Adolescente se declara culpado de planejar matar o papa nos EUA
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Santos Colón, de 17 anos, queria detonar explosivos e tentou contratar atirador, mas homem era um agente do FBI disfarçado. Ele será acusado por tentativa de proporcionar apoio material ao terrorismo.
Um adolescente de Nova Jersey se declarou culpado na segunda-feira (3) de um suposto complô, inspirado no grupo extremista Estado Islâmico para matar o papa Francisco durante sua visita aos Estados Unidos em 2015.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse que Santos Colón, de 17 anos, tentou recrutar um franco-atirador para atirar no pontífice, assim como detonar explosivos enquanto era celebrada uma missa na Filadélfia, em 27 de setembro de 2015, ao final do Encontro Mundial das Famílias.
Mas Colón involuntariamente contratou para o trabalho um agente encoberto do FBI, e foi detido discretamente 12 dias antes do evento.
Colón se declarou culpado como adulto na acusação de tentativa de proporcionar apoio material ao terrorismo, cuja condenação leva a um máximo de 15 anos de prisão.
Documentos da Corte destacam que Colón tentou realizar o atentado em apoio a um grupo extremista e que também tinha adotado o nome de Ahmad Shakoor.
Mas não foram revelados outros detalhes sobre como ele tinha se interessado pelo grupo e como se comunicava com eles.
Fonte: http://g1.globo.com
Padre Marcelo aciona empresa que usa sua imagem em "emagrecedor"
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Os advogados que representam o padre Marcelo vão acionar a empresa que comercializa os comprimidos SlimCaps, um suposto suplemento para perda do peso. A propaganda com padre Marcelo é grosseira, e está disfarçada de reportagem em um suposto site de “ciência”, que por sua vez imita graficamente outras revistas da área.
Na introdução a “reportagem” afirma que padre Marcelo começou a perder peso “após aderir a um método polêmico, que reduz a ingestão de de nutrientes e pode fazer mal à saúde”.
A pseudomatéria faz uso de fotos do padre em períodos distantes de anos, e em momentos que ele atravessou problemas de saúde ou estava sendo medicado.
Dois parágrafos depois entra a a propaganda, com direito a link: “(...) Recentemente, chegou ao Brasil uma fórmula inovadora que reúne o poder dos superalimentos com termogênicos naturais. Sucesso absoluto nos Estados Unidos, as cápsulas de SlimCaps”.
Procurada nesta segunda, a assessoria do padre Marcelo confirmou que os advogados já foram acionados para tomar medidas necessárias. Até o momento da publicação deste texto, ninguém da SlimCaps foi localizado para comentar o caso.
Fonte: Fonte: UOL
VINHETA: As 7 Palavras de Maria.
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Oposição à canonização de Óscar Romero era “política”, diz Dom Vincenzo Paglia
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Dom Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida e postulador da causa do Beato Óscar Romero, vivenciou em primeira mão reações negativas contra a canonização do famoso arcebispo. O atraso era político e foi “como uma punhalada em meu coração”, disse ele em conversa com o padre jesuíta James Martin, editor da revista America. A reportagem é de José Dueño, publicada por America, 23-03-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
“A sua beatificação foi o resultado de um grande esforço”, disse Paglia, que usou a cruz peitoral de Dom Romero durante a entrevista. “Havia muitos em Roma, inclusive alguns cardeais, que não queriam vê-lo beatificado. Diziam que ele havia sido morto por motivos políticos, não religiosos. Eu estudei essa questão a fundo. Por exemplo, examinei os seus arquivos pessoais, que compreendem aproximadamente 70 mil documentos. O que emergiu foi um homem apaixonado pelo seu povo. Ele queria libertá-los da opressão. Queria levar-lhes a compaixão de Jesus”.
Esta resistência à beatificação de Romero teve implicações pessoais para Dom Vincenzo Paglia.
“Eu inclusive recebi ameaças quando assumi esta tarefa. Mas acreditava que o exemplo de Romero era demais extraordinário, demais evidente. Nele, a mensagem evangélica resume-se um jeito extraordinário. Romero não viveu para si mesmo, mas para o povo, como Jesus. Este testemunho é tão claro que, num mundo globalizado, ele consegue tocar os corações de milhões e milhões de pessoas. E se queremos transformar o mundo, temos de transformar os corações das pessoas, da mesma forma como fez Romero”.
Paglia também falou com o Pe. Martin sobre a maneira como Romero acabou se envolvendo nas lutas do povo de El Salvador após o assassinato de Rutilio Grande.
“[Rutilio Grande] era um jesuíta que lecionava no nível universitário, mas que escolheu viver num pequeno vilarejo de forma que a teologia pudesse se difundir entre as pessoas em seu redor. Esta presença na comunidade o levou a ser assassinado; ele e dois campesinos juntos. Romero foi feito arcebispo apenas 17 dias antes; ele ficou a noite toda ao lado do cadáver de Rutilio Grande, o seu bom amigo. Naquela noite, escreveu Romero, ele percebeu que era seu dever tomar o lugar de Rutilio Grande. E, nesse sentido, o martírio sofrido pelo seu amigo o levou a concluir que a vida evangélica, a vida de um pastor, é digna somente se é vivida no serviço aos outros”.
De acordo com Paglia, o Papa Francisco foi fundamental para fazer avançar a canonização de Romero. Embora nunca tenha conhecido Romero, o papa conheceu Rutilio Grande e quer também levar adiante a sua canonização.
“[O Papa Francisco] quer que a causa de beatificação de Rutilio Grande seja introduzida também. Assim como os dois camponeses, um jovem e um idoso, que morreram com ele”, disse Paglia.
Além de falar sobre Romero, Dom Vincenzo Paglia trouxe algumas ideias sobre Amoris Laetitia, documento de Francisco sobre a família.
“A verdadeira indissolubilidade, o modelo para toda a indissolubilidade, é aquele que deve existir com respeito à Igreja e aos seus filhos. Os casamentos podem se romper, mas a relação da Igreja com os seus filhos jamais deve se romper porque aquela indissolubilidade é o sinal claro do amor de Deus pelos seus filhos, o Deus que é capaz de deixar as 99 e ir atrás da que se perdeu”.
Amoris Laetitia nos ensina sobre o discernimento como um processo dentro da família, disse o arcebispo italiano.
“Quando o Papa Francisco convocou o Sínodo, quis fazê-lo não sobre a doutrina, mas sim sobre o discernimento e, na verdade, o segundo capítulo de Amoris Laetitia é um discernimento sobre a atual situação das famílias, é uma reflexão espiritual sensata. Nesse capítulo, o Papa Francisco fala sobre o ideal que as famílias devem alcançar. Na realidade, ele torna as coisas mais difíceis para que se atinja este ideal, e não o contrário. Porém, salienta que, para alcançar o ideal, temos de discernir, isto é, precisamos ver as famílias nas situações concretas, e para isso devemos acompanhá-las ao longo do tempo”.
Paglia igualmente falou sobre a situação mundial de hoje como uma “espécie de ditadura do materialismo e do dinheiro”.
“Por este motivo, precisamos de uma revolução cultural. Dignidade humana significa fazer de cada pessoa – desde os mais jovens até os mais velhos, desde o mais santo ao mais pecador – o centro de preocupação da Igreja, da política, da economia, da cultura, das artes e dos comércios. A sociedade inteira fundamenta-se na dignidade humana”.
Vidas exemplares, como a de Romero, nos lembram sobre como a dignidade humana está no centro da missão da Igreja, disse Vincenzo Paglia. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
*OLHAR PROFÉTICO: Obras Completas de Dom Helder Câmara. Volume I: Comissão da “espiritualidade do desenvolvimento”.
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O Pe. Chenu (relator do dia) é um velho dominicano de alma jovem, sobretudo quando toca no seu assunto predileto: teologia do trabalho.
