinco dias de protesto diante da Alta Corte de Kerala.
As freiras se sentaram diante de um grande cartaz com a estátua da Pietà, a célebre escultura presente na Basílica de São Pedro que mostra Maria segurando o corpo inerte de Jesus no solo, após a crucifixão. Em vez de Jesus, o cartaz mostra Maria segurando o corpo inerte de uma freira. Uma faixa pedia “justiça para as freiras”.
Duas semanas depois do início dos protestos, o Vaticano destituiu Mulakkal de seus deveres administrativos. No dia seguinte, 21 de setembro, ele foi preso pela polícia de Kerala.
“Olhando em retrospectiva, a Igreja deveria ter reagido mais prontamente se sabia que um crime tinha sido cometido de fato. Se a freira achou que a Igreja não estava agindo corretamente, deveria ter procurado a polícia logo”, comentou o padre Paul Karendan, porta-voz da arquidiocese da sede da Igreja Siro-Malabar.
Karendan disse que a Igreja demorou a agir inicialmente, pensando que a freira estava resistindo a uma ordem de transferência dada por Mulakkal.
Solto sob fiança em outubro, Mulakkal foi recebido de volta em sua diocese com braços abertos, aplausos e uma chuva de pétalas de flores. A igreja ergueu uma faixa grande de boas-vindas com a foto dele.
Um policial sênior que investigou o caso disse acreditar que as autoridades têm em mãos evidências que comprovam que Mulakkal estuprou a freira e intimidou sua família e as famílias das freiras que promoveram o protesto, para silenciá-las. O policial exigiu anonimato para discutir o caso porque o relatório policial final será encaminhado no final deste mês, antes de o julgamento começar.
“Estamos devastadas. A igreja à qual dedicamos nossas vidas não quer sequer nos ouvir”, comentou a freira Anupama Kelamangalathuveli, que viveu no convento ao mesmo tempo que a freira que denunciou os estupros.
“Esta luta não é apenas por nós. A Igreja precisa dar ouvidos às mulheres, não apenas aos padres e bispos.”
Segundo a família da vítima e de outras freiras, em novembro de 2017 o cardeal George Alencherry desencorajou a freira de denunciar seu caso para a polícia ou divulgá-lo para a mídia. Representantes do cardeal não responderam a vários pedidos de declarações.
Desesperada, a freira, que faz parte da ordem das Missionárias de Jesus, decidiu levar sua denúncia diretamente ao Vaticano, escrevendo ao representante do papa na Índia, o arcebispo Giambattista Diquattro.
Uma carta que a freira escreveu a Diquattro em 28 de janeiro de 2018 diz: “Assim que cheguei ao quarto, ele me puxou para perto. Fiquei apavorada e petrificada. Tentei tudo para fugir, mas em vão. Ele me violentou brutalmente”.
A carta acusa Mulakkal de intimidar a vítima e outras freiras para guardarem silêncio e relata como ela levou sua denúncia a várias autoridades da Igreja, nenhuma das quais tomou qualquer medida.
Vários e-mails e telefonemas a Diquattro pedindo seus comentários ficaram sem resposta.
Ao longo de mais de um ano de esforços para conseguir ajuda dentro da igreja, a vítima revelou o ocorrido a cinco outras freiras que haviam convivido com ela em algum momento no convento, o Lar da Missão de São Francisco, na zona rural de Kerala. Até que elas sentiram que era impossível continuar em silêncio.
Em abril do ano passado, as cinco freiras, algumas das quais haviam sido transferidas para outros conventos, desafiaram as normas da Igreja. Saíram de seus conventos em vários pontos do país e percorreram centenas de quilômetros de ônibus e trem para se reunirem com a vítima e lhe darem seu apoio.
As freiras agora estão movendo várias ações cíveis contra autoridades da Igreja na Índia, alegando que a igreja tentou intimidá-las a abandonar as denúncias ou ignorou as acusações de estupro. As freiras continuam no Lar São Francisco, ignorando várias ordens de autoridades da Igreja no mês passado para se dispersarem. No sábado (9), enquanto elas planejavam outro protesto público, a Igreja revogou as ordens, dando uma pequena vitória às freiras.
“Fizemos um voto para fazermos parte de uma congregação —para transformar a congregação em nossa família”, disse a Irmã Josephine Villoonickal, uma das freiras, que tinha sido ordenada a retornar a seu convento no norte de Jharkhand, a quase 2.500 quilômetros de distância. “Agora estão tentando destruir esta família.”
*THE NEW YORK TIMES. Tradução de Clara Allain
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Ex-freira abusada por um padre elogia declarações do papa Francisco
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Ex-freira francesa carmelita elogiou as declarações do papa Francisco em relação à condição de 'escravas sexuais' de religiosas dentro do clero
Le Chesnay, França - Uma ex-freira francesa carmelita, que narrou em um livro o abuso sexual, incluindo estupro, que sofreu nas mãos de um padre francês, elogiou as declarações do papa Francisco em relação à condição de "escravas sexuais" de religiosas dentro do clero.
O pontífice reconheceu na terça-feira que padres e bispos abusaram sexualmente de religiosas e expressou sua disposição de avançar na discussão dessa questão. Essas declarações são "uma esperança", mas "há muito a ser feito", segundo Claire Maximova, uma ex-irmã que contou sua história no livro, "The Tyranny of Silence".
Claire Maximova nasceu na Ucrânia e foi para a França com 23 anos para ingressar em uma escola de evangelização antes de entrar nas carmelitas. No mosteiro para o qual foi designada, se sentiu "agonizando e teve a impressão de que todas as suas iniciativas eram limitadas". "Eu estava completamente arrasada, perdi minha personalidade", resumiu.
Maximova então conheceu um padre carismático, com quem ela encontrou apoio espiritual. Até o dia em que ele tentou beijá-la, ela lembra. Ela cessou então todo contato com o padre, mas dois anos depois, quando encontrou emprego no exterior, voltou a vê-lo. Vulnerável, isolada, "cheguei em uma bandeja", afirmou. Segundo sua história, ele então impôs agressões sexuais, até estupro, por um período de um ano e meio. "Toda vez que ele me dizia que era a última vez."
Em 2017, consternada com a reação do superior do padre a quem contou sua história, a mulher decidiu entrar com uma ação judicial: uma investigação preliminar foi aberta, confirmou à AFP a procuradoria competente.
