Papa Francisco: Viva a Quaresma com empenho porque ninguém vai ao Paraíso de carruagem.
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VATICANO, 01 Mar. 17 / 11:55 am (ACI)- O Papa Francisco dedicou a catequese da Audiência Geral à Quaresma – que começa hoje com a Quarta-feira de Cinzas – e sublinhou que é um tempo de esperança que requer empenho, porque ninguém vai “ao paraíso de carruagem”.
A Quaresma é “um caminho difícil, como é justo que seja, porque o amor é um desafio, mas um caminho cheio de esperança” e “o cansaço de atravessar o deserto – todas as provações, as tentações, as ilusões, as miragens… tudo isso serve para formar uma esperança forte”, disse ao recordar a passagem do povo de Israel pelo deserto.
Francisco explicou que “Cristo nos precede com o seu êxodo e nós atravessamos o deserto graças a Ele e atrás Dele. Ele foi tentado por nós e venceu o Tentador por nós, mas também nós devemos, com Ele, enfrentar as tentações e superá-las”.
“Mas isso não quer dizer que Ele fez tudo e nós devemos fazer nada, que Ele passou pela cruz e nós vamos ao paraíso de carruagem. Não é assim. A nossa salvação certamente é dom seu, mas, uma vez que é uma história de amor, requer o nosso ‘sim’ e a nossa participação no seu amor, como nos demonstra a nossa Mãe Maria e depois dela todos os santos”.
Sobre a Quaresma, o Papa recordou que “foi instituída na Igreja como tempo de preparação para a Páscoa e, portanto, todo o sentido deste período de quarenta dias é iluminado pelo mistério pascal para o qual é orientado”.
“Podemos imaginar o Senhor Ressuscitado que nos chama a sair das nossas trevas e nós nos colocamos em caminho para Ele, que é a Luz”. No entanto, “a Quaresma é um caminho para Jesus Ressuscitado, é um período de penitência, também de mortificação, mas não com fim em si mesmo, mas sim finalizado a nos fazer ressurgir com Cristo, a renovar a nossa identidade batismal, isso é, renascer novamente ‘do alto’, do amor de Deus”.
“O ponto de partida é a condição de escravidão no Egito, a opressão, os trabalhos forçados. Mas o Senhor não esqueceu o seu povo e a sua promessa: chama Moisés e, com braço forte, faz os israelitas sair do Egito e os guia pelo deserto para a Terra da liberdade”.
Francisco recordou que o povo de Israel permaneceu 40 anos no deserto, “o tempo de vida de uma geração”. “Uma geração que, diante das provações do caminho, é sempre tentada a lamentar-se pelo Egito e voltar atrás. Mas o Senhor permanece fiel e aquele pobre povo, guiado por Moisés, chega à Terra prometida”.
“Todo esse caminho é cumprido na esperança: a esperança de chegar à Terra e justamente nesse sentido é um ‘êxodo’, uma saída da escravidão à liberdade”, explicou.
“Cada passo, cada cansaço, cada prova, cada queda e cada retomada, tudo tem o sentido interno do desígnio de salvação de Deus, que quer para o seu povo a vida e não a morte, a alegria e não a dor”.
O Santo Padre manifestou que “para abrir este caminho, esta passagem, Jesus precisou despojar-se da sua glória, humilhar-se, fazer-se obediente até a morte e a morte de cruz”. Fonte: http://www.acidigital.com
O "jejum da língua"
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Como é difícil falar bem de alguém, ver somente o lado bom delas! "Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente" (1 Pd 3,10).
O direito de examinar e reter as palavras são direitos imprescritíveis ao crente, só que o Evangelho não tem a pretensão de subtrair isso, como também não tem a finalidade de satisfazer todo mundo em suas opiniões pessoais ou ser usada para agredir a integridade de alguém. Infelizmente nos últimos dias tenho estado com pessoas que habitualmente e naturalmente agem assim, ou seja, fazem comentários alheios acerca do meu ministério e do meu entendimento. Como é difícil estar com esses irmãos. Estar com os que se entregam a esse comportamento e que nada mais fazem além de criar confusão e causar ira e amargura em nossos corações, sem falar da falsidade entre amigos.
No trato a critica, entendo que cada um está livre para aprová-la ou rejeitá-la; mas para discuti-la seria necessário debatê-la com conhecimento de causa; ora, a crítica, muito frequentemente, tem provado a ignorância de quem tem princípios tolos... Da mesma forma critico frequentemente neles a malevolência que os torna responsável por atos repreensíveis ou ridículos, e garanto que se ao serem confrontados certamente afirmariam que foram envolvidos incidentemente ou diabo armou uma cilada para eles.
Então porque quando os confrontamos pelo seu mau hábito, negam essas alegações respondendo com desculpas e racionalizações bíblicas ofensivas tripudiando ou debochando?
Em primeiro lugar, porque são fofoqueiros e não sabem que o são: Os fofoqueiros muitas vezes têm o objetivo de se elevar ao custo de fazer com que outras pessoas se pareçam maus e eles os bons; também se exaltam como uma espécie de repositórios de conhecimento e santidade, onde falam dos erros e defeitos dos outros, ou revelam detalhes potencialmente embaraçosos ou vergonhosos sobre a vida alheia sem o seu conhecimento ou aprovação alegando ser revelação divina. Sendo desmascarados, ao invés de admitirem a falha, eles culpam algo ou alguém mais na tentativa de minimizar a seriedade do erro do que para soluciona-lo.
