Comunicação, santidade e os excessos da mídia (inclusive católica)
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Na Exortação Apostólica "Gaudete et exsultate” do Papa Francisco são encontradas indicações também para quem comunica, e podem ser um útil antídoto contra a hipertrofia do "eu”, o egocentrismo, a violência verbal, a zombaria, a incapacidade de sentir empatia pelas razões dos outros e pela dor dos outros; a incapacidade de fazer uma autocrítica. A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 09-04-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
Comentando a seguinte frase das bem-aventuranças anunciadas por Jesus: "Felizes os mansos, porque possuirão a terra", Francisco escreve: " É uma frase forte, neste mundo que, desde o início, é um lugar de inimizade, onde se litiga por todo o lado, onde há ódio em toda a parte, onde constantemente classificamos os outros pelas suas ideias, os seus costumes e até a sua forma de falar ou vestir. Em suma, é o reino do orgulho e da vaidade, onde cada um se julga no direito de elevar-se acima dos outro"(71).
A indicação é a de ser mansos: "No entanto, apesar de parecer impossível, Jesus oferece outro estilo: a mansidão". Quando vivemos "agitados e arrogantes diante dos outros, acabamos cansados e esgotados. Mas quando vemos suas limitações e defeitos com ternura e mansidão, sem nos sentirmos superiores, podemos dar-lhes uma mão e evitar o desperdício de energia em lástimas inúteis", sugere o Papa Bergoglio.
Outra bem-aventurança diz respeito à capacidade de compartilhar o sofrimento e a dor. "A pessoa que, vendo as coisas como realmente estão, se deixa trespassar pela aflição e chora no seu coração, é capaz de alcançar as profundezas da vida e ser autenticamente feliz" (76). O Papa nos lembra que a vida "tem sentido quando ajudamos o outro em sua dor, quando compreendemos o sofrimento das outras pessoas, quando damos alívio para os outros. Essa pessoa sente que o outro é carne de sua carne, não tem medo de chegar perto e tocar a ferida, sente compaixão até experienciar que as distâncias se anulam". Mais uma vez, estas são palavras que não deveriam deixar indiferente quem se ocupa das comunicações.
Em outro capítulo da exortação, descrevendo algumas características essenciais da vida santa como "suportar-se mutuamente, paciência e mansidão," Francisco escreve: "É preciso lutar e estar atentos às nossas inclinações agressivas e egocêntricas, para não deixar que ganhem raízes" (114). O egocentrismo, a tendência a se mostrar, a acreditar-se melhor, a destacar-se, a colocar-se em um pedestal é característica muitas vezes vista no mundo midiático, e na mais ampla galáxia da web.
Francisco não concede descontos e escreve que "também os cristãos fazem parte de redes de violência verbal através da internet e vários fóruns ou espaços de intercâmbio digital. Mesmo nas mídias católicas, é possível ultrapassar os limites, tolerando-se a difamação e a calúnia e parecendo excluir qualquer ética e respeito pela reputação alheia. Gera-se, assim, um dualismo perigoso, porque, nessas redes, dizem-se coisas que não seriam toleráveis na vida pública e procura-se compensar as próprias insatisfações descarregando furiosamente os desejos de vingança. É impressionante como, às vezes, pretendendo defender outros mandamentos, se ignora completamente o oitavo: «não levantar falsos testemunhos» e destrói-se sem piedade a imagem alheia" (115).
Não há necessidade de ser especialista na área para perceber quanta violência verbal, zombaria, difamação e calúnia existe na galáxia da web, mesmo em sites, blogs e mídias sociais que veem católicos como protagonistas. O abuso das fontes anônimas para transmitir as opiniões mais desdenhosas, os ataques diários a outros cristãos "réus” por não pensar da mesma maneira.
O Papa recordou que "o santo não gasta as suas energias a lamentar-se dos erros alheios, é capaz de guardar silêncio sobre os defeitos dos seus irmãos e evita a violência verbal que destrói e maltrata, porque não se julga digno de ser duro com os outros, mas considera-os superiores a si próprio" (116). Ele acrescenta que "não nos faz bem olhar com altivez, assumir o papel de juízes sem piedade, considerar os outros como indignos e pretender continuamente dar lições. Esta é uma forma sutil de violência" (117).
São sugestões que se adicionam àquelas, muito claras e conhecidas há séculos, que o patrono dos jornalistas, o bispo São Francisco de Sales, havia definido no início do século XVII em sua “Filoteia”. O santo escrevia: "ao julgar o próximo, se deve prestar tanta atenção, como um hábil cirurgião que corta entre os nervos e os tendões. É preciso que o golpe que eu der seja tão certeiro e justo, que não diga nem mais nem menos do que é". Ele acrescentou: "seja sincera tua linguagem, agradável, natural e fiel. Guarda-te de dobres, artifícios e toda sorte de dissimulações, porque, embora não seja prudente dizer sempre a verdade, entretanto é sempre ilícito faltar a verdade".
Francisco de Sales sugeria um critério particularmente indicativo: "eis aí como devemos julgar do próximo: o melhor possível; e, se uma ação tivesse cem aspectos diferentes, deveríamos encará-la unicamente pelo lado mais belo sempre interpretando a favor de outros".
E concluía: "O homem justo, quando não pode escusar um fato nem a intenção daquele que, aliás, conhece por homem de bem, não só não o quer julgar, mas lança de si tal pensamento e deixa o juízo unicamente a Deus [...] Assim se as vezes não podemos desculpar o pecado do próximo, tornemo-lo ao menos digno de compaixão, atribuindo a falta a causa mais sofrível que possa ter, como a ignorância ou a fraqueza". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
CNBB. 56ª Assembleia Geral dos Bispos: Missa de abertura.
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“Para enfrentar desafios, nós necessitamos caminhar unidos. No mundo marcado por tantas divisões, o testemunho de comunhão se torna ainda mais necessário”, disse o presidente da CNBB na missa de abertura da AG
“Alegrai e exultai” é o convite que o papa Francisco está fazendo a toda a Igreja para experimentar a alegria da santidade no dia a dia da vida, assim o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, deu início a sua homilia na manhã desta quarta-feira (11), na missa de abertura da 56ª Assembleia Geral dos Bispos (AG).
