Francisco cria comissão para estudar diaconisas, nomeando membresia equilibrada em termos de gênero
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O Papa Francisco criou uma comissão para estudar a possibilidade de permitir que mulheres atuem como diaconisas na Igreja Católica, dando sequência a uma promessa feita em maio passado naquilo que pode ser um movimento histórico no sentido de pôr fim à prática da instituição de ter um clero somente masculino. A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 02-08-2016. A tradução é deIsaque Gomes Correa.
O pontífice nomeou um número igual de especialistas homens e mulheres como membros da comissão, a ser coordenada por Dom Luis Francisco Ladaria, jesuíta que trabalha como o segundo em comando na Congregação para a Doutrina da Fé.
Em um comunicado que anunciava a criação da comissão nesta terça-feira, 09-08-2016, o Vaticano afirmou que o papa decidiu estabelecer o grupo “depois de intensa oração e de uma amadurecida reflexão” e que quis que ela estude particularmente a história do diaconato das mulheres “especialmente no que diz respeito aos primeiros tempos da Igreja”.
O nome formal dado ao grupo é “Comissão de Estudo sobre o Diaconato das Mulheres”. Os membros da comissão incluem especialistas em teologia patrística, eclesiologia e espiritualidade.
Entre outros nomes, destacam-se a Irmã Mary Melone (franciscana), reitora da Pontifícia Universidade Antonianum em Roma, e Phyllis Zagano, pesquisadora sênior na Hofstra University, em Nova York, colunista do National Catholic Reporter.
Incluídos no grupo estão seis membros do corpo docente de universidades pontifícias, quatro membros da Comissão Teológica Internacional e um membro da Pontifícia Comissão Bíblica.
Entre os nomeados estão seis padres, quatro leigas e duas religiosas.
Como é sabido, Francisco prometeu criar esta comissão durante um encontro no Vaticano com cerca de 900 líderes das congregações religiosas femininas de todo o mundo, que estavam em Roma para a reunião trienal da União Internacional das Superioras Gerais – UISG.
Durante uma sessão de perguntas e respostas com o pontífice no dia 12 de maio, elas contaram a Francisco que mulheres haviam atuado como diaconisas nos primórdios da Igreja e, em seguida, perguntaram: “Por que não construir uma comissão oficial que poderia estudar a questão?”
“Estou de acordo”, respondeu o papa. “E vou falar para fazer uma coisa desse tipo”.
Mais tarde, em coletiva de imprensa com os jornalistas em junho, o papa disse que havia pedido ao Cardeal Gerhard Müller, prefeito da Pontifícia Congregação para a Doutrina da Fé, e à Irmã Carmen Sammut, presidente da UISG, para comporem uma lista de pessoas que ele poderia levar em conta na composição do grupo.
A abertura do papa em estudar a possibilidade de mulheres servirem como diaconisas poderá representar uma mudança histórica para a Igreja Católica mundial, que não ordena mulheres para o clero.
O Papa João Paulo II afirmou em sua carta apostólica de 1994 Ordinatio Sacerdotalis que “a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres”, citando a escolha feita por Jesus de somente homens para servirem como os seus doze apóstolos.
Muitos historiadores da Igreja dizem, no entanto, que há provas abundantes de que mulheres serviram como diaconisas nos primeiros séculos da Igreja. O apóstolo Paulo menciona uma deles, Febe, em sua carta aos Romanos.
Na era moderna, a Igreja Católica reinstituiu o papel do diácono permanente na sequência das reformas do históricoConcílio Vaticano II, de 1962 a 1965. Esta função papel é, em geral, aberta a homens casados que atingiram a idade de 35 anos.
Tais homens são ordenados, de forma parecida à dos padres, porém só podem conduzir certos ministérios na Igreja.
Embora não possam celebrar a missa, por vezes eles conduzem os trabalhos de oração, oferecem o sacramento do batismo e, até mesmo, administram paróquias na qualidade de administradores pastorais na ausência de padres.
