Frei Adailson: Ascensão do Senhor
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50 DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS: “Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo”
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(Mensagem do Papa Francisco para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que em 2016 será celebrado no dia 8 de maio).
Queridos irmãos e irmãs!
O Ano Santo da Misericórdia convida-nos a refletir sobre a relação entre a comunicação e a misericórdia. Com efeito a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como traço característico de todo o seu ser e agir. Aquilo que dizemos e o modo como o dizemos, cada palavra e cada gesto deveria poder expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos. O amor, por sua natureza, é comunicação: leva a abrir-se, não se isolando. E, se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus.
Como filhos de Deus, somos chamados a comunicar com todos, sem exclusão. Particularmente próprio da linguagem e das ações da Igreja é transmitir misericórdia, para tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude daquela vida que Jesus Cristo, enviado pelo Pai, veio trazer a todos. Trata-se de acolher em nós mesmos e irradiar ao nosso redor o calor materno da Igreja, para que Jesus seja conhecido e amado; aquele calor que dá substância às palavras da fé e acende, na pregação e no testemunho, a «centelha» que os vivifica.
A comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia. As palavras podem construir pontes entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. E isto acontece tanto no ambiente físico como no digital. Assim, palavras e ações hão-de ser tais que nos ajudem a sair dos círculos viciosos de condenações e vinganças que mantêm prisioneiros os indivíduos e as nações, expressando-se através de mensagens de ódio. Ao contrário, a palavra do cristão visa fazer crescer a comunhão e, mesmo quando deve com firmeza condenar o mal, procura não romper jamais o relacionamento e a comunicação.
Por isso, queria convidar todas as pessoas de boa vontade a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades. Todos nós sabemos como velhas feridas e prolongados ressentimentos podem aprisionar as pessoas, impedindo-as de comunicar e reconciliar-se. E isto aplica-se também às relações entre os povos. Em todos estes casos, a misericórdia é capaz de implementar um novo modo de falar e dialogar, como se exprimiu muito eloquentemente Shakespeare: «A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe» (“O mercador de Veneza”, Ato IV, Cena I).
É desejável que também a linguagem da política e da diplomacia se deixe inspirar pela misericórdia, que nunca dá nada por perdido. Faço apelo sobretudo àqueles que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre vigilantes sobre o modo como se exprimem a respeito de quem pensa ou age de forma diferente e ainda de quem possa ter errado. É fácil ceder à tentação de explorar tais situações e, assim, alimentar as chamas da desconfiança, do medo, do ódio. Pelo contrário, é preciso coragem para orientar as pessoas em direção a processos de reconciliação, mas é precisamente tal audácia positiva e criativa que oferece verdadeiras soluções para conflitos antigos e a oportunidade de realizar uma paz duradoura. «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. (...) Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 7.9).
Como gostaria que o nosso modo de comunicar e também o nosso serviço de pastores na Igreja nunca expressassem o orgulho soberbo do triunfo sobre um inimigo, nem humilhassem aqueles que a mentalidade do mundo considera perdedores e descartáveis! A misericórdia pode ajudar a mitigar as adversidades da vida e dar calor a quantos têm conhecido apenas a frieza do julgamento. Seja o estilo da nossa comunicação capaz de superar a lógica que separa nitidamente os pecadores dos justos. Podemos e devemos julgar situações de pecado – violência, corrupção, exploração, etc. –, mas não podemos julgar as pessoas, porque só Deus pode ler profundamente no coração delas. É nosso dever admoestar quem erra, denunciando a maldade e a injustiça de certos comportamentos, a fim de libertar as vítimas e levantar quem caiu. O Evangelho de João lembra-nos que «a verdade [nos] tornará livres» (Jo 8, 32). Em última análise, esta verdade é o próprio Cristo, cuja misericórdia repassada de mansidão constitui a medida do nosso modo de anunciar a verdade e condenar a injustiça. É nosso dever principal afirmar a verdade com amor (cf. Ef 4, 15). Só palavras pronunciadas com amor e acompanhadas por mansidão e misericórdia tocam os nossos corações de pecadores. Palavras e gestos duros ou moralistas correm o risco de alienar ainda mais aqueles que queríamos levar à conversão e à liberdade, reforçando o seu sentido de negação e defesa.
Alguns pensam que uma visão da sociedade enraizada na misericórdia seja injustificadamente idealista ou excessivamente indulgente. Mas tentemos voltar com o pensamento às nossas primeiras experiências de relação no seio da família. Os pais amavam-nos e apreciavam-nos mais pelo que somos do que pelas nossas capacidades e os nossos sucessos. Naturalmente os pais querem o melhor para os seus filhos, mas o seu amor nunca esteve condicionado à obtenção dos objetivos. A casa paterna é o lugar onde sempre és bem-vindo (cf. Lc 15, 11-32). Gostaria de encorajar a todos a pensar a sociedade humana não como um espaço onde estranhos competem e procuram prevalecer, mas antes como uma casa ou uma família onde a porta está sempre aberta e se procura aceitar uns aos outros.