Lamentavelmente temos visto tantas amizades [vidas] sendo destruídas por causa de algum engano [entendimento] e que começou com uma fofoca [critica]. Mas a Bíblia nos diz que "o homem perverso instiga a contenda, e o intrigante separa os maiores amigos" (Provérbios 16:28). Também no livro de Romanos, Paulo mostra a natureza pecaminosa daqueles a qual Deus estará derramando a Sua ira. Esses que por terem rejeitado as instruções e direção de Deus, Ele os entregou às suas naturezas pecaminosas. Nesta lista se inclui murmuradores e difamadores (Romanos 1:29-32). A bíblia fala que a boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a sua alma. “As palavras do mexeriqueiro são como doces bocados; elas descem ao íntimo do ventre” (Provérbios 18:7-8). Triste ver que alguns gostam disso e procuram por ocasiões para ofender outras pessoas.
Em segundo lugar, as atitudes deles se evidenciam precisamente ao contrário do que dizem, pois, muitos não estão vivendo, pelo contrário, vivem negando, confundindo-se com as imitações grosseiras e burlescas do charlatanismo da fé, pois enaltecem a si mesmo naquilo que fazem esquecendo as suas próprias fraquezas, dando, enfim, como a regra de todas as excentricidades em nome de Deus. A fofoca, que tem causado desunião, intrigas e amarguras na vida de alguns cristãos. Devemos, pois, definir, conhecer e aprender como neutralizar esse erro.
Não seria mais sensato apaga-los do meio dos salvos em Cristo. Mas instruí-los: Paulo advertiu as viúvas para não serem mexeriqueiras ou ociosas. Essas são conhecidas por serem "não só ociosas, mas também paroleiras [guardadoras] e curiosas, falando o que não convém" (1 Timóteo 5:12-13). Temos que nos atentar aos que não produzem frutos [ociosas] e que têm a tendência de passar muito tempo com outras pessoas em seus lares, trabalhos, escolas, juntamente e se envolvem na vida dos outros, escutando e observando varias conversas e situações que têm o potencial de serem destorcidas, principalmente quando ditas sem testemunha.
Em terceiro lugar, Deus nos adverte contra deixar que esse pecado entre em nossas vidas. "O que anda tagarelando revela o segredo; não te intrometas com o que lisonjeia com os seus lábios" (Provérbios 20:19). As mulheres certamente não são as únicas culpadas de fofocar. Portanto, não se deve dirigir àqueles que têm convicções diferentes de fé com palavras de desrespeito e altivez, porque o fofoqueiro é um inútil leva e traz que só serve pra isso, pois, pessoas inteligentes falam sobre ideias, pessoas comuns falam sobre coisas; pessoas medíocres falam sobre pessoas… por favor, àqueles que, não estando satisfeitos com aquilo que vivem, procurem alguma coisa melhor...
Em quarto lugar, A igreja do Senhor na terra tem a missão de ser diferente, consequentemente com os Seus princípios, Jesus não se impõe a ninguém. Ele quer ser aceito livremente e por convicção voluntaria. Os ensinamentos que recebemos vêm gratuitamente Dele. O livro de Provérbios tem uma longa lista de versículos sobre os perigos da fofoca e potencial dano que pode resultar. "O que despreza o seu próximo carece de entendimento, mas o homem entendido se mantém calado. O mexeriqueiro revela o segredo, mas o fiel de espírito o mantém em oculto" (Provérbios 11:12-13). Por essa razão não nos misturemos com essas coisas e tentemos ficar de fora de escândalos e burburinhos.
A mim, alguns podem achar que julgo ser melhor que os outros, mas a verdade é que tento fazer o bem ao próximo a cada dia com a intenção de prepara-lo para receber a salvação em Cristo. Porém, tem uma classe de cristão, ou falsos cristãos, que acreditam que vão pro céu ofendendo os outros, mas que terão lugar reservado no inferno, por causa do “disse que me disse”. Sl 101.5 “Destruirei aqueles que falam mal dos outros pelas costas...”.
Se mesmo assim alguém aí está pensando que está certo, saiba que: “Se não souber controlar a língua, a sua religião não vale nada, e está enganando a si mesmo.” Inclusive, o que nos irrita no outro e nos faz pensar que ele seja arrogante, chato, sabe tudo... normalmente é aquilo que temos arraigado dentro de nós, portanto, o chato, desempenha um papel importante: de nos mostrar quem somos e sobre nossas chatices também. Embora muitas vezes nós tenhamos nutrido sentimentos ruins por tanto tempo, mesmo convertido precisamos de mais tempo pra acabar com eles.
Por isso muitas vezes perdemos as pessoas próximas por endurecermos o nosso coração. Nesse caso, bem que poderíamos ter aprendido muito com essa pessoa, mas a perdemos... Também perdemos tempo pra descobrir que pessoas mudam, defeitos mudam, tempos mudam, mas, se não tomarmos cuidado, as opiniões não. Só não percamos o tempo em amar as pessoas, ame-a sempre seja ela como for. “O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu vos amei” (João 15:12)
QUARESMA: O jejum da língua, pela a prática do silêncio.
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Duas grandes vantagens proporciona esse jejum:
1° Conseguir que se evite o pecado. Efetivamente, está escrito: No muito falar não faltará pecado (Pr 10, 19). E em outro lugar: Quem fala muito, fará mal a sua alma (Eclo 20, 8), e também: A língua desenfreada quer dizer, que não observa o silêncio é um mundo inteiro de maldade (Tg 3, 6). Por conseguinte, se conseguirem que jejue a língua digo que não cometerão a metade das faltas diárias. Quão proveitoso resulta, pois, dito jejum para a alma e a consciência!
2° Mas há algo mais: esse jejum conserva, nutre e faz crescer todas as virtudes. Por isso disse as Escrituras: Se alguém não tropeçar com palavras, esse tal é varão perfeito (Tg 3, 2). Quer dizer que tem todas as virtudes.
Para conhecer a saúde de uma pessoa, basta olhar a sua a língua: se tiver acendidamente vermelha, ou suja, ou pálida, não goza de boa saúde. De igual modo, para conhecer em que estado se acha a alma de um religioso, terá que prestar atenção à sua língua: como a rege e que uso faz dela. Se fala muito é quase seguro que tem a alma infestada de culpas e pecados. Se fala pouco, se é recatado e circunspeto nas palavras, estejam seguros de que tem a alma adornada de formosas virtudes.