O padre e seu superior, no exterior, não puderam ser contatados nesta sexta-feira. Um julgamento canônico também foi iniciado, mas a ex-religiosa não tem notícias sobre seu prosseguimento.
Desde então, aquele que ela aponta como seu agressor, cujo nome ela não revela em seu livro, permanece um prior, isto é, superior em um mosteiro. Com 44 anos, hoje professora, ela tem muita dificuldade para ir à igreja e não se confessa mais. Apesar disso, não se vê "deixando a Igreja", onde "viveu coisas muito bonitas".
Com seu livro, ele queria "levar luz" para as outras vítimas. Ela queria fazer isso sem precisar do anonimato: "não sou eu quem tem vergonha, é ele". Ela pede que as coisas mudem. Entre os fiéis, ela diz que a "mentalidade mudou", mas, embora os responsáveis "comecem a dizer que eles se tornaram conscientes, em relação a suas ações, eu não vejo nada em movimento". Fonte: www.correiobraziliense.com.br
'Divino amor' mostra como os evangélicos poderão dominar o Brasil
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'A religião e o Estado andam de mãos dadas em um projeto de poder muito explícito', destaca o diretor Gabriel Mascaro, que se declara ateu
A ficção científica como reflexo da realidade: com seu filme "Divino amor", selecionado pelo Festival de Berlim, o brasileiro Gabriel Mascaro constrói uma alegoria sobre um futuro próximo em seu país, dominado em todos os níveis pelos evangélicos.
No entanto, Mascaro ("Boi Neon") começou a trabalhar nesse filme em 2016, muito antes de os poderosos movimentos evangélicos no Brasil se mobilizarem intensamente para eleger presidente Jair Bolsonaro.
"Para mim, ficou muito claro o que estava acontecendo e que um projeto conservador, apoiado pelos evangélicos e seu discurso sedutor, logo chegaria ao poder", declarou Mascaro à AFP.
Em 2027, a festa mais importante do Brasil não é mais o Carnaval, mas a celebração do Supremo Amor. A família está acima de tudo e Joana (Dira Paes), uma funcionária vive para seu trabalho, que consiste em salvar casamentos em crise.
Terapias de grupo, discursos persuasivos, sexo com terceiros... Tudo é válido para manter a união dos casais. Mas ela se questiona: por que Deus não a recompensa com o filho que tanto deseja?
Deus acima de tudoEm competição na seção Panorama da Berlinale, "Divino amor" trata com humor o caminho "perigoso" que Mascaro antevê para seu país. "Além da distopia, tento pensar no futuro, conectando-o à agenda conservadora, nacionalista e populista que está se manifestando no mundo", afirma.
Em seu país, isso "se materializou com a eleição de Bolsonaro e seu lema 'Brasil acima de tudo, Deus acima de todos'".
"A religião e o Estado andam de mãos dadas em um projeto de poder muito explícito", destaca o diretor, que se declara ateu. Como exemplo, o presidente nomeou a pastora evangélica Damares Alves como ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.
Apesar de ser um fenômeno relativamente recente no Brasil, o país com o maior número de católicos do mundo, os evangélicos representam quase um terço da população. "É uma religião muito viva, ocupa todos os espaços públicos, não se limita mais aos templos", explica Mascaro. "O engraçado é que começou há 20-30 anos na periferia e ninguém, nem os artistas, nem os políticos, perceberam isso".
Papel da esquerda
Mascaro também acredita que foram os governos de esquerda anteriores que começaram a "normalizar a participação religiosa no Estado, aliando-se a uma Igreja mais progressista".
"E agora, quando a ideologia muda, é outra facção da Igreja mais conservadora que intervém", acrescenta.
Em seu filme, rodado quase inteiramente em uma luz artificial e com uma atmosfera futurista, o cineasta mostra um "drive thru" religioso, espaços que já existem no Brasil, onde os crentes chegam com seus carros para confessar pela janela com seu pastor.
"Eu observo elementos da vida real e fantasio um pouco mais", diz Mascaro sobre seu terceiro longa-metragem. Mas poucas coisas são tão curiosas em "Divino amor" como os arcos de segurança que os funcionários públicos atravessam ao entrar e sair da repartição e que detectam seu estado civil ou se as mulheres estão grávidas. "Já existe tecnologia para isso", afirma o cineasta.
"Divino amor" é um dos cinco filmes brasileiros que integram a seção Panorama da Berlinale, que acontece até sábado. Fonte: https://www.uai.com.br
Terça-feira, 12 de fevereiro-2019 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 7, 1-13)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 1Os fariseus e alguns dos escribas vindos de Jerusalém tinham se reunido em torno dele. 2E perceberam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. 3(Com efeito, os fariseus e todos os judeus, apegando-se à tradição dos antigos, não comem sem lavar cuidadosamente as mãos; 4e, quando voltam do mercado, não comem sem ter feito abluções. E há muitos outros costumes que observam por tradição, como lavar os copos, os jarros e os pratos de metal.) 5Os fariseus e os escribas perguntaram-lhe: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos impuras? 6Jesus disse-lhes: Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 7Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos (29,13). 8Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição dos homens. 9E Jesus acrescentou: Na realidade, invalidais o mandamento de Deus para estabelecer a vossa tradição. 10Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; Todo aquele que amaldiçoar pai ou mãe seja morto. 11Vós, porém, dizeis: Se alguém disser ao pai ou à mãe: Qualquer coisa que de minha parte te pudesse ser útil é corban, isto é, oferta, 12e já não lhe deixais fazer coisa alguma a favor de seu pai ou de sua mãe, 13anulando a palavra de Deus por vossa tradição que vós vos transmitistes. E fazeis ainda muitas coisas semelhantes. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O Evangelho de hoje fala dos costumes religiosos daquele tempo e dos fariseus que ensinavam tais costumes ao povo. Por exemplo, comer sem lavar as mãos ou, como eles diziam, comer com mãos impuras. Muitos destes costumes estavam desligados da vida e tinham perdido o seu sentido. Mesmo assim, estes costumes eram conservados e ensinados, ou por medo, ou por superstição. O Evangelho traz algumas instruções de Jesus a respeito destes costumes.
* Marcos 7,1-2: Controle dos fariseus e liberdade dos discípulos.
