Eu sei que vou morrer...
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Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista
Rio de Janeiro, 21 de outubro-2017.
O cansaço chega, os sintomas no corpo anunciam
A irmã morte se aproxima com uma certa rapidez
Vejo os dias sob um outro olhar e contemplo o outro lado
Sinto uma paz interior, corro para fazer o bem
Não tenho medo e não tenho tempo, quero apenas esperá-la
Eu sei que vou morrer.
Olho no túnel do tempo e me vejo criança
Sinto que vivi sem neuras nem arrependimento
Olho no espelho da vida e me vejo adolescente sonhador
Volto na história e encontro-me jovem, sonhador e ativo
Não tenho arrependimento do que fiz, apenas vivi
Eu sei que vou morrer.
Os amigos passaram no meu tempo, o tempo não parou
Construí história, fiz história e brinquei de sonhador
Pulei as injustiças sociais, fui vítima, mas a venci
Abri trilhas e levei pessoas por caminhos de luta
Não tive medo de caminhar, mesmo chutando pedras
Eu sei que vou morrer.
Na religião busquei forças e no meu Deus encontrei respostas
Não fiquei aprisionado a doutrinas mortas e ultrapassadas
Pulei os muros do preconceito e encontrei novos caminhos
Sofri com o crucificado e ressuscitei no terceiro dia
Gritei contra a morte, mas ela agora se aproxima
Eu sei que vou morrer.
Deparei-me com amigos e com eles fui feliz
Estendi a mão para os estranhos e fui machucado e pisado
Falei de amizade e fui traído, joguei flores e colhi espinhos
Corri contra o tempo e fui aprisionado
Não sofri por opção, mas por amor a minha história
Eu sei que vou morrer.
Na família encontrei-me, no mundo cresci
Na religião busquei Deus, no ser humano vi Deus
Nos livros conheci o mundo, no mundo vi os livros
Na oração busquei a paz, na paz senti a oração
Não tive grandes inspirações, apenas contemplei a vida
Eu sei que vou morrer.
DIÁRIO DE VIAGEM... Em Governador Valadares-MG.
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DIA DA PADROEIRA DAS MISSÕES, SANTA TERESINHA: "Uma Igreja que não é Missionária ou está doente ou está morta". São João Paulo II. Alagoas aqui vamos nós! Tenho ainda 1.500 quilômetros pela frente. Próxima postagem lá pelas 18hs.
(7h da manhã em Governador Valadares-MG. Após café, hora de botar o pé na estrada)
DIÁRIO DE VIAGEM: 1ª Parada
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DIÁRIO DE VIAGEM: Saindo do Rio.
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COMUNIDADE CAPIM: Convite
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PARA O PÓ VOLTAREMOS.
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Frei Petrônio de Miranda, Frade Carmelita.
Por que a rivalidade e a disputa por bens na família
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que mentimos e ferimos o nosso próximo
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que não perdoamos a quem nos ofendeu
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que somos insensíveis diante da miséria
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que não somos caridosos e misericordiosos
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que não vivemos plenamente cada segundo
Se amanhã para o pó voltaremos?
Se Deus vai nos chamar amanhã e voltamos a ser pó
Por que não sermos promotores da alegria e da vida?
Se a irmã morte vai bater em nossa porta
Por que não seguimos o exemplo da família de Nazaré?
Se para Jesus Cristo levamos apenas o amor
Por que gostamos de acumular bens e tranqueiras?
Se o que vale diante de Deus é o bem que fizemos
Nós somos seres criados para amar e ser feliz
Por que insistimos em ser tanques de guerra?
Nós necessitamos de carinho e atenção
Por que as vezes parecemos um pit bull?
Por que não somos justos com os nossos funcionários
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que levantamos falso testemunho
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que nos digladiamos na arena do poder
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que não usamos da política para o bem comum
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que alimentamos o ódio e a inveja onde trabalhamos
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que somos racistas e desumanos em nossas relações
Se amanhã para o pó voltaremos?
Nós temos apenas uma vida para ser vivida
Por que não a vivemos plenamente?
Nós temos apenas um amor para ser amado
Por que o nosso próximo não é amado?
Nós temos apenas dois olhos para contemplar o criador
Por que transmitimos o ódio e a tristeza?
Nós temos apenas duas mãos para levantar os caídos
Por que ferimos o nosso próximo usando a violência?
Nós temos apenas um segundo para mudar de vida
Por que somos arrogantes e continuamos no erro?
Nós temos apenas uma vida para bendizer ao Criador
Por que não aceitamos a ação de Deus em nosso viver?
Por que abandonamos amigos em nome do poder
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que somos infiéis com a nossa família
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que destruímos a mãe natureza polindo os rios,
Por que somos promotores da guerra onde passamos
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que usamos da mentira para subir na escala social
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que não buscamos o sagrado
Se amanhã para o pó voltaremos?