Começou perguntando: se o Grupo é de Pobreza, por que falar sobre teologia do trabalho? Que relação existe entre pobreza e trabalho?
Respondeu:
- Quer se considerem as massas infra-humanas do 3º mundo, - quer se considerem os trabalhadores do mundo industrial, o trabalho continua sendo um lugar de dessumanização. Mesmo quando assegura um nível econômico razoável, os trabalhadores continuam privados da dignidade humana. O trabalho que deve ser uma riqueza humana vem importando em tríplice frustração. Valores do trabalho, de que são frustrados os trabalhadores: a) no plano industrial.
O trabalho dá plena posse sobre as forças da natureza: o homem se sente mais homem humanizando a natureza.
A distinção entre homo faber (operário) e homo sapiens (intelectual), resultando em desprezo do primeiro e em superioridade do segundo, é linguagem de uma civilização de escravos.
O homem participa da obra da criação e a completa. O Pe. Chenu salienta as riquezas contidas nos Padres Gregos sobre riqueza da Criação: não as temos aproveitado devidamente.
Entre parênteses: aproximei-me dos Observadores ortodoxos russos e perguntei-lhes, em inglês, pela impressão da votação dos 5 pontos: manifestaram-se muito contentes. Mas comentaram: “apenas acontece que isto para nós é catecismo elementar”.
Outro parênteses: viram o discurso em que Paulo VI fala na necessidade de um novo S. Francisco de Assis para cantar o novo [fl. 2] cântico das criaturas, já incluindo o que é criação de Deus através da criação do homem?
Terceiro parênteses: o Pe. Chenu disse que vai adotar o expressivo neologismo lançado por Mons. Camara: conscientisation. Os franceses falam sempre em “éveil de conscience” ou “prise de conscience”.
- b) no plano cristão
Foi o comentário da passagem célebre da Epístola aos Romanos, tão cara a Teillhard de Chardin... e ao nosso Luiz Alberto: a natureza que espera que o homem se torne livre para que ela se torne livre também...
Se os Padres da Igreja puderam dizer que a civilização greco-romana preparou a vinda de Cristo, por que não podemos dizer que a civilização coletivista do trabalho prepara o reino de Deus? Já estamos em trabalho de ressurreição. c) no plano do trabalho socializado
Baseando-se na “Mater et Magistra”, insistiu em dizer que os homens acham no trabalho uma fraternidade, uma comunidade.
Chegou a duas conclusões:
Se o trabalho que deve ser riqueza humana, está sendo lugar de empobrecimento humano, por ser lugar de deshumanização.
aproximemo-nos fraternalmente dos pobres
Só servimos realmente à pobreza, quando os pobres nos recebem tão à vontade que não fazem cerimônia nenhuma conosco. Recebem-nos como estão. Comentou a alegria que ele sente quando entra na casa de um operário e ele estando com as mãos sujas, sem poder dar a mão, dá o cotovelo...
mas cheguemos à caridade positiva de que fala Pio XII
A Igreja será pobre na medida em que trocar a mentalidade de prestígio, de poder e de mando pela mentalidade de servir.
Lembrou, de passagem, que o neo-capitalismo traz melhorias materiais... Pode até trazer melhorias culturais. É incapaz de respeitar a dignidade humana e de livrar-se do paternalismo. [fl. 3]
Aludiu a uma publicação, de grande valor por vir de quem vem e pelo barulho que está causando no meio dos empresários: Reforme de l’entreprise, de Bloch-Laine, um grande industrial judeu, convertido ao catolicismo.
Disse isto quando o interpelei perguntando se ele acredita na possibilidade de empresários cristãos reformarem suas próprias empresas, quando parece da essência da moderna industrialização a formação da grande engrenagem, da qual não apenas os homens (inclusive os diretores) mas empresas inteiras não passam de rodas.
Perguntei ao Pe. Chenu se os teólogos não caem no lirismo quando falam na teologia do trabalho. Acho um encanto: mas fico pensando em Carlitos. Que estará mais próximo do que sente na vida real o trabalhador mesmo: a poesia do novo hino da Criação (que entendemos tão bem, nós de fora, nós estudiosos...) ou a caricatura de Charles Chaplin?...
Chenu chega ao cúmulo de dizer que não acredita que o operário se tome de ódio. O trabalho moderno desarma, instila alegria de viver, orgulho do criador...
Bombardeado pelo Pe. Paulo Gauthier que lembrou o pequeno grupo que explora as grandes massas, Chenu reconheceu que o mundo do pecado (amor do poder, mais ainda que diretamente o amor da riqueza) se insere na estrutura mesma do mundo do trabalho.
Mons. Mercier lembrou as massas não-cristãs em que o homem vive do homem, o forte vive do fraco, o rico vive do pobre.
Na família patriarcal, o homem vive da mulher... Chenu respondeu que onde se chega a uma comunidade de trabalhadores já está o Cristo.
O teólogo africano que mora em Domus Mariae, informando que não há praticamente ricos na África, ele fica meio tonto quando ouve falar em “pobreza, pobreza”, quando quase sente necessidade de gritar o inverso, pensando nos seres: riqueza, riqueza!
Para combater os colonizadores, [fl. 4] os políticos deram a impressão de que, conquistada a independência, não haveria mais trabalho...
Agora se tem de levar o africano ao trabalho livre. Falta mística.
Campo livre.
Embora reconheça a quase impossibilidade momentânea de atuação européia, sente que os europeus podem e devem ensinar a África a chegar a comunidades livres de trabalho livre...
*Obras Completas de Dom Helder Câmara. Volume I- Tomo 1. Vaticano II: Correspondência Conciliar. (Aguarde a próxima publicação no olhar
O despertar da CNBB
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"Foi com alegria que li a nota da CNBB contra o projeto de reforma da previdência, precedida por uma carta pastoral da Diocese de Volta Redonda e uma nota da Província eclesiástica de Belo Horizonte", escreve Pedro A. Ribeiro de Oliveira, doutor em Sociologia, professor aposentado dos PPGs em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF e da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC Minas.
Eis o artigo.
Foi com alegria que li a nota da CNBB contra o projeto de reforma da previdência, precedida por uma carta pastoral da Diocese de Volta Redonda e uma nota da Província eclesiástica de Belo Horizonte. Ao final do ano passado a Igreja Luterana (IECLB) já havia tomado a mesma posição, mas até agora a CNBB parecia vacilar ante o golpe parlamentar desferido contra a Constituição cidadã de 1988 – e não somente contra a presidente Dilma.
O texto da CNBB lembra que “os Direitos Sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio”, e afirma “a intrínseca matriz ética” do sistema de Previdência “criado para a proteção social de pessoas expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade...), particularmente as mais pobres”.
Vai ao âmago do problema ao afirmar que “os números do Governo Federal que apresentam um déficit previdenciário são diversos dos números apresentados por outras instituições, inclusive ligadas ao próprio governo”. Após essa insinuação de que o Governo esconde a verdade dos números, afirma a necessidade de “auditar a dívida pública, taxar rendimentos das instituições financeiras, rever a desoneração de exportação de commodities, identificar e cobrar os devedores da Previdência.”
Após essa análise da realidade, a CNBB convoca “os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados”. Aqui reside o ponto fraco. Não do texto, mas da própria CNBB: para o povo se mobilizar em defesa dos seus direitos, não basta uma convocação. Veja-se o exemplo recente da Reforma Política.
Há três anos a CNBB e dezenas de organizações da sociedade civil fizeram um projeto de lei de iniciativa popular a ser encaminhada ao Congresso. O total de assinaturas, porém, não chegou a 600 mil – pouco mais de 1/3 do necessário. Ficou patente, então a perda da capilaridade social da Igreja católica, tão eficaz nas lutas em defesa dos Direitos Humanos durante a ditadura, e na elaboração da Constituição cidadã de 1988.