Para isso é fundamental escutar. Comunicar significa partilhar, e a partilha exige a escuta, o acolhimento. Escutar é muito mais do que ouvir. Ouvir diz respeito ao âmbito da informação; escutar, ao invés, refere-se ao âmbito da comunicação e requer a proximidade. A escuta permite-nos assumir a atitude justa, saindo da tranquila condição de espectadores, usuários, consumidores. Escutar significa também ser capaz de compartilhar questões e dúvidas, caminhar lado a lado, libertar-se de qualquer presunção de omnipotência e colocar, humildemente, as próprias capacidades e dons ao serviço do bem comum.
Escutar nunca é fácil. Às vezes é mais cômodo fingir-se de surdo. Escutar significa prestar atenção, ter desejo de compreender, dar valor, respeitar, guardar a palavra alheia. Na escuta, consuma-se uma espécie de martírio, um sacrifício de nós mesmos em que se renova o gesto sacro realizado por Moisés diante da sarça-ardente: descalçar as sandálias na «terra santa» do encontro com o outro que me fala (cf. Ex 3, 5). Saber escutar é uma graça imensa, é um dom que é preciso implorar e depois exercitar-se a praticá-lo.
Também e-mails, SMS, redes sociais, chat podem ser formas de comunicação plenamente humanas. Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor. As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos. O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral. Rezo para que o Ano Jubilar, vivido na misericórdia, «nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação» (Misericordiae Vultus, 23). Em rede, também se constrói uma verdadeira cidadania. O acesso às redes digitais implica uma responsabilidade pelo outro, que não vemos mas é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada. A rede pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha.
A comunicação, os seus lugares e os seus instrumentos permitiram um alargamento de horizontes para muitas pessoas. Isto é um dom de Deus, e também uma grande responsabilidade. Gosto de definir este poder da comunicação como «proximidade». O encontro entre a comunicação e a misericórdia é fecundo na medida em que gerar uma proximidade que cuida, conforta, cura, acompanha e faz festa. Num mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade.
Papa Francisco
ORDEM TERCEIRA DE JUIZ DE FORA-MG: Um olhar...
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OLHAR DO DIA: Bênção nos “Filhotes de Elias”, na Catedral de Juiz de Fora- MG. Fotos: Lucas Vilela Simão.
DIA DAS MÃES: BENÇÃO DA MULHER
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Que o Senhor te conceda a audácia de Débora
E a valentia de Ester e de Judite.
Que te encha da alegria como a Ana
E de lealdade
E de amor fiel como Rute.
Que possas cantar e dançar
Junto ao mar
Como Maria a profetiza
E que, como Maria de Nazaré,
Proclames a grandeza do Senhor,
No triunfo dos famintos e dos humildes.
Que chegues a encontrar-te com Jesus, o Senhor,
Como o encontraram Maria Madalena e Marta
E Salomé e a Samaritana.
Ele lhes devolveu a dignidade
E a liberdade e lhes deu um nome novo.
E que, como aquela mulher encurvada
De quem Jesus se aproximou e pôs de pé,
Possas tu viver erguida
E ajudar a erguer a outros, a outras.
Porque ela
E tu,
e nós
e todas as mulheres e homens,
somos chamados e chamadas
a pôr-nos de pé,
glorificando a Deus.
Autor desconhecido.
ASCENSÃO: Minhas testemunhas. (Lc 23,46-53)
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Maria Cristina Giani, Missionária de Cristo Ressuscitado - MCR.
Em algumas famílias continua se escutando a saudação carregada de tradição e carinho: “Benção Pai, benção Mãe...”. E o pai e mãe dão a benção, desejando o melhor bem para esse filho que chega ou parte, rezando no íntimo de seu coração para que Deus o cuide, o proteja, e o conduza nessa nova etapa do dia.
Esta cena familiar pode nos ajudar a compreender os sentimentos de Jesus e sua comunidade de amigos e amigas na hora de sua partida definitiva ao Pai.
O evangelho nos apresenta novamente ao Ressuscitado no meio dos seus, confirmando-os na certeza da Sua vitória da qual eles são testemunhas.
Para adentrar-nos na nova etapa que inicia à comunidade cristã, é necessário entender um pouco mais o sentido de ser testemunha. As testemunhas são aquelas pessoas que com sua palavra e com sua vida dão veracidade a um fato ou acontecimento.
