ORDEM DO CARMO: Ordenação-04.
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ORDEM DO CARMO: Ordenação-03.
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ORDEM DO CARMO: Ordenação-02.
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ORDEM DO CARMO: Ordenação-01.
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ORDENAÇÃO: Bastidores-02.
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ORDENAÇÃO: Bastidores-01.
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Sábado 9: Olhar do dia.
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OLHAR DO DIA: Não é Missa da idade média... É a Igreja do Carmo Sion, Belo Horizonte- MG.
TRÍDUO DA ORDENAÇÃO: 3ª NOITE-01
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FREI ADAILSON: Convite.
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FREI THIAGO E MARLOM: Convite.
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ORDEM TERCEIRA: Formação.
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ENCONTRO DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO EM SÃO PAULO: Convite. (DIAS 16 e 17 de setembro no Convento do Carmo da Bela Vista, São Paulo. Informação e inscrição: Paulo Daher, Angra dos Reis. Tel. 24-33650045 ou 24- 988284743, E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.)
Dom Frei Wilmar Santin, Carmelita: Encontro com o Papa.
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OLHAR DO DIA-02: Encontro e almoço com o Papa Francisco na Casa Santa Marta, Roma. 04/9/2017 (Dom Frei Wilmar Santin, Carmelita. Bispo da Prelazia de Itaituba-PA. Fonte: Facebook. DIVULGAÇÃO: www.olharjornalistico.com.br
OLHAR DO DIA: Encontro e almoço com o Papa Francisco
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Encontro e almoço com o Papa Francisco na Casa Santa Marta, Roma. 04/9/2017 (Dom Frei Wilmar Santin, Carmelita. Bispo da Prelazia de Itaituba-PA. Fonte: Facebook.
NOVA MISSÃO: Frei Reinaldo.
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*O FILHO QUE REZA: O Terceiro Carmelita
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Não seria surpresa se alguém desejasse tornar-se Terceiro Carmelita para gozar do tesouro dos favores, privilégios e indulgências, que a bondade materna da Igreja concedeu a Ordem Terceira do Carmo. Todas as almas desejam ardentemente tais privilégios! Mas entrar na Ordem Terceira exclusivamente para isto não seria coisa de todo louvável. Não! Porque assim não se estaria indo ao encontro das intenções da Igreja. Os bens espirituais, que Ela concedeu à Ordem Terceira do Carmo são manifestos sinais do especial apreço, em que tem esta família predileta, por causa do particular cultivo da oração, que na Ordem Terceira se professa.
A Igreja reza. Ela, Esposa de Cristo, não pode viver sem o Seu Esposo Divino; para viver tem de estar sempre unida a Ele como os ramos à videira, como os membros do corpo à cabeça. Os Seus pensamentos, portanto, os seus afetos estão sempre voltados para Jesus: Ela reza!
A oração é a manifestação mais genuína da Sua união de vida com Jesus. Unida com Jesus, Filho de Deus, sente como Jesus que precisa do Pai, e ainda é na oração que a Igreja dá livre expansão ao seu amor de Filha, gozando da doce intimidade com o Pai. É por isso que a Igreja sempre está em oração, nas suntuosas Basílicas, nos austeros Conventos e Mosteiros, pela voz dos seus sacerdotes, dos seus Filhos e Filhas consagrados ao serviço divino. Quem se une a este imenso coro de "orantes", à Igreja que reza, goza de suas maternais predileções.
O Terceiro Carmelita é precisamente para isto que é chamado: viver a vida de oração como a vive o Carmelo na Igreja. Para o Terceiro do Carmo, como para todos, rezar é necessário para que possa viver a vida da graça. Reza, portanto, para viver; mas também é chamado a viver para rezar.
Como alguém deve alimentar-se para poder viver- mas há também daqueles que vivem para comer!- assim, para o Carmelita Terceiro a oração não é apenas um meio para conservar-se na graça de Deus, para viver, mas constitui a ocupação preferida, o repouso da mente e do coração, o espírito animador de todas as suas ações no seio da família, no meio da sociedade.