A enorme rede de Comunidades Eclesiais de Base – CEBs – articuladas pelas Pastorais Sociais e sintonizadas com as Comissões de Justiça e Paz, em sintonia com a CNBB, eram uma força social capaz de causar temor até mesmo nos militares – que não conseguiam silenciá-las. A retirada do apoio às Pastorais Sociais e às equipes de CEBs, porém, resultou em sua gradual desarticulação. Nas dioceses onde elas ainda têm agentes de pastoral liberados/as para dinamizá-las, continuam capazes de mobilizar as bases populares; mas onde os bispos cancelaram o desembolso financeiro para manter as equipes de articulação, elas definharam. Diante desta realidade, convocar uma mobilização popular é apenas um desejo piedoso.
Trata-se então de completar o auspicioso pronunciamento da CNBB com um plano de apoio às CEBs, Pastorais Sociais, Comissões de Justiça e Paz e organismos equivalentes. Elas perderam o vigor do passado, mas não morreram. Podem rejuvenescer se voltarem a receber o apoio e os recursos financeiros que possibilitem liberar pessoas para sua articulação, promover formação sócio-política para suas lideranças, e favorecer sua participação em encontros.
Se nossos bispos tiverem coragem de investir nas CEBs e nas Pastorais Sociais pelo menos a metade do que se investe na formação de seminaristas, a Igreja católica reconquistará seu papel de protagonista na defesa dos Direitos Humanos, da Cidadania e da Terra. É uma questão de opção pastoral, como exige o contundente apelo do Papa Francisco, em favor de uma Igreja em saída. Aliás, a conversão pastoral de que fala o Documento de Aparecida significa tirar a Igreja da sacristia e levá-la às periferias, mesmo porque é lá que a Igreja encontrará apoio efetivo para garantir os Direitos dos Pobres. Fonte: www.ihu.unisinos.br
*A missa terminou. Então, depois de cinco séculos declina a figura do padre.
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"O declínio quantitativo das ordenações desenha, há dois séculos, uma curva descendente diante da qual se fecham os olhos, especialmente aqueles que estão sob uma mitra episcopal".
Alguns grandes ciclos históricos terminaram com eventos estrondosos. Outros, ao contrário, encerraram-se quase despercebidamente, embora não menos importantes do que aqueles aos quais a ereção de um monumento ou uma linha de texto num manual escolar concedem eterna glória. No silêncio exauriu-se um grande ciclo: a do padre. Esta formidável invenção do século XVI, que moldou a cultura e a política, a psicologia e a vida interior, a arte e a teologia do Ocidente e das suas antigas colônias não desapareceu (são cerca de 420 mil padres no mundo), mas, há mais de três séculos, está em crise: na Itália, em noventa anos passamos de 15 mil para cerca de 2.700 seminaristas.
Isso é tão grave que nem mesmo o Papa Francisco fala. O próximo Sínodo, na verdade, tem um tema genérico-geral como o do "jovem": como se até mesmo o infatigável Papa reformador quisesse uma pausa às polêmicas. E se a "próxima encíclica, como se diz, será sobre a religiosidade "popular", terá também esta o mesmo limite.
*Leia na íntegra. Clique aqui:
Igrejas vazias e poucos sacerdotes. É a crise do modelo religioso italiano
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"Pequenas paróquias, padres em idade avançada, quase nenhuma ordenação de novos sacerdotes. Decide-se pela fusão de paróquias com um único pároco e alguns sacerdotes colaboradores. Mas não é possível apagar por decreto mais de mil anos de história de tantas realidades e identidades paroquiais"
Levantamentos estatísticos, portanto, que devem ser analisados com cautela. Também porque "a questão de quantos realmente frequentam à igreja no domingo é, de longe, a mais controversa no âmbito da pesquisa sociológica mundial.
Modelo que entrou em crise, com a paróquia que "por um lado, já não tem mais a capacidade de fomentar e administrar a religião dos grandes números, e pelo outro lado, não é capaz de satisfazer a demanda de identidade de que precisam as formas religiosas dos pequenos números". E isso "ficou claro desde o início dos anos 1970"
E a diminuição do número de sacerdotes?
O professor Borghesi está convencido de que a chave para reverter o curso pode, de alguma forma, ser representada por Francisco.
Mérito de Bergoglio? "Eu não digo que depende apenas do Papa, é claro. Mas algo foi posto em movimento. Realmente, depende muito do pároco: as pessoas voltam para a missa no domingo, quando encontram párocos que têm humanidade e coração". Muitas vezes, as realidades paroquiais "mais vivas" são aquelas guiadas pelos movimentos, mesmo que, comenta Borghesi, "não é justo pensar que as paróquias coordenadas por movimentos sejam as únicas vivas ou destinadas a sobreviver. É preciso, é claro, que o pároco também esteja aberto a essas experiências, especialmente (e principalmente) por seu próprio interesse. Mais uma vez, é preciso sair de dentro de si mesmo e questionar-se sobre as necessidades do ambiente que vive à nossa volta"...
*Leia na íntegra. Clique aqui:
A esperança contra todas as outras formas de esperança
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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu, na manhã desta quarta-feira, dia 29 de Março de 2017, às 9,00 horas de Roma, na pequena sala da Aula Paulo VI, no Vaticano, os participantes à reunião da Comissão permanente para o Diálogo entre o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso e as Super-intendências iraquianas: xiita, sunita, e aquela para os cristãos: Yazidi, Sabei/Mandei.
Às 10 horas de Roma, Francisco presidiu a habitual Audiência Geral na Praça de S. Pedro, hoje , mais uma vez repleta de fiéis e peregrinos vindos das diversas partes da Itália e do mundo inteiro para assistir a catequese do Santo Padre. Tema da catequese deste ano é a esperança cristã. Hoje Francisco, apoiando-se na carta aos Romanos do Apostolo Paulo (Rm 4,16-25), falou de modo particular da “esperança contra todas as formas de esperança”.
O passo da Carta de S. Paulo aos Romanos que acabamos apenas de escutar, faz-nos um grande dom. De facto, somos habituados a reconhecer em Abraão o nosso pai na fé; hoje o Apóstolo nos faz compreender que Abraão é para nós também Pai na esperança e isto porque na sua história, nós podemos colher um anúncio da Ressurreição, da vida nova que vence o mal e a morte.
No texto, prossegue o Papa, se diz que Abraão acreditou no Deus que “dá a vida aos mortos e chama à existência as coisas que não existem, como se existissem”; Ele “ sem vacilar na fé não tomou em consideração o seu próprio corpo, já sem vigor por ser quase centenário, nem o seio de Sara, já sem vida”.
Esta é a esperança que também nós somos chamados a viver. O Deus que se revela à Abraão é o Deus que salva, o Deus que faz sair do desespero e da morte, o Deus que chama à vida. Na história de Abraão tudo se torna um hino ao Deus que liberta e regenera, tudo se torna profecia. E se torna profecia para nós que reconhecemos e celebramos o cumprimento de tudo isso no mistério da Páscoa. Deus, de facto, “ressuscitou Jesus dos mortos” para que também nós possamos passar por intermédio d’Ele da morte à vida. E então, realmente, Abraão pode muito bem ser chamado “pai de muitos povos” enquanto resplandece como anúncio de uma humanidade nova, resgatada por Cristo do pecado e da morte e introduzida uma vez por todas no abraço do amor de Deus.
Abraão é portanto, para nós hoje, observa o Santo Padre, não só o nosso pai na fé, mas é também, o nosso pai na esperança. Pois «foi com uma esperança, para além do que se podia esperar, que Abraão acreditou».
Estas palavras do apóstolo Paulo, acrescenta o Pontífice, mostram-nos a ligação íntima que existe entre a fé e a esperança. Esta não se apoia em raciocínios, previsões e certezas humanas, conseguindo ir mais além do que humanamente se pode esperar. É o caso de Abraão que acreditou na promessa divina de que haveria de ser pai de muitos povos, quando já nada o fazia esperar: a morte já o espreitava e a sua esposa, Sara, era estéril.
