CNBB estimula Jornada de Oração pelo Brasil: A verdadeira paz começa no seu coração
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Diante do grave momento vivido por nosso país, dirijamos nossa oração a Deus, para que dê a paz ao Brasil e ao mundo inteiro. “Reconhecemos a necessidade de rezar constantemente pela paz, porque a oração protege o mundo e o ilumina. A paz é o nome de Deus”. (Papa Francisco)
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Vivemos um momento triste, marcado por injustiças e violência. Necessitamos muito do vosso amor misericordioso, que nunca se cansa de perdoar, para nos ajudar a construir a justiça e a paz, em nosso país.
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Estamos indignados, diante de tanta corrupção e violência que espalham morte e insegurança. Pedimos perdão e conversão. Cremos no vosso amor misericordioso que nos ajuda a vencer as causas dos graves problemas do País: injustiça e desigualdade, ambição de poder e ganância, exploração e desprezo pela vida humana.
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Ajudai-nos a construir um país justo e fraterno. Que todos estejam atentos às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas! Que o diálogo e o respeito vençam o ódio e os conflitos! Que as barreiras sejam superadas por meio do encontro e da reconciliação! Que a política esteja, de fato, a serviço da pessoa e da sociedade e não dos interesses pessoais, partidários e de grupos!
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Vosso Filho, Jesus, nos ensinou: “Pedi e recebereis”. Por isso, nós vos pedimos confiantes: fazei que nós, brasileiros e brasileiras, sejamos artesãos da paz, iluminados pela Palavra e alimentados pela Eucaristia.
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Vosso filho Jesus está no meio de nós, no Santíssimo Sacramento, trazendo-nos esperança e força para caminhar. A comunhão eucarística seja fonte de comunhão fraterna e de paz, em nossas comunidades, nas famílias e nas ruas. Seguindo o exemplo de Maria, queremos permanecer unidos a Jesus Cristo, que convosco vive, na unidade do Espírito Santo. Amém! (Pai nosso! Ave, Maria! Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!). Fonte: www.cnbb.net.br
"Arautos do Evangelho", o fundador renuncia enquanto o Vaticano investiga.
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O Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, de 77 anos, fundador e Superior-Geral da Sociedade Clerical de Vida Apostólica "Virgo Flos Carmeli", e presidente da associação privada de fiéis "Arautos do Evangelho", a primeira nascer e ser aprovada no novo milênio, renunciou. Com uma carta de 12 de junho de 2017, ele anunciou sua renúncia ao cargo para que um de seus filhos espirituais "pudesse conduzir esta Obra à perfeição desejada por Nossa Senhora". João Scognamiglio Clá Dias acrescentou que "ao deixar este cargo não posso (e nem desejaria), diante de Deus, renunciar minha missão como padre". Portanto, ele continuará "à disposição das pessoas, por ter consciência de que fui constituído por Deus como modelo e guardião-vivo deste carisma que o Espírito Santo me deu". A reportagem é de Andrea Tornielli , publicada por Vatican Insider, 12-06-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.
A decisão surpreendente do fundador estaria relacionada à investigação sobre os Arautos iniciada pela Congregação que se ocupa dos religiosos. Uma investigação "profunda e séria", explicam as fontes do Vaticano, embora ainda não se tenha tomado qualquer decisão sobre uma possível visita apostólica.
João Scognamiglio Clá Dias representa uma das duas ramificações que dividiu a associação fundada no Brasil, durante os anos cinquenta, por Plinio Corrêa de Oliveira, pensador católico tradicionalista, de direita e contrarrevolucionário, criador da associação TFP (Tradição, Família e Propriedade).
Após sua morte, o grupo se dividiu. De um lado, os "Fundadores", que obtiveram o direito ao uso do nome TFP nos Estados Unidos e na Europa (a associação italiana é muito próxima das posturas do professor Roberto De Mattei, e nos próximos meses se dedicará a apoiar as atividades dos quatro cardeais autores das "dubia" sobre o "Amoris laetitia"). Do outro lado, João Scognamiglio Clá Dias, obteve os bens e o nome da associação no Brasil, e que após a morte de Plinio Corrêa (em 1995), fundou uma ordem religiosa e uma associação privada de leigos, com ramos masculino e feminino: os "Arautos do Evangelho". (Nota de IHU On-Line: para mais informações clique aqui)
Conhecidos por seu hábito muito peculiar, semelhante a uma bata curta, com uma gigantesca cruz branca e vermelha em seu peito, e botas parecidas às de ginetes, os "Arautos" se espalharam por 78 países, dispondo de muitas vocações, envolvendo milhares de jovens, além de terem sido apoiados particularmente pelo cardeal esloveno Franc Rodè, durante a época em que ele era o prefeito dos religiosos.
A investigação do Vaticano parte, dentre muitas outras indicações, de algumas cartas e vídeos enviados por Alfonso Beccar Varela a Roma. Há menos de três anos atrás falava-se da existência, dentro da TFP e depois dentro dos "Arautos", de uma espécie de sociedade secreta, "Semper viva", na qual se praticava o culto pela mãe de Plinio Corrêa, Dona Lucilia, pelo próprio Corrêa e também por João Scognamiglio Clá Dias. Um culto que a Igreja não permite.
Os vídeos postados online por Alfonso Beccar Varela são frequentemente transferidos a outros sites da Internet, porque no Brasil os "Arautos" adotam medidas legais para apagá-los segundo as regras de direitos autorais. Tratam-se de imagens que mostram exorcismos com fórmulas não aprovadas pela autoridade eclesiástica, mas, sobretudo, mostram gravações de encontros entre o fundador e alguns sacerdotes. Seguramente são vídeos gravados com o consenso dos interessados, mas em que as autoridades vaticanas encontram elementos suficientes para se aprofundar na investigação.
Um deles por ora pode ser visto aqui. Dos diálogos e declarações surge um certo milenarismo: alguns dos "Arautos" estão convencidos de que, graças à Virgem de Fátima, está chegando uma espécie de fim do mundo em que o Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias triunfará. Os sacerdotes falam sobre os exorcismos que estão acontecendo, que o diabo anuncia que o próprio Fundador se tornará Papa ("As chaves pontifícias estão nas mãos do demônio, mas estão por passar para as mãos de Dom João"), e que as forças satânicas temem-no mais do que qualquer coisa no mundo. Um demônio através de uma pessoa exorcizada teria dito: "Jogue-me mais água benta, mas não jogue a água que passou pelas mãos de Dom João".
Nos vídeos, atesta-se que os nomes de dona Lucila, Plinio Corrêa e Monsenhor João são invocados nos exorcismos como se fossem muito poderosos. Eles são quase divinizados. Como se pode ver, há material suficiente para pedir explicações, embora haja pessoas que tentaram imediatamente apresentar a notícia da investigação do Vaticano (mas recaindo sobre os graves motivos) como se fosse um ato "imperial" da Santa Sé para sufocar as realidades mais próximas do tradicionalismo.
Massimo Introvigne é um sociólogo reconhecido que estudou durante anos os movimentos que derivaram de Plínio Corrêa de Oliveira e que reuniu uma vasta documentação (como demonstrado nos artigos "Tradition, Family and Property (TFP) and the Heralds of The Gospel: The Religious Economy of Brazilian Conservative Catholicism" e "Alternative Spirituality and Religion Review", do outono de 2016), na biblioteca do Censor (Centro de Estudo sobre as Novas Religiões) de Turim, que ele próprio dirige.
Ele afirma que "muitos indícios sugerem que dentro dos ‘Arautos do Evangelho’ pratica-se uma espécie de culto secreto e extravagante a uma espécie de trindade composta por Plinio Corrêa de Oliveira, sua mãe Lucilia e o próprio Monsenhor Clá Dias".