O prurido de falar, o hábito de contar piadas, a afeição à brincadeiras e a dissipação são indícios seguros de consciência vã e torcida, de espírito superficial, de alma adoentado e vazia de virtudes. Tão convencido disso estava santo Tomás, que afirmava abertamente: «Se vê um religioso que gosta das conversações fúteis, das piadas e frivolidades do mundo, de maneira nenhuma pensem que se trata de um homem espiritual e virtuoso, mesmo que fizesse milagres».
Alcançar que jejue a língua é, pois, meio excelente de guardar-se do pecado, fazer crescer as virtudes, ser gratos a Deus e inclusive aprender a falar devidamente.
VILA MARIA 2017 - DESFILE COMPLETO
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CNBB lança Campanha da Fraternidade 2017 na quarta-feira, em Brasília
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Com o tema "Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida", a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abre oficialmente, na Quarta-feira de Cinzas, dia primeiro de março, a Campanha da Fraternidade 2017 (CF 2017). O lançamento será na sede da entidade, em Brasília (DF), e será transmitido ao vivo pelas emissoras de TV de inspiração católica, a partir das 10h45.
A campanha, que tem como lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), alerta para o cuidado da Casa Comum, de modo especial dos biomas brasileiros. Segundo o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, a proposta é dar ênfase à diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Para ele, a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem, sejamos conduzidos à vida nova”, afirma.
Ainda de acordo com o bispo, a CF deseja, antes de tudo, levar à admiração, para que todo o cristão seja um cultivador e guardador da obra criada. "Tocados pela magnanimidade e bondade dos biomas, seremos conduzidos à conversão, isto é, cultivar e a guardar”, salienta.
A cerimônia de lançamento contará com as presenças do arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, do secretário geral da Conferência, dom Leonardo Steiner, e do secretário de articulação institucional e cidadania do Ministério do Meio Ambiente, Edson Duarte. No Brasil, a Campanha já existe há mais de 50 anos e sua abertura oficial sempre acontece na Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma, época na qual a Igreja convida os fiéis a experimentarem três práticas penitenciais: a oração, o jejum e a esmola.
Material
Para ajudar nas reflexões sobre a temática, são propostos subsídios, sendo o texto-base o principal. Dividido em quatro capítulos, a partir do método ver, julgar e agir, o documento faz uma abordagem dos biomas, suas características e contribuições eclesiais na defesa da vida e cultura dos povos originários de cada bioma brasileiro. Também são apresentadas considerações ecológicas sob a perspectiva de São João Paulo II, Bento XVI e o papa Francisco. Ao final, são apresentados os objetivos permanentes da Campanha, os temas anteriores e os gestos concretos previstos para esta edição, sendo o principal a Coleta Nacional de Solidariedade.
Os subsídios da CF 2017 estão disponíveis no site da editora Edições CNBB. É possível fazer o download do arquivo com todas partituras das músicas da CF 2017 e da Quaresma, entre elas o Hino Campanha, de autoria do padre José Antônio de Oliveira e Wanderson Freitas. Os interessados poderão baixar ainda o cartaz da CF e os spots de rádio, TV e internet preparados para a ocasião. Fonte: http://www.cnbb.org.br
O Papa envia Burke a 12 mil quilômetros de Roma para investigar um caso de abusos sexuais
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Exílio para o cardeal Raymond Burke? O líder da oposição ao Papa Francisco chegou nesta quarta-feira à Ilha de Guam – a mais de 12 mil quilômetros de distância de Roma – para presidir o julgamento canônico de Anthony S. Apuron, o ex-arcebispo de Agana acusado de ter abusado de coroinhas na década de 1970. A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 16-02-2017. A tradução é de André Langer.
Apuron, de 71 anos, deve responder às denúncias apresentadas por três homens que o acusam de tê-los abusado sexualmente na sua infância. A mãe de uma quarta vítima, que já está morta, também acusa o arcebispo de ter abusado do seu filho. Embora o prelado continue a insistir em sua inocência, e até o momento não foi acusado penalmente, foi suspenso do seu cargo em junho do ano passado.
A Sala de Imprensa da Santa Sé, até o momento, limitou-se a confirmar que um tribunal eclesiástico de primeira instância, constituído em outubro passado, será presidido pelo cardeal estadunidense. Não deu nenhuma indicação sobre quanto tempo o cardeal permanecerá em Guam, nem qual destino possa esperar após o seu retorno. Mais quatro bispos se juntarão a Burke nesse tribunal, confirmou a Sala de Imprensa.
De acordo com o Guam Daily Post, o cardeal Burke assinou um decreto no dia 03 de fevereiro passado no qual pedia o comparecimento, no dia 16 de fevereiro, na chancelaria diocesana de Agana, de um dos acusadores de Apuron, Roland Sondia, “com o propósito de dar seu testemunho” sobre os fatos. O equivalente, no Direito Canônico, a um promotor e a um advogado defensor também estarão presentes ao ato, de acordo com o cardeal. Um segundo documento, assinado no dia 06, estipula que, de acordo com as normas canônicas, o processo contra Apuron será “confidencial” e acontecerá “sob segredo pontifício”.
Neste primeiro decreto, o cardeal também faz menção de que chega à remota ilha do Pacífico Ocidental por indicação do cardeal Gerhard Müller, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e, como tal, encarregado de coordenar a resposta da Igreja às alegações de abusos contra seus clérigos.
Burke, no entanto – e embora tenha sido prefeito da Assinatura Apostólica, o Supremo Tribunal da Igreja –, não tem experiência especial no julgamento de sacerdotes abusadores, motivo pelo qual a sua nomeação para presidir o julgamento de Apuron é, no mínimo, fora do comum.