A lista completa dos membros da nova comissão:
- Dom Luis Francisco Ladaria, secretário daCongregação para a Doutrina da Fé, jesuíta, atuando na comissão como o presidente;
- Irmã Nuria Calduch‑Benages, M.H.S.F.N., membro daPontifícia Comissão Bíblica;
- Profa. Francesca Cocchini, docente naUniversidade La Sapienza e no Instituto Patrístico Augustinianum, Roma;
- Mons. Piero Coda, diretor do InstitutoUniversitário Sophia, loppiano, e membro da Comissão Teológica Internacional;
- Pe. Robert Dodaro, O.S.A., diretor doInstituto Patrístico Augustinianum, Roma, e docente de patrologia;
- Pe. Santiago Madrigal Terrazas, S.I., docente de Eclesiologia naPontifícia Universidade Comillas, Madri;
- Irmã Mary Melone, S.F.A., reitora magnífica daPontifícia Universidade Antonianum, Roma;
- Pe. Karl‑Heinz Menke, docente emérito de teologia dogmática naUniversidade de Bonn e membro da Comissão Teológica Internacional;
- Pe. Aimable Musoni, S.D.B., docente de Eclesiologia naPontifícia Universidade Salesiana, Roma;
- Pe. Bernard Pottier, S.I., docente noInstitut d’Etudes Théologiques, Bruxelas, e membro da Comissão Teológica Internacional;
- Profa. Marianne Schlosser, docente de teologia espiritual naUniversidade de Viena e membro da Comissão Teológica Internacional;
- Profa. Michelina Tenace, docente de teologia fundamental naPontifícia Universidade Gregoriana, Roma;
- Profa. Phyllis Zagano, Docente naHofstra University, Hempstead, Nova York.
Numa breve entrevista ao National Catholic Reporter nesta terça-feira, Zagano disse que a criação da comissão era uma “oportunidade maravilhosa à Igreja como um todo para que ela olhe a questão da restauração das mulheres ao diaconato”.
“Acho que o importante é que o Santo Padre, em nome da Igreja, vai poder tomar uma decisão num sentido ou noutro sobre se as mulheres podem retornar ao diaconato ordenado”, disse ela.
A pesquisadora, autora de “Women Deacons: Past, Present, Future” junto com Gary Macy e com o diácono William Ditewig em 2011, disse esperar que a comissão “tenha um debate aberto e honesto sobre a história das mulheres no diaconato, sobre as possibilidades de restaurar as mulheres a ele”.
“O debate anterior – o único debate nos tempos modernos – foi o documento de estudo feito pela Comissão Teológica Internacional em 2002, que deixou a questão em aberto”, disse. “É uma boa oportunidade para o Santo Padre tomar uma decisão num ou noutro sentido. Acho que é um sinal de esperança”.
Em um comunicado à imprensa na tarde de terça-feira, um bispo dos EUA saudou a notícia da formação da comissão. O arcebispo de Chicago Dom Blase Cupich, a quem Francisco recentemente nomeou para a Congregação para os Bispos, deu as boas-vindas ao movimento.
“Desde os primeiros dias da Igreja, as mulheres com razão atuaram em cargos importantes de liderança”, disseCupich. “Mesmo assim, a Igreja precisa fazer mais e melhor. As mulheres merecem ser trazidas mais para dentro dos processos decisórios da Igreja”.
“Estou ansioso para aprender mais sobre o trabalho da comissão (…) na medida em que [os membros] trazem os seus consideráveis talentos para levar adiante este importante tema na vida da Igreja”, declarou o arcebispo. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Papa Francisco dirige saudação ao povo brasileiro por ocasião das Olimpíadas
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Pontífice desejou que esta seja uma oportunidade para superar os momentos difíceis do país
Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, 3, o papa Francisco enviou uma mensagem ao povo brasileiro, por ocasião dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.
Francisco ambientou sua fala no contexto de um mundo “que está sedento de paz, tolerância e reconciliação”. Ao recordar a carta de São Paulo a Timóteo, fez votos de que “o espírito dos Jogos Olímpicos possa inspirar a todos, participantes e espectadores, a combater o bom combate e a terminar juntos a corrida, almejando alcançar como prêmio não uma medalha, mas algo muito mais valioso: a realização de uma civilização onde reine a solidariedade, fundada no reconhecimento de que todos somos membros de uma única família humana, independentemente das diferenças de cultura, cor da pele ou religião”.