"Trata-se, acrescentou, da continuação de práticas que começaram há cerca de 30 anos, por parte do próprio Clá Dias e outros, dentro do movimento de Corrêa de Oliveira, antes da morte deste último, em 1995. Creio ser importante distinguir entre as obras de Corrêa de Oliveira (controversas especialmente durante os últimos anos de sua vida, quando ele se aproximou dos que rejeitavam o Concílio Vaticano II, mas que são de considerável importância para a história do pensamento latino-americano do século XX) e as ações de seus herdeiros verdadeiros ou presumidos. Entrevistei três vezes Corrêa de Oliveira e, inclusive, perguntei-lhe sobre os rumores de um culto secreto a ele e sua mãe, e sempre me disse que essas eram coisas de seus seguidores mais jovens, mas que em nada tinham sido incentivadas ou aprovadas por ele. Pode ser que ele seja culpável pelo menos pela pouca vigilância. Mas isto não invalida para mim o valor de seus escritos". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Papa: testemunho cristão é sal e luz, não a seguranças artificiais
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O Santo Padre celebrou a Santa Missa, na manhã desta terça-feira (13/06/ 2017), na Capela da Casa Santa Marta, onde reside, da qual participaram os membros do Conselho dos Cardeais “C9”.
Na homilia que pronunciou, o Papa refletiu sobre a mensagem evangélica “ser sal e luz” do mundo, exortando os fiéis a não buscarem “seguranças artificiais, mas a confiar na ação do Espírito Santo.
Francisco se deteve, sobretudo, nestas palavras, que indicam a força do Evangelho, que levam à glorificação de Deus. Com efeito, em Jesus se cumpre tudo o que nos foi prometido: eis porque Ele é a plenitude:
“Em Jesus não há um “não, mas sempre “sim” para a glória do Pai. Mas, também nós participamos deste “sim” de Jesus, porque Ele nos conferiu a unção, nos imprimiu o sigilo, que nos foram antecipados pelo Espírito. É o Espírito que nos levará ao “sim” definitivo, até à nossa plenitude. É o Espírito que nos ajuda a tornar-nos “sal e luz”, ou seja, a sermos testemunhas cristãs”.
“Tudo é positivo”, retomou o Papa. “E o testemunho cristão” é “sal e luz”. “Luz - explicou - para iluminar e quem esconde a luz dá um contratestemunho” refugiando-se um pouco no “sim” e um pouco no “não”. Estes, portanto “possuem a luz, mas não a doam, e não a faz ver e se não a faz ver não glorifica o Pai que está nos céus”. Ainda, advertiu, “há o sal, mas o conserva para si mesmo e não o doa para que se evite a corrupção”.
Os cristãos são chamados a ser sal e luz
“Sim – sim”, “não – não”: palavras decisivas, como o Senhor nos ensinou, pois, recordou Francisco, “o supérfluo provém do maligno”. “É precisamente esta atitude de segurança e de testemunho - acrescentou - que o Senhor confiou à Igreja e a todos nós baptizados”:
“Segurança na plenitude das promessas em Cristo: em Cristo tudo se cumpriu. Testemunho aos outros; dom recebido de Deus em Cristo, que nos deu a unção do Espírito para o testemunho. E isso é ser cristão: iluminar, ajudar para que a mensagem e as pessoas não se corrompam, como faz o sal; mas, se se esconde a luz o sal torna-se insípido, sem força, enfraquece - o testemunho será fraco. Mas isso ocorre quando eu não aceito a unção, não aceito o sigilo, não aceito a 'antecipação' do Espírito que está em mim. E isso ocorre quando eu não aceito o 'sim' em Jesus Cristo”.
A proposta cristã, disse Francisco, é tão simples, mas “tão decisiva e tão bonita, e nos dá tanta esperança”. “Eu sou a luz - podemos nos perguntar - para os outros? Eu – disse ainda o Papa – sou sal para os outros? Que dá sabor à vida e a defende da corrupção? Estou agarrado em Jesus Cristo, que é o 'sim'? Sinto-me ungido, selado? Eu sei que eu tenho essa segurança que será plena no céu, mas pelo menos é “antecipação”, agora, o Espírito?". O cristão é “solar” quando glorifica a Deus com a sua vida.
Na linguagem corrente, observou em seguida, “quando uma pessoa está cheia de luz, dizemos ‘esta é uma pessoa solar’”: “Usa-se dizer isso: ‘É uma pessoa solar’. Isso pode nos ajudar a entender. Isso é mais do que solar, ainda. Este é reflexo do Pai em Jesus em quem as promessas se cumpriram. Este é o reflexo da unção do Espírito que todos nós temos. E isso, por quê? Por que recebemos isso? Dizem-nos ambas as leituras. Paulo diz: ‘E por isso, através de Cristo, sobe a Deus o nosso' Amém' para a sua glória’, para glorificar a Deus. E Jesus diz aos discípulos: ‘Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao Pai’. Tudo isso, para glorificar a Deus. A vida do cristão é assim”.
Peçamos esta graça, concluiu o Papa, “de sermos agarrados, enraizados na plenitude das promessas em Cristo Jesus que é ‘sim’, totalmente ‘sim’, e levar essa plenitude com o sal e a luz do nosso testemunho aos outros para dar glória ao Pai que está nos céus”. (BS/MT/SP). Fonte: http://pt.radiovaticana.va
ORATÓRIO DE SANTO ANTÔNIO
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No vídeo, o Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ, registra a apresentação do “Oratório de Santo Antônio”, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Salvador- BA. A apresentação aconteceu no domingo da Trindade, 11 de junho-2017. NOTA: O Oratório de Santo Antônio é um coral popular que já cantou e encantou muitos por onde passou. Sob direção e regência do Maestro Keiler Rêgo, o Oratório de Santo Antônio é uma forma de festejar o santo casamenteiro durante a trezena, em junho. Essa tradição possui mais de 20 anos de realização e já é um evento consolidado no calendário de festejos religiosos de Salvador.
Desde 2013, sempre nos meses que antecedem aos festejos a Santo Antônio, o Maestro Keiler Rêgo realiza uma oficina de preparação para o Oratório para montar e qualificar o coral que cantará durante a trezena.
Qualquer pessoa pode integrar esse coral que é composto por membros da própria comunidade. O Oratório de Santo Antônio é uma ótima oportunidade para as pessoas que gostam de música e também para os devotos do santo casamenteiro que podem traduzir em notas musicais a sua devoção pelo santo. Além da capital baiana, o Oratório de Santo Antônio já passou também por outras cidades brasileiras, como São Paulo, Belo Horizonte e Tiradentes-MG.
Cantar a Trezena de Santo Antônio é fazer parte de uma grande celebração da fé, do amor e da música. Fonte: http://www.maestrokeilerrego.com.br Convento do Carmo de Salvador- BA. 11 de junho-2017.
Santo Antônio: um legado que vai além de ser o “santo casamenteiro” da devoção popular
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Um dos santos mais conhecidos na devoção popular brasileira, que abre as comemorações das festas juninas dia 13 de junho, Santo Antônio continua sendo importante para o mundo cristão porque ele reconciliou a vida de fé, a simplicidade da mensagem do evangelho e o amor à Eucaristia com a riqueza acadêmica, as ciências, a meditação e estudo da Sagrada Escritura.
Esta é a consideração do religioso da Ordem dos Frades Menores, o franciscano dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC) presidente da Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato. Para o religioso, a inteligência, a lucidez intelectual, a fé, a simplicidade e o enamoramento por Jesus Cristo fizeram de Santo Antônio um grande taumaturgo no seu tempo.
“As multidões que admiram a sua vida nos dias atuais revelam sua imortalidade pelo seguimento a Jesus Cristo do jeito como São Francisco de Assis o fez com simplicidade, profunda devoção, amor as Sagradas Escrituras e grande espiritualidade”, disse.
Atualmente, segundo dom Severino, devemos imitar o jeito do apaixonamento de Santo Antônio por Jesus Cristo. “Hoje, muito falamos de Jesus Cristo, ensinamos como segui-lo, apresentamos teses e verdades, mas precisamos viver com intensidade o que aprendemos, o que nos ensinam e o que ensinamos para os outros”, disse.