Os fariseus e alguns escribas, vindos de Jerusalém, observavam como os discípulos de Jesus comiam pão com mãos impuras. Aqui há três pontos que merecem ser assinalados: 1) Os escribas eram de Jerusalém, da capital! Significa que tinham vindo para observar e controlar os passos de Jesus. 2) Os discípulos não lavavam as mãos para comer! Significa que a convivência com Jesus os levou a criar coragem para transgredir normas que a tradição impunha ao povo, mas que já não tinham sentido para a vida. 3) O costume de lavar as mãos, que, até hoje, continua sendo uma norma importante de higiene, tinha tomado para eles um significado religioso que servia para controlar e discriminar as pessoas.
* Marcos 7,3-4: A Tradição dos Antigos
“A Tradição dos Antigos” transmitia as normas que deviam ser observadas pelo povo para conseguir a pureza exigida pela lei. A observância da pureza era um assunto muito sério para o povo daquele tempo. Eles achavam que uma pessoa impura não podia receber a bênção prometida por Deus a Abraão. As normas de pureza eram ensinadas para abrir o caminho até Deus, fonte da paz. Na realidade, porém, em vez de serem uma fonte de paz, as normas eram uma prisão, um cativeiro. Para os pobres, era praticamente impossível observar as centenas de normas, costumes e leis. Por isso, eles eram desprezados como gente ignorante e maldita que não conhece a lei (Jo 7,49).
* Marcos 7,5: Escribas e fariseus criticam o comportamento dos discípulos de Jesus
Os escribas e fariseus perguntam a Jesus: Por que os teus discípulos não se comportam conforme a tradição dos antigos e comem o pão com as mãos impuras? Eles fingem estar interessados em conhecer o porquê do comportamento dos discípulos. Na realidade, criticam Jesus por ele permitir que os discípulos transgridam as normas da pureza. Os fariseus formavam uma espécie de irmandade, cuja principal preocupação era observar todas as leis da pureza. Os escribas eram os responsáveis pela doutrina. Ensinavam as leis referentes à observância da pureza.
* Marcos 7,6-13 Jesus critica a incoerência dos fariseus
Jesus responde citando Isaías: Este povo me honra só com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (cf. Is 29,13). Insistindo nas normas da pureza, os fariseus esvaziavam os mandamentos da lei de Deus. Jesus cita um exemplo concreto. Eles diziam: a pessoa que oferecer ao Templo os seus bens, não pode usar esses bens para ajudar os pais necessitados. Assim, em nome da tradição esvaziavam o quarto mandamento que manda amar pai e mãe. Tais pessoas pareciam muito observantes, mas era só por fora. Por dentro, o coração delas fica longe de Deus! Como diz o canto: “Seu nome é Jesus Cristo e passa fome, e vive à beira das calçadas. E a gente quando vê passa adiante, às vezes, para chegar depressa à igreja!”. No tempo de Jesus, o povo, na sua sabedoria, não concordava com tudo que se ensinava. Esperava que, um dia, o Messias viesse indicar um outro caminho para alcançar a pureza. Em Jesus se realiza esta esperança.
4) Para um confronto pessoal
- Conhece algum costume religioso de hoje que já não tem muito sentido, mas que continua sendo ensinado?
- Os fariseus eram judeus praticantes mas sua fé estava desligada da vida da vida do povo. Por isso, Jesus os criticou. E hoje, Jesus nos criticaria? Em que?
5) Oração final
Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus. Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? (Sl 8, 2.5a)
Segunda-feira, 11 de fevereiro-2019 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 6, 53-56)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 53Navegaram para o outro lado e chegaram à região de Genesaré, onde aportaram. 54Assim que saíram da barca, o povo o reconheceu. 55Percorrendo toda aquela região, começaram a levar, em leitos, os que padeciam de algum mal, para o lugar onde ouviam dizer que ele se encontrava. 56Onde quer que ele entrasse, fosse nas aldeias ou nos povoados, ou nas cidades, punham os enfermos nas ruas e pediam-lhe que os deixassem tocar ao menos na orla de suas vestes. E todos os que tocavam em Jesus ficavam sãos. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O texto do Evangelho de hoje é a parte final do conjunto mais amplo de Marcos 6,45-56 que compreende três assuntos diferentes: 1) Jesus sobe sozinho a montanha para rezar (Mc 6,45-46). 2) Em seguida, andando sobre as águas, ele vai ao encontro dos discípulos que lutam contra as ondas do mar (Mc 6,47-52). 3) Agora, no evangelho de hoje, estando já em terra Jesus é procurado pelo povo que a cura das suas enfermidades (Mc 6,53-56).
* Marcos 6,53-56. A busca do povo.
“Acabando de atravessar, chegaram à terra, em Genesaré, e amarraram a barca. Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus”. O povo vai em massa atrás de Jesus. Eles vêm de todos os lados, carregando seus doentes. O que chama a atenção é o entusiasmo do povo que reconheceu Jesus e vai atrás dele. O que o move nesta busca de Jesus não é só o desejo de encontrar-se com ele, de estar com ele, mas também o desejo de obter a cura das suas doenças. “Iam de toda a região, levando os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. E onde ele chegava, tanto nos povoados como nas cidades ou nos campos, colocavam os doentes nas praças e pediam que pudessem ao menos tocar a barra da roupa de Jesus. E todos os que tocaram, ficaram curados”. O evangelho de Mateus comenta e ilumina este fato citando a figura do Servo de Javé, do qual Isaías diz: “Carregou sobre si as nossas enfermidades” (Is 53,4 e Mt 8,16-17)
* Ensinar e curar, curar e ensinar. Desde o começo da sua atividade apostólica, Jesus anda por todos os povoados da Galiléia para falar ao povo sobre o Reino de Deus que estava chegando (Mc 1,14-15). Onde encontra gente para escutá-lo, ele fala e transmite a Boa Nova de Deus, acolhe e cura os doentes, em qualquer lugar: nas sinagogas durante a celebração da Palavra nos sábados (Mc 1,21; 3,1; 6,2); em reuniões informais nas casas de amigos (Mc 2,1.15; 7,17; 9,28; 10,10); andando pelo caminho com os discípulos (Mc 2,23); ao longo do mar na praia, sentado num barco (Mc 4,1); no deserto para onde se refugiou e onde o povo o procurava (Mc 1,45; 6,32-34); na montanha, de onde proclamou as bem-aventuranças (Mt 5,1); nas praças das aldeias e cidades, onde povo carregava seus doentes (Mc 6,55-56); no Templo de Jerusalém, por ocasião das romarias, diariamente, sem medo (Mc 14,49)! Curar e ensinar, ensinar e curar era o que Jesus mais fazia (Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era o costume dele (Mc 10,1). O povo ficava admirado (Mc 12,37; 1,22.27; 11,18) e o procurava em massa.