“E aos brasileiros, que com sua característica alegria e hospitalidade organizam a Festa do Esporte, desejo que esta seja uma oportunidade para superar os momentos difíceis e comprometer-se a 'trabalhar em equipe' para a construção de um país mais justo e mais seguro, apostando num futuro cheio de esperança e alegria!”, disse Francisco.
Ao final, pediu que Deus abençoasse a todos.
Os Jogos Olímpicos serão abertos na próxima sexta-feira, dia 5.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
Arquidiocese de Maceió lançará Cartilha de Orientação Política
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Tendo em vista o período eleitoral deste ano, a Comissão de Educação Política da arquidiocese de Maceió (AL) lançará a Cartilha de Orientação Política da Província Eclesiástica de Maceió, na próxima segunda-feira, 8, no Centro Universitário Tiradentes, às 19h.
Estarão presentes no evento o arcebispo de Maceió, dom Antônio Muniz; o bispo da diocese de Penedo, dom Valério Breda; o bispo da diocese de Palmeira dos Índios, dom Dulcênio Fontes de Mato. Na ocasião, haverá exposição do plano de trabalho que será realizado pela arquidiocese de Maceió e pelas dioceses de Penedo e Palmeiras dos Índios.
O lançamento também contará com a participação de alguns órgãos parceiros como a Ordem dos Advogados do Brasil, Tribunal Regional Eleitoral, Ministério Público, Poder Legislativo, Poder Judiciário, Sindicatos, entre outros. Fonte: http://www.cnbb.org.br
OCARM – OCD: Seja bendito para sempre, que tanto me esperou.
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Com este título, tirado de um texto de Santa Teresa no livro da vida (Prefácio, 2), os pais saverio cannistrà e Fernando Millán escrevem uma carta sobre a misericórdia, por ocasião do ano jubilar. Oferecemos o conteúdo em espanhol. Neste link encontra-se em outras línguas.
Carta do prior geral ou. Carm, R. P Fernando Millán e do general o.c.d., R. P. Saverio Cannistrà, por ocasião do Jubileu da misericórdia.
Às irmãs e irmãos da família do Carmelo,
Paz!
No passado dia 11 de junho, acompanhados dos nossos respectivos conselheiros e definidores gerais, atravessamos juntos a porta santa.
Da mão da mãe da misericórdia, sob a doçura do olhar da nossa irmã e senhora, a bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, também nós fizemos uma peregrinação significando, assim, o nosso compromisso e sacrifício em vista para atingir a meta Da Misericórdia, o nosso desejo de nos tornarmos para poder ser misericordiosos como o pai o é connosco (CF. Misericordiae Vultus-MV-14).
Entrámos na Basílica de são Pedro no Vaticano, como em um santuário da misericórdia, para nos encontrar com a misericórdia feita carne, desejosos de participar intimamente, como virgem Maria, no mistério do amor divino: Jesus Cristo (CF. MV 24).
Com ela, temos cantado ao atravessar a porta santa da misericórdia do Senhor que, na vida da nossa família, se estende e é tangível "de geração em geração" (Lc 1,50; CF. MV 24). Chamados a viver "em presente de Jesus Cristo, servir lealmente com coração puro e a boa consciência" (regra, 2), cumprimos com tanta maior fidelidade nossa vocação na medida em que lhe conhecemos, Nos aprofundamos em seu mistério quem melhor que a nossa irmã e senhora pode nos ajudar a cumprir essa linda tarefa!, ela que "Guardião em seu coração a misericórdia divina em perfeita sintonia com o seu filho Jesus" (MV 24).
"Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do pai" (MV 1), de modo que, se queremos realmente ser sinal eficaz do agir da Trindade misericordiosa no mundo (CF. MV 2-3), é absolutamente necessário que paremos a contemplarle, que cresçamos no conhecimento de Jesus Cristo para poder "sentir o amor da Santíssima Trindade" (MV 8). Viver o jubileu da misericórdia, Antes de empenhar-se em tarefas e actividades a favor dos outros, exige fixar o olhar naquele que torna visível e palpável o amor de Deus (CF. IB.). Só olhando e meditando os seus gestos e suas palavras podemos acostumar-nos a dar-nos gratuitamente aos outros, a realizar em seu nome sinais de misericórdia e compaixão com todos. É esse o exemplo que nos deram nossos santos, que nos precederam no ascensão à santa montanha do Carmelo: conhecer a Cristo para fazer conhecer e amar.
