Transferência e nomeação de bispo para o Brasil
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A Arquidiocese de Mariana (MG) e a diocese paranaense de Paranavaí têm novos bispos.
Cidade do Vaticano
Novo bispo para o Brasil: o Papa Francisco nomeou Bispo da diocese de Paranavaí (PR) o Pe. Mário Spaki, do clero da diocese de Ponta Grossa (PR), até então Secretário-executivo do Conselho Episcopal Regional Sul 2 da CNBB, com sede em Curitiba.
O Reverendo Mário Spaki nasceu em 14 de dezembro de 1971 em Irati, na diocese de Ponta Grossa. Na cidade paranaense estudou Filosofia e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1998). Também estudou Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Paraná em Curitiba.
Em 3 de agosto de 2003 foi ordenado sacerdote e incardinado na diocese de Ponta Grossa, na qual foi Vigário Paroquial e Reitor do Seminário de Filosofia São José (2004-2012).
Desde 2013 é Secretário-executivo do Conselho Episcopal Regional Sul 2 da CNBB, com sede em Curitiba.
O Papa Francisco nomeou nesta quarta-feira (25), o novo bispo da arquidiocese de Mariana (MG). Aceitando a renúncia de dom Geraldo Lyrio Rocha, o Papa nomeou como novo arcebispo dom Airton José dos Santos, até então arcebispo de Campinas (SP). A decisão de Francisco foi comunicada pela Nunciatura Apostólica no Brasil.
Dom Airton é bispo desde dezembro de 2001, quando o então papa João Paulo II, o nomeou bispo auxiliar para a diocese de Santo André (SP). Em agosto de 2004, foi nomeado também por João Paulo II bispo da diocese de Mogi das Cruzes (SP), onde ficou até fevereiro de 2012, quando o então papa Bento XVI o nomeou arcebispo metropolitano de Campinas (SP).
Fontes: www.vaticannews.va; www.cnbb.org.br
A cultura clerical produz frutas podres
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“Uma rede de relações autoritária e controladora deste tipo gera medo, timidez e um desengajamento que pode ser racionalizado como virtude”, escreve Andrew Hamilton, SJ, editor-consultor de Eureka Street, revista eletrônica dos jesuítas da Austrália, em artigo publicado por La Croix Internacional, 14-04-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
Eis o artigo.
Em um recente artigo no Eureka Street eu comentei que na Igreja Católica clericalismoé um termo pejorativo. Também tentei identificar algumas das atitudes e comportamentos associados com as pessoas consideradas clericalistas. O artigo provocou uma conversa animada.
Alguns dos colaboradores me criticaram por focalizar em indivíduos e não na capciosa cultura do clericalismo. As críticas foram justificadas, e neste artigo eu refletirei sobre essa cultura e seus subprodutos.
Como uma cultural, o clericalismo mostra uma visão em que a Igreja Católica é um mundo autossuficiente. Sua segurança, reputação e relações internas são o centro das atenções.
Dentro da Igreja as relações são hierárquicas. A diferença entre as classes é, na prática, vista como mais importante do que aquilo que católicos têm em comum
As relações também são frequentemente autoritárias: bispos e padres têm medo de Roma; são formais uns com os outros; e, as relações com os leigos são prescritivas. Os clérigos não sentem necessidade de consultar os leigos em questões de liturgia, finanças e política.
As fronteiras entre a Igreja e o mundo exterior são fortemente marcadas, assim como as fronteiras entre católicos fiéis e infiéis. Em todos esses aspectos, o clericalismo é uma cultura de controle que privilegia o sigilo.
Como qualquer cultura, o clericalismo encontra expressão em uma rede de relações. Elas são relações de pessoas com o mundo material: através de distintos trajes cotidianos e litúrgicos, por exemplo, distintos arranjos de igreja e distintos artefatos litúrgicos.
A rede de relações também se manifesta entre as pessoas: entre indivíduos e, especialmente, aquelas mediados através de instituições. Estes últimos incluem formas de tratamento, de remuneração, de formação de crianças e adultos, da disposição do espaço, de processos de envolvimento de pessoas na tomada de decisões e governança, de costumes, de imaginar a história da paróquia, da diocese e da igreja nacional.
As relações institucionais são particularmente importantes porque muitas vezes são simplesmente tomadas como necessárias e inevitáveis. Elas moldam o que os participantes veem e como o veem.
Elas também criam padrões de expectativa de como clérigos e leigos vão falar e se comportar entre si, expressar ou ocultar discordância, responder à injustiça, aceitar a direção e ver o mundo exterior.
Em uma cultura clerical sólida todos os bispos seguirão automaticamente as instruções romanas e todos os padres serão formados para obedecer aos seus bispos sem questionar.
Eles também serão um canal confiável para comunicar aos leigos instruções do Papa e de oficiais romanos sobre liturgia, vestimenta e questões éticas. Padres e bispos vão progredir sendo confiáveis, não questionando, e defendendo resolutamente a Igreja e seus interesses.
Os leigos serão formados para obedecer aos seus párocos autoritários e para se calarem diante de preocupações que possam ter com seus comportamentos. Se confrontarem o clero, serão vistos como inconfiáveis; e, se deixarem a Igreja, sua desistência será a justificativa da cultura clerical.
Uma rede autoritária e controladora de relações deste tipo gera medo, timidez e um desengajamento que pode ser racionalizado como virtude. Para os bispos, padres e leigos agir de forma conflitante com as normas de sua cultura exige coragem e perseverança.
Na prática, muitos católicos, tanto clérigos como leigos, não aceitam essas expectativas. Eles questionam, confrontam, discordam. Qualquer rede de relações é cheia de buracos e de desconexões. Mesmo uma forte cultura clerical não controla o comportamento de todos.
Por essa razão, é difícil avaliar o papel desempenhado pelo clericalismo em comportamentos criminosos, incluindo o abuso sexual e seu encobrimento na Igreja Católica.
Muitos elementos estão envolvidos nessa rede. Não estou convencido de que haja uma forte correlação causal entre a cultura e a ofensa. Alguns abusadores parecem ter sido modelos desta cultura. Outros parecem ter rejeitado fortemente.
O que pode ser levado em consideração é que o clericalismo permite que crimes como o abuso sexual e o roubo sejam encobertos e que as ações criminosas sejam repetidas. A complacência e a timidez perante a autoridade tornam mais provável que os leigos ignorem sinais de comportamento criminoso por parte de padres ou de pessoas empregadas pela Igreja.
O desejo de proteger a imagem da Igreja também torna mais provável que um bispo coloque a reputação acima do bem-estar das pessoas afetadas pelo crime, e assim permita que os infratores se desloquem de uma paróquia para outra, onde eles podem reincidir.
Mesmo que o clericalismo não puder ser ligado causalmente ao crime clerical, tal cultura molda certamente uma rede de relações atrofiadas que são deficientes se julgadas por valores humanos ou cristãos. Inevitavelmente vai produzir frutas podres. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
'Fomos acusados sem provas', diz bispo de Formosa
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Após deixar prisão, d. Ronaldo espera desfecho do caso na residência episcopal; bispo e outras 6 pessoas respondem por desvio de R$ 2 milhões
FORMOSA (GO) - Foram 30 dias de prisão, a tristeza de não celebrar a missa, a rotina sem noção de tempo, a mágoa de sofrer acusações para ele injustas e, acima de tudo, humilhações que considera impensáveis, como as duas vezes em que foi obrigado a ficar quase nu, só de cueca, para a revista aos presos.
Acusado de desvio de R$ 2 milhões de recursos das 33 paróquias da diocese de Formosa (GO), d. José Ronaldo Ribeiro, de 61 anos, foi solto na terça-feira e reuniu parentes e colaboradores na capela improvisada da residência episcopal, de 15 m², para agradecer a Deus estar de volta para junto do rebanho – cerca de 400 mil pessoas, em 23 municípios. “Fomos massacrados, acusados sem provas, com um método absurdo de condenar, prender e apurar”, disse d. Ronaldo em entrevista ao Estado, a primeira desde a prisão.