De facto, sublina ainda Francisco, a esperança teologal é capaz de subsistir no meio da derrocada de todas as esperanças humanas, porque não se funda numa palavra nossa, mas na Palavra de Deus. É uma esperança apoiada sobre uma promessa que, do ponto de vista humano, parece insegura e fora de todas as previsões; e contudo vemo-la resistir à própria morte, se quem promete é o Deus da Ressurreição e da Vida.
Eis então que somos chamados, a seguir o exemplo de Abraão: não obstante a sua vida já votada à morte, ele fiou-se de Deus, «plenamente convencido que Ele tinha poder para realizar o que tinha prometido». Peçamos a graça de viver apoiados, não tanto nas nossas seguranças e capacidades, mas sobretudo na esperança que brota da promessa de Deus, como verdadeiros filhos de Abraão. Só então a nossa vida assumirá uma luz nova, com a certeza de que Aquele que ressuscitou o seu Filho nos há de ressuscitar também a nós, para nos tornarmos verdadeiramente um só com Ele e com todos os nossos irmãos e irmãs na fé.
Finalmente, não faltou uma saudação especial do Papa aos peregrinos de língua oficial portuguesa presentes na Praça de S. Pedro: “Com particular afeto, disse o Santo Padre, saúdo o grupo de «Amigos dos Museus de Portugal» e também os professores e os alunos do «Colégio Cedros», desejando a todos os peregrinos presentes de língua portuguesa e as respetivas famílias, uma renovada vitalidade espiritual na fiel e generosa adesão a Cristo e à Igreja. Olhai o futuro com esperança e não vos canseis de trabalhar na vinha do Senhor. Vele sobre o vosso caminho a Virgem Maria. Fonte: http://br.radiovaticana.va
Papa Francisco: a alegria da salvação nasce na vida quotidiana.
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Milhares de fiéis durante a Missa de Francisco no Parque de Monza, em Milão - AFP
Na tarde desta sexta-feira (25/03/2017) o Papa Francisco presidiu a uma Missa campal no grande Parque de Monza, onde milhares e milhares de fiéis aguardavam desde cedo a sua chegada. De entre eles muitos migrantes, e também argentinos, nessa Cidade multicultural e multiétnica, como se dizia no encontro com o Clero e os Consagrados. Na sua homilia, comentando o Evangelho do dia, Francisco referiu-se antes de tudo às duas anunciações de que fala S. Lucas: a anunciação de João Batista, quando Zacarias estava em plena liturgia no Santuário do Templo, e a anunciação de Jesus, num lugar apartado, a Galileia, cidade periférica e no anonimato da casa de Maria.
O contraste entre as duas anunciações – explicou Francisco – diz-nos que o novo templo de Deus, o novo encontro de Deus com o seu povo acontece em lugares inesperados, nas margens, na periferia, e que é na periferia onde Deus se encontrará com o seu povo, Deus se fará carne para caminhar connosco desde o seio de Maria sua mãe.
E é o próprio Deus – prosseguiu Francisco – que toma a iniciativa e escolhe de inserir-se, como fez com Maria, nas nossas casas, nas nossas lutas quotidianas, cheias de ânsias e também de desejos; e é dentro das nossas cidades, das nossas escolas e universidades, das praças e dos hospitais que acontece o anúncio mais belo que possamos escutar: “Alegra-te, o Senhor está contigo!”, uma alegria que se torna solidariedade, hospitalidade e misericórdia para com todos.
Mas como Maria – observou ainda Francisco - podemos também nós estar perturbados e, em tempos de ritmo vertiginoso e cheios de especulação, como os nossos, podermos dizer:
"Como vai isso acontecer" em tempos assim tão cheios de especulação? Se especula sobre a vida, o trabalho, a família. Se especula sobre os pobres e os migrantes; se especula sobre os jovens e o seu futuro. Tudo parece estar reduzido a números, deixando, por outro lado, que a vida quotidiana de muitas famílias se colore de incerteza e insegurança. Enquanto a dor bate à porta de muita gente, enquanto em muitos jovens cresce a insatisfação por falta de oportunidades reais, a especulação abunda em toda parte”.
Como é possível viver a alegria do Evangelho, hoje, nas nossas cidades? É possível a esperança cristã nesta situação, aqui e agora? – se perguntou Francisco.
Estas duas perguntas tocam a nossa identidade, a vida das nossas famílias, dos nossos países e dos nossas cidades; elas tocam a vida dos nossos filhos, dos nossos jovens e exigem de nós um novo modo de situar-nos na história - explicou Francisco, que também acrescentou:
“Se continuam a ser possíveis a alegria e a esperança cristã, não podemos, e não queremos permanecer perante tantas situações dolorosas como meros espectadores que olham para o céu esperando que "páre de chover". Tudo o que acontece exige de nós que olhemos para o presente com audácia, com a coragem de quem sabe que a alegria da salvação toma forma na vida quotidiana da casa de uma jovem de Nazaré”.
E perante as nossas perturbações, o Papa mencionou três chaves que o Anjo nos oferece para nos ajudar a aceitar a missão que nos é confiada: evocar a memória, a pertença ao povo de Deus e a possibilidade das coisas impossíveis.
Sobre a memória, o Papa frisou que também nós, hoje, somos convidados a fazer memória, a olhar para o nosso passado para não esquecer de onde viemos; para não esquecer os nossos antepassados, os nossos avós e de tudo aquilo por que passaram para chegar onde estamos hoje. A memória, disse ainda Francisco, ajuda-nos a não ficar prisioneiros de discursos que semeiam fracturas e divisões como único modo de resolver os conflitos.
Mas faz-nos bem recordar ainda que somos membros do povo de Deus, disse Francisco falando da importância da pertença ao povo de Deus:
“Milaneses, sim, Ambrosianos, certamente, mas parte do grande povo de Deus. Um povo formado por mil rostos, histórias e proveniências, um povo multicultural e multiétnico. Esta é uma das nossas riquezas. É um povo chamado a hospedar as diferenças, a integrá-las com respeito e criatividade e a celebrar a novidade que vem dos outros; um povo que não tem medo de abraçar os confins, as fronteiras; um povo que não tem medo de dar acolhimento a quem dela necessita, porque sabe que lá está o seu Senhor”.
E sobre a possibilidade das coisas impossíveis, o Papa advertiu que quando pensamos que tudo depende apenas de nós continuamos prisioneiros das nossas capacidades, da nossa força e dos nossos horizontes míopes, mas quando nos deixamos ajudar, aconselhar, e quando nos abrimos à graça, parece que o impossível começa a tornar-se realidade.
E Francisco concluiu recordando que, como ontem, Deus continua a procurar aliados, continua a procurar homens e mulheres capazes de crer, capazes de fazer memória, de sentir-se parte do seu povo para cooperar com a criatividade do Espírito. Deus continua a caminhar nos nossos bairros e nas nossas ruas, e em todos os lugares em busca de corações capazes de ouvir o seu convite e fazer que que se torne carne, aqui e agora – rematou Francisco. (BS). Fonte: http://br.radiovaticana.va
Milão. O Papa quebrou o protocolo e entrou em um banheiro químico
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O Papa Francisco quebrou o protocolo durante a sua visita neste final de semana a Milão ao entrar em um banheiro químico em um bairro marginal, um gesto espontâneo que foi captado pelas câmeras e o público ali presente para ver o Pontífice.
A informação é publicada por Religión Digital, 25-03-2017. A tradução é de André Langer.
Francisco chegou neste sábado, 25 de março, pela manhã, ao aeroporto de Milão para visitar o bairro popular de Casas Brancas, situado na periferia dessa cidade italiana. “A Igreja necessita sempre ser restaurada, porque é feita por todos nós, que somos pecadores. Deixemo-nos restaurar por Deus, por sua misericórdia. Deixemos que limpe o nosso coração”, disse o Pontífice.