Correm rumores de que a nova missão do cardeal Burke é uma estratégia para afastá-lo de Roma e das críticas ao Papa Francisco. Uma tese que ganha força ao recordar que Burke foi destituído recentemente de todas as suas responsabilidades na cúria romana em consequência de sua descarada rebelião contra o Pontífice nas controvérsias das dubia e da Ordem de Malta.
Inclusive desta última congregação, com a chegada ali do delegado pontifício, Angelo Becciu. Outros, ao contrário, indicam que se trata de uma nova oportunidade para o cardeal praticar a penitência e a conversão à qual Francisco não cessa de chamar a Igreja. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2017: Pioneirismo e Profetismo da Igreja no Brasil
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Pe. Josafá Carlos de Siqueira
Reitor da PUC-Rio
Ao prepararmos para a Campanha da Fraternidade de 2017, cujo tema é Biomas Brasileiros e Defesa da Vida, temos que reconhecer que a Igreja no Brasil, através da CNBB, tem se destacado nos últimos anos pela coragem em abordar as questões socioambientais na perspectiva da fé.
Três questões devem ser destacadas e reconhecidas. A primeira consiste no pioneirismo da Igreja Católica em abordar a temática socioambiental antes que a mesma fosse amplamente conhecida na sociedade brasileira. Basta lembrar a Campanha da Fraternidade de 1979, cujo tema era Preserve o que é de todos. Naquele momento, as questões do meio ambiente eram pouco conhecidas e divulgadas na imprensa, mas o profetismo da Igreja já apontava para uma problemática que mais tarde seria candente na sociedade nacional e internacional. Com o passar dos anos outras questões socioambientais foram incorporadas em diversas campanhas como: Fraternidade e a Terra (1986), Fraternidade e a Água (2004), Fraternidade e Amazônia (2007), Fraternidade e a vida no planeta (2011), Casa comum, nossa responsabilidade (2016), e neste ano de 2017, Fraternidade: Biomas Brasileiros e defesa da vida.
A segunda questão diz respeito ao profetismo da Igreja em abordar uma temática fundamental para a vida do planeta e de nosso país, pois as questões do meio ambiente não podem ser colocadas em lugar secundário no desenvolvimento do Brasil, mas, ao contrário, em lugar de destaque numa nação que graças ao Deus Criador, nos legou uma natureza rica e diversa. Meio Ambiente não é uma abordagem acadêmica e elitista, mas uma questão fundamental para o presente e o futuro de nosso país, pois somos guardiões de um dos patrimônios ecológicos mais ricos do planeta Terra, onde as riquezas dos recursos hídricos e da biodiversidade nos colocam em destaque no cenário internacional. O profetismo da Igreja nos ajuda a olhar estes dons naturais abundantes que Deus colocou em nossas mãos, evitando que estes sejam destruídos e deteriorados, gerando problemas e doenças para o nosso povo, principalmente os mais pobres. À luz da fé, este profetismo nos leva a ver, julgar e agir, tomando consciência dos problemas e ajudando-nos a buscar soluções razoáveis e sustentáveis.
A terceira questão se refere à visão integradora da abordagem socioambiental, onde os problemas ambientais estão profundamente articulados com as temáticas sociais. A tradição hermenêutica nos salmos e livros sapienciais da Bíblia oferece-nos uma visão integradora entre Deus, ser humano e a criação, visão esta que a Igreja Católica no Brasil tem procurado priorizar nas Campanhas da Fraternidade com temáticas socioambientais. Esta dimensão integradora entre o social e o ambiental, iluminada à luz da fé, foi bastante destacada na Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, sobretudo quando fala sobre a ecologia integral.
Preparando-nos para trabalhar e divulgar a Campanha da Fraternidade de 2017 em nossas paróquias, comunidades e instituições de ensino, não podemos esquecer o pioneirismo, o profetismo e a visão integradora da nossa Igreja Católica, que deseja contribuir para que o Brasil possa ser uma nação socialmente justa e ecologicamente consciente e sustentável, preservando a riqueza de nossos biomas e suas relações com as diferentes culturas de nosso país. Fonte: http://arqrio.org
8º Domingo do Tempo Comum: As nossas prioridades
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Tema do 8º Domingo do Tempo Comum
A liturgia deste 8º Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre as nossas prioridades. Recomenda que dirijamos o nosso olhar para o que é verdadeiramente importante e que libertemos o nosso coração da tirania dos bens materiais. De resto, o cristão não vive obcecado com os bens mais primários, pois tem absoluta confiança nesse Deus que cuida dos seus filhos com a solicitude de um pai e o amor gratuito e incondicional de uma mãe.
O Evangelho convida-nos a buscar o essencial (o “Reino”) por entre a enorme bateria de coisas secundárias que, dia a dia, ocupam o nosso interesse. Garante-nos, igualmente, que escolher o essencial não é negligenciar o resto: o nosso Deus é um pai cheio de solicitude pelos seus filhos, que provê com amor às suas necessidades.
ATUALIZAÇÃO (Mt 6, 24-34).
A primeira grande questão que, neste texto, Jesus nos coloca é a questão das nossas prioridades. Dia a dia somos bombardeados com um conjunto de propostas mais ou menos aliciantes, que nos oferecem a chave da felicidade e da vida plena: o dinheiro, o êxito profissional, a progressão na carreira, a beleza física, os aplausos das multidões, o poder… E estes ou outros valores semelhantes – servidos por técnicas de publicidade enganosa – tornam-se o “objetivo final” na vida de tantos dos nossos contemporâneos. No entanto, Jesus garante-nos que a vida plena não está aqui e que, se estes valores se tornam a nossa prioridade fundamental, a nossa vida terá sido um tremendo equívoco. Para Jesus, é no “Reino” – isto é, na aposta incondicional em Deus e no acolhimento do seu projeto de salvação/libertação – que está o segredo da nossa realização plena. Quais são as minhas prioridades? Em que é que eu tenho apostado incondicionalmente a minha vida?