Nesta carta queremos convidar-vos, portanto a contemplar a Cristo pois, apoiados na Santíssima Virgem, que não afasta de nós os seus olhos misericordiosos, e no testemunho de alguns dos nossos santos. Queremos que eles nos ajudem a sermos para ser apóstolos do Deus que derrama sobre a nossa ordem, a igreja e o mundo a misericórdia que ele tem usado e quiser continuar usando com todos.
Com Santa Maria Madalena de Pazzi-de quem celebramos este ano o 450º aniversário do Nascimento-aprendemos a conceber a misericórdia como um atributo divino, sinônimo de paz e reconciliação. Deus fez tudo com um grande ordem, mas também com uma grande misericórdia, da qual provém do grande e exuberante amor que tem para as suas criaturas. A vive em toda a sua dimensão, ao ponto de não poder expressar com palavras (CF. Os quarenta dias).
Com tudo, é na encarnação do verbo onde a misericórdia divina se manifesta de modo definitivo. Ela, cujo nome religioso foi "do verbo encarnado", compreende que no seio de Maria, a mãe da misericórdia, Deus selou a paz definitiva com o gênero humano.
Em Cristo, para santa Maria Madalena, condensa-se toda a misericórdia divina, perceptível em cada um dos seus gestos e palavras: Ele perdoa até mesmo o abandono dos discípulos no jardim das Oliveiras que, dormindo, lhe deixam só no meio da sua Terrível agonia, incapazes de acompanhá-lo sequer com sua oração.
Ao Inclinar sua cabeça na cruz (CF. Jo 19,30), Jesus, unido ao pai, espalhou esse perdão a toda a humanidade, realizando o ato supremo de misericórdia: "o perdão supremo oferecido a quem o crucificou mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia de Deus" (MV 24). Mas sua obra misericordiosa não termina aí. Para Santa Maria Madalena o amor de Cristo continua dando a conhecer: " Depois de subir ao céu, à direita de seu pai eterno, Jesus continua a exprimir-nos de dia em dia a sua misericórdia, a qual, desde os nossos tempos até o dia do julgamento , usará com todas as suas criaturas e mais extremamente mostra-nos esta virtude da misericórdia suportando tantos pecadores e tantas ofensas que fazem " (os quarenta dias; CF. Os colóquios, 2).
São João da cruz nos permite aprofundar e entender ainda mais a dimensão pessoal da misericórdia divina, que não consiste apenas em tirar os olhos dos nossos defeitos. Pela sua misericórdia, o pai nos faz crescer, nos levanta, nos convida a fazer o mesmo com os outros: " Tu, Senhor, voltas com alegria e amor para levantar o que te ofende, e eu não volto a levantar e honrar o que me irrita A mim "( esses de luz e amor, 46 ). Este levantar consiste em nos elevarmos a comunhão mais íntima com ele, como canta a oração de alma apaixonada, que pode justamente ser chamada oração da misericórdia :" não me Tirarás, Deus meu, o que uma vez me deste em teu único filho Jesus Cristo, em que você me deu tudo o que quero; por isso me holgaré em que não vai demorar se eu espero (IB, 26).
Habitar em nós, nos embeleza com obras dignas de si mesmo, nos permite compartilhar seus atributos (CF. Chama de amor viva b, 3,6). Isso sempre através do caminho da contemplação que nos conduz à união com Deus, penetrando na insondável mina de tesouros que é Cristo (CF. Cântico espiritual b, 37,4).
