Papa Francisco no Angelus: a mensagem de Jesus é desconfortável e nos incomoda
- Detalhes
O Santo Padre rezou ao meio-dia desta terça-feira, 26 de dezembro, a oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro.
Silvonei José - Cidade do Vaticano
(26/12/2017) O Papa Francisco convida os cristãos a “acolherem Jesus como Senhor da nossa vida e a nos tornarmos suas corajosas testemunhas, prontas a pagar pessoalmente o preço da fidelidade ao Evangelho”.
O Santo Padre rezou ao meio-dia desta terça-feira, 26 de dezembro a oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro. Depois de ter celebrado o nascimento de Jesus sobre a terra, hoje – recordou o Santo Padre – celebramos o nascimento ao céu de Santo Estêvão, o primeiro mártir.
O Pontífice destacou no início da sua alocução proferida da janela dos aposentos Pontifícios que a primeira vista poderia parecer que entre as duas recorrências não exista uma ligação, na realidade existe, e é muito forte.
Recordando que na liturgia de Natal ouvimos a proclamação “O Verbo se fez carne e veio habitar entre nós”, Santo Estêvão – continuou o Papa –, colocou os líderes do seu povo em crise, porque “cheio de fé e do Espírito Santo”, ele firmemente acreditava e professava a presença nova de Deus entre os homens; ele sabia que o verdadeiro templo de Deus é agora Jesus, Verbo eterno que veio morar entre nós, que se fez em tudo como nós, exceto no pecado. Mas Estêvão é acusado de pregar a destruição do templo de Jerusalém. A acusação que fazem contra ele é de ter afirmado que “Jesus, este Nazareno, destruirá este lugar e mudar os costumes que Moisés nos transmitiu”.
“ Na verdade, a mensagem de Jesus é desconfortável e nos incomoda, porque desafia o poder religioso mundano e provoca as consciências. ”
"Após a sua vinda, é necessário converter-se, mudar a mentalidade, renunciar a pensar como antes”.
Estevão – disse o Papa – esteve ancorado à mensagem de Jesus até sua morte. Suas últimas palavras: “Senhor Jesus, acolhe o meu espírito” e “Senhor, não lhes atribua esse pecado”, são o eco fiel daquelas pronunciadas por Jesus na cruz: “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito” e “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. As palavras de Estêvão só foram possíveis porque o Filho de Deus veio sobre a terra, morreu e ressuscitou por nós; antes desses eventos eram expressões humanamente impensáveis. Fonte: http://www.vaticannews.va
CLEONICE: Mensagem de Natal
- Detalhes
*Natal do Senhor – Missa do Dia – Ano B.
- Detalhes
Tema da “Missa do Dia”
A liturgia deste dia convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na encarnação de Jesus… Ele é a “Palavra” que se fez pessoa e veio habitar no meio de nós, a fim de nos oferecer a vida em plenitude e nos elevar à dignidade de “filhos de Deus”.
A primeira leitura anuncia a chegada do Deus libertador. Ele é o rei que traz a paz e a salvação, proporcionando ao seu Povo uma era de felicidade sem fim. O profeta convida, pois, a substituir a tristeza pela alegria, o desalento pela esperança.
A segunda leitura apresenta, em traços largos, o plano salvador de Deus. Insiste, sobretudo, que esse projeto alcança o seu ponto mais alto com o envio de Jesus, a “Palavra” de Deus que os homens devem escutar e acolher.
O Evangelho desenvolve o tema esboçado na segunda leitura e apresenta a “Palavra” viva de Deus, tornada pessoa em Jesus. Sugere que a missão do Filho/”Palavra” é completar a criação primeira, eliminando tudo aquilo que se opõe à vida e criando condições para que nasça o Homem Novo, o homem da vida em plenitude, o homem que vive uma relação filial com Deus.
ATUALIZAÇÃO (Evangelho de João 1,1-18)
A transformação da “Palavra” em “carne” (em menino do presépio de Belém) é a espantosa aventura de um Deus que ama até ao inimaginável e que, por amor, aceita revestir-Se da nossa fragilidade, a fim de nos dar vida em plenitude. Neste dia, somos convidados a contemplar, numa atitude de serena adoração, esse incrível passo de Deus, expressão extrema de um amor sem limites.
- Acolher a “Palavra” é deixar que Jesus nos transforme, nos dê a vida plena, a fim de nos tornarmos, verdadeiramente, “filhos de Deus”. O presépio que hoje contemplamos é apenas um quadro bonito e terno, ou uma interpelação a acolher a “Palavra”, de forma a crescermos até à dimensão do homem novo?
- Hoje, como ontem, a “Palavra” continua a confrontar-se com os sistemas geradores de morte e a procurar eliminar, na origem, tudo o que rouba a vida e a felicidade do homem. Sensíveis à “Palavra”, embarcados na mesma aventura de Jesus – a “Palavra” viva de Deus – como nos situamos diante de tudo aquilo que rouba a vida do homem? Podemos pactuar com a mentira, o oportunismo, a violência, a exploração dos pobres, a miséria, as limitações aos direitos e à dignidade do homem?
- Jesus (esse menino do presépio) é para nós a “Palavra” suprema que dá sentido à nossa vida, ou deixamos que outras “palavras” nos condicionem e nos induzam a procurar a felicidade em caminhos de egoísmo, de alienação, de comodismo, de pecado? Quais são essas “palavras” que às vezes nos seduzem e nos afastam da “Palavra” eterna de Deus que ecoa no Evangelho que Jesus veio propor?
*Leia na íntegra. Clique ao lado no EVANGELHO DO DIA.
Festas na Oitava de Natal fortalecem sentido da encarnação do verbo
- Detalhes
Após a Solenidade do Natal de Jesus, a Igreja celebra a Oitava de Natal, período que se estende até o dia 1º de janeiro, quando é celebrada a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. São celebrações muito significativas que devem ser levadas em conta, especialmente no trabalho com as comunidades e na espiritualidade que caracteriza o Natal e a encarnação do Verbo de Deus, de acordo com o arcebispo de Londrina (PR), dom Geremias Steinmetz, que é membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Entre o Natal e a solenidade de Maria, Mãe de Deus, são celebradas as festas de santo Estevão, são João Apóstolo e Evangelista, dos Santos Inocentes e da Sagrada Família. “Cada uma dessas celebrações exprime um aspecto do testemunho do mistério da encarnação”, afirma dom Geremias.