O religioso explica que o legado do santo é o amor profundo nas dissoluções das complicações, problemas de relacionamentos humanos nos dias atuais. “Eis uma das razões porque é popularmente considerado o santo casamenteiro, porque facilita as relações e mostra que o entendimento, o cultivo e o cuidado pelas pessoas é remédio para solucionar conflitos e desgastes de convivência familiar e conjugal”.
O bispo comunga da mesma paixão de Santo Antônio: aprender com São Francisco de Assis a simplicidade do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. “Ele se empolgou com o estilo de vida de São Francisco de Assis e por isso ingressou na Ordem dos Frades Menores. Santo Antônio nos mostra que é possível uma vida simples e repleta de ações, de cuidado pela natureza e pela vida em si”, afirma.
História do santo
Santo Antônio ou Antônio de Lisboa, também conhecido como Santo António de Pádua, OFM, de sobrenome incerto mas batizado como Fernando, foi um Doutor da Igreja que viveu na viragem dos séculos XII e XIII.
Primeiramente foi frade agostiniano no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa, indo posteriormente para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, onde aprofundou os seus estudos religiosos através da leitura da Bíblia e da literatura patrística, científica e clássica. Tornou-se franciscano em 1220 e viajou muito, vivendo inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França.
No ano de 1221 fez parte do Capítulo Geral da Ordem em Assis, a convite do próprio Francisco, o fundador, que o convidou também a pregar contra os albigenses em França. Foi transferido depois para Bolonha e me seguida para Pádua, onde morreu aos 36 (ou 40) anos.
A sua fama de santidade levou-o a ser canonizado pela Igreja Católica pouco depois de falecer, distinguindo-se como teólogo, místico, asceta e sobretudo como notável orador e grande taumaturgo.
Entre suas várias qualidades, chamou a atenção de seus contemporâneos seu admirável dom como pregador. Muitas descrições de época referem o fascínio que sua fala exercia sobre as multidões de pessoas simples e também sobre clérigos doutos.
Embora o efeito de sua oração a viva voz não possa mais ser recuperado, seu estilo e os conteúdos que abordava podem ser conhecidos em parte através dos 77 sermões que sobreviveram e constam em sua obra publicada em edição crítica, Sermões Dominicais e Festivos, e que são considerados autênticos. Fonte: www.cnbb.net.br
DIA MUNDIAL DOS POBRES: Mensagem do Papa para o Dia Mundial dos Pobres
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Foi publicada nesta terça-feira (13/06) a Mensagem do Papa Francisco para o I Dia Mundial dos Pobres, a ter lugar no 33° Domingo do Tempo Comum, dia 19 de novembro de 2017, sob o tema: “Não amemos com palavras, mas com obras”. Já a seguir o texto integral:
MENSAGEM DO SANTO PADRE PARA O I DIA MUNDIAL DOS POBRES
(XXXIII Domingo do Tempo Comum – 19 de novembro de 2017)
Tema: «Não amemos com palavras, mas com obras»
- «Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade» (1 Jo 3, 18). Estas palavras do apóstolo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo «discípulo amado» até aos nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras vazias, que frequentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus, e João recorda-a com clareza. Assenta sobre duas colunas mestras: o primeiro a amar foi Deus (cf. 1 Jo 4, 10.19); e amou dando-Se totalmente, incluindo a própria vida (cf. 1 Jo 3, 16).
Um amor assim não pode ficar sem resposta. Apesar de ser dado de maneira unilateral, isto é, sem pedir nada em troca, ele abrasa de tal forma o coração, que toda e qualquer pessoa se sente levada a retribuí-lo não obstante as suas limitações e pecados. Isto é possível, se a graça de Deus, a sua caridade misericordiosa, for acolhida no nosso coração a pontos de mover a nossa vontade e os nossos afetos para o amor ao próprio Deus e ao próximo. Deste modo a misericórdia, que brota por assim dizer do coração da Trindade, pode chegar a pôr em movimento a nossa vida e gerar compaixão e obras de misericórdia em prol dos irmãos e irmãs que se encontram em necessidade.
- «Quando um pobre invoca o Senhor, Ele atende-o» (Sal 34/33, 7). A Igreja compreendeu, desde sempre, a importância de tal invocação. Possuímos um grande testemunho já nas primeiras páginas do Atos dos Apóstolos, quando Pedro pede para se escolher sete homens «cheios do Espírito e de sabedoria» (6, 3), que assumam o serviço de assistência aos pobres. Este é, sem dúvida, um dos primeiros sinais com que a comunidade cristã se apresentou no palco do mundo: o serviço aos mais pobres. Tudo isto foi possível, por ela ter compreendido que a vida dos discípulos de Jesus se devia exprimir numa fraternidade e numa solidariedade tais, que correspondesse ao ensinamento principal do Mestre que tinha proclamado os pobres bem-aventurados e herdeiros do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3).
«Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um» (At 2, 45). Esta frase mostra, com clareza, como estava viva nos primeiros cristãos tal preocupação. O evangelista Lucas – o autor sagrado que deu mais espaço à misericórdia do que qualquer outro – não está a fazer retórica, quando descreve a prática da partilha na primeira comunidade. Antes pelo contrário, com a sua narração, pretende falar aos fiéis de todas as gerações (e, por conseguinte, também à nossa), procurando sustentá-los no seu testemunho e incentivá-los à ação concreta a favor dos mais necessitados. E o mesmo ensinamento é dado, com igual convicção, pelo apóstolo Tiago, usando expressões fortes e incisivas na sua Carta: «Ouvi, meus amados irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que O amam? Mas vós desonrais o pobre. Porventura não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais? (…) De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta» (2, 5-6.14-17).
- Contudo, houve momentos em que os cristãos não escutaram profundamente este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Mas o Espírito Santo não deixou de os chamar a manterem o olhar fixo no essencial. Com efeito, fez surgir homens e mulheres que, de vários modos, ofereceram a sua vida ao serviço dos pobres. Nestes dois mil anos, quantas páginas de história foram escritas por cristãos que, com toda a simplicidade e humildade, serviram os seus irmãos mais pobres, animados por uma generosa fantasia da caridade!
Dentre todos, destaca-se o exemplo de Francisco de Assis, que foi seguido por tantos outros homens e mulheres santos, ao longo dos séculos. Não se contentou com abraçar e dar esmola aos leprosos, mas decidiu ir a Gúbio para estar junto com eles. Ele mesmo identificou neste encontro a viragem da sua conversão: «Quando estava nos meus pecados, parecia-me deveras insuportável ver os leprosos. E o próprio Senhor levou-me para o meio deles e usei de misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, aquilo que antes me parecia amargo converteu-se para mim em doçura da alma e do corpo» (Test 1-3: FF 110). Este testemunho mostra a força transformadora da caridade e o estilo de vida dos cristãos.
Não pensemos nos pobres apenas como destinatários duma boa obra de voluntariado, que se pratica uma vez por semana, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para pôr a consciência em paz. Estas experiências, embora válidas e úteis a fim de sensibilizar para as necessidades de tantos irmãos e para as injustiças que frequentemente são a sua causa, deveriam abrir a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida. Na verdade, a oração, o caminho do discipulado e a conversão encontram, na caridade que se torna partilha, a prova da sua autenticidade evangélica. E deste modo de viver derivam alegria e serenidade de espírito, porque se toca palpavelmente a carne de Cristo. Se realmente queremos encontrar Cristo, é preciso que toquemos o seu corpo no corpo chagado dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia. O Corpo de Cristo, repartido na sagrada liturgia, deixa-se encontrar pela caridade partilhada no rosto e na pessoa dos irmãos e irmãs mais frágeis. Continuam a ressoar de grande atualidade estas palavras do santo bispo Crisóstomo: «Queres honrar o corpo de Cristo? Não permitas que seja desprezado nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres aqui no tempo com vestes de seda, enquanto lá fora O abandonas ao frio e à nudez» (Hom. in Matthaeum, 50, 3: PG 58).