* Na raiz deste grande entusiasmo do povo estava, de um lado, a pessoa de Jesus que chamava e atraía, e, de outro lado, o abandono do povo que era como ovelha sem pastor (cf. Mc 6,34). Em Jesus, tudo era revelação daquilo que o animava por dentro! Ele não só falava sobre Deus, mas também o revelava. Comunicava algo do que ele mesmo vivia e experimentava. Ele não só anunciava a Boa Nova do Reino. Ele mesmo era uma amostra, um testemunho vivo do Reino. Nele aparecia aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar, tomar conta de sua vida. O que vale não são só as palavras, mas também e sobretudo o testemunho, o gesto concreto. Esta é a Boa Nova do Reino que atrai!
4) Para um confronto pessoal
- O entusiasmo do povo em busca de Jesus, em busca de um sentido para a vida e uma solução para os seus males. Onde existe isto hoje? Existe em você, existe em mim?
- O que chama a atenção é a atitude carinhosa de Jesus para com os pobres e abandonados. E eu, como me comporto com as pessoas excluídas da sociedade?
5) Oração final
Ó Senhor, quão variadas são as vossas obras! Feitas, todas, com sabedoria, a terra está cheia das coisas que criastes. Bendize, ó minha alma, ao Senhor! (Sl 103, 24.35c)
11 DE FEVEREIRO: Dia Mundial do Enfermo: a presença da Igreja missionária no mundo do sofrimento
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Nas chamadas terras de missão, o trabalho muitas vezes silencioso da Igreja e de seus missionários ajuda a levar um pouco de esperança a um mar de desespero e sofrimento. Onde há uma missão, existe um ponto de assistência à saúde, muitas vezes o único em um raio de centenas, senão milhares de quilômetros. Muitos dispensários, clínicas e verdadeiros hospitais, nasceram e continuam a operar nos lugares mais remotos do mundo, graças ao trabalho de missionários.
Cidade do Vaticano
Em 11 de fevereiro de cada ano, na memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, a Igreja celebra o Dia Mundial do Enfermo, instituído pelo Papa João Paulo II em 1992, para ser "um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de chamado para todos a reconhecerem no rosto de seu irmão doente, a Santa face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, alcançou a salvação da humanidade "(Carta que instituiu o Dia Mundial do Enfermo, 13 de maio de 1992, n. 3).
Anuário Estatístico
Segundo o último Anuário Estatístico da Igreja, os Institutos de caridade e assistência administrados pela Igreja incluem: 5.287 hospitais, com maior presença na América (1.530) e África (1.321); 15.957 dispensários, principalmente na África (5.177), na América (4.430) e Ásia (3.300); 610 leprosários distribuídos principalmente na Ásia (352) e na África (192); 15.722 casas para idosos, doentes crônicos e pessoas com necessidades especiais, principalmente na Europa (8.127) e América (3.763); 9.552 orfanatos, a maior parte na Ásia (3.660); 11.758 Jardins de Infância, com maior número na Ásia (3.295) e na América (3.191); 13.897 centros de aconselhamento matrimonial, principalmente na Europa (5.664) e América (4.984); 3.506 centros de educação ou reeducação social e 35.746 instituições de outros tipos.
Trabalho silencioso
Nas chamadas terras de missão, o trabalho muitas vezes silencioso da Igreja e de seus missionários, ajuda a levar um pouco de esperança a um mar de desespero e sofrimento. Onde há uma missão, existe um ponto de assistência à saúde, muitas vezes o único em um raio de centenas, senão milhares de quilômetros. Muitos dispensários, clínicas e verdadeiros hospitais, nasceram e continuam a operar nos lugares mais remotos do mundo, graças ao trabalho de missionários e voluntários animados pelo espírito evangélico.
Principais Ordens e Congregações no campo da saúde
Entre as principais Ordens religiosas que atuam no campo da saúde nos territórios de primeira evangelização, estão os Ministros dos Enfermos (Camilianos), as Ministras dos Enfermos de São Camilo, a Ordem Hospitaleiros de São João de Deus (Fatebenefratelli), as missionárias e os missionários Combonianos, os missionários e missionárias da Consolata, os Xaverianos e Xaverianas, os Rogacionistas, as Filhas do Divino Zelo, os Capuchinhos, as Dominicanos, os missionários do PIME, os Salesianos e Salesianas, as missionárias da Caridade ...
Testemunhos heroicos
Não faltaram heroicos testemunhos de religiosos e religiosas que diante da emergência, preferiram sacrificar suas vidas em vez de abandonar as pessoas que assistiam. Entre estes, recordamos a família religiosa dos Fatebenefratelli, que em 2014 perdeu na Libéria e na Serra Leoa quatro irmãos, uma religiosa e treze colaboradores dos hospitais em Monróvia e Lunsar, por terem contraído o vírus ebola, em seu generoso compromisso em cuidar dos doentes.
Um destino semelhante tiveram seis missionários italiano das Irmãs “delle Poverelle” de Bergamo, falecidas no Congo em 1995, após terem contraído contraído o vírus Ebola., mas quiseram permanecer no local, de modo a não deixar as pessoas sem cuidados de saúde. Fonte: https://www.vaticannews.va
Unidos na Esperança
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Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
“Consolai, consolai meu povo, diz vosso Deus. (Is 40, 1)
Os últimos dias têm sido de recolhimento e oração junto aos irmãos e irmãs diante da dor e do sofrimento de nosso povo. Os desastres que ceifaram vidas em nossa querida cidade do Rio de Janeiro, nesta semana, nos unem em uma corrente de fé e solidariedade por todos aqueles que sofrem enlutados por imensa perda.
Desde quarta-feira (6), sete pessoas perderam suas vidas devido a fortes chuvas e ventos que deixaram um rastro dramático de destruição no Rio de Janeiro, especialmente, na comunidade da Rocinha, na região de São Conrado e outros locais. Todos os anos, acompanhamos com profunda consternação as notícias desesperadoras sobre os estragos causados nesta época do ano. Já é passado da hora o investimento em uma cultura que se preocupe com o bem comum, a ecologia e a justiça entre as gerações, para que não tenhamos mais que assistir a tantas imagens de flagelo social, onde especialmente os mais pobres e vulneráveis pagam com suas vidas o preço da falta histórica de planejamento urbano.