Ao seu lado estava outro acusado, o padre Thiago Wenceslau, juiz eclesiástico com doutorado na Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, que chegou a Formosa em um domingo e foi preso na manhã seguinte, acusado de agir com o bispo. Padre Thiago chorou o tempo todo na missa na capelinha particular. Fez cinco dias de jejum, em sinal de protesto contra a prisão, e foi o último a ser libertado, 24 horas após a soltura de d. Ronaldo, um monsenhor, três padres e dois empresários presos na Operação Caifás, sob acusação de falsidade ideológica e desvio de dinheiro das paróquias.
Ronaldo saiu direto do presídio para a residência episcopal, em vez de se hospedar na Casa do Clero, para padres doentes e idosos, conforme lhe aconselharam. “Vim para cá, porque esta é minha morada. Eu ainda sou o bispo de Formosa, embora afastado”, afirma.
Mas quem decidirá onde ele deve ficar é o administrador apostólico, d. Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba (MG), designado pelo papa Francisco para dirigir a diocese na ausência do titular. Ele deixou a Assembleia-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Aparecida (SP), para passar o fim de semana em Formosa. Viajou a conselho do núncio apostólico, d. Giovanni D’Aniello, para confortar d. Ronaldo.
O bispo de Formosa permanecerá fora do cargo até a definição de sua situação na Justiça. Se for absolvido e o papa permitir, pretende retomar suas funções, embora admita reavaliar a intenção. Depende da aceitação dos fiéis, até agora aparentemente sem fissuras. Mesmo com as prisões, as missas de domingo continuaram cheias. “É evidente que, se muitas pessoas me apoiam com sua solidariedade, há também um pequeno grupo que pretende me afastar, por discordar de meu estilo e de minha orientação pastoral.”
Ele se refere aos padres que, na sua avaliação, armaram as denúncias para se livrar dele. “É um grupo articulado que armou esse esquema há anos, desde minha passagem pela Diocese de Janaúba (MG), de onde fui transferido para Formosa em 2014.” Segundo o bispo, a armação começou quando ele levou para Janaúba ex-dependentes de drogas de quem cuidava no trabalho pastoral. Disse que, para ajudá-los, sua conta ficou negativa.
Fazenda e lotérica. Na acusação do Ministério Público de Goiás, d. Ronaldo é citado como chefe de um grupo que teria desviado mais de R$ 2 milhões do dízimo ofertado às paróquias, segundo denúncia assinada por 30 de seus diocesanos. O dinheiro teria comprado uma fazenda de criação de gado e uma lotérica. “Sou inocente, tenho certeza de que nada fiz de errado”, afirma. Segundo ele, quem fez a compra foi padre Moacyr Santana, com recursos próprios, o que não caracterizaria crime.
O administrador apostólico, d. Paulo Peixoto, que está investigando as denúncias, diz que, até o momento, parece não ter havido irregularidades. Os bispos do Regional Centro-Oeste, que compreende as dioceses de Goiás e Distrito Federal, viajarão a Formosa, nas próximas semanas, para levar conforto e solidariedade a d. Ronaldo e aos demais acusados.
Como a Justiça impôs medidas cautelares, d. Ronaldo está proibido de sair de Formosa e foi obrigado a entregar o passaporte. "Disseram que eu pretendia fugir do País porque preparava uma viagem a Roma para participar de uma reunião do Movimento Neocatecumenal", diz. Acolhido ao sair da prisão pela mãe, dona Nilda, de 90 anos, e por alguns de seus irmãos, ele tem tido a assistência de parentes e amigos, que lhe fazem companhia e se oferecem para cozinhar.
Denúncia. O promotor Douglas Chegury afirma que a investigação toma por base denúncia de um grupo de 30 fiéis. "Mandaram informações por escrito, em um documento assinado, apontando supostas irregularidades que haviam identificado."
Ele destacou que as provas coletadas no processo, desde 2017, eram suficientes para pedir a prisão preventiva. "Houve ocultação de provas e a intimidação de testemunhas."
SÃO JORGE NO RIO: Reportagem-01.
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OLHAR HERESIAS: Marcionismo
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Marcião, que era filho do bispo de Sinope (Ponto) e fora excomungado pelo próprio pai, chegou a Roma em 139 como proprietário de navios; uniu-se à comunidade cristã e rompeu com ela em 144. As comunidades marcionitas chegaram até a Pérsia e a Armênia.
Elementos principais do marcionismo:
— afinidades com o dualismo gnóstico: existência de um Deus justo e cheio de ira, Javé, identificado com o demiurgo, e de um Deus de amor e de toda consolação, o Deus do evangelho; o Deus bom assumiu um corpo aparente em Cristo; desprezo da matéria.
— rígido antijudaismo: separação do cristianismo de qualquer ligação com o judaísmo.
— repúdio integral do AT. AT e NT estão em plena contradição; rejeição da explicação alegórica do AT; Paulo foi o único que compreendeu bem a Jesus Cristo. Cânon especial: Lc (sem os relatos da infância) e dez cartas paulinas, e ambos sem as citações do AT.
— rigorismo ético: abstenção de todas as obras do Deus criador, especialmente o matrimônio, a carne e o vinho.
Maniqueísmo
Mani ou Manes, da Babilônia (III século), foi educado no mandeísmo e conheceu o cristianismo por intermédio de Marcião e Bardesanes; reconhecia sua dependência dos pais da justiça — Zoroastro[1], Buda[2] e Jesus Cristo —, mas entendia superar tais religiões ou seitas por meio da ação missionária; pregou na Índia e na Pérsia, onde foi crucificado por instigação da casta sacerdotal, em 277. O maniqueísmo difundiu-se pela China, África setentrional, Itália e Espanha.
Elementos principais do maniqueísmo:
— dualismo: dois seres primordiais: um bom, o pai da grandeza, e outro mau.
— emanação de dois reinos de eons — luz e treva —, dentre os quais surgem o homem e o demônio primordiais; o mundo atual, que é mau, origina-se da mistura dos dois reinos.
— redenção: libertação dos fragmentos de luz confinados na matéria; Jesus Cristo como um eon celeste que assumiu um corpo aparente.
— a doutrina de Jesus Cristo foi mal compreendida e falsificada. Mani é o próprio Paráclito, que revelou os três segredos:
- l) signaculum oris (segredo da boca): abstinência das palavras e prazeres impuros;
2) signaculum manuum (segredo das mãos): abstinência dos trabalhos ordinários;
3) signaculum sinus (segredo do coração): abstinência do matrimônio. Os segredos vinculavam apenas os eleitos ou puros; para os catecúmenos ou ouvintes prescrevia-se os dez mandamentos.
— ao completar-se a separação dos reinos, o mundo visível seria transformado em ruínas (um incêndio deveria durar por 1.468 anos).
— hierarquia: o sucessor de Mani, doutores, bispos, presbíteros e diáconos.
— festa da cátedra: execução de Mani e sua ascensão ao céu.
Santo Agostinho foi maniqueu durante 9 anos.
Contra a gnose, a Igreja defendeu a identidade entre criador e redentor, a bondade do mundo como criatura, a responsabilidade pessoal da infelicidade humana por causa do pecado, a vocação universal e gratuita de todos os homens, a encarnação de Cristo, a unidade de AT e N T, e a exposição controlada da Bíblia (Ireneu enfatizou a unanimidade dos bispos, que são os depositários das Escrituras, pelas quais os apóstolos transmitiram a tradição). Clemente apresenta o cristão perfeito como o verdadeiro gnóstico, e procura mostrar como o cristianismo acolhe e desenvolve os elementos positivos implicados na gnose.
[1] Zoroastro (Zaratustra, ou Zoroastres) nasceu na Pérsia em meados do século VII a.C.
[2] Buda, cujo nome real é Sidarta Gautama, nasceu no Nepal nasceu no século VI a.C. A palavra "Buda" significa "o despertado" ou "o iluminado".
Um novo tipo de padres e leigos na Igreja: vivem de ódio
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Religioso denuncia grupo de católicos que fomentam aberta e publicamente o ódio, a intolerância, o desrespeito e a guerra nas redes sociais e pregações.