“Todos somos chamados a santidade nas diversas vocações e ministérios e felizes, bem-aventurados são os santos”.
Durante a celebração de abertura, o cardeal Sérgio da Rocha, questionou: Por que alegrar-se em meio a tantos desafios, por que alegra-se em meio a tantas situações de sofrimento? Porque o senhor ressuscitou proclama a nossa Igreja, porque a vida venceu a morte, o amor venceu o ódio, o perdão venceu a vingança, a esperança venceu o desânimo e a alegria venceu a tristeza. Por isso, nós nos alegramos porque unidos a Cristo e graças a Ele nós também podemos superar os desafios e caminhar numa vida nova.
São inúmeros desafios para a missão da Igreja no mundo de hoje e na realidade brasileira. Conforme os Atos dos Apóstolos, as dificuldades não devem impedir o anúncio da palavra de Deus. Ao contrário exige ainda mais a proclamação firme, o testemunho fiel do Evangelho.
“Ninguém pode aprisionar a palavra de Deus”, salientou
O Cardeal também falou da importância da oração de todos para o enfrentamento das dificuldades. “Para enfrentar desafios, nós necessitamos caminhar unidos. No mundo marcado por tantas divisões de conflitos, o testemunho de comunhão se torna ainda mais necessário”.
E finalizou sua reflexão, dizendo que os todos são chamados e desafiados a serem cristãos por inteiro, a viverem a santidade sendo fieis em todos os momentos, nas alegrias e nas dores.
“Seja o nosso louvor Pascal manifestado com os lábios, com o coração e com a vida. Seja o nosso louvor Pascal acompanhado da busca da paz, jamais cedendo a tentação da agressividade, do ressentimento, da vingança em palavras ou atos”.
A Missa foi concelebrada pelos arcebispos de Salvador (BA) e vice-presidente da CNBB, dom Murilo Krieger, de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes, e pelos bispos de Santo André (SP), dom Pedro Cipollini, de Lages (SC), dom Guilherme Werlang e o coadjudor de Montes Claros (MG), dom João Justino de Medeiros. Além do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello.
A cobertura completa da 56ª AG pode ser conferida aqui no nosso portal e nas redes sociais da CNBB.
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A Missa, uma senhora e um grão de milho
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*João Pedro Rodrigues, Barbacena-MG.
Uma senhora que sempre ia a missa e depois de cada missa colocava um grão de milho em uma latinha para saber quantas missas lhe serviriam para sua salvação. Um dia, indo para a missa, ela se deparou com um pobre pedindo alimento, ela deu o alimento ao pobre e por isso se atrasou para a missa, chegando na metade.
Ela chegou em casa e partiu um grão de milho pois só havia participado de metade da Missa. Quando essa senhora faleceu e seus filhos foram abrir a latinha, estava apenas aquele meio grão de milho.
Moral da história: Mais valeu ela ajudar aquele pobre necessitado do que só ir as Missas e não fazer mais nada em prol das pessoas.
*História contada no programa, A Palavra do Frei Petrônio- AO VIVO- do dia 10 de abril-2018-
MORTE DE SEMINARISTA EM ROMA: Fallece en Roma un joven aspirante a sacerdote con un futuro prometedor
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Seminarista morre um dia após acolitar o Papa Francisco
Nesta segunda-feira, 2 de abril, foi encontrado morto em seu quarto o irmão Anthony Freeman, seminarista da congregação dos Legionários de Cristo. Natural de Louisiana, nos Estados Unidos, o jovem religioso de apenas 30 anos de idade estava prestes a ser ordenado diácono.
Anthony morreu em Roma, no seminário em que vive, estuda e trabalha a maior parte dos seminaristas dessa congregação durante os seus anos de estudos de filosofia e teologia em preparação para o sacerdócio. Segundo nota dos legionários, as causas da morte estão sendo averiguadas pelas autoridades. A mais provável é que Anthony tenha sofrido um infarto.
A congregação também pediu orações pelo eterno descanso da alma de Anthony e pelo conforto espiritual dos seus pais e familiares.
Neste Domingo de Páscoa, o irmão Anthony tinha compartilhado em uma rede social a sua experiência de ser acólito do Papa Francisco:
“Tive a bênção de estar com o Papa Francisco e acolitá-lo na missa da Páscoa!”.
Além da graça de auxiliar o Santo Padre na missa mais importante do calendário cristão, Anthony tinha acabado de realizar um retiro espiritual de oito dias em silêncio absoluto, segundo a metodologia dos exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola, preparando-se para a ordenação diaconal.
Ele também tinha escrito:
“Muito obrigado pelas suas orações durante o meu retiro. Literalmente, esta última semana de intenso silêncio, sem falar nas últimas 48 horas, foi de momentos muito especiais com Deus e também com os outros. A alegria, a tristeza e a esperança da vida são às vezes condensadas em breves momentos; este foi um deles para mim, e, espiritualmente, este momento da Paixão e Ressurreição de nosso Senhor é o que dá a esses momentos o seu pleno significado e expressão. Bênçãos pascais!” Fonte: https://pt.aleteia.org
2º-Domingo da Páscoa – Ano B: Domingo da Misericórdia
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A liturgia deste domingo apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição.
Na primeira leitura temos, numa das “fotografias” que Lucas apresenta da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade formada por pessoas diversas, mas que vivem a mesma fé num só coração e numa só alma; é uma comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos de partilha e de dom e que, dessa forma, testemunha Jesus ressuscitado.
No Evangelho sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
PRIMEIRA LEITURA (At 4, 32-35)
ATUALIZAÇÃO
A comunidade cristã é uma “multidão” que abraçou a mesma fé – quer dizer, que aderiu a Jesus, aos seus valores, à sua proposta de vida. A Igreja não é um grupo unido por uma ideologia, ou por uma mesma visão do mundo, ou pela simpatia pessoal dos seus membros; mas é uma comunidade que agrupa pessoas de diferentes raças e culturas, unidas à volta de Jesus e do seu projeto de vida e que de forma diversa procuram incarnar a proposta de Jesus na realidade da sua vida quotidiana. Que lugar e que papel Jesus e as suas propostas ocupam na minha vida pessoal e na vida da minha comunidade cristã? Jesus é uma referência distante e pouco real, ou é uma presença constante, que me interroga, que me questiona e que me aponta caminhos?