As propostas equívocas de felicidade criam, muitas vezes, desorientação e confusão. Ao encherem o coração do homem de ídolos com pés de barro, afastam o homem de Deus e deixam-no perdido e sem referências, só diante de um mundo hostil – como criança perdida, indefesa, impotente. Jesus lembra-nos, porém, que Deus é um Pai cheio de solicitude e de amor, permanentemente atento às necessidades dos filhos (Ele até veste os lírios do campo e alimenta as aves do céu…). Ele convida-nos a colocar a nossa confiança e a nossa esperança nesse Pai que nos ama e a enfrentar o dia a dia com essa serena confiança que nos vem da certeza de que Deus é nosso Pai, conhece as nossas dores e necessidades e nos pega ao colo nos momentos mais dramáticos da nossa caminhada.
A referência à incompatibilidade entre Deus e o dinheiro convida-nos a uma particular reflexão neste campo… O dinheiro é, hoje, o verdadeiro centro do poder no mundo. Ele compra consciências, poder, bem-estar, projeção social, reconhecimento e até compra amor. Por ele mata-se, calcam-se aos pés os valores mais fundamentais, renuncia-se à própria dignidade, envenena-se o ambiente (que interessa o buraco do ozono, a poluição dos rios, o desaparecimento das florestas, se isso fizer mais ricos os donos do mundo…), escravizam-se os irmãos. Fonte: http://www.dehonianos.org
Papa Francisco: Discurso aos Párocos - texto integral.
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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco encontrou na manhã deste sábado (25/02), no Vaticano, os participantes do curso de formação para Párocos, promovido pelo Tribunal da Rota Romana. O Curso tratou sobre o “novo Processo matrimonial”, discutido e proposto pelo Sínodo dos Bispos sobre o “Matrimônio e a Família”, realizado no Vaticano em outubro de 2015.
Eis a íntegra do discurso do Santo Padre aos sacerdotes presentes na Sala Clementina:
“Queridos irmãos,
Tenho a alegria de encontrá-los ao final do curso de formação para os párocos, promovido pela Rota Romana, sobre o novo processo matrimonial. Agradeço ao Decano e ao Pro Decano pelo empenho em favor destes cursos formativos.
O que foi discutido e proposto no Sínodo dos Bispos sobre o tema “Matrimônio e família”, foi recebido e integrado na Exortação Apostólica Amoris laetitia e traduzido em oportunas normas jurídicas contidas em dois específicos documentos: o motu proprio Mitis Iudex e o motu proprio Misericors Jesus. É uma coisa boa que vocês párocos, por meio destas iniciativas de estudo, possam aprofundar tal matéria, pois são sobretudo vocês a aplicá-la concretamente no contato cotidiano com as famílias.
Na maior parte dos casos, vocês são interlocutores dos jovens que desejam formar uma nova família e casar-se no Sacramento do Matrimônio. E ainda, se dirigem a vocês aqueles cônjuges que, devido a sérios problemas em seu relacionamento, encontram-se em crise, têm necessidade de reavivar a fé e redescobrir a graça do Sacramento; e em certos casos, pedem indicações para iniciar um processo de nulidade.
Ninguém melhor do que vocês conhece e está em contato com a realidade do tecido social no território, experimentando a sua complexidade variegada: uniões celebradas em Cristo, uniões de fato, uniões civis, uniões fracassadas, famílias e jovens felizes e infelizes. De cada pessoa e de cada situação, vocês são chamados a ser companheiros de viagem para testemunhar e apoiar.
Antes de tudo, seja vossa preocupação testemunhar a graça do Sacramento do Matrimônio e o bem primordial da família, célula vital da Igreja e da sociedade, mediante a proclamação de que o matrimônio entre um homem e uma mulher é sinal da união esponsal entre Cristo e a Igreja.
Tal testemunho vocês dão quando preparam os noivos ao matrimônio, tornando-os conscientes do significado profundo do passo que estão para realizar, e quando acompanham com solicitude os jovens casais, ajudando-os a viver nas luzes e nas sombras, nos momentos de alegria e naqueles de cansaço, a força divina e a beleza de seu matrimônio.
Não deixem de recordar sempre aos esposos cristãos, que no Sacramento do Matrimônio Deus, por assim dizer, se reflete neles, imprimindo a sua imagem e o caráter inapagável de seu amor.
O matrimônio, de fato, é ícone de Deus, criado para nós por Ele, que é comunhão perfeita das três Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Que o amor de Deus Uno e Trino e o amor entre Cristo e a Igreja, sua esposa, sejam o centro da catequese e da evangelização matrimonial: por meio de encontros pessoais ou comunitários, programados ou espontâneos, não vos cansai de mostrar a todos, especialmente aos esposos, este “grande mistério” (cfr Ef 5,32).
Enquanto oferecem este testemunho, seja vosso cuidado também sustentar aqueles que se deram conta do fato de que a sua união não é um verdadeiro matrimônio sacramental e querem sair desta situação. Nesta delicada e necessária obra, façam de modo que os vossos fiéis, vos reconheçam não tanto como especialistas de atos burocráticos ou de normas jurídicas, mas como irmãos que se colocam em atitude de escuta e de compreensão.
Ao mesmo tempo, fazei-vos próximos, com o estilo próprio do Evangelho, no encontro e na acolhida daqueles jovens que preferem conviver sem se casar. Eles, no plano espiritual e moral, estão entre os pobres e os pequenos, para os quais a Igreja, nas pegadas de seu Mestre e Senhor, quer ser mãe que não abandona, mas que se aproxima e cuida.
Também estas pessoas são amadas pelo coração de Cristo. Tenham por elas um olhar de ternura e de compaixão. Este cuidado pelos últimos, precisamente porque emana do Evangelho, é parte essencial da vossa obra de promoção e defesa do Sacramento do matrimônio.