São famílias que perderam tudo, menos a fé e a confiança em Deus para superar esses desafios. O Papa Francisco, em sua encíclica “Laudato si”, relaciona as questões ecológicas, o cuidado da criação, o esforço por unir a sociedade na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, a partir das consequências tão perversas da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. Eles são os excluídos do planeta, são bilhões de vítimas da chamada cultura do lixo.
Na manhã desta sexta-feira (8), somos surpreendidos, desta vez, pela morte de dez (10) pessoas, entre jovens atletas e funcionários, após um incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, no Rio. O fogo destruiu parte dos alojamentos do “Ninho do Urubu” e os sonhos de tantas famílias que perderam seus entes queridos. Nosso coração está unido a elas, nesse momento, pedindo que Deus Pai acolha os seus filhos que perderam a vida e conforte os familiares e amigos.
De joelhos dobrados, peço ao povo de toda a nossa Arquidiocese que mantenham as orações constantes em suas Igrejas e Paróquias, pedindo que Nosso Senhor Jesus Cristo possa para confortar as famílias e iluminar as autoridades do Rio de Janeiro, para que possam prover recursos que sanem os problemas urbanos e cessem as tragédias sociais evitáveis. Lembrando o que disse o Papa emérito Bento XVI, na abertura da conferência em Aparecida (SP): “Os povos latino-americanos e caribenhos têm direito a uma vida plena, própria dos filhos de Deus, com condições mais humanas: livres das ameaças da fome e de todas as formas de violência. Para estes povos, os seus Pastores têm que fomentar uma cultura da vida que permita, como dizia o meu Predecessor Paulo VI, "passar da miséria à posse do necessário, à aquisição da cultura, à cooperação no bem comum... até chegar ao reconhecimento, por parte do homem, dos valores supremos e de Deus, que é a origem e o termo deles" (cf. Populorum progressio, 21).
Diante das calamidades ensinou o Papa Francisco: “Pode ser. Mas há um Pai que chora conosco; há um Pai que chora lágrimas de infinita piedade para com os seus filhos. Nós temos um Pai que sabe chorar, que chora conosco. Um Pai que espera por nós para nos consolar, porque conhece os nossos sofrimentos e nos preparou um futuro diferente. Esta é a grande visão da esperança cristã que se expande por todos os dias da nossa existência, e nos quer reanimar”.
A nossa atitude diante da tragédia e de tanto sofrimento é morte é a oração, como nos ensinou o Papa Bento XVI: “Caros irmãos e irmãs, o Salmo 3 nos apresentou uma súplica plena de confiança e de consolação. Rezando este salmo, podemos fazer nossos, os sentimentos do Salmista, figura do justo perseguido que encontra em Jesus a sua plenitude. Na dor, no perigo, na amargura e na incompreensão e nas ofensas, as palavras do Salmo abrem o nosso coração à certeza confortante da fé. Deus é sempre próximo – também nas dificuldades, nos problemas, nas obscuridades da vida – escuta, responde e salva ao seu modo. Mas necessitamos saber reconhecer a sua presença e aceitar as suas vias, como Davi na sua fuga humilhante do filho de Absalão, como o justo perseguido do livro da Sabedoria e, por último e completamente, como o Senhor Jesus no Gólgota. Que o Senhor nos dê a fé, nos ajude na nossa fraqueza e nos torne capazes de crer e de rezar em meio a todas as angústias, nas noites dolorosas da dúvida e nos longos dias de dor, abandonando-nos com confiança nEle que é nosso escudo e nossa Glória”.
As paróquias das regiões afetadas nessas duas tristes ocorrências estão tomando as providências, seja de assistência, proximidade, orações e celebrações. É a Igreja do Rio de Janeiro próxima e presente junto as pessoas. Na questão da ajuda social a Caritas Arquidiocesana está coordenando as ajudas humanitárias. As paróquias da sede do Flamengo na região do Leblon e do Centro de Treinamento em Vargem Grande estão unidas e com a proximidade possível celebrando e rezando nas várias intenções. O mesmo ocorre com as Paróquias de São Conrado e Rocinha que estão muito presentes com os desabrigados e necessitados. Em todas as nossas paróquias e capelas, neste final de semana recomendo que façam orações e súplicas nessas intenções.
Com a confiança em Deus, Pai, Filho e Espírito Santo encomendamos as almas das pessoas falecidas de maneira trágica e confiamos o seu eterno descanso ao Pai. Unidos às famílias enlutadas as abraçamos e queremos estar próximos na confiança da esperança da vida. Junto aos necessitados a nossa Caritas Arquidiocesana procura cumprir sua missão de concretizar as ajudas em unidade com as paróquias locais.
Que nosso padroeiro São Sebastião interceda pelo Rio de Janeiro e por todos nós. Amém!
Fonte: www.vaticannews.va
A NOSSA VOCAÇÃO: 5º Domingo do Tempo Comum – Ano C. Domingo, 10 de fevereiro-2019.
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A liturgia deste domingo leva-nos a refletir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.
Na primeira leitura, encontramos a descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. De uma forma simples e questionadora, apresenta-se o modelo de um homem que é sensível aos apelos de Deus e que tem a coragem de aceitar ser enviado.
No Evangelho, Lucas apresenta um grupo de discípulos que partilharam a barca com Jesus, que acolheram as propostas de Jesus, que souberam reconhecê-l’O como seu “Senhor”, que aceitaram o convite para ser “pescadores de homens” e que deixaram tudo para seguir Jesus… Neste quadro, reconhecemos o caminho que os cristãos são chamados a percorrer.
PRIMEIRA LEITURA I – Is 6,1-2a.3-8
AMBIENTE
Estamos em Jerusalém, por volta de 740/739 a. C.. Isaías tem, então, à volta de vinte anos. Enquanto está no Templo em oração, descobre que Deus o chama a ser profeta. O texto de hoje relata-nos essa descoberta e a resposta de Isaías. No entanto, este relato não deve ser visto como uma reportagem jornalística de acontecimentos, mas sim como uma apresentação teológica de uma experiência interior de vocação.