Portanto somos chamados a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da solidão. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobreza encerra em si mesma.
- Não esqueçamos que, para os discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de tudo, uma vocação a seguir Jesus pobre. É um caminhar atrás d’Ele e com Ele: um caminho que conduz à bem-aventurança do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3; Lc 6, 20). Pobreza significa um coração humilde, que sabe acolher a sua condição de criatura limitada e pecadora, vencendo a tentação de omnipotência que cria em nós a ilusão de ser imortal. A pobreza é uma atitude do coração que impede de conceber como objetivo de vida e condição para a felicidade o dinheiro, a carreira e o luxo. Mais, é a pobreza que cria as condições para assumir livremente as responsabilidades pessoais e sociais, não obstante as próprias limitações, confiando na proximidade de Deus e vivendo apoiados pela sua graça. Assim entendida, a pobreza é o metro que permite avaliar o uso correto dos bens materiais e também viver de modo não egoísta nem possessivo os laços e os afetos (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2545).
Assumamos, pois, o exemplo de São Francisco, testemunha da pobreza genuína. Ele, precisamente por ter os olhos fixos em Cristo, soube reconhecê-Lo e servi-Lo nos pobres. Por conseguinte, se desejamos dar o nosso contributo eficaz para a mudança da história, gerando verdadeiro desenvolvimento, é necessário escutar o grito dos pobres e comprometermo-nos a erguê-los do seu estado de marginalização. Ao mesmo tempo recordo, aos pobres que vivem nas nossas cidades e nas nossas comunidades, para não perderem o sentido da pobreza evangélica que trazem impresso na sua vida.
- Sabemos a grande dificuldade que há, no mundo contemporâneo, para se poder identificar claramente a pobreza. E todavia esta interpela-nos todos os dias com os seus inúmeros rostos vincados pelo sofrimento, a marginalização, a opressão, a violência, as torturas e a prisão, pela guerra, a privação da liberdade e da dignidade, pela ignorância e o analfabetismo, pela emergência sanitária e a falta de trabalho, pelo tráfico de pessoas e a escravidão, pelo exílio e a miséria, pela migração forçada. A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças explorados para vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro. Como é impiedoso e nunca completo o elenco que se é constrangido a elaborar à vista da pobreza, fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada!
Infelizmente, nos nossos dias, enquanto sobressai cada vez mais a riqueza descarada que se acumula nas mãos de poucos privilegiados, frequentemente acompanhada pela ilegalidade e a exploração ofensiva da dignidade humana, causa escândalo a extensão da pobreza a grandes sectores da sociedade no mundo inteiro. Perante este cenário, não se pode permanecer inerte e, menos ainda, resignado. À pobreza que inibe o espírito de iniciativa de tantos jovens, impedindo-os de encontrar um trabalho, à pobreza que anestesia o sentido de responsabilidade, induzindo a preferir a abdicação e a busca de favoritismos, à pobreza que envenena os poços da participação e restringe os espaços do profissionalismo, humilhando assim o mérito de quem trabalha e produz: a tudo isso é preciso responder com uma nova visão da vida e da sociedade.
Todos estes pobres – como gostava de dizer o Beato Paulo VI – pertencem à Igreja por «direito evangélico» (Discurso de abertura na II Sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II, 29/IX/1963) e obrigam à opção fundamental por eles. Por isso, benditas as mãos que se abrem para acolher os pobres e socorrê-los: são mãos que levam esperança. Benditas as mãos que superam toda a barreira de cultura, religião e nacionalidade, derramando óleo de consolação nas chagas da humanidade. Benditas as mãos que se abrem sem pedir nada em troca, sem «se» nem «mas», nem «talvez»: são mãos que fazem descer sobre os irmãos a bênção de Deus.
- No termo do Jubileu da Misericórdia, quis oferecer à Igreja o Dia Mundial dos Pobres, para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carenciados. Quero que, aos outros Dias Mundiais instituídos pelos meus Antecessores e sendo já tradição na vida das nossas comunidades, se acrescente este, que completa o conjunto de tais Dias com um elemento requintadamente evangélico, isto é, a predileção de Jesus pelos pobres.
Convido a Igreja inteira e os homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar, neste dia, em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs, criados e amados pelo único Pai celeste. Este Dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade. Deus criou o céu e a terra para todos; foram os homens que, infelizmente, ergueram fronteiras, muros e recintos, traindo o dom originário destinado à humanidade sem qualquer exclusão.
- Desejo que, na semana anterior ao Dia Mundial dos Pobres – que este ano será no dia 19 de novembro, XXXIII domingo do Tempo Comum –, as comunidades cristãs se empenhem na criação de muitos momentos de encontro e amizade, de solidariedade e ajuda concreta. Poderão ainda convidar os pobres e os voluntários para participarem, juntos, na Eucaristia deste domingo, de modo que, no domingo seguinte, a celebração da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo resulte ainda mais autêntica. Na verdade, a realeza de Cristo aparece em todo o seu significado precisamente no Gólgota, quando o Inocente, pregado na cruz, pobre, nu e privado de tudo, encarna e revela a plenitude do amor de Deus. O seu completo abandono ao Pai, ao mesmo tempo que exprime a sua pobreza total, torna evidente a força deste Amor, que O ressuscita para uma vida nova no dia de Páscoa.
Neste domingo, se viverem no nosso bairro pobres que buscam proteção e ajuda, aproximemo-nos deles: será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos. Como ensina a Sagrada Escritura (cf. Gn 18, 3-5; Heb 13, 2), acolhamo-los como hóspedes privilegiados à nossa mesa; poderão ser mestres, que nos ajudam a viver de maneira mais coerente a fé. Com a sua confiança e a disponibilidade para aceitar ajuda, mostram-nos, de forma sóbria e muitas vezes feliz, como é decisivo vivermos do essencial e abandonarmo-nos à providência do Pai.
- Na base das múltiplas iniciativas concretas que se poderão realizar neste Dia, esteja sempre a oração. Não esqueçamos que o Pai Nosso é a oração dos pobres. De facto, o pedido do pão exprime o abandono a Deus nas necessidades primárias da nossa vida. Tudo o que Jesus nos ensinou com esta oração exprime e recolhe o grito de quem sofre pela precariedade da existência e a falta do necessário. Aos discípulos que Lhe pediam para os ensinar a rezar, Jesus respondeu com as palavras dos pobres que se dirigem ao único Pai, em quem todos se reconhecem como irmãos. O Pai Nosso é uma oração que se exprime no plural: o pão que se pede é «nosso», e isto implica partilha, comparticipação e responsabilidade comum. Nesta oração, todos reconhecemos a exigência de superar qualquer forma de egoísmo, para termos acesso à alegria do acolhimento recíproco.
- Aos irmãos bispos, aos sacerdotes, aos diáconos – que, por vocação, têm a missão de apoiar os pobres –, às pessoas consagradas, às associações, aos movimentos e ao vasto mundo do voluntariado, peço que se comprometam para que, com este Dia Mundial dos Pobres, se instaure uma tradição que seja contribuição concreta para a evangelização no mundo contemporâneo.
Que este novo Dia Mundial se torne, pois, um forte apelo à nossa consciência crente, para ficarmos cada vez mais convictos de que partilhar com os pobres permite-nos compreender o Evangelho na sua verdade mais profunda. Os pobres não são um problema: são um recurso de que lançar mão para acolher e viver a essência do Evangelho.
Vaticano, Memória de Santo António de Lisboa,
13 de junho de 2017.
Franciscus
Fonte: http://pt.radiovaticana.va
CATOLICISMO MOFADO
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*Por Fernando Altemeyer
Andando por algumas cidades brasileiras é fácil encontrar jovens/adolescentes com uma espiritualidade doentia e alienante. Em certas dioceses e até com uma presumível cumplicidade de pastores brotam aos borbotões “escravos de Maria”, “cercos de Jericó”, “missas de cura e libertação” “marchas em roupas medievais”, “exorcismos descontrolados e líderes autoritários”.