Isto quer dizer que, quando Jesus disse para os discípulos e discípulas que sejam suas testemunhas, está confiando a eles que com suas vidas confirmem a veracidade de sua Ressurreição.
Sem dúvida é admirável esta confiança do Ressuscitado. Ninguém melhor que Ele para conhecer a fragilidade da incipiente comunidade, assim como ninguém melhor que Ele para conhecer o amor dela.
É por isso que lhes promete que serão revestidos da força do alto. Desta maneira se cumprem as palavras do apóstoloPaulo: “Todavia, esse tesouro nós o levamos em vasos de barro, para que todos reconheçam que esse incomparável poder pertence a Deus e não é propriedade nossa” (2Cor4,7).
Esta confiança de Jesus se estende até os nossos dias. Ele continua deixando a credibilidade de seu projeto de Vida nas mãos dos cristãos e cristãs de hoje, para que com suas palavras, mas sobretudo com suas vidas continuem anunciando e confirmando que Deus Pai ressuscitou seu Filho crucificado! E por isso todos os crucificados deste mundo, a criação crucificada tem esperança, a morte não é a última palavra.
Desta certeza brota a alegria e a missão dos seguidores e seguidoras de Jesus, estar ao lado daqueles que de diferentes formas vivem a cruz para lhes oferecer uma porta de esperança, de possibilidade de vida nova.
O Papa Francisco, com suas palavras e com seus gestos nos ensina como ser testemunhas da ressurreição nos tempos que correm. Sua viagem à ilha grega de Lesbos em abril deste ano é uma prova disso. Foi ao lugar onde milhares de homens e mulheres chegam atravessando enormes dificuldades em busca de uma vida melhor, mas devem ficar num campo de refugiados até que alguma porta se abra.
O Papa, junto com o Patriarca Bartolomeu, visitou o campo de refugiados e sinalizou o motivo: “é para estar com vocês e escutar suas histórias. Viemos para atrair a atenção do mundo inteiro diante desta grave crise humanitária e para implorar uma solução para ela”. Colocou-se ao lado destes irmãos crucificados para com sua pessoa e sua voz gritar ao mundo a injustiça que vivem e buscar soluções. E com o gesto de levar três famílias sírias (no total 12 pessoas) para morar no Vaticano, mostrou que é possível abrir portas de esperança.
Peçamos hoje, nesta festa da Ascensão de Jesus, como comunidade cristã a benção do Ressuscitado, para continuar sendo suas testemunhas neste tumultuado século XXI.
Neste dia em que também celebramos o dia das mães, peçamos a benção de Deus Pai-Mãe para todas as mães brasileiras, especialmente para aquelas que estão vivendo momentos mais difíceis.
BENÇÃO DA MULHER
Que o Senhor te conceda a audácia de Débora
E a valentia de Ester e de Judite.
Que te encha da alegria como a Ana
E de lealdade
E de amor fiel como Rute.
Que possas cantar e dançar
Junto ao mar
Como Maria a profetiza
E que, como Maria de Nazaré,
Proclames a grandeza do Senhor,
No triunfo dos famintos e dos humildes.
Que chegues a encontrar-te com Jesus, o Senhor,
Como o encontraram Maria Madalena e Marta
E Salomé e a Samaritana.
Ele lhes devolveu a dignidade
E a liberdade e lhes deu um nome novo.
E que, como aquela mulher encurvada
De quem Jesus se aproximou e pôs de pé,
Possas tu viver erguida
E ajudar a erguer a outros, a outras.
Porque ela
E tu,
e nós
e todas as mulheres e homens,
somos chamados e chamadas
a pôr-nos de pé,
glorificando a Deus.
Autor desconhecido. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Ano Eliano Missionário: Se calarem a voz dos carmelitas as pedras falarão
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Frei Petrônio de Miranda, Carmelita e Jornalista/RJ. 05 de maio-2016. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Meu caro leitor do site olhar jornalístico. Ao lermos a passagem do Evangelho de São Lucas, (19, 39), nos deparamos com a seguinte passagem: "Se eles se calarem as pedras falarão por eles". Esta citação faz referência aos discípulos de Jesus quando o avistaram na descida do monte das Oliveiras (Lc 19, 37-40). No relato, fala que todos os discípulos ficaram alegres e começaram a saudar o Mestre quando o avistaram com gritos e cantos. Vendo tal manifestação, alguns fariseus, com inveja e incomodados falaram: “Mestre, manda que teus discípulos se calem”. Ele responde, então com a famosa frase que vem do Antigo Testamento, do livro de Josué, 4. Neste capítulo nos deparamos com a narrativa de um ritual em que pedras são colocadas como memorial, isto é, monumento que recorda um fato significativo na vida do povo. Será por isso que se afirma: mesmo que matarem os profetas, as pedras permanecerão ali como testemunho, recordarão que ali foi celebrada uma aliança. Tais pedras serão, portanto, a marca da aliança celebrada e, sempre que a aliança for esquecida, elas, as pedras, ali imóveis serão motivos indeléveis para que a aliança não seja apagada.