Por Pe. Geraldo Natalino (Gegê)
Há um fenômeno novo na Igreja Católica: padres, leigos e leigas intregristas que se movem em violentas campanhas contra tudo o que represente um risco para a idealização de uma igreja branca, “pura”, “imaculada”, misógina. Olham os pobres com repulsa e aqueles que se levantam para Ignoram o Evangelho, hostilizam a teologia latino-americana e guiam-se por documentos de recorte medieval/europeu. Católicos e católicas assim sempre existiram, mas com as redes sociais e o aprofundamento da luta de classes no Brasil e no mundo, saíram a público e empunham a bandeira do catolicismo como uma religião em plena Cruzada contra os “infiéis”.
Perseguiram dom Oscar Romero, dom Paulo Evaristo Arns, dom Hélder Câmara, dom Luciano Mendes de Almeida no passado, com base em intrigas e maledicências pronunciadas a meia voz. Entre outros, são perseguidos hoje, xingados e ameaçados de agressões e morte: frei Leonardo Boff, Frei Betto, a freira Ivone Gebara, padre Júlio Lancellotti, padre Paulo Sérgio Bezerra , leigos, leigas, padres, freiras e bispos que defendem os indígenas, os sem terram os sem teto, os favelados país adentro, além dos franciscanos e da própria CNBB. Dom Pedro Casaldáliga foi perseguido no “velho estilo” e hoje, aos 90 anos, sofre também com a onda de ódio estridente.
Padre França e o então bispo Bergoglio Foto: Blog Caminho Pra CasaEm 17/03, o padre e teólogo Mário de França Miranda foi xingado em altos brados por dois homens durante missa na Paróquia da Ressurreição, em Ipanema (Rio), ao comparar o martírio de Marielle Franco aos de Martin Luther King e dom Oscar Romero. Aos 81 anos, é um teólogo de referência no mundo. Graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, mestre em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade de Innsbruck, Áustria, e doutor em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, Itália. Amigo do Papa Francisco, ambos jesuítas, atuou no grupo de trabalho como o que elaborou o Documento da Conferência de Aparecida, em 2007, sob a coordenação do então Cardeal Jorge Mário Bergoglio. Foi membro da Comissão Teológica Internacional durante 11 anos, de 1992 a 2002.
Tive o sagrado privilégio te ter como professor e orientador de mestrado na PUC-RJ a figura reconhecida internacionalmente do padre, pastor e intelectual França Miranda. Seguramente, uma das personalidades teologicamente mais importantes da igreja do Brasil e da América Latina. Com lamentável tristeza li a notícia de que foi durante a missa chamado de “padre filho da p…” por dois homens depois de se referir a Marielle (também a Mather Luther King e dom Oscar Romero) como defensora dos socialmente banidos. Lamentável, estimado França!
Porém, em meu escrito de solidariedade e repúdio, não posso, em estado de PROTESTO, deixar de dizer que essa ação insana sofrida pelo ilustre e respeitadíssimo sacerdote, não constitui uma atitude isolada no contexto atual da IGREJA. Há um grupo crescente de padres e leigos(as) no interior da Igreja fomentando aberta e publicamente o ódio, a intolerância, o desrespeito e a guerra nas redes sociais, pregações etc. Repito: há um tipo EMERGENTE de clero e laicato, intolerantes e beligerantes in extremis. Assim: in extremis, a despeito do caminho inversamente oposto trilhado e exigido pelo Papa Francisco. Esse segmento eclesial aguerrido faz da Igreja, sobretudo no mundo virtual (mas não só), um “PEIXE BETA”, peixe belíssimo e encantador, mas pouquíssimo capaz de convivialidade.
Com quase 25 anos de padre desconhecia esse fenômeno preocupante e assustador. Tudo isso em nome da fé e da doutrina. Creio, pois, que o ocorrido na paróquia em Ipanema no domingo (17) representa o SINAL MÁXIMO DE ALERTA. Não podemos, pois, minimizar a gravidade do fato, não refletir sobre o que ele representa, tampouco fingir que nada aconteceu. Afinal de contas, se um padre do quilate do França foi tratado assim, em plena missa, o que não serão capazes de fazer com os outros (dentre os quais eu) no vasto território diocesano?
Por fim, da minha parte, creio profundamente que já passamos da hora de darmos um BASTA. Mas, urge perguntar:
De onde está nascendo tanto fogo intolerante no interior da igreja?
Quem está pondo brasas na fogueira do desrespeito e do ódio?
Quais e quantas bocas, inclusive clericais, estão por detrás das bocas que te xingaram?
Diletíssimo professor, quem amansará “cavalos xucros” que vicejam?
Não falta ao cristianismo um número infinitamente grande de testemunhos maravilhoso de cristãos (clérigos e leigos). São homens e mulheres (conhecidos e anônimos) que traduzem na vida o amor extraordinário de Deus. Por que não seguirmos esse caminho? Ademais, a sociedade espera de nós cristãos, pelo menos, um pouco mais de equilíbrio e sensatez. Bom, acho que isso é o mínimo, se tratando de ser humano.
Santa Páscoa, Mário França Miranda, homem bom e necessário para a minha cabeça e para o meu coração.
Vossa bênção, meu Velho!!!
Obrigada por existir no coração do Mundo!!!
Instituto Humanista Unisinos - IHU
Padre Gegê é pároco da Paróquia Santa Bernadete, que abrange parte das comunidades de Higienópolis e Manguinhos, dois dos focos da ocupação militar em curso nas favelas do Rio de Janeiro. Membro do grupo Fé e Politica pe. João Cribbin, doutorando em Ciência da Religião pela PUC/SP. Negro, vive numa região comunidades de descendentes dos escravos que serviram aos donos do Rio de Janeiro de 1550 até 1888 (mais de 300 anos) e, depois, como escravos libertos sem direitos -situação que se prolonga até hoje. Celebrou as exéquias de Marielle Franco em 15 de março de 2018. Fonte: http://domtotal.com
4º Domingo da Páscoa: Frei Carlos Mesters, Carmelita
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REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA (LECTIO DIVINA)
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
1) Oração
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho
reerguestes o mundo decaído,
enchei de santa alegria os vossos filhos
que libertastes da escravidão do pecado
e concedei-lhes a felicidade eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 10, 11-18)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos, 11“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 12O mercenário, que não é pastor e a quem as ovelhas não pertencem, vê o lobo chegar e foge; e o lobo as ataca e as dispersa. 13Por ser apenas mercenário, ele não se importa com as ovelhas. 14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, 15assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. 16(Tenho ainda outras ovelhas, que não são deste redil; também a essas devo conduzir, e elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.) 17É por isso que o Pai me ama: porque dou a minha vida. E assim, eu a recebo de novo. 18Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade. Eu tenho poder de dá-la, como tenho poder de recebê-la de novo. Tal é o encargo que recebi do meu Pai”.
3) Reflexão
* O evangelho de hoje traz a parábola do Bom Pastor. Em alguns países o texto é de João 10,1-10 e em outros é de João 10,11-18. É difícil escolher entre um e outro. Por isso, preferimos comentar brevemente os dois (Jo 10,1-18). O discurso sobre o Bom Pastor traz três comparações ligadas entre si:
1ª comparação: Jesus fala do pastor e dos assaltantes (Jo 10,1-5)
2ª comparação: Jesus é a porteira das ovelhas (Jo 10,6-10)
3ª comparação: Jesus é o Bom Pastor (Jo 10,11-18)
* João 10,1-5: 1ª comparação: entrar pela porteira e não por outro lugar. Jesus inicia o discurso com a comparação da porteira: "Quem não entra pela porteira mas sobe por outro lugar é ladrão e assaltante! Quem entra pela porteira é o pastor das ovelhas!" Naquele tempo, os pastores cuidavam do rebanho durante o dia. Quando chegava a noite, levavam as ovelhas para um grande redil ou curral comunitário, bem protegido contra ladrões e lobos. Todos os pastores de uma mesma região levavam para lá o seu rebanho. Um porteiro tomava conta de tudo durante a noite. No dia seguinte, de manhã cedo, o pastor chegava, batia palmas na porteira e o porteiro abria. O pastor entrava e chamava as ovelhas pelo nome. As ovelhas reconheciam a voz do seu pastor, levantavam e saiam atrás dele para a pastagem. As ovelhas dos outros pastores ouviam a voz, mas elas não se mexiam, pois era uma voz estranha para elas. De vez em quando, aparecia o perigo de assalto. Ladrões entravam por um atalho ou derrubavam a cerca do redil, feita de pedras amontoadas, para roubar as ovelhas. Eles não entravam pela porteira, pois lá havia o guarda que tomava conta.