O mistério da encarnação do verbo de Deus (tornar-se carne) é aquele no qual se reconhece que o Filho de Deus se fez homem no seio da Virgem Maria por obra do Espírito Santo.
Olhar a realidade e os martírios de hoje
“O tempo da Oitava de Natal é exatamente para conseguirmos olhar para a nossa realidade de hoje, onde efetivamente vai acontecendo grande o mistério da encarnação”, afirma dom Geremias, que também aponta para o martírio de Estevão, João e os Santos Inocentes, onde acontece o mistério da encarnação.
O martírio da realidade atual, que ocorre no dia-a-dia por causa do testemunho que as pessoas dão, é muito importante, reflete o bispo:
“E esse martírio a gente encontra em muitas mães que veem seus filhos mortos, seus filhos assassinados, em muitas famílias que veem os seus perdidos no mundo das drogas; ou nas pessoas que sofrem especialmente a questão da doença, que vem os seus queridos não sendo bem atendidos, morrendo por causa de doenças que poderiam ser curadas; veem o sofrimento dos trabalhadores, dos sem-teto, sem trabalho. São muitos os martírios que acontecem no dia de hoje e que vão manifestando como continua ocorrendo a encarnação do verbo na vida das pessoas, especialmente nos seus sofrimentos”.
Dom Gerêmias oferece um aprofundamento sobre as festas e a solenidade da Oitava de Natal:
Santo Estevão – 26 de dezembro
Estevão foi o primeiro mártir de Cristo e um dos sete que os apóstolos escolheram para o serviço à comunidade, porque era homem cheio de fé e do Espírito Santo. Nele realizou-se de modo exemplar a figura do mártir imitador de Cristo. Ele contemplou a glória do ressuscitado, proclamou a sua atividade, confiou-lhe o seu espírito, perdoou seus assassinos. E, inclusive, uma curiosidade: Saulo, testemunha do seu apedrejamento, recolhe a sua herança espiritual tornando-se apóstolo das nações.
São João Apóstolo e Evangelista – 27 de dezembro
Filho de Zebedeu (Mc 1, 20), irmão de Tiago Maior, (Lc 5, 10), discípulo de João Batista (Jo 1, 35-41), foi um dos primeiros a seguir Jesus, foi o discípulo predileto que, na última ceia, colocou a cabeça no peito de Jesus (Jo 13). Também testemunha da transfiguração e da agonia do Senhor, estava presente aos pés da cruz, onde Jesus confiou-lhe a mãe. Na primeira carta, ápice de toda a teologia sapiencial, nos dá a mais alta definição da divindade: “Deus é amor”.
Depois, exilado na Ilha de Patmos, o Espírito tomou conta dele no dia do Senhor e teve visões que descreveu no Apocalipse, último livro do novo testamento. A liturgia sublinha a revelação da misteriosa profundidade do verbo e a inteligência penetrante da Palavra, que caracterizam os textos inspirados do apóstolo.
Santos Inocentes Mártires – 28 de dezembro
Eles deram testemunho de Cristo não com palavras, mas com o sangue. Lembram-nos que o martírio é dom gratuito do Senhor. As vítimas imoladas pela ferocidade de Herodes pertencem, junto com Santo Estevam e João Evangelista ao cortejo do Rei Messiânico e recordam a eminente dignidade das crianças na Igreja.
Sagrada Família – Domingo durante a Oitava de Natal
Esta festa recorda que o mistério da encarnação é um mistério de partilha. O Filho de Deus veio partilhar em tudo, exceto do pecado, na nossa condição humana, e veio para fazer parte da família humana, vivendo na obediência, no trabalho dentro de uma família concreta, embora única e irrepetível. Emergem, porém, nessa família os valores e as virtudes que devem caracterizar qualquer família cristã. E assim, com certeza, todos os textos bíblicos desse período trazem então características muito bonitas que devem ser, acima de tudo, cultivadas pelas famílias. Os textos evangélicos também apresentam os principais momentos da família de Nazaré: a fuga para o Egito, a apresentação do menino Jesus no templo, Jesus com 12 anos no tempo e, acima de tudo, a solenidade de Maria Santíssima, mãe de Deus.
Maria, Mãe de Deus – 1º de janeiro
Temos ainda para completar e espiritualidade desse período da Oitava do Natal, a festa da Virgem Maria Mãe de Deus. A partir do Concílio de Éfeso o culto prestado pelo povo de Deus prestado a Maria cresceu admiravelmente em amor, em oração e em imitação. Todos a veneram como a Mãe de Deus. A maternidade divina, de fato, está na origem de todo o privilégio de Maria. Essa dignidade é única. A virgem concebeu e deu a luz ao verbo de Deus segundo a carne e por isso pode ser chamada verdadeiramente Mãe de Deus. Ela não é apenas mãe do corpo do seu filho, mas é, a pleno título, a mãe do seu filho, mãe desse filho que é Deus. O essencial dessa maternidade é a relação pessoal com Deus que encontramos em Maria num nível único de profundidade. Certamente permanece uma relação infinitamente distante das relações substanciais divinas encontradas nas pessoas da Santíssima Trindade e menos profunda que a relação da humanidade de Jesus com o Verbo que a assume. Fonte: http://www.vaticannews.va
Papa na Missa do Galo: "Transformar a força do medo em força da caridade"
- Detalhes
A caridade que não se habitua à injustiça como se fosse algo natural, mas tem a coragem, no meio de tensões e conflitos, de se fazer «casa do pão», terra de hospitalidade”, disse Francisco na homilia.
Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
A Basílica Vaticana ficou pequena na noite deste domingo (24/12) para acolher os fiéis na missa da vigília de Natal presidida pelo Papa Francisco.
Telões instalados na Praça São Pedro possibilitaram a participação, apesar do frio, de milhares de pessoas.
A homilia do Papa, inspirada do Evangelho de Lucas, começou com a reflexão sobre aquela narração simples do acontecimento que mudou para sempre a nossa história. Tudo, naquela noite, na manjedoura, se tornava fonte de esperança: Maria deu à Luz”.
Francisco recordou a trajetória de Maria e José, obrigados a partir deixando os parentes, sua casa, sua terra, numa viagem nada confortável nem fácil para um casal jovem que estava para ter um bebê: foram forçados a deixar a sua terra. E o pior, quando chegaram a Belém, sentiram era uma terra onde não havia lugar para eles.