Filho da Igreja, o Carmelita Terceiro tem o dever especial de viver a vida da Mãe e Esposa de Jesus que ora ao Pai: no segredo da sua alma adora sempre a Deus Pai, não cessa de agradecer-Lhe, a Ele se oferece como vítima em reparação dos pecados e pede-Lhe graças para todos os irmãos.
A Santa Madre Igreja tem predileção pelo Terceiro Carmelita, por ser o filho que reza.
*Texto da revista, “Il Monte Carmelo”, 1947.
As Monjas Carmelitanas
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Frei Joseph Chalmers O. Carm. Ex-Prior Geral da Ordem do Carmo.
As Constituições das monjas carmelitanas afirmam: “Desde sua chegada à Europa, no século XIII, a Ordem tinha algumas mulheres unidas a seu espírito de modo particular e que logo consagraram suas vidas com os mesmos votos religiosos que os homens da Ordem faziam então. O documento papal ‘Cum Nulla’ de Nicolau V (1452), ao aprovar uma situação já existente, estabeleceu os fundamentos para um desenvolvimento sistemático do ramo feminino do Carmelo, de modo que a ‘Bem-aventurada Mãe de Deus’ pudesse ser venerada pelas religiosas assim como era pelos homens da Ordem” (Const. 19 citando uma carta das monjas de Ten Elsen ao Bem-aventurado John Soreth de 14 de outubro de 1453, em AOC, 11 (1940-42), 41). Aos poucos surgiu um movimento mundial de mulheres dedicadas em servir a Deus e ao próximo, vivendo uma alegra vida de oração e de penitência. Este modo de vida produziu muitas santas mulheres, a maioria desconhecida, exceto para Deus. Contudo, a mais famosa filha do movimento enclausurado carmelitano é a grande Santa Tereza de Jesus. Ela retomou os elementos tradicionais e, com grande originalidade, retrabalhou-os em suas muitas fundações. Vivendo numa era de grande efervescência e transformações, ela incorporou o melhor do passado numa visão nova e criativa da vida contemplativa, uma visão que influenciou todas as monjas carmelitanas. Na verdade, todos os carmelitas olham para Santa Tereza como uma fonte sem-par de inspiração e guia para a vida espiritual. Nas Constituições das monjas, as palavras de Santa Tereza são usadas para expressar o chamado que receberam de Deus: “sentimo-nos ‘chamadas à oração e à contemplação. Este chamado explica nossa origem. Somos descendentes dos homens que sentiram este chamado, daqueles santos padres no Monte Carmelo que em profunda solidão e desprezo pelo mundo, buscaram este tesouro, esta pérola preciosa de contemplação’ (Santa Tereza de Jesus, O Castelo Interior, V, 1, 2)” (Const. 61).
As monjas carmelitanas enclausuradas lembram a toda a Igreja as exigências absolutas do amor de Deus. Elas deram uma resposta radical ao chamado de Deus doando inteiramente suas vidas à oração. O objetivo deste modo de vida é a contemplação. Por isso mesmo, as monjas enclausuradas são muitas vezes chamadas de “monjas contemplativas”. A contemplação está no coração do carisma carmelitano. Vivendo desta maneira radical, elas dão testemunho da centralidade da contemplação para todos os carmelitas, e suas vidas silenciosas são testemunho ao mundo de que apenas Deus é suficiente para responder aos desejos infinitos do coração humano.
