O ministério da homilia
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Dom Aloísio A. Dilli, Bispo de Santa Cruz do Sul.
Caros diocesanos. Já refletimos sobre o valor e a importância da Palavra de Deus nas celebrações litúrgicas da Igreja e o conseqüente cuidado que merece o Ambão (Mesa da Palavra), como local digno de sua proclamação, assim como a atenção aos leitores que exercem o ministério do anúncio dos textos sagrados.
Entre as funções relativas à proclamação da Palavra de Deus está também a Homilia, parte integrante da ação litúrgica, com o objetivo de favorecer a compreensão e a eficácia da Palavra, atualizando-a na vida dos fiéis. Ela deve favorecer a compreensão do mistério celebrado e levar à missão evangelizadora, além de preparar para as partes subseqüentes da celebração em curso. Os pregadores são alertados para evitar inúteis abstrações ou longas divagações e, sobretudo, não chamem atenção maior sobre si mesmos do que para o coração da mensagem evangélica, que é o próprio Cristo. Isso exige preparação, familiaridade com a Palavra, meditação e oração (VD 59).
O Papa Francisco dedica na Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho) ampla reflexão sobre a homilia (EG 136-159), afirmando que Deus deseja alcançar os outros através do diálogo do pregador, qual mãe que conversa com os filhos, colocando-os em sintonia de amor: “O pregador tem a belíssima e difícil missão de unir os corações que se amam: o do Senhor e os do seu povo” (EG 143). Este ministério exige séria preparação: “Um pregador que não se prepara não é ‘espiritual’: é desonesto e irresponsável quanto aos dons que recebeu” (EG 145). Quem faz a homilia deve ser o primeiro a ter grande familiaridade com a Palavra de Deus, estando próximo dela com coração dócil e orante, pois a boca fala da abundância do coração (cf Mt 12, 34). E lembremos sempre: as atuais gerações preferem ouvir testemunhas que mestres (EN 41).
O bom pregador também se põe na escuta do povo para descobrir aquilo que os fiéis mais precisam ouvir: “Um pregador é um contemplativo da Palavra e também um contemplativo do povo” (EG 154). Ele evita pregações de cunho excessivamente negativo e moralizante, mas oferece pistas de esperança e orienta para o futuro.
Ainda convém apresentar uma palavra do Papa Francisco sobre a importância da invocação do Espírito Santo na pregação: “A confiança no Espírito Santo que atua na pregação não é meramente passiva, mas ativa e criativa. Implica oferecer-se como instrumento (cf Rm 12, 1), com todas as próprias capacidades, para que possam ser utilizadas por Deus” (EG 145). O mesmo Espírito Santo que inspirou a Palavra na mente e no coração dos escritores sagrados, nos primórdios da Igreja, continua a agir em cada evangelizador que se deixa possuir e conduzir por Ele.
A Palavra de Deus mereça atenção especial, seja em nosso estudo, em nossas celebrações, assim como no anúncio missionário. Tenhamos cuidado particular com o espaço onde a Bíblia ou o Lecionário são colocados (Ambão ou Mesa da Palavra); os leitores e os responsáveis pela homilia estejam devidamente preparados para seu ministério e, sobretudo, tenhamos sempre coração aberto para acolher a Palavra em nossa vida. Fonte: http://www.cnbb.org.br
DEUS FAZ JUSTIÇA? Frei Petrônio.
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Argentina. Padres comunicadores alternativos
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“As cartas, que não são dirigidas exclusivamente aos católicos, transformaram-se em uma experiência de comunicação alternativa digna de ser analisada na perspectiva religiosa, certamente, mas também na perspectiva de quem se ocupa dos temas da comunicação”, escreve Washington Uranga, jornalista, em artigo publicado por Página/12, 12-10-2016. A tradução é d e André Langer.
Eis o artigo.