Já se vê dezenas de jovens com correntes nos braços, nas pernas e amarrando cilício nas pernas e barriga para sangrar em “nome de Maria (sic)”. Meninas jovens de véu na cabeça nas missas, gente rezando terço fora de hora, plenos de tiques nervosos e exigindo receber a Eucaristia na boca, pois a mão não seria santa o suficiente.
Antropologia doente. Mente doente. Corpo adestrado. Há ainda os que seguem cegos a padres autoritários evidentemente narcisistas.
É a Igreja Feudal voltando com tudo e destroçando a pastoral da Igreja comunidade de comunidades. As orientações da CNBB nem sequer são conhecidas. A pastoral é desvinculada da Palavra de Deus.
Tudo fica reduzido a crendices e amuletos. E as Televisões católicas e livrarias católicas vendendo ainda mais amuletos, textos demagógicos, roupas e túnicas douradas e muito perfume e incenso grego caro e supérfluo. Há até exércitos com roupas exóticas em comunidades e igrejas.
Quando acordarmos da letargia, o estrago será profundo. Os fungos continuam em ação comendo o pão da vida e fazendo-o morrer. É preciso ver a doença e prevenir.
*Fernando Altemeyer é teólogo leigo, possui graduação em Filosofia e em Teologia, mestrado em Teologia e Ciências da Religião pela Universidade Católica de Louvain-La-Neuve, na Bélgica, e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. Atualmente é professor e integra o Departamento de Ciência da Religião, da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP.
Camarões. O bispo de Bafia teria sido assassinado
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“Um dos médicos que fizeram a autopsia me confidenciou que um braço e uma perna de dom Jean Marie Benoît Balla estavam quebrados e que os órgãos genitais foram mutilados. Com estes elementos podemos descartar terminantemente a hipótese do suicídio”. As palavras com que o diretor do jornal L’Anecdote explicou à Radio France Internationale as últimas revelações sobre o caso de dom Balla, bispo camaronês de Bafia que desapareceu e cujo corpo sem vida foi encontrado no dia 02 de junho passado, não deixam lugar a dúvidas. A reportagem é de Luca Attanasio, publicada por Vatican Insider, 08-06-2017. A tradução é de André Langer.
No momento, não há nem versões nem declarações oficiais por parte dos investigadores, assim como da hierarquia católica, mas os rumores de um possível plano para eliminar Balla são cada vez mais reais.
O corpo do religioso, logo depois de ser encontrado, foi levado à capital Yaoundé para a autopsia. O exame foi encomendado a uma equipe de médicos do qual fez parte também o perito designado pela Conferência Episcopal de Camarões. De acordo com as primeiras revelações, os sinais encontrados no cadáver de Balla indicariam tortura, além de excluir a primeira hipótese do suicídio.
“Francamente – explicou, em uma entrevista concedida por telefone ao Vatican Insider, o padre García Fernando, superior provincial dos Xaverianos de Camarões –, eu nunca aceitei que Balla tivesse tirado sua vida. É um acontecimento extremo para todos, muito mais para um bispo. Pareceu-me imediatamente uma manobra para desacreditar a Igreja e para fazer circular rumores inquietantes. Também no caso da morte do padre Jean Armel (o jovem reitor do Seminário de SantoAndré, cujo corpo sem vida foi encontrado no próprio quarto duas semanas antes da morte de Balla, ndr.) imediatamente falaram em suicídio. Mas posso garantir-lhes que falei com uma das irmãs que trabalha ali e ela me disse que na noite anterior o padre Jean tinha se sentido mal. No seu caso, estou certo de que se tratou de uma morte natural. No caso do bispo de Bafia, podemos falar, sem dúvida, de homicídio”. Por que, então, o bispo de Bafia teria sido assassinado? Quem poderia se beneficiar desacreditando a Igreja com a divulgação de falsas notícias?
“Provavelmente os próprios círculos – responde o padre García. Aqui em Camarões, há muitas realidades, movimentos ambíguos que procuram prejudicar a Igreja. Grupos muito fortes vinculados ao poder ou sociedades secretas como a Ordem da Rosa Cruz. A morte de Balla segue sendo um mistério. Não lembro que tenha realizado campanhas públicas ou que tenha lançado batalhas em nível nacional que justifiquem uma oposição tão violenta”.
“Eu creio mais na pista interna da Igreja católica e em suas conexões com grupos de poder no governo – acredita um jornalista camaronês que prefere não ser identificado por razões de segurança. Neste momento, há muita tensão em nosso país e posso dizer com certeza que estamos diante de verdadeiras “faidas” [disputas] dentro da Igreja e entre a Igreja e o poder político. Na minha opinião, devemos buscar nesses ambientes os motivos do homicídio de Balla”.
A investigação judicial, que começou um dia após o cadáver ser encontrado no Rio Sanaga, terá que esclarecer o caso e oferecer respostas a muitas perguntas em aberto (ainda circulam algumas teorias sobre um suposto tráfico envolvendo ambientes de pederastia aos quais Balla teria se oposto contundentemente).
Enquanto isso, em um país ainda abalado por esta história dramática, chega a notícia de uma nova morte nos ambientes eclesiais: a de outro sacerdote. Ndi Augustin foi encontrado sem vida no dia 07 de junho em seu quarto em Nguti, departamento de Kupe-Manengumba, na região sul-oriental anglófona de Camarões. “Pela manhã, não veio tomar café – declararam pessoas próximas ao sacerdote ao sítio cameroon.net; fomos atrás dele e encontramos o seu cadáver”. É a terceira morte em três semanas. E nos três casos eram sacerdotes católicos. Fonte: http://reverberarvida.blogspot.com.br
Autópsia confirma assassinato do bispo nos Camarões e desmente suposto suicídio
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Dom Jean-Marie Benoit Balla, Bispo de Bafia, em Camarões. Foto: Arquidiocese de Yaoundé.
A investigação sobre as estranhas circunstâncias da morte de Dom Jean-Marie Benoit Balla, Bispo de Bafia, em Camarões, teve um avanço ao descartar a versão inicial de um suposto suicídio do prelado. A descoberta de um bilhete desviou inicialmente as investigações das autoridades, apesar de que a teoria do suicídio não se encaixava na integridade moral do bispo e não era crível para os católicos locais. A autópsia do prelado revelou uma morte violenta e possíveis sinais de tortura. A informação é publicada por Gaudium Press, 09-06-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.
"Bispos não se suicidam", declarou abertamente o Arcebispo de Bamenda, dom Cornelius Esua, ao ser questionado sobre o caso. O prelado recordou que o bispo não demonstrava nenhum sinal de tendências suicidas ou de sofrer com alguma situação desesperadora que o levasse a acabar com sua vida.
As versões sobre o suposto suicídio foram identificadas pelo padre García Fernando, Superior Provincial dos xaverianos em Camarões, como uma estratégia para desacreditar a Igreja. "Aqui em Camarões há muitas realidades, movimentos ambíguos que buscam prejudicar a Igreja", indicou ao Vatican Insider. "Grupos muito fortes, vinculados ao poder ou a sociedades secretas, como a Ordem da Rosa Cruz. A morte de Balla permanece sendo um mistério".
O corpo de Dom Benoit Balla foi encontrado em um rio perto de Yaoundé, depois de estar desaparecido por vários dias. Perto dali, em uma ponte, o veículo do prelado foi abandonado, onde encontrou-se o bilhete dizendo "Não procurem por mim. Estou na água". Em contradição com a montagem de um suposto suicídio, a autópsia não encontrou nenhuma evidência de morte por afogamento.
Segundo os especialistas, o corpo do prelado estava na água a menos de quatro horas. A posição dos braços descarta a possibilidade de que houvesse lutado para sair da água. "O Bispo Balla foi torturado e brutalmente assassinado", determinou a autópsia de acordo com a Bareta News. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
As noite escuras da vida...