“Mas foi precisamente lá, naquela realidade que se revelava um desafio, que Maria nos presenteou com o Emanuel, lá acende-se a centelha revolucionária da ternura de Deus. Em Belém, criou-se uma pequena abertura para aqueles que perderam a terra, a pátria, os sonhos; mesmo para aqueles que sucumbiram à asfixia produzida por uma vida fechada”.
Nos passos de José e Maria, escondem-se tantos passos
O Papa Francisco lembrou aquela realidade confrontando-a com os fatos do presente: “Nos passos de José e Maria, vemos hoje as pegadas de famílias inteiras que são obrigadas a partir, milhões de pessoas que não escolhem partir, mas são obrigadas a separar-se dos seus entes queridos, são expulsas da sua terra”.
Afirmando que “em muitos casos, esta partida está carregada de esperança, carregada de futuro”; ressaltou que “em tantos outros, a partida tem apenas um nome: sobrevivência".
“ Sobreviver aos Herodes de turno, que, para impor o seu poder e aumentar as suas riquezas, não têm problema algum em derramar sangue inocente ”
“Maria e José, para quem não havia lugar, são os primeiros a abraçar Aquele que nos vem dar a todos o documento de cidadania; Aquele que, na sua pobreza e pequenez, denuncia e mostra que o verdadeiro poder e a autêntica liberdade são os que honram e socorrem a fragilidade do mais fraco”, reiterou Francisco.
Pastores não observavam as prescrições rituais de purificação religiosa
Descrevendo ainda o contexto daquela época em Belém, o Papa mencionou a figura dos pastores, homens e mulheres que viviam à margem da sociedade, eram considerados impuros pela cor de sua pele, as roupas, o odor, o modo de falar, a origem: neles tudo gerava desconfiança. Mas foi a eles que o anjo anunciou o nascimento do Salvador, eles foram os primeiros destinatários da Boa Notícia.
A fé nos impele a abrir espaço a uma nova imaginação social
“Eis a alegria que somos convidados a partilhar, celebrar e anunciar nesta noite. A alegria com que Deus, na sua infinita misericórdia, nos abraçou a nós, pagãos, pecadores e estrangeiros, e nos impele a fazer o mesmo”.
“ Nesta noite de Natal, em que nasce Jesus, reconheçamos Deus em todas as situações onde O julgamos ausente ”
“Ele está no visitante indiscreto, muitas vezes irreconhecível, que caminha pelas nossas cidades, pelos nossos bairros, viajando nos nossos transportes públicos, batendo às nossas portas.”
E como pedido final da homilia, disse:
“Não tenhamos medo de experimentar novas formas de relacionamento; Natal é tempo para transformar a força do medo em força da caridade, em força para uma nova imaginação da caridade. A caridade que não se habitua à injustiça como se fosse algo natural, mas tem a coragem, no meio de tensões e conflitos, de se fazer «casa do pão», terra de hospitalidade”.
Deus vem ao nosso encontro para nos tornar protagonistas da vida que nos rodeia
Citando a primeira homilia do Pontificado de São João Paulo II, Francisco exortou: «Não tenham medo! Abram, ou, escancarem as portas a Cristo».
“Menino pequenino de Belém, pedimo-Vos que o vosso choro nos desperte da nossa indiferença, abra os olhos perante quem sofre. A vossa ternura desperte a nossa sensibilidade e nos faça sentir convidados a reconhecer-Vos em todos aqueles que chegam às nossas cidades, às nossas histórias, às nossas vidas. Que a vossa ternura revolucionária nos persuada a sentir-nos convidados a cuidar da esperança e da ternura do nosso povo”, concluiu. Fonte: http://www.vaticannews.va
Obrigado, Menino Deus
- Detalhes
Padre Omar
Esta noite de Natal tem um sabor de esperança, porque, não obstante as nossas trevas, resplandece a luz de Deus
Rio - Hoje quero te fazer um convite. Naa preparação para a ceia de Natal, faça um pouco de silêncio. Compreenda o mistério desta noite santa: manifestou-se a graça de Deus, o seu presente gratuito; no Menino que nos é dado, concretiza-se o amor de Deus por nós. É uma noite de glória. De alegria: porque, desde agora e para sempre, Deus não está longe, está próximo, fez-se homem e não se separará desta nossa humanidade. É uma noite de luz. Esta noite de Natal tem um sabor de esperança, porque, não obstante as nossas trevas, resplandece a luz de Deus.
Ele é a luz que brilhou na escuridão, trazendo a todos a esperança de uma nova vida. Somos convidados a continuar celebrando o tempo do Natal, que iluminará nossa vida e nossa caminhada histórica para que possamos ser sinais da presença de Deus diante de uma sociedade A cada ano a celebração do Natal é nova oportunidade de vermos as consequências do mistério da revelação cristã. Já no Antigo Testamento Deus falou de muitos modos, mas Ele quis de maneira extraordinária e excepcional tornar o invisível em visível, através de seu filho Jesus Cristo que nasce de Maria.
E o clamor que havia entre o povo não é do passado. Hoje, há um desejo no coração das pessoas. Muitos anseiam por essa luz, por uma vida nova, por novos tempos. Um mundo diferente, com mais justiça, paz e fraternidade. Entremos verdadeiramente no Natal, levando a Jesus aquilo que somos, as nossas marginalizações, as nossas feridas não curadas. Assim, em Jesus, saborearemos o verdadeiro espírito do Natal - a beleza de ser amado por Deus.
Com Maria e José, paremos diante do presépio e contemplando Jesus que nasce, seu amor humilde e infinito, digamos-lhe obrigado: Obrigado, porque fizestes tudo isto por mim.
*É o Reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado.
Fonte: http://odia.ig.com.br
“Sem Jesus não tem Natal”, diz dom Guilherme
- Detalhes
Numa época marcada pelo consumo, o bispo de Iparemi (GO), presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora, dom Guilherme Werlang lembra que o comércio não pode nos dar a paz. O religioso afirma que estamos vivendo numa época comandada pelo dinheiro, definido pelo papa Francisco com um “falso deus” em sua encíclica Laudato Sí.
“O Natal só pode ser celebrado se tivermos o menino Jesus e o comércio roubou dos cristãos e da humanidade a criança. Trocou a essência do Natal pelo papai Noel”, afirmou. Para dom Guilherme, as luzes e os enfeites podem ser importantes, mas só se sua finalidade for para homenagear a verdadeira luz.