Também na história da Ordem do Carmo no Brasil marcada pela religiosidade popular a Nossa Senhora do Carmo e ao Escapulário, ao longo da nossa história surgiram e surgem profetas e profetisas que não silenciaram e não ficaram de braços cruzados diante da falta de ética e justiça social nas diversas comunidades onde estamos presentes, seja através da ordem primeira, segunda ou terceira.
Portanto, a missão dos novos profetas da chamada modernidade ou pós- modernidade tem como único objetivo celebrar e honrar o pacto feito por Deus para com os pobres e sofredores na época dos profetas do Antigo Testamento e em nossos dias. Ou seja, dar continuidade à missão dos nossos antepassados da história da salvação geradores e geradoras de vida, e vida em abundância.
Calar os Profetas em nosso país seria tentar barrar o projeto de Jesus Cristo baseado na Boa Nova do Evangelho e nos valores éticos e morais de uma sociedade participativa e ativa em suas mudanças, conquistas e sonhos.
Calar os Profetas que denunciam a violência e as diversas formas de morte em nossa cidade, seria crucificar o Cristo na cruz da discriminação, da prepotência, da arrogância e do poder.
Calar os Profetas é negar os ensinamentos de Jesus Cristo. Em outras palavras, Jesus não veio a este mundo para passar a mão na cabeça daqueles que oprimiam os necessitados. Ele veio habitar entre nós para estender a mão para o órfão e para a viúva. Ele veio para honrar o seu Pai acima de leis legalistas, de ritos vazios e atos religiosos desligados da realidade transformando assim a religião em fuga e ópio do povo.
Calar os Profetas é não valorizar uma caminhada baseada na participação popular, em um povo que reza e busca forças na leitura orante na Bíblia. É ainda tentar sufocar a ação do Espírito Santo que age onde quer.
Ao finalizar este artigo, é bom lembrar que também nós calamos os profetas quando pregamos apenas aquilo que todos querem ouvir e esquecemos os principais problemas que nos afligem. Com tal afirmação, quero dizer que a reflexão das nossas comunidades devem ser realistas com um pé na Bíblia e outro no chão fazendo esta ligação entre fé e vida.
Jesus sorria? Eis a dúvida de muitas pessoas.
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Claro que sim! Temos notado que muitas pessoas têm dúvidas se Jesus sorria, pelo simples fato de não estar relatado na bíblia (pois na bíblia menciona que ele chorou).
Ora, venhamos e convenhamos: quem até os seus 33 anos idade nunca sorriu ou tenha dado uma gargalhada nesta vida?
Jesus viveu nesta terra na condição humana, menos o pecado. Quando dizemos na condição humana significa também sorrir, rir, chorar, sentir fome, cansaço, sede e frio.
E tem um detalhe: Jesus participava de festas, tomava vinho, sentava-se com publicanos e pecadores, ou seja, era um de nós! Fala a verdade no seu coração agora, dificil é não mostrar os dentes nestas ocasiões!
Vamos citar alguns trechos bíblicos que mencionam ocasiões em que Jesus se alegrava, e portanto, sorria:
(Mateus 11 - 18:19): Jesus disse: "Porquanto veio João, não comendo, nem bebendo, e dizem: tem demônio. Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos".
(Lucas 10:21): "Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve."
(Salmo 2:4): "Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles."
Por que Jesus não iria sorrir? Se houve a necessidade dos apóstolos de citar o choro de Jesus, podemos afirmar, com toda a certeza, que Ele se destacou neste momento do choro, como alguém alegre e que também poderia chorar como qualquer outra pessoa.
Também podemos citar outra passagem bíblica no momento em que Jesus, após a ressureição, pediu para as mulheres que o viram primeiro, avisarem os seus discípulos para eles O encontrarem no monte da Galiléia. Como vocês acham que foi o encontro? Que Ele os recebeu sério, sem emoção alguma? Com certeza, o encontro com seus discípulos, após a sua ressureição, foi muito emocionante, com direito a choro, risos e muitos abraços para com o Divino Mestre! Até porque os discípulos conviveram com Jesus por três anos e eles o amavam!