* João 10,6-10: 2ª comparação: Jesus é a porteira. Os ouvintes, os fariseus (Jo 9,40-41), não entenderam o que significava "entrar pela porteira". Jesus então explicou: "Eu sou a porteira das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e assaltantes". De quem Jesus está falando nesta frase tão dura? Provavelmente, se referia a líderes religiosos que arrastavam o povo atrás de si, mas que não respondiam às esperanças do povo. Não estavam interessados no bem do povo, mas sim no próprio bolso e nos próprios interesses. Enganavam o povo e o deixavam na pior. Entrar pela porteira é o mesmo que agir como Jesus agia. O critério básico para discernir quem é pastor e quem é assaltante, é a defesa da vida das ovelhas. Jesus pede para o povo não seguir as pessoas que se apresentam como pastor, mas não buscam a vida do povo. É aqui que ele disse aquela frase que até hoje cantamos: "Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância!" Este é o critério!
* João 10,11-15: 3ª comparação: Jesus é o bom pastor. Jesus muda a comparação. Antes, ele era a porteira das ovelhas. Agora, é o pastor das ovelhas. Todo mundo sabia o que era um pastor e como ele vivia e trabalhava. Mas Jesus não é um pastor qualquer, mas sim o bom pastor! A imagem do bom pastor vem do AT. Dizendo que é o Bom Pastor, Jesus se apresenta como aquele que vem realizar as promessas dos profetas e as esperanças do povo. Veja por exemplo a belíssima profecia de Ezequiel (Ez 34,11-16). Há dois pontos em que Jesus insiste: (1) Na defesa da vida das ovelhas: o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. (2) No mútuo reconhecimento entre pastor e ovelhas: o Pastor conhece as suas ovelhas e elas conhecem o pastor. Jesus diz que no povo há uma percepção para saber quem é o bom pastor. Era isto que os fariseus não aceitavam. Eles desprezavam as ovelhas e as chamavam de povo maldito e ignorante (Jo 7,49; 9,34). Eles pensavam ter o olhar certo para discernir as coisas de Deus. Na realidade eram cegos. O discurso sobre o Bom Pastor ensina duas regras como curar este tipo bastante freqüente de cegueira: 1) Prestar muita atenção na reação das ovelhas, pois elas reconhecem a voz do pastor. 2) Prestar muita atenção na atitude daquele que se diz pastor para ver se o interesse dele é a vida das ovelhas, sim ou não, e se ele é capaz de dar a vida pelas ovelhas. Certa vez, na festa da tomada de posse de um novo bispo, as “ovelhas” colocaram uma faixa na porta da igreja que dizia: “As ovelhas não conhecem o pastor!” As “ovelhas” não foram consultadas. Advertência séria para quem nomeia os bispos.
* João 10,16-18: A meta onde Jesus quer chegar: um só rebanho e um só pastor. Jesus abre o horizonte e diz que tem outras ovelhas que não são deste redil. Elas ainda não ouviram a voz de Jesus, mas quando a ouvirem, vão perceber que ele é o pastor e vão segui-lo. É a dimensão ecumênica universal.
4) Para um confronto pessoal
1) Pastor-Pastoral. Será que a pastoral na minha paróquia imita a missão de Jesus - Pastor? E eu na minha ação pastoral, qual a minha atitude? Sou pastor como Jesus?
2) Você já teve a experiência de ter sido enganado por um falso pastor? Como conseguiu superar?
5) Oração final
Como a corça deseja as águas correntes,
assim a minha alma anseia por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
quando hei de ir ver a face de Deus? (Sl 41, 2-3)
4º Domingo da Páscoa-Ano B
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Tema
O 4º Domingo da Páscoa é considerado o “Domingo do Bom Pastor”, pois todos os anos a liturgia propõe, neste domingo, um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como “Bom Pastor”. É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus põe, hoje, à nossa reflexão.
O Evangelho apresenta Cristo como “o Pastor modelo”, que ama de forma gratuita e desinteressada as suas ovelhas, até ser capaz de dar a vida por elas. As ovelhas sabem que podem confiar n’Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho. O que é decisivo para pertencer ao rebanho de Jesus é a disponibilidade para “escutar” as propostas que Ele faz e segui-lo no caminho do amor e da entrega.
ATUALIZAÇÃO
Todos nós temos as nossas figuras de referência, os nossos heróis, os nossos mestres, os nossos modelos. É a uma figura desse tipo que, utilizando a imagem do Evangelho do 4º Domingo da Páscoa, poderíamos chamar o nosso “pastor”… É Ele que nos aponta caminhos, que nos dá segurança, que está ao nosso lado nos momentos de fragilidade, que condiciona as nossas opções, que é para nós uma espécie de modelo de vida. O Evangelho deste domingo diz-nos que, para o cristão, o “Pastor” por excelência é Cristo. É n’Ele que devemos confiar, é à volta d’Ele que nos devemos juntar, são as suas indicações e propostas que devemos seguir. O nosso “Pastor” é, de facto, Cristo, ou temos outros “pastores” que nos arrastam e que são as referências fundamentais à volta das quais construímos a nossa existência? O que é que nos conduz e condiciona as nossas opções: Jesus Cristo? As diretrizes do chefe do departamento? A conta bancária? A voz da opinião pública? A perspectiva do presidente do partido? O comodismo e a instalação? O êxito e o triunfo profissional a qualquer custo? O herói mais giro da telenovela? O programa de maior audiência da estação televisiva de maior audiência?
Reparemos na forma como Cristo desempenha a sua missão de “Pastor”: Ele não atua por interesse (como acontece com outros pastores, que apenas procuram explorar o rebanho e usá-lo em benefício próprio), mas por amor; Ele não foge quando as ovelhas estão em perigo, mas defende-as, preocupa-Se com elas e até é capaz de dar a vida por elas; Ele mantém com cada uma das ovelhas uma relação única, especial, pessoal, conhece os seus sofrimentos, dramas, sonhos e esperanças. As “qualidades” de Cristo, o Bom Pastor, aqui enumeradas, devem fazer-nos perceber que podemos confiar integral e incondicionalmente n’Ele e entregar, sem receio, a nossa vida nas suas mãos. Por outro lado, este “jeito” de atuar de Cristo deve ser uma referência para aqueles que têm responsabilidades na condução e animação do Povo de Deus: aqueles que receberam de Deus a missão de presidir a um grupo, de animar uma comunidade, exercem a sua missão no dom total, no amor incondicional, no serviço desinteressado, a exemplo de Cristo?
No “rebanho” de Jesus, não se entra por convite especial, nem há um número restrito de vagas a partir do qual mais ninguém pode entrar… A proposta de salvação que Jesus faz destina-se a todos os homens e mulheres, sem excepção. O que é decisivo para entrar a fazer parte do rebanho de Deus é “escutar a voz” de Cristo, aceitar as suas indicações, tornar-se seu discípulo… Isso significa, concretamente, seguir Jesus, aderir ao projeto de salvação que Ele veio apresentar, percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu, na entrega total aos projetos de Deus e na doação total aos irmãos. Atrevemo-nos a seguir o nosso “Pastor” (Cristo) no caminho exigente do dom da vida, ou estamos convencidos que esse caminho é apenas um caminho de derrota e de fracasso, que não leva aonde nós pretendemos ir?