O verdadeiro sentido do Natal, roubado pelo sentido comercial que a data adquiriu, precisa ser recuperado na avaliação de dom Guilherme. “Se você perguntar para 100 crianças se preferem o menino Jesus ou o Papai Noel? A maioria dirá que prefere o papai Noel, inclusive os filhos das famílias cristãs. Muitas crianças de famílias cristãs não sabem dizer uma ou três frases sobre o menino Jesus”.
Para o bispo é necessário revolver este problema encontrando novamente a criança, o menino Jesus, na gruta de Belém, filho de Maria, concebido pelo poder do Espírito Santo. “Só ele pode nos trazer a paz, o amor, a reconciliação, a justiça, o perdão. Sem essa criança, que Deus nos envia, como a luz do mundo, nós continuaremos a tatear na escuridão da noite da humanidade”, disse.
Partilha e solidariedade – O Natal deve ser uma época para, na visão de dom Guilherme, além de compartilhar a vida e esperança, viver a solidariedade. “Nesta época, precisamos compartilhar dos bens que possuímos, especialmente o alimento”, disse.
Dom Guilherme conta que na diocese de Ipameri (GO), a Catedral do Divino Espírito Santo, as pastorais sociais e o movimento de Cursilho de Cristandade junto com a rádio local realizam todo ano o Natal da Solidariedade. Uma equipe passa, durante os três sábados que antecedem a data, em todos os supermercados arrecadando alimentos que são doados para famílias mais pobres cadastradas. Em 2016 foram 400 cestas básicas. Este ano pretendem chegar a 500 cestas.
O Natal quando não for baseado no consumo, mas no amor e na solidariedade, será capaz de fazer o que previu Isaías: anunciar ao povo brasileiro que é hora da alegria, de reacender a esperança no coração da humanidade, de olhar prá frente e dizer com Deus nós seremos vencedores. “Que o Natal possa nos fazer superar o egoísmo, o egocêntrimo, o consumismo e possa plantar em nosso coração a semente do amor, da justiça e da paz”, desejou. Fonte: http://cnbb.net.br
Presidente da CNBB: que a nossa resposta ao amor de Deus revelado em Jesus Menino seja de muita oração e amor
- Detalhes
Neste tempo do Natal, a Igreja convida aos cristãos vivenciar o mistério do nascimento de Jesus, o Deus que se fez Menino, nascido da Virgem Maria, que veio habitar no meio de nós. Em entrevista para o programa Igreja no Brasil especial de Natal e Fim de Ano de ano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que vai ao ar em todas as emissoras de inspiração Católica a partir do dia 25 de janeiro de 2017, o arcebispo de Brasília e presidente da Conferência, cardeal Sergio da Rocha, ressaltou que o nascimento do Salvador traz para os cristãos esperança e alegria, pois Deus está conosco:
“Jesus veio habitar entre nós, na humilde manjedoura de Belém. Ele continua a manifestar o seu amor na simplicidade da vida cotidiana. A nossa resposta ao amor de Deus revelado em Jesus Menino, neste Natal, seja feita de muita oração e de muito amor. Acolha o amor do Menino Deus para amar a todos, como ele nos ensinou, pois somos todos irmãos. Seja testemunha do amor de Deus, promovendo a reconciliação e paz. Seja portador de esperança e de alegria, especialmente aos que mais sofrem”.
O cardeal salientou a importância de recordar o sentido mais genuíno do Natal. Infelizmente, muita gente perdeu o sentido verdadeiro do Natal que é celebrar o nascimento de Jesus.
“É bom que as pessoas possam se confraternizar, é bonito ver as pessoas se alegrando juntas, mas sabemos que a razão de ser desta alegria, desta festa se encontra em Jesus Cristo, no menino Jesus, menino Deus. Portanto, o Natal que é de Jesus se torna uma ocasião privilegiada para celebração da fé no nascimento Salvador e para testemunho desta fé. Então, nós queremos compartilhar com os outros irmãos e irmãs a graça de celebrar o nascimento de Jesus. É uma ocasião sim privilegiada para a Igreja evangelizar, anunciar a presença amorosa de Deus entre nós, anunciar a palavra e a boa nova daquele que nasce, o nosso Salvador”, destacou.
De acordo com o Sergio da Rocha, o Natal deve ser sim uma ocasião para renovar a esperança que brota da fé em Jesus, na esperança que brota da confiança em Deus e a compartilha com os irmãos. Ao final da entrevista, o cardeal deixa uma mensagem aos fieis:
“A mensagem do natal ela é feita de esperança e da paz que vem do Jesus Menino, esperança e a paz que nos oferece como dons a serem cultivadas ao longo do novo ano. Portanto, eu desejo que toda a Igreja no Brasil seja portadora dessa esperança e que possa oferecer sua contribuição para a construção da paz, que é dom de Deus, que é tarefa. Portanto, abraçando a esperança e o amor que Jesus Menino traz, nós vamos construindo cada vez mais relações fraternas e a paz. Eu desejo que todos tenham a graça de um Natal Santo e feliz, mas também de um novo ano marcado pela esperança, pela paz que vem de Jesus menino”.
Fonte: http://cnbb.net.br
Papa Francisco sugere reformulação do Pai Nosso. O problema? A tradução da frase 'Não nos deixeis cair em tentação'
- Detalhes
O Papa Francisco pediu uma reestruturação do Pai Nosso, afirmando que a tradução atual mancha a imagem de Deus e, essencialmente, não dá ao diabo o que lhe é devido.
Descrita na Bíblia como uma oração ensinada por Jesus, a oração do Pai Nosso é vista no catecismo da Igreja Católica Romana como "o resumo de todo o evangelho".
A reportagem é de Tom Kington, publicada por Los Angeles Times, 08-12-2017. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
Usada por católicos, protestantes e ortodoxos, a oração serve de base comum a todas as igrejas, que historicamente debatem a respeito de teologia, e é recitada de cabeça por milhões de pessoas no mundo todo.
Mas em uma entrevista na TV esta semana, o Papa Francisco disse que o trecho em que se pede a Deus que "não nos submeteis à tentação" ou, em italiano, “non indurci in tentazione”, deve ser modificado porque foi mal traduzido.
"Não é uma boa tradução", disse ao canal TV2000, que pertence à conferência dos Bispos da Itália, porque isso implica que Deus ativamente coloca as pessoas em tentação.
"Eu sou aquele que cai", disse Francisco. "Não é que Ele me coloque em tentação para depois ver como caí. Um pai não faz isso; um pai ajuda a se levantar imediatamente", acrescentou.