E é que Deus, João da cruz, quer ser nosso, dada a nós (CF. Chama de amor viva b, 3,6), esse é o sentido profundo de sua misericórdia: " Oh coisa digna de toda acepção e gozo, ficar Deus preso em um cabelo! A causa desta prisão tão preciosa é o ter Deus querido parar para olhar o voo do cabelo. A causa desta prisão tão preciosa é o ter Deus querido parar para olhar o voo do cabelo, como dizem os versos antecedentes; porque, como disse, há o olhar de Deus é amar; porque, se ele por sua grande misericórdia não nos olhasse E amasse primeiro, como diz João (1 JO 4, 10), e se abajara, nenhuma barragem fizesse nele o voo do cabelo do nosso baixo amor, porque não tinha ele tão alto voo que chegasse A prender esta divina Ave das alturas; mais porque ela desceu a olhar um para o outro e para provocar o voo e levantá-lo do nosso amor, dando-lhe coragem e força para fazer isso, por isso ele mesmo se ligava no voo do cabelo, isto é, Ele mesmo pagou e se agradou, por que se acende. E isso quer dizer: Mirástele no meu pescoço, e ele ficou preso. Porque coisa muito credível é que o pássaro de baixo voo possa chamem o águia real muito subida, se ela vem para o baixo querendo ser presa " (cântico espiritual b, 31,8).
Assim a compreendeu também, e ela fez experiência pessoal, Santa Teresa do menino Jesus: " Eis que, na verdade, o mistério da minha vocação, de toda a minha vida [...], de os privilégios que Jesus ministrou a minha alma [...], Ele não liga para os que são dignos, mas aos que lhe apetece, ou como diz são Paulo: Deus tem compaixão de quem quer e usa de misericórdia com quem quer ser misericordioso. Não é, portanto, obra do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que usa de misericórdia " (MS 2 R º).
Ele é a galinha que quer acolher misericordiosamente seus pintinhos debaixo das asas (CF. Últimas conversas, 7 DE JUNHO, 1). O mundo não entende sua ternura, a rejeita, por isso Teresa se lança decidida contra a corrente de seu tempo-nos braços do amor misericordioso, ao que é oferecido como vítima , para que ele não deva "reprimir as vagas de infinita ternura" que deseja derramar sobre a humanidade (CF. MS 84 R º).
" para mim-confessa em sua autobiografia-[Deus] me deu sua misericórdia infinita, e através dela vejo e adoro as outras perfeições divinas! Então todas se me apresentam radiantes de amor, mesmo a justiça [...] que doce alegria pensar que o bom Deus é justo!, ou seja, que tem em conta as nossas fraquezas, conhece perfeitamente a fragilidade de nossa alma " (IB. 83 V º-84 R º).
Não fala Teresa apoiada na ciência ou o conhecimento humano narra sua própria experiência! A experiência de um amor que ele seria menor se o mais pobre do coração humano, que o saudável e o levanta sem ter em conta, nem tristezas, nem os seus crimes. Amor que ela se esforçar em dar a conhecer, sentando-se mesmo na mesa dos distantes, dos não crentes (CF. MS C 6 R º), fazendo-nos compreender mais uma vez que só quem experimenta a misericórdia que é Cristo pode ser misericordioso como o pai.
Assim se mostra-nos o Beato Tito Brandsma. Para Ele, a experiência de Deus não é o privilégio de uma elite espiritual: todos são chamados a desfrutar da comunhão e a união íntima com o Deus misericordioso. Ele dá sem medida e só espera o acolhimento do coração humano, adaptando-se às nossas condições concretas, sem rejeitar nada de nossa natureza assumindo mesmo o pecado para nos redimir e exaltarnos, como nos mostrou na encarnação. É necessário crescer cada dia na compreensão deste mistério para poder adorá-lo não só no nosso interior, mas em tudo o que existe e, principalmente, no próximo, a cujo serviço temos de meter nas realidades concretas.
Tito dá exemplo com sua própria vida: apesar de ser chamado a desempenhar cargos importantes, nada foi mais importante para ele que dar atenção aos que precisavam de ajuda, através do diálogo, da capacidade de reconciliação e a dedicação pastoral, entendida Como gostaria de levar Cristo aos mais necessitados.
A sua solidariedade com o povo judeu quando o governo de ocupação alemão estabeleceu na Holanda as medidas anti-Semitas, baseia-se em seu amor, a misericórdia e a justiça. Sem temer as consequências, fica do lado dos desesperados, quer dar voz àqueles que foi arrebatada, defende também a liberdade de imprensa católica face às imposições totalitaristas do nazismo.