O nosso texto acentua a identificação total de Jesus com a vontade do Pai e a sua disponibilidade para colocar toda a sua vida ao serviço do projeto de Deus. Garante-nos também que é dessa entrega livre, consciente, assumida, que resulta vida eterna, verdadeira e definitiva. O exemplo de Cristo convida-nos a aderir, com a mesma liberdade mas também com a mesma disponibilidade, às propostas de Deus e ao cumprimento do projeto de Deus para nós e para o mundo. Esse caminho é, garantidamente, um caminho de vida eterna e de realização plena do homem.
Nas nossas comunidades cristãs, temos pessoas que presidem e que animam. Podemos aceitar, sem problemas, que elas receberam essa missão de Cristo e da Igreja, apesar dos seus limites e imperfeições; mas convém igualmente ter presente que o nosso único “Pastor”, aquele que somos convidados a escutar e a seguir sem condições, é Cristo. Os outros “pastores” têm uma missão válida, se a receberam de Cristo; e a sua atuação nunca pode ser diferente do jeito de atuar de Cristo.
Para que distingamos a “voz” de Jesus de outros apelos, de propostas enganadoras, de “cantos de sereia” que não conduzem à vida plena, é preciso um permanente diálogo íntimo com “o Pastor”, um confronto permanente com a sua Palavra e a participação ativa nos sacramentos onde se nos comunica essa vida que “o Pastor” nos oferece. Fonte: http://www.dehonianos.org
MAIS UM! Sacerdote assassinado no México: pesar da Conferência episcopal
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A Conferência episcopal expressou consternação e tristeza. “Lançamos um apelo urgente a construir uma cultura de paz e de reconciliação”, lê-se no documento. Trata-se do segundo sacerdote assassinado em dois dias.
Cidade do Vaticano
Mais um luto para a Igreja no México. Pe. Juan Miguel Contreras García, 33 anos, foi assassinado esta sexta-feira (20/04) ao término da celebração da Eucaristia na Paróquia São Pio de Pietrelcina, na localidade de Tlajomulco, no Estado de Jalisco. Fontes locais dão conta de que um comando invadiu a Igreja. Alguns paroquianos disseram que o sacerdote estava substituindo outro padre na celebração da missa, o qual havia recebido ameaças de morte.
Comovente testemunho
Num comovente testemunho, dado durante o período no qual era diácono e frequentava o Seminário de Guadalajara, Pe. Juan Miguel fala da própria vocação: “O Senhor olhou para mim com misericórdia e me escolheu”, afirmava. “Para mim o sacerdócio significa encher o mundo de luz”, acrescentava.
No Estado de Jalisco, dilacerado por um narcotráfico que atinge também outras áreas do país, os cartéis da droga de Sinaloa e de Jalisco Nueva Generación disputam o território. “No México os sacerdotes, jornalistas e ativistas dos direitos humanos são cada vez mais vítimas de emboscadas realizadas por grupos criminosos.”
Quarta-feira passada (18/04), não distante de Cidade do México, foi assassinado outro sacerdote: Pe. Rubén Alcántara Díaz, da Diocese de Izcalli. O Centro Católico de Imprensa informa que 23 sacerdotes foram mortos no México durante os seis anos de presidência de Enrique Peña Nieto.
Consternação e tristeza
A Conferência Episcopal do México expressou, num comunicado, consternação e tristeza. “Lançamos um apelo urgente a construir uma cultura de paz e de reconciliação”, lê-se no documento. “Estes eventos deploráveis nos chamam todos à conversão muito mais profunda e sincera.” “Pedimos às autoridades competentes que esclareçam” esse dramático episódio e que ajam segundo justiça.
Depor as armas, o ódio e o rancor
Por fim, os bispos pedem a quem alimenta essa violência não somente que deponham as armas, mas também “o ódio, o rancor, a vingança e todos os sentimentos destrutivos”.
Fonte: www.vaticannews.va
IV- Domingo da Páscoa, Domingo do Bom Pastor
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Na sociedade Jesus liberta enquanto indistintamente faz o bem. Ele é o pastor universal! Sejamos como Jesus, bons pastores a ponto de nos despojarmos de tudo em favor da felicidade, da salvação eterna de nossos próximos!
Pe. Cesar Augusto dos Santos - Cidade do Vaticano
No Evangelho deste domingo, Jesus diz que ele é o bom pastor, aquele que dá a vida, se despoja dela em favor do rebanho. Isso ele o fez de fato na cruz. Mas Jesus chegou à cruz porque sua vida foi um constante despojar-se de si mesmo em favor do outro, daqueles que havia recebido do Pai, com a missão de levá-los até Ele.
Jesus realiza essa sua missão onde estão os filhos de Deus: no Templo e na sociedade.
No Templo, Jesus os liberta do jugo dos sacerdotes, que se preocupam mais com a legalidade dos fatos, do que com o bem estar das pessoas. Aqueles que encontram Jesus, encontram a porta para se libertar de uma religião sufocante e essa mesma porta os conduz para o convívio amoroso e, por isso, libertador com o Pai. Nesse gesto de libertar, Jesus contraria os interesses dos opressores e é condenado à morte. Ele se despoja da vida para que a tenhamos. Por isso, Jesus é o Bom Pastor!
Na sociedade Jesus liberta enquanto indistintamente faz o bem. Ele é o pastor universal!
Podemos refletir e ver como vivemos esse carisma de Jesus que, pelo batismo, também se tornou nosso. Como pastoreamos nossa família, nossos amigos, nossos colegas e nós mesmos? Somos portas libertadoras, que se abrem para que o outro passe para o encontro com a felicidade? Ou somos porta de uma armadilha, que prende quem se aproxima da gente?
Fonte: www.vaticannews.va
Mensagem da CNBB sobre as Eleições.
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“Ao abdicarem da ética, muitos tornaram-se protagonistas de um cenário desolador”, afirmam os bispos
Silvonei José – CNBB - Aparecida
Um dos documentos mais esperados da 56ª Assembleia Geral da CNBB que se encerrou na última sexta-feira (20) foi a mensagem sobre as eleições deste ano de 2018, divulgada pela Presidência da Conferência. Nela, os bispos reconhecem que “Ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador“.
A apresentação da mensagem foi feita por dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil.
Compromisso e esperança
Intitulada “Eleições 2018: compromisso e esperança“, a mensagem da 56ª assembleia geral da CNBB ao povo brasileiro tem 11 breves parágrafos.
No primeiro, os bispos citam os dois últimos Papas: um trecho da primeira encíclica de Bento XVI, Deus caritas est: “não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça” e outro da primeira exortação apostólica de Francisco: “todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a preocupar-se com a construção de um mundo melhor“. A partir destas recomendações, os bispos afirmam: “olhamos para a realidade brasileira com o coração de pastores, preocupados com a defesa integral da vida e da dignidade da pessoa humana, especialmente dos pobres e excluídos“.
“Neste ano eleitoral, o Brasil vive um momento complexo, alimentado por uma aguda crise que abala fortemente suas estruturas democráticas e compromete a construção do bem comum, razão da verdadeira política. A atual situação do País exige discernimento e compromisso de todos os cidadãos e das instituições e organizações responsáveis pela justiça e pela construção do bem comum“, ponderam os bispos no segundo parágrafo da mensagem.
Corrupção
No terceiro parágrafo, os bispos lembram que muitos agentes deixaram a ética de lado e, por isso, a corrupção ganhou destaque. Seguem os bispos: “Nem mesmo os avanços em seu combate (da corrupção) conseguem convencer a todos de que a corrupção será definitivamente erradicada. Cresce, por isso, na população, um perigoso descrédito com a política“. E voltam a lembrar o Papa Francisco, citando a encíclica Laudato Sì, sobre o cuidado com a Casa Comum: “muitas vezes, a própria política é responsável pelo seu descrédito, devido à corrupção e à falta de boas políticas públicas”. Os bispos, mostram, desse modo, a origem de problemas dessa natureza: “De fato, a carência de políticas públicas consistentes, no país, está na raiz de graves questões sociais, como o aumento do desemprego e da violência que, no campo e na cidade, vitima milhares de pessoas, sobretudo, mulheres, pobres, jovens, negros e indígenas“.