Há uma outra passagem bíblica, onde Jesus Cristo repreendeu os apóstolos por não deixar as criancinhas se aproximarem Dele (Lucas cap. 18, 15:17). Caro leitor, você acha que aquelas crianças não conseguiram tirar um sorriso dos lábios de Jesus? Não dá para imaginar que Jesus ficou sério o tempo todo vendo as crianças ao seu redor; com certeza ele se alegrava e muito com os pequenos!
Na minha opinião, Jesus Cristo além de sorrir, também tinha um bom humor. Lembram daquela passagem em que Jesus encontra a mulher samaritana perto de um poço e pede água a ela? (João 4:5-30) Em um dos trechos, Jesus diz a mulher: "Vai, chama o teu marido e vem cá". Ao que ela responde "Não tenho marido" e, logo em seguida, Jesus diz o seguinte: "Disseste bem: não tenho marido, porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade." Tenho absoluta certeza que, nesta passagem bíblica, Jesus usou de uma certa dose de humor para mostrar à mulher samaritana que Ele sabia o que se passava na vida dela.
A bliblia relata que uma grande multidão seguia Jesus, pois gostavam de ouvir os Seus conselhos e de receber os seus milagres! Até alguns dos fariseus se tornaram seus discípulos (José de Arimatéia e Nicodemos). Para onde Jesus ia, a multidão o seguia, como ovelhas sem pastor. Caro leitor, cá entre nós, quanto tempo você aguentaria ficar perto de uma pessoa mal-humorada? você acha que alguém carrancudo o tempo todo, com o rosto de expressão fechada iria cativar e conquistar o coração daquelas pessoas?
Portanto, Jesus sorria e com certeza ria também, embora não esteja escrito, mesmo porque a Biblia não é um livro de comédia.
Elias Peregrino em Sabará-MG...
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CD- LEVANTA ELIAS: Divulgação.
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São Romero no próximo Sínodo dos Bispos?
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As informações de que o Papa Francisco está considerando não só dedicar sua próxima encíclica, mas também o próximo Sínodo dos Bispos, aos problemas da guerra e a paz, apresentam a possibilidade de que um sínodo deste tipo poderia coincidir com uma futura canonização de Dom Romero. O Papa Paulo VI, autor da Humanae Vitae foi beatificado em concordância com o Sínodo de 2014 e os pais de Santa Teresa de Lisieux foram canonizados em concordância com o Sínodo do 2015, dada sua conexão com as questões da família, em jogo nesses sínodos. Quem melhor para mostrar a reação da Igreja à guerra e a paz que o arcebispo que se tornou mártir ao tentar deter uma guerra civil, em fins do século XX?
A reportagem é publicada por Super Martyrio, 28-04-2016. A tradução é do Cepat.
O Papa quer dedicar o próximo Sínodo dos Bispos ao tema da paz. Após o tema da família, ao qual Francisco dedicou a debate durante os dois últimos Sínodos, e que levou à formulação do documento Amoris Laetitia, é o tema da paz universal – inteirou-se ANSA – o que o Pontífice mais deseja, e que gostaria que fosse tratado na próxima assembleia sinodal, envolvendo os bispos do mundo. O tema foi discutido nos dias 18 e 19 de abril, no Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo, com a presença do Papa.
Dom Romero foi beatificado em maio de 2015. A Igreja está reunindo evidências de milagres realizados por sua intercessão para preparar o caminho de sua canonização, com a esperança de que poderia ocorrer em ou antes de 2017, o centenário do nascimento de Romero. Um marco de tempo deste tipo também poderia coincidir com o próximo sínodo, que ainda não foi programado formalmente.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
ACREDITE! ESTE ARTIGO É DE UM PADRE: Campanha da Fraternidade, um desabafo sacerdotal.
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Pe. Cleber Eduardo dos Santos Dias.
Este texto está assegurado pela a Constituição Federal, Artigo 5º ” IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; ” e também pelo Código de Direito Canônico, cânon 212 § 2: “Os fiéis têm o direito de manifestar aos Pastores da Igreja as próprias necessidades, principalmente espirituais, e os próprios anseios.” e § 3: “De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, tem o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos Pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os Pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, dêem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis.”
Portanto, escrevo aos leitores, certo de que entre eles, alguns de nossos bispos também o lerão. Já aviso de antemão que qualquer comentário pejorativo aos Senhores Bispos será sumariamente apagado, não porque alguns não o mereçam, mas porque o meu perfil não é um lugar para bate-bocas de comadres de vila. Uma coisa é discordar, outra fazer estrepolias de moleques. Quem discorda do que escrevo ou vê de forma diferente tenha a hombridade de o fazê-lo dentro da educação e polidez de gente civilizada e de usar seu nome próprio. Se discorda, coloque seus argumentos e iniciemos um debate.