Isso acaba por conduzir-lhe a ele também aos campos de concentração, onde sofre, sim, sofrimentos e humilhações, mas onde continua também a ser apóstolo de compaixão e reconciliação: compartilhando a pouca ração com outros, animando a todos, ouvindo confissões mesmo de algum Seus Guardiões!
No final de sua vida, imitando a Jesus misericordioso que perdoa aos seus inimigos na cruz, Tito foi rosto de misericórdia mesmo para com a enfermeira que acabou com sua vida, como ela mesma confessou anos mais tarde na sua declaração sob segredo, dar seu Rosário antes de morrer.
Irmãs e irmãos: apoiados nestes e em tantos outros-Testemunhas da nossa família, podemos nos aventurar a cruzar com alegria a porta santa do ano jubilar. Vamos continuar com as suas impressões digitais, aumentemos a nossa comunhão com Cristo, acrecentemos nosso amor por ele e confessemos cada dia o amor que nos tem vamos conhecer e amar! Esse é o modo em que a família do Carmelo deve viver a misericórdia, particularmente em um ano tão especial como este.
Sim, com a nossa irmã e mãe Teresa de Jesus nós também queremos dizer seja bendito para sempre, o que tanto nos espera! Aprendemos com ela a contar a todos o quanto é bom e grande o Senhor.
Quando, descrevendo o mistério do dom total de Deus a pessoa nas sétimos roxas, sua caneta para perante o abismo do indizível, do que não se pode contar, é o seu desejo de narrar a todos a bondade de Deus o que A empurra para dar o salto e continuar escrevendo.
E isso para nos dizer que não há outro modo de ser espirituais mesmo que alegrando ao pai e sendo escravos de Cristo, o que conseguiremos na medida em que sujeitos aos outros e nos tornemos seus servidores, fazendo patente o nosso amor a Deus e Aos irmãos através das obras (CF. Moradas do castelo interior, 7, 4).
Deus queira que, pela intercessão de nossa irmã a bem-aventurada virgem do Monte Carmelo e a de seu esposo são José, nosso pai e Senhor, o coração da família do Carmo continue ardendo no fogo do conhecimento e amor a Cristo Jesus, para Que assim que a constituímos, empurrados pelo Espírito Santo, sejamos apóstolos da Trindade misericordiosa, comunicándola a todos através de obras e palavras.
Vossos irmãos:
Fr. Fernando Millán, ó. Carm., Prior geral
Fr. Saverio Cannistrà, o.c.d, general
Fonte: https://delaruecaalapluma.wordpress.com
PAPA FRANCISCO E AS OLIMPÍADAS: A 3 dias de Olimpíada, papa pede que esporte seja 'veículo de fraternidade'
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Vaticano divulgou mensagem em vídeo do papa Francisco. Na gravação, aparecem atletas praticando várias modalidades.
A três dias da abertura oficial dos Jogos Olímpicos do Rio, o Vaticano divulgou nesta terça-feira (2) uma mensagem em vídeo do papa Francisco convocando as pessoas a fazerem do esporte um veículo de fraternidade e de paz.
"Com o esporte é possível construir a cultura do encontro entre todos, por um mundo de paz. Sonho com o esporte como a prática da dignidade humana transformada em um veículo de fraternidade", defendeu o pontífice na gravação.
No vídeo de um minuto e meio, aparecem atletas praticando várias modalidades, como futebol, vôlei, tênis de mesa, enquanto o papa convida todos a orarem para que o esporte contribua para "a paz no mundo".
Esta foi a oitava mensagem em vídeo divulgada pelo pontífice este ano. Em janeiro, ele dedicou seu vídeo ao diálogo entre as religiões, em fevereiro, ao cuidado da Criação, em março, às crianças e às famílias em dificuldade, em abril, aos pequenos agricultores, em maio, às mulheres, em junho, às cidades e em julho aos indígenas. Fonte: http://g1.globo.com
OLHAR CARMELITANO: Seminário Internacional de Antropologia Teológica: Pessoa e Comunidade em Edith Stein.