Há quase nove meses, o chamado Grupo de Padres na Opção pelos Pobres começou a publicar quinzenalmente uma Carta ao Povo de Deus na qual fazem um apanhado de informações nacionais de toda ordem e aproveitam para expor suas opiniões sobre a situação do país. O Grupo de Padres na Opção pelos Pobres é formado por sacerdotes católicos que trabalham em meios populares e costumam expressar-se com autonomia em relação à instituição eclesiástica e suas autoridades.
As cartas, que não são dirigidas exclusivamente aos católicos, transformaram-se em uma experiência de comunicação alternativa digna de ser analisada na perspectiva religiosa, certamente, mas também na perspectiva de quem se ocupa dos temas da comunicação.
“Pouco antes de o governo do Mudemos completar dois meses (começo de fevereiro) estávamos preocupados com a falta de informação”, afirma o Pe. Eduardo de la Serna, coordenador do Grupo de Padres na Opção pelos Pobres, em conversa com Página/12 sobre a iniciativa. “As vozes da oposição eram muito poucas e o aparato midiático de publicidade era muito forte”, disse. E relata que “um grupo de padres reuniu-se nesse momento em Berazategui, em uma paróquia, para ver o que se podia fazer e dizer... e surgiu a ideia de escrever uma carta quinzenal – que chamamos “ao Povo de Deus” – informando aqueles que quisessem ouvir algumas coisas que aconteciam e não recebiam a devida importância”.
Por que agora e não antes?, pergunta-se a ele. “Não negávamos que aconteciam coisas em tempos anteriores, mas havia centenas de vozes que informavam sobre isso, ou – com frequência – deformavam. Antes não faltavam vozes que mostrassem coisas questionáveis do governo anterior”, afirma o sacerdote.
E lá já vão 17 edições da Carta ao Povo de Deus e nelas se pode encontrar um compêndio de informações e vozes que não têm repercussão no sistema midiático. Com o passar do tempo, a carta também cresceu em extensão devido às informações que os padres recolhem aqui e ali entre seus fiéis, mas também pela contribuição de organizações e grupos que apreciam a existência deste canal aberto de comunicação alternativa. As cartas são cada vez mais longas. A última tem 17 páginas.
“A questão seguinte que nos propusemos foi não nos preocuparmos com a extensão da carta”, disse De la Serna, sabedor de que os textos excessivamente longos dificilmente conseguem espaços nos meios de comunicação. “É do conhecimento de todos que a extensão atenta contra a leitura, mas orientou-nos o exemplo de dom (Óscar) Romero(arcebispo salvadorenho assassinado no dia 24 de março de 1980) que domingo a domingo, pela rádio diocesana (ou outras quando as bombas interrompiam o sinal), informava a todos sobre tudo o que acontecia na semana anterior em termos de violações dos direitos humanos, em atentados, no que atingia os pobres”.
Está claro que o propósito do Grupo de Padres na Opção pelos Pobres não é aparecer principalmente nos meios massivos de comunicação, mas serem lidas, nas redes sociais, na forma impressa e circulando de mão em mão, nas capelas e paróquias. Para muitos, estas cartas são documentos que servem para debater a realidade do país na perspectiva dos pobres.
“As homilias de Romero eram longuíssimas, o contrário do que se espera de uma homilia, mas o país inteiro parava para ouvi-lo. Ter uma voz profética foi o critério, provavelmente pouco jornalístico”, acrescenta a este respeito o coordenador do Grupo de Padres na Opção pelos Pobres.
Também existe o cuidado para que a informação seja veraz e comprovada. “Nos comunicamos nas redes para que toda a informação, devidamente checada, pudesse ser reunida para depois distribuí-la por temas na carta”, sustenta o sacerdote.
Não se recusa o debate e o posicionamento político. “Há alguns temas que são recorrentes, especialmente porque nos negamos ao esquecimento, como a prisão política e injusta de Milagro Sala e seus companheiros e companheiras e o escândalo dos Panamá Papers”, assegura De la Serna.