A paróquia é de fato o lugar por antonomásia da salus animarum. Assim ensinava o Beato Paulo VI: “A paróquia (…) é a presença de Cristo na plenitude da sua função salvadora. (…) é a casa do Evangelho, a casa da verdade, a escola de Nosso Senhor”. (Discurso na Paróquia da Grande Mãe de Deus em Roma, 8 de março de 1964: Ensinamentos II (1964), 1077).
Queridos irmãos, falando recentemente à Rota Romana, recomendei para que desenvolvessem um verdadeiro catecumenato dos futuros casais, que incluísse todas as etapas do caminho sacramental: os tempos da preparação ao matrimônio, da sua celebração e dos anos imediatamente sucessivos. A vocês párocos, indispensáveis colaboradores dos Bispos, é principalmente confiado este catecumenato. Vos encorajo a concretizá-lo, não obstante as dificuldades que poderão encontrar.
Fonte: http://br.radiovaticana.va
Silas Malafaia é indiciado pela PF na Operação Timóteo
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Pastor da Associação Vitória em Cristo, ligada à Assembleia de Deus, é suspeito de lavagem de dinheiro.
O pastor Silas Malafaia, da Associação Vitória em Cristo, ligada à Assembleia de Deus, foi indiciado pela Polícia Federal na Operação Timóteo por lavagem de dinheiro. A informação foi dada nesta sexta-feira, 24, pela Polícia Federal. Em 16 de dezembro do ano passado, o pastor foi alvo de mandado de condução coercitiva – quando o investigado é levado a depor e liberado.
A Operação Timóteo investiga um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM – tem como destino os municípios).
Malafaia é suspeito de apoiar na lavagem do dinheiro do esquema, que recebeu valores do principal escritório de advocacia investigado. A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é que este líder religioso pode ter “emprestado” contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores.
O mandado de condução coercitiva na Operação Timóteo provocou a ira do pastor Silas Malafaia. No dia da condução coercitiva, em seu Twitter, colérico, o pastor publicou mensagens, áudio e vídeo negando as suspeitas da investigação que mira em um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.
“Eu sei o poder das trevas”, afirmou em áudio.
O nome da operação é referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: 9 Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Associação Vitória em Cristo. O espaço está aberto para Silas Malafaia. Fonte: http://politica.estadao.com.br
POLÊMICA NO CARNAVAL DE SÃO PAULO. Unidos de Vila Maria citará santa e desfilará com 'bênção' da igreja em SP
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Se um bom samba é uma forma de oração, como dizia Vinicius de Moraes, a Unidos de Vila Maria resolveu seguir o conselho do poeta.
A escola do Grupo Especial de São Paulo, que estará na primeira noite de desfiles no Sambódromo, ganhou a "bênção" da Igreja Católica para ir à avenida com um enredo sobre Nossa Senhora Aparecida, em homenagem aos 300 anos da descoberta da imagem da santa nas águas do rio Paraíba.
Em uma ação inédita, após o pedido da escola, a Arquidiocese de São Paulo acompanhou a criação do samba-enredo e dos figurinos, diante de três condições: proibiu nudez ou sensualidade, referências ao sincretismo religioso e a reprodução fiel da imagem da santa. "Vai ser lindo e respeitoso", diz o carnavalesco Sidnei França, responsável pelo enredo. "Isso é reflexo de uma sociedade mais lúcida, mais em contato com o diálogo inter-religioso. É o momento certo."
O padre e cantor Reginaldo Manzotti interpreta o trecho inicial do samba oficial –reprodução da música "Nossa Senhora", de Roberto Carlos. "O samba-enredo é uma oração. Não dá para tirar uma palavra. Eu chorei quando ouvi", disse ele à Folha. "Abracei o carnavalesco e perguntei: 'Você já pensou em virar padre?'"
A bem da verdade, a igreja fez uma pequena alteração na letra do samba: trocou a palavra "adorar" por "venerar". "Adorar é só para Deus", diz o secretário de comunicação da Arquidiocese de São Paulo, Rafael Alberto.
Também não passaram incólumes os figurinos das musas da escola. A maioria dos ajustes foi no comprimento. "É natural. Na referência de Carnaval delas, elas já estavam supercomportadas", afirma Alberto.
A maioria das musas entendeu e apoiou a mudança, segundo o carnavalesco da escola, que diz que a supervisão da igreja foi "tranquila e sem sobressaltos". Neste ano, a Vila Maria não vai ter rainha. "A única rainha é Nossa Senhora", diz o carnavalesco.
Antes ou depois de cada ensaio, os integrantes da escola rezam uma Ave Maria. O barracão ganhou uma réplica da imagem de Nossa Senhora, que virou ponto de peregrinação. "É menos oba-oba, aquela alegria explosiva, e mais uma alegria contemplativa", afirma França.
REAÇÃO
Grupos católicos reagiram ao apoio da igreja ao samba, e fizeram um abaixo-assinado pela internet para protestar contra "a depravação total" e a "ofensa à honra da mãe de Deus". Até o final da semana passada, cerca de 7.000 pessoas já haviam assinado a carta, que questiona como "a imagem sagrada de Nossa Mãe Santíssima será colocada lado a lado com todas as abominações morais próprias dos carnavais modernos".
"São reações isoladas", diz Manzotti. "A escola nos procurou. A igreja poderia ter lavado as mãos de Pilatos. Mas a atitude foi outra." Para o arcebispo de SP, dom Odilo Scherer, "a intenção é boa e a forma também". "Será que Maria não gostaria de chegar lá, onde mais se faz necessária a sua presença? Não foi para os pecadores que Jesus veio ao mundo?", escreveu o cardeal, no semanário oficial da arquidiocese. Os padres que acompanharam a elaboração do desfile dizem ter ficado "impressionados" com a profundidade da pesquisa que fundamenta o enredo.