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Apresentação
O Seminário Internacional de Antropologia Teológica: Pessoa e Comunidade em Edith Stein, a ser realizado de 8 a 10 de setembro de 2016 no Auditório do Prédio 5 da PUCRS, é uma iniciativa do grupo de pesquisa ‘Antropologia Teológica, Ética e Pastoral’ do Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUCRS aberta a todos(as) os(as) interessados(as) na área de antropologia filosófica e teológica bem como no estudo de Edith Stein. Visa-se, sobretudo, aprofundar a reflexão filosófico-teológica acerca da relação Pessoa-Comunidade. Por isso, além de reunir autoridades de renome internacional no estudo de Edith Stein, o evento oferece a estudantes de pós-graduação a oportunidade de enriquecer esse debate através de comunicações orais.
Objetivos
Propiciar um espaço de discussão e reflexão acadêmica acerca da relação interdependente e dialética das noções de pessoa e comunidade a partir do pensamento e da obra de Edith Stein.
Contrapor o modelo antropológico-fenomenológico steiniano, cujo eixo central é o ser humano enquanto relação empática e solidária de comunhão com o outro, a outros modelos antropológicos contrários, verificando, assim, a sua validade e/ou viabilidade para os tempos atuais.
Buscar respostas aos problemas atuais da crise de sentido, do empobrecimento do conceito de pessoa e da crise das dimensões comunitária e pública.
Público-alvo
Estudantes e professores dos cursos de graduação e pós-graduação, pesquisadores e público em geral.
Data e Local do Evento
O "Seminário Internacional de Antropologia Teológica: Pessoa e Comunidade em Edith Stein" será realizado de 8 a 10 de setembro de 2016, no Auditório do Prédio 5 da PUCRS.
Veja a programação. Clique aqui: http://eventos.pucrs.br/siat
MADELANA DE PAZZI: Frei Bruno Secondin-01.
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BIOGRAFIA: Tendo nascido em Florença a 2 de Abril de 1566 e batizada na fonte do "bom São João" com o nome de Catarina, santa Maria Madalena "de' Pazzi" desde a juventude mostrou uma particular sensibilidade em relação ao sobrenatural e sentiu-se atraída pelo diálogo íntimo com Deus. Como era costume para as jovens de família nobre, a sua educação foi confiada às Damas de Malta, em cujo mosteiro recebeu a primeira comunhão a 25 de Março de 1576 e alguns dias depois entregou-se para sempre ao Senhor com uma promessa de virgindade. Regressando em família, aprofundou o caminho da oração com a ajuda dos Padres Jesuítas, que frequentavam o palácio.
Habilmente, conseguia não se deixar condicionar pelas exigências mundanas de um ambiente que, mesmo sendo cristão, não lhe era suficiente no seu desejo de se tornar mais semelhante ao seu Esposo crucificado. Neste contexto amadureceu a decisão de deixar o mundo e de entrar no Carmelo de Santa Maria dos Anjos, no Bairro São Fernando, onde a 30 de Janeiro de 1583 recebeu o hábito do Carmelo e o nome de irmã Maria Madalena. Tendo adoecido gravemente em Março de 1584, pediu para poder emitir a profissão antes do tempo e, a 27 de Maio, festa da Trindade, levada em coro numa maca, pronunciou para sempre diante do Senhor os seus votos de castidade, pobreza e obediência.
A Irmã Maria Madalena teve o dom de viver a comunhão com Deus duma forma cada vez mais interiorizada, de modo a tornar-se uma referência para toda a comunidade, que ainda hoje continua a considerá-la como "mãe". O amor purificado, que pulsava no seu coração, abria-lhe o desejo da plena conformidade com Cristo, seu Esposo, até partilhar com ele o "despojado partir" da cruz. Os últimos três anos da sua vida foram para ela um verdadeiro calvário de sofrimentos. A tuberculose começou a manifestar-se claramente: a Irmã Maria Madalena vê-se obrigada a retirar-se lentamente da vida ativa da comunidade para se imergir cada vez mais no "partir despojadamente por amor de Deus". Encontrou-se oprimida por sofrimentos atrozes no físico e no espírito que duraram até à morte, que aconteceu a 25 de Maio de 1607. Faleceu por volta das três da tarde, enquanto uma alegria inusual invadia todo o mosteiro.