Ao longo do tempo encontramos muitos modos de compreender a contemplação. Às vezes ela foi confundida com certas experiências extáticas e emocionais na oração. A contemplação pode ou não incluir tais experiências mas, muitas vezes, parece desenvolver-se num ambiente de trevas e de aridez. Uma contemplativa tem um relacionamento maduro e íntimo com Deus. Os relacionamentos humanos que chegam à verdadeira intimidade passaram por diversos estágios e os dois lados amadureceram. É claro que no relacionamento humano-divino, Deus nunca muda, mas nós sim e realmente devemos mudar. Os relacionamentos humanos podem nos ensinar muito sobre nosso relacionamento com Deus, mas eles têm seus limites. É Deus quem nos procura e convida para nos guiar na jornada de transformação para o grande objetivo da vida humana que é a união com Deus, onde nos tornamos semelhantes a Deus. A vida na clausura carmelitana é totalmente concentrada em responder ao chamado de Deus para crescer neste relacionamento.
Nossa Senhora era uma verdadeira contemplativa no sentido de que sempre estava no mesmo nível que Deus, mesmo se ela nem sempre compreendesse o que estava acontecendo. Ela “conservava no coração todas essas coisas” (Lc 2,51) e buscou a vontade de Deus nos eventos de sua vida. Ela é o modelo para a vida contemplativa.
A Igreja sempre enfatizou a importância do exemplo da Mãe de Deus para as contemplativas. Por exemplo: “As irmãs revivem e perpetuam na Igreja a presença e o trabalho de Maria. Acolhendo a Palavra na fé e no silêncio reverente, elas se colocam a serviço da Encarnação e, unidas a Cristo Jesus em sua oferta de si mesmo ao Pai, elas se tornam cooperadoras no mistério da Redenção. Assim como na sala de cima Maria em seu coração, com sua presença orante, velou pelas origens da Igreja, agora a jornada da Igreja também é confiada ao coração amoroso e às mãos orantes das enclausuradas” (Verbi Sponsa, 4).
Ao longo de sua vida, a freira carmelitana permanece diante de Deus rezando por este nosso mundo tão carente. Na cena do Evangelho descrevendo a festa de casamento em Caná (Jo 2,1-11), Maria é um modelo maravilhoso para a oração da irmã carmelitana. Nossa Senhora disse simplesmente a Jesus: “eles não têm vinho” e depois deixou, confiante, tudo em suas mãos. Suas palavras aos anfitriões da festa: “Façam tudo o que ele mandar”, ecoa ao redor do claustro das irmãs e além dele, para o mundo. Talvez o momento na vida de Nossa Senhora que representa mais perfeitamente a vocação da freira carmelitana é quando ela permanece silenciosamente aos pés da cruz. Seu silêncio foi mais eloqüente que muitas palavras.
Para o carmelita, o profeta Elias também é um grande modelo de vida contemplativa. A Palavra de Deus em primeiro lugar o transformou e, com zelo devorador, ele proclamou esta Palavra a seus contemporâneos. Ele permaneceu diante de Deus, pronto para servir e obedecer a qualquer custo. Elias desafiou o povo a parar de mancar com as duas pernas (cf. 1Reis 18,21) no sentido de servir a dois deuses. Cada ser humano deve fazer uma escolha. O contemplativo está consciente da tentação sutil para evitar todas as implicações de responder ao chamado de Deus e de substituir nossa própria vontade pela de Deus. Aquele que foi consumido pela Palavra de Deus se recusa a aceitar tranqüilamente qualquer tentativa de manipular o nome de Deus para propósitos humanos. No Monte Horeb, Elias estava aberto a encontrar Deus de formas novas e inesperadas e a compreender que Deus está presente mesmo quando tudo diz o contrário (cf. 1Reis 19,9-13). A monja carmelitana tem uma vocação contemplativa e profética. Ela não é chamada a pregar em público, mas o testemunho de sua vida lembra a todos nós da importância de escutar a palavra de Deus na brisa suave ou no silêncio absoluto (1Reis 19,12). Ao ouvirmos sua voz, seremos transformados para sempre.