Aumenta o número de pobres
“Além disso, a perda de direitos e de conquistas sociais, resultado de uma economia que submete a política aos interesses do mercado, tem aumentado o número dos pobres e dos que vivem em situação de vulnerabilidade. Inúmeras situações exigem soluções urgentes, como a dos presidiários, que clama aos céus e é causa, em grande parte, das rebeliões que ceifam muitas vidas“, afirmam os bispos. E apontam para uma dura realidade de nossos dias: “Os discursos e atos de intolerância, de ódio e de violência, tanto nas redes sociais como em manifestações públicas, revelam uma polarização e uma radicalização que produzem posturas antidemocráticas, fechadas a toda possibilidade de diálogo e conciliação“.
Eleições: sentido promissor
O quinto parágrafo da mensagem traz a seguinte reflexão: “Nesse contexto, as eleições de 2018 têm sentido particularmente importante e promissor. Elas devem garantir o fortalecimento da democracia e o exercício da cidadania da população brasileira. Constituem-se, na atual conjuntura, num passo importante para que o Brasil reafirme a normalidade democrática, supere a crise institucional vigente, garanta a independência e a autonomia dos três poderes constituídos – Executivo, Legislativo e Judiciário – e evite o risco de judicialização da política e de politização da Justiça. É imperativo assegurar que as eleições sejam realizadas dentro dos princípios democráticos e éticos para que se restabeleçam a confiança e a esperança tão abaladas do povo brasileiro. O bem maior do País, para além de ideologias e interesses particulares, deve conduzir a consciência e o coração tanto de candidatos, quanto de eleitores“.
Compromissos do eleitor
“Nas eleições, não se deve abrir mão de princípios éticos e de dispositivos legais, como o valor e a importância do voto, embora este não esgote o exercício da cidadania; o compromisso de acompanhar os eleitos e participar efetivamente da construção de um país justo, ético e igualitário; a lisura do processo eleitoral, fazendo valer as leis que o regem, particularmente, a Lei 9840/1999 de combate à corrupção eleitoral mediante a compra de votos e o uso da máquina administrativa, e a Lei 135/2010, conhecida como ‘Lei da Ficha Limpa’, que torna inelegível quem tenha sido condenado em decisão proferida por órgão judicial colegiado“, enumeram os bispos.
Alerta aos políticos
No sétimo parágrafo da mensagem, lembrando que o Brasil vive o Ano do Laicato, os bispos reafirmam as palavras enviadas pelo Papa Francisco aos participantes do encontro de políticos católicos, em Bogotá, em dezembro do ano passado: “há necessidade de dirigentes políticos que vivam com paixão o seu serviço aos povos, (…) solidários com os seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados; que não se deixem intimidar pelos grandes poderes financeiros e midiáticos; que sejam competentes e pacientes face a problemas complexos; que sejam abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático; que conjuguem a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação“.
Conhecer os candidatos
“É fundamental, portanto, conhecer e avaliar as propostas e a vida dos candidatos, procurando identificar com clareza os interesses subjacentes a cada candidatura. A campanha eleitoral torna-se, assim, oportunidade para os candidatos revelarem seu pensamento sobre o Brasil que queremos construir. Não merecem ser eleitos ou reeleitos candidatos que se rendem a uma economia que coloca o lucro acima de tudo e não assumem o bem comum como sua meta, nem os que propõem e defendem reformas que atentam contra a vida dos pobres e sua dignidade. São igualmente reprováveis candidaturas motivadas pela busca do foro privilegiado e outras vantagens”, pedem os bispos, na mensagem.
Os bispos reunidos em Aparecida, resgatam trecho do Documento 91, da CNBB: “dos agentes políticos, em cargos executivos, se exige a conduta ética, nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e com os poderes econômicos”. E mais: “Dos que forem eleitos para o Parlamento espera-se uma ação de fiscalização e legislação que não se limite à simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao Executivo”. A mensagem emenda: “As eleições são ocasião para os eleitores avaliarem os candidatos, sobretudo, os que já exercem mandatos, aprovando os que honraram o exercício da política e reprovando os que se deixaram corromper pelo poder político e econômico“.
Oportunidade crescimento
O penúltimo parágrafo: “Exortamos a população brasileira a fazer desse momento difícil uma oportunidade de crescimento, abandonando os caminhos da intolerância, do desânimo e do desencanto. Incentivamos as comunidades eclesiais a assumirem, à luz do Evangelho, a dimensão política da fé, a serviço do Reino de Deus. Sem tirar os pés do duro chão da realidade, somos movidos pela esperança, que nos compromete com a superação de tudo o que aflige o povo“
Cuidado com fake news
“Alertamos para o cuidado com fake news, já presentes nesse período pré-eleitoral, com tendência a se proliferarem, em ocasião das eleições, causando graves prejuízos à democracia“, concluem os bispos. E a mensagem termina também com o Papa Francisco: “O Senhor ‘nos conceda mais políticos, que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres”. Fonte: www.vaticannews.va
Alegrai-vos e exultai (parte 1)
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Dom Manoel Delson é Arcebispo Metropolitano da Paraíba
A Santidade é o rosto mais belo da Igreja. O Papa Francisco, na sua nova Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate”, sobre a chamada à santidade no mundo atual, convoca-nos para o seu humilde objetivo, como ele mesmo expressou: “fazer ressoar mais uma vez a chamada à santidade, procurando encarná-la no contexto atual, com os seus riscos, desafios e oportunidades, porque o Senhor escolheu cada um de nós ‘para ser santo e irrepreensível na sua presença, no amor’ (Efésios 1,4)” (Exort. Apost. Gaudete et Exsultate, n. 02).
O Papa Francisco, com linguagem simples e precisa, garante-nos demorados momentos reflexivos nesta nova Exortação. Ele chama a nossa atenção para a necessidade de vivermos um estilo de vida cristã a partir da santidade comum, pois o Espírito Santo, autor da santidade na Igreja, derrama-se por toda a parte, derrama-se em todos os batizados que buscam a fidelidade própria do povo de Deus. “A santidade comum forja-se nas situações mais simples da vida, como: nos pais que criam seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir” (Exort. Apost. Gaudete et Exsultate, n. 07).
A Igreja, mesmo sendo agitada por muitas ondas, isto é, também agitada pelos pecados de seus próprios filhos, não pode deixar de anunciar a beleza da santidade de Deus. Santidade esta que sempre fora estampada multissecularmente no tempo e na história dos homens pela santidade comum dos cristãos. Os filhos da Igreja são chamados à santidade quando se aproximam da carne de Cristo sofredor, quando se permitem sofrer os riscos na vida ordinária.
O Papa também nos adverte sobre os inimigos da vida santa. Ele chama a atenção sobre as heresias do gnosticismo e do pelagianismo. São equívocos que trazemos para dentro da vida cristã. A primeira heresia citada significa viver uma fé presa aos seus próprios esquemas mentais, apoiando-se no império do excesso de conhecimento. A segunda heresia citada por Francisco, a do pelagianismo, absolutiza a vontade e não mais o conhecimento – são aqueles tipos de cristãos que confiam na força do próprio braço, esquecem-se da primazia da graça de Deus. Para a Exortação, quem se conforma a essa mentalidade vive uma vontade sem humildade.
Que a mesma alegria que povoa o coração de Francisco de Roma também faça morada em nossos corações. Sejamos santos alegres num mundo tão cansado que espera nosso testemunho! Fonte: www.paraibaonline.com.br
Conclui-se a 56ª Assembleia Geral da CNBB: mensagem dos bispos
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Sobre a conclusão da Assembleia nós conversamos com o coordenador dos trabalhos, Dom Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar de São Luis do Maranhão.
Silvonei José - Aparecida
Concluiu-se-se nesta sexta-feira com a Santa Missa no Santuário Nacional de Aparecida a 56ª Assembleia Geral da CNBB depois de 10 dias de trabalhos. A celebração foi presidida pelo presidente da CNBB, arcebispo de Brasília, Cardeal Sérgio da Rocha.