Não tinham transcorrido vinte anos da sua morte que já o Pontífice florentico Urbano VIII a proclamava beata. Depois foi o Papa Clemente IX que a inscreveu no Álbum dos Santos a 28 de Abril de 1669. O seu corpo permaneceu incorrupto e é meta de constantes peregrinações. O mosteiro no qual a Santa viveu hoje é sede do Seminário arquiepiscopal de Florença, que a venera como Padroeira, e a cela na qual faleceu tornou-se uma capela em cujo silêncio se sente ainda a sua presença. Fonte: http://www.ordem-do-carmo.pt
EVANGELHO DOMINICAL: 18º DOMINGO DO TEMPO COMUM. (ANO C).
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(Lc 12, 13-21)
Contexto
Mais uma vez encontramo-nos com um dos temas favoritos de Lucas: o combate à ganância, em todas as suas formas, especialmente dentro da comunidade dos discípulos de Jesus. A parábola de hoje só se encontra neste Evangelho, sublinhando assim o interesse de Lucas pelo assunto.
Contra a insensatez
Cada vez sabemos mais sobre a situação social e econômica que Jesus conheceu na Galileia dos anos trinta. Enquanto nas cidades de Séforis e Tiberíades crescia a riqueza, nas aldeias aumentava a fome e a miséria. Os camponeses ficavam sem terra e os latifundiários construíam silos e celeiros cada vez maiores.
No pequeno relato conservado por Lucas, Jesus revela o que pensa daquela situação tão contrária ao projeto desejado por Deus de um mundo mais humano para todos. Não narra esta parábola para denunciar os abusos e ultrajes cometidos pelos latifundiários, mas para desmascarar a loucura, a insensatez em que vivem instalados.
Lucidez de Jesus
Uma das características que mais chama a atenção na pregação de Jesus, é a lucidez com que soube desmascarar o poder alienante e desumanizador que se encerra nas riquezas.
A visão de Jesus não é a de um moralista que se preocupa em saber como adquirimos os nossos bens e como os usamos. O risco de quem vive desfrutando das suas riquezas é esquecer a sua condição de filho de um Deus Pai e irmão de todos.
Palavra para o caminho.
A orientação da nossa vida é PARA NÓS MESMOS ou PARA DEUS? Recebemos a vida, os outros, a riqueza como um DOM e um EMPRÉSTIMO, de que devemos responder a cada momento, ou pensamos que somos DONOS de todos e de tudo, registando logo todos e tudo em nosso nome, nossa propriedade para nosso uso, consumo e satisfação exclusivos?
Quando o coração está cheio de cobiça, de avareza, de egoísmo, quando a vida se torna um combate obsessivo pelo “ter”, quando o verdadeiro motor da vida é a ânsia de acumular, o homem torna-se insensível aos outros e a Deus; é capaz de explorar, de escravizar o irmão, de cometer injustiças, a fim de ampliar a sua conta bancária. Torna-se orgulhoso e auto-suficiente, incapaz de amar, de partilhar, de se preocupar com os outros… Fica, então, à margem do Reino.
Atenção: esta parábola não se destina apenas àqueles que têm muitos bens; mas destina-se a todos aqueles que (tendo muito ou pouco) vivem obcecados com os bens, orientam a sua vida no sentido do “ter” e fazem dos bens materiais os deuses que condicionam a sua vida e o seu agir.
“A crise econômica que estamos a sofrer é uma “crise de ambição”: os países ricos, os grandes bancos, os poderosos da terra… temos querido viver acima das nossas possibilidades, sonhando com acumular bem-estar sem limite algum e esquecendo cada vez mais os que se afundam na pobreza e na fome. Mas, de repente a nossa segurança veio-se abaixo.
Esta crise não é uma mais. É um “sinal dos tempos” que temos de ler à luz do evangelho. Não é difícil escutar a voz de Deus no fundo das nossas consciências: “Basta já de tanta insensatez e tanta falta de solidariedade cruel”. Nunca superaremos as nossas crises económicas sem lutar por uma mudança profunda do nosso estilo de vida: temos de viver de forma mais austera; temos de partilhar mais o nosso bem-estar” (J. A. Pagola).
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