O objetivo da vida enclausurada, e de todas as regras que a definem, é fornecer as condições ideais para receber a contemplação, o dom sublime de Deus. Por meio do dom da contemplação o ser humano une-se a Deus sendo, portanto, purificado e transformado. Uma contemplativa olha para todas as coisas criadas como se fosse com os olhos de Deus e ama como se amasse com o coração do próprio Deus. Esta não é uma ciência exata e, por isso, os místicos tendem a preferir a poesia à prosa ao tentar descrever esta experiência. A contemplação não é um dom apenas para o indivíduo, mas sim para o mundo. A contemplação transforma de tal maneira a pessoa, que ela passa a ver a partir da perspectiva de Deus. Isto envolve uma profunda conversão do coração principalmente quando o contemplativo percebe claramente a injustiça e a falta de unidade em nosso mundo e esforça-se ainda mais para que os valores do Reino de Deus se tornem uma realidade.
A aventura da vida humana é um processo de crescimento no amor, e uma parte essencial deste processo é a purificação do coração. Sem passar por este processo doloroso, não podemos amar em verdade. A purificação é dolorosa porque através desta noite escura todas as nossas pretensões e ilusões devem sucumbir. Percebemos nas profundezas de nosso ser que vivemos apenas pela graça de Deus. É fácil dizer isso, bem diferente é compreender. Primeiro devemos passar pela noite escura. A noite escura não é uma punição, mas um sinal do amor de Deus por nós e um sinal de que Deus está nos libertando para nos tornarmos o que fomos criados a ser. A escuridão é mais intensa quando o amor de Deus alcança as partes mais íntimas de nosso ser. Quanto mais escura a noite, mais próximo estamos do amanhecer.
O papa elogiou o modo de vida contemplativo e declarou seu grande valor para a Igreja e para o mundo. O valor deste modo de vida é que aqueles, chamados conscientemente a ele, entram num processo de purificação e de transformação. São João da Cruz nos diz, “... é mais precioso aos olhos do Senhor e para a alma e de grande benefício para a Igreja uma única gota de amor puro do que todos os outros trabalhos juntos” (Cântico Esp. B, 29, 2). Um ser humano que foi completamente purificado e de quem a presença de Cristo transparece, pode fazer muito mais do que podemos imaginar. Assim, o mosteiro carmelitano reflete o amor e a presença de Deus no mundo.
As Constituições das monjas carmelitanas tratam desta questão quando dizem: “A monja carmelitana, fiel à rica tradição da Ordem, é de serviço inestimável ao povo de Deus vivendo na presença do Senhor, pela oração ardente e pelo zelo apostólico. Ao imitar Elias, de quem o Carmelo recebe sua inspiração, ela segue o caminho profético como um bem característico, percorrendo um caminho orientado para a vida interior, ouvindo a Palavra de Deus. Ela é uma testemunha especial para o Deus vivo e para as exigências supremas de Seu Reino. Em união íntima com Maria, o livro onde nossa Regra está escrita porque em Maria a Palavra está escrita, a monja se propõe a viver o mistério de sua vida interior e de sua intrínseca união com Deus em Jesus Cristo” (Const. 22). E continuam dizendo: “De fato, uma autêntica vida contemplativa é necessariamente apostólica. Por isso, o espírito apostólico permeia o todo de nossa vida de tal modo que a oração e o sacrifício são animados pelo zelo eclesial e missionário, de acordo com o exemplo de nosso Pai Santo Elias: ‘Tenho tido muito zelo pelo Senhor, o Deus dos exércitos’” (Const. 92).