A primeira etapa da sua visita à capital financeira da Itália começou na periferia mais marginalizada e Francisco agradeceu “o dom da acolhida na entrada de Milão, encontrando rostos, famílias e uma comunidade”. Neste bairro, Francisco passou cerca de uma hora saudando os moradores e depois entrou na casa de três famílias.
Trata-se de Dori Falcone, de 57 anos, e de seu marido Lino Pasquale, de 59 anos, que sofre de epilepsia, o que o deixou com graves sequelas físicas e neurológicas. Também visitou a casa de Mihoual Abdel Karin e sua esposa Tardane Hanane, que moram no segundo andar do número 40 com seus três filhos de 17, 10 e 6 anos, e vieram do Marrocos em 1989.
De maneira privada, sem a presença das câmeras, Francisco também esteve alguns minutos na casa do casal formado por Nuccio Oneta, de 82 anos e gravemente doente, e Adele Agogini, de 81 anos, praticamente cega.
Jorge Bergoglio recordou novamente que a Igreja não deve ficar “no centro, à espera”, mas precisa ir ao encontro de todos “nas periferias, aos não cristãos e aos não crentes”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Exílio e liberdade
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Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba, MG
Sentimos que os contrários se tocam na nova cultura. Não é fácil encarar o que está acontecendo no Brasil, no meio de tantas situações, que criam insatisfação nos cidadãos, e certa “revolta” em relação às práticas daqueles que deveriam defender a liberdade das pessoas. Parece que vivemos totalmente exilados, com a liberdade ferida e cada vez mais pressionados e condenados à prisão.
O povo brasileiro não pode perder a esperança diante dos desafios atuais, porque isso desestimula a força de trabalho e de produtividade. Foi o que aconteceu com o povo hebreu quando exilado na Babilônia, que viveu longo tempo no “fundo do poço” e sem forças para agir. Sua saída dessa situação aconteceu quando conseguiu recuperar a liberdade até então perdida.
O dom do Espírito Santo é força de libertação, porque revigora o coração deprimido pelos condicionamentos sociais e econômicos. Quando Deus habita no coração das pessoas, as situações de desânimo e de morte temam outros rumos. Elas conseguem se refazer, se transformam, se fortalecem e passam a lutar pela construção de uma realidade de vida nova.
Diante do momento político brasileiro e da preocupação com as reformas no cenário nacional, parece que o povo vive numa profunda e generalizada crise. Basta dizer da insatisfação em relação à atuação de muitos dos nossos atuais políticos, porque não estão preocupados com as necessidades dos mais pobres e desamparados. Apesar do direito de manifestação, reina uma liberdade tolhida.
O erro aprisiona a pessoa. Ninguém pode viver na liberdade e na escravidão ao mesmo tempo. Todos nós fomos criados para viver na liberdade (cf. Rm 5,1). Muitas das obras realizadas hoje são motivadas pelo contexto capitalista, que ludibria nossa consciência e nos leva a ser desonestos. Esse não é o melhor caminho para a conquista de uma identidade totalmente livre e feliz.
Os brasileiros têm encontrado muitas barreiras que impedem sua plena realização. Para as pessoas de fé, o conforto está em Jesus Cristo, porque veem nele Alguém que é capaz de lhes dar dignidade e liberdade. Os mecanismos humanos, quando mal conduzidos, amarram as pessoas deixando-as em situação de opressão e de exílio, incapazes para realizar suas potencialidades.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
RIO DE JANEIRO: Pastor é assassinado dentro de igreja em Itaboraí
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Crime aconteceu na noite deste domingo no bairro Santo Antônio
RIO - Um pastor foi morto a tiros dentro de uma igreja evangélica em Itaboraí, na Região Metropolitana, na noite deste domingo. O crime aconteceu no bairro Santo Antônio por volta das 20h30m, segundo informações do 35°BPM (Itaboraí).
A vítima, identificada como Custódio Gonçalves, era membro da igreja Assembleia de Deus Ministério Apascentando Ovelhas. Ele foi atingido por pelo menos três tiros enquanto ministrava um culto. Ainda não há informações sobre o que motivou o crime. A Divisão de Homicídios da região assumiu as investigações. Durante a madrugada desta segunda, os agentes fizeram a perícia no local e ouviram testemunhas. Um homem acusado de ser o mandante do crime também teria sido conduzido à delegacia.
Fonte: http://oglobo.globo.com
Papa é sábio ao aceitar casados, diz padre gaúcho que teve matrimônio anulado
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A avenida Monsenhor Paulo Chiaramont percorre por quatro quadras o centro de União da Serra (a 214 km de Porto Alegre). Nenhuma delas, no entanto, tem o poder concentrado na região da praça central. De um lado, a prefeitura do pequeno município. De outro, a Paróquia Santo Antônio.
União da Serra (RS) é o município mais católico do Brasil, segundo o IBGE (99,4% da população). Apenas 12 pessoas se declararam evangélicas em 2010, ano do último Censo, entre seus 1.620 habitantes. Seu pároco, Osmar Burille, 51, também tem um título único: o brasileiro que conseguiu a anulação do casamento para exercer o sacerdócio. Por dez anos ele viveu com uma mulher e tem uma filha, Samara, 24.
Essa autorização do Vaticano, de certa forma, antecedeu uma declaração do papa Francisco dada há duas semanas. O sumo pontífice, na ocasião, disse cogitar permitir que homens mais velhos casados sejam transformados em padres em comunidades isoladas. "Temos que pensar se os 'viri probati' [homens casados, de fé comprovada, que podem se tornar padres] são uma possibilidade. Então depois precisamos determinar quais tarefas eles poderiam assumir, como em áreas isoladas, por exemplo", disse ao jornal alemão "Die Zeit". O papa, no entanto, descartou abrir o sacerdócio a todos os homens casados ou acabar com o compromisso do celibato entre os padres.
A cidade gaúcha passou pela dificuldade citada pelo argentino. Mesmo em um universo que contempla quase que só católicos, as duas paróquias do município (além da de Santo Antônio, a de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Pulador) estavam vacantes. O padre adoeceu, e outro representante era enviado às igrejas apenas em casos de morte ou de festa de padroeiros.
Burille, separado da mulher desde 1999, só pôde ser ordenado padre dez anos depois da decisão, quando o Tribunal Eclesiástico da Santa Sé declarou nulo seu casamento, o que o deixou livre para o sacerdócio --homens casados podem celebrar rituais da Igreja Católica, mas apenas como diáconos, o que os impedem de celebrar missas e consagrar hóstias.
"O papa Francisco é um sábio", afirma o pároco de União da Serra. "Portanto, não descarta essa possibilidade. Sou a favor de padres casados por se tratar de uma vocação. Atualmente há uma grande necessidade de sacerdotes no Brasil e no mundo. A igreja não tem de ter medo de correr risco em ordenar homens casados. Somos humanos, e tanto o padre celibatário quanto o padre casado são formados homens de Deus, mas que vivem as circunstâncias do mundo em evolução."
Samara, recém-formada em políticas públicas pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), compartilha da opinião do pai. "Acho interessante dar oportunidade aos padres casados e espero que, apesar de a Igreja Católica ser conservadora, a adesão das mulheres seja o próximo passo. Acredito que a orientação dele seria a mesma, independentemente de ser padre, pois ele sempre foi muito católico. O que influencia são as pessoas que me caracterizam como a filha do padre, como se eu tivesse feito os mesmos votos que ele, e isso me incomoda um pouco."
"Sou a favor de padres casados por se tratar de uma vocação. A Igreja Católica não tem de ter medo de correr risco em ordenar homens casados. Somos humanos"
O pároco é de uma família de 13 irmãos. Dois deles optaram pelo sacerdócio. "No tempo de minha infância, o padre vinha uma vez por mês rezar missa e eu gostava de sentar sempre no primeiro banco da frente para escutar o momento da consagração [da hóstia]. Havia decorado o rito", diz.