Os pormenores folclóricos – o trono alto e sublime em que o Senhor Se senta, o seu manto que enche o Templo, os “serafins” com seis asas que voam sem cessar à volta e que cobrem a face e os pés, o oscilar das portas nos seus gonzos, o fumo – são elementos simbólicos com que o profeta desenha a grandeza, a omnipotência e a magnificência de Deus. É essa a perspectiva que o profeta tem do Deus que o chamou.
MENSAGEM
Nesta catequese sobre a experiência de vocação, encontramos vários passos. Vamos resumi-los brevemente.
Em primeiro lugar (vers. 1-5), Isaías deixa claro que a sua vocação é obra de Jahwéh, o Deus majestoso e santo, infinitamente acima do mundo e distante da realidade pecadora em que os homens vivem mergulhados. Os elementos literários típicos das teofanias (o temor, a voz forte, o fumo) definem o quadro típico das manifestações de Deus no Antigo Testamento: foi esse Deus que se manifestou a Isaías e que o convocou para o seu serviço.
Em segundo lugar (vers. 6-7), temos a objecção e a purificação. A objecção do profeta é um elemento típico dos relatos de vocação (cf. Ex 3,11, no chamamento de Moisés). Manifesta o sentimento de um homem que, chamado por Deus a uma missão, tem consciência dos seus limites e da sua indignidade, ou prefere continuar no seu cantinho cômodo, sem se comprometer. A “purificação” sugere que a indignidade e a limitação não são impeditivos para a missão: a eleição divina dá ao profeta autoridade, apesar dos seus limites bem humanos.
Em terceiro lugar, temos a aceitação da missão pelo profeta. Convém, a propósito, notar o seguinte: Isaías oferece-se sem saber ainda qual a missão que lhe vai ser confiada; manifesta, dessa forma, a sua disponibilidade absoluta para o serviço de Deus.
Temos, aqui, descrito o caminho da verdadeira vocação.
ATUALIZAÇÃO
Cada um de nós tem a sua história de vocação: de muitas formas Deus entra na nossa vida, desafia-nos para a missão, pede uma resposta positiva à sua proposta. Temos consciência de que Deus nos chama – às vezes de formas bem banais? Estamos atentos aos sinais que Ele semeia na nossa vida e através dos quais Ele nos diz, dia a dia, o que quer de nós?
A missão que Deus propõe está, frequentemente, associada a dificuldades, a sofrimentos, a conflitos, a confrontos… Por isso, é um caminho de cruz que, às vezes, procuramos evitar. Será que eu consigo vencer o comodismo e a preguiça que me impedem de concretizar a missão?
É preciso ter consciência, também, que as minhas limitações e indignidades muito humanas não podem servir de desculpa para realizar a missão que Deus quer confiar-me: se Ele me pede um serviço, dar-me-á a força para superar os meus limites e para cumprir o que Ele me pede.
Isaías aceita o envio, ainda antes de saber, em concreto, qual é a missão. É o exemplo de quem arrisca tudo e se dispõe, de forma absoluta, para o serviço de Deus. No entanto, é difícil arriscar tudo, sem cálculos nem garantias: é o pôr em causa os nossos projetos e esquemas para confiar apenas em Deus, de forma que Ele possa fazer de nós o que quiser. Qual a minha atitude em relação a isto?
EVANGELHO- ATUALIZAÇÃO (Lc 5,1-11)
1- O nosso caminho é feito no barco de Jesus, ou, às vezes, embarcamos noutros projetos onde Jesus não está e fazemos deles o objetivo da nossa vida? Por outro lado, deixamos que Jesus viaje conosco ou, às vezes, obrigamo-l’O a desembarcar e continuamos viagem sem Ele?
2- Ao longo da viagem, somos sensíveis às palavras e propostas de Jesus? As suas indicações são para nós sinais obrigatórios a seguir, ou fazem mais sentido para nós os valores e a lógica do mundo?
3- Reconhecemos, de fato, que Jesus é o “Senhor” que preside à nossa história e à nossa vida? Ele é o centro à volta do qual constituímos a nossa existência, ou deixamos que outros “senhores” nos manipulem e dominem?
4-Chamados a ser “pescadores de homens”, temos por missão combater o mal, a injustiça, o egoísmo, a miséria, tudo o que impede os homens nossos irmãos de viver com dignidade e de ser felizes. É essa a nossa luta? Sentimos que continuamos, dessa forma, o projeto libertador de Jesus?
5-A nossa entrega é total, ou parcial e calculada? Deixamos tudo na praia para seguir Jesus, porque o seu projeto se tornou a prioridade da nossa vida?
*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
Arcebispo da PB proíbe contato de padres com menores desacompanhados
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Determinação ocorre após Justiça condenar Igreja a pagar indenização de R$ 12 mi por exploração sexual
O arcebispo da Paraíba, dom Manoel Delson Pereira, baixou um decreto, nesta quarta-feira (6), com uma série de proibições aos padres católicos para evitar novos casos de abuso sexual na Arquidiocese paraibana.
O documento proíbe que os religiosos frequentem a casa paroquial na companhia de adolescentes que não estejam acompanhados de pais ou responsáveis e também de adultos considerados vulneráveis. A mesma regra se estende ao carro paroquial e a outros ambientes reservados. No documento, dom Manoel Delson avisa que os clérigos precisam ter clareza de que abuso sexual de pessoas com menos de 18 anos e de adultos vulneráveis é crime.
Em outro ponto, a Arquidiocese veta o oferecimento, durante atividades paroquiais, de alojamento a menores sem que os pais ou responsáveis estejam junto. “O atendimento espiritual a menores e adultos vulneráveis, sobretudo no sacramento da confissão, deve ser feito nos confessionários ou em lugares adequados na igreja que garantam segurança e visibilidade”, diz o terceiro ponto do artigo 4 do decreto.
Dom Manoel Delson também faz um alerta sobre a aquisição ou divulgação de imagens pornográficas de menores com idade inferior a 14 anos. Ele determina que qualquer padre que receba acusações relacionadas a abuso sexual deve comunicar o caso imediatamente ao arcebispo.
O decreto ordena o afastamento de maneira cautelar de religiosos acusados, mesmo que o caso não esteja concluído. “O acusado será informado das acusações específicas contra ele e será aconselhado a constituir um advogado aprovado pelo arcebispo. As despesas com a assistência legal serão assumidas pelo imputado”, diz o artigo 8.