"É o Satanás que nos coloca em tentação — este é o seu ofício", disse ele.
A entrevista marcou a aprovação papal a movimentos já em andamento na Igreja para mudar esta frase na oração.
No mês passado, a Igreja Católica na França concordou em mudar do equivalente em francês de "não nos submetais à tentação” para "não nos deixeis entrar em tentação". O Papa disse que ficou impressionado com a nova redação.
O Pai Nosso aparece em dois evangelhos: Mateus 6: 9-13 e Lucas 11: 2-4.
Ao longo dos séculos, a breve oração passou pelo infortúnio, linguisticamente falando, de ser traduzida do aramaico – a língua que Jesus falava — para o grego, para o latim e para outros idiomas.
O problema advém da tradução de uma palavra grega, "eisenènkes", segundo Massimo Grilli, professor de estudos do novo testamento na Universidade Gregoriana, em Roma.
"O verbo grego 'eisfèro' significa 'fazer entrar', e a forma usada na oração, 'eisenènkes', significa, literalmente, 'não nos faça entrar’", acrescentou.
"Mas é uma tradução muito literal, que deve passar por uma interpretação”, afirmou.
Uma tradução latina da Bíblia de São Jerônimo, do século IV, que foi adotada pela Igreja Católica, mantém o significado literal, usando a palavra em latim "inducere", que significa "induzir”.
"Apesar do que alguns jornalistas podem sugerir em suas manchetes, o Papa Francisconão está sugerindo mudar as palavras de Jesus, mas apenas dar uma tradução mais adequada do grego original", disse James Martin, padre jesuíta e um dos principais editores da revista jesuíta América.
"Antes de criticar o Papa por inserir sua própria opinião numa oração tradicional, devemos recordar que São João Paulo II acrescentou toda uma nova série de mistérios ao rosário", acrescentou.
Segundo o professor, a frase equivalente a "Não nos deixeis cair em tentação" em português, na oração do Pai Nosso já estava sendo reavaliada em toda a Igreja Católica.
"Os espanhóis já mudaram para 'não nos deixes cair em tentação’", observou.
Em 2008, a conferência dos bispos italianos mudou a frase para "e não nos abandoneis à tentação", embora muitos sacerdotes mantenham a versão antiga em suas celebrações.
A ênfase de Francisco no papel do diabo em levar os crentes à tentação reflete sua firme convicção de que Satanás existe, depois de anos em que a Igreja minimizou a ideia da existência do diabo como pessoa.
Ajustar a tradução da oração pode parecer inovador, mas empalidece em comparação com os ajustes que já aconteceram. Hoje, a versão do Rei James da oração termina assim: E não nos deixeis cair em tentação, Mas livrai-nos do mal: Pois vosso é o Reino e o
poder e a glória, para sempre.
Mas estudiosos dizem que as duas últimas linhas foram adicionadas por escribas. Por quê? Porque sentiram que terminar a oração com a conversa do diabo era muito abrupto e era necessário um final mais lapidado. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Papa aos funcionários: “Não quero trabalho irregular no Vaticano”
- Detalhes
Proteger o trabalho, que seja justo. Custodiar a família, a língua e perdoar os maus exemplos, além de fazer “uma bela limpeza no coração neste Natal”, foram os conselhos de Francisco ao encontrar na Sala Paulo VI os funcionários do Vaticano, para os augúrios de Natal.
Cidade do Vaticano
Papa Francisco, encontrando os funcionários do Vaticano por ocasião das felicitações de Natal, fala com o coração, mas acima de tudo com grande humildade e pede desculpas pelos “maus exemplos” também dentro da Igreja e pelo trabalhar informal, irregular que ainda existe dentro da Santa Sé.
Trabalho
“A primeira palavra que eu gostaria de lhes dizer - disse o Papa falando de improviso na Sala Paulo VI - é trabalho. Mas não para dizer trabalhem mais, e mais rápido. Não! É para agradecer-lhes!”.
“Mas também há no Vaticano, falando de trabalho, um problema: uma senhora entre vocês apontando para um jovem disse: “Ajude os trabalhadores precários”. Outro dia eu tive um encontro com o cardeal Marx, que é o presidente do Conselho da Economia e eu disse: não quero trabalho irregular no Vaticano”.
“Peço desculpas a vocês se isso ainda existe. Para mim, este é um problema de consciência, porque não podemos pregar a doutrina social da Igreja e depois ter situações de trabalho irregular. Isto nunca mais!. Entende-se que é necessário testar uma pessoa, mas um ano, ou dois, depois basta”.
“O trabalho é o caminho de santidade, de felicidade de vocês, de seguir em frente. Hoje talvez a pior maldição que existe, é não ter trabalho”. “O trabalho nos dá dignidade e a segurança do trabalho nos dá dignidade”.
“Não quero dizer os nomes, mas nos jornais vocês os encontraram. Hoje eu vi em dois jornais, duas empresas importantes, aqui na Itália, que estão a risco, mas para salvar a empresa se deve “racionalizar” o trabalho, ou seja, despedir 3-4.000 pessoas. É muito ruim porque assim se perde a dignidade. E isso é um problema não só aqui no Vaticano, na Itália, na Europa, mas é um problema mundial”.
Família
“A segunda palavra que gostaria de dizer é 'família” - disse o Papa - assegurando que sofre ao saber quando uma família está em crise, “que existem crianças que se angustiam, porque veem que a família é..., é um problema!”.
O Papa recomendou então a estas famílias, para deixarem-se ajudar. ‘Por favor, salvar a família. Eu sei que não é fácil, há tantos problemas em um matrimônio. Mas procurem pedir ajuda enquanto há tempo. Enquanto há tempo. Proteger a família!”.
E, “nunca briguem diante das crianças, nunca!” - foi seu conselho - pois as “crianças sofrem”. Se há dificuldades, "que ao menos as crianças não sofram".
“A família é um grande tesouro, porque Deus nos criou família. A imagem de Deus é o matrimônio, homem e mulher, fecundos, “multiplicai-vos”, façam filhos, sigam em frente”.
As fofocas
A terceira palavra que me vem em mente – “talvez alguém possa ter a vontade de dizer: ‘Mas acabe com isto!’”: as fofocas, uma palavra recorrente.
“Talvez eu me engane, no Vaticano não se faz fofoca...talvez, não sei”.
Alguém me disse certa vez depois de eu falar sobre as fofocas em uma Missa: “Mas padre, se não se fofoca no Vaticano se fica isolados!”. Eh...pesado, hein?!”. É como uma bomba – recordou. “Não façam terrorismo!” - pediu - “mordam a língua”.