Antes de casar, aos 22 anos, Burille trabalhou em uma fábrica de vitrais para igrejas, em outra de calçados, lavou carros e atendeu em um mercadinho. Em 1985, passou a fazer parte formalmente da igreja, ao ser convidado para ser ministro da Comunhão Eucarística, cujo mandato estendeu até 2008, ano em que recebeu a ordenação diaconal, anterior à consagração como padre.
Depois de separação, foi orientado a habilitar o processo de nulidade do matrimônio --pedido que passou pelo bispo da diocese de Passo Fundo, que atende as paróquias de União da Serra.
"Tenho muito respeito e sou feliz porque ela me deu uma filha. É pena que muitos matrimônios possam ser declarados nulos [e], pela falta de interesses e de orientação por parte da igreja, não utilizem essa possibilidade de recomeçar uma relação com a bênção e o acompanhamento espiritual. O casamento é um sacramento e sempre terá seu valor reconhecido. Nem Deus quer que os casais vivam de aparências sociais. É preciso encontrar um caminho menos penoso para cada situação."
"Vocês estão na minha agenda"
Na outra ponta do país, em São Luís (MA), o português João Tavares, 76, diz nunca ter deixado de ser padre, embora esteja casado desde abril de 1979 e tenha duas filhas --de 32 e 33 anos-- e uma neta, de 10.
"Não abandonamos o sacerdócio que, segundo a teologia católica, é um sacramento que imprime caráter, como o batismo e o crisma e, portanto, é para sempre. Os que decidimos casar deixamos o ministério, o exercício clerical. Não por nossa vontade, mas porque essa era a condição para podermos casar na igreja. Infelizmente, a Igreja Católica do Ocidente ainda liga ministério sacerdotal com o celibato obrigatório. Mas isso vai mudar. Não sei quando, mas vai."
Membro e ex-presidente do Movimento das Famílias dos Padres Casados do Brasil, Tavares tem mantido contato permanente com os setores da igreja. "Pelo que sei, de fontes oficiais e oficiosas, inclusive de nossos colegas em Buenos Aires, [o papa] Francisco sabe da existência dos grupos de padres casados. E tem mandado recados: 'Fiquem unidos, vocês estão na minha agenda, mas ainda tenho assuntos muito grandes urgentes a tratar'."
Segundo o sacerdote, o papa visitou em Roma um grupo de famílias de padres casados e respondeu, em carta manuscrita, a um colega argentino sobre a "sensação de abandono por parte da hierarquia". "Essa carta deu origem a um livro com mais uma dúzia de cartas de padres casados argentinos ao papa: 'Querido Hermano'", diz.
Tavares permaneceu 11 anos celebrando missas, até decidir pelo matrimônio, em 1979. "Sofri por deixar o ministério. Gostava do que fazia. Mas a decisão foi muito bem amadurecida, por dois anos. Aceitei deixar o ministério, não porque não gostasse do sacerdócio e do meu trabalho na pastoral, mas porque o Vaticano, quando dá a dispensa para casar, obriga o padre a deixar o ministério."
"O papa Francisco sabe da existência dos grupos de padres casados. E tem mandado recados: 'Fiquem unidos, vocês estão na minha agenda", disse João Tavares, do Movimento das Famílias dos Padres Casados do Brasil.
"Nossa luta é por um celibato opcional"
A Prelazia do Xingu é a maior do país. A área ocupada pela região diocesana é de 368.092 km², equivalente ao território da Alemanha. O tamanho não é a única dificuldade encontrada pela religião na região: é uma área de floresta amazônica, de garimpo, rios de difícil travessia e aldeias indígenas.
Segundo apurou a reportagem, o pedido para que o papa Francisco intercedesse para que homens casados pudessem celebrar missas partiu da prelazia, que passou o recado para o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, que o fez chegar até o Vaticano. A reportagem contatou Hummes e o bispo emérito do Xingu, dom Erwin Krautler, com quem conversou por telefone e enviou, a seu pedido, as perguntas por e-mail, não respondidas até a publicação deste texto.
Membros da prelazia queixaram-se com o papa da falta de padres para cuidarem das inúmeras comunidades e solicitaram a autorização para ordenar homens casados. A resposta foi a de que o assunto seria estudado e que dependeria da pressão dos bispos. "Infelizmente poucos bispos do Brasil e do mundo se interessam pelos padres casados das suas dioceses. Salvo poucas e honrosas exceções", diz Tavares, do Movimento das Famílias dos Padres Casados.
"Antes de permitir o casamento dos atuais padres ou o casamento dos que vão se ordenar nestes próximos anos, haveria outras possibilidades mais fáceis e imediatas: readmitir padres que casaram e que estivessem dispostos a voltar ao ministério, ordenar homens casados de boa vivência humana e cristã e bem aceitos em suas comunidades e ordenar padres os diáconos casados. Nossa luta é por um celibato opcional: antes da ordenação, quem quiser casa. Quem não fica solteiro."
Por que o papa Francisco está sofrendo oposição dos conservadores da Igreja.
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Ele é amado por muitos, mas não por todos - principalmente os conservadores.
A oposição ao papa Francisco se faz cada vez mais presente e visível. Há quem minimize esse movimento, mas outros acreditam que o papa possa estar no centro de uma trama política sofisticada com objetivo de enfraquecê-lo.
O episódio mais recente - e talvez o mais teatral - se deu no mês passado, quando bairros próximos ao Vaticano amanheceram tomados por cartazes apócrifos com críticas ao pontífice. Um jornal falso que zombava do pontífice também foi enviado a cardeais da cidade.
Os cartazes traziam uma foto do papa com expressão fechada, e textos com referências a problemas que Francisco teve com setores mais conservadores da Igreja Católica.
"Francisco, você destituiu os chefes das congregações, removeu sacerdotes, decapitou a Ordem de Malta e a dos Franciscanos da Imaculada, ignorou cardeais. Onde está sua misericórdia?", dizia o texto, coberto horas depois pela Prefeitura de Roma com a inscrição "publicidade ilegal".
Na mesma época, cardeais de Roma receberam uma versão falsa do jornal do Vaticano, o L'Osservatore Romano. Na capa, em um ataque irônico ao pontífice, havia uma lista de perguntas ao papa feitas por cardeais conservadores em que a resposta era sempre sic et non (sim e não).
Eleito em março de 2013 após escândalos que abalaram a imagem do Vaticano, o papa tomou medidas e fez declarações de impacto que polarizam opiniões dentro e fora do mundo católico.
Reestruturou, por exemplo, as confusas finanças do Vaticano, criou comissão para combater abuso sexual de crianças na Igreja, fez duras críticas ao capitalismo e ajudou a reaproximar Cuba e EUA. Também chama a atenção sua defesa de uma Igreja mais tolerante em questões de família - já pediu a sacerdotes que não tratem divorciados como excomungados e procurem acolher católicos homossexuais.
Para seus detratores, porém, ele age de forma autoritária e centralizadora.
"O Papa é o vigário de Cristo na Terra, mas não é Cristo. Pode errar, pecar e até ser corrigido. Não concordo com seu modo de governar. A Igreja está hoje imersa em confusão e desorientação: os fieis precisam de certezas, mas não conseguem encontrá-las. Corremos o risco de uma cisão", diz Roberto De Mattei, presidente da Fundação Lepanto, que faz campanha pela "defesa dos princípios e instituições da civilização cristã".
De Mattei e sua fundação sempre foram duros com o para argentino, e chegaram a ser apontados como suspeitos de estar por trás da ideia dos cartazes - os responsáveis não foram identificados.