As novas regras foram impostas após divulgação de reportagem no Fantástico, da TV Globo, informando que a Justiça do Trabalho condenou a Arquidiocese da Paraíba a pagar uma indenização de R$ 12 milhões por exploração sexual de adolescentes.
Na próxima terça-feira (12), o Tribunal de Justiça da Paraíba deve concluir o julgamento do caso em que o padre Adriano José da Silva, já falecido, é acusado de ter abusado sexualmente de pelo menos 20 jovens.
Já existe maioria formada pela condenação. Os magistrados que votaram até agora determinam que a Arquidiocese da Paraíba deve ser multada em R$ 300 mil. Fonte: https://arapiraca.7segundos.com.br
Homem é preso por tentar assaltar igreja 'armado' com controle remoto; pastor foi mantido como refém
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Caso ocorreu na Mangueira, na tarde desta sexta-feira
RIO — Um homem foi preso depois manter um pastor de uma igreja refém, na Mangueira, Zona Norte do Rio, na tarde desta sexta-feira. Identificado como Igor Cavalcante Peixoto, ele utilizou um controle remoto, simulando ser uma arma, para render a vítima. A informação é da Polícia Militar. A igreja fica localizada na Avenida Visconde de Niterói
Policiais foram acionados após receberem uma denúncia de que haveria um assaltante no interior da igreja. Uma patrulha, então, foi até o local e encontraram Igor, após procurarem pelos cômodos do templo.
O controle remoto estava em sua cintura. Nos bolsos, ele, ainda conforme informou a Polícia Militar, escondia objetos roubados da igreja. Após ser encontrado pelos policiais, ele foi levado para a delegacia da Tijuca, a 19 DP. Apesar do susto, o pastor não ficou ferido.
Ainda conforme ressaltou a polícia, ele estaria envolvido em outros dois assaltos a igrejas. Além disso, Igor já havia sido preso, mas fugiu da prisão. Fonte: https://oglobo.globo.com
Padre é expulso de Arquidiocese de Alagoas após chamar pobre de raça miserável
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Caso envolvendo o padre Givaldo Rocha teria acontecido em 20 de janeiro de 2018
Após a divulgação de um vídeo polêmico, um padre que pertence a Diocese de Propriá, em Sergipe, mas que havia pedido transferência para Alagoas, foi expulso da Arquidiocese de Maceió. O motivo foi a publicação de imagens onde o sacerdote aparece fazendo declarações controversas, como a que “pobre é uma raça miserável de lidar”.
O caso envolvendo o padre Givaldo Rocha teria acontecido em 20 de janeiro de 2018 durante uma celebração eucarística em homenagem aos festejos da padroeira de Santana do Mundaú, Nossa Senhora Sant’Ana. O vídeo repercutiu nas redes sociais e causou a revolta de fiéis.
Nas imagens é possível ver o padre lançando uma série de acusações contra moradores da localidade que supostamente teriam prometido ajudar nas barracas de comidas nos dias da festa.
“Eu costumo dizer que a igreja fez a evangélica opção preferencial pelos pobres, mas pense numa raça miserável de lidar é pobre. Com todo respeito, pois eu digo a vocês: são vocês, os pobres, que mantêm a igreja. Mas quando eu digo pobre, é sobretudo aqueles que querem somente se beneficiar por causa de um metro de asfalto. É uma vergonha”, destacou o padre.
Com a medida, padre Givaldo deve retornar para a sua diocese de origem e será impedido de celebrar no território da arquidiocese, ficando a cargo do seu bispo tomar as medidas punitivas.
Arquidiocese de Maceió divulgou uma nota sobre o ocorrido.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Arquidiocese de Maceió comunica que o padre Givaldo Rocha de Santana, da Diocese de Propriá, em Sergipe, que exercia a função de administrador paroquial na Paróquia Senhora Sant’Ana, na cidade de Santana do Mundaú, não é *incardinado no Clero da Arquidiocese de Maceió. Portanto, o sacerdote estava no território arquidiocesano em experiência pastoral.
E, agora, por ordem do Arcebispo Metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, no final do mês de fevereiro do corrente ano ele retorna a sua diocese de origem, em Propiá-SE.
*INCARDINAÇÃO: Termo jurídico canônico usado pela Igreja para exprimir o vínculo jurídico do sacerdote com a Arquidiocese. Fonte: http://www.aquiacontece.com.br
Segunda-feira, 4 de fevereiro-2019. 4ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todos os homens com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 5, 1-20)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 1Jesus e os discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2Logo que Jesus desceu do barco, um homem que tinha um espírito impuro saiu do meio dos túmulos e foi a seu encontro. 3Ele morava nos túmulos, e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4Muitas vezes tinha sido preso com grilhões e com correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava os grilhões, e ninguém conseguia dominá-lo. 5Dia e noite andava entre os túmulos e pelos morros, gritando e ferindo-se com pedras. 6Ao ver Jesus, de longe, o homem correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: “Que queres de mim, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Por Deus, não me atormentes!” 8Jesus, porém, disse-lhe: “Espírito impuro, sai deste homem!” 9E perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?” Ele respondeu: “Legião é meu nome, pois somos muitos”. 10E suplicava-lhe para que não o expulsasse daquela região. 11Entretanto estava pastando, no morro, uma grande manada de porcos. 12Os espíritos impuros suplicaram então: “Manda-nos entrar nos porcos”. 13Jesus permitiu. Eles saíram do homem e entraram nos porcos. E os porcos, uns dois mil, se precipitaram pelo despenhadeiro no mar e foram se afogando. 14Os que cuidavam deles fugiram e espalharam a notícia na cidade e no campo. As pessoas saíram para ver o que tinha acontecido. 15Chegaram onde estava Jesus e viram o possesso sentado, vestido e no seu perfeito juízo – aquele que tivera o Legião. E ficaram com medo. 16Os que tinham presenciado o fato explicavam-lhes o que havia acontecido com o possesso e com os porcos. 17Então, suplicaram Jesus para que fosse embora do território deles. 18Enquanto Jesus entrava no barco, o homem que tinha sido possesso pediu para que o deixasse ir com ele. 19Jesus, porém, não permitiu, mas disse-lhe: “Vai para casa, para junto dos teus, e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20O homem foi embora e começou a anunciar, na Decápole, tudo quanto Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* No Evangelho de hoje, vamos meditar um longo texto sobre a expulsão de um demônio que se chamava Legião e que oprimia e maltratava uma pessoa. Hoje há muita gente que usa os textos do evangelho sobre a expulsão dos demônios para meter medo nos outros. É pena! Marcos faz o contrário. Como veremos, ele associa a ação do poder do mal com quatro coisas: 1) Com o cemitério, o lugar dos mortos. A morte que mata a vida! 2) Com o porco, que era considerado um animal impuro. A impureza que separa de Deus! 3) Com o mar, que era visto como símbolo do caos de antes da criação. O caos que destrói a natureza. 4) Com a palavra Legião, nome dos exércitos do império romano. O império que oprime e explora os povos. Ora, Jesus vence o poder do mal nestes quatro pontos. A vitória de Jesus tinha um alcance enorme para as comunidades dos anos setenta, época em que Marcos escreve o seu evangelho. Elas viviam perseguidas pelas legiões romanas, cuja ideologia manipulava as crenças populares nos demônios para meter medo no povo e conseguir submissão!