Perdão
A quarta palavra é o perdão. O Pontífice pediu desculpas aos funcionários do Vaticano pelos “maus exemplos da fauna clerical, nós [sorri]”: “perdão e desculpas porque nem sempre damos um bom exemplo. Na vida há erros, pecados, injustiças que também nós clérigos cometemos.
Às vezes, tratamos mal as pessoas, somos um pouco “neuróticos”. Perdão por todos esses exemplos não bons. Eu também devo pedir perdão”, disse Francisco.
Felicitações de Natal
A última palavra é o augúrio de Natal: “Feliz Natal, no coração, na família e também na consciência. Não tenham medo, também vocês, de pedir perdão se a consciência acusa de alguma coisa. Procurem um bom confessor e façam uma boa limpeza, hein!”.
“Dizem que o melhor confessor é o padre surdo. Não te faz passar vergonha! Mas mesmo não sendo surdo, existem tantos misericordiosos, tantos! Que te escutam e te perdoam. Vai em frente. O Natal é uma boa oportunidade para se fazer as pazes também dentro de nós. Todos somos pecadores, hein! Todos! Ontem, eu fiz minha confissão de Natal. Veio o confessor…e me fez bem, todos devemos confessar-nos”.
E não esqueçamos – disse Francisco ao concluir – os doentes que talvez existam em nossas famílias, que sofrem: “enviar uma bênção também a eles”. Fonte: http://www.vaticannews.va
Papa: Cúria fechada em si mesma está condenada à destruição
- Detalhes
Nas felicitações natalinas, Francisco fez um longo discurso sobre o trabalho dos membros da Cúria Romana. Ele comparou os complôs a um câncer e enalteceu a missão da diplomacia vaticana.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
A quinta-feira do Papa Francisco foi dedicada às felicitações de Natal, seja para seus colaboradores da Cúria, seja para os familiares dos funcionários da Cidade do Estado Vaticano.
Diferentemente dos anos anteriores, aos membros da Cúria o Papa propôs uma reflexão “ad extra”, isto é, não sobre questões internas, mas sobre as relações da Cúria com as nações, as Igrejas particulares, as Igrejas orientais e com representantes de outras religiões.
Num longo e articulado discurso, Francisco explicou que suas reflexões se baseiam nos princípios basilares e canônicos da Cúria, mas também sobre a sua visão pessoal no contexto da atual reforma em andamento.
Falando da reforma, brincou o Papa, “me vem à mente a simpática e significativa expressão de Dom Frédéric-François-Xavier De Mérode: ‘Fazer reformas em Roma é como limpar a Esfinge do Egito com uma escova de dentes’. Isso evidencia quanta paciência, dedicação e delicadeza são necessárias para alcançar este objetivo”.
A universalidade do serviço da Cúria, explicou o Pontífice, provém e brota da catolicidade do Ministério petrino. Por isso, uma Cúria fechada em si mesma trairia a finalidade da sua existência e cairia na autorreferencialidade, condenando-se à autodestruição.
Por sua própria natureza, a Cúria é projetada ad extra , enquanto e porque ligada ao Ministério petrino, ao serviço da Palavra e do anúncio da Boa Nova. Sobre esta finalidade de serviço, a reflexão do Santo Padre foi inspirada na expressão de um “primado diaconal”, que antes de mais nada é a expressão da firme vontade de imitar Cristo, o qual assumiu a forma de servo. “ Isso é muito importante para superar aquela desequilibrada e degenerada lógica dos complôs e dos pequenos círculos que, na realidade, representam um câncer que leva à autorreferencialidade, que se infiltra também nos organismos eclesiásticos e, em especial, nas pessoas que ali atuam. Quando isso acontece, porém, se perde a alegria do Evangelho, a alegria de comunicar Cristo e de estar em comunhão com Ele; se perde a generosidade da nossa consagração. ”
Francisco apontou ainda para outro perigo, isto é, o dos traidores de confiança ou dos aproveitadores da maternidade da Igreja.
“Ou seja, as pessoas que são selecionadas cuidadosamente para dar maior vigor ao corpo e à reforma, mas se deixam corromper pela ambição ou pela vanglória e, quando são delicadamente afastadas, se autodeclaram erroneamente mártires do sistema, do ‘Papa não informado’, da ‘velha guarda’…, ao invés de fazerem o ‘mea culpa’”. Ao lado dessas pessoas, existem outras que ainda atuam na Cúria às quais se dá todo o tempo para retomarem a justa via, na esperança de que encontrem na paciência da Igreja uma oportunidade para se converterem e não para se aproveitarem.”
Esta crítica de Francisco, todavia, foi acompanhada pelo agradecimento à maioria dos funcionários que, ao invés, trabalham com “empenho, fidelidade, competência, dedicação e muita santidade”.
A Cúria e as Nações
Entre os inúmeros campos de atuação da Cúria, o Papa falou em especial da relação com os países. A diplomacia vaticana, afirmou, é a busca sincera e constante por tornar a Santa Sé um construtor de pontes, de paz e de diálogo entre as nações. “O único interesse da diplomacia vaticana é ser livre de qualquer interesse mundano ou material.”
Francisco falou da importância para a Santa Sé de reiterar sempre a preservação da nossa casa comum de todo egoísmo destrutivo; para afirmar que as guerras trazem somente morte e destruição; para aprender do passado os ensinamentos que nos ajudam a viver melhor o presente, a construir solidamente o futuro e a preservá-lo para as novas gerações.
A Cúria e as Igrejas particulares
Sobre a relação de “primária importância” entre a Cúria e as Dioceses de todo o mundo, o Papa citou as visitas ad limina Apostolorum dos bispos, como um momento de grande oportunidade de encontro, de diálogo e de recíproco enriquecimento. Mencionou ainda o tema do Sínodo dos Bispos do próximo ano, dedicado aos jovens.
A Cúria e as Igrejas Orientais
Já a unidade e a comunhão que dominam a relação da Igreja de Roma e as Igrejas Orientais representam um concreto exemplo de riqueza na diversidade para toda a Igreja.
Na realidade, “a Igreja de Roma não seria realmente católica sem as inestimáveis riquezas das Igrejas Orientais e sem o testemunho heroico de tantos nossos irmãos e irmãs orientais que purificam a Igreja aceitando o martírio e o oferecendo a sua vida para não negar Cristo”.