"Não sei quem são os autores (dos cartazes), mas não fomos nós. Em Roma você percebe um clima de medo, típico de regimes totalitários. Estamos diante de uma monarquia absoluta que usa a colaboração de cardeais e bispos, mas lhes dá pouca autonomia. O papa ama nomear comissários especiais para muitos assuntos, assim, ao final, ele sempre pode decidir", disse De Mattei à BBC Brasil.
Tipos de oposição
Para o historiador Massimo Faggioli, professor de Teologia na Villanova University (EUA), é possível identificar três tipos de oposição ao papa Francisco: teológica, institucional e política.
"A teológica parte de alguns setores na Igreja que acham que o papa é muito moderno em questões como casamento e família. É uma oposição pequena, que age de forma respeitosa", diz o professor.
Entre esse setor estão quatro cardeais ultraconservadores que em setembro de 2016 pediram, em carta pública, que o papa corrija "erros doutrinários" da encíclica Amoris Laetitia (Alegria do Amor), um guia para a vida em família que prega a aceitação, pela Igreja, de certas realidades da sociedade contemporânea.
Burke acredita que o papa esteja fazendo ajustes perigosos na tradição de mais de 2 mil anos do Cristianismo
Na oposição institucional, afirma Faggiolo, há pessoas que querem manter o status quo. "Alguns cardeais têm medo de perder privilégios ou da mudança de mecanismos para a nomeação dos bispos", diz.
O historiador vê a oposição política como a mais forte. "O papa fala sobre vivermos juntos, de construir pontes em vez de muros. São questões 'inconvenientes' para a política global da atualidade, pois contrastam com ideias da direita francesa, italiana e americana. São tidas como uma ameaça. O papa pode lidar com as duas primeiras oposições, mas a política é a mais difícil", afirma.
A reação contra o papa não se concentra apenas na Itália e na Europa. Autor do livro "Os inimigos de Francisco" (com lançamento previsto no Brasil para o segundo semestre), o jornalista italiano Nello Scavo diz que há grupos nos EUA que trabalham pelo enfraquecimento da liderança de Jorge Bergoglio, o nome de batismo do papa.
"Há grupos financeiros, fabricantes de armas e multinacionais que querem que o papa perca poder. Sua retórica é muito anti-establishment. Ele afirmou que a nossa economia mata, condenou o capitalismo e se fez escutar em questões ecológicas", diz Scavo, citando críticas à Francisco feitas pelo centro de estudos conservador American Enterprise Institute (AEI).
O AEI conta em seus quadros com vários ex-integrantes do governo George W. Bush (2001-2008), entre eles o ex-vice-presidente Dick Cheney. "Cheney faz parte do AEI, foi membro do conselho da Lockheed Martin, principal fabricante de sistemas de defesa no mundo, e a AEI tem a Halliburton entre seus principais financiadores", afirma o jornaista, citando a multinacional de serviços para exploração de petróleo.
Jornalista da emissora católica canadense Salt and Light, Matteo Ciofi diz que a oposição teológica é, de fato, a que menos deve preocupar o papa. "Não é possível que um cardeal africano e um europeu possam ter a mesma visão sobre a família. Faz parte das diferenças culturais, é normal que haja críticas. O problema, dentro da Igreja, se concentra naqueles que não querem perder privilégios", diz.
Papa e política
Um dos cardeais que assinaram a carta pública contra a encíclica Amoris Laetitia, o americano Raymond Leo Burke teve reunião recente com Matteo Salvini, líder do partido de extrema-direita italiano Liga do Norte.
Com discurso anti-imigração, Salvini fez duras críticas ao papa quando o pontífice visitou um campo de refugiados na ilha grega de Lesbos, em abril de 2016.
"Com todo o respeito, o papa está errado. Parece-me que a catástrofe ocorre na Itália, não na Grécia. Ele quer convidar outros milhares de imigrantes para a Itália? Uma coisa é acomodar os poucos que escaparam da guerra, outra é incentivar e financiar uma invasão sem precedentes. Tem pobres na Grécia, mas também a dois minutos do Vaticano", afirmou o político, que já foi fotografado usando camiseta com a frase "Meu papa é Bento", referência ao antecessor de Bergoglio.
Para Roberto De Mattei, da Fundação Lepanto, não é a direita que se opõe ao papa, mas é a esquerda que quer torná-lo um símbolo. "Os movimentos de esquerda querem fazer dele um anti-(Donald)Trump porque não dispõem de outras. Fonte: http://www.bbc.com
4º Domingo da Quaresma – Ano A: Um Olhar.
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As leituras deste Domingo propõem-nos o tema da “luz”. Definem a experiência cristã como “viver na luz”.
No Evangelho, Jesus apresenta-se como “a luz do mundo”; a sua missão é libertar os homens das trevas do egoísmo, do orgulho e da auto-suficiência. Aderir à proposta de Jesus é enveredar por um caminho de liberdade e de realização que conduz à vida plena. Da ação de Jesus nasce, assim, o Homem Novo – isto é, o Homem elevado às suas máximas potencialidades pela comunicação do Espírito de Jesus.
ATUALIZAÇÃO (EVANGELHO – JO 9,1-41)
Considerar, na reflexão, as seguintes propostas:
-Nós, os crentes, não podemos fechar-nos num pessimismo estéril, decidir que o mundo “está perdido” e que à nossa volta só há escuridão… No entanto, também não podemos esconder a cabeça na areia e dizer que tudo está bem. Há, objetivamente, situações, instituições, valores e esquemas que mantêm o homem encerrado no seu egoísmo, fechado a Deus e aos outros, incapaz de se realizar plenamente. O que é que, no nosso mundo, gera escuridão, trevas, alienação, cegueira e morte? O que é que impede o homem de ser livre e de se realizar plenamente, conforme previa o projeto de Deus?
-A catequese que João nos propõe hoje garante-nos: a realização plena do homem continua a ser a prioridade de Deus. Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio ao encontro dos homens e mostrou-lhes a luz libertadora: convidou-os a renunciar ao egoísmo e auto-suficiência que geram “trevas”, sofrimento, escravidão e a fazerem da vida um dom, por amor. Aderir a esta proposta é viver na “luz”. Como é que eu me situo face ao desafio que, em Jesus, Deus me faz?
- O Evangelho deste domingo descreve várias formas de responder negativamente à “luz” libertadora que Jesus oferece. Há aqueles que se opõem decididamente à proposta de Jesus porque estão instalados na mentira e a “luz” de Jesus só os incomoda; há aqueles que têm medo de enfrentar as “bocas”, as críticas, que se deixam manipular pela opinião dominante, e que, por medo, preferem continuar escravos do que arriscar ser livres; há aqueles que, apesar de reconhecerem as vantagens da “luz”, deixam que o comodismo e a inércia os prendam numa vida de escravos… Eu identifico-me com algum destes grupos?
- O cego que escolhe a “luz” e que adere incondicionalmente a Jesus e à sua proposta libertadora é o modelo que nos é proposto. A Palavra de Deus convida-nos, neste tempo de Quaresma, a um processo de renovação que nos leve a deixar tudo o que nos escraviza, nos aliena, nos oprime – no fundo, tudo o que impede que brilhe em nós a “luz” de Deus e que impede a nossa plena realização.
Para que a celebração da ressurreição – na manhã de Páscoa – signifique algo, é preciso realizarmos esta caminhada quaresmal e renascermos, feitos Homens Novos, que vivem na “luz” e que dão testemunho da “luz”. O que é que eu posso fazer para que isso aconteça?
-Receber a “luz” que Cristo oferece é, também, acender a “luz” da esperança no mundo. O que é que eu faço para eliminar as “trevas” que geram sofrimento, injustiça, mentira e alienação? A “luz” de Cristo que os padrinhos me passaram no dia em que fui batizado brilha em mim e ilumina o mundo? Fonte: http://www.dehonianos.org
MP vai apurar acordo entre Igreja Universal e Governo do Rio para construir templos em presídios
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A Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Sistema Prisional e Direitos Humanos do Rio de Janeiro instaurou procedimento para apurar a validade do acordo feito entre o governo estadual e a Igreja Universal do Reino de Deus para a construção de templos nos presídios do estado. Segundo o Ministério Público do Rio, também será verificada a garantia do caráter ecumênico dos templos.