O carnavalesco pretende fazer um paralelo da história da santa com a história do Brasil. "É um símbolo da identidade nacional", comenta. Tanto para a Vila Maria quanto para os padres, o desfile promete transformar a relação igreja e Carnaval –cujo símbolo mais emblemático é o Cristo Redentor da Beija-Flor de Joãosinho Trinta, em 1989, coberto por plásticos pretos e a inscrição "Mesmo proibido, olhai por nós".
"A imagem da Igreja Católica para muitas pessoas ainda é a de um inquisidor com uma fogueirinha do lado", comenta Alberto. "Mas estamos muito abertos." Nenhum padre deve desfilar no sambódromo, apesar dos convites: eles dizem não querer desviar as atenções da homenageada. Para Manzotti, a igreja foi ousada. "Eu vou assistir pela TV. Mas só esse desfile."
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
POLÊMICA NA ARQUIDIOCESE DE MACEIÓ: As denúncias do Arcebispo: é caso para o MPE e Givaldo Carimbão não pode se dar ao luxo do silêncio
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Trataria deste assunto aqui antes, mas diante da chegada do fim de semana, não consegui. Por isto retorno ao tema após o Cada Minuto ter feito matéria sobre a posição da Arquidiocese de Maceió quanto ao uso político da Rede Cristã de Acolhimento. Não é a primeira vez que o arcebispo Dom Antônio Muniz toca no tema. Eis o que torna a denúncia ainda mais grave.
Não é citado nominalmente o padrinho político da pasta. Mas, por lógica, se a denúncia é troca de atendimento por voto, isto – caso seja verdade – só pode vir a beneficiar quem faz parte do governo. Sendo mais específico, quem apadrinha a pasta. No caso, é de bom tom que o deputado federal Givaldo Carimbão (PHS) fale sobre o assunto.
Não se trata de julgar o parlamentar. Mas dele dizer se sabe o que está acontecendo ou se o arcebispo está inventando. Então?
Mas, além disto: quem deve ouvir o arcebispo? Eu não tenho dúvidas: o Ministério Público do Estado de Alagoas. Que se investigue com urgência tudo o que o Arcebispado coloca. A denúncia é gravíssima. Dom Antônio Muniz fala de uma realidade em que “privilegia o voto em troca do tratamento de dependentes químicos”.
Em nota de repúdio, ele coloca que há uma escolha política na seleção das comunidades terapêuticas do Estado de Alagoas, comprometendo a Rede Cristã de Acolhimento. “Preocupa-nos os rumos eleitoreiros que o tratamento à dependência química vem tomando em Alagoas”, diz o arcebispo por meio de nota.
Não são citados nomes de pessoas na nota, mas há três agentes que precisam falar sobre o assunto: 1) o Governo do Estado de Alagoas, consequentemente o governador Renan Filho (PMDB), uma vez que o que arcebispo fala já havia sido dito; 2) a Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev) e 3) o padrinho político da pasta: o deputado federal Givaldo Carimbão. É preciso esclarecer esta situação uma vez por todas.
De acordo com a Igreja, há um repúdio “veemente” ao uso da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência “como sustentáculo que alimenta essa engrenagem”. O Arcebispado questiona a capacidade técnica da pasta para praticar encontros meramente político-partidários com as comunidades? Ora, quem é o padrinho político da pasta que poderia se beneficiar e que possui alguma influência em comunidades católicas? O Arcebispado não cita nomes, mas fica claro de quem se fala: o deputado federal Givaldo Carimbão. Por isto o citei no início do texto.
Que Carimbão fale sobre o assunto, pois não cabe apenas a Seprev responder. Ele se sentiu atingindo? É uma pena que a Arquidiocese não escreva isto com todas as letras diante dos fatos tão graves que levanta.
“Diante dos danos que decorrem dessa politicagem, a Política sobre Drogas deve ser prioridade e não um negócio pouco transparente de grupos restritos de interesse e/ou legendas políticas sem compromisso com um Estado plural”, diz ainda a nota de repúdio da Arquidiocese.
Em janeiro deste ano, Dom Antônio Muniz já havia dito que a Igreja Católica não é capacho do governo. Está correto! Mas ali não era a primeira fez que o arcebispo se manifestava. É preciso recordar que no final do ano passado foi estabelecido um decreto para regulamentar e punir comunidades terapêuticas com algum vínculo político-partidário. O que faz o arcebispo falar novamente no assunto, basta usar a lógica!, é o fato do problema ter permanecido o mesmo ou se agravado.
Eis o que o arcebispo disse na época: "O foco deixa de ser o dependente químico para ser a reeleição do político que 'ajuda' tal comunidade. Não se pode conceber um centro voltado a tratar de dependentes químicos sob o comando de vereadores, deputados, senadores. Aproveito para dizer que, apesar do decreto, a relação entre Igreja e Estado é de extrema cortesia e educação, inclusive, estive com o governador, por uma hora, antes de tomar a decisão". O decreto foi publicado em 26 de dezembro de 2016.
Este é um assunto para o Ministério Público Estadual. E diante das acusações que envolve a Seprev, não pode o padrinho político da pasta ficar calado. Como é uma reclamação constante, que resultou até em decreto da Arquidiocese, o governador Renan Filho precisa falar sobre o assunto. Pelo visto o que mais o arcebispo tem encontrado, para voltar mais uma vez ao assunto, são ouvidos de mercadores. Fonte: http://www.cadaminuto.com.br
Sobre as aparições de Medjugorje: Nossa Senhora não é uma Barbie da fé.
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O padre Salvatore Perrella leciona há mais de 30 anos em uma Faculdade Pontifícia e é considerado um dos maiores especialistas em teologia mariana, aquela que estuda e aprofunda a figura de Nossa Senhora. Por isso, ele fez parte da comissão internacional desejada por Bento XVI para avaliar a credibilidade das aparições de Medjugorje. A reportagem é de Carlo Di Cicco, publicada no sítio Tiscali.it, 19-02-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O site Tiscali.it encontrou-se com ele na Faculdade Marianum de Roma, onde, há alguns anos, ele é decano da Faculdade de Teologia. Sobre Nossa Senhora, ele diz coisas interessantes que, normalmente, não se ouvem por aí, salienta que não é difícil falar de Nossa Senhora: está tudo no Evangelho, o seu sentido, a sua grandeza, a sua humanidade, a sua vida por Jesus e pelos outros.