A Cúria e as outras religiões
A relação da Cúria Romana com as outras religiões se baseia no ensinamento do Concílio Vaticano II e sobre a necessidade de diálogo, reiterou o Papa.
Francisco recordou que o diálogo é contruído sobre três orientações fundamentais: o dever de identidade, a coragem da alteridade e a sinceridade das intenções.
O Pontífice concluiu seu discurso evidenciando que "o Natal nos recorda que uma fé que não nos coloca em crise, é uma fé em crise; uma fé que não nos interroga é uma fé sobre a qual devemos nos interrogar; uma fé que não nos anima, é uma fé que deve ser animada; uma fé que não nos sacode, é uma fé que deve sacudida. Na realidade, uma fé somente intelectual ou morna é somente uma proposta de fé, que pode se realizar quando envolve o coração, a alma, o espírito e todo o nosso ser".
Que este Natal nos abra os olhos para abandonar o supérfluo, o falso, o malicioso, para ver o essencial, o verdadeiro, o bom e o autêntico.
“Com essas reflexões renovo minhas fervorosas felicitações natalinas!”, concluiu o Papa.
Fonte: http://www.vaticannews.va
Dom Armando Bucciol explica participação nas celebrações do domingo, dia 24 de dezembro
- Detalhes
O Catecismo da Igreja Católica ensina que a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja, que “O domingo, em que se celebra o mistério pascal, por tradição apostólica, deve guardar-se em toda a Igreja como o primordial dia festivo de preceito”. No próximo dia 24 de dezembro, um domingo, acontecerá algo que tem deixado vários fiéis em dúvida em relação à participação nas celebrações que acontecem no mesmo dia: a do 4º domingo do Advento e a da Vigília do Natal ou a do Natal do Senhor, no caso da celebração da I Véspera da Solenidade do dia seguinte, 25 de dezembro.
O dia do Natal de Jesus está entre aqueles que devem ser guardados e cuja participação dos fiéis é obrigatória, no dia festivo ou na tarde antecedente. Por isso, o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Armando Bucciol, explica “de maneira essencial” o que os fiéis podem fazer:
“Cada um, cada uma, faça o possível para participar no sábado à noite ou no domingo pela manhã da missa do 4º domingo do Advento, para participar também da missa da noite do Natal e/ou do dia de Natal, que tem as duas celebrações características litúrgicas e espirituais próprias. Esse é o ideal que todo cristão católico é convidado a viver”.
Dom Armando, porém, compreende “e vive” a situação da maioria das comunidades do Brasil. Responsável por uma diocese no interior da Bahia, dom Armando reconhece as dificuldades presentes onde há somente uma missa e de costume à noite. “A missa da noite do dia 24 abre para a celebração do Natal do Senhor, com a missa da noite de Natal. Nesse caso, aconselho os irmãos e as irmãs para que, se puderem, vivam com fé, em profunda oração o 4º domingo do Advento, esperando com Maria, e como Maria – ela é a protagonista do quarto domingo do Advento – esperando a chegada do Senhor”.
O presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB convida para a vivência no espírito litúrgico do Advento, que abre para a acolhida do Natal do Senhor, e recorda o ensinamento do papa São João Paulo II, para quem a participação semanal na Eucaristia “‘deve ser uma exigência, mais do que uma obrigação’. Trata-se de uma espiritualidade litúrgica que deve informar e formar a vida toda do cristão”.
“Se é verdade que as duas celebrações – 4º domingo e Vigília de Natal – tem características próprias, leituras e uma liturgia própria, nos pedem de participar de ambas. Mas quem não puder, por motivo de alguma concreta dificuldade, eu insisto: viva com fé e alegria o dia de domingo com intensidade espiritual e em atitude de orante espera”.
Dom Armando finaliza lembrando a antífona da entrada da missa da Noite de Natal, que diz “alegremo-nos todos no Senhor, hoje nasceu o Salvador do mundo, desceu do céu a verdadeira paz” e deseja: “Que possamos nos dispor com intensa espiritualidade para acolher o Salvador do Mundo e a sua verdadeira paz”. Fonte: http://cnbb.net.br
RIO DE JANEIRO: Auto de Natal será encenado na Lapa, Rio, nesta terça-feira
- Detalhes
Espetáculo começa às 18h e é gratuito. Apresentação inclui 17 atores-cantores formados pela Oficina de Teatro Musical Cesgranrio.
Fundação Cesgranrio, em parceria com a Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro, apresenta, nesta terça-feira (19), o Auto de Natal. O espetáculo é gratuito e será encenado nos Arcos da Lapa, Centro do Rio, às 18h.
A apresentação inclui 17 atores-cantores formados pela Oficina de Teatro Musical Cesgranrio, sob a direção de Márcio Fonseca. Com roteiro escrito por Carlos Alberto Serpa de Oliveira, presidente da Cesgranrio, o Auto contará a história do nascimento de Jesus Cristo tendo o Espírito Santo como personagem que vai conduzir todos os momentos, desde o nascimento de João Batista, passando pela anunciação do Anjo Gabriel a Maria, até chegar, finalmente, ao nascimento do Salvador.
Para Carlos Alberto Serpa, a iniciativa tem o objetivo de oferecer aos cariocas um momento de devoção e aproximação da fé cristã, além de reforçar o sentido principal do Natal. Fonte: https://g1.globo.com
ENTÃO É... Vamos cantar?
- Detalhes
“O CORAÇÃO DEVE SER FECUNDO, NÃO É PEÇA DE MUSEU”: Homilia do Papa Francisco nesta terça, 19.
- Detalhes
O coração não deve ser um berço vazio, infecundo, como uma peça de museu, mas deve estar aberto para dar a vida aos outros: esta é a mensagem do Papa Francisco na celebração da missa na capela da Casa Santa Marta
Esterilidade e fecundidade: essas foram as duas palavras da homilia desta manhã (18/12/2017) do Papa Francisco na celebração eucarística na Casa Santa Marta.