"A Promotoria instaurou procedimento para apuração da validade do instrumento de cooperação porventura firmado diante da previsão do art. 19, I da Constituição da República, bem como verificação das condições de garantia do caráter ecumênico e adequação dos espaços para a prática de cultos pelas entidades de assistência religiosa credenciadas no sistema prisional fluminense", diz a nota.
O governo do Rio autorizou a Igreja Universal a construir templos em todos os 43 presídios do estado. Na última segunda-feira foram inaugurados os dois primeiros, na Cadeia Pública Joaquim Ferreira e no Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, ambos no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio.
Estavam presentes no evento apenas pastores e os diretores das unidades. O governo afirmou que não foi gasto dinheiro público nas construções e garantiu que, mesmo sendo totalmente financiados pela Igreja Universal do Reino de Deus, os templos serão ecumênicos, "onde poderão acontecer cultos de outras igrejas evangélicas, católicas ou espiritualistas".
No entanto, a falta de participação de representantes de outras crenças na elaboração e na inauguração fez com que o ecumenismo do projeto fosse questionado por representantes de outras religiões. Para o babalorixá Ivanir dos Santos, a autorização é 'lamentável'.
- Isso é uma violação do Estado Laico. Você não pode construir um templo religioso dentro de um complexo de prédios públicos. Além disso, como é possível te um templo ecumênico sem conversar com outras religiões? Havia representantes de outras religiões? Isso não foi conversado. Não sou contra a assistência aos presos. Mas não pode haver privilégios dentro de um espaço público como é o caso. Como um grupo específico cria um templo ecumênico sem dialogar com ninguém? E como o Estado permite isso? Nunca vi o estado ceder terreno para uma religião de matriz africana abrir uma casa de candomblé, por exemplo. É lamentável - disse o babalorixá.
Para o Cônego Manuel Manangão, da Arquidiocese do Rio, a administração dos espaços pode ser um problema se não for bem organizada.
- Não sabemos como foi feito esse acordo e o que ele inclui. Não participamos disso. Para mim, a maior dificuldade é como organizar o espaço desses lugares para o atendimento de todas as religiões. São quase oitenta entidades inscritas para levar a Palavra de Deus aos presos e se não for algo organizado de forma bem feita, cria um problema - disse.
De acordo com a Secretaria de Administração Pública (Seap), a autorização da utilização dos espaços ficará a cargo do diretor de cada unidade prisional. No dia 14 de fevereiro deste ano, o governador Luiz Fernando Pezão e o secretário estadual de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro da Costa Filho, se reuniram com líderes da Igreja Universal para tratar da construção dos templos, que, segundo a Seap, "têm o objetivo de auxiliar no processo de ressocialização dos presos".
Procurada pelo EXTRA desde segunda-feira, a Igreja Universal do Reino de Deus não respondeu os e-mails ou atendeu as ligações. De acordo com o artigo 19 da Constituição Federal, é vedado à União e Estados "estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público".
Esses não são os primeiros templos da Igreja Universal do Reino de Deus em presídios brasileiros. Em março deste ano foi inaugurado um templo na Penitenciária Feminina de Sant'Ana, no Carandiru, Zona Norte da Capital Paulista. Esta semana também foi inaugurado um templo no Presídio do Ceará. Fonte: http://extra.globo.com
Audiência aos Chefes de Estado e de Governo da União
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Neste dia 24.03.2017, veja o vídeo da Audiência aos Chefes de Estado e de Governo da União.
Papa Francisco: somos “católicos ateus” quando temos o coração duro.
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Papa Francisco durante a Missa em Santa Marta (23/03/2017 12:06) Escutar a Palavra de Deus para evitar o risco de que o coração se endureça – disse o Papa durante a Missa, na manhã desta quinta-feira (23/03), em Santa Marta. Francisco ressaltou que, quando nos afastamos de Deus nos tornamos católicos infiéis ou mesmo "católicos ateus”.
Quando o povo não escuta a voz de Deus e vira as costas para Ele, acaba por se distanciar d’Ele. Baseando-se num trecho do Livro do Profeta Jeremias, o Papa desenvolveu a sua meditação sobre a escuta da Palavra de Deus.
“Quando não paramos para ouvir a voz do Senhor, nos distanciamos d’Ele, viramos as costas para Ele. E quando não ouvimos a voz de Deus, ouvimos outras vozes.”
Se não ouvimos a Palavra de Deus, ouvimos os ídolos do mundo
“No final”, constatou amargamente o Pontífice, “fechamos os ouvidos e nos tornamos surdos à Palavra de Deus”.
“Se hoje todos nós pararmos um pouco e olharmos para o nosso coração, veremos quantas vezes fechamos os ouvidos e quantas vezes nos tornamos surdos. Quando um povo, uma comunidade, mas também uma comunidade cristã, uma paróquia, uma diocese, fecha os ouvidos e se torna surda, não ouve a Palavra de Deus, procura outras vozes, outros senhores e acaba por seguir os ídolos, os ídolos que o mundo, a mundanidade, a sociedade lhes oferece. Se distancia do Deus vivo.”
Quando o coração se endurece, tornamo-nos católicos ateus
“Quando nos distanciamos do Senhor”, prosseguiu o Papa, “o nosso coração se endurece”. Quando não ouvimos, o coração se torna mais duro, mais fechado em si mesmo. Duro e incapaz de receber alguma coisa. Não só fechamento, mas dureza do coração. Vive então naquele mundo, naquela atmosfera que não lhe faz bem, que o distancia cada dia mais de Deus”.
“E estas duas coisas – não escutar a Palavra de Deus e ter o coração endurecido, fechado em si mesmo – fazem perder a fidelidade. Perde-se o sentido da fidelidade. O Senhor diz na Primeira Leitura: ‘A fidelidade desapareceu’ e nós nos tornamos católicos infiéis, católicos pagãos ou pior ainda, católicos ateus, porque não temos uma referência de amor ao Deus vivo. Não escutar e virar as costas – que nos endurece o coração – que nos conduz ao caminho da infidelidade”.
“Esta infidelidade, como se traduz esta infidelidade?”, perguntou o Papa. “Traduz-se com a confusão: não se sabe aonde está Deus, aonde não está, se confunde Deus com o diabo”. Francisco fez referência ao Evangelho do dia e observou que “a Jesus, que faz milagres, que faz tanto pela salvação e as pessoas estão felizes, as pessoas dizem: ‘E o faz isto porque é um filho do diabo. Faz o poder de Belzebu’”.
Escutamos realmente a Palavra de Deus?
“Esta – disse o Papa – é a blasfêmia. A blasfêmia é a palavra final deste percurso, que começa com o não-escutar, que endurece o coração, que ‘causa confusão’, que faz esquecer a fidelidade... e no fim, vem a blasfêmia”. Ai daquele povo que se esquece da surpresa do primeiro encontro com Jesus:
“Hoje, podemos todos nos perguntar: Eu paro para ouvir a Palavra de Deus, pego a Bíblia, que fala a mim? Meu coração se endureceu? Eu me afastei do Senhor? Perdi a fidelidade ao Senhor e vivo com os ídolos que a mundanidade me propõe todos os dias? Perdi a alegria da maravilha do primeiro encontro com Jesus? Hoje é um dia para ‘escutar’: ‘Escutem hoje a voz do Senhor’, rezamos antes. ‘Não endureçais o vosso coração’. Peçamos esta graça. A graça de escutar, para que nosso coração não se endureça”. Fonte: http://br.radiovaticana.va
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