A vida enclausurada parece ser um mundo muito pequeno e é uma tentação constante, para aquelas que vivem este modo de vida, reduzi-la a isto. Contudo, ela tenciona ampliar o coração da pessoa chamada a este modo de vida de modo que ela possa abraçar o mundo todo. Santa Teresinha de Lisieux exclamou com alegria: “Descobri onde é o meu lugar na Igreja, o lugar que Deus apontou para mim. Ser nada mais que amor, profundamente no coração da Mãe Igreja; isto é, ser tudo ao mesmo tempo” (Man. B, 3v). Ela descobriu sua vocação pessoal e eu penso que esta é a vocação de todas as monjas carmelitas. Tudo que elas fazem, dizem ou pensam no pequeno mundo do mosteiro tem um significado eterno e universal. No passado encorajei um maior contato entre os frades e as monjas para fomentar um senso maior de família entre nós já que somos irmãs e irmãos. Temos um dever sagrado de ajudar-nos uns aos outros de modo prático mas, acima de tudo, de modo que possamos viver nossa vocação em sua plenitude. O modo mais importante pelo qual as irmãs podem ajudar aos outros membros da Família Carmelitana é por meio da oração e do sacrifício diário. A partir de sua perspectiva contemplativa, elas podem nos lembrar de nossa vocação profética comum de dar testemunho do amor de Deus pelos pobres.
Não temos os meios para julgar o valor da oração e como ela ajuda aos outros. É uma questão de fé e sabemos pelos Evangelhos o quanto Jesus valorizava a fé. A oração e o sacrifício de Santa Teresinha pelos outros são bem conhecidos. Ela acreditou que foi apenas o amor que tornou possível para os apóstolos pregarem e para os mártires derramarem seu sangue (Man. B, 3v). Toda Família Carmelitana está unida em oração e, através da oração, abrindo-nos, como apenas ela o faz, à presença e à ação de Deus em nossas vidas.
*RUMO À TERRA DO CARMELO- UMA CARTA DO PRIOR GERAL PARA FAMÍLIA CARMELITANA. 25 de maio de 2002, Festa de Santa Maria Madalena de’ Pazzi.
O Silêncio. (Formação para postulantes carmelitas)
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Frei Emanuele Boaga, O. Carm. e irmã Augusta de Castro Cotta, CDP
Atitude dialogal e o silêncio «sonoro»
«Eu mesmo a seduzirei, conduzirei ao deserto, e lhe falarei ao coração.
Lá lhe restituirei suas vinhas.... e ela responderá como nos dias da juventude»
(Os 2,16-17)
A) Observações e conteúdos
1 - Os assuntos que compõem este tema oferecem elementos básicos para a dinâmica da vida espiritual carmelitana: levando a compreender o tipo do silêncio necessário ao Carmelita e a purificação-união com Deus.
2 - Para introduzir o tema, pode-se ajudar o Postulante a notar algumas situações vivenciais (como se sente quem perde a paz interior, quem vive cheio de paixões, etc) e também próprias do ambiente (como se sente quem vive no barulho constante, quem fala muito e as consequências disto na vida). Exame de como tem sido a própria experiência na casa religiosa (horários e ambientes de silêncio). Oferecer como leitura inicial o nº 21 da Regra do Carmo, comentando-o....
*Leia na íntegra. Clique aqui:
ASSIM NASCEU A ORDEM TERCEIRA DO CARMO: Encontro em Taiuva, São Paulo.
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A Ordem Terceira do Carmo Secular
(Encontro com o Delegado Provincial, Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Taiuva/SP. 20 de agosto-2017)
A Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo surgiu nos fins do século XII e início do século XIII, a partir de um grupo de homens que, atraídos pelo fascínio evangélico dos Lugares Santos “lá se consagraram Aquele que ali havia derramado o seu sangue em uma vida de penitência e de oração. Estabeleceram-se no Monte Carmelo, junto á Fonte de Elias e receberam, a seu pedido, uma Norma de Vida, de Alberto, Patriarca de Jerusalém (1206-1214) que os constituiu em uma única comunidade de eremitas, reunidos ao redor de um oratório dedicado a Maria. Após as aprovações de Honório III (1226) e Gregório IX (1229), Inocêncio IV (1247) completou seu caminho de fundação e, com algumas alterações dessa Norma de Vida, inseriu-os entre as nascentes Ordens de Fraternidade Apostólica (mendicantes) chamando-os a unir à vida contemplativa a solicitude pela salvação do próximo.