No dia de ontem Dom Sergio da Rocha conversou com os jornalistas reunidos na Coletiva de Imprensa e pediu a dom Murilo Krieger, vice-presidente que lesse a mensagem da conferência ao povo de Deus. O documento registra a comunhão do episcopado brasileiro com o Papa Francisco e destaca a necessidade de promover o diálogo respeitoso para estimular a comunhão na fé em tempo de politização e polarizações nas redes sociais. A mensagem retoma a natureza e a missão da entidade na sociedade brasileira.
Confira, na sequência, a íntegra do documento que será enviado à todas as 277 circunscrições eclesiásticas do Brasil, incluindo arquidioceses, dioceses, prelazias, entre outras.
MENSAGEM DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL AO POVO DE DEUS
O que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo (1Jo 1,3)
Em comunhão com o Papa Francisco, nós, Bispos membros da CNBB, reunidos na 56ª Assembleia Geral, em Aparecida – SP, agradecemos a Deus pelos 65 anos da CNBB, dom de Deus para a Igreja e para a sociedade brasileira. Convidamos os membros de nossas comunidades e todas as pessoas de boa vontade a se associarem à reflexão que fazemos sobre nossa missão e assumirem conosco o compromisso de percorrer este caminho de comunhão e serviço.
Vivemos um tempo de politização e polarizações que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem a CNBB. Queremos promover o diálogo respeitoso, que estimule e faça crescer a nossa comunhão na fé, pois, só permanecendo unidos em Cristo podemos experimentar a alegria de ser discípulos missionários.
A Igreja fundada por Cristo é mistério de comunhão: “povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (São Cipriano). Como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (cf. Ef 5,25), assim devemos amá-la e por ela nos doar. Por isso, não é possível compreender a Igreja simplesmente a partir de categorias sociológicas, políticas e ideológicas, pois ela é, na história, o povo de Deus, o corpo de Cristo, e o templo do Espírito Santo.
Nós, Bispos da Igreja Católica, sucessores dos Apóstolos, estamos unidos entre nós por uma fraternidade sacramental e em comunhão com o sucessor de Pedro; isso nos constitui um colégio a serviço da Igreja (cf. Christus Dominus, 3). O nosso afeto colegial se concretiza também nas Conferências Episcopais, expressão da catolicidade e unidade da Igreja. O Concílio Vaticano II, na Lumen Gentium, 23, atribui o surgimento das Conferências à Divina Providência e, no decreto Christus Dominus, 37, determina que sejam estabelecidas em todos os países em que está presente a Igreja.
Em sua missão evangelizadora, a CNBB vem servindo à sociedade brasileira, pautando sua atuação pelo Evangelho e pelo Magistério, particularmente pela Doutrina Social da Igreja. “A fé age pela caridade” (Gl 5,6); por isso, a Igreja, a partir de Jesus Cristo, que revela o mistério do homem, promove o humanismo integral e solidário em defesa da vida, desde a concepção até o fim natural. Igualmente, a opção preferencial pelos pobres é uma marca distintiva da história desta Conferência. O Papa Bento XVI afirmou que “a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com a sua pobreza”. É a partir de Jesus Cristo que a Igreja se dedica aos pobres e marginalizados, pois neles ela toca a própria carne sofredora de Cristo, como exorta o Papa Francisco.
A CNBB não se identifica com nenhuma ideologia ou partido político. As ideologias levam a dois erros nocivos: por um lado, transformar o cristianismo numa espécie de ONG, sem levar em conta a graça e a união interior com Cristo; por outro, viver entregue ao intimismo, suspeitando do compromisso social dos outros e considerando-o superficial e mundano (cf. Gaudete et Exsultate, n. 100-101).
Ao assumir posicionamentos pastorais em questões sociais, econômicas e políticas, a CNBB o faz por exigência do Evangelho. A Igreja reivindica sempre a liberdade, a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem (cf. Gaudium et Spes, 76). Isso nos compromete profeticamente. Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada. Se, por este motivo, formos perseguidos, nos configuraremos a Jesus Cristo, vivendo a bem-aventurança da perseguição (Mt 5,11).
A Conferência Episcopal, como instituição colegiada, não pode ser responsabilizada por palavras ou ações isoladas que não estejam em sintonia com a fé da Igreja, sua liturgia e doutrina social, mesmo quando realizadas por eclesiásticos.
Neste Ano Nacional do Laicato, conclamamos todos os fiéis a viverem a integralidade da fé, na comunhão eclesial, construindo uma sociedade impregnada dos valores do Reino de Deus. Para isso, a liberdade de expressão e o diálogo responsável são indispensáveis. Devem, porém, ser pautados pela verdade, fortaleza, prudência, reverência e amor “para com aqueles que, em razão do seu cargo, representam a pessoa de Cristo” (LG 37). “Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor” (Papa Francisco, Mensagem para o 52º dia Mundial das Comunicações de 2018).
Deste Santuário de Nossa Senhora Aparecida, invocamos, por sua materna intercessão, abundantes bênçãos divinas sobre todos. Fonte: www.vaticannews.va
Sacerdote assassinado no México
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O padre Rubén Alcántara Díaz, de 50 anos, foi esfaqueado na casa paroquial da Igreja Nossa Senhora do Carmo, Diocese de Izcalli.
Cidade do Vaticano
O padre Rubén Alcántara Díaz, de 50 anos, vigário judicial da Diocese de Izcalli, no município de Cuautitlán (México), foi assassinado na noite de quarta-feira, 18, com uma faca, pouco antes da Missa das 19 horas, que deveria celebrar na Igreja de "Nuestra Señora del Carmen", no distrito de Cumbria.
O Centro Multimídia Católico informou a Agência Fides sobre o trágico acontecimento.
O Secretário Geral da Conferência Episcopal Mexicana, Dom Alfonso Gerardo Miranda Guardiola, bispo Auxiliar da Arquidiocese de Monterrey, Nuevo León, confirmou o fato e condenou o assassinato do sacerdote.
De acordo com informações locais, a secretária da igreja ouviu o padre discutindo com um homem. Quando ele saiu, o padre foi encontrado estirado no chão, já sem vida. Fonte: www.vaticannews.va
56 AG/CNBB: “O sofrimento dos indígenas nunca passa da sexta-feira Santa".
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Para o arcebispo de Boa Vista (RO), dom Roque Paloschi, falar da causa indígena é olhar para a cruz e o mistério do sofrimento. “O sofrimento dos indígenas nunca passa da sexta-feira Santa, eles são sempre vilipendiados e vítimas de escárnio no Brasil”, disse o presidente do Conselho Indígena Missionário (CIMI) na Coletiva de Imprensa desta quarta-feira, 18, na 56ª Assembleia Geral da CNBB.
Para exemplificar, o religioso citou o assassinato do professor da etnia Xokleng Marcondes Namblá, morto na cidade de Penha (SP) em janeiro, o assassinato do também professor Daniel Kabixana Tapirapé, em Confresa (MT) no mesmo mês, o incêndio na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) na terra indígena Karipuna, no estado do Rondônia, em fevereiro deste ano. E ainda a ação violenta da Polícia Militar em Passo Fundo (RS), praticada contra 12 famílias do Povo Kaingang, no dia 15 de fevereiro.
Estes casos, segundo dom Palochi, não são isolados mas revelam como estão sendo tratados os povos indígenas no Brasil. O religioso disse que os relatórios anuais que o CIMI publica vem demonstrando regularmente um aumento da violência contra os povos originários.
Omissão dos 3 poderes – O presidente atribuiu esta escalada de violência à omissão dos três poderes do Estado Brasileiro e ainda apontou as iniciativas que estão em curso em cada um destes que farão retroceder os direitos dos povos indígenas no Brasil. No Executivo, ele citou parecer vinculante da Advocacia Geral da União (AGU), nº 001/2017, com a finalidade de paralisar processos de demarcação de terras indígenas no Brasil, bem como anular demarcações já realizadas.
Ele citou também a emenda constitucional nº 95 do governo federal que congela os gastos sociais por 20 anos. O orçamento da Funai, com esta emenda, sofreu corte de 0,018% para 0,02%, o que para o religioso trata-se de um enfraquecimento das ações governamentais para assegurar direitos dos índios.