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As sete tentações da Vida Religiosa, segundo o Papa Francisco
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O Pontífice encontrou-se com o clero e os religiosos do Egito, pouco antes de retornar novamente a Roma. A reportagem é publicada por Aleteia, 29-04-2017. A tradução é de André Langer.
São sete as tentações de qualquer pessoa consagrada: o Papa Francisco as enumerou em um breve mas emotivo encontro com os religiosos e sacerdotes católicos do Egito, pouco antes de retornar a Roma. São as seguintes:
- A tentação de deixar-se arrastar e não guiar. O Bom Pastor tem o dever de guiar a sua grei (cf. Jo 10, 3-4), de conduzi-la para verdes pastagens e às fontes de água (cf. Sl 23). Não pode deixar se arrastar pela desilusão e o pessimismo: “Mas, o que eu posso fazer?”
Está sempre cheio de iniciativas e criatividade, como uma fonte que segue jorrando mesmo em época de seca. Sabe dar sempre uma carícia de consolo, mesmo quando seu coração está partido. Sabe ser presbítero quando os filhos o tratam com gratidão, mas sobretudo quando não são agradecidos (cf. Lc 15, 11-32). Nossa fidelidade ao Senhor nunca pode depender da gratidão humana: “Seu Pai, que vê o escondido, recompensará você” (Mt 6, 4.6.18). - A tentação delamentar-secontinuamente. É fácil culpar sempre os outros: pelas faltas dos superiores, pelas condições eclesiásticas ou sociais, pelas poucas possibilidades. Contudo, o consagrado é aquele que, com a unção do Espírito, transforma cada obstáculo em uma oportunidade, e não cada dificuldade em uma desculpa.
Na realidade, quem sempre anda se lamentando não quer trabalhar. Por isso, o Senhor, dirigindo-se aos pastores, disse: “levantam as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos enfraquecidos” (Hb 12, 12; cf. Is 35, 3). - A tentação da crítica e dainveja. E está é má, eh? O perigo é grave quando o consagrado, em vez de ajudar os pequenos a crescer e regozijar-se com o êxito dos seus irmãos e irmãs, deixa-se dominar pela inveja e transforma-se em alguém que fere os outros com a crítica. Quando, em vez de se esforçar para crescer, põe-se a destruir aqueles que estão crescendo, e quando, em vez de seguir os bons exemplos, julga-os e denigre-os.
A inveja é um câncer que destrói qualquer organismo em pouco tempo: “Um reino se divide em grupos que lutam entre si, esse reino acabará se destruindo; se uma família se divide em grupos que brigam entre si, essa família não poderá durar” (Mc 3, 24-25). De fato, não se esqueçam disso: “pela inveja do diabo, entrou no mundo a morte” (Sb 2, 24). E a crítica é o seu instrumento e a sua arma. - A tentação de comparar-se com os outros. A riqueza encontra-se na diversidade e na unicidade de cada um de nós. Comparar-nos com aqueles que estão melhor leva-nos, com frequência, a cair no ressentimento; comparar-nos com aqueles que estão em uma situação pior, leva-nos, muitas vezes, a cair na soberba e na preguiça.
Quem sempre tende a se comparar com os outros acaba paralisado. Aprendamos dos Santos Pedro e Paulo a viver a diversidade de caracteres, carismas e opiniões na escuta e docilidade ao Espírito Santo.
- A tentação do “faraonismo”– “estamos noEgito!”, brincou –, isto é, de endurecer o coração e fechá-lo ao Senhor e aos outros. É a tentação de sentir-se acima dos outros e de submetê-los por vanglória, de ter a presunção de deixar-se servir em vez de servir. É uma tentação comum que aparece desde o começo entre os discípulos, que – diz o Evangelho – “no caminho tinham discutido qual deles era o maior” (Mc 9, 34).
O antídoto a este veneno é: “Se alguém quer ser o primeiro, deverá ser o último, e ser aquele que serve a todos” (Mc 9, 35).
- A tentação doindividualismo. Como diz o conhecido provérbio popular egípcio: “Eu e, depois de mim, o dilúvio”. É a tentação dos egoístas que, ao caminhar, perdem o rumo e, em vez de pensar nos outros, pensam exclusivamente em si mesmos, sem experimentar nenhum tipo de vergonha; pelo contrário, justificam-se. A Igreja é a comunidade dos fiéis, o corpo de Cristo, onde a salvação de um membro está vinculada à santidade de todos (cf. 1 Cor 12, 12-27);Lumen Gentium, 7). O individualista é, ao contrário, motivo de escândalo e de conflito.
- A tentação de caminhar sem rumo, nem objetivo. O consagrado perde sua identidade e acaba por não ser “nem carne nem peixe”. Vive com o coração dividido entre Deus e o mundanismo. Esquece seu primeiro amor (cf. Ap 2, 4). Na realidade, o consagrado, se não tiver uma clara e sólida identidade, caminha sem rumo e, em vez de guiar os outros, dispersa-os. A identidade de vocês como filhos da Igreja é ser coptas – isto é, arraigados em suas nobres e antigas raízes – e católicos – isto é, parte da Igreja una e universal: como uma árvore que quanto mais enraizada está na terra, mais ela se eleva ao céu.
Queridos consagrados, enfrentar estas tentações não é fácil, mas é possível se estivermos enxertados em Jesus: “Fiquem unidos a mim, e eu ficarei unido a vocês. O ramo que não fica unido à videira não pode dar fruto, vocês também não poderão dar fruto, se não ficarem unidos a mim” (Jo 15, 4). Quanto mais enraizados estivermos em Cristo, mais vivos e fecundos seremos. Assim, o consagrado conservará a maravilha, a paixão do primeiro encontro, a atração e a gratidão em sua vida com Deus e em sua missão. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
A missão do padre no centro da reflexão da Congregação para o Clero
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“Não um portador de ‘verdades pré-confeccionadas’, a serem transplantadas na vida das pessoas”, mas aquele que ajuda as pessoas “a lerem a própria vida à luz do Evangelho de Cristo”: esse é o perfil do padre atual delineado durante a plenária da Congregação para o Clero, realizada entre os dias 30 de maio e 1º de junho passados. A reportagem é publicada por L’Osservatore Romano, 06-06-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Foi o cardeal prefeito, Beniamino Stella, que sintetizou os conteúdos no discurso conclusivo, repassando os três dias de trabalho, a partir do qual veio à tona como se pede ao sacerdote que “seja o homem do discernimento – que ajuda as pessoas a descobrir a verdade da sua vida – além do acompanhamento, que não tem um ‘programa’ prefixado a ser realizado a todo o custo, mas se esforça para levar a uma contemplação mais profunda da pessoa de Jesus, sob a orientação do Espírito”. E, nessa perspectiva, o ícone é o encontro entre Jesus e os dois discípulos de Emaús.
As principais conferências centraram a sua atenção na nova Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis e na figura do pastor no magistério do Papa Francisco. Os cardeais Wuerl e Betori, em particular – assinalou o prefeito –, detectaram como o pontífice propõe o seu próprio magistério “principalmente através de gestos repletos de sentido; ele não explica a bondade ou a necessidade de determinados comportamentos, simplesmente os coloca em prática, vive-os em primeira pessoa. E, ao fazer isso, oferece uma indicação de autoridade”.
Por exemplo, quando se confessa, antes de ele mesmo se pôr à disposição no confessionário, ou quando vai se encontrar com as famílias para a bênção pascal, como fez em Ostia. Na prática – explicou o cardeal Stella – “Francisco fala de proximidade, vizinhança e ‘Igreja em saída’ e vive tudo isso pessoalmente”.
Quanto ao anúncio do Evangelho, continuou o relator, ele “deve passar pelo exemplo pessoal dos sacerdotes”, porque “os jovens estão dispostos a escutar somente depois de ter visto e conhecido uma vida vivida segundo o Evangelho”. É por isso que assumem importância a formação permanente e um adequado caminho no um seminário, onde – recomendou o purpurado – “é bom acolher somente aqueles que têm determinadas características, de acordo com a feliz expressão de João Paulo II: ‘Tomar homens que estejam enraizados em Deus e sejam capazes de oblatividade, porque o padre é um pequeno irmão universal’”.