A comunidade cristã é uma família unida, onde os irmãos têm “um só coração e uma só alma”. Tal facto resulta da adesão a Jesus: seria um absurdo aderir a Jesus e ao seu projeto e, depois, conduzir a vida de acordo com mecanismos de divisão, de afastamento, de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência… A minha comunidade cristã é uma comunidade de irmãos que vivem no amor, ou é um grupo de pessoas isoladas, em que cada um procura defender os seus interesses, mesmo que para isso tenha de magoar e de espezinhar os outros? No que me diz respeito, esforço-me por amar todos, por respeitar a liberdade e a dignidade de todos, por potenciar os contributos e as qualidades de todos?
A comunidade cristã é uma comunidade de partilha. No centro dessa comunidade está o Cristo do amor, da partilha, do serviço, do dom da vida… O cristão não pode, portanto, viver fechado no seu egoísmo, indiferente à sorte dos outros irmãos. Em concreto, o nosso texto fala na partilha dos bens… Uma comunidade onde alguns esbanjam os bens e onde outros não têm o suficiente para viver dignamente, será uma comunidade que testemunha, diante dos homens, esse mundo novo de amor que Jesus veio propor? Será cristão aquele que, embora indo à igreja, só pensa em acumular bens materiais, recusando-se a escutar os dramas e sofrimentos dos irmãos mais pobres? Será cristão aquele que, embora contribuindo com dinheiro para as necessidades da paróquia, explora os seus operários ou comete injustiças?
A comunidade cristã é uma comunidade que testemunha o Senhor ressuscitado. Como? Através do discurso apologético dos discípulos? Através de palavras elegantes e de discursos bem elaborados, capazes de seduzir e de manipular as massas? O testemunho mais impressionante e mais convincente será sempre o testemunho de vida dos discípulos… Se conseguirmos criar verdadeiras comunidades fraternas, que vivam no amor e na partilha, que sejam sinais no mundo dessa vida nova que Jesus veio propor, estaremos a anunciar que Jesus está vivo, que está a atuar em nós e que, através de nós, Ele continua a apresentar ao mundo uma proposta de vida verdadeira.
EVANGELHO. (Jo 20, 5, 1-6)
ATUALIZAÇÃO
Antes de mais, a catequese que João nos apresenta garante-nos a presença de Cristo no meio da sua comunidade em marcha pela história. Os discípulos de Jesus vivem no mundo, numa situação de fragilidade e de debilidade; experimentam, como os outros homens e mulheres, o sofrimento, o desalento, a frustração, o desânimo; têm medo quando o mundo escolhe caminhos de guerra e de violência; sofrem quando são atingidos pela injustiça, pela opressão, pelo ódio do mundo; conhecem a perseguição, a incompreensão e a morte… Mas são sempre animados pela esperança, pois sabem que Jesus está presente, oferecendo-lhes a sua paz e apontando-lhes o horizonte da vida definitiva. O cristão é sempre animado pela esperança que brota da presença a seu lado de Cristo ressuscitado. Não devemos, nunca, esquecer esta realidade.
A comunidade cristã gira em torno de Jesus é construída à volta de Jesus e é de Jesus que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito, e não seremos uma comunidade de irmãos… Na nossa comunidade, Cristo é verdadeiramente o centro? É para Ele que tudo tende e é d’Ele que tudo parte?
A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos, verdadeiramente, a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade (no “lado trespassado” e nas chagas de Jesus, expressões do seu amor), que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo. É isso que a nossa comunidade testemunha? Quem procura Cristo ressuscitado, encontra-O em nós? O amor de Jesus – amor total, universal e sem medida – transparece nos nossos gestos?
Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas, egoístas, que encontramos Jesus ressuscitado; mas encontramo-l’O no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida. O que é que significa, para mim, a Eucaristia?
*LEIA A REFLEXÃO NA ÍNTEGRA. CLIQUE AO LADO- EVANGELHO DO DIA.
O encontro do cardeal Sérgio da Rocha com o Papa Francisco
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O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil foi recebido pelo Papa Francisco na sexta-feira, 6 de abril.
Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
"O Papa Francisco sempre demonstra um amor imenso pelo Brasil, pela Igreja no Brasil, pelo povo brasileiro". Palavras do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Sérgio da Rocha, depois do encontro com o Papa Francisco na última sexta-feira.
O cardeal arcebispo de Brasília falou com o Santo Padre, entre outros, sobre a missão da Igreja no Brasil hoje, da qual foram ressaltados três aspectos: a necessidade de avançar sempre mais, na fidelidade à missão da Igreja; caminhar unidos na oração como Igreja, para superar os desafios pastorais e outros problemas da realidade brasileira e a esperança colocada em Cristo.
O Sínodo dos jovens, do qual Dom Sérgio foi nomeado pelo Santo Padre para a secretaria geral, também esteve na pauta do encontro. Francisco insiste que devemos ouvir os jovens, acolhendo a sua pluralidade, revela o arcebispo de Brasília.
O Sínodo da Amazônia foi outro tema candente na entrevista, assim como o desafio da formação permanente e integral dos presbíteros, a ação evangelizadora da Igreja, o cultivo da vida fraterna. Fonte: http://www.vaticannews.va
Papa Francisco lança nova Exortação Apostólica na próxima segunda-feira, 9 de abril
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Exortação Gaudete et Exsultate: chamado à santidade
Na próxima segunda-feira, dia 9 de abril, será apresentada a nova Exortação Apostólica do Papa Francisco “Gaudete et Exsultate”, sobre o chamado à Santidade no mundo contemporâneo.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco em suas homilias, mensagens e documentos sempre reforça o chamado a todos os cristãos de buscar uma vida de santidade: “Todos os cristãos, enquanto batizados, tem igual dignidade diante do Senhor e são unidos na mesma vocação que é a santidade. É um dom que oferece a todos, ninguém se exclui. Por isso, constitui o caráter definitivo de cada cristão. Para ser santo, não precisa ser bispo, padre ou religioso, todos somos chamados a ser santo”, afirma o Papa.
É neste sentimento, que o Papa deseja apresentar a sua nova exortação apostólica sobre a santidade no mundo contemporâneo.