Nem ele nem os demais companheiros sacerdotes seus desconhecem a importância política e comunicacional do que estão fazendo. “Sabemos que as cartas têm uma grande importância. Fiéis ou não, de diferentes grupos e regiões, tomam-nas como ponto de referência. E isso incomoda o Governo. Incomoda e infectaram com trolls os nossos espaços, ou inclusive nos perseguiram, ou mesmo apareceu gente ‘mordida’ ou simpática para nos encantar, seduzir e fazer ‘pisar na bola’”, avaliou.
“Sabemos que o Governo e seus amigos estão incomodados, como vemos em algumas reações e publicações. Um Governo que segue tentando calar todas as vozes possíveis, espiar jornalistas, não pagar pauta publicitária, mostra todo o seu autoritarismo, e como padres, a partir da Palavra de Deus e olhando a realidade, ‘com um ouvido no Evangelho e outro no coração do povo’, seguimos decididos a fazer ouvir a nossa voz”, concluiEduardo de la Serna. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
SANTA TERESA D`ÁVILA: Homilia
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SANTA TERESA DE JESUS: Santa Teresa nos ensina não apenas a ser descalço, mas ir ao encontro dos descalços do mundo.
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*ALACAR: 2º DIA. Teresa e os Movimentos Eclesiais na América Latina-03
Frei Alfredo Guillén, O. Carm.
“Santa Teresa foi uma mulher transgressora ao sair do centro- convento- e partir para fora”
“Romero era um devoto de Nossa Senhora do Carmo, ele usava o Escapulário quando foi assassinado”.
“A Teologia da libertação nasce para descer, sair, ir ao encontro dos pobres. Ela sai das sacristias de El Salvador e, na pessoa de Dom Oscar Romero vai ao encontro do povo”.
“A Igreja Romana pensava- e muitas vezes pensa- em se unir ao poder. Com Romero não, ela tem a cara do povo”.
“Teresa era grande? Sim. Foram realizadas muitas homenagens neste ano a Santa Teresa? Sim. Estamos celebrando 500 Anos do seu nascimento? Sim. Ele foi uma grande mulher? Sim. E daí? Vamos ficar contemplando esta mulher ou vamos sair, descer, ir ao encontro do povo a exemplo de Teresa”?
“Santa Teresa nos ensina não apenas a ser descalço, mas ir ao encontro dos descalços do mundo”.
*O IV Encontro da ALACAR (Associação Latino Americana dos Carmelitas) aconteceu de 26 a 31/10/2015 em El Salvador. 128 participantes da família carmelitana oriundos de 17 países estiveram reunidos com os superiores gerais da Ordem Carmelita Descalça (Frei Saverio Canistrà, ocd) e da Ordem do Carmo (Frei Fernando Millan, o.carm), entre frades, monjas, seculares, institutos filiados ao Carmelo e leigos que vivem a espiritualidade carmelitana. O encontro teve como tema: "Teresa de Jesús, una ventana de esperanza para América Latina".
SANTA TERESA DE JESUS: O Profetismo de Teresa não está em livros, mas na vida.
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*ALACAR: 3º DIA. O Profetismo a partir da mística de Teresa.
Frei Savério Cannistrà, Prepósito-Geral dos Carmelitas Descalços.
-O Profetismo de Teresa não está em livros, mas na vida. Não é uma manifestação dos seguidores de baal. Ou seja, não é algo mágico, extraordinário. Não, o seu profetismo vem da sua mística que falou no seu tempo e fala em nossos dias.
-Teresa nos coloca um Deus visível, naõ um Deus invisível. Para ela Deus é pequeno- simples- não distante. Não, para ela Deus está próximo. Ele é amigo e irmão. Deus não nos deixe só, ele nos acompanha.
-Deus não está no céu, mas no meu coração, na minha ternura que tenho com Ele. Essa visão já era real em Santa Teresinha do Menino Jesus.
- Profetismo naõ é de direita ou da esquerda, mas do alto- vem de Deus.
- O verdadeiro Profeta e o verdadeiro místico não diz ou vive coisas de outro mundo, mas da vida cotidiana.
- A humildade é a única forma de amar a sí mesmo.