Uma vez estabelecidos na Europa, os frades acolheram leigos, junto aos próprios conventos, os quais, de certo modo, foram considerados Carmelitas. Eram chamados “oblatos” ou “donatos”, visto que doavam os próprios bens aos conventos, passando a depender dos mesmos para o seu sustento. Como na sua maioria eram mulheres, havia necessidade de casas próprias. Também eram chamadas “manteladas” pois traziam um hábito semelhante ao dos frades.
Com o tempo estes leigos organizaram-se em grupos homogêneos, com obrigações análogas às dos frades. A primeira aprovação jurídico-eclesiástica foi por meio da bula pontifícia “Cum Nulla“, de autoria do Papa Nicolau V, de 7 de outubro de 1452. Esta bula lançou as bases da Ordem Segunda e Terceira, com várias etapas de desenvolvimento. A bula autoriza os superiores da Ordem a dirigir vários grupos de mulheres e a explicitar o seu gênero de vida. A concessão contida na bula “Cum Nulla”, foi posteriormente explicitada por outra bula, a “Dum atenta” de Sisto IV, de 28 de novembro de 1476. Estes dois documentos pontifícios são a base da hodierna estrutura da Família Carmelitana.
A bula “Cum Nulla” reconheceu a existência de grupos distintos, com votos solenes ou simples. Paulatinamente algumas dessas mulheres, que podiam também viver sozinhas e fora do convento, identificaram-se como o terceiro grupo da Família Carmelita, razão pela qual começaram a ser chamadas “terceiras” Em 1476, o Papa Sisto IV autorizou a Ordem do Carmo a organizar os seus vários grupos de leigos, como as Ordens Terceiras das demais Ordens Mendicantes.
Simultaneamente surgiam confrarias que solicitavam o gozo dos privilégios do Escapulário. O Prior Geral Teodoro Straccio (1636-1642) desejando resolver a situação, criou uma Ordem Terceira de “continentes” na qual os confrades e irmãs emitiam votos de obediência e de castidade segundo o próprio estado, enquanto os demais seculares ingressavam nas confrarias do Escapulário.
Já nos séculos XIX e XX procurou-se favorecer o aspecto “secular” dos terceiros. Esta dimensão atingiu o ápice na Regra aprovada após o Concílio Vaticano II. Hoje, portanto, os seculares são chamados, na especificidade de sua vocação, a iluminar e a dar o justo valor a todas as realidades temporais, de forma que sejam vividas segundo os valores proclamados por Cristo e em louvor do Criador, do Redentor e Santificador num mundo que parece viver e agir como se Deus não existisse. Espera-se que os leigos Carmelitas sejam colaboradores da nova evangelização que permeia toda a Igreja; por isso procurem superar em si mesmos a separação entre Evangelho e vida. Em sua rica atividade quotidiana, na família, no trabalho e na sociedade, procurem restaurar a unidade de uma vida que encontre no Evangelho inspiração e força para ser vivida em plenitude.
Vínculos com o Carmelo
Os membros da Ordem Terceira reconhecem o Prior Geral como pai espiritual, chefe e vínculo de unidade; recebem da Ordem, orientação e estímulo, destinados a promover, fomentar a concretização dos fins da própria Ordem Terceira do Carmo. Contudo se concede aos próprios leigos uma ampla autonomia de iniciativa e de condução da vida das respectivas fraternidades, segundo os próprios estatutos. São eles mesmos que elegem os seus dirigentes, assistidos espiritualmente e ajudados pela disponibilidade paternal de um sacerdote, Carmelita ou não, ou ainda de um frade ou de uma religiosa Carmelita.