Centenas de católicos escrevem-me diariamente sobre sua inquietação e perplexidade com mais uma Campanha da Fraternidade (CF). Discutir saneamento básico, esgoto e políticas da água dentro das igrejas parece-lhes – e parece-me – totalmente fora da realidade. Dentre as dezenas de razões para o rechaço a mais ouvida é que a CF tem o intuito de desviar o espírito da Quaresma para ocupar cátedras e púlpitos para uma pregação meramente social e política, quase sempre alinhada ao bom-mocismo do politicamente correto transformando a Igreja Católica em mais um ONG “engajada”. Atitude esta condenada pelo Papa Francisco….
Dizem os perplexos e inquietos que, para os promotores da CF 2016, é mais importante discutir sobre esgoto e água que tratar sobre a proteção da vida nascente e o pecado hediondo do aborto, mais importante cuidar do córrego sujo que do manancial de sangue dos milhares de cristãos, católicos ou não, perseguidos não só na Síria pelos muçulmanos, mais importante que banir e entregar à justiça canônica e civil sacerdotes pedófilos, mais importante que cuidar dos inúmeros casos e denúncias sobre a péssima formação sacerdotal e a corrompida doutrina instilada nalguns seminários e servida à mão-cheia nos púlpitos, mais importante que suspender sacerdotes que não temem desfilar com bandeiras partidárias e bonezinhos de sindicatos, partidos políticos e do MST, mais importante que se levantar contra a eugenia que se instala contra os prováveis e futuros microcéfalos, mais importante que limpar e sanear a PJ de todo a doutrina marxista que está às claras.
Quando um padre se levanta contra estas questões candentes ele é tachado de “não está em comunhão com a Igreja” ou, “não está em comunhão com a Diocese” ou “não está em comunhão com o presbitério”. Conversa fiada de que detêm o poder, mas não detêm a razão. Senhores… o mal e o pecado continuam ser mal e pecado mesmo que todos digam que não.
O que ocorre com tal padre, na melhor das hipóteses é ostracizado pelos colegas, na pior é suspenso do uso de ordens. VEREMOS o que lá vem para mim. Só não sei porque tantas pessoas falam dos padres e bispos bons que se calam… terão medo de quais represálias os assim chamados “bons” bispos? A não promoção à uma diocese “melhor”, à não promoção a algum arcebispado, um título cardinalício? Consultando minha consciência e os ditames da Santa Igreja a quem sirvo vejo-me na obrigação de esclarecer aos fiéis algumas coisas:
– Há uma dezena de anos atrás constatou-se que quem comandava as cordinhas da CNBB eram seus assessores, todos sem exceção alinhados ao socialismo- comuno-psolista-petista.
– Nos dias atuais já não se pode culpar os assessores uma vez que, com a clareza do sol do meio dia, até um cego vê o alinhamento majoritário dos bispos a todo esquerdismo militante. Basta recordar o episódio no ano de 2014 da morte do líder do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, pranteado na página da CNBB pelo então Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo U. Steiner, como “Exemplo de cristão na política”. Para quem acompanhou o desenrolar do caso nas redes sociais viu as milhares de mensagens condenando tal pranto por defunto tão vil. Era muita vela pra pouco defunto. Plínio de Arruda Sampaio era defensor aguerrido do Aborto, do coletivismo, do estatismo comunista e de todas as mazelas intrínsecas ao comunismo já condenado pela Igreja. Para Dom Steiner era um modelo de cristão. Para os demais bispos… ficaram todos caladinhos e acovardados ou compactuaram com o cristianíssimo Dom Steiner, cuja noção de cristão deve ser algo sui generis. Dom Steiner, como todo bom democrata socialista mandou apagar das redes sociais todos as centenas de comentários que o denunciavam….A título de exemplo, a nota pranteadora de Dom Steiner ainda está lá no site da CNBB, limpinha de comentários (http://www.cnbb.org.br/index.php…).
Em a grande maioria das paróquias os católicos ouvirão disparates na Oração dos Fiéis como: “Rezemos para que o poder público dê os devidos cuidados ao saneamento… etc… etc”. Ora, ora, ora…os dirigentes da CNBB sabem muito bem que os atuais mandatários e a mandatária maior do país só foi eleita com sua ajuda…. se não se recordam, refresco-lhes a memória… quando da necessidade da fundação do partido no poder usou-se o povo católico como massa de manobra para colher assinaturas, sabem muito bem que têm um canal privilegiado junto ao famoso Gilberto de Carvalho direto com a Presidência da República, vulgo “seminarista”. Bastaria agora, na questão do saneamento público, do acesso à agua, da situação calamitosa e indigna dos hospitais e da roubalheira generalizada, colher assinaturas citando e cobrando quais inicitivas e entregar aos poderes públicos. Não creio que um só católico que seja não aceitaria assinar. o próprio volume de assinaturas poderia ser levado ao Congresso para propor e agilizar pautas verdadeiramente sociais.