- Teresa se aflige com a dor, o sofrimento e as dificuldades do outro.
- Quem vive a oração verdadeira é impossível não ter compaixão pelo próximo. O verdadeiro contemplativo vive a dor do próximo. Ele não está em outro mundo, mas encarnado na realidade.
*O IV Encontro da ALACAR (Associação Latino Americana dos Carmelitas) aconteceu de 26 a 31/10/2015 em El Salvador. 128 participantes da família carmelitana oriundos de 17 países estiveram reunidos com os superiores gerais da Ordem Carmelita Descalça (Frei Saverio Canistrà, ocd) e da Ordem do Carmo (Frei Fernando Millan, o.carm), entre frades, monjas, seculares, institutos filiados ao Carmelo e leigos que vivem a espiritualidade carmelitana. O encontro teve como tema: "Teresa de Jesús, una ventana de esperanza para América Latina".
OBRIGADO SANTA TERESA: Flávio
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SANTA TERESA D`ÁVILA: Já é tempo de caminhar.
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*ALACAR: Evangenlii Gaudium: Paralelismo e Aplicações.
Dom Silvio José Barez, OCD.
- Antes de morrer Teresa de Jesus disse: “Já é tempo de caminhar”. A maior mensagem dos 500 Anos e da sua doutrina é caminhar. Ou seja, sair para caminha com Jesus, andar por onde Jesus andou com toda a sua mensagem evangélica.
- Sair para caminhar é ter uma intimidade itinerante com Jesus. Ou seja, sentir Jesus, viver Jesus, anunciar Jesus com a nossa vida. “Ser uma Igreja em saída”.
- O Evangenlii Gaudium não nos ensina MAIS COISAS, mais aprender, se programar com as diversas realidades.
- O Evangenlii Gaudium diz que devemos nos converter de novo a Jesus Cristo. Se apaixonar por Ele.
- Converter a Jesus não é um sentimentalismo, mas relação.
- Sempre que recordemos de Cristo recordemos do amor. Não é um amor doutrinal ou religioso no sentido de rezas, livros... Mas relação, intimidade apaixonante pelo Cristo que perdoa e nos acolhe.
- O que nos leva a missão não é um intelectualismo, mas amor-relação.
-Quem quer agradar a todo mundo nunca será Profeta.
*O IV Encontro da ALACAR (Associação Latino Americana dos Carmelitas) aconteceu de 26 a 31/10/2015 em El Salvador. 128 participantes da família carmelitana oriundos de 17 países estiveram reunidos com os superiores gerais da Ordem Carmelita Descalça (Frei Saverio Canistrà, ocd) e da Ordem do Carmo (Frei Fernando Millan, o.carm), entre frades, monjas, seculares, institutos filiados ao Carmelo e leigos que vivem a espiritualidade carmelitana. O encontro teve como tema: "Teresa de Jesús, una ventana de esperanza para América Latina".
FREI RAIMUNDO: Santa Teresa D`Ávila.
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Festa da Padroeira: Frei Petrônio.
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12 DE OUTUBRO: Missão com Frei Petrônio em Alagoas.
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MISSÃO COM FREI PETRÔNIO EM ALAGOAS- Comunidade Capim, Lagoa da Canoa-AL- Paróquia São Maximiliano Maria Kolbe, Diocese de Penedo: Programação neste dia 12, Festa de Nossa Senhora Aparecida e Dia das crianças.
6h. Corrida da Padroeira na Comunidade Capim
8h, Missa na Fazenda dos Porfírios (Lagoa Grande)
9h: 30min. Missa das Crianças na Comunidade Capim
10h: 30min. Festa das crianças- Trenzinho para as crianças até às 18h na Comunidade Capim (Oferta: Elialdo e Edilza)
16h. Missa na Mata Limpa (Enfrente da Escola)
17h: 30min Procissão no Capim seguida da Santa Missa de encerramento das Festividades de Nossa Senhora Aparecida. Acompanhe tudo aqui: www.facebook.com/comunidadecapim
Ano Nacional Mariano:(12 de outubro de 2016-11 de outubro de 2017). Mensagem à Igreja Católica no Brasil
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No contexto das Comemorações dos 300 ano do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no rio Paraíba do Sul, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) instituiu o Ano Nacional Mariano.