Ora, no entanto, embora tenha havido o Concílio Vaticano II, que, sobre ela, disse coisas importantes, mais do que em todos os outros concílios da história cristã, segundo o Pe. Perrella, “Maria é vítima da boataria popularesca que absolutamente quer que ela seja uma figura popularesca da fé. Dói-me ver como Santa Maria é tratada, capturada nas banalidades da existência. Maria foi chamada por Deus para viver o extraordinário no ordinário, e isso pressupõe dela mais do que amor, inteligência, humildade e esforço”.
Antes de entrar no mérito das aparições de Medjugorje, Perrella, como premissa geral, pede que “se abandone a tradição cristã popularesca de considerar Nossa Senhora como a Barbie da fé. E hoje realmente se exagera. Maria não é uma Barbie, nem mesmo uma empregada da fé”.
A decisão do Papa Francisco de mandar para Medjugorje o arcebispo de Varsóvia, Dom Henryk Hoser, como enviado da Santa Sé, com o encargo de preparar, até meados do ano, um relatório sobre as condições pastorais do lugar, pegou de surpresa, de certo modo, muitas daqueles que já esperavam uma declaração do papa sobre a veracidade sobrenatural das aparições de Nossa Senhora.
O Pe. Perrella considera importante a decisão de Francisco, que completa o trabalho desenvolvido pela comissão desejada por Bento XVI. Essa comissão, presidida pelo cardeal Camillo Ruini, tinha uma tarefa doutrinal. Há urgência na Igreja, segundo o Pe. Perrella, de redescobrir a Nossa Senhora do Evangelho, em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o ensinamento dos papas, começando por Paulo VI. João Paulo II recordou a necessidade de colocar a piedade popular dentro da Tradição da Igreja.
Para Ratzinger, Maria é a mulher do Evangelho, simples, humilde, extraordinária ao colocá-lo em prática. Francisco oferece uma mariologia popular não popularesca. Ela nasce do afeto. Ratzinger reúne razão e coração, que nem sempre se encontram. Francisco indica um percurso formativo para uma educação integral na fé. E o caminho da educação à fé sempre reúne os dois aspectos: Evangelho e testemunho.
Mas não se pode deixar de perguntar ao especialista porque, para esse fim, é necessário definir se as aparições de Nossa Senhora são verdadeiras ou imaginárias, e por que as pessoas acorrem em massa aos lugares onde se presume que esses fenômenos extraordinários ocorram. “Perguntar-se por que isso ocorre – responde Perrella – é um ponto importante. Falta às pessoas uma presença afetuosa para confiar, falta uma mãe, há uma carência de afeto, de maternidade. Nas palavras de Garimberti, precisamos que o céu nos cubra de beijos. Isso falta muito também no nosso mundo atual, onde prevalecem sentimentos de agressão, indiferença, não escuta, não consideração, estranheza. Francisco nos recorda a dimensão do amor, da misericórdia, da acolhida, do dom. Todos nos lembramos do encorajamento dado por ele à mulher que amamentava na igreja. Ele volta para a imagem da limpeza profunda, em que o seio não é vergonha. Nós perdemos o sinal da piedade popular, enquanto as pessoas precisam saber que há uma presença amiga em um mundo de indiferença, de ódio. É assim que eu explico esse boom de aparições de Nossa Senhora, que recebem tanto interesse e apelo popular. É claro, é preciso dizer que a Igreja institucional não gosta das aparições, parece intimidada. O caso de Medjugorje é uma prova disso. É um grave problema da Igreja, mas também uma reserva de possibilidades.”
Por isso, é necessário um esclarecimento: o primeiro passo foi a comissão desejada por Bento XVI. A Igreja tem o dever de salvaguardar a verdadeira piedade mariana. E a comissão realizou um exame aprofundado que exigiu um longo esforço para captar o que Deus quer nos fazer conhecer. Discernir o que é verdadeiro, o que é falso, o que é mero negócio, que papel tem o dinheiro.
Francisco abriu um segundo ato. Ele quer investigar como o suposto evento é celebrado, recordado, manipulado e como apresentá-lo às pessoas, perguntando-se também o que as pessoas vão fazer em Medjugorje. Francisco decidiu um ato “inteligente, que nasce da sua experiência pastoral. E, ao escolher um bispo conservador comparado com ele, mostrou a plena liberdade do seu gesto, manifestando que o seu único interesse como pontífice é o de responder à pergunta se Maria mostra o rosto de Deus. O que virá depois não sabemos o que e como será. Sabemos que, somente depois de ter verificado como encontrar a reta fé, buscando o rosto de Cristo, Francisco poderá tomar uma decisão, guiado unicamente pela lógica do bem dos fiéis”.
A partir da visita do enviado papal, poderiam vir à tona também coisas negativas, que “não se devem ao fenômeno, mas ao usufruto que se faz dele”. Será preciso refletir, porque nos encontramos diante de uma tipologia diferente do fenômeno das aparições em comparação com as aparições tradicionais e confirmadas, como Lourdes e Fátima.
Em última análise, pensa Perrella, “as iniciativas do Papa Bento e do Papa Francisco sobre Medjugorje são salutares para sair da boataria pagã sobre a fé. E, para esse fim, era necessário verificar a credibilidade sobrenatural do evento e a sua pastoralidade”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
TERÇA, 21: Olhar do dia
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Visita do Frei Evaldo Xavier, O. Carm, Provincial dos Carmelitas e dos Freis; Petrônio, Adailson e Tiago, à Comunidade do Carmo de Salvador- BA. (Freis; Raimundo e Alberto)
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