A apresentação oficial se dará primeiro aos jornalistas dos 5 continentes credenciados junto à Sala de Imprensa da Santa Sé, às 12h15 no horário local. Será apresentada por Dom Angelo De Donatis, vigário-geral de Sua Santidade para a Diocese de Roma, acompanhado pelo jornalista Gianni Valente e Paola Bignardi da Ação Católica. Fonte: http://www.cnbb.org.br
STJ nega pedido de soltura de quatro padres e dois empresários de Formosa
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Além dos clérigos e dos dois empresários, estão presos o bispo do município e um juiz eclesiástico de São Paulo
O Superior Tribunal de Justiça negou o pedido de habeas corpus dos defensores dos padres e empresários presos em Formosa (GO) durante a Operação Caifás. A investigação do Ministério Público de Goiás e da Polícia Civil do estado desmontaram um esquema de desvio de dinheiro da diocese do município e paróquias adjacentes.
O pedido de soltura foi feito em benefício do vigário-geral de Formosa, monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, segundo na hierarquia da diocese de Formosa, do pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Formosa, Moacyr Santana, do padre responsável pela Paróquia São José Operário, também no município, Mário Vieira de Brito, e de Waldson José de Melo, pároco da Paróquia Sagrada Família, em Posse (GO).
Os empresários Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto, apontados como laranjas do padre Moacyr e acusados de lavagem de dinheiro também se beneficiariam do habeas corpus. No fim da tarde desta quinta-feira (5/4), o Supremo Tribunal Federal (STF) também negou
Pedido de habeas corpus da defesa.
Ponto de vista da defesa
Um dos advogados dos padres, Bruno Opa, conversou com a reportagem. Ele disse que a negativa já era esperada, mas se queixou da condição dos clérigos investigados e presos. “Somos cinco advogados em uma luta de Davi contra Golias. Estamos enfrentando uma instituição poderosa. Acreditamos que, depois da vida, a liberdade é, talvez da vida, um dos princípios mais valorosos que temos e restringí-la deveria ser o último caso”, argumentou.
“Que risco, padres entre 50 e 70 anos podem oferecer ao processo penal? A gente acha isso contrário à lei. Eles estão abalados. São religiosos, não bandidos. Estão criando um juízo de valor sem que se chegue a uma verdade final. Nós não temos medo da instrução processual, que é quando podemos apresentar a nossa defesa.
Além deles, já entraram com pedido de habeas corpus o advogado do bispo de Formosa, dom José Ronaldo Ribeiro e do juiz eclesiástico Thiago Wenceslau. Eles também tiveram o pedido negado na Justiça Goiana, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, onde já entraram com o recurso uma segunda vez.
Saiba quem é quem entre os indiciados na Operação Caifás:
Dom José Ronaldo Ribeiro, bispo de Formosa
Apontado como líder da quadrilha e preso desde 19 de março, responderá por 10 acusações de apropriação indébita qualificada (por estar no exercício do ofício enquanto cometia os crimes); por falsidade ideológica; e por associação criminosa (antiga formação de quadrilha).
Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral
Segundo na hierarquia da diocese de Formosa, também preso na Operação Caifás, responderá por apropriação indébita qualificada (falta tipificar o número de vezes que teria cometido o crime) e associação criminosa. Na casa dele, a Polícia Civil de Goiás apreendeu mais de R$ 70 mil em dinheiro, relógios de luxo e equipamentos eletrônicos em um fundo falso no guarda roupas.
Moacyr Santana, padre
Pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Formosa, também preso, responderá por apropriação indébita qualificada pelo fato de cometer crime no exercício do ofício, por lavagem de dinheiro e por associação criminosa. O MPGO encontrou o nome do sacerdote em notas promissórias que o ligariam a uma casa lotérica em Posse (GO).
Mário Vieira de Brito, padre
O pároco da Paróquia São José Operário, em Formosa, que também continua preso, responderá por apropriação indébita com a mesma qualificadora dos anteriores, além de ser acusado de falsidade ideológica e associação para o crime. Ele foi flagrado em escutas telefônicas comemorando, com Moacyr, a chegada de um juiz eclesiástico, para intimidar sacerdotes contrários ao esquema, segundo o MPGO.
Waldson José de Melo, padre
Pároco da Paróquia Sagrada Família, em Posse, responderá duas vezes por apropriação indébita qualificada, além de associação criminosa. Continua preso.
Thiago Wenceslau de Barros Barbosa Júnior, padre
Juiz eclesiástico, responderá por falsidade ideológica e associação para o crime. Ainda é suspeito de receber dinheiro para intimidar padres que denunciaram o golpe e de participar da falsificação de um documento que apresentava auditoria nas contas da diocese. Está preso de segunda-feira.
Antônio Rubens Ferreira, empresário
Preso com os religiosos, responde por lavagem de dinheiro. Emprestaria o nome e documentos para a compra de bens móveis e imóveis. É apontado como laranja de Moacyr.
Pedro Henrique Costa Augusto, empresário
Preso com os religiosos, responde por lavagem de dinheiro. Emprestaria o nome e documentos para a compra de bens móveis e imóveis. Também apontado como laranja de Moacyr.
Guilherme Frederico Magalhães, secretário da Cúria de Formosa
Preso segunda-feira, ganhou a liberdade ontem, mas responderá por apropriação indébita qualificada e associação criminosa.
Darcivan da Conceição Sarracena, funcionário da diocese de Formosa
Responderá, também em liberdade, por falsidade ideológica e associação criminosa.
Edimundo da Silva Borges Júnior, advogado da diocese
É outro que responderá em liberdade. Pesam contra ele as acusações de falsidade ideológica e associação criminosa. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
"Eu não lavo os pés aos migrantes"
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"Nos discursos de vários candidatos, politização das migrações era quase sinônimo de criminalização dos migrantes. “A crise migratória” ou “crise humanitária” – como costumam definir a situação – representa um risco para a entrada de pessoas indesejadas, inclusive de terroristas. Expatriar os “clandestinos”, fechar as fronteiras e endurecer as leis imigratórias, eis um dos programas mais salientados por Matteo Salvini, por exemplo, líder da coalizão de centro-direita na Itália", escreve Alfredo J. Gonçalves, padre carlista, assessor das Pastorais Sociais, 04-04-2018.