Leia a mensagem da presidência da entidade para a ocasião:
Mensagem à Igreja Católica no Brasil
ANO NACIONAL MARIANO
Na imagem de Nossa Senhora Aparecida “há algo de perene para se aprender”.
“Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe”. (Papa Francisco)
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em comemoração aos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul, instituiu o Ano Nacional Mariano, a iniciar-se aos 12 de outubro de 2016, concluindo-se aos 11 de outubro de 2017, para celebrar, fazer memória e agradecer.
Como no episódio da pesca milagrosa narrada pelos Evangelhos, também os nossos pescadores passaram pela experiência do insucesso. Mas, também eles, perseverando em seu trabalho, receberam um dom muito maior do que poderiam esperar: “Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe”. Tendo acolhido o sinal que Deus lhes tinha dado, os pescadores tornam-se missionários, partilhando com os vizinhos a graça recebida. Trata-se de uma lição sobre a missão da Igreja no mundo: “O resultado do trabalho pastoral não se assenta na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor” (Papa Francisco).
A celebração dos 300 anos é uma grande ação de graças. Todas as dioceses do Brasil, desde 2014, se preparam, recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que percorre cidades e periferias, lembrando aos pobres e abandonados que eles são os prediletos do coração misericordioso de Deus.
O Ano Mariano vai, certamente, fazer crescer ainda mais o fervor desta devoção e da alegria em fazer tudo o que Ele disser (cf. Jo 2,5).
Todas as famílias e comunidades são convidadas a participar intensamente desse Ano Mariano.
A companhia e a proteção maternal de Nossa Senhora Aparecida nos ajude a progredir como discípulas e discípulos, missionárias e missionários de Cristo!
Brasília-DF, 1º de agosto de 2016
Dom Sergio da Rocha Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de Brasília-DF Arcebispo de S. Salvador da Bahia-BA
Presidente da CNBB Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário-Geral da CNBB
Missão com Frei Petrônio em Alagoas: Um olhar de fé.
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COMUNIDADE CAPIM- LAGOA DA CANOA: Devoção, Tradição e Fé. Imagens das Comemorações a Nossa Senhora Aparecida neste dia 11.
NOVIDADE NA IGREJA DA ARGENTINA: Padres contra o modelo neoliberal.
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O Grupo de Padres na Opção pelos Pobres condenou a prisão de Milagro Sala e o silêncio em casos de corrupção, como o de Michetti. Críticas à política econômica, ao Poder Judiciário e à violência da polícia. A reportagem é publicada por Página/12, 08-10-2016. A tradução é de André Langer.
Continuando com a prática iniciada há meses, o chamado Grupo de Padres na Opção pelos Pobres divulgou a sua carta de número 17, destinada a informar aos seus fiéis e à sociedade sobre a situação social e política e, ao mesmo tempo, emitir sua própria posição. O Grupo de Padres na Opção pelos Pobres é formado por padres católicos de todo o país que trabalham em meios populares. Neste caso, os padres defendem que “as vítimas crescentes do modelo neoliberal vigente em nosso país exigem que falemos profeticamente sabendo que sua situação pode mudar e deve mudar!” E acrescentam que “acreditamos que Deus não nos perdoaria se ficássemos calados diante de tanta morte planejada”. Por isso, destacam, “queremos dizer a cada argentina e argentino que ‘sua fé o salvou’, mas para isso necessitamos de políticas, verdade, iniciativas de uma verdadeira salvação. Lamentavelmente, vemos todo o contrário”.