Depois, a plenária – continuou a o cardeal Stella – deteve-se sobre os jovens padres, dos quais o papa falou durante a audiência aos participantes da assembleia. As comunicações das tardes, por sua vez, abordaram temas mais específicos. Um deles estava relacionado à paróquia, que é, “antes de tudo, uma comunidade e não um lugar geográfico, uma comunidade inclusiva, que dialoga e se volta também para aqueles que abandonaram a fé ou não são cristãos”. E, nesse sentido, está “em um estágio avançado de elaboração” uma instrução relacionada com questões relativas ao ministério do pároco, aos reagrupamentos de paróquias dentro da diocese e às possíveis configurações do ministério pastoral.
Um segundo tema, o das dispensas das obrigações decorrentes da ordenação, confirmou a necessidade de uma boa formação inicial e de formadores preparados, que possam reforçar desde o seminário as vocações “vacilantes” e ajudar aqueles que não são chamados ao sacerdócio a encontrarem em outra parte o seu lugar na Igreja.
Pediu-se à Congregação que prepare um dossiê para descrever a “tipologia do padre dispensado”, em vista de uma ação mais eficaz de formação; e sugeriu-se uma revisão das “proibições”, para favorecer a reinserção dos clérigos que abandonaram o ministério, especialmente no campo do ensino.
Por fim, duas outras comunicações abordaram a incardinação nas associações públicas clericais e o sacerdote exorcista. No primeiro caso, a Congregação reafirmou que, atualmente, as associações com tal faculdade são quatro, e que outros pedidos estão sendo estudados, particularmente o da Comunidade do Emmanuel. Por outro lado, o dicastério expressou uma opinião negativa em relação à incardinação dos clérigos nas chamadas “novas realidades eclesiais”, como movimentos e associações laicais.
Em matéria de exorcismo, foram considerados dois extremos: por um lado, uma espécie de obsessão com o demoníaco, que leva a ver por toda a parte sinais da ação do maligno; por outro, um ceticismo radical que chega a duvidar da própria existência do demônio. Por isso, concluiu o cardeal Stella, “é necessário formar os seminaristas, depois, identificar sacerdotes equilibrados, humana e espiritualmente”. Até porque disseminaram-se “pseudoexorcismos”, realizados por supostos “curandeiros”, aos quais as pessoas acorrem, pensando que podem se beneficiar com isso. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
O padre, uma figura pouco conhecida, mas apreciada na França
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Uma pesquisa exclusiva Ifop para o jornal La Croix revela uma imagem muito positiva dos padres na sociedade francesa, em todas as categorias. A pesquisa também mostra que somente metade dos jovens entre 18 e 24 anos já teve contato com um padre. Para dois terços dos franceses, a imagem dos padres foi “afetada” pelos casos de pedofilia. A reportagem é de Loup Besmond de Senneville e Anne-Bénédicte Hoffner, publicada por La Croix, 02-06-2017. A tradução é de André Langer.
Para a grande maioria dos franceses, o padre é “um homem de escuta”: são 83% dos entrevistados que dizem isso, 98% dos católicos praticantes e também 68% dos sem religião. Um verdadeiro plebiscito que causaria inveja a muitos políticos ou profissionais, médicos ou jornalistas, por exemplo...
Como faz regularmente desde 1993, La Croix quis pesquisar novamente a relação que os franceses têm com seus padres. Sua imagem é extraordinariamente positiva, “até mesmo surpreendentemente positiva”, reconhecem alguns padres que nós consultamos. Em época recente, difícil ou até mesmo terrível para a Igreja católica – diminuição das vocações sacerdotais, revelações em série de crimes ou de delitos sexuais cometidos por muitos deles e “acobertados” por sua hierarquia – e após décadas de secularização massiva, poderíamos imaginá-la mais arruinada ou simplesmente empalidecida.
A imagem do padre continua surpreendentemente estável
À primeira vista, não é nada. 71% dos franceses (contra 67% em 1993) consideram o padre como alguém “próximo das outras pessoas”. Um de cada dois (isto é, 11 pontos a mais que há 24 anos) o julga mesmo “feliz, realizado”. Os franceses não hesitam em usar palavras de fé: 52% continuam a vê-los como “testemunhas de Deus sobre a terra”. Os qualificativos usados com mais frequência para designá-los vão na mesma linha: eles estão “disponíveis” para 76%, mas também são “dignos de confiança” (68%). “Esta imagem global é contrária ao que ouvimos em ambientes católicos”, relata o padre Jean Rouet, vigário-geral da diocese de Bordeaux. “Neste ambiente, o padre é, geralmente, considerado como inalcançável, pressionado e sobrecarregado pelo trabalho”.
A imagem do padre continua, portanto, surpreendentemente estável. Ele é julgado, às vezes, “aberto” e “moralizador” exatamente nas mesmas proporções. Enquanto os bispos estão lutando para manter a malha territorial da Igreja, os franceses estão convencidos de que caso a necessidade se apresentar, um padre estará disponível para eles, ao qual eles terão desejo de se confiar.
A Igreja não provoca “mais medo”
Perguntados sobre o impacto provocado pelas revelações dos atos de pedofilia cometidos pelos membros da Igreja católica, as sondagens reconhecem que elas não os deixaram incólumes: para dois de cada três franceses a imagem dos padres foi “afetada” por esses casos, chegando a 70% entre aqueles com idade entre 35 e 49 anos, ou seja, aqueles que estão em idade de ter filhos jovens. Mas os não praticantes são mais numerosos nesse caso do que os praticantes.
A fotografia é tão bonita que podemos nos perguntar: não se trata de uma imagem idílica? Esta é, em todo o caso, a hipótese de alguns especialistas. “A imagem e o papel do padre são consenso”, espanta-se a socióloga Céline Béraud. “Talvez seja porque esta figura não mais provoca debate porque se tornou uma figura distante?”
Para ela, esta representação positiva poderia ser a culminância última da secularização: privada da autoridade moral, a Igreja – e, portanto, o padre – não provoca “mais medo”. Diretor do Ifop, Jérôme Fourquet também se pergunta se não se deve ver nisso a explicação de uma espécie de erro de perspectiva: “Muitos franceses veem os padres como homens felizes, disponíveis. Visivelmente, eles não conhecem realmente sua vida, seu isolamento, suas dificuldades materiais, a dilatação geográfica das suas paróquias”.
Diferenças significativas conforme a idade dos entrevistados
No entanto, e esta é uma das principais lições deste estudo, são muitos os franceses que ainda têm “contato ao longo da sua vida” com um deles; mas esta proporção cai drasticamente entre os mais jovens. Enquanto 76% dos franceses, de todas as faixas etárias, respondem afirmativamente (31% em muitas ocasiões e 45% raramente), apenas um jovem de 18 a 24 anos sobre dois encontra-se nessa situação. A pesquisa “objetiva” isso de alguma maneira. E, pela primeira vez, o que os sociólogos e muitos pastores detectaram. Em muitas ocasiões, as respostas fazem aparecer diferenças significativas segundo a idade dos entrevistados.
Uma ruptura geracional problemática, destaca dom Jean-Marc Eychenne. O bispo de Pamiers (Ariège) relaciona diretamente a percepção dos padres pelos franceses com a questão das vocações presbiterais: “O despertar das vocações passa por uma possível identificação dos jovens com os padres. Ora, aqui sentimos bem que a imagem dos padres é mais negativa entre os mais jovens”. Outro possível freio, segundo ele, para a atração ao sacerdócio: o fato de que os padres são “úteis para a coesão social” apenas para 55% dos franceses.