Eis o artigo.
Embora a Semana Santa já tenha passado, um fato ocorrido na quinta-feira santa, na Igreja de San Michele Arcangelo, diocese de Oria, em Manduria, província de Taranto, Itália, causou não pouca polêmica entre os participantes à celebração. O caso foi notícia no Nuovo Quotidianio di Puglia, depois reproduzido pelo Correiere della Sera (2 de abril), um dos mais importantes jornais italianos. Exatamente na missa da quinta-feira-santa, o pároco daquela Igreja cancelou a cerimônia do lava-pés “porque entre os fiéis participantes no ritual deveriam estar os imigrantes”, confirmam ambos os periódicos. Por sua vez, os imigrantes escolhidos para representarem os apóstolos, prevendo com antecedência o rechaço, não compareceram para a celebração. “Se eles tivessem vindo, eu não estaria aqui”, disse o sacerdote na homilia.
Os fiéis não deixaram de se manifestar através do Fecebook. “Vergonhosamente, nesta noite o racismo subiu os degraus do altar”, postou um. E outro: “Na contramão do Papa Francisco, chegamos ao fundo”. Por fim, um terceiro: “Felizmente, na Igreja ainda temos gente que acolhe e defende os direitos dos imigrantes”.
Semelhante recusa, entretanto, representa apenas a ponta visível de um iceberg que, hoje em dia, flutua incólume pelas águas turvas da conjuntura europeia. Dois fatores são predominantes no momento histórico atual. O primeiro refere-se à politização do fenômeno migratório. Este, de fato, constituiu um dos eixos mais debatidos nas últimas eleições de uma série de países, tais como Áustria, Alemanha, Polônia, Itália, França, entre outros. Nos discursos de vários candidatos, politização das migrações era quase sinônimo de criminalização dos migrantes. “A crise migratória” ou “crise humanitária” – como costumam definir a situação – representa um risco para a entrada de pessoas indesejadas, inclusive de terroristas. Expatriar os “clandestinos”, fechar as fronteiras e endurecer as leis imigratórias, eis um dos programas mais salientados por Matteo Salvini, por exemplo, líder da coalizão de centro-direita na Itália. Não sem razão, em maior ou menor grau, nota-se uma virada à direita na política econômica de todos os países citados – para não falar da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos.
O segundo fator é, digamos, o lado invisível do iceberg. Esses programas e essas políticas anti-migratórias são reflexo de uma mentalidade oculta e, por isso mesmo, bem mais preocupante. Na surdina, boa parte da população (como também boa parte da mídia) apoia a intolerância e a intransigência frente às chamadas “ondas migratórias” que desembarcam nas costas da Itália, Espanha, Grécia... Mesmo com as rotas balcânicae mediterrânea truncadas pela União Europeia através de acordos com a Turquia e a Líbia, respectivamente, os imigrantes continuam chegando. Em menor número, é verdade, mas com a mesma vontade de trabalhar e a mesma teimosia de lutar por um futuro alternativo. Sintoma do rechaço à migração, é a despudorada emergência de grupos de extrema direita, neofacistas ou neonazistas, com ataques pontuais e sistemáticos a pessoas, casas de acolhida e organizações que lutam pelos direitos dos recém-chegados.
Aqui os dois fatores se cruzam e se entrelaçam, num risco crescente em espiral progressiva. Diante das migrações, fala-se de “problema” e de “ameaça”, mas tais perigos não vêm dos migrantes, e sim da cegueira, discriminação e xenofobia de uma extrema direita entrincheirada em seus privilégios e em suas fortalezas de bem-estar. Em lugar de pontes, como insiste o Papa Francisco, propõem a construção de muros. Barreiras cada vez mais intransponíveis aos “extra comunitários”. Voltando às palavras do Pontífice, cresce a “globalização da indiferença” contra a “cultura do encontro, do intercâmbio e da solidariedade”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
OLHAR HERESIAS: Heresias de origens judaicas
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A primeira se referia à obrigatoriedade de se fazer a circuncisão antes do Batismo. Isto foi refutado pelo chamado Concílio de Jerusalém no ano 50 (At 15). Ficou mais restrita a Jerusalém. Depois do martírio do apóstolo Tiago Menor provocou uma separação da Igreja. Isso deu ocasião para controvérsias a respeito da sucessão à sede episcopal de Jerusalém. Quando começou a guerra judaica (ano 66), a comunidade cristã passou de Jerusalém para Pela, na Transjordânia (Peréia) e naquele isolamento sofreu a influência das seitas hebraicas, como a dos essênios.
No do século II surgiu a heresia dos ebionitas ou nazareus. Eles tinham um grande repúdio ao apóstolo Paulo, por eles considerado como apóstata e inimigo da lei mosaica. Tinham um Evangelho próprio, em língua siro-caldaica ou aramaica, que uma reelaboração do Evangelho canônico de São Mateus. As sedes principais dos ebionitas estavam na Transjordânia e depois também a Síria. Aqui sustentaram-se até o século V ou mesmo até a invasão árabe (ano 637).
Cerinto viveu na Ásia Menor nos fins do século I. Era um rígido judaísta, mas também propugnou teses gnósticas. Para ele, o criador do mundo não era Deus, mas uma espécie de anjo (demiurgo). Jesus não era senão um puro homem, sobre o qual teria descido, no batismo, o Cristo divino, em forma de pomba para anunciar aos homens o Pai desconhecido e operar os milagres, mas o teria abandonado antes da paixão (docetismo).
Segundo Irineu, o apóstolo João tê-lo-ia combatido escrevendo o seu Evangelho.
Uma estranha mistura de judaísmo, cristianismo e paganismo representam os elcessitas ou Mandeus. Surgiram na época do imperador Trajano na Transjordânia. Um certo Elkasai é o fundador e autor do livro sagrado da seita, com o qual certo Alcibíades de Apuméia (Síria) fazia propaganda em Roma ainda por volta de 220. Sua base é judaica.