Em um documento de 17 páginas, os Padres começam recordando e condenando os “262 dias de prisão de Milagro Sala, presa política”, buscando “reclamar e sacudir a surdez oficial (Provincial e Federal) diante desta flagrante injustiça e abuso impune de autoridade”. Como contraface, denunciam a “impunidade flagrante” no caso dos “papéis do Panamá” e chamam a atenção para “o desembaraço oficial e a exasperante cumplicidade no silêncio de quem deveria levantar a voz (poderes judiciário, legislativo e imprensa) diante destes evidentes casos de corrupção”.
Saindo ao resgate da política, o Grupo de Padres na Opção pelos Pobres afirma que “como seguidores de Jesus, o anunciador do Reino de Deus, parece-nos muito importante valorizar a política como a forma mais ampla e profunda de amor, como busca do bem comum, como militância por mais e melhor vida para todos e todas”. Lamentam-se, ao contrário, que “muitos, colonizados pela hegemonia da comunicação, se queixaram ontem pela ‘herança recebida’ e hoje contra a sistemática mentira macrista, em virtude do que triunfa a antipolítica”. Advertem os Padres que “este é o ‘caldo grosso’ para os poderosos, desalento para os frágeis e serve para justificar a repressão dos ‘loquitos’ politizados”.
Em outras partes do documento critica-se a diferente consideração que os meios de comunicação fazem sobre a chamada “corrupção com K” ao passo que “se dissimula ou invisibiliza” o que acontece com a vice-presidente Gabriela Michetti. “Gostaríamos apenas de pedir à Sra. Michetti para que não fale em nosso nome” quando diz que “ninguém pensa que sou corrupta”, defendem os Padres.
A respeito do presidente Mauricio Macri e sobre a estratégia publicitária oficial mostrando imagens familiares do presidente, o Grupo de Padres na Opção pelos Pobres afirma que “se querem mostrar um governo de família e até o seu cachorro Balcarce, gostaríamos de vê-los vivendo e comendo nos bairros pobres e com o poder aquisitivo dos salários das vítimas deste governo que mergulhou milhares de famílias nos índices de pobreza”.
Dizem também que “o Poder Judiciário parece não fazer senão coisas que confirmam a sistemática vitória dos poderosos e o desinteresse pelos pobres”. E denunciam que a política de direitos humanos está “em perigo”. A este respeito, assinalam os Padres que “em coerência com o que foi dito oralmente e vendo como o conceito de terrorismo de Estado é alterado para o de ‘guerra suja’ ou posta em dúvida a extensão do terror e do extermínio com declarações negacionistas sobre o número de 30 mil desaparecidos, oPoder Executivo avança com sua política de dificultar o avanço da investigação e julgamento dos crimes de lesa humanidade criando situações de impunidade para o julgamento dos participantes civis do último processo militar. A redução de 12% do orçamento 2017 nesta área é um simples exemplo disto”, concluem. Pedem, além disso, à governadora bonaerense María Eugenia Vidal para que “tire do abandono em que se encontram os Espaços para a Memória e a Promoção dos Direitos Humanos na Província de Buenos Aires”.
Em outras partes do documento, os Padres descrevem de maneira minuciosa fatos de violência cometidos em diversas partes do país tanto pelas forças de segurança como por “quadrilhas armadas”, em prejuízo de jovens e trabalhadores, em alguns casos de organizações sociais.
Também não faltam alguns parágrafos duramente críticos com os dirigentes sindicais. “Já assinalamos: este modelo ‘genocida por gotejamento’ não funciona sem sindicalistas cúmplices e sem repressão”. Os Padres se perguntam: “qual é o motivo pelo qual diante da ostensiva deterioração do salário e do emprego os responsáveis pela central operária estão há meses evitando falar em greve nacional e negam a pressão das bases trabalhadoras e dos desempregados?” Para concluir de imediato que “esta demora sem argumentos nos leva a pensar que negociaram com o governo contra os trabalhadores”.
Os Padres “celebram o aparecimento do ‘neto de número 121’, o que neste caso nos toca mais de perto”, dizem, e “celebram” também “que a chanceler Susana Malcorra não foi eleita como secretária da ONU, porque não nos teríamos sentido representados”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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