As leituras do dia apresentam o nascimento de Sansão e de João Batista anunciada pelo anjo a duas mulheres estéreis. Naquele tempo, a esterilidade era uma vergonha, enquanto o nascimento de um filho era considerado uma graça e um dom de Deus. Na Bíblia, afirma o Papa, existem muitas mulheres estéreis, que desejam ardentemente um filho, ou mães que choram a perda do filho porque ficaram sem descendência: Sara, Noemi, Ana e aqui Isabel. A fecundidade na Bíblia é uma bênção. “Povoem a terra, sejam fecundos” foi o primeiro mandamento que Deus deu aos nossos pais, recordou Francisco. “Onde há Deus, há fecundidade”:
“Vem-me à mente (...) alguns países que escolheram o caminho da esterilidade e sofrem esta doença tão feia que é o inverno demográfico. Nós os conhecemos. Não fazem filhos. Não, que o bem-estar, que isso, que aquilo... países vazios de crianças e isso não é uma bênção. Mas isso é uma coisa passageira. A fecundidade é sempre uma bênção de Deus.”
A fecundidade material e espiritual, reforçou o Papa. Dar vida. Uma pessoa pode inclusive não se casar, como os sacerdotes e os consagrados, mas deve viver dando a vida aos outros. Ai de nós se não formos fecundos com as boas obras, destacou.
A fecundidade é um sinal de Deus. Francisco então recorda que os profetas escolhem símbolos como o deserto. O que há de mais estéril do que um deserto e, mesmo assim, dizem que “o deserto florescerá, a aridez se encherá de água”. É justamente a promessa de Deus. Deus é fecundo....
“É verdade, o diabo quer a esterilidade. Quer que cada um de nós não viva para dar vida seja física, seja espiritual aos outros. Viva para si mesmo: o egoísmo, a soberba, a vaidade. Engordar a alma sem viver para os outros. O diabo é quem faz crescer a cizânia do egoísmo e não nos faz fecundos.”
É uma graça ter filhos que nos fecham os olhos à nossa morte, afirma Francisco, e cita o exemplo de um idoso missionário da Patagônia que, aos 90 anos, dizia que a sua vida tinha passado como um sopro, mas que tinha muitos filhos espirituais ao seu lado na sua última doença.
“Aqui tem um berço vazio, podemos observar. Pode ser símbolo de esperança porque virá uma criança, pode ser um objeto de museu, vazio toda a vida. O nosso coração é um berço. Como está o meu coração? Está vazio, sempre vazio, mas está aberto para receber continuamente vida e dar vida? Para receber e ser fecundo? Ou será um coração mantido como um objeto de museu que jamais estará aberto à vida e a dar a vida?”
Eu lhes sugiro, conclui o Papa, que olhem para este berço vazio e digam: “Vem, Senhor, preencha este berço, encha o meu coração e leve-me a dar vida, a ser fecundo”. Fonte: http://www.vaticannews.va
NATAL EM ALAGOAS COM FREI PETRÔNIO: Missas
- Detalhes
MISSAS COM FREI PETRÔNIO EM ALAGOAS: Dezembro. Dias; 24, às 19h, 25, às 19h e 31, às 16h. Janeiro. Dia 1°, às 19h. Local: Igreja de Nossa Senhora Aparecida, Comunidade Capim, Lagoa da Canoa-AL. Diocese de Penedo.
Papa: José é exemplo de homem que assume a paternidade e o mistério de Deus
- Detalhes
(18/12017) Francisco começou a semana celebrando a missa na Capela da Casa Santa Marta. O Papa inspirou sua homilia no trecho do Evangelho de Mateus para ressaltar que José assumiu para si a responsabilidade da paternidade de Jesus.
Nos problemas, nas angústias, nas obscuridades, aprendamos com São José, que sabe "como caminhar na escuridão", que sabe "como se ouve a voz de Deus", "como se vai avante em silêncio.
Palavras do Papa Francisco na missa desta manhã na Casa Santa Marta, comentando o Evangelho do dia, extraído do Evangelho de Mateus, em que se explica que Jesus nascerá de Maria, esposa de José, filho de Davi.
José acreditou e obedeceu
O Pontífice falou da emoção de José quando começaram a ser visíveis os sinais da gravidez de Maria: fala das dúvidas daquele homem, da sua dor, do seu sofrimento, enquanto todos a sua volta começavam a murmurar, “os fofoqueiros da cidade”.
Ele “não sabia”, mas sabia que Maria era “uma mulher de Deus”: decidiu assim “deixá-la em silêncio”, não acusando-a “publicamente”, até que que o Senhor interviesse, com um anjo no sonho, que lhe explicou que a criança “nela gerada” vinha do Espírito Santo. E assim “acreditou e obedeceu”.
José lutava dentro; naquela luta, a voz de Deus: “Mas levante-te – aquele levante-te’, muitas vezes, no início de uma missão, na Bíblia: ‘Levanta-te!’ – pegue Maria, leve para a sua casa. Assuma a situação: pegue pela mão e vai em frente”. José não foi ter com os amigos para se confortar, não foi ao psiquiatra para que interpretasse o sonho... não: acreditou, foi avante, assumiu a situação. Mas o que José tinha que assumir? Qual era a situação? De duas coisas. Da paternidade e do mistério.
Assumiu a paternidade
José, acrescentou o Papa, teve então que assumir a paternidade. E isso já se intuía na “genealogia de Jesus”, em que se explica como “se pensava que fosse o filho de José”:
Ele assumiu uma paternidade que não era sua: era [vinha] do Pai. E levou avante a paternidade com aquilo que significa: não só apoiar Maria e a criança, mas também fazê-lo crescer, ensinar-lhe a profissão, acompanha-lo à maturidade de homem. “Assuma a paternidade que não è tua, è de Deus”. E isso sem dizer uma palavra. No Evangelho, não tem uma só palavra dita sobre José. O homem do silêncio, da obediência silenciosa.
Assumiu o mistério de reconduzir o povo a Deus
É também o homem que “assumiu” o mistério: como explicado na primeira Leitura, é o mistério de “reconduzir o povo a Deus”, o mistério “da re-Criação” que, como diz a Liturgia, é “mais maravilhosa do que a Criação”.
José assume este mistério e ajuda: com o seu silêncio, com o seu trabalho até o momento que Deus o chama para si. Deste homem que assumiu a paternidade e do mistério, se diz que [é] sombra do Pai: a sombra de Deus Pai. E se Jesus homem aprendeu a dizer “papai”, “pai”, ao seu Pai que conhecia como Deus, aprendeu isso da vida, do testemunho de José: o homem que custodia, o homem que faz crescer, o homem que leva avante toda paternidade e todo mistério, mas não pega nada para si.
Este, concluiu Francisco, é o “grande José”, do qual Deus precisava para levar avante “o mistério de re-conduzir o povo rumo à nova Criação”. Fonte: http://www.vaticannews.va
Pág. 271 de 664