Os elcessitas observam a lei mosaica (circuncisão, sábado, prescrições rituais), mas juntavam a isto a astrologia caldaica e a magia; tinham ainda um batismo para a remissão dos pecados semelhante ao dos cristãos e praticavam frequentes abluções (costume entre os essênios?); não podiam alimentar-se de carne nem beber vinho. De cristão há pouco na sua doutrina e assim mesmo deturpado. Os mandeus tem uma veneração particular por João Batista.
Os elcessitas permanecem até nossos dias na Mesopotâmia meridional com o nome de mandeus.
As pontes do cardeal, após o assassinato que sacudiu o Brasil
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Visita à família de Marielle Franco. Na foto: Os pais Antônio Francisco e Marinete, a irmã Anielle (e a filha) e a filha Luyara. A visita foi acompanhada pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora de Bonsucesso de Inhaúma, padre Anderson Batista Monteiro. (Fotos: Carlos Moioli). Fonte: facebook
O Rio de Janeiro é uma cidade militarizada. E a tensão social está nas nuvens, sobretudo após o violento assassinato da vereadora do Partido Socialismo e Liberdade(PSOL), Marielle Franco. Enquanto a conferência de bispos do Brasil guarda silêncio sobre o homicídio e a intervenção das forças públicas, o Papa irrompeu com um surpreendente telefonema aos familiares da ativista morta. Apenas alguns dias depois, o cardeal Orani João Tempesta seguiu seus passos. Em um simbólico gesto, confortou os familiares de Franco e os de seu motorista. Mas, não parou aí, também quis dar uma atenção a um policial aposentado. A reportagem é de Andrés Beltramo Álvarez, publicada por Vatican Insider, 30-03-2018. A tradução é do Cepat.
Tudo ocorreu no dia 26 de março. Nesse dia, na página do purpurado na rede social Facebook, foram publicadas as fotografias das três reuniões: “Encontro com os familiares de Anderson Pedro Gomes, motorista assassinado com a vereadora Marielle Franco. Na foto, com sua mulher, Agatha Arnaus Re, mãe de Silvinha Rita, e familiares. O encontro ocorreu na Paróquia São Tiago, em Inhaúma, com a presença dos padres Alexandre Tarquino da Silva (pároco) e Charles (vigário paroquial)”, conforme o primeiro dos artigos.
Mais tarde, publicou-se: “Antes da visita aos familiares da vereadora Marielle, tive um encontro com o agente Marcelo e seus familiares, em Cascadura. O agente policial está aqui há nove anos com sequelas por um enfrentamento com traficantes. O encontro aconteceu na presença dos sacerdotes Marcelo de Assis Paiva, capelão da Polícia Militar, e Luiz Fernando de Oliveira Gomes, da Paróquia Santo Sepulcro, em Madureira.
Finalmente, Tempesta acrescentou as fotografias de sua visita aos familiares da vereadora. Nas imagens, é possível ver o consolo afetuoso e muito próximo do arcebispo aos pais de Marielle, Antonio Francisco e Marinete, à irmã Anielle e à filha, Luyara. Também estava no encontro Anderson Batista Monteiro, pároco de Inhaúma.
Ações tipicamente “bergoglianas”, que recordam muito os próprios gestos do cardeal argentino, hoje Papa. É muito sugestivo que tenham ocorrido justamente após o telefonema de Francisco. No dia 14 de março, quando se soube do assassinato de Marielle Franco, o Brasil foi sacudido. A notícia provocou multitudinárias manifestações de protesto e chegou até o Vaticano, onde o Papa segue com preocupação os acontecimentos no país sul-americano.
Na segunda-feira, dia 19, ele recebeu uma carta de Luyara. A mensagem foi breve, mas significativa. Nela, a jovem de 19 anos lhe contava que sua mãe é crente, que sempre lhe falava dos mártires e do Evangelho. Francisco respondeu um dia depois se comunicando. Queria falar com a filha, mas acabou falando com a avó, Marinete da Silva. Isso ocorreu poucas horas antes de uma missa que, naquela terça-feira, 20 de março, foi dedicada à memória da vereadora morta, na Igreja Nossa Senhora do Parto, no centro do Rio.
Contudo, a comunicação com o Papa não passou pela Igreja institucional. A carta da filha de Marielle chegou até a Casa Santa Marta do Vaticano graças a Gustavo Vera, um velho conhecido do líder católico e referência da organização argentina de luta contra o tráfico de pessoas, La Alameda.
Até agora, a direção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) guardou silêncio. Só os bispos do Regional Leste 1 desse organismo emitiram uma nota de protesto pelo assassinato e o recrudescimento da violência, produto da intervenção militar.
Com um decreto do presidente Michel Temer, desde o dia 16 de fevereiro, todas as forças de segurança que operam no Rio estão sob um mesmo comando dependente do Exército. Uma situação inédita, nunca antes verificada desde o retorno da democracia ao país, em 1985. Uma imprevista onda de delinquência levou o mandatário a ordenar a operação, aprovada com o apoio do Congresso Nacional. Contudo, os organismos sociais e de direitos humanos se opuseram, advertindo que o novo estado de coisas seria utilizado para execuções sumárias contra a população civil.
Em seu momento, alguns católicos mostraram sua indignação nas redes sociais pela nota da comissão regional de bispos. Algo semelhante ocorreu com as fotos do cardeal Tempesta, publicadas em uma página seguida por mais de 180.000 pessoas. Nos dois casos, os queixosos argumentaram que Marielle defendia o aborto, as uniões homossexuais e era mãe solteira. Sua figura, já por si incômoda, tornou-se ainda mais após seu assassinato. Na internet, intensificou-se uma campanha contra ela, chegando a ser acusada – inclusive – de cumplicidade com o crime organizado.
Contudo, sua história esconde outros detalhes até agora pouco conhecidos. Aprendeu muito de seu ativismo social na Pastoral da Juventude, na qual participou durante anos. Afrodescendente, era mãe solteira. Embora tivesse se tornado um ícone dos grupos lésbico-gay, ainda se sentia parte da Igreja católica. Para além de suas vicissitudes pessoais, mantinha sua fé. Era devota de São Jorge, como demonstram suas várias fotos com esse santo e com imagens de Nossa Senhora, que chegaram – inclusive – ao Papa Francisco. Sua mãe, devota de Nossa Senhora Aparecida, foi ministra da eucaristia.