O vínculo fundamental do terceiro com o Carmelo é a profissão. Este empenho traduz-se em uma forma de promessa ou, em alguns casos, conforme um antigo costume, com a emissão dos votos de Pobreza, Castidade e Obediência, segundo as obrigações do próprio estado. Deste modo, o terceiro consagra-se mais profundamente a Deus, de modo que possa oferecer-lhe um culto mais intenso.
Mediante a profissão solene o terceiro visa intensificar as promessas batismais de amar a Deus sobre todas as coisas através. Através da pobreza, procura renunciar as ofertas de um mundo consumista onde as pessoas são valorizadas não pelo que são, mas pelo que produzem ou compram. Pelo voto da castidade- segundo o seu estado de vida- valoriza o seu corpo e a sua relação conjugal na família colocando-se no projeto da criação enquanto criação de Deus e não como um objeto de prazer descartável. Já o voto de obediência, procura através da palavra de Deus obedecer a ação do Espírito Santo em sua vida através dos superiores do sodalício e da Ordem do Carmo.
A originalidade desta profissão está nos meios escolhidos para atingir a plena conformidade com Cristo. O Carmelita sabe que comparece diante do Senhor de mãos vazias, mas põe todo seu amor esperanças em Cristo Jesus, que se toma pessoalmente a sua santidade, a sua justiça, o seu amor, a sua coroa. O cerne da mensagem de Jesus - amar Deus com todo o coração e ao próximo como a si mesmo - exige do terceiro uma afirmação constante do primado de Deus, a recusa categórica de servir a dois senhores e a opção prioritária de amar o próximo, combatendo toda a forma de egoísmo de fechamento em si mesmo.
Os valores dos conselhos evangélicos, comuns a todos os cristãos, tomam-se para o terceiro um programa de vida que atinge as esferas do poder, da sexualidade e dos bens materiais. São um auxílio mais forte para não servir falsos ídolos; e conseguir a liberdade de amar Deus e o próximo acima de todo egoísmo. A santidade consiste exatamente neste duplo preceito.
Pela profissão o terceiro assume o compromisso de viver o Evangelho radicalmente, segundo o próprio estado de vida. Ao terceiro é dada a liberdade de emitir a profissão sem os votos, apenas com o propósito de professar a presente Regra, ou também com os votos. Os terceiros que fazem os votos são chamados à obediência aos superiores da Ordem e ao seu assistente espiritual em tudo aquilo que lhes é determinado pela Regra para sua própria vida espiritual. Com o voto de castidade comprometem-se a viver esta virtude de acordo com as obrigações do próprio estado.
Os terceiros reconhecem nos Carmelitas consagrados na vida religiosa uma válida direção espiritual. São acompanhados pelos religiosos em seu caminho rumo a uma vida contemplativa e ativa num mundo sempre mais complexo e exigente, mas que ao mesmo tempo procura avidamente os valores espirituais. Por essa razão os leigos devem ser acompanhados para viverem o carisma do Carmelo em espírito e verdade, abertos à ação do Espírito Santo, e tendendo a uma plena participação e comunhão no carisma e na espiritualidade do Carmelo, tendo em vista uma nova leitura carismática da sua laicidade e uma plena corresponsabilidade no dever de evangelizar e no exercício dos ministérios específicos da vida Carmelita. Deste modo, os Terceiros Carmelitas Seculares tornam-se efetivamente e de pleno direito membros da Família Carmelita.
Os Carmelitas consagrados na vida religiosa reconhecem as vantagens espirituais e o enriquecimento que para a Família Carmelita trazem os fiéis leigos, que, inspirados pelo Espírito Santo, e respondendo a um especial chamado de Deus, livre e espontaneamente se comprometem a viver o Evangelho segundo o espírito do Carmelo. Na verdade, a sua participação pode contribuir, como nos ensinam experiências do passado, com fecundos aprofundamentos de alguns aspectos do carisma, reinterpretando-os e impulsionando a novos dinamismos apostólicos também por meio da “preciosa contribuição da sua secularidade e do seu serviço específico.
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