Quando foi pra conseguir assinaturas para a Reforma Política proposta por entidades de esquerda e ONGS esquerdistas patrocinadas com dinheiro público a CNBB não teve vergonha nenhuma de fazer correr nas paróquias as listas para as assinatura e em quantas missas os senhores párocos fizeram verdadeira campanha pela tal Reforma Política. Baste o gesto lacaio e subserviente da visita da presidência da CNBB à Presidente num sinal de “estamos juntos, companheira!”. Da mesma CNBB não se vê uma linha de apóio explícto ao Judiciário que tenta desmantelar a quadrilha que se instalou e só lá está por apoio implícito e explícito de tal entidade.
Voltemos ao nosso… quais os limites da ação da CNBB e de aceitação da CF?
Recordo a todos que:
1) A CF é uma iniciativa anual da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB).
2) A CNBB como qualquer Conferência de Bispos no mundo inteiro não é orgão da Igreja Católica, não a dirige. Os dirigentes da Igreja Católica são respectivamente cada um dos Bispos diocesanos em suas dioceses. O Arcebispo Primaz do Brasil que é o Arcebispo de São Salvador da Bahia detêm o título honorífico e pode sim convocar um Concílio Plenário para sanar as mazelas, incluindo as da CNBB. Em cada Província Eclesiástica o arcebispo detêm o poder de convocar os bispos das dioceses sufragâneas e presidir o Concílio Regional para sanar as mazelas locais. Por os senhores Primazes e Arcebispos faltarem com seu papel é que a CNBB tomou para si suas funções.
3) A CF é uma proposta, não uma imposição. Para que algo que ela tenha decidido se torne obrigatório a todos os católicos é necessário que todos estes pontos sejam observados: a) Aconteça uma Assembléia Geral na qual a questão é decidida e não seja a decisão de uma comissão delegada, b) haja o consentimento de todos os bispos (não tem nenhum valor a decisão de uma comissão ou de um grupo restrito, c) sejaredigida uma Ata na qual conste o conteúdo e o consentimento de todos os bispos, d) Tal Ata seja enviada ao Papa que a aprova ou não, e) Somente então a decisão passa ter valor de lei.
4) Portanto nenhum presbítero (padre), diácono, leigo e até mesmo bispo, se não concorda, tem de dar seu assentimento e implantação em sua paróquia ou diocese da CF se antes ela não seguiu os trâmites para se tornar lei geral e comum. E isto não significa que não se está em comunhão com a Igreja, apenas que não se concorda com uma proposta da CNBB que é um orgão de reunião de bispos, não da Igreja.
5) Minha opinião particular, resguarda pela Constituição Federal e pelo Código de Direito canônico: Qualquer bispo com o mínimo de noção e conhecimento deveria dizer “aqui em minha diocese não haverá CF este ano”. Qualquer padre, com as mesmas condições, também. Os leigos já não suportam mais tal situação e dizem: “CNBB: Devolva-nos a nossa Quaresma”. Se os pastores não ouvem e não cuidam do rebanho vão acabar por perdê-lo… CNBB..Senhores Bispos, Senhores padres… não dá mais! Até quando irão tapar o sol com a peneira? Até quando iremos fazer de conta que a CF está aí e só afasta cada vez mais os fiéis? Vamos ficar ainda mais em cima do muro? Digamos as coisas às claras, sejamos homens não subservientes e rastejantes ao erro.
6) Os católicos deveriam também pedir uma auditoria de todas as entradas financeiras às coletas nacionais e, maximamente, do chamado Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) cujos próprios relatórios demonstram que o dinheiro dos fiéis, salvo honrosas e diminutas somas, é injetado em ONGs e sindicatos. Não se trata de algo interno, o FNS recebe uma contrapartida do BNDES… portanto passível de uma séria investigação do Ministério Público.
7) Por último, cuidar sim da nossa casa comum, cuidar do meio ambiente, sim, lutar por vida digna e qualidade de vida dos mais pobres, sim; mas não antepôr questões temporais àquelas que dizem respeito à salvação. A figura deste mundo passa (1Cor 7, 31) e o que vale ao homem ganhar o mundo e perder a sua vida? (Marcos 8, 36). Não devemos nos conformar com este mundo, mas renovarmo-nos pela conversão a Deus e não às criaturas (Romanos 12, 2), pois são os pagãos que se preocupam com as coisas deste mundo: ” Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso.” (Mateus 6, 31-32)
Fonte: https://fratresinunum.com
I-FESTIVAL DE MÚSICA: Ensaio.