De fato, a “utilidade social” dos padres aparece globalmente em queda: somente pouco mais da metade da população considera-nos como “úteis para a busca de sentido”. E o mesmo número estima (especialmente entre os ativos e dirigentes de empresas) que eles estão “distantes da realidade”. Esta procura “de eficácia e de compreensão rápida da realidade” não surpreende o padre Jean Rouet. “Os padres são muito pouco visíveis no trabalho de transformação social. Nós não “servimos” mais em nada: nós estamos muito menos presente na escola, nas colônias de férias...”, destaca, mais inquieto em ver as expectativas dos católicos praticantes sobre “a transformação dos valores”. “A vida cristã tem a tendência, nesta perspectiva, de ser reduzida a uma moral”.
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Metodologia. A pesquisa do Ifop para La Croix foi realizada com uma amostra de 2 mil pessoas, representativas da população francesa com idades acima dos 18 anos. A representatividade da amostra foi garantida pela metodologia das cotas (sexo, idade, profissão da pessoa entrevistada) após estratificação por região e tamanho de cidade. As entrevistas foram realizadas por meio de um questionário auto-administrado pela internet entre os dias 28 de abril e 03 de maio de 2017.
Número de padres diocesanos na França (dados da Conferência Episcopal da França). 11.908 contra 16.075 em 2005. Desse total, menos da metade dos padres ainda está na ativa: cerca de 5.800 em 2014; os demais estão aposentados.
Projeções (Ler sobre isso em La Croix a matéria “A Igreja na França em 2024”, de 7 de julho de 2014). A Igreja da França deverá ter menos de 4.300 padres diocesanos ativos em 2024. Os nascidos entre os anos 1940-1950 e ordenados logo após o Concílio, os padres da geração “baby boom”, estarão aposentados.
Ordenações. Cerca de 100 novos padres foram ordenados em 2016. Cerca de 80 padres diocesanos e aproximadamente 20 membros de instituições religiosas. Em 2006, 135 padres foram ordenados. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Domingo de Pentecostes. Um Olhar do Frei Jorge, Carmelita.
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Frei Jorge Van Kampen, Carmelita. In Memoriam. (*17/04/1932 + 08/08/2013)
Assim como na primeira criação Deus infundiu vida ao homem, assim o sopro de Jesus comunica vida nova na criação espiritual. Cristo, que morreu por nós para apagar o pecado do mundo, agora na ressurreição entrega à Igreja o poder de perdoar o pecado. Na pessoa de Jesus encontramos um mundo novo, onde o pecado pode ser perdoado pelo Sacramento do Perdão. É uma riqueza da Igreja. Ao instituir-nos sobre o pecado, percebemos, que há alguma coisa, que restabelece o amor. Amar é saber perdoar.
Liturgia da Palavra de Deus. (At. 2, 1-11; 1 Cor.12, 3-7 e 12-13; Jo. 20,19-23). O Espírito Santo não é um agrupamento de pessoas, mas o Espírito Santo nos une. Assim como a torre de Babel fez rebelar os homens contra Deus, assim a Palavra de Deus reúne a Família Cristã. Os dons do Espírito Santo servem para promover a Igreja e a assistência promocional. O Espírito Santo dá a Paz e o Perdão de Deus.
Reflexão.
Espírito de Deus, animai-nos, para que possamos juntos carregar a responsabilidade sobre a nossa comunidade paroquial, não nos deixeis recusar qualquer apelo, que contribui para o bem comum de todos. Espírito de Deus, fazei, que saibamos acolher as pessoas em torno de nós: que encontremos a nossa inspiração com as nossas conversas diárias, para que assim a presença de Deus se torne visível entre nós.
Espírito de Deus, ficai conosco, andemos juntos na estrada da vida, carregai os nossos defeitos, para que nós possamos carregar os defeitos dos outros, ao exemplo de Jesus, nosso irmão. Amém.
Resposta à Palavra de Deus.
A Igreja não pode ser um grupo fechado. Na manhã de Pentecostes o Espírito Santo encheu os corações para proclamar a nova língua de Amor, de Unidade, e de Paz.
Dom Orani diz que The Guardian ofendeu povo brasileiro com imagem do Cristo Redentor armado
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Reportagem do jornal inglês aborda escândalos de corrupção descobertos na Lava-Jato
RIO - Uma reportagem de três páginas do jornal inglês "The Guardian", publicada nesta quinta-feira e que tem como imagem de abertura uma ilustração do Cristo Redentor com uma arma em uma das mãos e um saco de dinheiro na outra, despertou a indignação da Arquidiocese do Rio e do arcebispo da cidade, Dom Orani Tempesta. O conteúdo da matéria, ao contrário do que a imagem pode sugerir, não falava sobre a violência na cidade ou no estado do Rio, mas fazia um balanço da Operação-Lava Jato, falando da origem e do impacto da força-tarefa na política e na economia nacional desde o seu incício, em 2014, até os dias atuais.
Em nota, Dom Orani criticou a forma como a imagem do Cristo, um dos principais cartões-postais do Brasil, foi usada pelo jornal. Para o cardeal, a ilustração desrespeita o povo brasileiro e a fé dos cristãos.
"O Cristo Redentor é simbolo de uma nação e também símbolo de uma fé. Ao representar o redentor desta forma, o 'The Guardian' ofende o povo brasileiro, porque isso é uma ofensa ao povo e um vilipêndio para os cristãos, porque Cristo ensinou exatamente o contrário. Ensinou que devemos amar o próximo, fazer o bem ao outro e sermos despojados. Lamentamos tudo isso e pedimos que a imagem do Cristo seja respeitada", enfatizou o arcebispo do Rio. Fonte: https://oglobo.globo.com
Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: Reflexões e orações bíblicas para os oito dias. 6º Dia
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Logo mais às 19h e 30min, acompanhe pelo Facebokk Live- Com Frei Petrônio de Miranda, Carmelita, direto do Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. ATENÇÃO: Para interagir ao vivo em tempo real você deve ser seguidor do Frei na página: www.facebook.com/freipetros
DIA 6 |
Deus nos reconciliou consigo (2 Coríntios 5,18) |
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Gênesis 17,1-8 |
Deus faz uma aliança com Abraão |
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Salmo 98 |
O mundo viu a vitória de Deus |
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Romanos 5,6-11 |
Deus nos reconciliou consigo por Jesus Cristo |
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Lucas 2,8-14 |
Proclamação da boa nova |
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Comentário
Reconciliação tem dois lados: é fascinante e assustadora ao mesmo tempo. Ela nos atrai, fazendo-nos desejá-la: dentro de nós mesmos, uns com os outros e entre nossas diferentes tradições confessionais. Vemos o preço e nos assusta, pois reconciliação significa renunciar a nosso desejo de poder e reconhecimento. Em Cristo, Deus gratuitamente nos reconcilia consigo, mesmo que nos tenhamos afastado dele. A ação de Deus vai ainda mais além: Deus reconcilia consigo não somente a humanidade, mas o conjunto da criação.
No Antigo Testamento Deus foi fiel e misericordioso com o povo de Israel, com o qual estabeleceu uma aliança. Essa aliança permanece: “os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis” (Rom 11,29). Jesus, que inaugurou a nova aliança em seu sangue, era um filho de Israel. Freqüentemente na história, nossas Igrejas tem falhado em reconhecer e honrar isso. Depois do Holocausto, é tarefa especial das Igrejas da Alemanha o combate ao anti-semitismo. Do mesmo modo, todas as Igrejas são chamadas a cultivar reconciliação em suas comunidades e a resistir a todas as formas de discriminação humana, porque somos todos participantes da aliança de Deus.
Questionamentos
- De que modo nós, como comunidades cristãs, compreendemos o que é ser parte da aliança de Deus?
- Que formas de discriminação nossas Igrejas precisam enfrentar hoje em nossas sociedades?
Oração
Misericordioso Deus,
que por amor fizeste uma aliança com teu povo;
fortalece-nos para que possamos resistir
a toda forma de discriminação;
que o dom de tua amorosa aliança
nos encha de alegria e nos inspire a construir uma unidade maior;
é o que te pedimos por Jesus Cristo, nosso Senhor ressuscitado,
que vive e reina contigo e com o Espírito Santo
agora e para sempre. Amém. Fonte: http://www.vatican.va
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