Por que meu Deus, por quê!?
Eu não quero este Jesus Cristo.
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Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ.
Eu não quero este Jesus Cristo que fala alto nos palanques e na TV, corre, condena, grita e transforma a sua mensagem em poluição audiovisual. Não, o meu Jesus não é o Jesus do marketing, dos grandes shows, da corrida pelo ibope. Ele não é fashion, não tem cor. Ele ultrapassa as religiões, os ritos, os dogmas, ama a todos sem pré-conceitos, fala pouco, perdoa, contempla e ora. Passa na brisa suave e mora nas favelas, nas florestas, nos morros, nas montanhas e no silêncio da madrugada triste das penitenciárias, dos abrigos e das casas de recuperação dos drogados.
Eu não quero este Jesus dos templos televisivos. Não, o meu Jesus Caminha com o mendigo no silêncio da noite, sorri com o ancião abandonado em um asilo, dorme com os menores nos viadutos das grandes metrópoles. Silencia na dor dos índios, na saudade dos migrantes, nas alegrias e tristezas do agricultor. Ele ressuscita na luta de cada comunidade, no grito dos homossexuais espancados, das prostitutas, travestis, das lésbicas e drogados. Sim, o meu Jesus é trindade e se faz presente em cada grupo social na marcha contra os políticos corruptos e desumanos.
Eu não quero este Jesus Cristo competitivo no mercado financeiro da marca Bombril, com mil e uma utilidades. Eu fujo do sagrado comercial e sexualmente sedutor, consumido e comido nas fartas mesas do sistema econômico. Não, o meu Jesus não tem preço ou marca, Ele não se queima, não se corrompe e não se vende. Ele é frágil, humilde, carinhoso, misericordioso, manso, pequenino e só os puros de coração poderão ver e contemplá-lo.
Eu não quero este Jesus Cristo pop estar estampado nas camisetas, disputando espaço com a Madonna, o Pelé, o Justin Bieber, o Neymar, a Lady Gaga e todos os artistas e personalidades mundiais. Não, o meu Jesus não gosta de ser reconhecido. Ele não é o super-homem, ao contrário, foi condenado e crucificado em uma cruz. O meu herói caminha com os presos políticos, com os mutilados, desesperados e sedentos de paz e igualdade social.
Eu não quero este Jesus Cristo do cinema 3D, HD e digital que enriquece empresários do sagrado e transforma os seguidores em fanáticos. Não, o meu Jesus não tem tablet, aiphone ou iPad. Ele vive escondido em um pequeno casebre castigado pelas enchentes, sofre com a seca, as chacinas, a prostituição infantil e as epidemias, chora com os aidéticos e vive a procura de um pedaço de terra e de um teto para morar. Ele é o mesmo de ontem, de hoje e de sempre, porém, muitos não o aceitam, não o procuram e fecham os olhos para não o ver.
Dizem que o Padre é um Pai...
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Dizem que o Padre é um Pai...
Por Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista.
Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 13 de agosto-2017, dia dos pais.
Pode até ser um pai espiritual.
Mas pai é aquele que acorda com o choro da criança
Fica preocupado com a mensalidade escolar
Fica desesperado quando perde o ganha pão
Se alegra e chora com as conquistas e derrotas diárias.
Pode até ser um pai espiritual.
Mas pai é aquele que sacrifica a vida para salvar os filhos
Traça uma verdadeira batalha contra as drogas e a violência
Protege, acaricia e defende o lar como um verdadeiro tesouro
Não apenas educa, mas procura ser exemplo de seguimento.
Pode até ser um pai espiritual.
Mas pai é aquele que constrói a casa pensando nos filhos
Encontra caminhos alternativos na crise econômica
Pai é aquele que joga futebol e sorrir com os filhos
Está sempre presente, mesmo nas distancias geográficas
Pode até ser um pai espiritual.
Mas pai é sempre um herói, mesmo sem poderes
Acorda de madruga e dorme altas horas para pôr o pão na mesa
Perdoa e acolhe aqueles que optarem por outros caminhos
Nãos os vê como pecadores, mas como presença amorosa de Deus.
Pode até ser um pai espiritual.
Mas pai é aquele que deixa a sua pátria em busca de novo lar
Se joga no mercado da competitividade pensando no amanhã
Enfrenta o caos da cidade grande, mas não desiste da vida
Usa de amor, misericórdia e compaixão quando os filhos erram.
OLHAR VOCACIONAL-14.
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OLHAR VOCACIONAL-12.
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Através de uma linguagem simples e direta, o Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista, direto do Rio de Janeiro- Praia do Botafogo- fala sobre o verdadeiro sentido da vocação religiosa e sacerdotal. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 13 de agosto-2017.
OLHAR VOCACIONAL-09
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OLHAR VOCACIONAL-08.
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OLHAR VOCACIONAL: Frei Petrônio.
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