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Francisco abre o caso da infalibilidade do Papa
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No dia 27 de abril, Hans Küng comunicou ao mundo que o Papa respondeu ao apelo por ele lançado anteriormente de que abra a possibilidade da discussão sobre o dogma da infalibilidade. A reportagem é de de Gian Guido Vecchi, publicada por Corriere della Sera, 28-04-2016. A tradução é de Benno Dischinger.
Hans Küng narra que a carta de Francisco, com data de 20 de março, lhe foi entregue através da Nunciatura de Berlim. Uma carta “que responde à minha solicitação de uma livre discussão sobre o dogma da infalibilidade” do Papa.
“Respondeu-me de maneira fraterna, em espanhol, dirigindo-se a mim como ‘Lieber Mitbruder’, caro coirmão, e estas palavras pessoais estão em cursivo”, narra Küng. O grande teólogo suíço “pela reserva que devo ao Papa” não cita frases do Pontífice. Mas diz que “Francisco não fixou nenhum limite à discussão”, que “apreciou” as suas considerações.
Com mal disfarçado estupor faz notar quanto seja “para mim importante” o fato que tenha respondido pessoalmente e, sobretudo “não tenha deixado, por assim dizer, cair no vazio o meu texto”.
E, com efeito, o texto, dirigido a um Pontífice, era exigente: “Imploro ao Papa Francisco, que sempre me respondeu de modo fraterno: receba esta ampla documentação e permita na nossa Igreja uma discussão livre, sem prevenção e aberta sobre todas as questões não resolvidas e removidas, ligadas ao dogma da infalibilidade. Não se trata de banal relativismo, que mina os fundamentos éticos da Igreja e da sociedade. Nem de rígido e insulso dogmatismo ligado à interpretação literal. Está em jogo o bem da Igreja e do ecumenismo”.
Küng o havia tornado público, traduzido em várias línguas, aos nove de março.
Por ocasião do octogésimo aniversário, “como teólogo no fim dos meus dias, baseado e com uma profunda simpatia por você e pela sua ação pastoral”, o pensador suíço havia relançado “um apelo que por diversas vezes lancei inutilmente no decurso de uma discussão de várias décadas”.
Francisco jamais falou do dogma da infalibilidade, sancionado pelo Concílio Vaticano I e por Pio IX aos 18 de julho de 1870. De resto, ninguém além Tibre considera que alguéns tenha pensado de pô-lo em discussão.
Bergoglio é o Papa da sinodalidade, mas tem bem presentes as prerrogativas do Pontífice, que elencou num discurso memorável aos 18 de outubro de 2014, no final do Sínodo, citando o Código de Direito Canônico: o Papa é “o garante da obediência e da conformidade da Igreja à vontade de Deus, ao Evangelho de Cristo e à Tradição da Igreja, pondo de parte todo arbítrio pessoal, embora sendo – por vontade do próprio Cristo – o “Pastor e Doutor supremo de todos os fiéis” (cânone 749) e embora gozando “da potestade ordinária que é suprema, plena, imediata e universal na Igreja” (cânones 331-334)”.
Diferente é dizer que Francisco não tenha posto “nenhum limite à discussão”, como refere Küng. Também porque se trata do dogma talvez mais mal entendido, além de debatido. O Concílio Vaticano I não disse de fato, como muitos acreditam, que o Papa é infalível pura e simplesmente. O Papa é um ser humano e a primeira coisa que Bergogliodisse no conclave, logo após a eleição, foi: “eu sou um pecador”.
Após longas discussões, em 1870 se estabeleceu que o Papa é infalível somente “quando fala ex cathedra, isto é, quando exerce o seu supremo ofício de Pastor e Doutro de todos os cristãos, e em força do seu supremo poder Apostólico define uma doutrina sobre a fé e os costumes”. São casos raríssimos, como quando, em 1950, Pio XIIproclamou solenemente a Assunção de Maria ao céu. Mas a extensão da infalibilidade continua debatida entre os teólogos. A posição de Küng é clara: quereria aboli-la o pelo menos submetê-la a uma revisão radical.
Já o simples fato que Francisco não tenha posto um limite à discussão, escreve, é uma bela notícia: “Penso que seja agora indispensável utilizar esta nova liberdade para levar em frente a reflexão sobre as definições dogmáticas, que são motivo de polêmica no interior da Igreja católica e em sua relação com as outras igrejas cristãs”.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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