* O poder do mal oprime, maltrata e aliena as pessoas. Os versículos iniciais descrevem a situação do povo antes da chegada de Jesus. Na maneira de descrever o comportamento do endemoninhado, Marcos associa o poder do mal com cemitério e morte. É um poder sem rumo, ameaçador, descontrolado e destruidor, que mete medo em todos. Priva a pessoa da consciência, do autocontrole e da autonomia.
* Diante da simples presença de Jesus o poder do mal desmorona e desintegra. Na maneira de descrever o primeiro contato entre Jesus e o homem possesso, Marcos acentua a desproporção total! O poder, que antes parecia tão forte, se derrete e se desmancha diante de Jesus. O homem cai de joelhos, pede para não ser expulso da região e entrega até o seu nome Legião. Através deste nome, Marcos associa o poder do mal com o poder político e militar do império romano que dominava o mundo através das suas Legiões.
* O poder do mal é impuro e não tem autonomia nem consistência. O demônio não tem poder sobre os seus próprios movimentos. Só consegue ir para dentro dos porcos com a permissão de Jesus! Uma vez dentro dos porcos, estes se precipitam no mar. Eram 2000 porcos! Na opinião do povo, o porco era símbolo da impureza que impedia o ser humano de relacionar-se com Deus e sentir-se acolhido por Ele. O mar era símbolo do caos que existia antes da criação e que, conforme a crença da época, ameaçava a vida. Este episódio dos porcos que se precipitam no mar é estranho e difícil de ser entendido. Mas a mensagem é muito clara: diante de Jesus, o poder do mal não tem autonomia nem consistência. Quem crê em Jesus já venceu o poder do mal e já não precisa ter medo!
* A reação do povo do lugar. Alertado pelos empregados que tomavam conta dos porcos, o povo do lugar veio e viu o homem liberto do poder do mal “em perfeito juízo”. Mas eles ficaram sem os porcos! Por isso, pedem a Jesus para ir embora. Para eles, os porcos eram mais importantes que o ser humano que acabava de ser devolvido a si mesmo. Assim é hoje: o sistema neoliberal pouco se importa com as pessoas. O que importa é o lucro!
* Anunciar a Boa Nova é anunciar “o que o Senhor fez por você!” O homem liberto quer “seguir Jesus”, mas Jesus diz: “Vá para casa, para junto dos seus, e anuncia a eles o que o Senhor fez por você!”. Esta frase de Jesus, Marcos a dirige às comunidades e a todos nós. Para a maioria de nós “seguir Jesus” significa: “Vá para sua casa e anuncia aos seus o que o Senhor te fez!”
4) Para um confronto pessoal
1) Qual o ponto deste texto de que você mais gostou ou que mais chamou a sua atenção? Por que?
2) O homem curado quer seguir Jesus. Mas ele deve ficar em casa e contar a todo mundo o que Jesus fez por ele. O que Jesus fez por você que pode ser contado para os outros?
5) Oração final
Quão grande é, Senhor, vossa bondade, que reservastes para os que vos temem e com que tratais aos que se refugiam em vós, aos olhos de todos. (Sl 30, 20)
Papa Francisco chega a Abu Dhabi
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Após pouco mais de seis horas de viagem, o Papa Francisco chegou aos Emirados Árabes Unidos, onde permanecerá até a próxima terça-feira, dia 5. Trata-se da primeira visita de um Sucessor de Pedro à península arábica.
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco já se encontra nos Emirados Árabes Unidos. O avião papal da companhia Alitalia, um B777, aterrissou este domingo (03/02) às 21h48 locais (15h48 de Brasília) no Aeroporto Presidencial de Abu Dhabi após percorrer 4.298 Km, num voo de pouco mais de 6 horas de duração.
O Pontífice foi acolhido ainda a bordo pelo núncio apostólico nos Emirados, Dom Francisco Montecillo Padilla. Após deixar a aeronave, Francisco foi acolhido pelo Príncipe herdeiro Xeque Mohammed bin Zayed Al Nahyan e duas crianças em vestes tradicionais que lhe ofereceram flores. O acolhimento oficial, acompanhado de músicas tradicionais, não previa discursos.
O Santo Padre e o Príncipe herdeiro passaram pela Guarda de Honra e saudaram as respectivas delegações. Em seguida, o Papa saudou o Grão Imame de al-Azhar Ahmad al Tayyib, com o qual tomaram o veículo para transferir-se do aeroporto ao Al Mushrif Palace, residência oficial do Estado reservada aos hóspedes ilustres, onde o Pontífice estará hospedado estes dias, vez que falta uma nunciatura nos Emirados Árabes Unidos. A visita prosseguirá até esta terça-feira.
A partir desta segunda, dia 4, os primeiros compromissos oficiais do Santo Padre nesta sua 27ª viagem apostólica internacional - a primeira de um Pontífice à península arábica:
A cerimônia de boas-vindas e a visita oficial ao Príncipe herdeiro, no Palácio Presidencial às 12h locais (6h de Brasília). Na parte da tarde, 11h de Brasília, terá lugar o encontro com os membros do Conselho Muçulmano de Anciãos. E às 18h10 (12h10 de Brasília), o encontro inter-religioso no Memorial do Fundador, onde o Papa Francisco fará seu discurso, evento que a Rádio Vaticano – Vatican Media transmitirá ao vivo, via satélite, para todo o Brasil e demais emissoras que nos retransmitem. Fonte: www.vaticannews.va
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