Para dizer a verdade, muitos católicos também aplaudiram o gesto de proximidade do cardeal Tempesta com sua família. Tanto dentro como fora da Igreja, sua causa e suas lutas geravam divisão. No entanto, conforme explicou Frei Betto, dominicano brasileiro e referência da Teologia da Libertação, em um artigo publicado no jornal O Globo: “Jesus jamais discriminou pessoas que não aceitavam ou viviam em contraposição aos valores que ele pregava. Acolheu o centurião romano, defendeu a mulher adúltera, valorizou o gesto afetuoso da prostituta que lhe perfumou os pés, aceitou entrar na casa do opressor Zaqueu”.
E Padre Gegê, um famoso blogueiro, refletiu: “Há momentos em que o mundo não quer ver uma Igreja de direita ou de esquerda. Tais classificações não importam em casos de suprema dor. Há momentos cruciais da história em que o mundo espera que a Igreja seja exclusivamente mãe de piedade, de carne e osso. E disso dependerá, inclusive, sua credibilidade enquanto sacramento do amor incondicional, misericordioso e lacrimoso do Deus que não faz distinção de pessoas. Diante do sangue derramado, todas as diferenças ou divergências saem de cena e entra o coração sangrante da Igreja misericordiosa, e por isso capaz de se lançar diante do corpo caído, sujar suas brancas vestimentas de sangue e chorar”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Audiência: depois da missa, passar da carne de Cristo à carne dos irmãos
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“Os frutos da Missa são destinados a amadurecer na vida de todos os dias”, disse o Papa Francisco na Audiência Geral, em que fez uma saudação especial "ao amado Papa Bento XVI".
Cidade do Vaticano (4 de abril de 2018).
A Praça S. Pedro acolheu milhares de fiéis esta quarta-feira de tempo instável em Roma para a Audiência Geral.
Depois de fazer a alegria dos fiéis ao saudá-los de papamóvel, o Papa fez notar as flores presentes na Praça, símbolo da alegria, da “flor nova” que é Cristo, pois a Páscoa faz florescer “o Cristo Ressuscitado, a nossa justificação, a santidade da Igreja”. E pediu aos presentes que desejassem “Feliz Páscoa” ao “amado Papa Bento XVI”, que nos acompanha através da televisão.
Ritos finais
Em sua catequese, o Papa Francisco encerrou o ciclo que dedicou à Missa, falando dos ritos finais: a bênção concedida pelo sacerdote e a despedida do povo.
Assim como a missa tem início com o sinal da cruz, ela se conclui no nome da Trindade e se abre para o testemunho cristão.
“Os cristãos não vão à missa para cumprir um dever semanal e depois se esquecer. Vão à missa para participar da ressurreição do Senhor e depois viver mais como cristãos. Abre-se o testemunho cristão, para sermos mais cristãos.”
Saímos da igreja para “ir em paz” para levar a bênção de Deus para a nossa vida e as atividades cotidianas, destacou o Pontífice.
Língua comprida
“Se saímos da missa conversando, falando dos outros, com a língua comprida, significa que a missa não entrou no meu coração, porque não somos capazes de dar testemunho cristão. Devo sair melhor de como entrei, com mais vida, com mais força, com mais vontade de dar testemunho cristão.”
Da celebração à vida, portanto, cientes de que a Missa encontra cumprimento nas escolhas concretas de quem se deixa envolver em primeira pessoa nos mistérios de Cristo. “Não devemos nos esquecer que celebramos a Eucaristia para aprender a nos tornar homens e mulheres eucarísticos.”
Na prática, explicou o Papa, isso significa deixar agir Cristo nas nossas obras: que os seus pensamentos, sentimentos e escolhas sejam os nossos. Isso é santidade. São Paulo expressa bem este conceito quando diz: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Este é o testemunho cristão.
Sacrário
Já que a presença real de Cristo no Pão consagrado não termina com a Missa, a Eucaristia é conservada no sacrário para a Comunhão aos enfermos e para a adoração silenciosa do Senhor no Santíssimo Sacramento; o culto eucarístico fora da Missa, seja em forma privada, seja comunitária, nos ajuda a permanecer em Cristo.
“A missa é como o grão, que na vida cresce nas obras boas, nas atitudes que nos fazem parecer com Jesus. Os frutos da Missa, portanto, são destinados a amadurecer na vida de todos os dias”, acrescentou Francisco, recordando que a Eucaristia nos separa do pecado.
“Aproximar-se regularmente ao banquete eucarístico renova, fortifica e aprofunda o elo com a comunidade cristã à qual pertencemos, segundo o princípio que a Eucaristia faz a Igreja.”
Da carne de Cristo à carne dos irmãos
Por fim, participar da Eucaristia compromete junto aos demais, principalmente dos pobres, educando-nos a passar da carne de Cristo à carne dos irmãos, na qual ele espera ser reconhecido, servido, honrado e amado por nós.
“Agradeçamos ao Senhor pelo caminho de redescoberta da santa Missa que o Senhor nos doou e deixemo-nos atrair com fé renovada a este encontro real com Jesus morto e ressuscitado por nós. E que a nossa vida seja sempre florescida, como a Páscoa, com as flores da esperança, da fé, das obras boas, que nos possamos encontrar essa força na eucaristia. Boa Páscoa a todos.” Fonte: http://www.vaticannews.va
Sacerdote assassinado em El Salvador
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Sacerdote assassinado em El Salvador
O padre Walter Osmir Vásquez foi morto na noite da Quinta-feira Santa durante um assalto em uma estrada. As suspeitas pela "execução" recaem sobre gangues de criminosos, incomodados com o trabalho do clero em favor dos jovens marginalizados.
Marco Guerra - Cidade do Vaticano
Justiça seja feita “diante de tal sacrilégio” é o pedido da Diocese de Santiago de María, El Salvador, após o assassinato do sacerdote Walter Osmir Vásquez na noite da Quinta-feira Santa, em Lolotique.
Por meio de uma nota divulgada na Sexta-feira Santa, a Diocese a qual pertencia o sacerdote condena “as violências de qualquer tipo, especialmente aquelas que ocorrem no contexto da Semana Santa” e recorda que padre Walter Vásquez Jiménez, poucas horas antes de ser assassinado, havia festejado o sétimo aniversário de sua ordenação sacerdotal.