No poder Legislativo, ele citou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000 que busca transferir do Executivo para o Legislativo a palavra final sobre demarcação de terras indígenas. No Judiciário ele citou a tese do “marco temporal” que buscam restringir o alcance do direito à demarcação das terras indígenas, já que vincula este à presença física, e não tradicional, das comunidades nos seus territórios ao período de 05 de outubro de 1988, data da promulgação da nossa atual Constituição Federal.
O religioso afirmou que este conjunto de ações está sendo coordenado para que haja perda de direitos e mais criminalização de lideranças que lutam pelos direitos dos povos originários no Brasil. Diante deste quadro, defende dom Roque Paloschi, a Igreja não pode ficar calada. “A Igreja não pode se omitir e ficar indiferente aos direitos que estão sendo negados e à destruição da mãe Natureza”, disse. Fonte: http://www.cnbb.org.br
56ª AG/CNBB: Quinta-feira, 19 de abril: Presidência apresenta, à tarde, duas mensagens dirigidas ao povo de Deus
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No penúltimo dia da 56ª Assembleia Geral da CNBB, além de fazerem os arremates finais com informes gerais e últimas votações, os bispos terão encontros de referenciais das comissões episcopais e uma reservada com os membros dos 18 regionais. No começo da tarde, a presidência da Conferência atende os jornalistas na última Entrevista Coletiva na qual serão apresentadas dois documentos elaborados e aprovados pelo conjunto do episcopado. Um trata da conjuntura eclesial e o outro sobre as próximas eleições.
Coordenação dos trabalhos
Desde o início da Assembleia, no dia 11 de abril até a tarde desta quarta-feira, os trabalhos em plenário foram coordenados pelos bispo auxiliar de São Luís (MA), dom Esmeraldo Barreto de Farias. A ele coube a função de secretário ad hoc neste encontro dos bispos. Segundo o regimento interno da Assembleia, a tarefa do secretário é a de “coordenar o plenário “.
A partir da parte de hoje, o arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG), dom João Justino de Medeiros Silva, vai coordenar os trabalhos finais da Assembleia.
Ultimas providências
Duas importantes tarefas foram adiadas para hoje: a finalização das indicações para as Diretrizes Gerais da Ação Evangelização e a aprovação do texto da última mensagem dirigida ao povo brasileiro elaborada nesta Assembleia Geral. Além disso, seguem os informes de vários grupos e comissões que têm relatos significativos para o conjunto do episcopado.
Ainda consta da pauta oficial duas reuniões reuniões de importância estratégica para o trabalho de animação da ação evangelizadora em todo o País. A primeira será o encontro entre os membros da comissões episcopais com os bispos referenciais dos 18 regionais da CNBB. Neste encontro, são apresentadas as principais atividades que cada comissão até a assembleia do ano que vem. É uma oportunidade para que os presidentes dessas comissões que também fazem parte do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) escutem os bispos que atuam em diversas áreas da evangelização diretamente com as dioceses.
A segunda reunião, última atividade do dia, deve ser realizada nas salas do subsolo do Centro de Eventos e vai reunir os bispos por regionais. Este encontro tem caráter reservado.
Coletiva
Mais breve que nos outros dias da Assembleia, a Coletiva de Imprensa, vai ser realizada com os membros da presidência presentes em Aparecida, cardeal Sergio da Rocha e dom Murilo Krieger, e o presidente da comissão que preparou e estudou com os bispos o tema central deste ano, as “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros”.
Na parte que caberá à presidência da CNBB, serão apresentados dois documentos, duas mensagens ao povo católico brasileiro e às pessoas de boa vontade. A primeira mensagem se refere ao posicionamento da Conferência sobre a realização das próximas eleições no Brasil. Como de costume, em anos eleitorais, os bispos apresentam uma série de questões e orientações importantes para ajudar o eleitor brasileiro. Fonte: http://www.cnbb.org.br
Laicato chileno se une contra a "Igreja de Karadima"
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Uma preocupação comum com o clericalismo, a marginalização das mulheres e a negligência dos pobres, tudo isso em consequência dos efeitos da Igreja, em que mandam padres e bispos formados por Karadima, uniu leigos e leigas no Chile e assumiram sua diversidade como a grande riqueza. A reportagem é de Aníbal Pastor N., publicada por Religión Digital, 15-04-2018. A tradução é de André Langer.
Assim, neste sábado, 14 de abril, 50 leigos e leigas de diversas origens eclesiais e geográficas do país reuniram-se – em um gesto de verdadeira comunhão – para dinamizar toda a Igreja, após sua hierarquia tê-la colocado em grave crise de unidade e subsistência.
São pessoas que representam redes de leigos e leigas, redes de mulheres, comunidades eclesiais de base, paróquias, comunidades ecumênicas, movimentos apostólicos em meios populares e profissionais, espiritualidades de congregações religiosas, centros de estudos e formação espiritual, expressões do laicato em setores médios da nossa sociedade, professores e professoras de ensino religioso, pastoral mapuche, pastoral da saúde, organizações de direitos humanos ligadas à Igreja, de organizações que trabalham com pessoas com necessidades especiais, viciados em drogas e alcoólicos, leigos e leigas ligados diretamente a movimentos populares e novas expressões políticas, e homens e mulheres do mundo acadêmico da teologia.
Essas pessoas não pertencem apenas às experiências de base da capital. Houve a participação de representantes das dioceses de Santiago, Talca, Chillán,Concepción, Temuco, Valdivia, Osorno e Puerto Montt. Na última hora, veio juntar-se a eles um representante de Valparaíso.
Uma das tarefas confiadas à coordenação escolhida para se desenvolver nacionalmente é elaborar uma carta ao Papa Francisco para informá-lo sobre essa unidade laica e expressar-lhe os temores e as necessidades vividos em relação às mudanças que devem ser implementadas na Igreja chilena.
Como é do conhecimento da opinião pública, às possíveis nove mudanças episcopais que estão por vir, soma-se a preocupação dos leigos e leigas com o impacto provocado por cerca de 40 sacerdotes, que são párocos, que foram formados por Karadima e cujas ações atentam contra o verdadeiro seguimento de Jesus. Deve-se acrescentar, além disso, a formação geral do clero que em muitos lugares impõe um caminho anticonciliar da liturgia, afastando ainda mais o povo, segundo se afirmou neste encontro.
Os representantes reunidos hoje, também tiraram um plano de trabalho para fortalecer o laicato na Igreja e que contém três linhas: o desenvolvimento da autonomia dos leigos e leigas; a vivência da solidariedade, especialmente com os mais pobres, resgatando o ensino social da Igreja; e a criatividade para assumir novas linguagens, novos temas e novos meios de comunicação.
Assim, entre os eixos-chave está a promoção de novos estilos festivos de celebração e não mortificantes e culposos impostos pelos padres, a dimensão ecológica da relação com tudo o que vive no ambiente, e um novo papel das mulheres na Igreja, porque – como foi dito – não é o papel de simples sacristã e beata, mas trata-se de pessoas que gozam das mesmas condições que os varões, protagonistas do Evangelho como Maria e sujeitas ativas na vida comunitária, sacramental e litúrgica da Igreja.
Nesta linha, todos os membros desta nova entidade formada por leigos e leigas concordaram em constituir uma rede de redes, para serem inclusivos e unitários em suas propostas e para concretizarem o sonho da descentralização. De fato, já foram programados novos encontros por regiões.
A nova coordenação nacional desta rede de redes foi eleita democraticamente e é composta por: Francisco de Ferari, Mirna Pino, Larry Gárate e Roberto Sánchez (Santiago); Gustavo Madrid (Talca); Mirena Romero (Chillán); Sonia Morales (Temuco); Juan Carlos Claret (Osorno); e Daniel Parra (Puerto Montt). O encontro foi convocado pelas redes sociais desde janeiro passado, depois que o Papa deixou o Chile, por leigos e leigas católicos em uma estrutura de unidade e serviço à Igreja.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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