Solidariedade da Arquidiocese de San Salvador
Uma investigação apurada do ocorrido foi pedida também pela Arquidiocese de San Salvador, ao solidarizar-se com os fiéis da Diocese de Santiago de María e os familiares do sacerdote.
Padre Walter, 31 anos, natural de Lolotique, foi ordenado sacerdote em 2010 e era vigário paroquial em San Buenaventura e Mercedes Umaña. Durante esta Semana Santa, foi enviado para as celebrações do Tríduo Pascal em sua cidade natal.
Execução
Na noite da quinta-feira Santa, após ter presidido a celebração da Missa em Las Ventas, o sacerdote deslocava-se para Las Lajas para outra celebração, quando o carro em que viajava com outras três pessoas foi interceptado.
Três homens armados e com o rosto coberto roubaram os passageiros, intimando o sacerdote a abandonar o veículo e segui-los.
Após caminhar cerca de 50 metros, o sacerdote foi executado, como afirmam as testemunhas.
Gangues
As causas do homicídio são desconhecidas, mas as suspeitas recaem sobre a gangue “maras” que praticamente domina as periferias de El Salvador.
O país registra uma média de 60 homicídios por cada cem mil habitantes, sendo considerado um dos países mais violentos do mundo.
Em El salvador os “maras” são chamados de “a máfia dos pobres”, pois proliferam-se nas áreas mais marginalizadas onde a presença do Estado é inexistente e a população não tem como se proteger.
Esta e outras gangues vivem do narcotráfico, controlado pelos cartéis mexicanos, e de pequenas extorsões de comerciantes.
Gangues
As causas do homicídio são desconhecidas, mas as suspeitas recaem sobre a gangue “maras” que praticamente domina as periferias de El Salvador.
O país registra uma média de 60 homicídios por cada cem mil habitantes, sendo considerado um dos países mais violentos do mundo.
Em El salvador os “maras” são chamados de “a máfia dos pobres”, pois proliferam-se nas áreas mais marginalizadas onde a presença do Estado é inexistente e a população não tem como se proteger.
Esta e outras gangues vivem do narcotráfico, controlado pelos cartéis mexicanos, e de pequenas extorsões de comerciantes.
Sacerdotes expostos à violência
Os sacerdotes que vivem e exercem seu ministério nestes bairros esquecidos, são muitas vezes o único apoio para os moradores, que recorrem a eles quando não podem pagar o “pizzo”.
Ou as mães dos “mareros” (líderes das gangues), quando os filhos são presos ou mortos, ou ainda os adolescentes que rejeitam ingressar nas gangues.
O leste do país, onde residia o sacerdote, é uma das regiões mais atingidas pela violência dos “maras” e o trabalho dos sacerdotes em favor dos últimos é fonte de incômodo para estes grupos criminosos. Fonte: http://www.vaticannews.va
Vice-presidente da CNBB envia mensagem de Páscoa
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Chamados a ser “testemunhas privilegiadas” da ressurreição de Cristo, os cristãos são chamados a renovar a fé no Ressuscitado. É a reflexão apresentada na mensagem de Páscoa do arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Murilo Sebastião Ramos Krieger.
Em sua reflexão, dom Murilo ressalta que a ressurreição de Cristo exige um ato de fé e que este evento fundamental da história cristã é a marca que Deus Pai colocou sobre a vida e a morte: “É o seu ‘Amém’, o seu ‘sim’. Obedecendo e assumindo a morte, Jesus disse sim ao Pai; ressuscitando-o, o Pai disse sim ao Filho, constituindo-o Senhor”.
O convite é à renovação da fé em Jesus Ressuscitado, cuja ressurreição é garantia de ressurreição para todos e de que a doação da vida à Igreja e seus desafios têm sentido.
Leia o texto na íntegra:
Mensagem de Páscoa: Cristo Ressuscitou!
Jesus nos chamou para sermos testemunhas privilegiadas de sua ressurreição. Por isso, voltamos nosso olhar para a manhã da Páscoa e ouvimos como que dirigidas a nós as palavras que o Anjo falou às piedosas mulheres que tinham ido ao túmulo do Senhor: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou!” (Mc 16,6). Nosso anúncio da ressurreição torna-se tanto mais vivo quanto mais se aproximar dessas palavras, marcadas pela simplicidade: Ele ressuscitou!
A ressurreição de Cristo exige de nós um ato de fé. Sem esse ato, os primeiros que ouviram o anúncio da boca dos apóstolos não teriam se convertido, o mundo não teria se transformado e as comunidades não teriam se formado. Da fé na ressurreição de Cristo depende a nossa salvação. Celebrar a Páscoa é, pois, crer na ressurreição. Santo Agostinho nos lembra: “Não é grande coisa crer que Jesus morreu; também os pagãos o creem, também os condenados; todos o creem. Mas a coisa realmente grande é crer que ressuscitou. A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo”.
A ressurreição é a marca que o Pai colocou sobre a vida e a morte, as palavras e os feitos de Jesus. É o seu “Amém”, o seu “sim”. Obedecendo e assumindo a morte, Jesus disse sim ao Pai; ressuscitando-o, o Pai disse sim ao Filho, constituindo-o Senhor. A ressurreição de Cristo é, antes de tudo, o ato de infinita ternura com que o Pai, depois do sofrimento da Paixão, despertou seu Filho da morte mediante o Espírito Santo, e o constituiu Senhor. Ressuscitando o Seu Filho, Deus mostrou que aceitou o sacrifício de Jesus, que a sua obediência lhe fora agradável e que, portanto, nós poderemos nos salvar, desde que aceitemos seu Filho como Senhor.
Por isso, nesta Semana Santa de 2018, renovemos nossa fé em Jesus Ressuscitado. Sua ressurreição é garantia de que, um dia, nós ressuscitaremos; é garantia também de que a doação de nossa vida à Igreja, nossos trabalhos e cansaços, nosso esforço para levar o Evangelho a todos, as contrariedades que enfrentamos, as incompreensões e calúnias, tudo tem sentido. O que fazemos é acompanhado amorosamente pelo Pai. Não é esse um motivo especial para, nesta Semana, renovarmos nosso sim a Jesus que nos chamou?… Fonte: cnbb.net.br
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